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24 D 25 D 26 C 27 D 28 A 29 D 30 A 31 C 32 E 33 A 34 A 35 C 36 E 37 D 38 A 39 D 40 A 41 D

42 C 43 A 44 C 45 B 46 E 47 D 48 A 49 C 50 A 51 D 52 C 53 A 54 A 55 D 56 A 57 C 58 A 59 C

60 D 61 D 62 C 63 B 64 E 65 C 66 D 67 B 68 A 69 B 70 D 71 B 72 D 73 D 74 E 75 C 76 C 77 A

78 A 79 B 80 D 81 C 82 E

Legenda:

! Questão Anulada * Questão Dissertativa

Comentários da equipe acadêmica


Confira os comentários da nossa equipe acadêmica

6 - 2022 UNESP

» A presença de movimentos estereotipados, com ou sem automatismos, deve sempre nos fazer considerar a hipótese de convulsão! Analisando o quadro, podemos dizer
que essa crise é do tipo focal (ela se restringe a um hemisfério cerebral – as regiões corticais responsáveis pela motricidade da face e dos membros superiores são
adjacentes, ou seja, o foco epiléptico está justamente aí!) e perceptiva (não há perda de consciência). Lembre-se que, na convulsão do tipo generalizada, os estímulos
elétricos aberrantes se originam nos dois hemisférios e há, obrigatoriamente, rebaixamento da consciência. Porém, repare que a Banca ressalta que o mesmo evento
ocorre de forma ininterrupta há duas horas. Portanto, podemos afirmar que estamos diante de um status epilepticus ou estado de mal epiléptico. Tradicionalmente, sua
definição consiste na presença de crise convulsiva que dura mais de 15-30 minutos, mas há o entendimento de que, para fins operacionais, ela pode ser definida por
uma crise de duração de 5 minutos ou mais. E como abordar o caso? Em primeiro lugar, é preciso tirar esse paciente da crise. Pelo fluxograma terapêutico, a primeira
droga a ser considerada é um benzodiazepínico, como o midazolam, que pode ser repetido até uma vez. Um detalhe que pode ter confundido alguns alunos: caso
optemos pela via IV, outros benzodiazepínicos, como o lorazepam e o diazepam são preferíveis, segundo algumas referências. Entretanto, o Harrison admite a
possibilidade de realizarmos a infusão IV do midazolam como primeira escolha (lembrando que ele também pode ser usado pela via IM, bucal ou nasal, boas opções para
situações em que um acesso venoso não está rapidamente disponível). Caso não haja resolução, devemos considerar o uso de drogas de segunda linha, como a
fenitoína (a dose de 50 mg/min é descrita na literatura; taxas de infusão maiores podem resultar em efeitos colaterais, como hipotensão arterial). Além disso, medidas de
suporte e a resolução de fatores precipitantes também são fundamentais. No caso, por exemplo, temos uma hiperglicemia significativa. Logo, devemos trazer a glicemia
para níveis normais! Cabe ressaltar que os status do tipo focal (exatamente como esse) decorrentes de hiperglicemia “não-cetótica” são rapidamente resolvidos com a
correção metabólica. Resposta: letra A.

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7 - 2022 USP - RP

» As crises febris são crises convulsivas que ocorrem em vigência de febre, nas crianças com idade entre seis meses e cinco anos, e que não são provocadas por
alterações metabólicas ou infecções do sistema nervoso central. As crises febris simples são crises do tipo tonicoclônicas generalizadas, com duração de até 15 minutos
e que não recorrem em um período de 24 horas. As crises febris complexas, por sua vez, não possuem alguma destas características. Algumas crianças que apresentam
um primeiro episódio de uma crise febril podem apresentar recorrência dos episódios. Tais fatores são separados em fatores maiores e menores. Os fatores maiores são:
idade menor que 1 ano; crise com febre entre 38-39oC e crise com febre de duração < 24 horas. Há também alguns fatores considerados menores, a saber: história
familiar de crises febris, história familiar de epilepsia; ocorrência de crise febril complexa; permanência em creches; sexo masculino e sódio sérico baixo no momento na
apresentação (o que não significa que tal avaliação esteja indicada). Bom, repare que, pelo fato de o quadro dessa menina ter duração de 48 horas, não podemos marcar
a letra B. Logo, no caso, apenas a história familiar seria um fator de risco para recorrência, ainda que menor. Resposta: letra D.

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8 - 2022 USP - RP

» A dificuldade em subir escadas, de se levantar da posição sentada e de manter os braços elevados, além da história de quedas indica a presença de fraqueza muscular
proximal (esses movimentos dependem da musculatura proximal, ou seja, das cinturas pélvica e escapular). Repare que a paciente também apresenta algumas lesões
avermelhadas/violáceas mais evidentes em metacarpofalangeanas e interfalangeanas proximais. Trata-se das famosas pápulas de Gottron, patognomônicas de
dermatomiosite, doença caracterizada pela fraqueza muscular proximal e simétrica! Por se tratar de uma criança, chamamos a doença de dermatomiosite juvenil, que
possui critérios diagnóstico e clínica semelhantes à doença do adulto (não há uma idade de corte bem definida). Agora, vamos analisar as outras alternativas: Letra B:
incorreta. Guillain-Barré é caracterizada por fraqueza muscular ascendente, ou seja, que se inicia de forma distal em MMII. Letra C: incorreta. Lúpus pode se apresentar
com diversas síndromes clínicas, seja em adultos ou crianças. A fraqueza muscular, porém, não costuma ser um marco da doença. Letra D: incorreta. De fato, algumas
infecções podem cursar com sintomas miopáticos, como influenza e HIV. Geralmente, há sintomas sistêmicos associados, como febre, mal-estar, coriza, entre outros
(depressão e irritabilidade até podem ocorrer, mas não são sintomas típicos de doença viral – esses dados foram, apenas, fatores confundidores que a Banca quis
colocar). Cabe ressaltar que o quadro também se inicia em MMII, na maioria dos casos, e é autolimitado. Resposta: letra A.

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9 - 2022 UERJ

» Considerando essa mulher jovem com história de "sinais e sintomas neurológicos separados no tempo e na anatomia", com um quadro atual bem sugestivo de neurite
óptica, acompanhado pelo clássico sinal de Lhermite, não temos como pensar em outra hipótese diagnóstica principal que não seja esclerose múltipla. Tanto a RM
quanto o exame do liquor podem nos mostrar alterações características, porém os guidelines mais recentes indicam preferência pela RM como primeiro exame (exame
não invasivo, com sensibilidade um pouco maior - 95% x 75-90%). Alguns autores vão além afirmando que, em caso de clínica e RM compatíveis com EM (demonstrando
múltiplas placas desmielinizantes no SNC, acometendo pelo menos duas das seguintes áreas: periventricular, justacortical, infratentorial e medula espinhal), nem é
necessário examinar o liquor do paciente. Resposta: B.

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10 - 2022 UERJ

» Mais uma emergência oncológica na prova da UERJ! Agora temos um homem idoso com síndrome de compressão medular (dor lombar e fraqueza progressiva nos
membros inferiores, com nível sensitivo em T10). As neoplasias mais associadas são os tumores de pulmão, mama (não pensaríamos nessa hipótese num homem, pois é
raríssimo), próstata e o mieloma múltiplo. Porém, considerando a presença de lesões osteoblásticas, como descrito pela questão, a principal hipótese certamente é um
câncer de próstata metastático (a lesão do mieloma é exclusivamente lítica, enquanto a do câncer de pulmão é lítica na grande maioria dos casos). Outro dado que fala
contra mieloma neste caso é o acometimento dos pedículos vertebrais. Dessa forma, considerando a natureza OSTEOBLÁSTICA das lesões (este realmente era o ponto-
chave para 'matar" a questão), a principal hipótese diagnóstica é um câncer de próstata com metástase óssea e, dentre as opções, o exame que mais nos ajudaria seria
um PSA (geralmente > 10 nos casos associados e metástases). Resposta: letra C.

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11 - 2022 HNMD

» A questão descreve paciente com antecedente de quadro gastrointestinal com possível etiologia infecciosa que evolui com paralisia flácida e ascendente, típica da
polirradiculopatia aguda que caracteriza a síndrome de Guillain-Barré (LETRA C CORRETA). O exame do líquor apresenta um achado clássico de dissociação
proteinocitológica, ou seja, aumento da proteína sem aumentar a celularidade, o que ocorre em 80-90% dos casos dessa condição. Trata-se de uma doença inflamatória
aguda, autolimitada e desmielinizante, causada por mecanismo autoimune pós-infeccioso. A infecção intestinal por Campylobacter jejuni é o principal gatilho (30-40 %
dos casos), que geralmente ocorre entre uma e duas semanas antes do início dos sintomas neurológicos. Outros gatilhos infecciosos conhecidos da SGB são a infecção
por Mycoplasma, EBV, CMV, HTLV, HSV, HIV, Zika vírus e diversos vírus respiratórios. O tratamento de escolha é a imunoterapia, isto é, imunoglobulina intravenosa ou
plasmaférese. A esclerose múltipla é uma doença desmielinizante do sistema nervoso central que evolui com surtos e remissões (LETRA A INCORRETA). O AVE manifesta-
se como síndrome neurológica focal súbita – exemplo: hemiplegia, afasia, hipoestesia (LETRA B INCORRETA). A síndrome de Munchausen (em que o paciente simula os
sintomas para obter um benefício com a doença) é um diagnóstico de exclusão (LETRA D INCORRETA). A deficiência de vitamina D é uma causa de neuropatia periférica
e não de polirradiculopatia como vemos no caso (LETRA E INCORRETA). Resposta: letra C.

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12 - 2022 UFRJ

» O quadro descrito pelo enunciado é bastante sugestivo de síndrome de Guillain-Barré! Trata-se de uma polirradiculoneuropatia inflamatória aguda, autolimitada e
desmielinizante, causada por mecanismo autoimune pós-infeccioso. Em 75% dos casos é possível identificar uma infecção prévia e o principal agente associado é o
Campylobacter jejuni. Porém, outros agentes já foram associados à doença como Mycoplasma, Epstein-Barr, citomegalovírus, HTLV, HSV, HIV, Zika vírus e diversos vírus
respiratórios... O quadro clínico é marcado por fraqueza muscular ascendente, progressiva, simétrica, flácida e arreflexa. Em até metade dos casos podemos encontrar
disfagia, disartria, disfonia e paralisia facial periférica (esta pode ser bilateral, sendo chamada de diplegia facial, devido ao acometimento do VII par craniano). Outro
achado comumente descrito é a presença de parestesia e disestesia em extremidades, porém sensibilidade geralmente preservada. Com relação aos exames
complementares, os que mais nos ajudam no diagnóstico diferencial são: - Líquor: a partir da primeira semana de doença mostra dissociação proteinocitológica ou
albuminocitológica, ou seja, aumento da proteína sem aumentar a celularidade, em 80-90% dos casos. - Eletroneuromiografia: polirradiculoneuropatia motora com
padrão desmielinizante (também pode ser normal no início da doença). Como se trata de um paciente potencialmente grave, com risco de insuficiência respiratória e
arritmias, devemos interná-lo para monitorização. Existem basicamente duas opções de tratamento: (1) plasmaférese; ou (2) imunoglobulina. Ambas possuem a mesma
eficácia e devem ser iniciadas precocemente (idealmente na primeira semana). Apesar disso, devemos lembrar que a síndrome de Guillain-Barré é uma doença
autolimitada. Após seis meses, a maioria dos pacientes é capaz de andar. A maior parte dos pacientes tem recuperação completa ou mantém pequenos deficits que não
interferem na vida cotidiana, como a arreflexia. Só 10 a 20% dos pacientes ficam com alguma incapacidade permanente. Resposta: letra D.

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13 - 2022 UFRJ

» Lactente com quadro de hipotonia generalizada associado a fasciculações de língua nos faz lembrar de uma doença neuromuscular, mais precisamente a amiotrofia
muscular espinhal (AME). Pelo tempo de surgimento das manifestações, lembramos da AME tipo 1 (doença de Werdnig-Hoffmann), que aparece antes dos 6 meses
(geralmente antes de 3 meses). Eventualmente pode haver dificuldade de deglutição, com risco para broncoaspiração. O quadro clínico da miastenia graves juvenil é
caracterizado por fraqueza flutuante e fatigabilidade da musculatura ocular, facial, bulbar ou de membros. O botulismo em menores de 1 ano cursa com constipação
intestinal, inapetência, dificuldade de sucção, letargia, fraqueza e hipotonia descendente e simétrica. Distrofia muscular congênita a fraqueza muscular geralmente está
presente desde o nascimento e cursa também com retrações fibrotendíneas e deformidades esqueléticas.Resposta: letra D.

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14 - 2022 UFES

» A questão traz caso clínico cujo diagnóstico sindrômico neurológico o de uma mielorradiculopatia aguda. “Mielo” pois há síndrome medular, caracterizada por redução da
sensibilidade tátil e vibratória (hipopalestia) com nível sensitivo em T10, sintomas autonômicos (retenção urinária), associados a achados de lesão do trato
corticomedular que passa dentro da medula espinhal, como paraparesia de membros inferiores, hiperreflexia e sinal de Babinski (reflexo plantar em extensão
bilateralmente). “Radiculopatia” se deve à descrição de dor ao longo da face interna de ambas as coxas, o que nos faz pensar em lesão das raízes nervosas que saem
bilateralmente na medula espinhal, gerando dor. Dentre as alternativas, a melhor hipótese para descrever o quadro é a mielorradiculopatia por esquistossomose.
Embora a questão não descreva história epidemiológica para a doença (ex.: tomar banho de rio), a chamada neuroesquistossomose sempre deve entrar no diagnóstico
diferencial das síndromes medulares – estima-se que ela seja responsável por 1 a 4% de tais lesões em áreas endêmicas. Mesmo se houver baixa carga parasitária, os
ovos do S. mansoni podem embolizar para a medula espinhal através da circulação e provocar intensa mielomeningoradiculite de caráter granulomatoso. Ocorre lesão
destrutiva da substância cinzenta e branca, e os ovos obstruídos nas artérias e veias pode causar isquemia de tais territórios (LETRA B CORRETA). A mielopatia
espondilótica é geralmente uma condição cervical causada por compressão da coluna na medula óssea, geralmente associada à dor nos ombros, região subescapular ou
membros superiores. Não é uma doença esperada em uma paciente de 45 anos e sem comorbidades prévias, mas sim em pacientes idosos, por degeneração vertebral
(LETRA C INCORRETA). A síndrome de Guillain-Barré é uma polirradiculopatia aguda inflamatória, caracterizada por fraqueza muscular ascendente, progressiva,
simétrica, flácida e arreflexa (LETRA D INCORRETA). A mielopatia longitudinalmente extensa refere-se a uma mielite transversa envolvendo três ou mais segmentos
vertebrais, condição classicamente associada à neuromielite óptica (NMO). A NMO, por sua vez, é uma doença autoimune inflamatória caracterizada por episódios graves
e recorrentes de neurite óptica (causando perda visual) e mielite, associada a um anticorpo específico, direcionado contra a aquaporina-4 (LETRA A INCORRETA).
Resposta: letra B.

15 - 2022 AMP

» O enunciado descreve um quadro típico de síndrome de Guillain-Barré: episódio infeccioso (diarreia) seguido de paraparesia flácida e arreflexa nos membros inferiores.
Com base nisso, vamos analisar as afirmativas: I- Correta. O achado mais caraterístico do líquor destes pacientes é a dissociação albuminocitológica (aumento de
proteínas sem aumento da celularidade). Porém, esse achado só está presente após UMA SEMANA do início do sintomas… Antes disso, o líquor costuma ser
completamente normal! II- Correta. A etiologia da síndrome de Guillain-Barré é um fenômeno autoimune desencadeado por uma infecção respiratória ou gastrointestinal.
Os agentes infecciosos mais relacionados são o Campylobacter jejuni (intestinal), o citomegalovírus e o EBV (respiratórios). Em cerca de 75% dos casos, pode-se detectar
a infecção 1-3 semanas precedendo a doença. III- Correta. O tratamento depende basicamente da evolução da doença… Nas formas rapidamente progressivas,
recomenda-se internação no CTI e tratamento específico com imunoglobulina intravenosa ou mesmo plasmaférese. Por outro lado, os pacientes que apresentam
progressão lenta podem ser observados quando à estabilização e remissão espontânea, sem que nenhum tratamento específico seja realizado. Resposta: as afirmativas
I, II e III estão corretas.

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16 - 2022 HC - UFPR

» Questão bem direta sobre o uso de anticonvulsivantes em pacientes que desejam engravidar. No período de pré-concepção, a lamotrigina e levetiracetam são as drogas
de 1a escolha, pois são os medicamentos sobre os quais temos mais dados e estudos demonstrando segurança quanto à teratogenicidade (letras B e C incorretas). A
oxcarbazepina e topiramato tem um risco teratogênico moderado, devendo ser evitados, se possível (letras D e E incorretas). Entretanto, a medicação que está
completamente proscrita nestes casos é o ácido valpróico, já que temos dados suficientes que demonstram uma relação causal clara com alto risco de induzir
teratogenicidade, atraso neurocognitivo e autismo. Resposta: letra A.

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17 - 2022 HUOL

» Quando uma criança apresenta crise convulsiva durante episódio de febre, sem histórico de outras crises convulsivas espontâneas e fora de períodos febris, a principal
hipótese diagnóstica é de "crise febril". Diante de uma possível crise febril, temos que classificar o episódio como crise febril SIMPLES ou crise febril COMPLEXA/ATÍPICA.
A importância dessa diferenciação reside no fato de que a crise febril simples não aumenta o risco de epilepsia futura, enquanto a crise complexa ou atípica aumenta...
Pois bem, vejamos as características de uma crise febril SIMPLES: (1) faixa etária entre 6-60 meses; (2) crise tônico-clônica generalizada, (3) duração < 15 min; (4)
período pós-ictal com sonolência breve; (5) crise única em 24h... Já as crises complexas ou atípicas têm como características: (1) crise focal; (2) duração > 15 min; (3)
paralisia de Todd (paralisia focal pós-ictal) ou sonolência duradoura; (4) recorrência dentro de 24h... Logo, dentre os fatores presentes no caso, aquele que sinaliza
atipicidade da crise e, consequentemente, maior risco de epilepsia futura, é a duração relativamente prolongada do evento! A história familiar de crise febril é fator de
risco para crise febril, e não necessariamente para epilepsia futura (este é um tema controverso na literatura e, infelizmente, algumas Bancas insistem em cobrá-lo)...
Resposta: A.

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18 - 2022 SCMBH

» Esse atraso no desenvolvimento motor provavelmente está ocorrendo por uma fraqueza muscular progressiva, visto que a musculatura respiratória da criança ja está
comprometida. Essa fraqueza muscular associada a presença de fasciculação de língua hiporreflexia dos reflexos profundos, sugere o diagnóstico de Amiotrofia Muscular
espinhal (AME), que é a causa genética mais comum de óbito na infância e a 2° doença autossômica recessiva mais prevalente nessa faixa etária (perde apenas para a
Fibrose Cística).A principal característica clínica da AME é a fraqueza muscular com amiotrofia (atrofia muscular) simétrica e progressiva, geralmente acompanhada de
alterações respiratórias e ortopédicas. Há diminuição ou abolição dos reflexos osteotendíneos, hipotonia e contraturas musculares. A fraqueza muscular costuma
envolver o tronco e predominar nas regiões de cintura escapular e pélvica. Além disso, é comum a presença de fasciculações musculares em língua (fasciculação de
membros não é um comum). No geral, todas as modalidades sensitivas são preservadas na AME.Para diagnóstico, é fundamental associar o quadro clínico com a
pesquisa da deleção em homozigose do gene SMN1, que ocorre em cerca de 95-98% dos casos. Caso a pesquisa seja negativa, está indicada a eletroneuromiografia e
dosagem de CK.Resposta: letra D.

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19 - 2022 SCMBH

» O quadro descrito pelo enunciado é típico de síndrome de Guillain-Barré! Trata-se de uma polirradiculoneuropatia inflamatória aguda, autolimitada e desmielinizante,
causada por mecanismo autoimune pós-infeccioso. Em 75% dos casos é possível identificar uma infecção prévia e o principal agente associado é o Campylobacter jejuni.
Porém, outros agentes já foram associados à doença como Mycoplasma, Epstein-Barr, citomegalovírus, HTLV, HSV, HIV, Zika vírus e diversos vírus respiratórios... O
quadro clínico é marcado por fraqueza muscular ascendente, progressiva, simétrica, flácida e arreflexa. Em até metade dos casos podemos encontrar disfagia, disartria,
disfonia e paralisia facial periférica (esta pode ser bilateral, sendo chamada de diplegia facial, devido ao acometimento do VII par craniano). Outro achado comumente
descrito é a presença de parestesia e disestesia em extremidades, porém sensibilidade geralmente preservada. Até 70% dos pacientes apresentam algum
sintoma disautonômico associado. Com relação aos exames complementares, os que mais nos ajudam no diagnóstico diferencial são: - Líquor: a partir da primeira
semana de doença mostra dissociação proteinocitológica ou albuminocitológica, ou seja, aumento da proteína sem aumentar a celularidade, em 80-90% dos casos. -
Eletroneuromiografia: polirradiculoneuropatia motora com padrão desmielinizante (também pode ser normal no início da doença). Como se trata de um paciente
potencialmente grave, com risco de insuficiência respiratória e arritmias, devemos interná-lo para monitorização. E as outras alternativas? - Letra A: incorreta. A
encefalomielite disseminada aguda (ADEM), também conhecida como encefalomielite pós-infecciosa, é uma doença rara desmielinizante do sistema nervoso central que
normalmente se apresenta como um distúrbio monofásico associado a sintomas neurológicos multifocais e encefalopatia. É precedida por febre ou infecção viral em
aproximadamente 75% dos casos. A maioria das crianças afetadas apresentam febre, sinais meníngeos e encefalopatia aguda. Além disso, esperamos encontrar
aumento de marcadores inflamatórios séricos e padrão inflamatório no líquor. A progressão dos sinais neurológicos para deficits máximos geralmente ocorre em quatro a
sete dias. O nível de consciência varia de letargia a coma franco. - Letra B: incorreta. A encefalite do receptor anti-N-metil-D-aspartato (NMDA) é uma encefalite
autoimune bem caracterizada com manifestações psiquiátricas proeminentes e disfunção cognitiva, alterações da fala, convulsões, discinesias, diminuição do nível de
consciência e instabilidade autonômica. O distúrbio afeta principalmente crianças e adultos até os 45 anos. Nas mulheres, possui forte correlação com a presença de
teratoma. - Letra C: incorreta. Mielite transversa causaria anestesia com nível sensitivo, e hiperreflexia em vez de arreflexia. Resposta: letra D.

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20 - 2022 HUOL

» O quadro neurológico descrito de fraqueza muscular com hiperreflexia, redução da sensibilidade e disfunção esfincteriana é compatível com uma mielopatia (a etiologia
pode ser síndrome de compressão medular, mielite transversa e até um trauma raquimedular, se houvesse história compatível). O nível sensitivo na altura do umbigo
topografa a lesão em T10, ou seja, coluna torácica. Lesão da fissura inter-hemisférica cursa com monoparesia contralateral da perna ou hemiparesia em que a perna está
mais acometida do que o braço, sendo denominada de síndrome da foice cerebral. Lesão da junção neuromuscular cursa com fraqueza muscular com piora durante o dia
ou com movimentos repetidos (fatigabilidade muscular). O grande exemplo é a miastenia gravis. Por fim, lesões das células de Schwann se manifestam através de lesões
desmielinizantes, como neurite óptica e neuralgia do trigêmeo, como ocorre na esclerose múltipla. Resposta: coluna torácica.

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21 - 2022 AMP

» Questão difícil sobre a epidemiologia da esclerose múltipla. Vamos às assertivas: - I verdadeira. Realmente tem havido um aumento da prevalência da EM nas últimas
décadas - provavelmente devido ao maior acesso a exames diagnósticos. - II falsa. A maioria das pacientes que recebe o diagnóstico de EM são mulheres em idade fértil,
com idade média de 28-31 anos ao diagnóstico. Em homens, o diagnóstico costuma ser um pouco mais tardio que em mulheres, por motivos ainda não elucidados. -
III verdadeira. A EM é uma condição raríssima na população pediátrica. Assim, I e III são verdadeiras. Resposta: opção B.

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22 - 2022 PSU - MG

» Questão interessante sobre a abordagem da primeira crise epiléptica em adultos. O eletroencefalograma é um exame importantíssimo, mas o momento da sua
realização deve ser individualizado: o exame é urgente em pacientes que não retornam ao seu estado basal após 30-60 minutos de uma crise generalizada ou para
aqueles com alteração do estado mental ou com deficits prolongados não explicados por uma alteração estrutural no exame de neuroimagem. Para aqueles que
retornaram ao seu estado basal (como a nossa paciente), o exame pode ser feito ambulatorialmente - inclusive, o resultado será mais fidedigno, pois não terá
interferência de medicamentos ou de alterações pós-ictais agudas. Quanto ao exame de neuroimagem, sempre deve ser realizado em um adulto com o primeiro episódio
de crise epiléptica para avaliação de lesões estruturais. Na ausência de contraindicações, a ressonância magnética é o exame de escolha, pois é mais sensível que a
tomografia para identificação de tumores, infartos, esclerose temporal mesial e displasia cortical. Aos que retornaram ao estado basal e que não possuem alterações ao
exame neurológico, a RM pode ser feita ambulatorialmente, principalmente se uma tomografia realizada inicialmente for normal. Há necessidade de encaminhamento
para o neurologista? Sim: a maioria desses pacientes deve ser encaminhada para neurologista, a não ser que haja uma causa clara que funcionou como fator
desencadeante. No entanto, isso também deve ser feito a nível ambulatorial! A hospitalização fica reservada para aqueles com estado pós-ictal prolongado, recuperação
incompleta ou alguma lesão grave relacionada à crise (a presença de doença sistêmica ou neurológica também pode indicar internação). Tratamento com
anticonvulsivante fica indicado para pacientes críticos com crise epiléptica sintomática - nesses casos, a fenitoína é uma boa opção. O tratamento de manutenção fica a
cargo do neurologista e da investigação subsequente. Resposta: letra A.

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23 - 2022 SURCE

» Para chegarmos ao correto diagnóstico desse caso hipotético, temos que seguir as pistas descritas no enunciado. Primeiro, percebam que os sintomas como fraqueza
muscular dos membros inferiores, dor, parestesia e dificuldade de deglutição, surgiram após história prévia de infecção intestinal. Isso nos remete ao diagnóstico da
síndrome de Guillain-Barré (SGB). Vamos recordar, que a SGB é uma doença pós-infecciosa, tendo o Campylobacter jejuni como agente etiológico mais frequentemente
associado. Boa parte dos pacientes apresentam sintomas de uma infecção intestinal 3 semanas antes dos início das manifestações clínicas da SGB, e esse relato na
história, é uma pista fundamental para definir o diagnóstico. Passadas essas três semanas, o paciente evolui com fraqueza muscular simétrica, diminuição dos reflexos
tendinosos (ou ausência deste) e paralisia de nervos cranianos. A dor e/ou parestesia são sintomas bem frequentes (o relato desses sintomas no enunciado, foi decisivo
na definição diagnóstica). A dor é mais intensa no início do quadro, e tem uma melhora progressiva. Portanto, lembre-se: na presença de uma criança com história prévia
de infecção intestinal, e que semanas após evolui com sintomas neurológicos (fraqueza muscular simétrica, diminuição ou ausência dos reflexos tendinosos e
parestesia), é obrigatório pensarmos na possibilidade do diagnóstico da síndrome de Guillain-Barré. Resposta: letra C.

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24 - 2022 UFMT

» Estamos diante de um quadro clássico de crise convulsiva febril SIMPLES: (1) crise tônico-clônico generalizada na vigência de febre, (2) idade entre 6-60 meses, (3)
duração < 15 min; (4) período pós-ictal assintomático ou com sonolência breve, (5) episódio único dentro de 24h. Nenhum exame complementar específico para a
manifestação neurológica deve ser solicitado, pois não há suspeita de doença no SNC. Tampouco deve ser prescrito qualquer medicamento anticonvulsivante! A conduta
consiste em tranquilizar os familiares e tratar de forma sintomática o quadro de base, que no caso deve ser feito apenas com antitérmicos, já que se trata de provável
IVAS viral... Resposta: D.

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25 - 2022 AMRIGS

» O comprometimento das meninges define MENINGITE, o que exclui crise febril simples (A errada)... O diagnóstico de crise febril simples é clínico (B errada e D correta)...
Não há necessidade de tratamento preventivo com drogas antiepilépticas em pacientes com história de crise febril (C errada). Resposta: D.

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26 - 2022 AMRIGS

» A síndrome de Guillán-Barré é um quadro de paralisia flácida e arreflexa ascendente. Sua principal característica em exames complementares é a presença da chamada
"dissociação proteinocitológica", isto é, grande quantidade de proteinorraquia e pouca celularidade. O tratamento é feito com plasmaférese ou imunoglobulina humana
intravenosa. Não há papel descrito para a corticoterapia. Resposta: C.

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27 - 2022 SCO

» Questão copiada do "Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Esclerose Múltipla", que traz o seguinte trecho: "O quadro clínico se manifesta, na maior parte das
vezes, por surtos ou ataques agudos, podendo entrar em remissão de forma espontânea ou com o uso de corticosteroide. Os sintomas podem ser graves ou parecer tão
triviais que o paciente pode não procurar assistência médica por meses ou anos. Neurite óptica, diplopia, paresia ou alterações sensitivas e motoras de membros,
disfunções de coordenação e equilíbrio, dor neuropática, espasticidade, fadiga e disfunções esfincterianas e cognitivo-comportamentais, de forma isolada ou em
combinação, são os principais sintomas e sinais." Logo, a assertiva correta é a opção D.

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28 - 2022 SCO

» A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença desmielinizante da substância branca do sistema nervoso central. O diagnóstico é dado pela soma de critérios, sendo os
principais: 1. Critério clínico: presença de surtos de lesão neurológica focal (duração maior que 24h separados por um mês), em pelo menos dois territórios diferentes do
SNC; 2. Exclusão de outras causas, como doença cerebrovascular, meningoencefalites, trauma etc.; 3. Exame do liquor, demonstrando bandas oligoclonais de IgG, com
ausência de pleocitose; 4. RM, demonstrando múltiplas placas desmielinizantes no SNC, acometendo pelo menos duas das seguintes áreas Síndrome clinicamente
isolada (CIS) é o termo usado para descrever um primeiro episódio de sintomas neurológicos que duram pelo menos 24 horas, mas que não preenchem critério
de disseminação no tempo (justamente por se tratar de primeiro episódio), neuroimagem ou liquor para EM. A resposta, portanto, é a opção A.

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29 - 2022 UAM

» De fato, todas as drogas citadas nas alternativas A, B e C são considerados anticonvulsivantes. Porém, nenhum medicamento listado na opção D pertence a essa classe.
O lítio é um estabilizador do humor que pode ser usado no transtorno bipilar, por exemplo; a amitriptilina é um antidepressivo tricíclico e a selegilina, um inibidor da MAO
que pode ser prescrito para indivíduos com doença de Parkinson. Resposta: letra D.

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30 - 2022 SCO

» O objetivo do tratamento farmacológico da esclerose múltipla (EM) é a melhora clínica, o aumento da capacidade funcional, a redução de comorbidades e a atenuação de
sintomas. Os glicocorticoides são utilizados para tratar os surtos, e fornecem benefício clínico a curto prazo, ao reduzir a intensidade e duração dos episódios agudos. As
terapias modificadoras do curso da doença visam a reduzir as células imunes circulantes, suprimir a adesão destas ao epitélio, e consequentemente reduzir a migração
para o parênquima e a resposta inflamatória decorrente. Existem ainda os medicamentos para o tratamento dos sintomas relacionados à EM. Deve ser considerado um
surto ou recaída da EM o surgimento de novos sintomas ou piora dos sintomas existentes com duração superior a 24 horas, na ausência de febre e/ou infecção ou
qualquer outra causa, após um período estável de pelo menos um mês. Assim, um surto da EM só é diagnosticado após a exclusão de infecções, principalmente do trato
urinário e respiratório, e a diferenciação entre uma recaída e a progressão da doença. O manejo dos surtos é um componente crucial do tratamento da EM. A base do
tratamento da recidiva envolve o uso de corticosteroides em altas doses para diminuir a inflamação e acelerar a recuperação do paciente. Corticosteroides em alta
dosagem consistem em opção eficaz para o tratamento de recidivas agudas da EM, não sendo recomendável o tratamento em doses baixas. A posologia recomendada
de metilprednisolona intravenosa é 1 g diariamente por 3-5 dias. Resposta: letra A.

31 - 2022 SCO

» O controle dos surtos é um componente crucial do tratamento da esclerose múltipla (EM). A base do tratamento da recidiva envolve o uso de corticosteroide em alta
dose para diminuir a inflamação e acelerar a recuperação do paciente. Cabe ressaltar que deve ser considerado um surto ou recaída da EM o surgimento de novos
sintomas ou piora dos sintomas existentes com duração superior a 24 horas, na ausência de febre ou infecção ou qualquer outra causa, após um período estável de pelo
menos um mês. Corticosteroide em alta dose consiste em uma opção eficaz para o tratamento de recidivas agudas da EM, não sendo recomendável o tratamento em
doses baixas. A posologia de metilprednisolona intravenosa é 1 g diariamente durante 3-5 dias. O paciente deve ser informado dos possíveis efeitos adversos
temporários de esteroides em altas doses: hipertensão arterial, perturbações gastrointestinais, distúrbios do paladar, palpitação, retenção hídrica, dores no corpo, rubor
facial, exacerbação da acne, hiperglicemia e, particularmente, os efeitos sobre a saúde mental, tais como insônia, labilidade emocional, depressão, confusão e agitação.
Os corticoides podem ainda diminuir a resistência imunológica, sendo necessário excluir infecções, principalmente as do trato urinário, antes do início da pulsoterapia
(metilprednisolona em alta dose por via intravenosa) e acompanhar o paciente, informando-o sobre a observância de qualquer sinal de infecção. Resposta: letra C.

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32 - 2022 FMJ

» A questão traz paciente etilista no período pós-ictal, que no momento apresenta-se com HIPOGLICEMIA, o que por si só pode ser o fator desencadeante para a crise
convulsiva tônico-clônica generalizada apresentada. Sendo assim, deve-se fazer a reposição inicial com glicose hipertônica a 50%. A aplicação endovenosa de glicose
deve ser feita concomitantemente à reposição de tiamina (população de risco para deficiência desta vitamina), pois a reposição de glicose rotineira pode precipitar a
encefalopatia de Wernicke (LETRAS B e D INCORRETAS). A investigação de outros distúrbios eletrolíticos também é apropriada (LETRA E CORRETA). Ainda que o paciente
não possua história de traumatismo cranioencefálico, segundo as diretrizes da Academia Americana de Neurologia, todo paciente adulto com um primeiro episódio de
crise convulsiva deve ser submetido a uma avaliação com neuroimagem, para descartar alteração estrutural de parênquima. A preferência é a ressonância nuclear
magnética, porém a realização de TC não é inadequada. No entanto, esse exame não precisa ser realizado de maneira imediata caso não haja suspeita de lesão focal ou
TCE. Como a questão cita a conduta IMEDIATA, a neuroimagem é dispensável... Não há necessidade de coletar líquor do paciente, uma vez que não há febre ou rigidez
de nuca para pensarmos em meningite ou meningoencefalite (LETRAS A e C INCORRETAS). Resposta: letra E.

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33 - 2022 HOS

» O status epilepticus é definido como uma crise epiléptica prolongada, podendo ser dividido em:
(1) Status convulsivo: 30 min de crises convulsivas contínuas (subentrantes) ou crises com mais de 30 min de duração.
(2) Status não convulsivo: crises não convulsivas (focal disperceptiva, ausência...) sem recuperação da consciência entre elas. Porém, observe que obviamente vamos
tratar nosso paciente antes de completar os 30min da crise! Assim, para fins operacionais, um paciente já é considerado portador de status epilepticus caso apresente
uma convulsão única com duração ≥ 5 min ou duas convulsões sem recuperação completa da consciência entre elas. Portanto, no caso em tela, o diagnóstico está feito:
estamos diante de um status epilepticus! O próximo passo é realizar o tratamento adequado. Neste contexto, antes de qualquer coisa, devemos excluir a possibilidade
de causas potencialmente tratáveis gerando a convulsão, como hipoglicemia. Para isso, é recomendada a administração de glicose a 50% após tiamina IV (exceto em
casos onde os níveis glicêmicos são conhecidos e estejam normais, como é o caso em tela). Em seguida, deve-se administrar lorazepam ou diazepam IV (no Brasil
usamos o diazepam IV, pois não existe o lorazepam venoso). Uma opção caso não seja possível obter acesso venoso é realizar a administração intramuscular ou retal da
droga. Para uso IM, a melhor medicação é o midazolam. Resposta: letra A.

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34 - 2022 HMMG

» Questão retirada, integralmente, dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas da síndrome de Guillain-Barré. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a
questão: “O tratamento específico da SGB visa primordialmente acelerar o processo de recuperação, diminuindo as complicações associadas à fase aguda e reduzindo
dos déficits neurológicos residuais em longo prazo e inclui o uso de plasmaférese e imunoglobulina humana intravenosa (IgIV). A identificação de fatores de risco e da
doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à Atenção Básica um caráter essencial para um melhor
resultado terapêutico e prognóstico dos casos.” Resposta: letra A.

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35 - 2022 HMMG

» Os pacientes com Guillain-Barré costumam apresentar fraqueza muscular em mais de um segmento apendicular (ex: mãos, braços, antebraços, pés, pernas e coxas) de
forma simétrica, podendo incluir a musculatura craniana. Na maioria dos casos, o comprometimento se inicia em MMII, mas MMSS e musculatura facial podem ser o
ponto de início em 10%. Em 90% dos casos, há hipo ou arreflexia associada. O trecho retirado para confeccionar a questão foi baseado em um documento do CONITEC
(Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas - Síndrome de Guillain-Barré), veja: “Os pacientes com SGB geralmente apresentam fraqueza muscular em mais de um
segmento apendicular de forma simétrica, incluindo musculatura craniana. Os reflexos miotáticos distais usualmente estão reduzidos ou ausentes”. Resposta: letra C.

36 - 2022 ABC

» O quadro descrito pelo enunciado é bastante sugestivo de síndrome de Guillain-Barré! Trata-se de uma polirradiculoneuropatia inflamatória aguda, autolimitada e
desmielinizante, causada por mecanismo autoimune pós-infeccioso. Em 75% dos casos é possível identificar uma infecção prévia e o principal agente associado é
o Campylobacter jejuni. O quadro clínico é marcado por fraqueza muscular ascendente, progressiva, simétrica, flácida e arreflexa. Em até metade dos casos podemos
encontrar disfagia, disartria, disfonia e paralisia facial periférica (esta pode ser bilateral, sendo chamada de diplegia facial, devido ao acometimento do VII par craniano).
Outro achado comumente descrito é a presença de parestesia e disestesia em extremidades, porém sensibilidade geralmente preservada. Com relação aos exames
complementares, os que mais nos ajudam no diagnóstico diferencial são: - Líquor: a partir da primeira semana de doença mostra dissociação proteinocitológica ou
albuminocitológica, ou seja, aumento da proteína sem aumentar a celularidade, em 80-90% dos casos. A punção liquórica deve ser realizada em todo paciente suspeito!
- Eletroneuromiografia: polirradiculoneuropatia motora com padrão desmielinizante (também pode ser normal no início da doença). Como se trata de um paciente
potencialmente grave, com risco de insuficiência respiratória e arritmias, devemos interná-lo para monitorização. Existem basicamente duas opções de tratamento: (1)
plasmaférese; ou (2) imunoglobulina. Ambas possuem a mesma eficácia e devem ser iniciadas precocemente (idealmente na primeira semana). Portanto, já vimos que a
resposta é a letra E. Mas, vamos aproveitar para analisar as outras alternativas: - Letra A: incorreta. O teste de Mitsuda avalia a integridade da imunidade celular
específica de um paciente para o M. leprae. Ou seja, é um exame realizado no contexto da Hanseníase. - Letra B: incorreta. A dosagem de imunoglobulinas séricas
específicas poderia ser feita na suspeita de alguma síndrome de imunodeficiência, o que não é o caso do paciente em tela. - Letra C: incorreta. Definitivamente, o quadro
descrito pelo enunciado não se parece com uma infecção herpética. - Letra D: incorreta. Na síndrome de Guillain-Barré, a RM pode revelar espessamento e realce das
raízes nervosas espinais intratecais e cauda equina. Entretanto, o diagnóstico por imagem é normalmente reservado para pacientes com sintomas atípicos para excluir
causas alternativas. Resposta: letra E.

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37 - 2022 HMMG

» O diagnóstico da síndrome de Guillain-Barré (SGB) é essencialmente clínico e norteado pela presença dos critérios essenciais e sugestivos e que permitem o início do
tratamento com as medidas de suporte e também as terapias modificadoras da doença, acelerando a recuperação dos doentes (LETRA D CORRETA). Os critérios
essenciais da SGB são: - Fraqueza progressiva de mais de um membro ou de músculos cranianos de graus variáveis, desde paresia leve até plegia; hiporreflexia e
arreflexia distal com graus variáveis de hiporreflexia proximal. Os critérios sugestivos da SGB são: - Clínicos: progressão dos sintomas ao longo de 4 semanas;
demonstração de relativa simetria da paresia de membros; sinais sensitivos leves a moderados; acometimento de nervos cranianos, especialmente expresso por
fraqueza bilateral dos músculos faciais; dor; disfunção autonômica; ausência de febre no início do quadro. - Análise do LCR: alta concentração de proteína; presença de
menos de 10 células/mm3 - Eletroneuromiografia típica: redução da velocidade de condução motora em dois ou mais nervos; bloqueio de condução do potencial de ação
motor composto ou dispersão temporal anormal em um ou mais nervos; prolongamento da latência motora distal em dois ou mais nervos. Os critérios que diminuem a
possibilidade de SGB são: fraqueza assimétrica; disfunção intestinal e de bexiga no início do quadro; ausência de resolução de sintomas intestinais ou urinários; presença
de mais de 50 células/mm3 na análise do LCR; presença de células polimorfonucleares no LCR; nível sensitivo bem demarcado. Resposta: letra D.
38 - 2022 FAMERP

» Questão um pouco controversa e, até certo ponto, confusa. Estamos diante de um quadro altamente sugestivo de infecção do sistema nervoso central que se manifestou
com crise tônico-clônica generalizada e alteração na escala de coma de Glasgow. Pensando de maneira mais ampla, como deve ser a investigação desta crise? Bem, o
Harrison de Medicina Interna propõe um algoritmo muito claro com os seguintes exames laboratoriais na investigação de um paciente qualquer com crise convulsiva:
hemograma completo, eletrólitos, cálcio, magnésio, glicose, função renal, função hepática, EAS e exames toxicológicos (a serem solicitados de maneira individualizada).
Na presença de sinais ou sintomas sugestivos de infecção, como é o caso aqui, acrescentamos a punção lombar, cultura e neuroimagem (lembre-se de que algumas
referências consideram a presença de crise convulsiva como indicação de tomografia de crânio, que deve ser realizada antes da punção). Ora, a letra A está, no mínimo,
incompleta. Pode ser considerada a melhor resposta por trazer um exame de neuroimagem e a punção liquórica? Talvez sim, mas isso não muda o fato de ser uma
questão polêmica. Na época do concurso, sugerimos um pedido de recurso para anulação da questão aos que se sentiram prejudicados, mas a banca manteve sua
resposta.

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39 - 2022 HMMG

» De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Síndrome de Guillain-Barré (SGB): “A plasmaférese consiste na separação do plasma e células sanguíneas,
sendo que essas últimas são reinfundidas após diluição em albumina diluída com gelatina ou plasma fresco. Seu uso na SGB se baseia na remoção de anticorpos,
complemento e outros fatores responsáveis por lesão nervosa.” Em outras palavras, a plasmaférese é feita com aparelhos semelhantes aos utilizados para hemodiálise.
O sangue "doente" é retirado do paciente e colocado nesse aparelho que separa as células sanguíneas da parte líquida do plasma. O plasma, que contém os anticorpos
causadores da doença, é descartado, e as células sanguíneas devolvidas à pessoa. Resposta: letra D.

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40 - 2022 HMMG

» Vamos avaliar as alternativas: A) CORRETA! As crises epilépticas são um dos eventos neurológicos mais frequentes em recém-nascidos (RN), sendo mais prevalente as
sutis, autolimitadas e benignas, o que muitas vezes gera bastante dúvida, levando a uma grande variabilidade no reconhecimento e diagnóstico das mesmas. Imagina
você que qualquer "tremelique" no RN possa ser crise ou qualquer outro mecanismo não epiléptico, até mesmo uma hiperexcitilidade ou movimento espontâneo. A
dúvida é tremenda que os principais guidelines recomendam a realização de poligrafia neonatal com monitorização contínua, sendo considerada o método ideal de
avaliação do RN com fenômenos possivelmente epilépticos, apesar de reconhecermos a baixa disponibilidade deste exame fora dos grandes centros. B) ERRADA! Os
eventos hipóxico-isquêmicos são os principais desencadeadores de crises epilépticas no período neonatal. C) ERRADA! Alternativa um tanto controversa. O
tratamento deve ser estabelecido como de estado de mal epiléptico (EME) sempre que as crises tiverem duração maior que 3 minutos ou forem curtas, mas em salvas.
Ou seja, a partir deste período ou na ocorrência de crises reentrantes, devemos encarar como EME. No entanto, o tratamento pode ser iniciado antes. Inclusive, todas as
crises eletrográficas devem ser tratadas, que são aquelas detectáveis apenas no eletroencefalograma e não clinicamente, independentemente da duração do evento. D)
ERRADA! Como já discutido anteriormente, os eventos hipóxico-isquêmicos são os principais desencadeadores de crises epilépticas no período neonatal. Resposta: letra
A.

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41 - 2022 FAMEMA

» A convulsão febril é o tipo de convulsão mais frequente na infância. Considerando as crianças menores de cinco anos, entre 2 a 5% apresentarão esta alteração. Aliás, o
quadro ocorre tipicamente em pacientes entre seis meses e cinco anos de idade, totalmente compatível com o paciente do enunciado (B INCORRETA). Exames de
neuroimagem, a princípio, não estão recomendados. Devem ser considerados apenas em caso de crises atípicas, particularmente se a crianças tiver outras alterações
neurológicas (A INCORRETA). Quanto ao tratamento: a primeira medida a ser tomada é acalmar os pais e explicar sobre a benignidade do ocorrido (D CORRETA). Em
vigência de quadro agudo, aplicar tratamento (se houver) para a causa da febre (ex.: antibioticoterapia). Os antitérmicos podem ser administrados, mas há dúvidas de
que reduzam o risco de recorrência das convulsões febris. Se a crise durar mais de cinco minutos, o Nelson recomenda tratamento com benzodiazepínico (ex.: diazepam
retal). No caso de status epilepticus febril, estão indicados benzodiazepínicos ou outros anticonvulsivantes, como a fenitoína, via intravenosa. Nos casos de ansiedade
extrema dos pais, o Nelson recomenda profilaxia, para prevenir convulsões recorrentes (diazepam oral na dose de 0,33 mg/kg, 8/8h, durante os episódios febris), mas
não se trata de medida de rotina por não ser capaz de impedir o surgimento de novas crises (C INCORRETA). Resposta: letra D.

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42 - 2022 HASP

» Transtornos do humor, principalmente ansiedade e depressão, são comuns em pacientes com epilepsia. A prevalência relatada de depressão varia de 13 a 35% e essas
taxas são ainda maiores entre os pacientes com epilepsia não controlada. Os fatores de risco para depressão incluem incapacidade relacionada à epilepsia, desemprego
e restrição de atividades, suporte social prejudicado, idade avançada, sexo feminino, baixo nível de escolaridade, ansiedade, baixa adesão à medicação anticonvulsiva e
um estigma percebido associado ao diagnóstico. Os efeitos adversos de medicamentos anticonvulsivantes e outros medicamentos não devem ser negligenciados como
um fator que contribui para os transtornos de humor. Anticonvulsivantes que podem ter efeitos negativos no humor
incluem fenobarbital, topiramato, tiagabina, gabapentina, levetiracetam, clobazam, zonisamida e perampanel. Neste cenário, um equívoco comum é pensar que todos os
antidepressivos reduzem o limiar convulsivo e devem ser evitados; esses medos estão amplamente associados à overdose e têm pouco mérito quando os
antidepressivos são usados em uma faixa terapêutica. No entanto, sempre existem as exceções... E dentre os antidepressivos, aqueles com maior risco de reduzir o
limiar convulsivo são bupropiona, clomipramina, amoxapina e maprotilina. Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) e os inibidores seletivos da
recaptação da serotonina-norepinefrina (IRSN) são boas opções porque é improvável que piorem a frequência das convulsões e tenham um mínimo interações com a
maioria dos medicamentos anticonvulsivantes. A paroxetina e o excitalopram são ISRS, enquanto a desvenlafaxina é um IRSN. Resposta: letra C.

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43 - 2022 FMP

» Letra A: correta. Perceba o que a questão quer te passar! Nosso paciente é jovem e sabidamente epiléptico. Está levemente confuso e apresenta paresia em membro
superior direito há 10 minutos, evidenciada no pós-crise. Estamos provavelmente diante da paralisia de Todd! Esta é uma condição pós-ictal que pode durar de minutos a
horas e engloba alguma área antes acometida pela crise. Letra B: incorreta. Na prática clínica, sempre devemos considerar este diagnóstico diferencial. Em provas de
residência, entretanto, o conceito cobrado costuma ser mais simples. Devemos particularmente atentar para a possibilidade de AVC quando a questão trouxer paciente
com fatores de risco ou quando enfatizar o déficit neurológico, em detrimento da própria crise epiléptica / história epilepsia!Letra C: incorreta. Neoplasias intracranianas
podem levar a crises epilépticas e déficits neurológicos, mas isso em geral ocorre de modo progressivo, insidioso. Além disso, nosso paciente não está na faixa etária
mais comum e não possui nenhum sinal de hipertensão intracraniana.Letra D: incorreta. Aqui valem as mesmas ressalvas da letra C, somadas a inexistência de febre ou
sinais de toxemia.

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44 - 2022 FMP

» A síndrome de Guillain-Barré deve sempre ser lembrada diante de um paciente que refere paraparesia distal que "sobe" para a musculatura proximal dos membros
inferiores (nem sempre a queixa do paciente será clara, podendo haver apenas o relato de quedas ou dificuldade para anda). Ao exame físico, percebemos diminuição do
tônus muscular e dos reflexos bilateralmente, achados que revelam o que chamamos de paraparesia flácida arreflexa! Além disso, é possível haver parestesia e
disestesia em extremidades com discreta perda da propriocepcão ou da sensibilidade vibratória, mas a sensibilidade como um todo geralmente está preservada. O
tempo de instalação é variável: o quadro pode tornar-se aparente em dias a semanas após o início dos sintomas, geralmente com uma progressão ao longo de duas
semanas. Em mais ou menos quatro semanas de evolução, mais de 90% dos pacientes atingem o nadir da doença. A progressão ao longo de 8 semanas é chamada por
alguns como polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória subaguda, ao passo que uma progressão superior a oito semanas já configura o quadro crônico de
polirradiculoneuropatia - nossa resposta será a letra C! Lembre-se de que se trata de uma doença autolimitada e de bom prognóstico, só que em alguns casos, há
evolução para fraqueza da musculatura respiratória, levando à necessidade intubação orotraqueal! Resposta: letra C.

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45 - 2022 CEPOA

» A questão nos traz um caso um paciente com tetraparesia associada a fasciculações musculares. Essa associação nos faz lembrar da síndrome combinada do primeiro
neurônio motor (paresia com reflexo cutâneo plantar em extensão - Babinski) + segundo neurônio motor (miofasciculações), que é típica da esclerose lateral amiotrófica
(ELA). A dificuldade na fala (disartria) e disfagia também são típicos do acometimento bulbar da doença. A ELA é uma doença neurodegenerativa progressiva e
eventualmente fatal, caracterizada pela degeneração dos neurônios motores frontais localizados na área motora (área de Brodmann 4) e seus axônios, associada à
degeneração dos neurônios motores inferiores no tronco encefálico e medula espinhal, produzindo desnervação muscular (miofasciculações e atrofia).
Consequentemente, os achados esperados nos exames complementares são lesões degenerativas da via motora na ressonância magnética de crânio e fibrilações com
diminuição de unidades motoras na eletroneuromiografia (representando as miofasciculações e atrofia muscular). A polimiosite é uma miopatia inflamatória que cursa
com fraqueza muscular proximal (A INCORRETA). O câncer de esôfago justificaria basicamente a disfagia (C INCORRETA) e o tumor medular cervical justificaria a
tetraparesia, porém não outros sintomas como a disfagia. Resposta: B.

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46 - 2022 IFF

» A crise febril pode ser classificada como simples ou complicada, antigamente denominada como complexa. A crise febril simples ela tem semiologia tônico-clônica
generalizada, duração de até 15 minutos e não recorre em um período de 24 horas. A crise febril complicada é justamente o oposto: a crise apresenta semiologia focal,
podendo cursar com sinais focais após a crise, inclusive com a paralisia de Todd, que é um quadro de hemiplegia ou hemiparesia transitória (pode durar horas a
dias), que decorre da perda de função transitória da área do cérebro responsável pela descarga epiléptica; duração superior que 15 minutos ou recorrência em até 24
horas. De fato, a alternativa E não define uma crise complicada, mas fica uma crítica para a alternativa B: a crise febril simples pode recorrer no mesmo período febril,
desde que este dure mais que 24 horas. Logo, a redação da alternativa deveria ter sido mais clara. Resposta: letra E.

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47 - 2022 SCM - BM

» A “síndrome dos sistemas combinados” ou “degeneração combinada da medula” corresponde ao acometimento do cordão posterior da medula e do feixe piramidal
lateral. Essa condição tem relação clássica com a deficiência de vitamina B12! O acometimento do primeiro segmento provoca desequilíbrio, perda da propriocepção,
diminuição da sensibilidade vibratória (precoce), marcha atáxica e sinal de Romberg, enquanto o do segundo, fraqueza e espasticidade dos MMII, sinal de Babinski e
hiperreflexia. Resposta: letra D.

48 - 2022 FMC

» Perceba que esta criança evoluiu com uma fraqueza muscular progressiva, ascendente, simétrica e arreflexa, sugerindo muito o diagnóstico de Síndrome de Guillain-
Barré (SGB), que é A SGB é uma polirradiculoneuropatia inflamatória aguda, ou seja, uma doença que cursa com lesão de várias raízes nervosas decorrente de um
mecanismo autoimune pós-infeccioso. Perceba que a criança apresentou gastroenterite prévia, corroborando com a história natural da doença, pois há relato de infecção
do trato respiratório ou gastrointestinal antecedendo, em média, 1 a 3 semanas o início dos sintomas em cerca de 2/3 dos casos. A intensidade dos sintomas pode variar
desde fraqueza leve, que sequer motiva a busca por atendimento médico em nível primário, até tetraplegia completa com necessidade de ventilação mecânica por
paralisia da musculatura respiratória acessória. A função esfincteriana é, na maioria das vezes, preservada, enquanto a perda dos reflexos miotáticos pode preceder os
sintomas sensitivos até mesmo em músculos pouco afetados. Instabilidade autonômica é um achado comum, causando eventualmente arritmias importantes, mas que
raramente persistem após 2 semanas. Trata-se de um diagnóstico essencialmente clínico, sendo que a dissociação proteino-citológica no liquor e as alterações
eletroneuromiográficas podem ser bastante úteis no diagnóstico diferencial. Por fim, o tratamento é feito com imunoglobulina intravenosa. Resposta: letra A.

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49 - 2022 ACCVR

» Estamos diante de um paciente com paralisia facial. Podemos dizer que se trata de um quadro periférico porque toda a hemiface (segmentos inferior e superior) é
comprometida. Nesses casos, o déficit é ipsilateral em relação à lesão nervosa. Quando o problema é central, o segmento superior é, tipicamente, poupado, ou seja, o
paciente consegue franzir a testa, e o déficit é controlateral. Cabe ressaltar que, em ambas, a rima labial se desvia para o lado não paralisado, já que a musculatura do
lado sadio age sozinha, sem oposição controlateral. Resposta: letra C.
50 - 2022 PUC - PR

» Vamos analisar as alternativas: A) ERRADA! Por definição, a crise febril (CF) é definidida como crises que ocorrem entre 6 e 60 meses com temperatura maior ou igual a
38º C e que não são resultado de infecções do sistema nervoso central ou desordens metabólicas e que ocorrem sem história de crise afebril prévia. O paciente pode até
ter crise febril com idade inferior há 6 meses, mas isso implica em uma investigação ampla, visto que todas as crianças menores de 6 meses que se apresentam com
febre e convulsões deverão ser submetidas a punção lombar, pois a possibilidade de infecção do sistema nervoso central é bastante elevada. B) ERRADA! A CF pode ser
subdivida em CF simples (ou típica) e complexa (ou atípica ou complicada), de acordo com a semiologia, duração e recorrência dos eventos dentro de um período de 24
horas. No entanto, tal classificação não norteia a escolha do tratamento, ficando este reservado para casos selecionados, sobretudo aqueles que apresentam fatores de
risco para recorrência de CF. C) ERRADA! O prognóstico e favorável para a maioria das crianças que apresentam CF. No entanto, cerca de um terço dos pacientes
apresentarão a segunda CF e apenas 9% terão mais de três episódios, ou seja, devemos pontuar para os pais os fatores de risco para recorrência de CF. Além disso, a
presença de CF complicada é um fator de risco para o desenvolvimento futuro de epilepsia. D) ERRADA! O tratamento profilático visa exclusivamente a prevenção da
recorrência, pois não há tratamento para prevenir epilepsia, caso o risco exista. Se um ou mais fatores de risco para recorrência estiverem presentes, o tratamento
poderá ser considerado. A profilaxia intermitente é feita com benzodiazepínicos, que deve ser iniciado ao primeiro sinal de febre e deverá ser interrompido 24 horas após
o ultimo pico febril. E) ERRADA! Com discutimos na alternativa B, as crises são subdivididas em simples ou complicadas, que são de acordo com a semiologia, duração e
recorrência dos eventos dentro de um período de 24 horas. Pela ausência de resposta correta, a questão deveria ser anulada pela banca.

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51 - 2022 UFCSPA

» A imensa maioria das crianças serão levadas ao pronto-socorro na ocasião da primeira crise convulsiva de suas vidas. Nesse cenário, a primeira medida será sempre a
estabilização clínica do paciente. Após, será preciso definir se houve alguma complicação associada a crise epiléptica, como traumas, fraturas, mordedura de língua e
aspiração pulmonar, além da realização do exame neurológico para pesquisar possível déficit após a crise. Em seguida, deve-se tentar estabelecer a causa da crise.Uma
crise única, mesmo que sem causa aparente, não tem indicação de realização de exame de neuroimagem, visto que estes são solicitados para pesquisar a possibilidade
de lesão associada a crise epiléptica ou de malformações cerebrais que possam estar associadas a uma determinada síndrome epiléptica. No caso de duas crises não-
provocados ou reflexas, aí sim o paciente recebe diagnóstico de epilepsia e deverá fazer investigação com neuroimagem. Logo, seguindo o mesmo raciocínio, uma crise
febril não há necessidade de investigação, visto que é uma crise provocada, assim como uma crise generalizada, visto que um evento isolado não tem indicação de
investigação por imagem. No entanto, o pós-ictal prolongado é uma alteração ao exame neurológico e pode ser um possível déficit após a crise. Neste caso, além da
realização de eletroencefalograma para pesquisar um estado de mal não convulsivo, teremos que realizar o exame de neuroimagem para pesquisa de possíveis quadros
agudos que podem ocasionar rebaixamento do nível de consciência, com hipertensão intracraniana, tumores, acidentes vasculares, infecções, doenças imunomediadas,
entre outros.

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52 - 2022 CERMAM

» Quadro compatível com síndrome de Guillain-Barré! Trata-se de uma polirradiculoneuropatia inflamatória aguda, autolimitada e desmielinizante, causada por mecanismo
autoimune pós-infeccioso (em 75% dos casos é possível identificar uma infecção prévia). Clinicamente, encontraremos um paciente referindo paraparesia distal em
membros inferiores que vai subindo para a musculatura proximal dos membros inferiores. Ao exame, percebemos diminuição do tônus muscular e dos reflexos
bilateralmente. Parestesia e disestesia em extremidades podem ocorrer, mas a sensibilidade geralmente está preservada. Em até metade dos casos podemos encontrar
disfagia, disartria, disfonia e paralisia facial periférica (esta pode ser bilateral, sendo chamada de diplegia facial, devido ao acometimento do VII par craniano). O quadro
clínico na esclerose múltipla é bastante variável e pode incluir fraqueza dos membros, espasticidade, neurite óptica, diplopia, dor, ataxia, disfunção cognitiva ou vesical.
A miastenia gravis é marcada por fraqueza muscular que piora com movimentos repetidos. Mielite transversa causaria anestesia com nível sensitivo e hiperreflexia.
Resposta: letra C.

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53 - 2022 HOB - DF

» A polimiosite é uma miopatia inflamatória de caráter inflamatório que é marcada clinicamente pela fraqueza muscular de agrupamentos principalmente proximais. A
principal complicação pulmonar dessa doença é a pneumonia broncoaspirativa, uma vez que os pacientes podem evoluir com disfagia orofaríngea. A disfagia é a
principal manifestação gastrointestinal da doença. O que ocorre é que a musculatura estriada esquelética envolvida na deglutição pode ser afetada na evolução da
doença, dificultando o mecanismo de transferência do bolo alimentar da boca em direção ao esôfago. A musculatura do terço próxima do esôfago também é afetada.
Como consequência, os pacientes estão mais predispostos a engasgos, regurgitação e a aspiração do conteúdo alimentar, o que explica a ocorrência de pneumonia
broncoaspirativa na doença. Pacientes com polimiosite podem ter também doença pulmonar intersticial, porém é uma complicação mais rara (10% dos casos),
observada naqueles doentes que possuem o anticorpo anti-Jo1 positivo. Resposta: letra A.

54 - 2022 HCB - RO

» A mielite transversa é uma condição caracterizada por um rápido desenvolvimento tanto dos déficits motores quanto dos sensoriais. Pode ocorrer em crianças menores
ou crianças mais velhas. Os critérios de diagnóstico para a mielite transversa são: - Disfunção da medula espinal autonômica e sensorimotora bilateral (não
necessariamente simétrica); - Nível sensorial claramente definido; - Evolução para déficits clínicos mais baixos entre 4 horas e 21 dias após o início dos sintomas; -
Demonstração de inflamação da medula espinal: pleocitose do líquido cefalorraquidiano (LCR), ou índice de IgG elevado, ou ressonância magnética que revela uma
lesão medular com realce pelo gadolínio; - Exclusão de causas de compressão, pós-radiação, neoplásicas e vasculares. Como podemos perceber, um dos critérios de
exclusão para o diagnóstico da mielite transversa é afastar determinadas condições (pós-radiação, neoplásicas e vasculares), sendo incluído nesse grupo as
malformações arteriovenosa (causas vasculares). Resposta: áreas anormais de ausência de sinal na superfície medular na RM, compatível com malformação
arteriovenosa.
55 - 2022 SMSCG

» Sobre a convulsão febril e suas particularidades, vamos analisar cada uma das alternativas: Letra A: incorreta. Isso não é uma verdade, vejamos! A crise febril (CF) é
definida como “uma crise epiléptica que ocorre entre 6 meses e 6 anos de idade, associada à doença febril, não causada por uma infecção do sistema nervoso central
(SNC), sendo excluídas as crianças que apresentaram crise neonatais ou crises não provocadas ou, que se encaixam nos critérios de outra crise sintomática aguda”.
Assim, crianças que apresentaram crise neonatais ou crises não provocados (ou seja, sem um desencadeante como a febre), são excluídas da definição de crise febril.
Letra B: incorreta. A punção lombar com coleta de liquor não é indicada rotineiramente. Ela está indicada nas seguintes situações: crianças menores de seis meses;
crianças entre 6 e 12 meses não vacinadas para S. pneumoniae e H. influenzae tipo b; crianças que estejam em uso de antibióticos ou com clínica sugestiva de infecção
do sistema nervoso central (SNC). Letra C: incorreta. Em geral não é necessário nenhum tratamento, exceto da etiologia do quadro febril. Letra D: correta. O diagnóstico
da CF é clínico, através da realização da anamnese e exame físico detalhados para a avaliação da etiologia da febre. Caso seja suspeitado de infecção do SNC, exames
adicionais devem ser realizados. Letra E: incorreta. Exames de imagem não são indicados rotineiramente. Crianças com CF simples não precisam ser submetidas a
exames de neuroimagem. Caso tenha havido uma crise focal (que não é o mais comum) ou haja algum sinal de localização no exame neurológico, o exame poderá ser
solicitado. Resposta: letra D.

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56 - 2022 ICEPI

» Vamos às assertivas sobre a síndrome de Guillain-Barré: - A opção A é correta e descreve a clássica dissociação albumino-citológica, típica da SGB. - B incorreta. Dentro
do tema “variantes de Guillain-Barré”, existem as formas axonais (neuropatia sensório-motora axonal aguda, AMSAN, e neuropatia motora axonal aguda, AMAN), que
representam apenas 3-5% dos casos do SGB nos países ocidentais. - C incorreta. O quadro clássico é de paralisia flácida aguda ascendente e arreflexa. - D incorreta. O
botulismo causa paralisia flácida com hiporreflexia., sem alteração sensitiva. - E incorreta. As opções de tratamento para SGB são imunoglobulina ou plasmaférese.
Corticoide é ineficaz. A resposta, portanto, é a opção A.

57 - 2022 HSM - DF

» A síndrome caracterizada por convulsões típicas, com flexões simétricas de tronco, pescoço, cabeça e extremidades, em breves períodos e que surgem comumente
entre os 3 a 12 meses de idade é conhecida por Síndrome de West ou espasmos Infantis. Tem origem criptogenética ou secundária a uma agressão perinatal,
metabólica, genética ou infecciosa. Este tipo de encefalopatia epiléptica apresenta ainda regressão do desenvolvimento neuropsicomotor com retardo mental. Nesse
contexto, está indicado o eletroencefalograma, que revelará ondas de alta voltagem, caóticas, assíncrônicas bilateralmente e ondas de atividade lentas conhecidas como
hipssarritimia. A cólica do lactente é considerada uma síndrome comportamental caracterizada por episódios paroxísticos de choro e irritabilidade que se iniciam e
desaparecem repentinamente (podendo durar até 48 horas) sem causa aparente, preferencialmente, ao final da tarde. É mais frequente no sexo masculo e tende à
resolução espontânea por volta dos 3-4 meses. Crise febril ocorre tipicamente entre 6 meses e 5 anos e tem relação com quadro febril, diferente do que foi
exposto.Resposta: letra C.

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58 - 2022 SESAP

» As características clínicas típicas da crise febril são: Criança entre seis meses e cinco anos. Febre alta e/ou que aumenta rapidamente. Convulsão não é resultado de
infecções do SNC ou distúrbios metabólicos e não há relato de crises afebris anteriormente. Duração menor que 10-15min. Convulsão generalizada, principalmente
tônico-clônica ou apenas clônica. Período pós-ictal breve marcado por alteração do nível de consciência. O diagnóstico é clínico. Só solicitaremos algum exame
complementar em casos selecionados, em que suspeitarmos de algo mais grave que uma simples convulsão febril. Se houver alguma dúvida sobre a possibilidade de
meningite, uma punção lombar deve ser feita. O eletroencefalograma não prediz o risco de recorrência das convulsões febris, estando reservado apenas para os casos
em que se suspeite de epilepsia (ex.: crises atípicas). Exames laboratoriais só devem ser feitos se houver suspeita pela anamnese e exame físico de um outro
diagnóstico. Vômitos, diarreia e desidratação são boas indicações para avaliação da bioquímica sérica. No caso de status epilepticus febril, estão indicados
benzodiazepínicos ou outros anticonvulsivantes, como a fenitoína, via intravenosa. Nos casos de ansiedade extrema dos pais, o Nelson recomenda profilaxia, para
prevenir convulsões recorrentes: diazepam oral na dose de 0,33 mg/kg, 8/8h, durante os episódios febris. Entretanto, os trabalhos NÃO mostram redução do risco de
crises futuras com tratamento profilático crônico. Resposta: letra A.

59 - 2022 UESPI

» Questão sobre controle álgico em paciente oncológico com dor moderada (6/10). Como analgesia, podemos devido à intensidade da dor, podemos associar
um analgésico comum (dipirona ou paracetamol) e um opioide fraco (tramadol ou codeína). Um conceito: a dor associada a parestesias nos MMII tem características de
dor neuropática, que responde muito bem à pregabalina ou à gabapentina! Poderíamos já iniciar o tratamento com um opioide forte (morfina)? Apenas nos pacientes que
abrem o quadro com dor intensa (7/10 ou mais) ou não respondem ao opioide fraco... Logo, a combinação ideal para este paciente é dipirona ou paracetamol associado a
tramadol ou codeína, mais pregabalina ou gabapentina para a dor neuropática. A melhor resposta, portanto, é a opção C.

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60 - 2022 AMS - APUCARANA

» A distrofia muscular de Duchenne é uma doença recessiva ligada ao X que cursa com fraqueza muscular. Tipicamente, as crianças são normais ao nascimento e, por
volta de 2-3 anos, inciam quadro de fraqueza muscular proximal progressiva associada a hiporreflexia. Uma achado clássico é o sinal de Gowers (levantar miopático),
onde a criança precisa se "escalar" para conseguir levantar devido a fraqueza proximal. Outro dado bastante característico (e frequente nas provas) é a hipertrofia das
panturrilhas! A limitação total à movimentação dos membros inferiores ocorre por volta dos 12 anos. A distrofia muscular de Becker também é uma doença recessiva
ligada ao X. O defeito genético que causa a distrofia muscular de Duchenne é diferente daquele que causa a distrofia muscular de Becker, mas os dois defeitos envolvem
o mesmo gene, chamado gene da distrofina. O gene no caso de ambas essas características é recessivo e transportado pelo cromossomo X. Assim, ainda que uma
mulher possa ser portadora do gene defeituoso, ela não desenvolverá a doença porque o gene normal em um cromossomo X compensa o defeito genético no outro
cromossomo X. Contudo, todas as pessoas do sexo masculino que recebem o gene defeituoso terão a doença porque eles possuem somente um cromossomo X.
Resposta: letra D.

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61 - 2022 PMFI

» O valproato é capaz e inibir o processo de glucuronidação, a principal via metabólica da lamotrigina. Justamente por isso, tal medicamento é capaz de aumentar os seus
níveis séricos e potencializar eventuais efeitos adversos. A concentração plasmática de lamotrigina pode cair com o uso concomitante de drogas que induzem a
glucuronidação, como é o caso da fenitoína, da carbamazepina, do fenobarbital, de contraceptivos que contenha estrogênio, rifampicina e dos inibidores de protase
lopinavir/ritonavir e atazanavir/ritonavir. Não existe interação medicamentosa importante entre a lamotrigina e o lítio. Resposta: letra D.
62 - 2022 HSM - DF

» Sobre a convulsão febril, vamos analisar cada uma das alternativas: Letra A: incorreta. As convulsões febris podem ser dividas em simples e complexas, sendo que a
maior prevalência é da ocorrência de convulsões simples. Em ambos os tipos e especialmente na convulsão febril simples, não há desenvolvimento de déficit
neurológico. Letra B: incorreta. Quanto menor a idade, especialmente nos menores de 1 ano de idade, maior o risco de recorrência. Letra C: correta. Uma crise febril
simples consiste em uma crise primária generalizada, usualmente tônico-clônica, associada a febre, durando no máximo 15 minutos, não recorrendo num período de 24
horas. Uma crise febril complexa é mais prolongada (> 15 min), é focal e/ou recorre em 24 horas. Como já citado, a crise febril simples ocorre com mais frequência
quando comparado a crise complexa (sendo assim, na maioria das vezes será do tipo generalizada). Letra D: incorreta. Os automatismos motores orais e palpebrais não
são relatados nas crises febris. Letra E: incorreta. O estado pós-ictal, quando presente, é curto e não cursa com demais complicações. Resposta: letra C.

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63 - 2022 UNIRG

» O Nelson é claro: "Se houver alguma dúvida sobre a possibilidade de meningite, uma punção lombar deve ser feita". A punção é fortemente recomendada nos menores
de 6 meses que se apresentam com convulsão febril e deve ser considerada (não é obrigatória) entre os 12 e 18 meses. Ainda segundo o Nelson, aceita-se que nas
crianças com idade entre 6 e 12 meses a punção lombar seja obrigatória apenas se a criança não foi previamente vacinada para pneumococo e hemófilo (maior risco
para meningite por estes agentes) ou se já iniciou tratamento com antimicrobiano (o que poderia "mascarar" o exame físico e não revelar outros sinais de doença
neurológica). Neuroimagem, a princípio, não está recomendada, mas deve ser considerada em caso de crises atípicas, particularmente se a crianças tiver outras
alterações neurológicas. O eletroencefalograma não prediz o risco de recorrência das convulsões febris, estando reservado apenas para os casos em que se suspeite de
epilepsia (ex.: crises atípicas). Mesmo as convulsões febris benignas podem alterar o EEG pelo período de até duas semanas (padrão de lentificação posterior), razão pela
qual o exame, quando indicado, deve ser postergado por este período. Outra indicação seria nas crianças que demoram a se recuperar, para diferenciar entre status não
convulsivante e período pós-ictal prolongado. Finalmente, a nossa resposta: a primeira medida a ser tomada é acalmar os pais e explicar sobre a benignidade do
ocorrido, indicando antitérmicos. Nos casos de ansiedade extrema dos pais, o Nelson recomenda profilaxia, para prevenir convulsões recorrentes: diazepam oral na dose
de 0,33 mg/kg, 8/8h, durante os episódios febris. Resposta: letra B.

64 - 2022 UESPI

» A epilepsia mioclônica juvenil é mais comum em pacientes com idade de 13 a 20 anos e caracterizada por crises mioclônicas principalmente ao despertar e geralmente
desencadeadas por privação do sono, sendo uma das formas mais frequentes de epilepsia generalizada idiopática. Frequentemente, os pacientes evoluem com crises
tônico-clônicas após as mioclonias. A droga de primeira linha no tratamento é o valproato - até há uma resposta rápida ao tratamento, mas muitos precisam de terapia
de manutenção no longo prazo, mesmo após a remissão das crises (A INCORRETA). As crises generalizadas originam-se simultaneamente dos dois hemisférios
cerebrais. Nelas, o sistema reticular ativador ascendente é acometido, portanto o paciente perderá a consciência. Ele pode perder a consciência por poucos segundos
várias vezes ao dia (crise de ausência) ou até perder a consciência por minutos com movimentos (crise tônico-clônica generalizada). Normalmente nestas crises há
envolvimento muscular, seja com aumento da contração (crise tônica, clônica, mioclônica, espasmos) ou com diminuição da contração (crise atônica). Repare, portanto,
que não há obrigatoriedade em relação à liberação esfincteriana ou hipertonia dos 4 membros (B INCORRETA). A escolha pelo melhor fármaco é, na verdade, bem
difícil, justamente porque cada tipo de crise possui um mecanismo de ação diferente: enquanto alguns possuem atividade no receptor GABA, outros agem bloqueando
canais de sódio. Se escolhermos um fármaco que age através de um mecanismo que não explica a gênese da crise, não teremos resposta satisfatória (C INCORRETA).
TCE e eventos cerebrovasculares podem justificar um quadro de crise aguda e sintomática (aliás, o AVE é a principal causa de crise convulsiva em indivíduos > 35 anos).
Entretanto, pela falta de evidências quanto a um potencial benefício da profilaxia medicamentosa, não se recomenda anticonvulsivantes para prevenção de epilepsia
pós-traumática. No caso de um evento cerebrovascular, pode-se indicar tratamento, mas de maneira individualizada (D INCORRETA). Não resta dúvidas de que é
importante classificar corretamente a crise epiléptica: cada uma terá um tipo de tratamento específico! A clínica certamente ajuda, mas o EEG pode ter papel decisivo,
mostrando atividade de início focal ou generalizada, bem como padrões específicos e característicos de determinadas síndromes (E CORRETA). Resposta: letra E.

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65 - 2022 ENARE

» A dificuldade em pentear cabelos e subir lances de escada indica fraqueza da musculatura proximal (cinturas escapular e pélvica, respectivamente). Nesse momento,
alguns diagnósticos diferenciais começam a “pipocar” em nossa mente... Porém, a principal hipótese é evidente: as manchas avermelhadas nas pálpebras e no dorso das
mãos nada mais são do que o heliótropo e as pápulas de Gottron, achados pra lá de específicos da dermatomiosite! O diagnóstico dessa condição pode ser feito sem a
necessidade de biópsia em pacientes que apresentam clínica e laboratório compatíveis, como é o caso de indivíduos com fraqueza proximal, um ou os dois sinais
clássicos e elevação de enzimas musculares. Só para não passar batido... Os nódulos de Bourchard e de Heberden são típicos da osteoartrose e consistem em
nodulações encontradas em interfalangeanas proximais e distais, respectivamente. A eritrodermia, também chamada de dermatite esfoliativa, é uma doença rara e
potencialmente ameaçadora à vida que se apresenta com um verdadeiro eritema difuso pela pele. Pode estar relacionada a uma série de condições, incluindo linfoma,
psoríase, drogas e reações de hipersensibilidade. O tratamento consiste na resolução da causa-base (se houver) e em medicações sintomáticas, como corticoides e anti-
histamínicos para o tratamento do prurido. Resposta: letra C.

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66 - 2022 HAC - PR

» A questão faz algumas afirmativas sobre a Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT) e deseja saber qual é a INCORRETA. Antes de mais nada, vamos entender o que é
essa síndrome. A SDT consiste na compressão da veia subclávia e dos nervos do plexo braquial na região do desfiladeiro torácico, ou seja, no espaço entre a clavícula e a
primeira costela. As causas incluem trauma, lesões repetitivas, gravidez e variações anatômicas, como uma costela supranumerária. Vale lembrar que as mulheres de
meia-idade são as mais acometidas. As regiões mais afetadas são: o triângulo interescaleno (artéria e nervos); espaço costoclavicular (veia); e a área subcoracoide
(artéria, veia e nervos). O diagnóstico é clínico e pode ser auxiliado por exames de imagem. Uma eletroneuromiografia é importante para a diferenciação com a
síndrome do túnel do carpo. O doppler é interessante para avaliação do acometimento vascular. O tratamento inicial é conservador, estando a cirurgia indicada para
casos de falha do tratamento conservador, progressão dos sintomas neurológicos, velocidade de condução prolongada nos nervos ulnar e mediano, oclusão ou
compressão parcial da artéria subclávia e/ou trombose da veia axilar ou subclávia. O sucesso terapêutico é obtido na maioria dos casos. Agora sim, vamos às
alternativas. - Letra A: correta. A SDT refere a compressão dos vasos subclávios e nervos do plexo braquial na região do desfiladeiro torácico. - Letras B e C: corretas. De
fato, os sintomas da SDT variam dependendo da estrutura comprimida, sendo as manifestações neurológicas relatadas em mais de 90% dos casos. Sintomas
relacionados a compressão da artéria subclávia incluem fadiga, fraqueza, frialdade, claudicação, trombose e parestesia. A compressão venosa pode resultar em edema,
formação de circulação colateral e cianose do membro. - Letra D: incorreta. O tratamento inicial da SDT é conservadora, com fisioterapia e analgesia. As indicações
cirúrgicas incluem falha no tratamento não operatório, sintomas neurológicos progressivos, oclusão da artéria subclávia e trombose das veias axilar ou subclávia. - Letra
E: correta. O teste de Adson ou do escaleno consiste no paciente inspirar profundamente enquanto o pescoço é totalmente extendido e a cabeça é rodada para o lado
afetado. Esta manobra diminui o espaço entre os escalenos anterior e médio, comprimindo a artéria subclávia e o plexo braquial. A diminuição ou a perda do pulso radial
ipsilateral sugere compressão do feixe vasculho-nervoso. Resposta: letra D.

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67 - 2022 HPP

» Como tratamos o status epilepticus? Inicialmente com glicose a 50% + tiamina IV (podemos pular esta etapa se o paciente estiver euglicêmico). Em seguida deve-se
administrar lorazepam ou diazepam IV. Na falta de acesso venoso, a escolha é o midazolam IM. Caso as convulsões continuem, pode-se repetir a dose. A partir daí, caso
as convulsões persistam, é necessário adicionar drogas. A primeira a ser adicionada é a fenitoína (opções incluem fosfenitoína, ácido valproico ou levetiracetam). Se o
status não for controlado com duas classes de drogas temos um status refratário. O próximo passo, a partir daqui, é iniciar monitorização eletroencefalográfica contínua
e anestesiar o paciente com midazolam, propofol, tiopental ou pentobarbital, acompanhado de IOT. Agora, qual seria a dose de fenitoína? Um esquema descrito é a
administração de 20 mg/kg, dose única IV, com um máximo de 1.500 mg/dose a uma velocidade máxima de infusão de 1 mg/kg/min. No entanto, a dose citada na letra B
(com uma infusão contínua "arredondada") também é adequada e descrita na literatura. Resposta: letra B.

68 - 2022 PUC - RS

» Questão interessante para abordar a dor crônica. Segundo a visão mais moderna da neurociência, a dor é suscitada por dois componentes: nociceptivo e neuropático. O
componente nociceptivo é aquele relacionado à lesão dos tecidos. Em geral, é autolimitado – dura até que a lesão e a inflamação tecidual se resolvam. No caso ilustrado,
não se espera componente nociceptivo – o mecanismo lesivo aconteceu pontualmente há oito meses. Já o componente neuropático está relacionado a problemas nas
vias de condução, interpretação e modulação do impulso da dor pelo sistema nervoso. Pode ocorrer quando, após a cicatrização, começa a haver funcionamento
desordenado do sistema nervoso, o qual persiste por mais tempo, como no caso da nossa paciente. A característica clássica da dor de predomínio neuropático, que é
compatível com a clínica do caso, inclui a sensação de queimação constante ou intermitente, pontadas ou choques, e também alguns sintomas físicos, que podem incluir
hiperalgesia ou alodinia (assertiva III incorreta). Como deve ser feito o tratamento farmacológico da dor crônica? Os analgésicos e AINE são medicações apropriadas
quando a dor tem componente nociceptivo (assertiva II incorreta)... Quando o componente neuropático já está instalado a pleno, as medicações de escolha incluem
os antidepressivos tricíclicos e os inibidores seletivos da receptação da serotonina e da norepinefrina (assertiva I correta). Resposta: letra A.

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69 - 2022 UDI

» Paciente com história epidemiológica positiva para Hanseníase. Apresentando perda de força para dorsiflexão do pé, movimento realizado por estímulo da inervação
motora do nervo fibular. Deve-se realizar uma avaliação dermatoneurológica minuciosa em busca de lesões cutâneas que possam sugerir o diagnóstico de Hanseníase e
caso essas lesões não estejam presentes, devemos pensar na forma neural silenciosa, dado a importância epidemiológica neste paciente. O bacilo de Hansen tem um
comportamento indolente e uma incubação que pode durar cerca de 2 a 7 anos, e algumas referências apontam até mais de 10 anos, portanto, não podemos ignorar
esta informação no caso clínico. O paciente pode portar hanseníase por mais de 10 anos e apresentar uma baciloscopia negativa, mas isso não exclui o diagnóstico da
doença. A vacina Astrazeneca, composta por vetor viral não replicante, com pequeno segmento do genoma do vírus COVID-19 , pode ter desencadeado uma resposta
imune exacerbada onde os anticorpos gerados atacam a bainha de mielina causando alterações nervosas. Embora o diagnóstico de Hanseníase neural seja possível, não
podemos dizer que ele é o mais provável, visto que inúmeras manifestações neurológicas podem acontecer pós vacina. Caso o teste de sensibilidade seja normal,
devemos solicitar uma eletroneuromiografia para investigar o padrão desta neuropatia. A neuropatia hansênica pode ser mononeuropática ou um quadro clínico de
mononeuropatia múltipla. Há o acometimento de fibras autonômicas, sensitivas e motoras. Antes de encaminhar para o neurologista, deve-se investigar o quadro. Dica
para a prova: quase nunca a resposta da questão será encaminhar para o especialista sem manejo inicial. Resposta : letra A

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70 - 2022 UDI

» A incidência de câncer e a sobrevida em longo prazo após o tratamento estão aumentando. A neuropatia periférica induzida por quimioterapia (NPIQ) afeta os nervos
sensoriais, motores e autonômicos e é um dos eventos adversos mais comuns causados pelos quimioterápicos, que em casos graves leva à redução da dose ou
interrupção do tratamento, com aumento da mortalidade. Os análogos da platina são os mais neurotóxicos, com a oxaliplatina causando a maior prevalência de NPIQ.
Os quimioterápicos à base de platina (oxaliplatina, cisplatina e carboplatina) são usados no tratamento de tumores sólidos do intestino, bexiga, testículos, ovário, útero,
pulmão, cabeça e pescoço. Os agentes quimioterápicos de platina têm as taxas de prevalência mais altas de NPIQ, afetando aproximadamente 70% dos pacientes. A
principal estrutura anatômica lesada pelos agentes da platina é o gânglio da raiz dorsal e se manifesta como neuropatia sensorial com dor proeminente acompanhada de
alodinia induzida pelo frio e cãibras musculares devido à hiperexcitabilidade do nervo periférico ou neuromiotonia. Os taxanos (paclitaxel, docetaxel e cabazitaxel) são
atualmente tratamentos de primeira linha para cânceres de mama, ovário, pulmão, bexiga, próstata e outros tumores sólidos. A neuropatia periférica induzida por taxano
(NPIT) é o evento adverso não hematológico mais comum do tratamento, que pode resultar na redução da dose e interrupção do tratamento, afetando a sobrevida do
paciente. A NPIT causa principalmente uma neuropatia sensorial distal aguda, acompanhada por dor neuropática, que pode progredir proximalmente em casos mais
grave. Os alcalóides vinca são quimioterápicos derivados da planta pervinca e são usados sozinhos ou em terapia combinada. A vincristina é indiscutivelmente o
alcalóide da vinca mais neurotóxico, com a maioria dos pacientes desenvolvendo neuropatia induzida pela vincristina (NPIV), cuja gravidade é dependente da dose. A
apresentação mais comum de VIPN é uma neuropatia sensorial com comprometimento motor significativo e envolvimento ocasional dos nervos cranianos. Nosso
paciente em questão não refere fraqueza. As toxicidades mais graves associadas a metotrexato (MTX) são fibrose hepática/cirrose, pneumonite e mielossupressão.
Toxicidade de metotrexato potencial é monitorada com hemogramas, dosagem de aminotransferases, albumina e interrogatório cuidadoso sobre problemas de sistemas
nervoso central, pulmonar e gastrointestinal. A ocorrência de parestesias com o uso do MTX são comuns mas não são acompanhadas de dor neuropática. Os
moduladores seletivos do receptor de estrogênio não estão, classicamente, associados à neuropatia periférica. Os análogos da platina são os mais neurotóxicos, com a
oxaliplatina causando a maior prevalência de NPIQ. O quadro clínico descrito é compatível com os efeitos esperados com o uso e agentes da platina, além de serem os
com mais alta prevalência para tais reações e por esse motivo é a melhor resposta para a questão.

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71 - 2022 SES - GO

» O enunciado descreve um quadro clássico de dermatomiosite! Trata-se de uma miopatia inflamatória idiopática que predomina em mulheres entre 20-50 anos e cursa
com fraqueza proximal simétrica - o que explica a dificuldade em pentear os cabelos e subir escadas. Como o terço proximal do esôfago é composto de músculo
esquelético, pode haver uma disfagia de transferência que se manifesta como engasgos frequentes, regurgitação nasal e broncoaspiração. Como o grande alvo da
doença é a musculatura esquelética, laboratorialmente, esperamos encontrar aumento das enzimas musculares (particularmente CPK, mas também LDH, AST e ALT). Por
fim, para não deixar dúvidas sobre o diagnóstico, a banca descreveu duas manifestações cutâneas patognomônicas: (1) Pápulas de Gottron: placas eritematosas sobre
as articulações interfalangeanas e (2) heliótropo: erupção violácea na palpebra superior. O rash malar e o rash em "V" (sinal do manto) também são característicos, mas
não patognomônicos. Com relação às outras alternativas: - Letra A: incorreta. A esclerose sistêmica não costuma gerar fraqueza muscular esquelética e as manifestações
cutâneas são bem diferentes das descritas no enunciado (ex: esclerodactilia, fácies esclerodérmica, etc). - Letras C e D: incorretas. Lúpus discoide e lúpus subagudo são
variantes do lúpus cutâneo e, portanto, não justificam os achados sistêmicos apresentados pela paciente do caso. Resposta: letra B.

72 - 2022 EMCM

» Vamos analisar as afirmativas: I- Correta. Embora todas as faixas etárias sejam afetadas, a literatura concorda que a incidência é menor em crianças do que em adultos.
Os homens são afetados aproximadamente 1,5 vezes mais do que as mulheres em todas as faixas etárias. II- Correta. O quadro clínico é marcado por fraqueza muscular
ascendente, progressiva, simétrica, flácida e arreflexa. Em até metade dos casos podemos encontrar disfagia, disartria, disfonia e paralisia facial periférica (esta pode ser
bilateral, sendo chamada de diplegia facial, devido ao acometimento do VII par craniano). Outro achado comumente descrito é a presença de parestesia e disestesia em
extremidades, porém sensibilidade geralmente preservada. Até 70% dos pacientes apresentam algum sintoma disautonômico associado. O tempo de instalação destes
sintomas é variável. Pode evoluir de forma aguda ou hiperaguda (horas ou dias). III- Correta. Em 70-75% dos casos é possível identificar uma infecção prévia e o principal
agente associado é o Campylobacter jejuni. Porém, outros agentes já foram associados à doença como Mycoplasma, Epstein-Barr, citomegalovírus, HTLV, HSV, HIV, Zika
vírus e diversos vírus respiratórios... IV- Correta. O principal exame complementar, que deve ser realizado em todos os paciente, é a punção liquórica. Neste caso,
esperamos encontrar, a partir da primeira semana de doença, uma dissociação proteinocitológica ou albuminocitológica. Ou seja, aumento da proteína sem aumentar a
celularidade. Cabe reforçar que o exame pode ser completamente normal na primeira semana. V- Correta. Quanto mais proximal a lesão, maior o risco de insuficiência
respiratória - que é a principal causa de morte nestes pacientes. Apesar disso, precisamos lembrar que estamos falando de uma doença autolimitada. Após seis meses, a
maioria dos pacientes é capaz de andar. A maior parte dos pacientes tem recuperação completa ou mantém pequenos deficits que não interferem na vida cotidiana,
como a arreflexia. Só 10 a 20% dos pacientes ficam com alguma incapacidade permanente. Resposta: letra D.

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73 - 2022 PUC - RS

» O quadro descrito pelo enunciado é típico de síndrome de Guillain-Barré! Trata-se de uma polirradiculoneuropatia inflamatória aguda, autolimitada e desmielinizante,
causada por mecanismo autoimune pós-infeccioso. Em 75% dos casos é possível identificar uma infecção prévia e o principal agente associado é o Campylobacter jejuni.
Porém, outros agentes já foram associados à doença como Mycoplasma, Epstein-Barr, citomegalovírus, HTLV, HSV, HIV, Zika vírus e diversos vírus respiratórios... O
quadro clínico é marcado por fraqueza muscular ascendente, progressiva, simétrica, flácida e arreflexa. Em até metade dos casos podemos encontrar disfagia, disartria,
disfonia e paralisia facial periférica (esta pode ser bilateral, sendo chamada de diplegia facial, devido ao acometimento do VII par craniano). Outro achado comumente
descrito é a presença de parestesia e disestesia em extremidades, porém sensibilidade geralmente preservada. Até 70% dos pacientes apresentam algum
sintoma disautonômico associado. O principal exame complementar, que deve ser realizado em todos os paciente, é a punção liquórica. Neste caso, esperamos
encontrar, a partir da primeira semana de doença, uma dissociação proteinocitológica ou albuminocitológica. Ou seja, aumento da proteína sem aumentar a celularidade.
Como se trata de um paciente potencialmente grave, com risco de insuficiência respiratória e arritmias, devemos interná-lo para monitorização. Existem basicamente
duas opções de tratamento: (1) plasmaférese; ou (2) imunoglobulina. Ambas possuem a mesma eficácia e devem ser iniciadas precocemente (idealmente na primeira
semana). A corticoterapia não deve ser realizada! Nenhum estudo mostrou benefícios desse medicamento... Apesar de ser frequente o relato de dor neuropática, os
antidepressivos tricíclicos e a gabapentina não costumam ser necessários na fase aguda da doença - embora possam ser feitos para pacientes que mantém o quadro
álgico mesmo com o tratamento adequado. Apesar disso, devemos lembrar que a síndrome de Guillain-Barré é uma doença autolimitada. Após seis meses, a maioria dos
pacientes é capaz de andar. A maior parte dos pacientes tem recuperação completa ou mantém pequenos deficits que não interferem na vida cotidiana, como a
arreflexia. Só 10 a 20% dos pacientes ficam com alguma incapacidade permanente. Por fim, é importante notar que não faz sentido iniciar antibioticoterapia se o quadro
infeccioso não está vigente. O tratamento deve ser voltado para o distúrbio autoimune. Resposta: letra D.

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74 - 2022 PUC - PR

» Vamos às assertivas sobre status epilepticus. - As assertivas A e D versam sobre as definições de status, estando ambas incorretas. A definição de status convulsivo é a
ocorrência de 30min de crises convulsivas contínuas (subentrantes) ou Crises com mais de 30min de duração, tendo sido administradas ou não drogas
anticonvulsivantes. O status refratário é definido por crises persistentes mesmo após duas linhas de tratamento. - As assertivas B e C versam sobre o tratamento, sendo
também incorretas. O tratamento de primeira linha é realizado com lorazepam ou diazepam IV; não havendo resposta os fármacos de segunda linha seguinte são
fenitoína (mais usado no nosso meio), valproato ou levetiracetam. Ou seja, a fenitoína não é droga de primeira linha, mas de segunda linha, sendo indicada neste caso
(paciente refratário a benzodiazepínico). - A assertiva E está correta (gabarito). As drogas de escolha no "status" são lorazepam ou diazepam IV (no Brasil usamos o
diazepam IV, pois não existe o lorazepam venoso). Para uso IM, a melhor droga é o midazolam. Resposta: E.

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75 - 2022 HCMT

» Questão bastante interessante! Estamos diante de um escolar que não apresenta comorbidades prévias e com queixa de que vem apresentando eventos semelhantes a
"desligamentos". Trata-se da epilepsia de ausência, que tem início entre 6 e 7 anos de idade. Trata-se de uma epilepsia benigna que cursa com elevada frequência
diária de crises de ausência e sua indução fácil pela hiperventilação, tanto clinica como eletrograficamente. O quadro típico é composto por crises de ausência muito
frequentes (pode chegar até 200 crises/dia). Alguns quadros mais atípicos podem estar associadas a automatismos orais ou manuais. Podem surgir crises tônico-clônicas
generalizadas na adolescência. Quando típica, o eletroencefalograma apresenta complexos de espícula-onda com frequência de 3 ciclos/segundo. Trata-se de uma
epilepsia de fácil tratamento, com excelente resposta ao valproato de sódio e etossuximida, sendo o primeiro a opção de escolha em caso de crises tônico-clônicas
associadas. Tem excelente prognóstico, as crises normalmente não recorrem após o início do tratamento e o mesmo pode ser interrompido em um prazo médio de 4
anos. Resposta: letra C.

76 - 2022 HNSC

» O Nelson é claro: "Se houver alguma dúvida sobre a possibilidade de meningite, uma punção lombar deve ser feita". A punção é fortemente recomendada nos menores
de 6 meses que se apresentam com convulsão febril e deve ser considerada (não é obrigatória) entre os 12 e 18 meses. Segundo o Nelson, aceita-se que nas crianças
com idade entre 6 e 12 meses a punção lombar seja obrigatória apenas se a criança não foi previamente vacinada para pneumococo e hemófilo (maior risco para
meningite por estes agentes) ou se já iniciou tratamento com antimicrobiano (o que poderia "mascarar" o exame físico e não revelar outros sinais de doença
neurológica). Devemos ressaltar que quanto menor a criança, menos provável é o encontro dos sinais clássicos de irritação meníngea. Acima de 12 meses, a punção
lombar está recomendada apenas se o quadro clínico sugerir meningite. Nos casos de convulsão febril, a análise do liquor será normal. Uma recuperação lenta pós-ictal
ou mesmo alterações neurológicas neste período podem indicar acometimento meningoencefálico, motivo pelo qual seriam situações que se beneficiariam de um exame
complementar. Resposta: letra C.

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77 - 2022 HNSC

» A crise febril é o tipo de convulsão mais frequente na infância. Considerando as crianças menores de cinco anos, entre 2 a 5% apresentarão esta alteração. Embora
possa assustar os familiares da criança, a condição é absolutamente benigna. Para se ter noção, crianças que não apresentam fatores de risco têm incidência de
epilepsia primária no futuro de apenas 1%. Além disso, já foi comprovado que as crianças que apresentam convulsões febris não têm risco aumentado de alterações de
comportamento, deficit de atenção ou distúrbio cognitivo, a não ser que desenvolvam epilepsia posteriormente. A primeira medida, em termos de tratamento, é acalmar
os pais e explicar sobre a benignidade do ocorrido. Em seguida, aplicar tratamento (se houver) para a causa da febre (ex.: antibioticoterapia). Os antitérmicos podem ser
administrados, mas há dúvidas de que reduzam o risco de recorrência das convulsões febris. Se a crise durar mais de cinco minutos, o Nelson recomenda tratamento
com benzodiazepínico. No caso de status epilepticus febril, estão indicados benzodiazepínicos ou outros anticonvulsivantes, como a fenitoína, via intravenosa. Nos casos
de ansiedade extrema dos pais, o Nelson recomenda profilaxia, para prevenir convulsões recorrentes, mas NÃO se indica tratamento com drogas antiepilépticas de
maneira crônica. Resposta: letra A.

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78 - 2022 UEL

» A Síndrome de Guillain Barré é uma das causas mais comuns de fraqueza aguda adquirida e muitas vezes é provocada por uma infecção prévia. As características
clínicas típicas incluem uma fraqueza muscular progressiva e simétrica, ascendente, com comprometimento dos nervos cranianos - todos os nervos mielinizados (motor,
sensitivo, craniano, simpático) podem ser afetados - e reflexos tendinosos profundos ausentes ou deprimidos. No exame físico desses pacientes, então, encontramos:
paralisia ou paresia, arreflexia, flacidez, parestesia e disestesia em extremidades, porém sensibilidade geralmente preservada e ausência de atrofia muscular
significativa. Os pacientes também podem apresentar sintomas sensoriais e disautonomia e podendo complicar com falência respiratória e disfunção autonômica.
Laboratorialmente, uma das marcas da doença é a chamada "dissociação proteino-celular", onde temos um número pequeno de células para um número aumentado de
proteínas no LCR. Diante de qualquer um desses achados, devemos suspeitar de outro diagnóstico: presença de nível sensitivo ao exame físico, Fraqueza muscular
persistentemente assimétrica, disfunção esfincteriana grave e prolongada, liquor com mais de 50 cel/mm³, febre e sintomas constitucionais. Resposta: comprometimento
motor assimétrico.

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79 - 2022 HNSC

» A síndrome de West é uma encefalopatia epiléptica que se caracteriza por crises em espasmos infantis (espasmos breves intermitentes da musculatura do pescoço,
tronco e membros, podendo levar a movimentos de extensão ou flexão) e deterioração mental com atraso neuropsicomotor (I CORRETA). O traçado eletroencefalográfico
apresenta-se com hipsarritmia, que é um padrão de atividade de fundo caótico, lento, de alta voltagem e com espículas multifocais (III CORRETA). Ela pode não ter uma
causa determinante ou etiologia variável (erros inatos de metabolismo, lesões cerebrais hemorrágicas, insulto hipóxico-isquêmico, distúrbios da migração neuronal,
esclerose tuberosa). Em relação à faixa etária, inicia-se quase exclusivamente no primeiro ano de vida (II INCORRETA). Resposta: letra B.

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80 - 2022 HMDI

» A miastenia gravis é uma doença autoimune da placa motora, caracterizada por fraqueza e fatigabilidade muscular. Isso significa que por algum motivo desconhecido, o
corpo produz autoanticorpos contra os receptores musculares de acetilcolina localizados na placa motora. Com estes receptores lesados, o impulso nervoso não poderá
gerar uma contração muscular normal. A doença ocorre em todas as idades e ambos os sexos. Há uma distribuição bimodal com um pico precoce dos 10 aos 30 anos
(predominância feminina) e outro tardio dos 50 aos 70 anos (predominância em homens). Como o pico precoce parece ser mais importante, alguns autores descrevem
que, de forma geral, as mulheres são mais afetadas que os homens. Resposta: letra D.

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81 - 2022 HCMT

» Estamos diante de uma paciente com quadro de fraqueza muscular. Não só nos MMII! A própria diplopia também é indício desse sintoma! Levando em consideração o
que o enunciado descreve, incluindo o acometimento da musculatura extra-ocular e o fato de se tratar de uma mulher jovem, devemos considerar a possibilidade de
miastenia gravis, doença autoimune caracterizada pelo ataque de autoanticorpos a receptores de acetilcolina localizados na membrana pós-sináptica da placa motora.
Como consequência, a contração muscular fica prejudicada. Resposta: letra C.

82 - 2022 UESPI

» Logo após um quadro de virose sistêmica inespecífica ter se resolvido, a paciente desenvolve mialgia e dificuldade para deambular, com dor à palpação dos músculos
nos membros inferiores e enzimas musculares aumentadas... Ora, não há hipótese diagnóstica melhor do que miosite pós-viral, um fenômeno pós-infeccioso de natureza
autoimune e bem prognóstico, geralmente de curta duração e resolução espontânea. O fato é que não há sinais e sintomas para pensarmos em nenhuma das demais
doenças citadas: a doença mista do tecido conjuntivo é uma síndrome de superposição, uma verdadeira "mistura" de várias doenças autoimunes no mesmo paciente; no
lúpus eritematoso sistêmico temos o clássico rash malar e várias "ites" e "penias", isto é, inflamação em vários órgãos e tecidos, além de citopenias; a dermatomiosite
apresenta lesões cutâneas além de miosite; a esclerose sistêmica, além de ser raríssima na infância, cursa com fibrose cutânea... Resposta: E.

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