EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE
FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE MARILÂNDIA DO SUL – PR.
DERICK RAVI LADWIG FIGUEIREDO, brasileiro, menor,
inscrito no CPF/MF sob o nº 164.874.999-27, nascido no dia 04 de novembro de 2022, atualmente com 08 (oito) meses de idade, conforme Certidão de Nascimento com Matrícula n.º 081323 01 55 2022 1 00025 181 001202974, do Cartório de Registro Civil e Títulos e documentos de Marilândia do Sul - PR, neste ato devidamente representado por sua genitora ADRIELLI TICIANA LADWIG BATISTA, brasileira, desempregada, portadora da cédula de identidade civil RG nº 15.195.028-0 SSP/PR, inscrita no CPF/MF sob o nº 801.011.879-63, ambos residentes e domiciliados na Rua Paraná, nº 267-B, CEP 86.825-000, na Cidade de Marilândia do Sul, Estado do Paraná, por intermédio de sua advogada dativa, conforme termo de nomeação, com endereço a Rua Jupiter nº 32, Jd. Vale do Sol, CEP 86.803-090, na cidade de Apucarana, Estado do Paraná, e endereço eletrônico: laiz_modesto@hotmail.com, onde recebe notificações e intimações, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 229 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, na Lei 5.478/68, no art. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente, e nos arts. 1.566, 1.634, 1.694 ao 1.696 do Código Civil, PROPOR:
AÇÃO DE ALIMENTOS
Em face de REINALDO JUNIOR DOS SANTOS
FIGUEIREDO, brasileiro, cujo número de identidade e CPF são desconhecidos pelo Requerente, residente e domiciliado na Av. Cerejeiras, nº 264, na cidade de
Página 1 de 10 Marilândia do Sul, Estado do Paraná, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
A representante do Exequente declara ser pobre na acepção
jurídica do termo, não possuindo condições econômicas e financeiras para arcar com às custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e da família.
Conforme preceitua o art. 5º, inc. LXXIV da Constituição
Federal: “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.
Para tanto, requer a concessão dos benefícios da Justiça
Gratuita, nos termos do arts. 98 e 99, §§3º e 4º, do Código de Processo Civil e da Lei nº 1.060/50.
II – DOS FATOS
Conforme faz prova a Certidão de Nascimento com Matrícula
n.º 081323 01 55 2022 1 00025 181 001202974, do Cartório de Registro Civil e Títulos e documentos de Marilândia do Sul - PR, o Requerente é filho legítimo do Requerido, fruto do relacionamento entre a Genitora do Infante, e o Requerido.
Há cerca de 3 (três) meses, em decorrência de divergências
conjugais, chegou ao fim o relacionamento mantido entre os mesmos.
Sendo assim a Requerente ficou responsável e com os
cuidados da criança. Desde então o Requerido não procurou o filho, tão pouco ajudou com despesas do infante.
A Genitora atualmente encontra-se desempregada, e dispõe-
se integralmente aos cuidados do filho, que somente tem 08 (oito) meses de idade.
Página 2 de 10 A criação do Requerente não deve recair exclusivamente sobre a responsabilidade de sua Genitora, que são muitas e notórias, como por exemplo: alimentação, vestuário, moradia, assistência médica, fraldas e produtos de higiene, dentre outras.
Sobre a situação financeira do Requerido, não se tem
conhecimento. Quando procurado pela representante do Requerente, este se negou a prestar auxílio, não restando outra alternativa senão a propositura da presente ação.
III – DO DIREITO
Com relação ao pedido de alimentos, a obrigação alimentar
está fundamentada em interesse superior, que é a preservação da vida humana e a necessidade de dar às pessoas certa garantia no tocante aos meios de subsistência.
O Código Civil, por sua vez, confere a quem necessita de
alimentos, o direito de pleiteá-los de seus parentes, em especial entre pais e filhos, nos termos do art. 1.694 e 1.696:
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou
companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco
entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Além da relação de parentesco, é imperativo que haja
necessidade do alimentando, conforme preconiza o art. 1.695 do Código Civil, in verbis:
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os
pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem Telefone: 43 9 9984-0653 / E-mail: laiz_modesto@hotmail.com Página 3 de 10 se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
Em razão do poder familiar, cabe aos pais conjuntamente
prover o sustento dos filhos menores, consoante preleciona o art. 22 do ECA e o art. 229 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:
Art. 22 – Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e
educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os
filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
O Código Civil assim assevera, ainda a respeito desse dever
dos pais com os filhos, in verbis:
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
(...) IV - sustento, guarda e educação dos filhos; (...)
Assim, o dever alimentar compete a ambos os pais, não
somente a Representante do Requerente que vem arcando sozinha com os custos do filho. E essa obrigação é proveniente do poder familiar, cujo o exercício deste, encontra-se regulamentado no Código Civil, no art. 1.634, I:
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja
a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: I - dirigir-lhes a criação e a educação;
O ônus da criação dos filhos, assim, deve ser repartido entre
os seus genitores, não sendo justo sobrecarregar a Genitora.
A obrigação alimentar tem como pilar sólido a fixação do valor
da pensão na proporção da necessidade de quem a reclama e da possibilidade do alimentante.
Página 4 de 10 Preleciona o civilista Yussef Said Cahali, que na determinação do quantum, há de se ter em conta às condições sociais da pessoa que tem direito aos alimentos, a sua idade, saúde e outras circunstâncias particulares de tempo e lugar, que influem na medida. (in Dos Alimentos, 4ª Edição, Editora dos Tribunais, pág. 726).
Coaduna com este entendimento a jurisprudência pátria.
Confira-se:
TJDF, 2.ª TC: Na fixação dos alimentos, não se leva em
conta apenas o necessário à subsistência, em sentido estrito, mas o que é necessário também para prover o lazer, vestuário, necessidades eventuais e a mantença de um padrão de vida conforme as possibilidades do alimentante. (AC 29.243, 09.03.1994, DJU III 11.05.1994, p.5.141).
AI - ALIMENTOS PROVISÓRIOS. BINÔMIO
NECESSIDADE/POSSSIBILIDADE. 1. A teor das disposições do artigo 1695 do Código Civil "São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento". 2- Os alimentos provisórios devem ser fixados tendo em vista as necessidades do alimentando e às possibilidades financeiras do alimentante. 3- Agravo de instrumento conhecido e provido em parte. (20060020006159AGI, Relator NIDIA CORREA LIMA, Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 3ª Turma Cível, julgado em 03/05/2006, DJ 20/06/2006 p. 106).
Importante salientar, por fim, que, ao tratar do tema, o Código
Civil ampliou o seu campo de abrangência, passando a pensão alimentícia englobar as necessidades para se viver de modo compatível com a condição social do alimentando, nos termos do art. 1694 do Código Civil.
Página 5 de 10 Deste modo, além das necessidades básicas de habitação, alimentação, vestuário e saúde, inclui-se o mínimo para o lazer, essencial ao desenvolvimento regular e sadio do menor.
Devendo o Magistrado se guiar pelo disposto no §1º do art.
1.694 do CC, in verbis:
Art. 1.694. (...)
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
Nesse sentido, constata-se que, muito embora se desconheça
por completo a real situação econômica do Requerido, o Requerente é bebê e tem uma série de gastos inerentes a sua idade: médico, fraldas, vestuário, alimentação, entre outros.
O critério adotado então, é o equilíbrio entre as necessidades
do menor, e a possibilidade de pagamento do Genitor, muito embora se desconheça a situação do Requerido, não se sabe ao certo o salário do mesmo, sendo assim, requer a título alimentar, quanto ao infante, o valor de R$ 400,00 (Quatrocentos reais) mensais, correspondendo à 30% do Salário mínimo nacional.
E mais, nas ações de alimentos, o Magistrado deve, desde
logo, fixar os alimentos provisionais, nos termos do art. 4º da Lei 5.478/68:
Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo
alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
No caso sub examine, resta translúcida a necessidade de
fixação de tal provisão legal, face à dificuldade financeira enfrentada pela Genitora do Menor em decorrência do seu desemprego, o que fatalmente dificulta o sustento do Requerente.
Ademais, não há qualquer dúvida sobre a paternidade do
Requerente, o que demonstra que a inércia do Requerido dá-se, tão somente, por
Página 6 de 10 má-fé, o que priva o Requerente de alguns bens necessários. Assim, deve-se fixar, de plano, os alimentos provisórios.
Em corolário, requer que Vossa Excelência condene o
Requerido a pagar a título alimentar o valor de R$ 400,00 (Quatrocentos reais), correspondente a 30% do Salário mínimo nacional, como alimentos provisórios, e ao final da instrução processual, após conhecido a remuneração do Requerido, condene o mesmo ao pagamento de 30% sobre tal verba, e assim convertê-los em definitivos.
Requer, ainda, seja fixado a correção anual dos alimentos
baseado no percentual que determina a correção do salário mínimo nacional, fixando, ainda, o mês de janeiro de cada ano para atualização dos valores devidos a título de alimentos.
IV. DA TUTELA DE URGÊNCIA
Embora a presente demanda seja para satisfazer o interesse do
Requerente, convém salientar que este não pode esperar pelo provimento jurisdicional, tendo em vista que suas necessidades são perenes e urgentes, até pela tenra idade.
Com isso, a concessão da Tutela de urgência para que o
Requerente tenha sua satisfação atendida é medida que se impõe, sob pena de ter sérios prejuízos. Neste sentido o art. 300, do CPC, é expresso ao afirmar que:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1° Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. (...)
Página 7 de 10 Desta forma, o Requerente por meio de sua Representante, requer a Tutela provisória de urgência sem a oitiva prévia da Parte contrária, conforme o exposto no art. 9°, § único, I c/c art. 300, §2° do CPC, in verbis:
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes
sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência;
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. (...) § 2° A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
Assim, verifica-se o atendimento aos requisitos da prova
suficiente dos fatos constitutivos do direito do Requerente, para que o MM. Juiz possa firmar seu convencimento da verossimilhança e conceder a tutela provisória de urgência.
De consequência, faz se necessária a fixação dos alimentos
provisórios por meio de decisão judicial, nos termos do artigo 4º 1 da Lei 5.478/68, para que o Requerido seja compelido a efetuar o pagamento de alimentos ao filho menor.
V – DOS PEDIDOS
Pelo exposto, considerando que a pretensão do Requerente
encontra-se respaldada nas disposições do artigo 227, § 6º da Constituição Federal, artigo 1.606 do Código Civil, Lei 8.560/92 e Lei 5.478/68, pede se digne Vossa Excelência em, liminarmente inaudita altera pars antecipar os efeitos da tutela, para deferir os alimentos provisórios no valor de R$400,00 (Quatrocentos reais) mensais e, ao final, JULGAR TOTALMENTE PROCEDENTE a presente ação. 1 Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita. Telefone: 43 9 9984-0653 / E-mail: laiz_modesto@hotmail.com Página 8 de 10 Ainda requer:
a) Citação do Requerido, no endereço que reside na Av.
Cerejeiras, nº 264, na cidade de Marilândia do Sul, Estado do Paraná, em conformidade com o disposto no art. 246, I do CPC/15, a fim de contestar, se houver interesse, ou que recaia aos efeitos da revelia, se nada fizer;
b) Deferimento da Gratuidade de Justiça ao Requerente, com
base no art. 98 do CPC/15 e na Lei nº 1060/50;
c) Com a instrução processual, determine a conversão dos
alimentos provisórios em definitivos a serem pagos mensalmente para o Requerente, no valor correspondente ao percentual de 30% (trinta por cento) sobre o salário mínimo nacional, mediante depósito na conta corrente da Genitora do Requerente, qual seja, Favorecida: ADRIELLI TICIANA LADWID BATISTA, Conta nº 942146805-3, Agência nº 3880, Op. 1288, da Caixa Econômica Federal;
d) A intimação do ilustre representante do Ministério Público
para intervir no feito como fiscal da lei, nos termos do art. 178, II, do CPC/15;
e) A condenação do Requerido ao pagamento de custas
processuais e honorários sucumbenciais.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em
direito admitidas, além dos documentos que ora junta, depoimento pessoal do requerido, sob pena de confesso e também da oitiva de testemunhas arroladas oportunamente, bem como as que se fizerem necessários.
Dá-se a presente causa o valor de R$ 4.800,00 (Quatro mil e