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Tese Anderson Pelissari Processo de Formulacao de Estrategias em Pequenas Empresas Com Base Na Cultura Corporativa e Competencias Gerenciais
Tese Anderson Pelissari Processo de Formulacao de Estrategias em Pequenas Empresas Com Base Na Cultura Corporativa e Competencias Gerenciais
Ficha Catalográfica
PELISSARI, Anderson Soncini. Processo de formulação de estratégias
em pequenas empresas com base na cultura corporativa e
competências gerenciais. Santa Bárbara d’Oeste 2007. UNIMEP,
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Faculdade de
Engenharia, Arquitetura e Urbanismo.
221 p.
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
The actual global scenery places the Brazilian small business under the
pressure of new competitive forces. The big challenge for their managers is to
determine the market’s sensibility, the innovation and the technology of the
product, as well as their adaptation to new management models. This context
brings about the small business necessity to formulate enterprise strategies to
reach their goals. As a result of this demand, the present work, which primary
aim was the design of a model for enterprise strategies for small business, has
its line in corporative culture and management performance, combining the
practical and theoretical knowledge of these organizations. The methodology
adopted for development of the thesis is the qualitative descriptive research, for
the bibliographical research and study of case. In order to collect data
information, a non-probabilistic intentional sample constituted of three small
clothes industry was considered of the region of Great Victory. E the collection
instrument was the interview and the documentary research. In the present
study, it was delineated that the enterprise strategy in the small company is
resultant of the interaction between the corporative culture and the
management abilities, under the influences of the external forces to the
company. In this way, the proposed strategic model encloses the following
steps: 1) internal and external environment monitoring, 2) mission definition and
corporative aims, 3) the creation of a general vision of the market, the product
and the potential clients and 4) strategic alignment.
SUMÁRIO
1. Introdução .....................................................................................................10
1.1 Delimitação do Tema ..................................................................................10
1.2 Justificativa..................................................................................................18
1.3 Caracterização do Problema.......................................................................24
1.4 Objetivos .....................................................................................................28
1.4.1 Objetivo geral ...........................................................................................28
1.4.2 Objetivos Específicos...............................................................................28
1.5 Originalidade do Tema da Tese ..................................................................29
2. Referencial Teórico .......................................................................................32
2.1 Empresa: aspectos introdutórios.................................................................32
2.1.1 Conceituando Pequena Empresa ............................................................33
2.2 As Pequenas Empresas e a competitividade ..............................................35
2.3 Estratégias Empresariais ............................................................................40
2.3.1 Conceituação ...........................................................................................40
2.3.2 Escolas de Pensamento Estratégico........................................................46
2.3.3 Formulação de Estratégia ........................................................................56
2.4 Cultura organizacional: um enfoque corporativo .........................................73
2.4.1 Aspectos históricos e conceituais ............................................................74
2.4.2 Modelos de apreensão da cultura ............................................................77
2.5 Competências Gerenciais ...........................................................................85
2.5.1 Aspectos históricos e conceituais de Competências................................86
2.5.2 Classificação das Competências .............................................................91
2.5.3 Desenvolvimento de Competências Gerenciais.......................................95
2.6 Estratégias empresariais, cultura corporativa e competências gerenciais 105
3. Metodologia da Pesquisa ............................................................................112
3.1 Procedimentos metodológicos ..................................................................112
3.2 A Natureza da Pesquisa............................................................................114
3.3 Tipologia da Pesquisa ...............................................................................115
3.4 Universo e Amostra...................................................................................118
7
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
1. Introdução
Neste cenário, Daft (1999) afirma que as pequenas empresas têm de descobrir
formas para englobar o paradoxo do século XXI de manter tudo funcionando e
ao mesmo tempo mudar tudo. Fazer isso significa olhar para o mundo através
de lentes diferentes. Implica desenvolver a capacidade de elaboração de
estratégias, visando tornarem-se competitivas, zelando pela sua permanência,
fixação e expansão no mercado.
Porter (1991) afirma que estratégia é criar uma posição exclusiva e valiosa,
envolvendo um diferente conjunto de atividades. A estratégia está preocupada
com objetivos de longo prazo e os meios para alcançá-los que afetam o
sistema como um todo. Esta definição caracteriza a estratégia como o
12
A despeito dos ensinamentos dos gurus da estratégia, não existe uma maneira
única e melhor de se formular estratégias empresarias. Ao contrário, a melhor
13
Por isso, a cultura está sendo modelada continuamente. Foi a partir dos
trabalhos de Edgard Schein (1981) e Firsirotu (1984), que a transposição do
conceito de cultura para o estudo das organizações tomou um maior impulso.
Estes trabalhos serviram de alicerce para a determinação da variável cultura
organizacional.
1.2 Justificativa
AMBIENTE
INTERNO DA EMPRESA Habilidades
Cultura corporativa
Competências Gerenciais
Crenças
PROCESSO DE Saber
FORMULAÇÃO DE agir
ESTRATÉGIAS
EMPRESARIAIS
Valores
Integrar
Sentimen- Mobilizar
tos recursos
Kotter e Heskett (1994) afirmam que uma cultura é capaz de cegar até mesmo
executivos experimentados e bem sucedidos para fatos que não combinem
com as suas suposições. Sendo que, uma cultura arraigada pode dificultar
bastante a formulação e implementação de estratégias novas e diferentes. O
que evidencia a relevância desta variável.
Essa nova perspectiva de gestão está aliada às mudanças que vêm ocorrendo
no contexto contemporâneo e exigem do administrador, competências
gerenciais, que outrora, eram dispensáveis.
aplicação, mas pode não perceber o momento e o local adequados para aplicá-
los na sua atividade (HIROTA; FORMOSO, 2003).
Mattar (1988) divide os motivos que levam a alta mortalidade das pequenas
empresas em fatores externos e internos à empresa. Dentre os fatores
externos, destaca-se o “efeito sanduíche”, que ocorre quando a pequena
empresa compra de grandes fornecedores e vende para grandes clientes,
sendo pressionada por ambos os lados; o tratamento indiferenciado da
legislação e o baixo volume de crédito disponível.
Dentre os fatores internos, Mattar (1988) cita a baixa capacidade das pequenas
empresas em se adaptar às mudanças no seu meio ambiente; a estreita
vinculação empresa-empresário e a falta de delimitação de estratégias
empresariais.
Outros aspectos que caracterizam estas empresas são: busca constante pela
auto superação. A empresa em si é a criação mais importante, e não os
produtos. Ou seja, os produtos são veículos para a empresa e não o inverso.
Persistência acima de tudo e apesar de tudo. Grande capacidade de
recuperação, conseguindo dar a volta por cima das adversidades. O líder não
impõe soluções, mas disponibiliza ferramentas para as pessoas.
Compromissos com metas e projetos desafiadores, normalmente arriscados.
Existência de uma cultura de devoção à empresa por parte dos empregados,
27
1.4 Objetivos
2. Referencial Teórico
Daft (1999, p.11) define as empresas como “entidades sociais; são dirigidas por
metas; são desenhadas como sistemas de atividades deliberadamente
estruturados e coordenados e são ligadas ao ambiente externo”.
- Número de empregados;
- Volume de vendas;
Para fins deste estudo, adota-se o critério quantitativo, mais utilizado para fins
estatísticos no Brasil, o número de empregados, como mostra o quadro 1:
34
PORTE EMPREGADOS
Neste sentido, Porter (1998) afirma que existem forças que influenciam na
competitividade destas empresas: concorrente, fornecedores, produtos
substitutos, novos entrantes e consumidores. Com a globalização, todos esses
fatores tiveram suas dimensões ampliadas. A abertura de mercado fez com
que essas forças passassem a ser vistas em termos mundiais e não mais
regionais.
Assim, Daft (1999) acredita que as organizações têm de descobrir formas para
abraçar o paradoxo do século XXI, de manter tudo funcionando e ao mesmo
tempo mudar tudo. Fazer isso significa olhar para o mundo através de lentes
diferentes.
Kanter (1995) afirma que a força competitiva de uma empresa está em sua
capacidade para entender o mercado e na habilidade para comandar ativos
intangíveis como: conceitos (idéias principais, visão de objetivos, estratégias de
futuro, interação do conjunto, etc.), capacidades (recursos e habilidades para
transformar idéias em produtos e serviços que criam valores aos clientes), e
conexões locais, regionais, e até mundiais (alianças estratégicas para aprender
e conquistar mercados). Por menor que seja a empresa, é preciso construir um
40
Neste sentido, Prahalad (2001), alerta para a necessidade de cada vez mais
reconhecer a capacidade das descontinuidades iminentes e a de aprender a
ser inovador, uma vez que estes vão se tornando os verdadeiros desafios das
empresas neste novo milênio. Os administradores precisam simultaneamente
“esquecer” de modo seletivo e “aprender” com agressividade. Esse é o desafio.
O futuro pertence aos que têm imaginação, aos que tiverem coragem de
superar as descontinuidades e ousarem remodelar suas empresas para fazer
face aos desafios da nova economia.
2.3.1 Conceituação
Apesar de ter sua origem no campo militar, várias áreas de diferentes origens
têm contribuído para o estudo da estratégia.
A lição que podemos tirar das definições dos autores: assim a estratégia como
plano, trata de como os líderes tentam estabelecer orientação para as
organizações, para direcioná-las em determinados modos de ação, levantando
a questão fundamental de percepção, como as intenções são concebidas no
cérebro humano em primeiro lugar, e, na realidade, o que as intenções
realmente significam.
Visto desse modo, a estratégia não é apenas uma idéia de como lidar com um
inimigo em um ambiente de concorrência ou de mercado, como é tratado em
grande parte da literatura e em uso popular.
Ante ao exposto, percebe-se que nenhuma das definições pode ser assumida
como única, mas sim como complementares, sendo importante situá-las no
contexto histórico ao qual estão inseridas.
45
seus rumos, sua competência, seus mercados, itens primordiais para a sua
sobrevivência.
3. Escolas que são um concentrado dos outros dois e procuram integrar várias
partes – gênese, conteúdo, estruturas organizacionais, contextos – em
função de estágios de vida diferentes, como, por exemplo, os do
crescimento da maturidade, considerados de forma progressiva para
demonstrar os ciclos de vida das organizações – escola da configuração.
1. Escola do design
2. Escola do planejamento
3. Escola do posicionamento
4. Escola empreendedora
5. Escola cognitiva
3. O mundo visto pode ser modelado, pode ser emoldurado e pode ser
construído.
6. Escola de aprendizado
7. Escola do poder
8. Escola cultural
9. Escola ambiental
1. Na maior parte das vezes, uma organização pode ser descrita em termos de
algum tipo de configuração estável de suas características.
Vale ressaltar que a estratégia empresarial, deve ser conhecida por todos os
funcionários da organização, os quais devem atuar de forma participativa na
sua implantação. Essa atuação dos funcionários como colaboradores, é
necessária em razão do caráter transitório e adaptativo dessa estratégia, que é
um processo contínuo e propenso a mudanças e adequações, mergulhado em
um contexto de incertezas macroeconômicas.
Novos entrantes
potenciais
Ameaça novos
entrantes
Produtos A rivalidade da
substitutos de empresa versus Compradores
outras indústrias concorrentes da
Ameaças indústria Poder de
de barganha dos
produtos compradores
substitutos
Poder de
barganha dos
fornecedores
Fornecedores
Estratégia não
realizada
Estratégia
emergente
programação posterior, assim como a negociação durante; e tudo isso deve ser
uma resposta ao que talvez seja um ambiente exigente, como mostra a figura
4.
Escola ambiental
Escola
cultural
Escola de
aprendizado,
Escola de
poder
Escola de configuração
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO
MISSÃO DA EMPRESA
• Propósitos atuais e potenciais
• Postura estratégica
CENÁRIOS ESTRATÉGICOS
• O que está para acontecer?
• Como a empresa será afetada?
IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS
- a empresa, com seus recursos, seus pontos fortes, fracos e neutros, bem
como a sua missão, propósitos, postura estratégica, objetivos, desafios e
políticas;
Littler et al. (2000) argumentam que a formulação de estratégias não deve ser
tarefa somente do administrador ou da alta administração, mas deve atingir
todos os escalões da pirâmide organizacional da empresa, a fim de maximizar
a entrada criativa e informativa de todos os colaboradores.
Corroborando, Welch (2003, p.20) afirma que as estratégias não valem nada
se não tivermos boas pessoas. Em seu modo de pensar as pessoas devem vir
em primeiro lugar. As estratégias vêm depois. Sem valorizar o ser humano, dar
oportunidades, incentivar, orientar e mantê-lo motivado, a possibilidade de,
com a mesma estratégia que funciona nos Estados Unidos, funcionaria no
Brasil e na China, dar oportunidade, de ver um funcionário levantar a mão e
dizer o que pensa, sem ser repreendido, respeitar as diferenças étnicas e o
modo de viver dos diferentes povos e, ainda assim, funcionar a estratégia. Isto
significa ser flexível e rápido para gerar mudanças, ao mesmo tempo em que
reconhece as diferenças existentes acompanhando os tempos, adaptável e
focada em sua estratégia. Sabendo enfrentar mudanças nos ambientes,
conhecidas ou inesperadas.
primeira instância, não é tanto promover a mudança como saber quando fazê-
la (MINTZBERG, 2001).
Neste caso, deve ser tomado o segundo significado, isto é, o da cultura como
representativa da característica da conduta dos indivíduos dentro de uma
determinada organização, aos quais é transmitido “uma idéia clara das
situações não-atuais e do comportamento adequado a essas situações”
(LINTON, 1981, p. 89).
Segundo Schein (2001, p.45), a cultura organizacional pode ser assim definida:
75
Srour (1998) identifica quatro campos de saber para análise da cultura nas
organizações:
Vale salientar que estas cinco dimensões não são mutuamente exclusivas, mas
se encontram em um estado permanente de desenvolvimento e atuação. A
cultura não permanece imóvel. Os valores adotados pela organização são as
chaves para a criação e o desenvolvimento da cultura da corporação.
80
CULTURA
Rituais
Heróis
Símbolos
- Os valores
- As Crenças
certa cautela quanto ao discurso teórico e prático das mesmas, quando houver
em alguma coisa, pois isso, poderá causar cobranças mais tarde, além de
- Os Rituais e as Cerimônias
- Os Mitos
Para Freitas (2002, p. 97) nas grandes empresas estes aspectos são mais
visíveis e facilmente identificáveis, por que lhes dão maior importância e por
que permeiam os diversos níveis hierárquicos. Entretanto nas pequenas
empresas é mais difícil identificar estes elementos formadores da cultura, dada
a importância do papel do proprietário-dirigente e a proximidade das relações
interpessoais. Assim, pode-se inferir que no âmbito destas organizações a
cultura tem um enfoque corporativo.
Dessa forma, pode-se dizer que a cultura é uma realidade social, produto e
processo ao mesmo tempo. Ela reflete o modelo de interações humanas e é o
resultado da criação e recriação contínua das inter-relações. Quando se refere
à cultura, refere-se a um modelo de desenvolvimento.
A expressão competência pode-se dizer que possui no mínimo 500 anos, pois
foi utilizada a sua interpretação conforme Isambert-Jamati (1997), no fim da
Idade Média, e era associada à linguagem jurídica, e também era atribuída a
alguém ou alguma instituição, de apreciar e julgar certas questões. Ainda de
acordo com Isambert-Jamati (1997), posteriormente o conceito de competência
veio a designar de maneira mais geral a capacidade reconhecida de se
pronunciar em relação a determinado assunto, e mais tarde, passou a ser
utilizado, genericamente, para qualificar o indivíduo capaz de realizar
determinado trabalho. Contudo, conforme Resende (2000, p. 13)
Atualmente, é cada vez mais claro que o sucesso das estratégias empresariais
depende de pessoas comprometidas com a missão e os objetivos das
organizações, assim como do desenvolvimento de uma série de competências
para que as pessoas estejam à altura de assumir desafios, especialmente, no
âmbito gerencial, responsável por potencializar a gestão da empresa.
Saber agir,
Indivíduo Saber mobilizar
Saber transferir
Organização
Conhecimentos Saber aprender
Habilidades Saber engajar-se
Atitudes Ter visão estratégica
Econômico
Social
Agregar Valor
Identificação
e desenvolvi-
Formulação da
mento das Formulação de
estratégia
competências planos
empresarial
internas operacionais de
Diagnóstico gestão
das
Definição da visão competências
de futuro, negócio humanas
e modelo de gestão Seleção e
da organização. desenvolvi-
mento das
competências
externas Definição de
indicadores de
desempenho
Diagnóstico das
competências
essenciais da
organização
Acompanhamento e
avaliação
Forças de
mudança
Ambiente
Competências Gerenciais
Estimulação da criatividade
Criação de um orçamento
Configurar o comportamento
Eficácia organizacional
Limites organizacionais
Ambiente
Forças
de
Figura 10 - Competências gerenciais em um mundo em mudanças. mudança
Competência
conceitual
SABER FAZER
Planejamento Criatividade
Raciocínio
abstrato Inovação,
adaptação
Liderança Conhecimento
do mercado
SABER AGIR
SABER
Estratégia ASPECTOS
MERCADO ECONÔMICOS
CONCORRENTE Empresarial
ADMINISTRADOR ORGANIZAÇÃO
GLOBALIZAÇÃO
DO MERCADO
AMBIENTE EXTERNO
Desta forma, infere-se que esse novo século é caracterizado pelo envolvimento
da cultura corporativa e competências gerenciais, como recursos principais, à
formulação de estratégias das empresas, que visam manter um diferencial
competitivo no mercado.
Infere-se que a organização deve ter sua estratégia delineada, bem como
identificadas as suas competências gerenciais, principalmente as centrais,
para que possam ser desenvolvidas através de um processo de aprendizagem
o que implica no desenvolvimento de competências individuais pelos
empregados.
109
Locke (2000, p. 188) afirma que “na era digital, mercados estão rapidamente
mais inteligentes que as [empresas] que fingem os servir”. Em face a estas
argumentações, faz-se necessário adotar procedimentos que agreguem
conhecimento e competências à pequena empresa, o que se consegue através
das estratégias empresariais porque elas contemplam a busca de informações
e sua transformação e ações que visam a melhoria da empresa como um todo.
Meio ambiente
Empresa
Estratégia
Cultura Competências
corporativa gerenciais
3. Metodologia da Pesquisa
Conhecimento Empírico
Conhecimento Cientifico
Conhecimento Filosófico
Conhecimento Teológico
Quanto ao estudo de caso, Yin (2001, p. 32) destaca que este é uma
investigação empírica que “investiga um fenômeno contemporâneo dentro de
seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e
o contexto não estão claramente definidos”.
Enfrenta uma situação tecnicamente única que haverá muito mais variáveis de
interesse do que de pontos de dados, e, como resultado, baseia-se em várias
117
ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
PROCESSO DE FORMULAÇÃO DE
ESTRATÉGIAS NAS PEQUENAS EMPRESAS
CULTURA
COMPETÊNCIAS
CORPORATIVA
GERENCIAIS
TIPOS DE
AMOSTRAGEM
PROBABILÍSTICAS: é aquela em que
cada elemento da população tem uma
chance conhecida e diferente de zero de
ser selecionado para compor a amostra.
Pode ser aleatória simples, aleatória
estratificada ou por conglomerado.
Para a consecução deste estudo, foram coletados dados por meio de fontes
secundárias e primárias.
a) Fontes Secundárias
b) Fontes Primárias
Minayo (1994) lembra que o produto final de uma pesquisa, por mais brilhante
que pareça, deve ser sempre encarado de forma provisória e aproximativa.
Este posicionamento se baseia no fato de que, em se tratando de ciência, as
afirmações podem superar as conclusões prévias e elas podem, por sua vez,
ser superadas por outras afirmações futuras.
para cada função, tendo certeza que isso facilitará o recrutamento e realocação
de colaboradores interno.
Dentro da empresa, há uma busca por parte dos dirigentes, para valorização
de todos os colaboradores. Assim, investe na formação e treinamento da sua
mão-de-obra. O colaborador que trabalha no turno noturno, a empresa define
horário especial, para que o mesmo continue seus estudos. Para o
treinamento, a empresa possui uma parceria estratégica com outras empresas
de confecção de médio porte, e que estão mais avançadas tecnologicamente,
para que o funcionário possa aprender novas técnicas de produção.
Na parte de treinamento, a política ainda não está bem definida. Quando entra
um novo funcionário, ele é treinado pela equipe. Mas a empresa, quando
identifica carência em algumas áreas, proporciona a participação dos
funcionários em cursos de treinamentos. Já para a política de educação, a
empresa busca contratar para cargos de supervisão e gerencial, pessoas que
tenham ensino superior completo e que atendam o perfil desejado.
Contudo, a empresa não tem uma definição explicita dos cargos e funções,
geralmente estes são criados de acordo com as necessidades da empresa,
contudo, muitas vezes os funcionários acabam fazendo tarefas além das que
são atribuídas ao cargo.
Do mesmo modo que a bibliografia estudada mostrou que a cultura pode ser
descrita e definida de diversas formas. No estudo prático isso também pode ser
constatado à medida que, observou-se que as pequenas empresas
pesquisadas são administradas levando em consideração os valores e crenças
internas de cada empresa, herdados do proprietário-fundador.
Estrategicamente as organizações pesquisadas acreditam que para seu
sucesso é essencial entender o negócio da organização, saber tratar a
complexidade e a diversidade do ambiente externo e interno (cultura
corporativa) e saber utilizar diferentes fontes de recursos. Para tal, o
administrador destas empresas precisa ter como competências gerenciais
essenciais: e visão do negócio em sua totalidade, o domínio técnico dos
146
cultura pode ser avaliada sob quatro campos de saber: saber ideológico; saber
científico; saber artístico; saber técnico. Estes, vão desde evidências
doutrinárias até os procedimentos, regras e “know-how” da empresa e formam
a cultura corporativa da organização.
A questão é que as empresas nem sempre podem planejar de onde virão suas
estratégias, sem falar no planejamento das estratégias em si. As empresas
pesquisadas consideram relevante buscar informações externas à organização
(ameaças, oportunidades de mercado, concorrência, tecnologias, novas
técnicas gerenciais etc.) para traçar as metas futuras da empresa. Não
monitoram seu ambiente externo constantemente, mas buscam informação das
variáveis ambientais em veículos de comunicação mais simples: como jornais,
nacional e local, televisão e internet.
151
Conforme Tavares (2006), a Escola Cultural pratica uma teoria baseada nos
recursos, em que uma organização é vista como um pacote de recursos,
podendo estes, serem capitais físicos: localização geográfica, tecnologia física,
plantas, equipamentos, etc; capitais humanos: treino, experiência,
relacionamentos, inteligência; capitais de organização: sistemas e estruturas
formais, assim como, relações informais entre grupos. Nesta escola:
- Centralização no administrador
- Limitação de recursos.
Romero (1998, p.2), considera como principal causa mortis das pequenas
empresas, a incompetência gerencial e a falta de conhecimentos de técnicas
gerenciais de como administrar o negócio. Essa falta de conhecimentos sobre
como administrar o negócio é responsável, quase que, na sua totalidade, pelos
problemas das pequenas empresas.
FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS
Crenças e valores
internos da
empresa Habilidades do
administrador na
condução do negócio
Cultura Compe-
Corporati- tências
va gerenciais
Estratégia
Empresarial
Ambiente externo
As situações de
formulação
CATEGORIAS DE SUSTENTAÇÃO
- A cultura começa
- O próprio - Escola com o proprietário-
- Competências - Mercado
proprietário é o cultural. concorrente,
dirigente, que técnicas.
administrador. articula e aspectos
- Trabalha com - Escola implementa idéias econômicos.
recursos empreendedora e valores - Competências
limitados. particulares. - Recursos
- Baixa - Valorização dos humanas. humanos,
- Modelo de Hill recursos humanos.
capacidade de tecnológicos,
se adaptar às (1995) - Determina o
comportamento - Competências produtivos
mudanças no financeiros.
das pessoas na
seu meio conceituais.
organização.
ambiente. .
Sintetizando o exposto, o modelo de formulação de estratégia no âmbito da pequena empresa proposto no presente
estudo pode ser visualizado na figura 20:
Vale ressaltar, também, que esse modelo não é um desenho definitivo, deixando
também espaço para que outras ferramentas possam ser agregadas, se o
estrategista assim desejar.
dizendo que, “a busca de uma vantagem competitiva pode ser auxiliada por uma
classificação das oportunidades de produtos e mercados”.
Las Casas (2006) afirma que os objetivos representam tudo o que se quer atingir.
É possível atingir objetivos por meio de táticas e estratégias incluídas no plano.
Representam também, onde se quer chegar e as estratégias orientam como
chegar. Não se praticam objetivos, por isso a necessidade de estratégias que
significam o que se deve fazer para chegar lá.
Vale lembrar que apesar de aparentemente fácil, é difícil pensar no que uma
empresa se propõe fazer. Por isso, o mais indicado é que a missão seja
estabelecida passo a passo.
Las Casas (2006) assinala que para determinar uma missão, a empresa deverá
definir o negócio em primeiro lugar, em função de seu mercado, a razão da
existência de sua empresa, determinar uma ação pretendida, iniciando com um
verbo, por exemplo:
- Contribui para......
- Proporcionar....
- Melhorar continuamente..
Autores como Scott, Jaffe e Tobe (1998) afirmam que a visão e a missão da
empresa, emergem do processo de pedir feedback aos clientes e empregados e
então compará-lo com as visões internas do que a empresa pensa que está
fazendo.
Connolly (1999, p.134) afirma que a verdadeira missão de uma organização é “[...]
criar valor para os três membros chave de um sistema de negócios: clientes,
empregados e investidores [...]”. Cada membro desta trilogia contribui com uma
combinação de dinheiro, energia e conhecimento.
Os objetivos a serem
alcançados
FORMULAÇÃO DE
ESTRATÉGIA
EMPRESARIAL
Neste ponto, cabe ressaltar que a avaliação deve ocorrer em todas as fases de
formulação da estratégia e não somente após a implementação.
178
Conhecimento do Caracterização da
ambiente interno e cultura corporativa
externo
Determinação dos
objetivos e metas
Estruturação da
estratégia
empresarial
Implementação com
Avaliação apresentação da
estratégia a todos os
membros da
empresa
Figura 22 – Processo de delimitação da estratégia empresarial
Por fim, vale destacar que o processo de formulação de estratégia não pode ser
administrado em excesso, às vezes é mais importante deixar que os padrões
179
Definição da Definição da
visão do negócio missão da
empresa
Auto-avaliação do
administrador Treinamento
Análise do
Análise do ambiente ambiente externo Determinação dos
interno (oportunidades e fatores críticos de
ameaças) sucesso
Formulação da Implementação e
estratégia Avaliação da
comunicação da
estratégia
estratégia
Lembre-se
organização satisfaz.
182
DICA
Quadro 14 – Treinamento
DICA
A segunda etapa é fazer uma análise ambiental, esta compreende três passos:
Administrativo
- Nível de informações
- Organização
- Controles
Recursos humanos
- Quantidade
- Desempenho
- Qualificação
- Motivação
Produção
- Capacidade
- Inovação
- Tecnologia
- Qualidade
Finanças
- Recursos financeiros
- Fontes de terceiros para
empréstimos
Marketing
- Ponto
- Praça
- Preço
- Promoção
- Equipe de vendas
- Distribuição
Fonte: Elaboração do autor (2007)
186
DICA
DICA
Lembrando, que o mercado alvo pode ser considerado o segmento específico que
a empresa seleciona para servir. Nesta fase a organização deve identificar e
analisar os fatores que envolvem seu mercado alvo, como exemplificado no
quadro 18:
189
A B C Indicadores de Vantagem
competitividade competitiva
Abrangência de
atuação
- Nacional
- Internacional –
- Regional
Extensão do
mercado
Principais
concorrentes
Alianças
estratégicas
Segmentação
Fonte: Elaboração do autor (2007)
Uma vez consciente do papel que tem a exercer, tendo em mãos as informações
sobre o ambiente interno e externo, mercado e clientes e engajado na luta que
busca concretizar os diversos fatores de sucesso para sua empresa, o
administrador-estrategista verá as estratégias serem concretizadas.
DICA
DICA
DICA
Use palavras que façam parte do vocabulário comum do
indivíduo com quem você deseja transmitir a estratégia e
leve em conta que grupos diferentes possuem vocabulários
diferentes. A empresa deve estar preparada para mudar de
vocabulário sempre que necessário. A mesma mensagem
pode ser comunicada em termos diferentes, para grupos
diferentes, para favorecer a comunicação eficaz.
6. Considerações Finais
Com base nos achados das circunstâncias históricas passadas e presentes, nas
teorias que fundamentam a tese e nas evidências empíricas constatadas com o
196
Referências
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RESNICK, Paul. A bíblia da pequena empresa: como iniciar com segurança sua
pequena empresa e ser muito bem sucedido. Tradução por Maria Cláudia Oliveira
Santos. São Paulo, McGraw-Hill, MAKRON Books, 1990.
______. Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001.
Apêndice
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DESCRIÇÃO DA EMPRESA
Razão Social:
Nome de entrevistado:
Nome da empresa:
Localização:
Setor industrial:
Ano de fundação:
Número de funcionários:
Faturamento anual (em R$ ou US$):
A empresa pesquisada é:
1 Matriz
2 Unidade Regional
Telefone para contato:
E-mail:
IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO
1 Cargo/função:
2 Tempo na empresa:
3 Tempo na Função:
4 Gênero:
5 Escolaridade:
6 Experiência no ramo:
QUESTÕES DA PESQUISA
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10. As decisões (ou planos) que estabelecem diretrizes específicas sobre como
conduzir as atividades são tomadas, principalmente com base: (Marque as
questões que estão no contexto da sua realidade).
( ) Na sensibilidade e experiência do(s) administrador(es).
( ) No conhecimento do mercado e concorrência.
( ) No diagnóstico organizacional da empresa.
( ) Nas tendências econômicas.
( ) Nas informações coletadas no mercado.
( ) No parecer de consultoria.
( ) Outros. Qual? ______________________________
Competências técnicas
( ) Domínio técnico dos processos;
( ) Capacidade de inovar tecnologicamente;
( ) Atitude de benchmarking contínuo;
( ) Capacidade de identificar e solucionar problemas;
( ) Orientação para custos e resultados;
Competências Humanas
( ) Capacidade de liderar e participar de equipes para atingimento das metas;
( ) Capacidade de motivar e envolver;
( ) Qualidade de relacionamento em todos os níveis;
( ) Abertura para adaptar-se às mudanças;
( ) Prática da competência social;
( ) Prática do reforço positivo;
( ) Comunicação.
Competências conceituais
( ) Visão do negócio em sua totalidade;
( ) Capacidade de integrar sua parte para contribuir no negócio;
( ) Capacidade de inter-relacionar a realidade externa com a condução do
negócio;
( ) Capacidade de entender conceitos e transferi-los para a realidade do negócio;
( ) Distância crítica para a avaliação dos dados de realidade;
( ) Visão do futuro.
217
Gerais
( ) Competências de negócio - compreensão do negócio, seus objetivos na
relação com o mercado, clientes e competidores, assim como, com o ambiente
político e social;
( ) Negociação, mobilização para a mudança, sensibilidade cultural, trabalho em
times;
( ) Habilidades gerenciais para manejar os recursos materiais e humanos
disponíveis;
( ) Atitudes adequadas; ética responsável e humana para com o grupo com o
qual atua;
( ) Aprendizagem experiencial.
Por que?
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OBSERVAÇÕES
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