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Como avaliar

argumentos?

– LÓGICA INFORMAL
Como avaliar argumentos?

FORÇA E COGÊNCIA

Premissa(s) Conclusão

A força de um argumento não dedutivo reside na relação


de justificação entre a(s) premissa(s) e a conclusão.

A cogência de um argumento não dedutivo consiste em


aliar a força do argumento e a veracidade das premissas.
Como avaliar argumentos?

1. LÓGICA INFORMAL – AVALIAR ARGUMENTOS NÃO DEDUTIVOS

Os argumentos dedutivos válidos são aqueles


Dedutivos em que é impossível as premissas serem
verdadeiras e a conclusão falsa.
Argumentos
Os argumentos não dedutivos fortes são aqueles
Não em que é improvável, mas não impossível, as
dedutivos premissas serem verdadeiras e a conclusão
falsa.
Como avaliar argumentos?

1. LÓGICA INFORMAL – AVALIAR ARGUMENTOS NÃO DEDUTIVOS

Generalização
Dedutivos Indutivos
Argumentos Previsão
Não
Analogia
dedutivos

Autoridade
Avaliar argumentos não dedutivos

É provável que a vacina da gripe seja eficaz na


Argumento Inês, já que na maioria das pessoas saudáveis essa
vacina é eficaz, e a Inês é uma pessoa saudável.

Identificar as (1) É provável que a vacina seja eficaz na Inês.


proposições (2) A vacina é eficaz na maioria das pessoas
presentes no saudáveis.
argumento (3) A Inês é uma pessoa saudável.
Avaliar argumentos não dedutivos

É provável que a vacina da gripe seja eficaz na


Argumento Inês, já que na maioria das pessoas saudáveis essa
vacina é eficaz, e a Inês é uma pessoa saudável.

Identificar as (1) É provável que a vacina seja eficaz na Inês. (C)


premissas e a (2) A vacina é eficaz na maioria das pessoas
conclusão saudáveis.
(3) A Inês é uma pessoa saudável.
Avaliar argumentos não dedutivos

É provável que a vacina da gripe seja eficaz na


Argumento Inês, já que na maioria das pessoas saudáveis essa
vacina é eficaz, e a Inês é uma pessoa saudável.

(1) A vacina é eficaz na maioria das pessoas


Reescrever na saudáveis. (2) A Inês é uma pessoa saudável.
forma-padrão (3) Logo, é provável que a vacina seja eficaz na
Inês.
Avaliar argumentos não dedutivos

Neste tipo de argumentos não somos capazes de avaliar a relação de


justificação entre as premissas e a conclusão olhando apenas para a sua forma
lógica.

É preciso analisar o conteúdo das proposições presentes


no argumento, isto é, aquilo que elas afirmam sobre a
realidade.

Os argumentos não dedutivos fortes podem ser


comparados e hierarquizados pelo seu grau de força.
Avaliar argumentos não dedutivos

Argumentos indutivos

Premissa Tipo de
inferência Conclusão
Logo, todos os
desfiles de
Generalização Carnaval de
Os desfiles de
Veneza são
Carnaval de
animados
Veneza têm sido
animados nos
Previsão Logo, o próximo
últimos anos. desfile de Carnaval
de Veneza será
animado.
Avaliar argumentos não dedutivos

Os
desfiles de
Carnaval
Argumentos indutivos de Veneza
têm sido
Premissa

animados

Um argumento indutivo por generalização parte do
conhecimento que possuímos sobre uma amostra Tipo de
Generalização
inferência
de um universo para concluir algo sobre todo esse
universo. Logo,
todos os
desfiles de
Partimos do conhecimento que temos dos desfiles de Carnaval Conclusão
de Veneza
Carnaval de Veneza dos últimos anos para concluir são
animados.
algo sobre todos os desfiles de Carnaval de Veneza.
Avaliar argumentos não dedutivos

Os
desfiles de
Carnaval
Argumentos indutivos de Veneza
têm sido
Premissa

animados

Um argumento indutivo por previsão parte do
conhecimento que possuímos sobre uma amostra Tipo de
Previsão
inferência
de um universo para concluir algo ainda não
conhecido. Logo, o
próximo
desfile de
Partimos do conhecimento que temos dos desfiles de Carnaval Conclusão
de Veneza
Carnaval de Veneza dos últimos anos para concluir será
animado.
algo sobre o próximo desfile de Carnaval de Veneza.
Avaliar argumentos não dedutivos

Argumentos indutivos

Um bom argumento indutivo deve:

Conter nas premissas uma amostra extensa –


quanto maior ela for, mais força terá a relação de
justificação com a conclusão.

Conter nas premissas uma amostra


representativa – a amostra deve representar a
diversidade do universo em causa.
Avaliar argumentos não dedutivos

Argumentos por analogia

Um argumento por analogia parte da premissa de que


duas coisas são semelhantes em alguns aspetos
para a conclusão de que também devem ser
semelhantes noutro aspeto.

A Chrysler foi legalmente responsabilizada por danos causados


por defeitos na suspensão do Corvair. Os defeitos no tanque de
gasolina do Ford Pinto causaram ferimentos igualmente graves.
Portanto, a Ford também deve ser legalmente responsável
pelos danos causados por esses defeitos.
Avaliar argumentos não dedutivos

Argumentos por analogia

Um bom argumento por analogia deve incluir nas premissas:

semelhanças numerosas – quanto mais


semelhanças, mais força terá a relação de
justificação com a conclusão.

semelhanças representativas – as semelhanças


devem representar adequadamente as coisas
comparadas.

semelhanças relevantes – as semelhanças devem


ser pertinentes para inferir a conclusão.
Avaliar argumentos não dedutivos

Argumentos de autoridade

Um argumento de autoridade inclui nas premissas


uma referência a uma entidade ou pessoa (autoridade)
e justifica a conclusão com base nessa referência.

Acredito que a velocidade da luz é constante, pois desde


Einstein que todos os físicos concordam com esta ideia.
Avaliar argumentos não dedutivos

Argumentos de autoridade

Um bom argumento de autoridade deve:

Apelar a um verdadeiro especialista no assunto tratado pelo


argumento.

Usar-se apenas se existir consenso entre os especialistas sobre a proposição que é


defendida.
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2. FALÁCIAS INFORMAIS

As falácias informais são argumentos que


podem parecer fortes ou aceitáveis, mas
que não o são. As premissas de um
argumento falacioso não justificam
adequadamente a sua conclusão.
Falácias informais

Generalização precipitada e amostra não representativa

Existem dois erros comuns que


destroem a força das generalizações Já tive vários cães como animal de
e das previsões: não incluir nas estimação e eram todos muito
premissas uma amostra numerosa peludos, logo todos os cães são
e/ou não garantir que essa amostra muito peludos.
seja representativa.
Falácias informais

Generalização precipitada e amostra não representativa

Conheço dezenas de cães e nenhum gosta de


nadar, logo nenhum cão gosta de nadar.

Mesmo que a amostra seja grande, ela


ainda assim pode não ser representativa do
universo a que se refere o argumento.
Falácias informais

Generalização precipitada e amostra não representativa

O professor que se reformou era muito


exigente, logo o novo professor também será.

Uma amostra pouco extensa,


provavelmente, não é representativa do
universo a que se refere o argumento.
Falácias informais

Falsa analogia

Tal como os exércitos precisam de um general, as


turmas precisam de um professor.

Um argumento por analogia torna-se falacioso


se: não existirem semelhanças
representativas entre as coisas comparadas;
se as semelhanças não forem numerosas; ou
se as semelhanças não forem relevantes para
estabelecer a verosimilhança da conclusão.
Falácias informais

Apelo ilegítimo à autoridade

Acredito que a distinção entre boas e más ações se encontra


na consequências dessas ações, pois era essa a posição de
Stuart Mill.

Um argumento de autoridade torna-se falacioso se não


apelarmos a especialistas no assunto em questão; e se
não existir consenso entre especialistas, como é o caso
deste exemplo e de quase todos os assuntos filosóficos.
Falácias informais

Petição de princípio ou raciocínio circular

Um soldado que perdesse a coragem deixaria de o ser, pois


a verdade é que, sem coragem, ele não seria realmente um
soldado.

Neste tipo de falácia, as premissas já assumem, direta


ou indiretamente, que a conclusão é verdadeira. Assim,
as premissas não oferecem nenhuma razão para
aceitarmos a conclusão.
Falácias informais

Falso dilema

Se afirmas que te preocupas com o ambiente, ou te


inscreves numa associação ambientalista ou concluo
que estás a mentir. Não estás inscrito em nenhuma
associação ambientalista, logo não te preocupas com o
ambiente.

Sempre que um argumento apresenta um número


reduzido de alternativas, esquecendo a existência
de outras possibilidades, não consegue justificar
adequadamente a sua conclusão.
Falácias informais

Falsa relação causal

Os meus problemas económicos agravaram-se


desde que Portugal aderiu à União Europeia
(UE), logo a causa desse agravamento foi a UE.

A sucessão ou simultaneidade de eventos


não implica necessariamente uma relação
causal entre eles. Supor essa relação sem
outros motivos é cometer esta falácia.
Falácias informais

Ad hominem (ataque ao homem)

Kant é um filósofo chato, frio e insensível, e é por isso que


não reconhece que as boas ações podem derivar de bons
sentimentos.

O carácter, o contexto ou o comportamento de uma


pessoa não têm, geralmente, influência sobre a verdade
ou falsidade de uma proposição, ou sobre a qualidade do
argumento apresentado.
Falácias informais

Ad populum (apelo ao povo)

A maioria dos portugueses é adepta de futebol


e vive intensamente os jogos da seleção
nacional. Por esse facto, devia decretar-se
feriado nacional nos dias em que a seleção
nacional joga.

O pensamento ou os sentimentos da maioria


das pessoas não são razão suficiente para
justificar a veracidade de uma conclusão.
Falácias informais

Boneco de palha (espantalho)

– Voto contra a lei da segurança Esta falácia consiste em distorcer


porque ela limita a liberdade dos o argumento de alguém com o
cidadãos. objetivo de o refutar mais
– Quem é contra esta lei certamente facilmente. Ataca-se o argumento
prefere viver num país violento, com distorcido (o boneco de palha) e
elevadas taxas de criminalidade. conclui-se que a posição do
Ninguém quer viver assim, logo oponente foi refutada.
devemos votar a favor.
Falácias informais

Apelo à ignorância

Dado que ninguém afirmou que o exame de


Filosofia foi difícil, concluo que foi fácil.

Esta falácia parte da ignorância para afirmar


algum conhecimento. Consiste em afirmar a
veracidade (ou falsidade) de uma proposição
apenas porque não há evidência ou prova
em contrário.
Falácias informais

Derrapagem ou bola de neve

Não concordo com o novo imposto sobre os refrigerantes. Se aceitarmos este imposto,
depois criam outro sobre as batatas fritas e depois sobre os hambúrgueres, etc.
Rapidamente, todos os alimentos de que eu gosto ficarão mais caros, por isso não
concordo com o novo imposto.

A falácia da derrapagem (ou bola de neve) ocorre quando se baseia a conclusão


de um argumento numa cadeia causal sem que haja razão suficiente para pensar
que tal cadeia causal realmente ocorrerá.

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