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AGRONOMIA

ABSORÇÃO IÔNICA
RADICULAR
Professor: Douglas Silva Parreira
Introdução

❖ Absorção – processo pelo qual o elemento M passa do substrato (solo, solução nutritiva) para uma
parte qualquer da célula (parede, citoplasma, vacúolo).

❖ Transporte ou translocação – é a transferência do elemento, em forma igual ou diferente da


absorvida, de um órgão ou região de absorção para outro qualquer (p. ex. da raíz para a parte
aérea).

❖ Redistribuição – é a transferência do elemento de um órgão ou região de acúmulo para outro ou


outra em forma igual ou diferente da absorvida (p. ex, de uma folha para um fruto; de uma folha
velha para uma nova).
Tabela 1. Relação entre concentração
de íons no suco celular e no meio
Tabela 2. Mudanças na concentração de íons na solução e a
concentração no suco celular das raízes de milho e feijão
Caracterização da Absorção Iônica

❖Seletividade – certos elementos minerais são absorvidos preferencialmente;

❖Acumulação – a concentração dos elementos, de modo geral, é muito maior


no suco celular do que na solução externa;

❖Genótipo – existem diferenças entre espécies de plantas nas características


de absorção.
O Contato do Íon com a Raiz

❖Intercepção radicular – à medida que a raiz se desenvolve, entra em contato

com íons da fase líquida e sólida do solo. A contribuição deste processo é

muito pequena e a quantidade é proporcional à relação existente entre a

superfície das raízes e a superfície das partículas do solo.


O Contato do Íon com a Raiz

❖ Fluxo de massa – é o movimento do íon em uma fase aquosa móvel (= solução do solo), devido
a um gradiente de tensão da água adjacente (mais úmida). Os elementos dissolvidos são assim
carregados pela água para a superfície radicular por fluxo de massa; a quantidade de M que
pode entrar em contato com a raiz por este processo é:

Qfm = [M] x V
Onde:
[M] = concentração do elemento na solução do solo
V = volume de água absorvido pela planta
O Contato do Íon com a Raiz

❖ Difusão – é o movimento do íon em um fase aquosa estacionária a curtas distâncias e obedece a lei
de Fick:

onde:
F = velocidade de difusão (quantidade difundida, em moles, por unidade de secção na unidade de tempo)
dc/dx = gradiente de concentração
c = concentração (moles/l)
x = distância (cm)
D = coeficiente de difusão
Tabela 3. Contribuição relativa da interceptação radicular, do fluxo de massa e da difusão
no fornecimento de nutrientes para as raízes do milho num solo barro limoso.
Mecanismo de Absorção

❖ Passiva:

✓ Corresponde à ocupação do apoplasto radicular

✓ O elemento entra sem que a célula necessite gastar energia, deslocando-se de uma
região de maior concentração, a solução externa, para outra de menor concentração, a
qual corresponde à parede celular, espaços intercelulares e superfície externa do
plasmalema.
Mecanismo de Absorção
Conteúdo

❖ Ativo:

✓ Trata-se da ocupação do simplasto radicular.

✓ Faz com que M atravesse a barreira lipídica (gordurosa) da plasmalema, atingindo o


citoplasma. Deste, o elemento pode chegar ao vacúolo depois de vencer a outra barreira
representada pelo tonoplasto. O mecanismo ativo é lento e irreversível; M só deixa o
citoplasma ou o vacúolo se as membranas forem danificadas.
Figura 1. Representação esquemática dos componentes da célula vegetal
Mecanismo de Absorção

Figura 2. Curva de absorção de cálcio e fósforo


radioativos por raízes destacadas de arroz e feijoeiro.
Fatores que afetam a absorção iônica radicular

Figura 3. Esquema dos parâmetros que têm sido usados para elaborar modelos matemáticos
para explicar a absorção de nutrientes pelas raízes no solo (CLARKSON, 1985).
Fatores Externos

a) Disponibilidade

✓ A primeira condição para que o íon M seja absorvido é que o mesmo esteja na forma disponível e em
contato com a superfície da raiz.

✓ Portanto, todos os fatores que afetam a disponibilidade, também afetam a absorção,

- o teor total do elemento no solo - pH

- aeração - umidade - matéria orgânica

- temperatura - presença de outros íons


Fatores Externos

b) pH

Figura 4. Absorção líquida de K+ influenciada pelo pH e


presença/ausência de Ca2+ na solução externa.
Fatores Externos
PÓS-GRADUAÇÃO

b) pH

Figura 5. Relação entre pH e disponibilidade de elementos no solo


Fatores Externos

c) Aeração

Figura 6. Efeito da tensão de O2 sobre a taxa de absorção


de P por raízes destacadas de cevada.
Fatores Externos

d) Temperatura

Figura 7. Efeito da temperatura sobre as taxas de respiração (.), absorção de P (•)


e K(▪) por segmentos de raíz de milho.
Fatores Externos

e) Umidade

❖A água e essencial para mineralização N, S, P, B, etc da matéria orgânica


pela atividade microbiana.

❖Sem água não há movimento de íons no solo (fluxo de massa, difusão).


Fatores Externos

f) O próprio elemento

❖ ânions – NO3- > Cl- > SO42- > H2PO4-

❖ cátions – NH4+ > k+ > Na+ > Mg2+ > Ca2+

O íon acompanhante, como consequência disso, também influencia a absorção do seu par:

assim, por exemplo, a absorção máxima do NH4+ ocorrerá quando ele estiver

acompanhado de No3-; a velocidade será mínima se estiver junto com o H2PO4-.


Fatores Externos

g) Interação entre íons

➢ Como a solução do solo apresenta uma gama altamente heterogênea de íons, a

presença de um pode modificar a velocidade de absorção de outro de duas

maneiras:

✓ Inibição

✓ Sinergismo.
Fatores Externos

❖ Inibição

✓ Consiste na diminuição da absorção de M devido à presença de outro

▪ “Competitiva” quando os dois elementos M e I (inibidor) se combinam com o

mesmo sítio do “carregador” na membrana;

▪ “Não competitiva” quando a ligação se faz com sítios diferentes.


Fatores Externos

❖ Sinergismo

✓ A presença de um dado elemento aumenta a absorção de outro

▪ Ca2+ em concentrações baixas aumenta a absorção de cátions e ânions por seu

papel na manutenção da integridade funcional das membranas

▪ Mg2+ aumenta a absorção do fósforo.


Tabela 5. Exemplos de efeitos interiônicos.
Fatores Externos

h) Micorrizas

❖ Associação entre fungos do solo e raízes de plantas formando uma simbiose.

✓ Benefícios das micorrizas sobre o crescimento das plantas

▪ Aumento da superfície de absorção

▪ Maior exploração do volume do solo pelo sistema radicular das plantas.


Fatores Internos

➢ Potencialidade genética
✓ O processo de absorção iônica, como quase tudo na vida da planta, está sob controle genético.
✓ A absorção iônica e controlado por fatores genéticos e a diferenças entre genótipos modifica as
características na capacidade ou na velocidade de absorção entre espécies e variedades.

▪ na capacidade de solubilizar elementos na rizosfera;


▪ mediante excreções radiculares;
▪ na mudança de valência do ferro (Fe3+ para Fe2+), o que aumenta sua solubilidade e absorção.
Fatores Internos

➢ Estado iônico interno


✓ Em geral, quando a concentração interna de um íon aumenta, a taxa de absorção declina e vice-
versa.
✓ A capacidade que a raiz possui para absorver M é limitada: a célula não é um “saco sem fundo” .
Fatores Internos

a) Nível de Carboidrato

➢ Os carboidratos são os principais substratos respiráveis como fonte de energia para o processo de
absorção. Dentro de limites, a velocidade de absorção será tanto maior quanto mais alto o nível de
carboidratos na raiz

Tabela 6. Conteúdo de carboidratos na raíz e a taxa de absorção de K por raízes destacadas de


cevada.
Fatores Internos

b) Intensidade transpiratória

➢ O efeito da transpiração é indireto: a corrente transpiratória, que no xilema conduz M

para a parte aérea, pode aumentar a tensão “puxador” o elemento contido nos espaços

intercelulares e na parede celular da raiz. Além disso, havendo maior transpiração é

favorecido o gradientes de umidade no solos, o que aumenta o fluxo de massa para a

raiz. ‘’’
Fatores Internos

c) Morfologia de raiz

➢ “Fatores morfológicos”

➢ Taxa de crescimento da raiz

➢ Raio médio das raízes

➢ Frequência de pêlos absorventes

➢ Comprimento de pêlos absorventes

➢ Frequência de micorrizas.
Um abraço e até a próxima aula.

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