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SUMÁRIO
História da Paraíba....................................................................................................................................... 2
a Revolução constitucionalista de 1932 .................................................................................................... 2
A revolução .......................................................................................................................................... 2
Final do conflito ................................................................................................................................... 3
A Intentona comunista de 1935 ............................................................................................................... 4
Ação Integralista Brasileira ................................................................................................................... 5
Aliança nacional libertadora ................................................................................................................. 6
A Intentona Comunista ........................................................................................................................ 6
O fim do levante .................................................................................................................................. 7
O estado novo e a Segunda Guerra Mundial: 1937 - 1945 ........................................................................ 9
O brasil Durante e na Segunda Guerra MUndial: 1939 - 1945 ..............................................................10
A Paraíba em tempos de guerra ..........................................................................................................11
Final do governo vargas ......................................................................................................................13
as ligas Camponesas ...............................................................................................................................13
as ligas camponesas na paraíba ...........................................................................................................14
Exercícios....................................................................................................................................................16
Referências Bibliográficas ...........................................................................................................................20

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HISTÓRIA DA PARAÍBA
A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932
Quando Getúlio Vargas assumiu o poder em 1930, período chamada de Governo
Provisório, uma das primeiras medidas adotadas por seu governo foi suspender a constituição
de 1891, a primeira da era republicana. Vargas fez isso para promover uma série de reformas
que consolidassem o seu poder político e também considerar que ela dava muita autonomia aos
estados da federação e a suspendeu pois queria centralizar os poderes em suas mãos. Para
tanto, o Congresso Nacional foi fechado.
Além disso, por meio de um decreto do dia 11 de novembro de 1930, Vargas passou a ter
direito de exercer tanto o Poder Executivo quanto o Legislativo, até que uma nova Assembleia
Constituinte fosse convocada. Para manter o poder, Vargas substituiu os governadores
estaduais pelos chamados interventores, que possuíam poderes limitados e sem a autonomia
dos antigos governadores. Com isso, o governo buscava reorganizar o sistema político
brasileiro por meio da centralização do poder.
Ele governava sem oposição e não se mostrava interessado na redemocratização do país.
Contudo, depois dos dois primeiros anos as medidas adotas pelo governo não demoraram para
provocar a reação de grupos que estavam descontentes, principalmente daqueles que
defendiam a urgência em restaurar a ordem constitucional do país, realizando novas eleições.
Principalmente os paulistas com o Partido Republicano Paulista.
Para acalmar os descontentes, Vargas adotou uma política conciliatória: criou um novo
Código Eleitoral para escolha dos representantes que formariam nova Assembleia Constituinte
e determinou também que as eleições para presidente ocorreriam em maio de 1933. Contudo,
não foi o suficiente, uma vez que São Paulo encabeçava um movimento que queria derrubar o
Governo Provisório de Vargas.
A justificativa era o de convocar mais rapidamente a realização de novas eleições para
uma Assembleia Constituinte, já que Vargas não se mostrava interessado em fazer isso
rapidamente, o que foi até recebido com certo entusiasmo pela população paulista. Mas, na
verdade, o que São Paulo queria era recuperar o poder político perdido com a Revolução de
1930.
A REVOLUÇÃO
A oligarquia de São Paulo sentia que o novo
governo prejudicava seus interesses e não aceitava
a perda do seu papel político destacado que tinha
durante o período da República do Café com Leite,
em que os latifundiários de São Paulo e Minas Gerais
dominavam a política federal. Outro fator que
agravava a situação era a nomeação de
interventores, geralmente Tenentes, de outros
estados para comandar São Paulo. Isso fazia com
que os paulistas criticassem durante o governo de
Getúlio Vargas. No começo de 1932, formou-se a
Frente Única Paulista, reunindo diferentes grupos
políticos para pressionar o governo de Vargas.
Cartazes como esse foram muito Apesar de ter o apoio de outros estados, era
utilizados para convocar jovens para se em São Paulo que a insatisfação tinha mais apelo
alistares nas tropas de São Paulo. Fonte: popular, com a realizações de manifestações nas
https://bityli.com/VIgzh. ruas contra o governo e suas medidas. O estopim

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para os enfrentamentos armados entre São Paulo e o Governo Federal aconteceu quando quatro
estudantes paulistas foram mortos pela repressão policial durante uma manifestação contra o
governo ocorrida em maio de 1932. Morreram: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Estes,
viraram símbolos da luta contra o governo, entrando para a história pela sigla com suas iniciais
marcadas nos cartazes que convocavam o povo para lutar contra Vargas: MMDC.
No dia 9 de julho de 1932, contanto com o apoio das tropas de São Paulo, civis armados e
contanto com respaldo popular, os dirigentes do movimento deram início ao levante armado
contra o governo federal, exigindo a renúncia de Vargas e a convocação de novas eleições.
Entretanto, São Paulo esperava a adesão de mais estados ao movimento, o que não aconteceu.
Os paulistas ficaram isolados e tiveram que enfrentar as tropas do governo federal sozinhos.
Para enfrentar as os paulistas, o governo convocou todas as tropas federais sediadas nos
estados e as Forças Públicas Estaduais. A estratégia utilizada pelas tropas do governo federal,
as Tropas Legalistas, para combater as forças revolucionárias, era a de bloquear todo o estado
de São Paulo, concentrando as tropas em quatro pontos de suas fronteiras, sendo denominadas
como frentes norte, sul, leste e oeste.
Durante a Revolução a Paraíba era governada pelo interventor Grautuliano de Brito, que
havia participado das lutas armadas durante a Revolução de 1930 e seguia os princípios
defendidos por Vargas. Inclusive, integrou um grupo de civis armados que invadiu o Quartel do
22º Batalhão de Caçadores no dia 4 de outubro daquele ano, iniciando a revolução no nordeste
do país. Com ele no comando, a Paraíba mandou um efetivo de mil e seiscentos homens,
distribuídos em quatro Batalhões. O Batalhão do efetivo permanente do Regimento Policial da
Paraíba (Polícia Militar) foi enviado a cidade do Rio de Janeiro, sendo comandados pelo Major
Elias Fernandes. Chegaram na cidade e seguiram para frente de combate no dia 27 de agosto,
atuando mais ao Norte de São Paulo.
O Primeiro Batalhão
Provisório, foi comandado pelo
Capitão João Costa, com o
Subcomandante Capitão Guilherme
Falcone. Contudo, quando
chegaram ao Rio de Janeiro, quem
Jornal a União relatando a participação dos soldados assumiu o batalhão foi o Capitão do
paraibanos durante a Revolução Constitucionalista de Exército Aristóteles de Souza
1932. Fonte: https://bityli.com/n1oMr. Dantas que seguiu com os seus
comandados para lutar na frente
norte, entrando em São Paulo pelo Estado de Minas Gerais.
O segundo e o terceiro Batalhão Provisório da Paraíba formaram um só contingente e
ficaram no Rio de Janeiro recebendo instruções até o dia 28 de agosto, quando receberam
ordens para embarcar para o Estado do Paraná, sob o comando do Tenente Coronel Martins de
Almeida para atuar nos combates no Sul de São Paulo, entre as cidades de Buri e Itapetininga.
FINAL DO CONFLITO
Os conflitos duraram dois meses, período em que, como vimos, os rebeldes foram
cercados pelas forças do governo, sendo obrigados a se render. A Revolução provocou grande
destruição em São Paulo, além de ter provocado um grande número de mortes. Vargas saiu
vitorioso do conflito, mas adotou uma política conciliatória com São Paulo. Por exemplo,
concedeu ajuda financeira para a sua reconstrução além de nomear um paulista como
interventor do Estado, Armando de Sales Oliveira.
Contudo, para tentar acabar de vez com a tensão existente, Vargas anunciou a realizações
de eleições para a formação de um Assembleia Nacional Constituinte em maio de 1933. Os
trabalhos da sua elaboração começaram no mesmo mês de maio e terminaram em novembro.
A segunda constituição da era republicana estava pronta, uma das principais reivindicações de

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São Paulo havia sido atendida e o governo evitava as chances de novas tentativas de revoluções
armadas.
Acabava assim o Governo Provisório de Vargas e se iniciava a fase conhecida como
Governo Constitucional.

Locais da participação da Polícia Militar da Paraíba durante a


Revolução Constitucionalista em 1932. Fonte:
https://bityli.com/n1oMr.

Revolução Constitucionalista de 1932


 Por que? Perda da Hegemonia política de São Paulo + Instabilidade política (4
interventores em 2 anos)
 Queriam? Constituição + Interventor civil e paulista + Eleições para presidente
 Características:
 23 de maio = MMDC
 9 de julho = início da Revolução (Duração = 3 meses)
 Líderes = generais Bertoldo Klinger e Isidoro Dias Lopes
 Consequências
 Vitória militar do gov. Vargas e vitória política de São Paulo
 Nomeação de interventor civil e paulista
 Convocação de eleições para Assembleia Constituinte
 Eleições presidenciais em 1934

A INTENTONA COMUNISTA DE 1935


A segunda fase do governo de Getúlio Vargas como presidente do Brasil, Governo
Constitucional (1934 – 1937), uma vez que, devido a Revolução Constitucionalista, foi
promulgada a nova constituição do Brasil em 1934. Dentre suas principais características
podemos destacar: o fim do cargo de vice-presidente; voto secreto (para alfabetizados e
maiores 18 anos); voto feminino; mandato presidencial de quatro anos; leis trabalhistas;
criação da Justiça eleitoral e da justiça do trabalho; ensino primário obrigatório e público.

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Essa fase também foi marcada por uma crescente polarização e radicalização política do
país. De fato, isso sofreu influência do contexto europeu, onde se observava a expansão do
comunismo e dos movimentos fascistas da Alemanha e da Itália. Foi nesse contexto que
surgiram dois importantes movimentos políticos no Brasil: a Aliança Nacional Libertadora
(ANL), representando a esquerda e a Ação Integralista Brasileira (AIB), representando a
extrema-direita.
AÇÃO INTEGRALISTA BRASILEIRA
A Ação Integralista Brasileira (AIB), criada em 1932, foi um movimento político de
extrema-direita caracterizado pelo radicalismo conservador. Inspirado nos governos fascistas
de Benito Mussolini na Itália e Adolf Hitler na Alemanha, teve como seu principal líder a figura
de Plínio Salgado.
Os integralistas defendiam que os problemas dos
brasileiros poderiam ser resolvidos com a criação de um
regime de inspiração fascista. A sua ideologia
caracterizava-se por um forte nacionalismo,
antiliberalismo e anticomunismo. Defendiam o
fortalecimento do poder do Estado e uma sociedade
disciplinada e hierarquizada.
Os integralistas ficaram conhecidos como “camisas
verdes” por causa de seus uniformes militares verdes em
que constava o símbolo grego do sigma, o qual significa a
soma de todas as partes. Além disso, adotaram a saudação
“Anauê” que em língua Tupi significa “você é meu irmão”.
Em um primeiro momento, elos integralistas
apoiavam Vargas, pois esperavam assumir cargos
importantes no governo. Contudo, o presidente não
Plínio Salgado, líder do AIB. correspondeu aos anseios dos integralistas, que passaram
Fonte: https://bityli.com/mscZs
a fazer oposição a ele.

Para os integralistas, Vargas havia recuado muito


quando aceitou criar uma nova Constituição em 1934.
Salgado e seus aliados pregavam que a única maneira de
reformar as instituições brasileiras era por meio de um
governo forte e autoritário, capaz de utilizar a força e a
violência para superar as oposições políticas. Durante os
anos de 1930, eles constituíram uma das forças políticas
mais influentes do país, chegando a possuir mais de 500 mil
militantes, 3 mil núcleos em todo território e 138 periódicos
filiados.
Além de Salgado, os seus outros líderes foram Miguel
Reale e Gustavo Barroso. Algumas de suas características
foram:
 Identidade política baseada na oposição do Anti-
comunismo e do Anti-liberalismo;
 Culto ao Chefe Nacional (Plínio Salgado);
 Deus, Pátria e Família (influência religiosa)
Propaganda integralista que
 Nacionalismo exacerbado; tinha como objetivo angariar
 Fascismo como aliado. adeptos em todo o Brasil. Fonte:
https://bityli.com/tTtgm.

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ALIANÇA NACIONAL LIBERTADORA


Já a Aliança Nacional Libertadora (ANL), formada em março de 1935, foi um movimento
político de esquerda ligado ao Partido Comunista do Brasil, tendo Luís Carlos Prestes, antigo
líder tenentistas e responsável pelo comando da Coluna Prestes, como seu presidente de honra.
Dentre as suas diretrizes, podemos destacar:
 A estatização de empresas imperialistas, consideradas armadilhas dos operários
que trabalhavam sob terrível exploração,
 Políticas públicas nacionalistas (como a suspensão do pagamento da dívida externa,
sob a alegação de que já haviam sido pagas há muito tempo),
 Fortalecimento dos direitos dos trabalhadores,
 Reforma agrária,
 A defesa de um Governo Popular orientado somente pelos interesses do povo
brasileiro,
 Oposição ao fascismo,
 Lema: “pão, terra e liberdade”.
Muitos envolvidos com o tenentismo e que foram afastados de posições políticas
importantes do governo de Vargas, incorporaram a ANL e passaram a fazer forte oposição ao
governo federal. Além disso, em poucos meses, atraíram milhares de militantes de parcelas das
classes médias urbanas, disseminando-se rapidamente pelo Brasil. Em maio de 1935, já
existiam mais de 1600 seções da ANL pelo país.
A INTENTONA COMUNISTA
Diante desse cenário político, Vargas decidiu reprimir a crescente oposição. Para isso,
lançou em março de 1935 a Lei de Segurança Nacional que previa uma forte repressão a
movimentos e atividades consideradas subversivas. O governo, dessa forma, tinha como
prender e perseguir legalmente grupos políticos ou manifestantes que o criticassem.
Assim, à medida que a ANL e a AIB cresciam, aumentava a tensão política no país, com
frequentes confrontos de ruas entre ambos. No dia 5 de julho de 1935, a ANL promoveu
manifestações públicas para comemorar o aniversário dos levantes tenentistas de 1922 e 1924.
Nessa ocasião, Prestes fez um discurso com duras críticas às ações do governo, defendendo a
derrubada do regime. Em contrapartida, Vargas aproveitou a grande repercussão do manifesto
para invadir a sede da ANL e prender diversas lideranças naquele mesmo mês. Com base na Lei
de Segurança Nacional, Vargas ordenou o fechamento dessa organização.
Diante dessa repressão, Prestes e demais lideranças comunistas decidiram organizar um
levante militar para derrubar o governo. Com bases formadas por civis e militares nos estados
do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, os aliancistas
planejavam para o mês de novembro de 1935, um movimento que partiria dos quarteis e
encontraria fácil apoio popular.
Contudo, o governo estava preparado para reprimir a Intentona Comunista, como ficou
conhecido o movimento. Lutas foram registradas em Natal, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre.
No dia 23 de novembro, durante o sábado, os rebeldes tomaram a cidade de Natal no Rio Grande
do Norte. A ideia de Prestes era começar o levante no dia 27 daquele mês, porém o governo
forjou uma mensagem por meio do serviço de informações do governo antecipando as
movimentações naquele estado. O objetivo do governo era precipitar as ações, fragmentando-
as, para facilitar a sua vitória
Um dia depois do movimento iniciado em Natal, no dia 24, foi a vez do Tenente Lamartine
Coutinho tomar a cidade de Recife. Ali, a resistência foi iniciada com parte das tropas federais
que se mantinham fieis ao governo e a Polícia Militar de Pernambuco. No dia seguinte, o 22º
Batalhão de Caçadores de João Pessoa (Paraíba) e o 20º Batalhão de Caçadores de Alagoas

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foram enviados para Recife. No dia 26


de novembro, o movimento na cidade de
Recife já havia sido controlado pelas
forças do governo.
Ao tomar conhecimento do que
estava acontecendo em Natal e em
Recife, o interventor da Paraíba,
Argemiro de Figueiredo, começou a
mobilizar a Força Pública, como era
conhecida a Polícia Militar na época,
para proteger a capital e as fronteiras do
estado com o Rio Grande do Norte. A
mando do interventor, o Deputado
Américo Maia percorreu as cidades que
Participantes da Aliança Nacional Libertadora detidos
faziam fronteira com o Rio Grande do
após a derrota da Intentona Comunista de 1935.
Fonte: https://cutt.ly/yyDxGaU. Norte, ordenando que as autoridades
locais se preparassem para resistir a
Intentona Comunista.
Assim, civis armados, militares e políticos se posicionaram nos principais pontos
fronteiriços com o Rio Grande do Norte, como Pombal, onde o Capitão Jacob Frantz contava com
mais de 200 homens, e Santa Luzia, onde o Tenente João Alves de Lira possuía 300 homens. Em
Patos, por sua vez, o prefeito Adalgísio Olyntho e o Tenente Vicente Chaves, contavam com 200
homens armados. Em Picuí, o Tenente Severino Lins, tinha 300 homens. Em Brejo do Cruz
formou-se um efetivo de 100 homens armados por lideranças locais. Enquanto isso, o governo
da Paraíba esperava a chegada das tropas federais que estavam vindo de Fortaleza, Alagoas,
Pernambuco e Bahia.
No dia 26 de novembro, o Tenente Coronel Elias Fernandes, dirigiu-se à Natal, juntamente
com 130 homens. Nesse mesmo dia, o Capitão Manuel de Benício partiu da cidade paraibana de
Caiçara para ocupar a cidade de Nova Cruz no Rio Grande do Norte. Ambas as cidades fazem
divisa entre os estados. Em Nova Cruz, as forças paraibanas entraram em confronto com as
forças da Intentona, resultando na morte de dois deles e na prisão de mais cinco pessoas.
Depois, adentraram na cidade de Vila Nova, prendendo várias pessoas e apreendendo
veículos, armas, munições e dinheiro dos rebeldes. Dessa cidade, o capitão Manuel Benício e
seus homens encontraram com o destacamento do Tenente Coronel Elias Fernandes que havia
partido em direção à Natal. Esses dois batalhões se juntaram e formaram o Segundo Batalhão
de Infantaria com 220 homens. Seguiram de trem para Natal.
Quando chegaram em Natal, foram enviados para a cidade de Nova Cruz para efetuar a
guarda do Quartel da Polícia Militar, do Banco do Brasil, bem como guardar a cadeia, onde
estavam muitos presos políticos, e fazer o policiamento da cidade. Depois disso, o Segundo
Batalhão de Infantaria retornou a capital paraibana no dia 23 de dezembro, sendo muito
homenageado. Nessa data, inclusive, a corporação ganhou nova denominação: de Força Pública
passou a ser chamada de Polícia Militar. Contudo, voltou a ser Força Pública em 1940, para em
1946, finalmente, receber novamente o nome de Polícia Militar.
O FIM DO LEVANTE
A Intentona Comunista acabou sendo contida rapidamente pelas tropas do governo.
Porém, o episódio serviu de pretexto para uma série de medidas autoritárias do governo, como
a aprovação de um estado de sítio, suspendendo direitos constitucionais da população, o que
permitia a adoção de medidas de repressão como a perseguição violenta a partidários do
Partido Comunista Brasileiro e da Aliança Nacional Libertadora, bem como das manifestações
públicas que criticassem o governo.

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Dessa forma, as prisões arbitrárias e a violência


policial se tornaram comuns. Em março de 1936, Luiz
Carlos Prestes foi preso e em setembro do mesmo ano,
Olga Benário Prestes, sua companheira, foi enviada à
Alemanha Nazista onde foi preso mesmo estando
grávida. A filha de Olga e Luiz nasceu na prisão e foi
criada pela mãe do líder da ANL no Brasil.
O clima era de tensão e violência e Vargas
aproveitou-se disso para se fortalecer. De acordo com a
Constituição de 1934, deveriam ocorrer eleições livres e
diretas para presidente da República em janeiro de
1938. Mas, querendo permanecer no poder, em
setembro de 1937, o governo divulgou um documento
que trazia informações sobre uma suposta conspiração
comunista que pretendia tomar conta do país. Chamado
de Plano Cohen, essa conspiração foi forjada pelo
próprio governo de Vargas para estimular na população
o medo de um golpe comunista.
Assim, no dia 10 de novembro de 1937, Vargas
anunciou um golpe de Estado, alegando que a Olga Benário sendo escoltada para
instabilidade política do país era um risco e, por isso, era um interrogatório na Polícia Centra
necessário abrir mão da democracia para reorganizar e do Rio de Janeiro. Fonte:
pacificar o país. Portanto, a democracia brasileira foi https://cutt.ly/yyDxGaU.
suspensa: direitos políticos suspensos; Constituição de
1934 suspensa; o Congresso foi fechado; e os partidos políticos foram proibidos. Começa assim
a ditadura varguista do Estado Novo (1937 – 1945).

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O ESTADO NOVO E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: 1937 - 1945


Depois do golpe de estado que instituiu o Estado Novo, o governo Vargas outorgou uma
nova constituição, que de fato já havia sido produzida no começo de 1937, antes mesmo do
golpe. Em virtude de a mesma ter sido baseada na Constituição da Polônia, a nova constituição
do Brasil ficou conhecida como “A Polaca”, de caráter fascista que restringia às liberdades
individuais: extinguiu todos os partidos políticos; aumentou o poder do chefe do executivo
centralizando o poder nas mãos de Vargas; nacionalizou a exploração de recursos minerais e
fontes de energia; estipulou a censura, a tortura e a pena de morte para crimes políticos; e
estimulava o nacionalismo ufanista.
Para garantir o funcionamento da nova constituição, o governo Vargas criou o
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que tinha como funções:
 censurar a imprensa para que não divulgasse informações contrárias ao governo;
 propagandear o governo os feitos do governo por meio de cartazes, cartilhas
escolares e a rádio;
 construir a imagem de Vargas como o Pai da nação;
 estimular o patriotismo/nacionalismo por meio de atos cívicos;
 construir uma identidade nacional baseada no trabalho.
Sobre esse último ponto, é preciso
ter em mente que ser cidadão durante a
Era Vargas era ser trabalhador. Um dos
objetivos de Vargas era industrializar o
país e para isso precisava de mão de obra
qualificada. Tanto é que a educação desse
período era voltada a formar esse
contingente.
Nesse sentido, uma das
características do Estado Novo foi a
difusão de valores como a dignidade do
trabalho, a obediência civil, a ordem e a
estabilidade social. Estes valores eram
Cartilha implantada nas escolas brasileiras com o difundidos nas escolas e se tornaram uma
objetivo de doutrinar as novas gerações. O brasileiro forma de controlar e influenciar a
ideal par ao governo era o cidadão ordeiro, população a apoiar o governo de Vargas.
trabalhador e cumpridor dos seus deveres perante a O sistema educacional foi um
pátria e a família. Fonte: https://bityli.com/4x5mS. importante mecanismo de doutrinação
das crianças e jovens para desenvolver
uma consciência patriótica e promover uma coesão nacional. O responsável por reformular a
educação nesse período foi Gustavo Capanema.
Para estimular o espírito cívico entre as massas, o governo também instituiu inúmeros
eventos, como passeatas, desfiles cívicos e festivais folclóricos, durante as quais promovia sua
imagem e obras. Investiu também em artistas que, por meio de suas canções, enalteciam o Brasil
e, dessa forma, o governo (como exemplo, a letra do samba composto por Ary Barroso intitulado
“Aquarela do Brasil”).
No setor econômico Vargas notabilizou-se pelo esforço de investir na industrialização da
economia brasileira. O objetivo era superar a dependência das atividades agrícolas de
exportação e ter uma economia mais diversificada. Para isso, promoveu a nacionalização de
reservas naturais, como o petróleo e metais, além de estimular o desenvolvimento de indústrias
nacionais.

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Uma das preocupações era desenvolver indústrias que garantissem a autonomia


produtiva do Brasil. Por isso, houve um investimento nas Indústrias de Base, que extraíam
minérios como o ferro, transformando-o para serem utilizados em outras indústrias. É esse
setor que permitiria ao Brasil o crescimento e a expansão desejada.
Para alcançar os seus objetivos e conseguir investimentos necessários para construir
essas indústrias, Vargas se aproveitou do início da Segunda Guerra Mundial. Ele iniciou
negociações com os alemães e com norte-americanos, para ver quem ofereceria mais dinheiro
para o país se industrializar. Os norte-americanos, sentindo-se ameaçados, emprestaram
dinheiro e deram auxílio tecnológico para a construção da Companhia Siderúrgica Nacional.
Foi inaugurada em 1946, passando a fornecer aço para o desenvolvimento industrial brasileiro.
Mas isso teve uma grave consequência para o governo fascista de Vargas: a decisão de
lutar pelo lado dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.
O BRASIL DURANTE E NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: 1939 - 1945
Quando o conflito iniciou em 1939, o Estado Novo de Vargas adotou uma política externa
cautelosa, que evitava um posicionamento decisivo em relação aos regimes fascistas da
Alemanha e da Itália (que juntamente com o Japão formavam as forças do Eixo), como também
quanto aos Estados Unidos que haviam entrado no conflito em 1941, depois do ataque japonês
a base americana de Pearl Harbor, no Havaí.
Isso demonstrava os impasses do Estado Novo, uma vez que tinha afinidades ideológicas
com os regimes fascistas ao mesmo tempo que queria se aproximar do EUA com o objetivo de
conseguir empréstimos para promover a modernização das indústrias do país. Essa
neutralidade oficial ficou conhecida como “Jogo duplo de Vargas”, que durou até 1942. Como
afirmado anteriormente, o objetivo era aproveitar as possibilidades da conjuntura
internacional da Segunda Guerra Mundial para conseguir mais investimento e assim implantar
as indústrias de base no Brasil.
Vargas deixou todo o seu apreço pela ideologia fascista na hora que adotou essa postura
pragmática. Se os americanos oferecessem mais dinheiro, ele não hesitaria em apoia-los no
conflito mundial. O que de fato aconteceu. Os Estados Unidos autorizaram investimentos e
empréstimos para a modernização da economia brasileira. Em contrapartida, afastavam o risco
de os nazistas conquistarem um importante aliado na América.
Contudo, quando os norte-americanos foram atacados pelos japoneses, o Brasil foi
forçado a se posicionar no conflito. Vargas rompeu definitivamente relações diplomáticas com
os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) em janeiro de 1942.
Além dos empréstimos feitos pelos
Estados Unidos, um fato foi
determinante para a opinião pública
aceitar a participação do Brasil no
conflito: submarinos nazistas atacaram
navios mercantes brasileiros que
navegavam nas proximidades da costa
brasileira e no Atlântico Norte. Muitos
paraibanos estavam a bordo desses
navios. Isso provocou uma grande
comoção nacional, fazendo com que a
opinião pública se posicionasse de forma
mais contundente contra os países do
eixo. O povo queria uma resposta do
governo. Foram realizadas passeatas de
Embarque do 1º Escalão da FEB para a Itália. Fonte: estudantes do Brasil com bandeiras na
https://bityli.com/9HrDY mão e clamando por justiça, comícios,

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discursos proferidos em várias emissoras de rádio do país


e nos jornais. O povo cobrava uma atitude do governo.
Depois te ter rompido relações e declarado guerra
aos países do Eixo em agosto de 1942, os Estados Unidos
foram autorizados a criar bases militares no Nordeste (em
Recife e Natal) para ampliar seu raio de ação no conflito
mundial. As bases foram construídas na região em virtude
a excelente localização, de frente para o litoral africano.

O país também forneceu matérias-primas, como a


borracha e o ferro, para os países aliados. Os oito mil
quilômetros de litoral voltados para o Oceano
Símbolo da FEB. Existia uma Atlântico, o fato de o país ser considerado um
narrativa popular afirmando que “celeiro” mundial e a grande quantidade de reservas
o Brasil só participaria da guerra o
dia que a cobra fumasse. E ela de minérios eram fatores que faziam do Brasil um
fumou. Fonte: aliado desejado.
https://bityli.com/7fbro.
Em estado de guerra, o Brasil criou a Força
Expedicionária Brasileira (FEB) e a Força Aérea
Brasileira (FAB), com o objetivo de enviar tropas para
participar do conflito. Entre os anos de 1944 e 1945, foram
enviados para a Itália 25334 homens (os “pracinhas”
brasileiros, como ficaram conhecidos os militares que
litaram na guerra), a maioria recém-recrutados, com
pouco nível de instrução e advindos do meio rural. Em
menor número, também haviam soldados profissionais
com longo tempo de serviço.
Durante a guerra, as forças brasileiras se destacaram
em três batalhas em território italiano: Monte Castello,
Montese e Fornovo. O saldo total para o país foi de 466
Símbolo da FAB. “Senta o Porrete”. soldados mortos em combate, outros 1,5 mil feridos e mais
Fonte: https://bityli.com/NzhYF. de 8 mil doentes (principalmente com problemas
psicológicos.
A PARAÍBA EM TEMPOS DE GUERRA
O interventor nomeado por Vargas para comandar a Paraíba em tempos de guerra, foi Rui
Carneiro. Sua administração a frente do executivo do estado paraibano aconteceu entre os anos
de 1940 a 1945.
No contexto histórico da Segunda Guerra Mundial, teve muita importância no Estado da
Paraíba, a atuação do jornal “A União”. Esse jornal, lido nas principais cidades paraibanas, era
um órgão oficial do Estado que propagava os ideais defendidos pelo governo varguista,
contribuindo para a formação de sentimentos nacionalistas e regionalistas. Dentre seus
principais objetivos era buscar apoio e consentimento populacional em relação a entrada do
Brasil na Segunda Guerra Mundial. Além disso, influenciava e incentivava a população a se
alistar ao exército, ingressando na Força Expedicionária Brasileira, para irem combater na
Itália.
O governo paraibano, usando os meios de comunicação da época, como o rádio e o jornal
A União, incentivou o alistamento militar, apresentando o Homem nordestino como tendo o
perfil ideal de soldado. Segundo esse discurso, o “homem nordestino já enfrentava os

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problemas da seca e várias outras adversidades, portanto, era “bravo por natureza”, um soldado
ideal, com perfil de soldado. Contribuía para isso o fato de ter ocorrido na Paraíba muitas
manifestações de estudantes, trabalhadores e integrantes da Igreja, que pediam justiça aos
paraibanos mortos no ataque aos navios brasileiros afundados por submarinos nazistas.
Depois que o Brasil declarou guerra aos países do eixo, houve uma grande prevenção de
possíveis ataques ao litoral da Paraíba por submarinos inimigos, já que o estado é o mais
próximo da costa africana. Por isso, houve um intenso policiamento do litoral pela polícia
militar.
Outra questão tratada como urgência pelo estado, diz respeito a mudanças estruturais
quanto à comunicação e fortificações das cidades da região. Garanhuns e Campina Grande, por
exemplo, eram as maiores e mais bem estruturadas cidades do interior da Paraíba e, por isso,
tinham grande importância como base para as operações no litoral.
Efeitos da Segunda Guerra Mundial na Paraíba:
 Alterações no cotidiano da população (por causa da insegurança e da tensão
geradas pelos eventos da Segunda Guerra Mundial. Muitos se reunião em farmácias,
por exemplo, para discutir sobre o conflito);
 Racionamento de alimentos e gasolina;
 Novas dinâmicas sociais que alteraram o funcionamento da sociedade (Boa
parte dos homens estavam engajados no esforço de guerra, uma vez que muitos
foram convocados para fazer parte das fileiras da FEB. Com isso, as mulheres
adotam uma nova postura, assumiram um protagonismo nos postos de trabalho);
 Incertezas sobre o futuro (medo de que existissem espiões nazistas em terras
paraibanas. Tanto é que, o governo federal baixou uma norma impedindo cidadãos
alemães, italianos e japoneses deixassem o Brasil);
 Polícia Militar encarregada de defender o litoral nordestino.
Importante destacar a transformação da vida das mulheres da Paraíba durante o conflito,
bem como de todo o nordeste brasileiro. Novas questões de gênero surgiram, pois, as mulheres
paraibanas deixaram o ambiente doméstico para ingressarem no mercado de trabalho,
ocupando postos que estavam disponíveis por conta da mobilização masculina nos esforços de
guerra. Além disso, houve a:
 Formação de enfermeiras na Paraíba (para trabalhar na FAB e na FEB)
 Criação da Legião Brasileira de Assistência (LBA – atuava em âmbito nacional.
Criada para dar apoio a famílias de cidadãos que haviam sido enviados para os
campos de batalha na Itália);
 Luta pelos direitos femininos no pós-guerra.
A Paraíba também demandou muitos de seus trabalhadores para obter materiais
destinados aos esforços de guerra: borracha, níquel, zinco, ferro e alumínio. Muitos, até mesmo,
foram chamados de “soldados da borracha (nordestinos mandados para a Amazônia coletar o
látex, que era enviado aos EUA). Destaque para a cidade de paraibana de Picuí que era rica em
minério. Durante a guerra a região teria sido procurada por militares americanos que queriam
encontrar urânio para enviaram aos Estados Unidos. O objetivo seria a fabricação de
armamentos bélicos.
Os paraibanos presentes na Itália totalizaram mais de 300 militares, com seis mortos em
combate. Integrando os “pracinhas”, esses soldados contribuíram para a vitória da batalha de
Monte Castello.

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FINAL DO GOVERNO VARGAS


Apesar do governo de Vargas estar ideologicamente vinculado a ideologia fascista
defendida pelo Eixo, acabou entrando, como vimos, na guerra ao lado das forças Aliadas em
1942, enviando tropas para lutar na Itália em 1944. Foi essa contradição que levou ao colapso
do Estado Novo varguista. Com a vitória das democracias aliadas, Vargas perdeu sua base
ideológica, já que isso representou também a derrota do fascismo alemão e italiano.
A ditadura do Estado Novo varguista ficou ameaçada, não resistindo as pressões internas
e externas para redemocratizar o país.

AS LIGAS CAMPONESAS
As Ligas Camponesas foram associações de trabalhadores rurais criadas incialmente no
estado de Pernambuco, posteriormente na Paraíba, no estado do Rio de Janeiro, Goiás e em
outras regiões do Brasil, que atuaram intensamente ao longo do período de 1955 até a queda
do João Goulart, por um Golpe de Estado efetuado pelos militares, em 1964.
As Ligas foram as grandes impulsionadoras do movimento social e político que lutava,
principalmente, pela realização de uma reforma agrária no país. Isso porque a manutenção de
uma produção agrícola baseada na exploração de grandes latifúndios excluía grande parte dos
trabalhadores de acesso a esse meio de produção, contribuindo para a manutenção de uma
extrema desigualdade social no Brasil.
As Ligas foram criadas em uma conjuntura favorável de liberalização política durante o
governo de Juscelino Kubitschek, ligadas às ideologias desenvolvimentistas, de integração
nacional e de expansão da cidadania. Portanto, as reivindicações camponesas encontraram
fôlego em um contexto brasileiro favorável.
O movimento foi criado no dia 1º de janeiro de 1955 no engenho Galileia, em Vitória de
Santo Antão, no agreste de Pernambuco. A propriedade possuía 140 famílias de foreiros
espalhados pelos quinhentos hectares de terra do engenho que estavam de “fogo morto”
(expressão utilizada no Nordeste para denunciar a inatividade de um engenho).
Formadas como Sociedade
Agrícola de Pecuária Plantadores
de Pernambuco (SAPPP), no
primeiro momento tinha como
finalidade gerar recursos comuns
para a assistência educacional e de
saúde e para comprar adubos com o
objetivo de melhorar a produção.
Contudo, a criação dessa liga deixou
temoroso o filho do proprietário do
engenho. Ele temia que a
consolidação de um núcleo de
produção camponesa pudesse
Sede da liga do Engenho da Galileia, 1961. Acervo: prejudicar os rendimentos das partes
Arquivo Público do Estado de São Paulo. Fundo: O mais produtivas do engenho. Para
Movimento. Fonte: https://bityli.com/MjKki. conter a ação desses lavradores,
buscou aumentar a renda das terras,
o que acabou expulsando muitas famílias do local. Isso teve como consequência a luta contra
esse aumento e contra as ameaças mais diretas de expulsão.
Uma solução encontrada pela SAPPP foi tentar apoio com advogado da capital Recife, para
auxilia-los na luta contra os donos do engenho. Encontraram o advogado Francisco Julião
Arruda de Paula, que notabilizou-se por uma declaração em defesa dos trabalhadores rurais, a

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Carta aos foreiros de Pernambuco, de 1945. Julião aceitou defende-los e passou a representar
o movimento. O primeiro resultado expressivo veio em 1959, com uma decisão favorável à Liga,
representada na decisão judicial a favor da desapropriação do engenho e distribuição de suas
terras às famílias que lá moravam.
Tal evento deu notoriedade aos camponeses da Galileia e transformou a Liga em um
símbolo da reforma agrária que os trabalhadores rurais tanto almejavam. Como consequência,
muitos outros núcleos das ligas foram criados em Pernambuco. Em 1961 já eram 25 instalados
no estado, destacando-se os de: Pau d’Alho, São Lourenço da Mata, Escada, Goiana e Vitória de
Santo Antão. Para constituir legalmente uma liga, bastava aprovar um estatuto, registra-lo e
instalar uma sede na cidade mais próxima. Como dizia um jornalista da Paraíba: “a liga começa
na feira, vai para o tabelião e ganha o mundo”.
A partir de 1959, as ligas também se espalharam pra outros estados, como a Paraíba, Rio
de Janeiro e Paraná, aumentando o impacto do movimento. Dentre esses, destaque para Sapé,
na Paraíba, o mais expressivo e maior de todos, chegando a ter mais de dez mil membros. A
expansão da Liga de Sapé se acelerou a partir de 1962, quando o seu principal líder, João Pedro
Teixeira, foi assassinado a mando de latifundiários locais.
Algumas lideranças importantes das ligas foram: na Galileia, João Virgínio e José
Francisco; em Sapé, João Teixeira, Pedro Fazendeiro, Elizabeth Teixeira e João Severino Gomes.
Possuíam, em geral, um nível educacional mínimo e eram pequenos proprietários ou exerciam
atividades artesanais. Em nível nacional, o destaque coube ao já mencionado Francisco Julião
que agregou para o movimento estudantes, idealistas, visionários, intelectuais, além de nomes
como o de Clodomir de Morais, advogado, deputado e ex-militante comunista.
Em geral, as ligas defendiam os interesses de foreiros, meeiros, arrendatários e pequenos
proprietários, que produziam uma cultura de subsistência e comercializavam os excedentes em
feiras locais. Dentre as suas finalidades e estratégias, podemos citar:
 Assistência jurídica (assistência jurídica para os trabalhadores rurais que se
sentissem ameaçados pelos latifundiários ou tivessem seus direitos trabalhistas
desrespeitados pelos mesmos);
 Assistência médica e educacional;
 Luta contra o cambão (trabalho gratuito)
 Fortalecer a consciência dos direitos comuns;
 Melhores condições de trabalho no campo;
 Luta pelos direitos trabalhistas;
 Defesa de uma reforma agrária profunda no Brasil.
Esse último ponto era o que despertava maiores preocupações entre a elite nacional. Em
1964, ocorreu a desagregação do movimento com o golpe militar que pôs fim ao movimento da
reforma agrária no Brasil naquele contexto. Inclusive Francisco Julião foi preso, conseguindo
asilo no México em 1965. Os militares promoveram uma intensa caça aos simpatizantes dos
movimentos identificados como de esquerda. Por isso, vários membros de Ligas Camponesas
foram presos ou assassinados.
Contudo, apesar de eliminar a organização, o golpe não desarticulou suas reivindicações
e seus anseios básicos (como a luta pela reforma agrária), pois foram incorporados pelos
sindicatos rurais nas décadas seguintes. Por exemplo, a partir do final dos anos de 1980, novas
ocupações de terras seriam realizadas por trabalhadores rurais que novamente reivindicava, a
reforma agrária, dando origem, em 1983, ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST).
AS LIGAS CAMPONESAS NA PARAÍBA
Como afirmado anteriormente, a Liga Camponesa mais importante da Paraíba foi a de
Sapé, formada no final da década de 1950, como uma tentativa de conscientização dos
camponeses a se organizarem, para que unidos pudessem lutar contra os excessos abusivos

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praticados pelos proprietários de terra ao homem e mulher do campo. Seu líder foi João Pedro
Teixeira.
Ele observava que o cotidiano da vida do campo era marcado pelas condições precárias
das pessoas que lá viviam. Eram camponeses, sobretudo, explorados pelos latifundiários que
os deixavam em uma condição de miséria e que não tinham seus direitos trabalhistas
respeitados. Por já possuir uma noção de organização sindical, João Teixeira tentou
conscientizar a massa camponesa no interior de Sapé, porém, sem sucesso devido as
perseguições sofridas por parte dos latifundiários.
Em 1958 ele tenta novamente, criando uma associação de caráter beneficente com sede
na cidade de Sapé, cuja finalidade era propiciar assistência aos homens e mulheres do campo.
Com isso, ele mostrava que o movimento “não era coisa de comunista”, mas de camponeses
explorados que possuíam direitos e não só deveres. Assim, foi criada a Liga Camponesa de Sapé
com o nome de Associação dos Trabalhadores Rurais de Sapé, com a liderança de João
Teixeira, embora fosse presidida por Severino Barbosa.
Teixeira queria conscientizar os
camponeses de que estavam sendo
explorados pelos latifundiários e que a
única forma deles se libertarem dessas
amarras e opressão, era por meio da
união de todos. Claramente que muitos
tinham a consciência de que estavam
sendo explorados, mas eles se
encontravam em uma conjuntura era de
extrema violência e sujeição. Muitas
vezes, manter-se controlado e reprimido
era sinônimo de sobrevivência, pois
tinham poucas alternativas de
resistência, de enfrentamento aberto
com o patrão.
Assim, o papel da Liga, na verdade, João Pedro Teixeira, Elizabeth Teixeira e filhos.
foi de organizar esses trabalhadores Fonte: https://bityli.com/kVPER.
rurais e dar visibilidade as suas
reivindicações. Isso, de forma coletiva e não individual. João Teixeira sabia que somente
mobilizando o máximo possível de camponeses, conseguiriam ter força suficiente para
enfrentar os latifundiários.
A Liga Camponesa de Sapé se tornou o centro de todo o movimento camponês na Paraíba,
disseminando-se rapidamente por outros municípios da Zona da Mata e do agreste: Alhandra,
Areia, Mamanguape, Rio Tinto, Guarabira, Mari, Itabaiana, Alagoa Grande, Oitizeiro, Mulungu,
Alagoinha, Caiçara, Pedras de Fogo, Campina Grande e Santa Rita.
Por meio da Liga de Sapé, os trabalhadores rurais obtiveram diversos benefícios na área
da saúde, educação, nos direitos trabalhistas e no fim do cambão (espécie de trabalho gratuito
de dois ou três dias na qual o camponês tinha que se submeter ao dono da terra onde morava).
Por exemplo, os serviços de saúde no campo eram quase inexistentes e a Liga de Sapé conseguiu
trazer oito postos do SAMU para diversas cidades da Paraíba, principalmente para Sapé.
Na área da educação, a Liga tentou alfabetizar o máximo possível de camponeses, que na
sua grande maioria eram analfabetos. Alfabetizar o camponês era importante pois isso
significaria ter voz na política (analfabetos não podiam votar naquele período. Isso facilitaria a
luta por melhores condições de trabalho, bem como a possibilidade de se discutir a necessidade
de uma reforma agrária no país.
Sabendo dessa necessidade e importância, a Liga de Sapé tomou várias mediadas para
ensinar o camponês a ler e escrever. Para isso, contaram com o apoio da CEPLAR (Campanha

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de Educação Popular) que utilizava o método Paulo Freire para alfabetizar homens e mulheres
do campo.
Enfim, a Liga Camponesa de Sapé surgiu da necessidade de organizar o trabalhador do
rural, para reivindicarem melhores condições de trabalho e pelo fim de sua expulsão de terras
onde residiam sem direito a nenhum tipo de indenização pelos anos trabalhados.
Por toda sua importância para o movimento, João Pedro Teixeira foi morto no dia 2 de
abril de 1962, ao retornar de uma viagem a João Pessoa (PB), por pistoleiros contratados por
latifundiários da região de Sapé.

EXERCÍCIOS
1. (2019 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova: VUNESP - 2019 - PM-SP – Soldado PM de 2ª
Classe) Observe o cartaz.

Considerando a imagem e conhecimentos sobre a história do Brasil republicano, é


correto afirmar que o cartaz trata de
A) um apelo à sociedade para sua mobilização em benefício das populações mais carentes
do país.
B) uma arma de mobilização do operariado das grandes cidades contrário às reformas
sociais de governos populistas.
C) uma convocação de reservistas para o alistamento militar no auge da Guerra Mundial.
D) uma denúncia das intenções antidemocráticas de alguns setores das forças armadas
brasileiras.
E) um chamado à participação efetiva da população na resistência militar a um governo
federal centralizador.

RESOLUÇÃO RÁPIDA - GABARITO E


A imagem retrata o conflito ocorrido durante a Era Vargas (1930-1945),
conhecido como “Revolução Constitucionalista”. Em 1932, os latifundiários e os
grupos políticos paulistas estavam insatisfeitos com o governo de Vargas porque ele
ainda não havia cumprido sua principal promessa: a convocação de eleições para a
Assembleia Nacional Constituinte, já que o país estava sem constituição, pois ele
havia suspendido a constituição de 1891. Assim, os paulistas, querendo recuperar o
prestígio perdido de outrora, passaram a cobrar eleições para a Assembleia. Como
não foram atendidos, em 9 de julho de 1932, deram início à Revolução
Constitucionalista.

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Divulgando por meio da imprensa – cartazes, jornais, emissoras de rádio –, o


movimento chamou a população para lutar efetivamente contra o Vargas e por mais
autonomia para as unidades federativas, pois o governo barrava a autonomia dos
estados centralizando o poder nas mãos do executivo federal. Ao todo o exército
constitucionalista chegou a contar com 135 mil homens. Contudo, foram derrotas.

RESOLUÇÃO COMPLETA - GABARITO E


A imagem retrata o conflito brasileiro, ocorrido durante a Era Vargas (1930-
1945), conhecido como “Revolução Constitucionalista”. Em meados de 1932, os
latifundiários e os grupos políticos paulistas sentiam que o governo prejudicava
seus interesses e não aceitavam a perda do papel político destacado que o estado
possuía durante a Primeira República, de 1889 a 1930 (também conhecida como
“República do Café com Leite”). Para piorar a insatisfação, até esse ano Vargas ainda
não havia cumprido sua principal promessa: a convocação de eleições para a
Assembleia Nacional Constituinte, já que o país estava sem constituição, pois o
Presidente havia suspendido a constituição de 1891. Assim, os paulistas, que já
estavam descontentes com a nomeação de um interventor pernambucano e militar
(indicado por Vargas e de sua confiança) para o estado produtor de café, passaram
a cobrar eleições para a Assembleia.
Como não foram atendidos, os paulistas começaram a se manifestar contra o
governo centralizador de Vargas. Apesar de ter o apoio de outros estados, era em
São Paulo que a insatisfação tinha mais apelo popular, com a realizações de
manifestações nas ruas contra o governo e suas medidas. O estopim para os
enfrentamentos armados entre São Paulo e o Governo Federal aconteceu quando
quatro estudantes paulistas foram mortos pela repressão policial durante uma
manifestação contra o governo ocorrida em maio de 1932. Morreram: Martins,
Miragaia, Dráusio e Camargo. Estes, viraram símbolos da luta contra o governo,
entrando para a história pela sigla com suas iniciais marcadas nos cartazes que
convocavam o povo para lutar contra Vargas: MMDC.
Divulgando por meio da imprensa – cartazes, jornais, emissoras de rádio –, o
movimento chamou a população para lutar efetivamente contra o Vargas e por mais
autonomia para as unidades federativas, pois o governo barrava a autonomia dos
estados centralizando o poder nas mãos do executivo federal. Ao todo o exército
constitucionalista chegou a contar com 135 mil homens.
No dia 9 de julho de 1932, contanto com o apoio das tropas de São Paulo, civis
armados e contanto com respaldo popular, os dirigentes do movimento deram início
ao levante armado contra o governo federal, exigindo a renúncia de Vargas e a
convocação de novas eleições. Entretanto, São Paulo esperava a adesão de mais
estados ao movimento, o que não aconteceu. Os paulistas ficaram isolados e tiveram

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que enfrentar as tropas do governo federal sozinhos. Não resistiram por muito
tempo e foram derrotas.

2. (2005 Banca: FUNPAR Órgão: PM-PR Prova: FUNPAR - 2005 - PM-PR – Soldado Polícia
Militar) Sobre o Integralismo, é correto afirmar:
(A) Foi um movimento liderado por Plínio Salgado que combatia a democracia burguesa
(conforme a tradição liberal) e o comunismo, e defendia um nacionalismo fundado no
centralismo estatal, que comandaria a disciplina e a hierarquia entre os indivíduos.
(B) Teve papel fundamental na revolução de 1930 e foi constituído, entre outros, pelo
levante do Forte de Copacabana e pela Coluna Prestes, interessados em contestar a
ordem política da chamada república oligárquica e cafeeira.
(C) Refere-se ao movimento estético e ideológico liderado principalmente por Mário de
Andrade e Oswald de Andrade, cuja proposta era a ruptura com uma arte de influência
europeia acadêmica, fundando uma expressão artística original.
(D) Foi um movimento liderado pelo Partido Comunista Brasileiro e tinha como proposta
efetivar no Brasil uma revolução proletária.
(E) Trata-se de um movimento do catolicismo brasileiro que, imbuído das propostas
sociais da Rerum Novarum, propunha uma maior participação da Igreja na política social
do Estado brasileiro.

RESOLUÇÃO RÁPIDA - GABARITO A


A Ação Integralista Brasileira (AIB) foi um partido e movimento político
surgido no Brasil em 1932, período em que Getúlio Vargas comandava a nação
(1930 -1945), influenciado pelos ideais fascistas desenvolvidos na Europa após o
fim da Grande Guerra (1914 – 1918). O movimento de extrema-direita tinha como
líder o jornalista Plínio Salgado. Suas principais características eram:
Anticomunismo e antiliberalismo; culto ao chefe nacional (Plínio Salgado); Lema
“Deus-Pátria-Família” (influência religiosa); Nacionalismo exacerbado; Fascismo
como aliado; Estado forte, centralizador politicamente; projeto de educação integral
(moral, cívica e física); e governo ditatorial.

RESOLUÇÃO COMPLETA - GABARITO A


O integralismo foi um partido e movimento político surgido no Brasil em 1932,
período em que Getúlio Vargas comandava a nação (1930 -1945), influenciado pelos
ideais fascistas desenvolvidos na Europa após o fim da Grande Guerra (1914 –
1918). O movimento de extrema-direita foi fundado com o nome de Ação
Integralista Brasileira (AIB), tendo como líder o jornalista Plínio Salgado. “Ação”
sugere mobilização, força e violência. Agir e não pensar em nome dessa ideologia
que salvaria a humanidade e implantaria um Estado forte. “Integralista” vem de
integral e remete à ideia de totalidade, que vai contra a democracia dos partidos, o
sistema de representação, a diversidade e os conflitos inerentes à vida social e
política. “Brasileira” se refere à defesa exacerbada do nacionalismo em oposição aos
partidos estaduais, regionais e internacionalistas – como o Partido Comunista.

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Dentre suas principais características, portanto, podemos destacar: o anti-


comunismo e o anti-liberalismo; defesa do Estado corporativo; o chefe nacional
como figura central; Estado como guia da economia; Estado forte, centralizador
politicamente; corporações e federações de sindicatos, como alternativa às classes;
harmonia pautada na moral cristã; nacionalismo exacerbado; e projeto de educação
integral (moral, cívica e física).
O objetivo era construir uma unidade da população brasileira em oposição à
divisão da sociedade em classes. Os integralistas queriam alcançar isso por meio da
formação de um Estado integral, que conciliaria os diferentes interesses existentes
dentro da sociedade. Negavam a democracia, defendendo um Estado centralizado
para defender os interesses nacionais e proteger os valores brasileiros, negando a
existência de oposição política. Portanto, podemos caracteriza-lo como um
movimento nacionalista e autoritário, em que o Estado mantem a unificação integral
da sociedade, disciplinando os indivíduos, por meio da repressão.

(2015 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova: VUNESP - 2015 - PM-SP - Aspirante da Polícia
Militar) Sua entrada em cena na história do Brasil começa em 1934, quando é destacada
para ajudar Luiz Carlos Prestes a retornar ao país e servir como sua guarda-costas.
Viajam, então, passando-se por marido e mulher e, quando chegaram ao Rio de Janeiro
em 1935, já eram de fato um casal. Após o fracasso do levante comunista no mesmo ano,
são ambos presos. Grávida de sete meses e separada de Prestes, Olga é deportada para a
Alemanha em 1936, e tem a filha alguns anos antes de morrer em um campo de
concentração. (Bruno Garcia, Uma explosão de estereótipos. Disponível em:
<http://goo.gl/o8cswu>. Adaptado) O levante citado no trecho foi utilizado como
pretexto para a:
(A) aliança do Brasil com o Eixo no contexto imediatamente anterior à Segunda Guerra
Mundial, o que provocou reação imediata dos EUA em busca do apoio do Brasil no
conflito.
(B) escalada autoritária que levou ao golpe do Estado Novo em 1937, tendo sido utilizado
como justificativa para a aplicação do mecanismo do estado de sítio por parte de Vargas.
(C) cassação do mandato de deputados e senadores eleitos pelo PCB no contexto do
governo constitucional, pondo fim à existência legal do partido que vinha desde a sua
fundação em 1922.
(D) restrição imposta aos trabalhadores de só poderem se organizar em sindicatos
controlados pelo Estado, neutralizando a ação política autônoma do movimento
operário.
(E) criação do Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social), que foi
organizado por Vargas com o objetivo de perseguir os movimentos políticos de oposição
ao governo.

RESOLUÇÃO RÁPIDA - GABARITO B


A tentativa fracassada do levante comunista de 1935, comandado pela Aliança
Nacional Libertadora (ANL), foi utilizada de pretexto por Getúlio Vargas para aplicar
mediadas de segurança nacional, como o Estado de Sítio. Com isso, o governo podia
prender qualquer pessoa, sem que a mesma pudesse responder em liberdade por
meio do Habeas Corpus (nesse tipo de estado de exceção, garantias constitucionais

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são suspensas). Logo depois, Vargas deu um Golpe de Estado, assumindo o Brasil
ditatorialmente, justificando que o país deveria se proteger de uma suposta ameaça
comunista que pairava sobre o ar.

RESOLUÇÃO COMPLETA - GABARITO B


Em 1935, durante o governo de Getúlio Vargas, foi aprovada a Lei de Segurança
Nacional, que previa a repressão e punição as atividades consideradas subversivas.
Dessa forma, o governo começava a ter um meio legal para aprisionar manifestantes
e perseguir grupos políticos que o contestassem. Por exemplo, reprimiram a Aliança
Nacional Libertadora (ANL), partido político de esquerda no Brasil à época. Logo
depois, Luís Carlos Prestes, líder da ANL, fez um discurso com críticas às ações do
governo, defendendo a sua derrubada. Em contrapartida, o governo ordenou a
invasão da sede da ANL e a prisão de diversa lideranças em julho do mesmo ano. Ao
afirmar que a ANL era um instrumento de comunistas para controlar o país, o
governo fechou a organização.
Diante da repressão, lideranças comunistas da ANL decidiram organizar um
levante militar para derrubar o governo centralizador de Vargas. Esse movimento
ficou conhecido como Intentona Comunista e teve início em novembro de 1935.
Contudo, sem apoio popular, acabou contido rapidamente pelas forças do governo.
A Intentona Comunista aumentou o endurecimento das ações governamentais, e em
novembro o Congresso decretou “estado de sítio”, que possibilitava a adoção de
medidas de repressão contra aqueles que eram contrários ao governo. Esse quadro
contribuiu para o reforço da Lei de Segurança Nacional e a ampliação dos poderes
do presidente para agir em situações consideradas emergenciais.
O auge do “estado de sítio” chegou em 1937, quando Vargas apresentou a
nação um documento chamado “Plano Cohen”, no qual demonstrava a suposta
conspiração por parte dos comunistas com o objetivo de tomar o poder no Brasil. De
fato, essa conspiração comunista nunca existiu, mas foi apresentado ao público por
Vargas para manipula-lo e, consequentemente, ganhar apoio social necessário para
instituir a ditadura do Estado Novo, entre 1937 a 1945.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, Fernando Antonio. As Ligas Camponesas. Editora Paz e Terra: Rio de Janeiro, 1982.

CÂMARA, Leandro Calbente. História. São Paulo: FTD, 2018

CAMARGO, Rosiane; MOCELLIN, Renato. História em debate. São Paulo: Editora do Brasil,
2013.

CORDEIRO, Lysvania Vilela. História: ensino médio. Curitiba: Positivo, 2016.

JÚNIOR, Alfredo Boulos. História: sociedade e cidadania. São Paulo: FTD, 2013.

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