DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

DOI 10.31368/1980-6221v82a10018

VESPA-MANDARINA É UMA AMEAÇA AO BRASIL?

M. G. C. E. Greco, J. B. Oliveira, B. R. Rosa, F. R. M. Garcia*
Universidade Federal de Pelotas, Instituto de Biologia, Departamento de Ecologia, Zoologia e
1

Genética, Lab. de Ecologia de Insetos, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil.
*E-mail: flaviormg@hotmail.com

RESUMO
Várias notícias têm sido divulgadas nos diversos tipos de meios de comunicação

e nas redes sociais no Brasil sobre a recente introdução da Vespa mandarinia Smith,

1852, nos Estados Unidos. Tal fato tem deixado a comunidade científica e a população

em geral alarmada. Dessa forma, este artigo tem o objetivo de divulgar as informações

sobre a V. mandarinia, usando uma linguagem direcionada à sociedade brasileira.

PALAVRAS-CHAVE: Vespa-gigante-asiática, Vespidae, invasão biológica, ecologia

aplicada.

IS THE MANDARIN WASP A THREAT TO BRAZIL?

ABSTRACT

Several information have been published in different kinds of media in Brazil

about the recent introduction of the Vespa mandarinia Smith, 1852, in the United

States. This fact has put the scientific community and the general population on alert.

Thus, the article aims to disseminate the main information about the V. mandarinia,

using language that is easy for Brazilian Society.

KEYWORDS: Asian giant wasp, Vespidae, biological invasion, applied ecology.

Biológico, v. 82, 1-17, 2020 1


INTRODUÇÃO
A vespa-mandarina, ou vespa-
gigante-asiática (VGA) (Vespa
mandarinia Smith, 1852) é nativa do
Japão e possui extensa distribuição em
diversos outros países da Ásia. Contudo,
em setembro de 2019, foi encontrada
a primeira colônia fora do continente
asiático, mais precisamente na Colúmbia
Britânica, Canadá. No outono de 2019,
ela foi identificada pela primeira vez em
Blaine, no estado de Washington, nos
Figura 1 - Vespa mandarinia (vista dorsal e vista lateral, respectivamente).
A VGA é uma vespa pertencente
à ordem Hymenoptera, na qual se
encontram também as abelhas e
as formigas, e abrange insetos com
vários comportamentos (PREZOTO
et al., 2008). As vespas, em geral, são
muito valorizadas pela sua importância
ecológica, pois para completar o seu
desenvolvimento suas formas juvenis
precisam se alimentar de um grande
número de presas. São estas, segundo
relatos de estudos, 90% constituídas por
lagartas (Lepidoptera), o que as torna um
ótimo agente de controle biológico. Uma
grande parte das espécies de vespas
realiza um papel de grande contribuição
Biológico,v.82, 1-17, 2020
M.G.C.E. Greco, J.B. Oliveira, B.R. Rosa, F.R.M. Garcia
Estados Unidos (VU & ELLIS, 2020).
Essas recentes notícias têm causado
inquietação na comunidade científica,
preocupações para os apicultores e para
a população, que se sente vulnerável ao
seu ataque ou ao prejuízo econômico que
ela pode ocasionar (ONO et al., 2003).
Essa espécie é considerada uma das
maiores vespas do mundo. As operárias
variam entre 2,5 cm a 4 cm, enquanto as
rainhas podem exceder 4,5 cm (fig. 1).
Fonte: The Trustees of the Natural History Museum, London via GBIF.
para a polinização, visto que durante sua
busca por recurso podem ter interações
interespecíficas com muitas espécies de
plantas e outros animais, e assim realizar
a polinização ao visitar flores (PREZOTO
et al., 2008).
No Brasil, é possível encontrar 319
(32,75%) espécies de vespas sociais das
que existem no mundo (PREZOTO et al.,
2008). Entretanto, a vespa-mandarina é
nativa da Ásia, podendo ser encontrada
na China, Índia, Butão, Japão, Coreia,
Laos, Malásia, Mianmar, Nepal, Rússia,
Taiwan e Tailândia (VAN DER VECHT,
1959; NGUYEN et al., 2006; KUMAR &
SRINIVASAN, 2010; RAFI et al., 2017;
GBIF, 2020).
2

A vespa-mandarina tem uma
distribuição que engloba toda a parte
oriental, incluindo o Japão, Coreia,
Primor’ye (Rússia) e as províncias
chinesas de Sichuan, Hebei, Hunan,
Jiangxi, Fujian e Zhejiang, tornando
estes os mais prováveis pontos
potenciais de origem (ARCHER, 1995).
Na Índia, só há registros dessa vespa
nos estados do norte do país, os quais
abrangem todo o Himalaia. No nordeste
do Vietnã, em Hoa, existe apenas um
registro de V. mandarinia (VAN DER
VECHT, 1959; KUMAR & SRINIVASAN,
2010). Na Rússia, ainda não está claro
o quão comum ela é, mas foi coletada
por pesquisadores na localidade de
Primor’ye (NGUYEN et al., 2006). Já o
registro referente à sua presença em
Sri Lanka foi fundamentado em um erro
e, sendo assim, sua existência naquele
país não está comprovada (KUMAR &
SRINIVASAN, 2010).
O potencial de distribuição da
VGA pode estar sendo superestimado,
em relação à presença de áreas com
habitat adequado (TRIPODI & HARDIN,
2020). Por exemplo, em Hong Kong a
V. mandarinia está presente, porém,
raramente é vista (LEE, 2010). No
Japão, essa espécie tem um registro
que abrange todo o país, mas ela é mais
comumente avistada no Sul, entre zonas
temperadas e tropicais. Esses autores
também afirmam que em relação aos
microclimas, geralmente essa espécie
tende a ser associada a planícies,
ao invés de elevações acentuadas
(YAMANE & MAKINO, 1977).
Biológico,v.82, 1-17, 2020
Vespa mandarina é uma ameaça ao Brasil?
Recentemente, a vespa-
mandarina foi assinalada pela primeira
vez no continente norte-americano, nos
Estados Unidos, mas até o momento
essa espécie tem sua distribuição
limitada a Washington (VU & ELLIS,
2020). De acordo com o relato ocorrido
em 8 de dezembro de 2019, um
morador de Blaine, Washington, diz ter
encontrado uma grande vespa morta em
sua propriedade (MCGANN, 2019). Esta
espécie teve sua identificação como V.
mandarinia, a qual foi confirmada pelo
Departamento de Estado de Washington
Agricultura (WSDA).
Ainda não se sabe se a VGA está
estabelecida na América do Norte e
existe uma incerteza sobre a verdadeira
extensão da invasão no continente, já
que os relatos sobre sua detecção são
poucos e persistem por pouco tempo.
Deste modo, isso pode indicar uma
invasão em potencial, sugerindo um
aumento suficiente das populações
de vespas-mandarina para que sejam
detectadas, nos dando indícios de que
a espécie esteja se estabelecendo na
área (TRIPODI & HARDIN, 2020). O
território dos Estados Unidos apresenta
condições favoráveis de estabelecimento
dessa espécie devido a este país ter uma
grande demanda de abelhas, que são um
grande alvo para a alimentação dessas
vespas (TRIPODI & HARDIN, 2020).
Em diversos lugares da
Ásia, especialmente na China e na
Tailândia, é comum serem encontradas
vespas juvenis sendo vendidas em
mercados como iguarias (NAKAMURA
3

& SONTHICHAI, 2004; YING et al.,
2008). No Japão, existem caçadores de
vespas que procuram ninhos silvestres
para coletar larvas e pupas para serem
comercializadas (HO, 2019). Pode-se
notar, desta forma, o quão este inseto é
apreciado culturalmente nessas regiões.
De certa forma, nos Estados
Unidos, a vespa-mandarina também tem
um valor cultural para algumas pessoas.
Elas podem ser utilizadas como alimento
e/ou como medicina tradicional, que
contém vespas imaturas, muitas vezes
vivas. Porém, elas não estão disponíveis
no país o que torna o contrabando
uma via potencial para a introdução
e a disseminação da vespa-gigante-
asiática (TRIPODI & HARDIN, 2020).
Corroborando com esta informação está
Smith-Pardo (2020), que divulgou que
em um porto de entrada nos EUA foi
interceptado um pacote contendo ninho
de vespa-gigante-asiática, que possuía
larvas e pupas vivas.
No Brasil, ainda não existem
registros de V. mandarinia. Portanto,
cabe a nós zelar pelo equilíbrio
ecológico, pela segurança das pessoas
e também do setor econômico. Desta
forma, este artigo tem o objetivo de
divulgar as principais informações sobre
Biológico,v.82, 1-17, 2020
M.G.C.E. Greco, J.B. Oliveira, B.R. Rosa, F.R.M. Garcia
a V. mandarinia, usando uma linguagem
direcionada à sociedade brasileira.
TAXONOMIA E MORFOLOGIA
A VGA faz parte da família
Vespidae, mas diferentemente de outras
espécies de sua mesma família, ela
chega a medir cerca de cinco centímetros
de comprimento (VU & ELLIS, 2020).
Seu zangão tem uma cabeça grande,
de cor laranja ou amarela, e com olhos
proeminentes, com a cabeça mais
larga acima da mandíbula e entre os
olhos (VU & ELLIS, 2020) (fig. 2). Seu
abdome apresenta listras em preto e
amarelo/marrom, com o último segmento
completamente amarelo e com a
presença de ferrão nas rainhas. O ferrão
é liso e tem quase um centímetro de
comprimento (HANDWERK, 2002).
Outra característica distinguível
e muito marcante entre a vespa-
mandarina e a Apis mellifera Linnaeus,
1758, a qual é um de seus principais
alvos para alimentação, é que a abelha
ao ferroar perde o ferrão, e, muitas
vezes, perde juntamente partes de seu
intestino, causando a sua morte. Já a
VGA, segundo o levantamento literário
disponível, não perde o seu ferrão.
Figura 2 -
Vespa mandarinia, vista anterior da cabeça.
Fonte: Smith-Pardo, 2020.
4

BIOLOGIA E ECOLOGIA
As vespas costumam apresentar
comportamentos variados, podem ser
fitófagas, carnívoras, predadoras e
parasitoides e a mesma família pode ter
espécies solitárias e fortemente sociais,
que é o caso de Vespidae (PREZOTO
et al.,2008). As vespas que fazem parte
do gênero Vespa, nativas da Europa e
da Ásia, são insetos sociais conhecidos
pelo hábito de predar pequenos
artrópodes, e algumas espécies do
gênero se alimentam principalmente de
abelhas-europeias (Apis spp.), atacando
e destruindo colônias inteiras (SMITH-
PARDO et al., 2020).
Entre os vespídeos, a V.
mandarinia se destaca por voar em uma
velocidade de até 30 km/h e ter condições
de percorrer aproximadamente 100
km em apenas um dia (ABE et al.,
1995). As V. mandarinia predam
principalmente abelhas-europeias (Apis
spp.) e, portanto, são consideradas
uma praga pelos apicultores. Além de
comprometer o papel ecológico das
abelhas com a polinização, declinam as
produções apículas e geram um impacto
econômico significativo, considerando-
se que a apicultura é conhecida como
uma atividade econômica nacional
que movimenta o agronegócio para
os criadouros de abelhas em diversos
países (TRIPODI & HARDIN, 2020).
Vespas-mandarinas são vespas
sociais e a organização da colônia é anual,
ou seja, são espécies que constroem
um novo ninho todos os anos (fig. 3). A
Biológico,v.82, 1-17, 2020
Vespa mandarina é uma ameaça ao Brasil?
colônia inicia-se na primavera e se finda
no inverno, quando a única sobrevivente
é a rainha, que entra em um período de
hibernação. Quando as rainhas emergem
na primavera elas entram em uma breve
etapa de pré-nidificação, necessária
para o amadurecimento de seus ovários,
na qual elas se alimentam e procuram
por um local específico para a primeira
postura de ovos (TRIPODI & HARDIN,
2020).
Figura 3 - Ninho de Vespa mandarinia.
Fonte: Natural History Museum (London) Collection Specimens via GBIF.
As rainhas da vespa-mandarina
fazem seus ninhos principalmente em
locais isolados, nas florestas. Elas
costumam invadir tocas de roedores
abandonadas no subsolo, troncos
de árvores ocas ou em associação a
raízes. No Japão, poucos ninhos foram
localizados acima do subsolo em locais
com mais de 1,8 metros, o que torna difícil
a localização dessas colônias. As vespas
rainhas dificilmente são observadas fora
5

da colônia, com exceção de quando
estão hibernando ou antes das operárias
emergirem (SKVARLA, 2020).
As fêmeas adultas são divididas
em duas linhagens, as rainhas são
encarregadas de fazer a postura dos
ovos e as operárias estéreis têm a
função de coletar alimentos e manter as
larvas vivas (TRIPODI & HARDIN, 2020).
A rainha de V. mandarinia é responsável
por obrar a colônia e criar a primeira leva
de operárias. Ela se alimenta da seiva das
árvores, preferencialmente do carvalho.
Na primeira fase de desenvolvimento
da colônia, no verão, a rainha vive
solitária. Portanto, ela assume o dever
de forragear e cuidar da primeira prole
sozinha, até que o número de operárias
na colônia chegue a aproximadamente 40
indivíduos (SMITH-PARDO et al., 2020).
Então, a colônia entra na fase polínica,
cuja rainha fica responsável apenas pela
postura de ovos enquanto as operárias
assumem a tarefa de forragear e cuidar
das larvas (SKVARLA, 2020).
A colônia de V. mandarinia
cresce durante a primavera e o verão,
alcançando aproximadamente 100
operárias em agosto. Em setembro,
inicia-se o outono, conforme o calendário
japonês, e nessa época a colônia tem
um grande número de operárias. Sendo
assim, a rainha começa a criação de
machos e de novas rainhas. Elas deixarão
o ninho em outubro e novembro, quando
estarão prontas para acasalar (TRIPODI
& HARDIN, 2020). A corte geralmente
ocorre na entrada do ninho e sucede com
vários machos emboscando uma rainha
Biológico,v.82, 1-17, 2020
M.G.C.E. Greco, J.B. Oliveira, B.R. Rosa, F.R.M. Garcia
que não costuma aceitar facilmente
o macho durante o acasalamento
(SMITH-PARDO et al., 2020). Por isso,
o sucesso da fertilização nem sempre
ocorre e somente rainhas fertilizadas são
capazes de dar início a uma nova colônia
(SKVARLA, 2020). Após a evacuação
dos machos e das novas rainhas da
colônia, o ninho começa um processo de
degradação, no qual ele se desintegra e
morre no próximo inverno.
O hábito predatório de V.
mandarinia consiste em decapitar
suas presas e mastigar as partes mais
musculosas do tórax e do abdômen.
Durante a fase final da temporada, as
vespas saem em grupo para realizar
ataques em massa contra colônias
de outras espécies de vespas, como
as jaquetas amarelas (Vespula spp.),
vespa-cabocla (Polistes spp.) e abelhas-
europeias (Apis spp.) (TRIPODI &
HARDIN, 2020). O comportamento
predatório em massa costuma ocorrer
no final da temporada e uma hipótese
para esse hábito é a grande necessidade
de nutrir as futuras larvas reprodutivas
que nascerão no final da estação (LEE,
2010).
As vespas-mandarinas não
são consideradas grandes visitantes
florais. Entretanto, já foram observadas
alimentando-se de flores de banana,
camélia, erva-doce e baga de porcelana.
As operárias costumam mastigar frutas
maduras, para extrair o fluido açucarado,
e os machos do outono, após deixar o
ninho natal, alimentam-se de néctar
de flores, seiva de árvores e também
6

consomem os corpos frutíferos do fungo
Protubera nipponica Kobayasi, 1983, pois
são atraídos pelo odor doce/fermentado
(TRIPODI & HARDIN, 2020).
O ciclo recomeça quando as novas
rainhas emergem na primavera seguinte.
As rainhas vivem por aproximadamente
um ano, enquanto as operárias têm o curto
prazo de vida de 15 a, no máximo, 35 dias.
Os machos morrem antes do início do
inverno, portanto as novas rainhas devem
acasalar antes disso. O desenvolvimento
do ovo até a emersão da vespa adulta
tem a duração aproximada de 40 dias.
A fase embrionária se completa em seis
IMPACTOS CAUSADOS PELA VESPA MANDARINIA
As preocupações causadas pela
V. mandarinia, recentemente noticiadas
pelo mundo, por estar sendo introduzida
em países fora de sua área nativa,
surgiram a partir de acontecimentos
ocorridos tanto em áreas onde essa
espécie é comum quanto em lugares
onde sua introdução é recente. Dentre
os danos causados pela vespa-gigante-
asiática conhecidos até o momento estão
a perda econômica nos apiários, a queda
na polinização e os ataques aos seres
humanos, animais de estimação e de
grande porte, que, por ventura, podem
ser fatais.
Porém, para a população de
abelhas o impacto é muito maior, levando-
se em consideração que a presença da
vespa-mandarina pode ser devastadora,
Biológico,v.82, 1-17, 2020
Vespa mandarina é uma ameaça ao Brasil?
dias, a larval em dezesseis e a pupa
em dezoito. As rainhas são capazes de
produzir aproximadamente 2.712 células
(alvéolos), porém, esse número pode
variar muito de uma colônia para outra.
As monarcas colocam os ovos dentro
das células da colônia, onde ocorrerá
o processo de desenvolvimento do ovo
até o indivíduo adulto. Caso a vespa-
mandarina rainha morra ou se perca
do ninho, as operárias podem colocar
ovos não fertilizados que irão originar
machos aptos a se dispersar e acasalar,
aumentando o potencial reprodutivo da
colônia (TRIPODI & HARDIN, 2020).
causando declínio na produção de mel,
própolis, cera, geleia real e nos produtos
derivados dessas matérias-primas, bem
como nas culturas que dependem de seu
serviço ecológico através da polinização.
A V. mandarinia preda diversos
artrópodes (MATSUURA, 1988; VU &
ELLIS, 2020), entre eles, mantídeos
(MATSUURA, 1984), lagartas, aranhas
(MATSUURA & SAKAGAMI, 1973),
inclusive outras espécies de vespas,
como jaquetas amarelas (Vespula spp.)
e muitas espécies da vespa de papel
(Polistes spp.) (LEE, 2010; MATSUURA
& SAKAGAMI, 1973), mas a “vespa
assassina” tem uma preferência por
Apis spp., representando, dessa forma,
uma praga de grande ameaça para a
apicultura (VU & ELLIS, 2020) (fig.4).
7

Figura 4 - Vespa mandarinia predando Apis
mellifera.
Fonte: R7/Japan News.
As vespas-gigantes-asiáticas são
capazes de forragear um raio de até oito
quilômetros (MATSUURA & SAKAGAMI,
1973), alimentando-se de adultos e
larvas de abelhas como fonte de proteína,
caçando-as na entrada da colmeia e
facilmente invadindo seu interior (fig.
5). Ao decapitar suas presas, mastigam
as porções musculosas e carregam em
formato de “bola” partes das abelhas
mortas para alimentar suas larvas em
desenvolvimento no ninho (MATSUURA,
1984; VU & ELLIS, 2020).
Os ataques em massa são
iniciados a partir de uma única operária
forrageadora, a qual excreta um feromônio
que recruta as demais companheiras para
a entrada da colmeia (ONO et al., 1995).
É possível serem observados de dois a
cinquenta espécimes do mesmo ninho de
V. mandarinia (MATSUURA, 1984, 1988)
participando da emboscada. Dessa
maneira, conseguem se alimentar da
ninhada de abelha por aproximadamente
dez dias (ONO et al., 1995) ou até mesmo
exterminar uma colmeia saudável inteira
em poucas horas.
Biológico,v.82, 1-17, 2020
M.G.C.E. Greco, J.B. Oliveira, B.R. Rosa, F.R.M. Garcia
Figura 5 - Vespa mandarinia atacando Apis
mellifera na entrada da colônia.
Fonte: R7/Japan News
Na maioria dos casos, os
apicultores notam os ataques apenas
por meio das consequências, e não pelo
próprio espécime de V. mandarinia (VU &
ELLIS, 2020) sofrendo pesadas perdas,
quando essas vespas se estabelecem
fazendo do apiário seu alvo e matadouro
de Apis spp. (MATSUURA & SAKAGAMI,
1973). Ao final de um evento de abate,
após matarem rapidamente milhares de
abelhas, deixam para trás uma grande
quantidade de carcaças (MATSUURA
& SAKAGAMI, 1973), sendo que esses
eventos podem durar de uma a seis
horas (MATSUURA, 1984, 1988 apud
TRIPODI & HARDIN, 2020).
As abelhas silvestres também
são vulneráveis aos ataques de V.
mandarinia. Porém, como suas colônias
são dispersas, a concentração de
recursos em um apiário se torna mais
atraente e de fácil acesso (MATSUURA
1988). Esta conduta pode ser observada
com frequência na natureza, com
diversos animais que se adaptam
para escapar e se defender de seus
predadores (UGAJIN et al., 2012).
8

Esses comportamentos são conhecidos
como antipredadores, e considerados
consequência evolutiva da ameaça de
seus inimigos naturais (RUDUS et al.,
2007; RATCLIFF & NYDAM, 2008).
As abelhas que não ocupam
naturalmente o mesmo habitat que
a vespa-mandarina não possuem
mecanismos de defesa contra essa
predadora, além de um ferrão que não é
tão eficiente, pois a vespa pode ferroá-las
várias vezes e a abelha apenas uma, já
que perderá o ferrão e morrerá (UGAJIN
et al., 2012). De acordo com este autor,
diferentemente das abelhas que não
habitam a mesma localização onde
ocorrem as vespas-mandarinas nativas,
entretanto, as abelhas que coexistem no
mesmo ambiente possuem mecanismos
estratégicos de defesa como a “bola de
abelha defensiva quente”.
As abelhas formam essa bola
defensiva quando um indivíduo de V.
mandarinia tenta entrar na colmeia, na
qual cerca de 500 operárias de abelhas
japonesas se unem rapidamente
em uma assembleia esférica (fig.6),
prendendo o invasor no seu interior
(UGAJIN et al. 2012). Ao redor dessa
bola, as abelhas vibram seus músculos
de voo, produzindo calor, e dentro dela
a temperatura aumenta para quase 47
ºC. Esse processo dura em média 20
minutos, o que é letal para a vespa-
mandarina, mas não para as abelhas.
Sendo assim, dentro de 30 a 60 minutos
a vespa estará morta pelo calor (ONO et
al., 1995).
Biológico,v.82, 1-17, 2020
Vespa mandarina é uma ameaça ao Brasil?
Figura 6 - Abelhas produzindo uma bola defensi-
va de calor ao redor de uma Vespa mandarinia,-
Vespa mandarinia pendurada em fio de arame
em um experimento.
Fonte: Ugajin et al., 2012
As abelhas-europeias, que
são espécies relacionadas com as
japonesas, porém alopátricas, foram
introduzidas no Japão e em outros
países para a apicultura, e exibem
somente o comportamento ardente
com o uso do ferrão contra a vespa. No
entanto, o exoesqueleto rígido da vespa-
mandarina torna as picadas ineficientes,
e por isso colônias de abelhas-europeias
são destruídas com frequência (OKADA,
1961), fato muito observado também nos
países onde ela está sendo introduzida.
Deste modo, a formação defensiva das
bolas de calor realizadas pelas abelhas,
é consequência da pressão seletiva
específica das abelhas japonesas,
para defender-se das vespas-gigantes-
asiáticas (ONO et al., 1995).
A destruição das colmeias de
abelhas pela V. mandarinia resulta
na diminuição da sua população,
acarretando consequências ambientais
e também econômicas na produção
agrícola, pois além das abelhas
9

realizarem o papel ecológico de ajudar
a manter as espécies de plantas
nativas, elas são essenciais também
para diversas culturas agrícolas, que só
possuem seu ápice produtivo quando
as abelhas realizam a polinização (VU
& ELLIS, 2020). As vespas-mandarinas
causam prejuízos na agricultura também
por mastigarem frutas maduras para
extrair seu suco açucarado, causando
danos nas culturas (MATSUMARA 1984).
Entre tantos danos e prejuízos, o
que mais deixa os humanos alarmados
tem a ver com o comportamento
agressivo de V. mandarinia, pois ela
defenderá seu ninho ferozmente, e por
ela ter uma picada poderosa, que pode
gerar danos para a saúde humana. É
recomendável manter distância mínima
de três metros da entrada do ninho (LEE,
2010). A vespa-mandarina é responsável
pelas mortes de 30 a 50 pessoas por
ano no Japão (YANAGAWA et al., 2007
apud TRIPODI & HARDIN, 2020).
Mas deve-se levar em consideração
AMEAÇA AO BRASIL
No Brasil, ainda não há registros
de V. mandarinia. Sendo assim, as
únicas medidas que podem ser tomadas
atualmente são preventivas. De acordo
com a revisão bibliográfica vista neste
artigo, observou-se que a vespa-
mandarina é considerada uma praga de
abelhas.
Biológico,v.82, 1-17, 2020
M.G.C.E. Greco, J.B. Oliveira, B.R. Rosa, F.R.M. Garcia
que qualquer interação humana com
insetos peçonhentos pode refletir em
consequências médicas, não sendo
isto característica exclusiva da vespa-
gigante-asiática (VU & ELLIS, 2020),
pois essas vespas não se interessam por
humanos, animais de estimação ou de
grande porte, apenas se defendem caso
sejam perturbadas.
Neste intuito, alérgenos da V.
mandarinia estão sendo estudados
e podem ser observados nos artigos
“Purificação e caracterização de dois
novos alérgenos do veneno da Vespa
magnifica” (AN et al., 2012) e “Uma
variante hipoalergênica de ocorrência
natural do antígeno Vespid 5 do Polybia
scutellaris Venom como candidata a
imunoterapia específica para alérgenos”
(VIZON et al., 2012). Desta maneira,
esperam-se conhecimentos sobre como
lidar caso se tenha uma reação alérgica
proveniente do veneno da “vespa
assassina”.
Essa informação aflige os
apicultores, sabendo que a chegada
desta vespa no Brasil acarretaria uma
nova praga estabelecida nas colmeias.
Para a apicultura, vários setores seriam
prejudicados, desde a produção de mel,
bem como a produção de cera, própolis
e geleia real, assim como os produtos
10

confeccionados por meio destas
matérias-primas. Uma das hipóteses,
caso a vespa seja introduzida no território
brasileiro, será o declínio da produção,
cujos dados recentes apontam que o
país produz cerca de 50 mil toneladas de
mel anualmente (FERREIRA, 2019).
A Apis spp. é responsável pela
polinização de inúmeras espécies
vegetais no Brasil, e elas são muito
utilizadas para polinizar diversas culturas
agrícolas com êxito, principalmente por
não serem exigentes quanto às espécies
de flores que visitam. Entre elas,
destacam-se: abóbora, café, canola,
cebola, girassol, feijão, macadâmia e
pepino (D’AVILA & MARCHINI 2005).
Além da polinização cruzada,
responsável por reproduzir inúmeras
plantas que se tornam alimentos do dia
a dia, as abelhas do gênero Apis são as
principais responsáveis pela polinização
de macieiras no Brasil, cuja produção
ocupa cerca de 38 mil hectares, dispersos
pelos estados de Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. As flores das macieiras
são autoincompatíveis. Sendo assim,
necessitam absolutamente das abelhas
para se reproduzir, e uma polinização
malfeita gera frutos defeituosos, que
são inviáveis para a venda (ARIOLI et
al., 2015). Deste modo, a introdução das
vespas-mandarinas no Brasil torna-se
um sinal de alerta para agricultores. Outra
possível hipótese é o declínio significativo
nas produções agrícolas, visto que a
Biológico,v.82, 1-17, 2020
Vespa mandarina é uma ameaça ao Brasil?
vespa possui um forte hábito predatório
em abelhas, as quais melhoram o
desempenho produtivo das espécies
agrícolas através da polinização.
Os prejuízos econômicos causados
pela introdução da praga podem ser
inúmeros, tanto para a produção apícula
quanto para as produções agrícolas.
Embora a economia seja de suma
importância para a população, entende-
se que os prejuízos para o ecossistema
também serão preocupantes, já que
as abelhas assumem um importante
papel ecológico, que permite a troca de
materiais genéticos entre as plantas,
ampliando a diversificação da flora e
mantendo preservadas florestas, jardins
e pomares a partir da polinização cruzada
(FERREIRA, 2019).
Entre os demais motivos
inquietantes também se encontra a saúde
pública, tendo em vista o que foi abordado
pela revisão literária neste estudo. V.
mandarinia não possui interesse em
seres humanos, por isso ataca apenas
quando se sente ameaçada ou quando
perturbam seu ninho (VU& ELLIS, 2020).
Caso ocorra acidente, a picada da vespa-
mandarina é muito dolorosa, devido ao
seu grande tamanho, o qual permite que
a vespa injete uma quantidade maior de
peçonha na sua ferroada. Portanto, para
algumas pessoas, principalmente as
alérgicas, pode ser muito prejudicial e em
alguns casos fatal (TRIPODI & HARDIN,
2020).
11

COMO EVITAR A CHEGADA DA VESPA MANDARINIA
A vespa-mandarina, como citado
anteriormente, faz parte de um mercado
de iguarias em países da Ásia, como
por exemplo, na Tailândia e na China.
(NAKAMURA & SONTHICHAI, 2004;
YING et al., 2008). Portanto, para que
o contrabando aconteça, os caçadores
costumam colher os ninhos no final das
temporadas, quando as operárias estão
criando novas rainhas.
As pupas capturadas são
geralmente acondicionadas e consumidas
vivas. Por este motivo, elas são deixadas
nos ninhos até o momento do preparo.
Deste modo, lhes são dadas condições
para amadurecerem e tornarem-se
adultos que podem escapar e formar
novas populações nos locais para onde
foram exportados. Em virtude disso, o
contrabando de pupas para o consumo é
um caminho viável para a introdução da
espécie em uma nova região (TRIPODI
& HARDIN, 2020).
A prevenção do estabelecimento
de uma espécie invasora e sua
propagação adicional é reconhecida
como uma estratégia de gerenciamento
mais eficiente e menos complicada do que
a erradicação, a contenção e o controle
que podem ser necessários quando
a espécie invasora estiver totalmente
estabelecida (BARBET-MASSIN et al.,
2018).
Embora, com base na literatura
consultada, não exista registro da
presença de vespa-mandarina no Brasil,
um método para se evitar sua chegada
Biológico,v.82, 1-17, 2020
M.G.C.E. Greco, J.B. Oliveira, B.R. Rosa, F.R.M. Garcia
seria controlar a importação de iguarias,
principalmente em cidades que forneçam
boas condições para a instalação da
vespa como, por exemplo, em zonas
temperadas e tropicais (YAMANE &
MAKINO, 1977).
Por conseguinte, mesmo que não
se tenham registros de V. mandarinia no
Brasil, é interessante ressaltar métodos
de controle dela, já que a vespa é uma
praga de Apis spp., podendo causar
grandes danos aos apiários (TRIPODI
& HARDIN, 2020), além de ser uma
ameaça aos seres humanos. Desde a
introdução da A. mellifera no Japão,
em 1876, os apicultores japoneses
empregaram vários métodos mecânicos
para gerenciar vespas em apiários
(MATSUURA & SAKAGAMI, 1973).
Atualmente, em países como a China,
os métodos de pesquisa e captura conta
com armadilhas direcionadas aos adultos
voadores. Apesar das operárias adultas
superarem em números as rainhas,
apenas elas podem se dispersar e iniciar
novas populações (TRIPODI & HARDIN,
2020).
Durante o início da primavera e o
final do outono é recomendável que as
rainhas sejam caçadas e mortas. Já, no
verão, os ninhos podem ser localizados e
destruídos (TRIPODI & HARDIN, 2020).
A detecção dos ninhos é importante
para os esforços de controle da vespa-
mandarina (KENNEDY et al., 2018).
Contudo, seus hábitos subterrâneos
tornam a localização dos ninhos
12

desafiadora (TRIPODI & HARDIN,
2020). As tentativas para a detecção
da vespa podem incluir o envolvimento
de apicultores, já que ela tem como
alvo principal A. mellifera. Da mesma
forma, outros membros do público em
geral podem ajudar na caça, para que a
possibilidade de encontrá-las aumente.
Já existem algumas iscas para o
levantamento da vespa-mandarina, mas
outras armadilhas que foram usadas com
êxito em espécies com o comportamento
semelhante também podem ser utilizadas.
Todavia, os resultados das pesquisas
dependem de quando as amostras
foram coletadas. Geralmente, entre os
estágios de pré-nidificação, solitários e
cooperativos, os níveis populacionais
são baixos para uma possível detecção,
e, quando a colônia passa para a fase
reprodutiva, também fica difícil distinguir
entre as castas de rainhas ou operárias,
já que geralmente a rainha viaja mais
longe que as operárias, e não fica claro
se existe algum ninho perto do local
de detecção. Em virtude disso, o autor
recomenda capturar as rainhas com
armadilhas letais, durante as fases de
pré-nidificação e solitária, utilizando-se
métodos ativos para localizar os ninhos
durante os estágios cooperativos, além
de utilizar apicultores voluntários para
determinar até onde vai a extensão da
população (TRIPODI & HARDIN, 2020).
No Japão, os caçadores de
vespas costumam utilizar iscas de
carne e açúcar para atrair as operárias,
e depois segui-las até os ninhos, onde
retornaram durante a noite, munidos de
Biológico,v.82, 1-17, 2020
Vespa mandarina é uma ameaça ao Brasil?
equipamentos de proteção para escavar
o ninho e sedar os adultos ali encontrados
com fumaça (NONAKA, 2008). Como
a captura desses insetos exige muito
trabalho, recomenda-se que essas ações
sejam empregadas somente em locais
nos quais já foi confirmada a presença
das operárias.
Um dos métodos bastante eficaz
para aumentar as chances de detecção
das vespas é contar com o auxílio do
público, por meio da implementação de
armadilhas passivas de baixa tecnologia
(TRIPODI & HARDIN 2020). A cidade
de Nagoya pode ser utilizada como
exemplo, pois distribuiu planos para
uma simples armadilha caseira que os
apicultores poderiam implantar para
monitorar passivamente a presença da
vespa (TRIPODI & HARDIN, 2020). Na
armadilha, as vespas são atraídas por
uma solução de 300 ml de licor, 100 ml
de vinagre e 125 g de açúcar, que pode
ser deixada no campo sem vigilância por
longos períodos. Já as armadilhas ao vivo
devem conter insetos presos em uma
câmara separada da câmara atrativa,
caso contrário, os insetos se afogarão.
Elas devem ser verificadas todos os
dias por uma equipe de observadores
(TRIPODI & HARDIN, 2020).
Para atrair as operárias, os
caçadores no Japão utilizam iscas à
base de proteína e açúcar (NONAKA,
2008). Também as iscas com odores de
fermentação são atraentes para vespa-
mandarina (TRIPODI & HARDIN, 2020).
Além disso, a vespa tem preferência por
seiva de carvalho e abelhas (SUENAMI
13

et al., 2019). Portanto, colocar as
armadilhas em bosques de carvalho e
apiários pode ser mais bem-sucedido
para uma possível captura.
Existem, também, outros métodos
para controlar a população da vespa-
mandarina, conhecidos há muito tempo
por apicultores da idade moderna. Um
exemplo disso é a tática de esmagá-
las com varas de madeira com a ponta
achatada (YAMANE & MAKINO, 1977).
Também se utilizavam certas ervas
daninhas, que cresciam na frente de
colmeias, para reduzir a taxa de acesso
e o ataque de V. mandarinia e outras
Vespas spp. A erradicação dos ninhos
é uma medida de controle populacional
CONCLUSÃO
A vespa-mandarina causa
diversos prejuízos nas áreas onde se
instala, afetando a economia, que se
vincula aos apiários de A. mellifera, e
as espécies agrícolas dependentes de
polinização, bem como espécies nativas,
que também serão afetadas, levando-
se em consideração que a polinização
é a atividade primordial, que contribui
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à CAPES, pela
bolsa de mestrado de MGCEG, à UFPel,
pela bolsa de iniciação científica de BRR
Biológico,v.82, 1-17, 2020
M.G.C.E. Greco, J.B. Oliveira, B.R. Rosa, F.R.M. Garcia
mais eficaz do que matar operárias,
e é a melhor tática para minimizar a
propagação de vespas invasoras (KISHI
& GOKA, 2017, KENNEDY et al. 2018).
O Brasil deve tomar todos os
cuidados para evitar a introdução da V.
mandarinia, pois ela pode causar prejuízos
econômicos ao país, principalmente
relacionados à apicultura nacional.
Pode, também, afetar as populações
de abelhas nativas que podem até ser
dizimadas, além de afetar as cadeias
alimentares em ecossistemas naturais.
Pode, ainda, se tornar um problema de
saúde pública, por ocorrência de contato
com a população humana.
indispensavelmente para a variabilidade
botânica, lesando, desta forma, todo
um sistema ecológico. Podem acarretar
acidentes para seres humanos e
demais animais, os quais podem ser
fatais. Mediante estes motivos, medidas
preventivas que visem evitar sua chegada
ao Brasil necessitam ser tomadas.
e ao CNPq, pela bolsa de produtividade
em pesquisa de FRMG.
14
 Vespa mandarina é uma ameaça ao Brasil?

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Recebido em: 9/9/2020

Aprovado em: 8/10/2020

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