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ROMANSEX
4 EM 1

VINGANÇA SENSUAL
Marylin Savage
Página 05

OS SONHOS DA DONZELA
Dodô Francesca
Página 29

UM AMOR DE TITIA
Adriana Balester
Página 60

MAL-ENTENDIDO
Lynda Bigshoe
Página 83

Digitalização & Revisão:


ÐØØM SCANS

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Capa: Lito
Tradução: Rocky D. Monardy

Obra de ficção, qualquer semelhança com pessoas


ou fatos reais deve ser atribuída à simples coinci-
dência.

Livro publicado pela Editora Lampião Ltda.


Rua Leopoldo Couto de Magalhães Jr., Nº 1.195,
Itaim Bibi, São Paulo, SP.

Distribuição própria para todo o território nacional.

Impresso nas oficinas gráficas da Editora Parma


Ltda., Rua da Várzea; Nº 384, Barra Funda, São
Paulo, SP.

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

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VINGANÇA SENSUAL
Marylin Savage

— George, nos recém-almoçamos. Você não


pode esperar para outra ocasião?
Num discreto recanto do jardim interno da man-
são dos Kassini, a mão do atlético rapagão buscava
o conforto das coxas exuberantes da herdeira do clã
que, por sua vez, protestava mais para fazer charme
do que para evitar o assalto.
Heidy Kassini era uma garota extraordinaria-
mente linda, cobiçada pelos jovens das grandes fa-
mílias não apenas aqui em Long Beach mas em to-
dos os lugares onde costumava frequentar com seus
pais multimilionários.
Um verão aqui, o inverno em Paris, onde a fa-
mília possuía apartamento na Avenida de Rouen,
Nova Iorque, Roma, etc. Não tinha casa, ou melhor,
não tinha sequer um lar. Um jato só para atender a
família estava sempre à disposição no aeroporto
mais próximo. E enquanto seu pai — outro avião
particular — acertava contratos de milhões de dóla-
res através do mundo, acompanhado sempre de
muitas secretarias executivas — segundo as más
línguas, eram assim chamadas porque ele as execu-
tava — sua mãe, a famosa Sra. Kassini, fazia festi-
nhas com garotos adolescentes, quase todos more-
nos, fortes, de olhos castanhos e pau grande.
Para descobrir suas presas usava atualmente os
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serviços de um mordomo veado, que se gabava de
ter olho clínico. Os resultados eram satisfatórios,
pois o cara sempre descobria a presa certa. Na hora
do teste é que havia alguns problemas, já que mui-
tos deles não gostavam de ser examinados por um
homem. Para resolver tão delicado e desagradável
transtorno, a Sra. Kassini estava treinando uma ga-
rota loira de excepcional beleza. A menina fazia gi-
nástica, alimentava-se bem, vestia sempre boa rou-
pa esporte. Brevemente seria solicitada a provar,
antes da madame, os pênis selecionados pelo olho
de mestre do mordomo.
Vivendo num meio assim, nada mais natural
que Heidy vivesse às voltas com sexo. Mas ela não
era uma mulher sensual. Na verdade procurava tu-
multuar sua vida amorosa com amantes e mais
amantes apenas por dever social, não por necessi-
dade espiritual.
No seu meio era muito charmoso trepar e uma
garota rica como ela não podia dar-se ao luxo de
não foder a todo momento. Que pensariam suas
amigas? Não teria assunto para as festas! Não teria
homem para ser roubado por outra, provocando as-
sim uma interminável e rocambolesca sucessão de
vinganças! Que tragédia seria não ter amante! Ou
melhor, amantes e mais amantes, pois um só não
seria bonito.
George não era um deles. Andava tentando, mas
ainda não havia conseguido comê-la, não por que
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não tivesse lábia suficiente, se é que para comer
Heidy se precisasse disso. Ele estava tentando na
hora errada. Atualmente, ela estava envolvida com
uma transa. Precisava dormir com o namorado da
Princesa Faya, de pouco dinheiro e alta nobreza,
que andava lhe enchendo o saco desde Nova Ior-
que. O rapaz resistia a tudo. E ela precisava tentar
mais.
— George, você teima em por esse dedão, que
mais parece um pau, na minha buceta! Eu já te dis-
se que isso só vai servir para nós ficarmos com te-
são. Eu não vou trepar contigo.
— Mas hoje eu não deixo você fugir — afirmou
o varão, mostrando a elevação sob sua calça.
— Se esse é o problema — disse ela abrindo os
botões da braguilha — podemos resolver isso facil-
mente.
Pau para fora, no compasso um-dois-um-dois,
Heidy tocou-lhe uma punheta com a mesma calma
e muito menos emoção do que se estivesse tocando
piano. Nem sequer pediu para que ele segurasse
seus seios ou passasse a mão nas suas pernas.
— Dê-me seu lenço — pediu ela quando pres-
sentiu a ejaculação.
Enrolou o pano como uma bandagem na cabeça
da pica que parecia com soluço. Concluído o servi-
ço, ela pediu licença e se retirou.
No jardim interno ficou um dos tantos fãs, ou
caça-dotes, que Heidy tinha levado ao orgasmo sem
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oferecer grandes prazeres.
Deitada na beira de sua piscina privativa, a jo-
vem Kassini ultimava os detalhes e a forma de ata-
que do seu plano para conquistar o namorado da
Princesa. Depois de humilhada nos últimos dias,
não estava disposta a nova derrota. No amor e na
guerra vale tudo. Hoje as coisas seriam diferentes e
certamente ela conseguiria.
Não lhe interessava namorar o moço. Bastava
que ele a levasse para a cama. Bastava que retor-
nasse mais algumas vezes, até que ficasse caracteri-
zado o fato de que eles eram amantes. Não precisa-
va ser fiel nem ter ciúmes dela.
O que tinha planejado fugia de qualquer coisa
que já tivesse feito. Se ele não ligava para ela na
sua riqueza, conheceria o seu lado vulgar.
Apanhou o telefone e discou para seu desafeto.
— Alô, aqui é do Iate Clube. Desejaria falar
com o Sr. Gregory.
Claro que teve que esperar, pois ele não costu-
mava atender o telefone sem saber antes quem de-
sejava falar-lhe.
— Sr. Gregory, pediríamos a sua presença aqui,
pois houve um acidente com seu iate.
— Coisa grave?
— Não, mas é preciso que o senhor venha ime-
diatamente.
Ele confirmou e Heidy vestiu-se rapidamente.
Precisava chegar até a avenida que levava ao Iate
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Clube antes que ele passasse.
Parada no canteiro central, ficou aguardando o
carro. O movimento àquela hora era pouco, razão
pela qual havia escolhido o local.
Quando viu o enorme Mercedes dourado surgir,
iniciou o strip-tease. Sim, isso mesmo. Começou a
tirar a roupa. Toda a roupa. Já estava sem sutiã para
facilitar as coisas. Em segundos, ficou completa-
mente nua, com seu corpo de corista, exposta, fa-
zendo sinal de carona para que ele parasse.
Steve Gregory deteve seu carro.
— Que houve, garota?
— Achei que assim seria mais provável conse-
guir uma carona.
— Entre logo e vista a sua roupa, sacaninha!
Então, isso é coisa que se faça? Você quer arrumar
amante rico e não tem classe para conquistar um?
Precisa fazer uma coisa dessas? Você é bem bonita,
poderia usar outros meios.
— Mas eu só queria carona...
— Podia arrumar uma encrenca danada. Se a
polícia te pega... Onde você quer ir?
— Você que sabe.
— Sua fisionomia não me é estranha.
— Essa conversa é velha. Não é preciso me
cantar, não percebeu?
— Ora, vá... eu estou indo para o Iate. Você
vem comigo, pois eu não tenho tempo.
Steve perguntou qual o problema com seu bar-
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co, mas ninguém sabia de nada, nem mesmo do te-
lefonema. Tudo em ordem. Só o seu amigo Carlos
que estava a bordo desde cedo.
— Vamos até lá, meu bem. Vou te mostrar a mi-
nha casa flutuante.
De fato encontraram um dos grandes amigos de
Steve se deliciando no bar do iate.
— Oi, seu malandro! Pensei que você ainda es-
tivesse em Miami, atrás daquele peixão de rabo
grande.
— Nem chegue perto de mim, antes de apresen-
tar essa preciosidade loira. Você é muito gentil, mas
não precisava se incomodar com a minha rede. Mas
já que ela está aqui, sou candidato à pescaria.
— Esta é minha recente amiga... como é mesmo
seu nome?
— Heidy, muito prazer.
— Eu a encontrei na rua nuazinha.
— Não acredito! Deve ser um milagre!
O milagre estava se repetindo. Diante dos olhos
esbugalhados, Heidy tirou a roupa sem fazer ceri-
mônia.
— Está muito quente, hoje.
Os três sentaram-se na ampla sala de estar do
iate. Entre beijos e brincadeiras, as roupas foram
sendo dispensadas.
— Bilu, bilu, bilu... — fez Carlos no clitóris da
moça, que se esmerava em parecer a mais puta de
todas as garotas da Costa Oeste.
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De pernas abertas, oferecida, com uma mão
dentro da calça de Steve e a outra na de Carlos, eles
iam se divertindo, sem pressa, que isso é coisa de
plebeu.
— Que corpo perfumado! Isso é francês, tá na
cara. Mas esses pentelhos são internacionais!
Os elogios provinham do novo companheiro,
que derramou uma garrafa de champanhe no seu
corpo e foi sorver os goles eróticos no meio dos pe-
los macios da jovem devassa. Sob os aplausos de
Steve, ele chupou todinha a xoxota loira, não con-
seguindo nem assim inflamar o sangue da oferecida
garota.
Mas a alegria era total. Ela se desempenhava
muito satisfatoriamente. Espalharam almofadas
pelo chão e, todos nus, deram vazão aos seus ins-
tintos, especialmente os de Heidy, que no fundo
gostava mesmo era de putaria. Com um pau em
cada mão, sentindo-se bolinada duplamente, sendo
tratada como puta, sentia-se próxima ao paraíso.
Lembrando-se de suas grandes surubas Heidy
foi muito hábil com os dois. Deu-se muitas vezes e
sempre só reclamou de mais prazer, mais gozo,
nunca de faltas dos parceiros, nem mesmo quando
foi enrabada.
Chupou com igual dedicação as duas enormes
picas. Lavou-se em porra fresca, tendo o cuidado
de mostrar sua fome pelo líquido bebendo as gotas
que lhe chegavam aos lábios.
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E quando fodida, soube aumentar muito o pra-
zer que os orgasmos estavam realmente lhe dando.
Enfim, Heidy foi a puta perfeita para dois diverti-
dos rapazes.
A vingança tinha começado bem. Steve não era
mais propriedade exclusiva da Faya.

***

Seus planos se frustraram. Sem saber exatamen-


te o que tinha acontecido, mas sentindo o dedo de
sua rival, recebeu um telefonema, informando que
Steve não poderia ir à sua casa como combinado.
Muito bem. Precisamos agir rápido e de forma a
não falhar, pensou a garota. Pensou e agiu. Imedia-
tamente distribuiu convites a uma dúzia de pessoas,
inclusive a Princesa, para um coquetel na sua pisci-
na, no dia seguinte pela manhã.
— Ela vai se foder comigo — disse a desafiante
para si mesma. — Assim ela não pode faltar. Vou
fritá-la diante de todos.
Primeira a chegar a Princesa foi levada pela an-
fitriã até seu quarto.
— Aqui você deixa suas roupas querida.
— O que? Que idéia é essa?
— Uma festa naturista, minha a miga, só isso.
Hoje vamos mostrar em publico aquilo que todos
sabem que não só mostramos, mas que também da-
mos aos nossos convidados.
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— Sim, mas eu dou a Steve, não para os outros.
Você dá para os outros, não para ele.
— Você tem razão apenas em parte, minha ami-
ga — disse a sardônica Heidy. — O coquetel ainda
nem começou. Mais tarde você vai ver que eu te-
nho razão.
Foi então que chegou Steve. Sua primeira rea-
ção foi repreender a namorada por estar nua diante
dos outros. Mas viu então a dona da festa. Sua me-
mória se avivou. Claro que conhecia a garota que
encontrara nua. Era a conhecida de sua namorada!
Sempre a vira de longe e nunca tinha lhe dirigido a
palavra, como iria identificá-la?
— Puta que o pariu! — rosnou, e desistiu da
idéia de reprimi-la. Afinal, todos estavam nus. Pre-
feriu não dar motivos a uma entregação por parte
da dona da casa.
Tudo em ordem, Heidy pensou começar o ata-
que. Dentro em breve os pares e grupos para o
sexo, estariam se formando e ela poderia perder
Steve se demorasse muito.
O plano perfeito só tinha uma falha. Heidy es-
queceu-se de avaliar sua retaguarda e perdeu para
sua nova adversaria: sua mãe.
Não que ela estivesse interessada nele como
amante, mas sim para testar sua garota que manti-
nha para chamar os meninos para suas farras.
Deu um jeito de levá-lo para dentro, sem apare-
cer. Steve ficou muito encabulado ao ser apanhado
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nu numa das dependências da mansão por uma se-
nhora muito elegante.
— Não se preocupe. Eu mandei chamá-lo justa-
mente porque o vi nu. O seu pau é muito interes-
sante e eu tenho uma tarefa para ele que, tenho cer-
teza, você vai adorar.
— Quem é a senhora?
— Não me chame assim, que me sinto velha e
ficarei muito constrangida em te cantar, numa nova
oportunidade. Hoje não posso porque tenho um
compromisso me esperando no quarto.
— Mas o que a senho... você quer de mim hoje?
— Eu tenho uma jóia de menina ainda virgem e
preciso que você resolva esse problema para mim.
Ela só será útil se for feita mulher. Acho que hoje
um dia muito bom, pois olhei no seu quarto há pou-
co e a vi com todos os sintomas do tesão.
— Você não é brincadeira! Porra!
— Venha comigo e lhe mostrarei. Você vai
adorá-la, tenho certeza.
Steve caminhou na sua direção para acompa-
nhá-la. Na passagem a Sra. Kassini pegou o seu
pau, examinou e aprovou.
Entraram no quarto da madame. Pararam diante
do espelho.
— Este espelho é mágico — disse ela como se
fosse uma feiticeira. — É só abri-lo assim e pode-
mos ver o quarto ao lado. De lá para cá não se vê
nada.
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A moldura se moveu nas dobradiças. Do outro
lado, antes de mais nada, Steve pode admirar uma
graciosa senhorita num momento solitário.
Depois de esfregar seus seios sob a blusa aberta,
Nilda tirou sua roupa, peça por peça, e deitou-se na
cama só de calcinha. Suas mãos e dedos percorriam
lentamente as coxas, como se procurassem um lu-
gar para se deterem. Finalmente, sob a alva prote-
ção da calcinha, descobriu a xoxota em brasa.
— É toda sua — disse a Sra. Kassini. — Até
logo e faça bom proveito.
Steve estendeu a mão para retribuir o gesto mas
se enganou. A insaciável mulher apertou o seu pau
como se fosse a mão, e saiu.
Ele não pensou muito tempo. Abriu a porta e
entrou na intimidade de Nilda. A garota moveu ape-
nas os olhos cheios de desejos. Por cinco segundos
admirou o seu invasor e entendeu que chegara a
hora do seu milagre.
Sem palavras, apenas baixou a calcinha e espe-
rou. A cor rosa da parte interna da virgem vulva era
não mais que um simples risquinho entre os pente-
lhos, mas foi suficiente para levar Steve a perder a
cabeça.
Mergulhou no meio das pernas maravilhosas e,
com a língua, preparou o caminho para o que viria
depois. Sugando o licor erótico que descobriu na-
quela buceta, levou a garota a conhecer o seu pri-
meiro orgasmo com um homem.
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Mas uma só acabada não era suficiente para sa-
ciar os desejos da fêmea que estava, de forma ines-
perada, conhecendo o prazer plenamente.
Então foi a vez da pica conhecer recanto tão
belo e gostoso. Steve meteu até encontrar o cabaço
e deixou-se gozar o raro prazer. As virgens sentem
excitação demoníaca nesse ponto e não resistem
muito tempo assim.
— Seja lá quem você for, me fode logo! Meu
fogo pede pau, minha buceta pede porra quente,
meu corpo precisa ser fodido! Não demore muito!
Eu sei que vai doer, mas eu quero sofrer esse suplí-
cio. Empurra essa pica pra dentro de mim, até o
meu útero, meu príncipe.
No exato momento em que Steve arrancava gri-
tos de gozo da garganta de Nilda não mais donzela,
foi que Heidy chegou na frente do espelho, depois
de longa busca pela casa.
— Filho da puta! Isso é coisa da minha mãe.
Agora não vou poder mostrar para aquela exibida
que ele já me comeu. Mas nem tudo está perdido,
— pensou rapidamente. — Vou entortar essa festa.
Se ele não me come, vou fazer alguém comer Faya.
Isso me ajudará. E vou aproveitar o que aconteceu!
Se ele anda com outras será útil que todo mundo
saiba. Uma criada passou a princesa para trás! Óti-
mo!
Voltou à sua piscina particular e teve outra sur-
presa. A Princesa Faya estava metendo com um
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amigo do namorado, que recém-chegara. E meten-
do como mais gostava, segundo as más línguas.
Quer dizer, estava tomando no rabo com muita ele-
gância e eficiência como convém a uma princesa.
— Será que não deixam nada para eu fazer?
Todo mundo é louco, nesta terra? Que merda! Mas
ela vai ver! Vou deixá-la completamente doida.
Essa não vai ter mais paz antes que muitos a co-
mam em público, muito bem fodida para que todos
saibam. E quando eu aparecer com o macho dela
todos vão saber que eu o conquistei porque ela an-
dava trepando com os amigos e inimigos dele.
Heidy estava decidida, obcecada como é próprio
das pessoas que não nenhum objetivo na vida.
Cuidou a Princesa. Depois que ela gozou, Heidy
convidou-a para tomarem um banho na piscina. As
duas se refrescaram, brincaram na água. Faya não
se dava conta que sua amiga tentava envolvê-la na
sua rede.
— Não doeu? — perguntou Heidy.
— Doeu o que?
— A metida que você deu com Albert.
— Por que haveria de doer?
— Eu sempre ouvi dizer que no bumbum dói
muito. E ele meteu tudo.
— E você não sabe? Nunca deu a bunda para
seus namorados? Steve e Carlos não comeram o teu
cu ontem? Vou falar com Steve. Comigo ele nunca
esquecia.
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A ira de Heidy estava chegando ao máximo. En-
tão ela estava fazendo papel de boba e não sabia.
Sua trepada com os dois não era segredo para sua
rival e ela pensando em passá-la para trás. Que ton-
ta! Ah, mas ela hoje sai com má fama daqui. Vou
fazer uma das garotas atendê-la. Depois vou espa-
lhar que ela é lésbica.
Quem melhor para isso do que a terrível Babet-
te? Isso mesmo. Chamou Faya e foi procurar a
companheira.
— Babette, não vi você acompanhada até agora.
Você perdeu o tesão?
— Claro que não, sua bobinha. Eu ando por aí,
brincando com um, com outro, sempre evitando
compromissos. Você sabe como eu sou.
— Deixe eu ver se é verdade. Abra as pernas.
Faya também observava de perto a conversa,
muito interessada, excitada mesmo. Quando Babet-
te mostrou seu sexo para as amigas, Heidy sugeriu:
— Não é uma graça, Faya? Por que você não dã
um beijinho nessa xoxota?
— Não — protestou a dona da vagina — pri-
meiro você. Ninguém chupa melhor uma bucetinha
em toda Long Beach e arredores.
Nova derrota. Fora desmascarada diante da ad-
versária. Ficou vermelha. Então recebeu apoio jus-
tamente dela.
— Não fique encabulada, menina. Que mal há
em fazer isso? Eu sou louquinha por uma chupada.
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Faça o quê você deseja e deixe o resto por minha
conta.
A cabeça de Heidy foi levada até seu competen-
te lugar pelas duas. Sem muita vontade ela come-
çou a sugar delicadamente a buceta de Babette, coi-
sa que costumava fazer sempre que a encontrava.
Mais uma vez morria de raiva. Sua rival não fazia
segredos que gostava de transa com o mesmo sexo.
Ela não tinha nenhum ponto a que pudesse se agar-
rar para levá-la ao ridículo. Sentiu que estava per-
dendo a parada.
Durante todo o tempo, vendo sexo por todo
lado, homens e mulheres nus, ela não chegou a fi-
car excitada em nenhum momento, preocupada
com sua vingança. Mas agora, na putaria, como ela
gostava, começou a sentir desejos, E eles aumenta-
ram quando — vejam bem quem — Faya chegou
com sua língua, após percorrer todo seu rego pas-
sando pelo seu cu, dentro da sua buceta faminta.
Sim, porque ela precisava mesmo para gozar, de
muita sacanagem. Só depois do orgasmo — onde
chegou mamando a xoxota de uma fêmea e sendo
mamada por outra — é que pensou na situação in-
tolerável que tinha provocado. O coquetel estava
acabando e ela não tinha logrado nada contra a
Princesa.
Tinha, isso sim, passado vergonha ela própria
perante si mesmo. Amor próprio ferido, moral fodi-
da, ânimo lá em baixo.
19
Voltou-se contra a mãe e contra a indefesa Nil-
da.

***

A revolta de Heidy aumentou mais tarde. Ela


chegou a conclusão de que o jovem Steve seria o
namorado ideal para ela. Não teria problemas de
explicar suas sacanagens e ele até poderia partici-
par de surubas com ela. Uniria o útil com o agradá-
vel. Poderiam até casar sem problemas de chifres e
outras coisas vulgares.
E sua mãe havia estragado tudo.
— Porra! — gritava ela sozinha no seu quarto.
No dia seguinte deu um escândalo com a Sra.
Kassini e ameaçou bater em Nilda.
— Você traz esta putinha para casa ela vai tre-
par com o meu namorado. Onde você está a cabe-
ça? Não tem dó de sua própria filha? Fiz uma festa
e qual foi o resultado? Meu amante cai nos braços
de uma criada vagabunda.
A garota estava assustada. Não sabia o que fa-
zer, nem onde se meter. Afinal, sempre tratara as
duas como patroas.
— Mas isso não fica assim. Você vai ver. Eu me
vingo.
Como já vimos, nossa amiga nesse assunto vai
muito mal. Vejamos o que ela planejou.
O mordomo tinha selecionado um mocinho para
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sua mãe. Houve um desencontro e na hora marcada
ele não apareceu. A Sra. Kassini ficou desolada e,
ninfomaníaca, quase morreu de tesão.
Heidy soube que sua mãe tinha ficado sem o
seu homem e foi bisbilhotar. Entrou sorrateiramen-
te no quarto dela e não encontrou viva alma. Abriu
o espelho e viu a cena de cortar o coração.
Nilda estava deitada na cama, quase nua, pernas
abertas. Diante dela, de joelhos e também despida,
a Sra. Kassini olhava o trabalho feito por Steve.
— Você é que e feliz! Sabe se controlar. Teve
ontem a sua estréia, hoje está em absoluta paz. Mas
eu não posso dizer o mesmo. Os incompetentes que
me cercam não sabem nem marcar um encontro di-
reito. Meu corpo arde pedindo amor, sexo, porra. E
nada. Tenho que esperar até a noite, quando esse
maldito garoto deve me trazer o consolo de que
tanto necessito. Até lá só me resta o consolo de ad-
mirar a tua jovem mas satisfeita bucetinha. Seja Fe-
liz.
Que grande artista! A indignada Heidy fervia de
vingança. Se a Sra. Kassini chorava sua desdita,
nada melhor do que fazer essa desdita se tornar o
mais permanente possível.
Procurou uma das criadas de sua mãe, que já fa-
vorecera antes com favores sempre ligados a coisas
do sexo e do amor — facilitara, numa festa, o seu
encontro com um rico banqueiro — e tramaram se-
questrar o jovem quando ele chegasse. Para es-
21
condê-lo, escolheram o quarto de hóspedes.
— Mas não será perigoso? — perguntou a tími-
da criada que bem conhecia sua patroa.
— Pense nos prazeres que você vai gozar e no
dinheiro que eu vou dar a você. E minha mãe não
vai fazer nada a você, pois eu sou a responsável por
tudo. Eu a defenderei dizendo que apenas a convi-
dei para uma suruba.
Conseguida a cúmplice, bastava ficar no contro-
le das chegadas na porta principal.
Mas o tal garotão não veio só como se esperava.
Duplo trabalho para elas, o que fez a criada vibrar.
— Patroazinha, vou foder como não fazia a
muito e muito tempo!
O telefone particular de Heidy soou, mas ela
impediu que a empregada atendesse, pois o mo-
mento exigia sua atenção total. Não podia ser des-
coberta por sua mãe.
Os rapazes esperavam o encontro sentados na
ampla sala de estar dos aposentos dos hóspedes. O
preferido da madame tinha a certeza de que haveria
uma garota, mesmo empregada, para deliciar o seu
amigo enquanto ele esperasse. Nisso a porta se
abriu e Heidy, acompanhada por sua fiel criada, en-
traram no salão completamente nuas.
Os jovens que o mordomo selecionava, tinha
que se concordar, eram de primeira qualidade quan-
to ao tamanho de seus argumentos masculinos e
quanto ao tesão. Nem mesmo se perturbaram e an-
22
tes que elas pudessem tomar qualquer iniciativa, já
tinham tirado suas roupas e estavam à disposição
para cumprirem suas tarefas sexuais. O corpo mais
bonito era, sem dúvidas, o de Heidy mas seu rosto
não transpirava tesão e sensualidade. A primeira a
ser solicitada pela dupla foi a criada que, de joelhos
sobre o sofá, exclamava para o rapaz que lhe pene-
trava por trás.
— Ai meu cuzinho! Ai meu cuzinho!
— Mas eu não estou metendo no seu rabo. Meu
pau está na sua bucetinha, meu amor!
— Eu sei, eu sei... ai, que gostoso! Eu sei que
você está me fodendo na buceta, mas falar assim dá
muito mais tesão! Ai meu cuzinho! Mete mais!
— Ótimo! — pensava Heidy. — Quanto mais
eles meterem, quanto mais orgasmos, melhor.
Quando minha mãe os descobrir não servirão para
nada. Estarão quase impotentes.
Perdidas nas suas ocupações sexuais nem perce-
beram o alvo roço no resto da casa.
O inconsolável mordomo caminhava de um
lado para outro, sem saber o que dizer à sua patroa,
que encenava no quarto algo semelhante a uma tra-
gédia grega.
— Ai, ai, ai! Ninguém me ama! Eu morro de te-
são e ninguém me ajuda! Vou sucumbir à fome de
amor sem ser saciada! Oh! De que vale a riqueza?
De que vale o poder, se não encontro quem aqueça
minha cama e me foda?
23
Ninguém ainda sabia que o garoto convidado já
estava gozando os prazeres prometidos.
O mordomo interrompeu sonhos íntimos de Nil-
da, que não esquecia sua noite inaugural tão recen-
te.
— Atenda a porta, por favor! Alguém chegou e
eu não posso deixar madame.
— Então não deve ser homem, não é?
— Não sei. Só sei que não é o homem esperado.
A jovem cobriu-se com uma bata e foi receber a
visita inconveniente.
— Oi, você!— Não esperava vê-la tão linda —
disse Steve. — A Srta. Kassini está?
— Nem sei... Tá armado um rebu nesta casa que
você não imagina. Nem entre, ou melhor, entre mas
se esconda.
— Então me a companhe.
Os dois se embrenharam pelos corredores da
mansão, procurando discrição, ou melhor, sossego,
já que de discrição ninguém morria naquela famí-
lia.
No primeiro cantinho que encontraram o assun-
to foi o mesmo de sempre. Nilda ficou imediata-
mente sem roupa.
— Hoje vai ser muito mais gostoso... vai ser es-
pontâneo... sem interferência de ninguém — sua
mão se deliciava com o pau duro de Steve, arrega-
çando o prepúcio e fazendo-o retornar até cobrir a
cabeça.
24
— Esse cacete delicioso, pica de açúcar, vai co-
nhecer todo o meu fogo. Vou agradecer a ele ter me
fodido quando eu ainda era virgem e me feito gozar
assim mesmo. Meu cabaço não doeu, foi uma festa!
Nilda afastou suas coxas e com a ponta dos de-
dos penteou seus pentelhos. Depois abriu a racha
do seu sexo, deixando ver a úmida parte interna dos
grandes lábios.
Pretendeu falar mas foi silenciada e subjugada
pelo beijo e pela força da pica que lhe ganhou as
entranhas de uma vez só. Rebolando como uma sel-
vagem, deixou o tempo passar.
A noite já ia alta quando Heidy saiu do seu refú-
gio, vitoriosa. Nada restara para o prazer da Sra.
Kassini. Foi diretamente para os aposentos onde ela
deveria estar.
O mordomo dava explicações que não adianta-
vam nada. Madame nua na sua cama parecia mais
consolada.
— Não veio o seu amantezinho? Seria bom pro-
curá-lo no quarto de hóspedes. Sua criada e eu já
demos conta dele e de um amigo que veio junto.
— Oh, não! Você não faria isso para sua mãe! E
eram dois! Como teria sido bom! Dois! A quanto
tempo não vou para a cama com dois homens! Só
de pensar, me acabo todinha, ai, ai, ai! Que delicia!
Um na frente e outro comendo o meu rabo! Hum...
— E pare de dizer que é minha mãe, só porque
meu pai trouxe você para casa. Fique sabendo que
25
de agora em diante você deve me considerar uma
rival.
— É isso que dá. Eu lhe dei educação e cari-
nho...
— Ora, vá à merda e deixe de dramas. Você
nunca passou de uma vadia e fica aí inventando
histórias.
— Meus sais! Meus sais, senão vou...
Desmaiou. Heidy saiu do quarto para levar a
sua antes de dormir.
No vestíbulo encontrou Nilda e Steve de mãos
dadas, levando uma pequena valise.
— Onde vão? O que é isso?
— Estamos fugindo. Nilda e eu estamos apaixo-
nados. Vamos nos casar. Quer ser nossa madrinha?
— Seu canalha! Logo com essa putinha que não
passa de uma criada?
— Ora, eu tentei procurar você. Telefonei, nin-
guém atendeu. Vim aqui e ninguém sabia de você.
Mais uma vez encontrei Nilda. Conversamos bas-
tante e tive confirmada a primeira impressão que
levei dela. Nós nos amamos. E não ofenda mais mi-
nha futura esposa. Pelo menos as suas pernas ficam
mais fechadas que as suas.
— Isso não vai ficar assim! Vou persegui-los até
o fim do mundo, até deixá-los malucos.
— Então comece agora, porque amanhã poderá
ser tarde. Meu iate levanta ferros bem cedinho,
rumo ignorado.
26
Desolada, derrotada, fodida, com seu moral lá
embaixo, a fútil Heidy Kassini levantou-se muito
cedo. Com seu binóculo, olhou do terraço e viu no
mar azul o iate onde trepara com dois homens há
poucos dias, singrando o mar sob o sol. No tomba-
dilho, nua, a ex-criada de sua mãe no lugar que de-
via ser seu.

FIM

27
28
OS SONHOS DA DONZELA
Dodô Francesca

O magnífico corcel árabe galopava desabrida-


mente pela planície em confusão. Raios fendiam o
céu, iluminando a tempestade, auxiliado pelos re-
lâmpagos azuis. As grossas camadas de nuvens se
revolviam, mudando, a cada instante, seu aspecto
ameaçador. Os céus se despencavam em cascatas
imensas, cobrindo o solo num dilúvio assustador.
As passadas do belo animal negro mantinham o
ritmo e não levantavam água. Para ele, como se
fosse um protegido dos deuses olímpicos, a tem-
pestade não se fazia sentir. Seus cascos, quando to-
cavam o solo, encontravam a superfície seca, o que
lhe permitia manter a velocidade.
No seu dorso, a pele branca de Cypher resplan-
decia ao clarão dos raios e, nesses momentos, po-
dia-se admirar a extraordinária beleza de seu corpo
nu, coroado pelos cabelos ruivos, soltos ao vento.
O cavalo sai da cena da tempestade e entra num
jardim, onde o sol primaveril domina, procurando
aquecer o solo fértil, para que as flores abundantes
se multipliquem.
É ali, no meio de um canteiro de violetas, que
Cypher cai de sua longa jornada. Literalmente cai,
mas o animal fogoso dispensa-lhe todas as aten-
ções. Seu corpo virginal, percebe-se então, está co-
berto pelo néctar das flores. El Kadib adora o sabor
29
adocicado e lambe-lhe o torso. Áspera lixa, porém
quente, excita-lhe a carne. A lambida prossegue ao
longo de sua coluna vertebral. Penetra-lhe por entre
as pernas, afasta-as, vai até o jardim.
Lá o néctar já é mel. A macies da carne e a umi-
dade divinamente doce estimulam a busca das pro-
fundezas da fonte adocicada. Ventas abertas, El Ka-
dib resfolega no seu ânus, colaborando para multi-
plicar o erotismo que toma conta do corpo de Cyp-
her.
Ela só pensa na sua entrega. No seu cérebro não
há mais espaço a não ser para o enorme pênis do
cavalo. No meio de suas pernas, o dragão começa a
se transformar. A língua enorme sai da boca de
Hewley para cariciar-lhe o clitóris. De suas ventas
cessam as chamas, substituídas por perfumado e
suave sopro. A metamorfose opera-se também no
seu cérebro.
O pênis gigantesco e ameaçador é substituído
pelo membro do jovem Hewley. E nem sequer está
duro. O estado pastoso é menos ameaçador e facili-
ta sua introdução na boca ávida de Cypher. É lá que
ele vai buscar a ereção completa no contato exci-
tante com a língua da garota.
Cypher geme e pensa pedir socorro. Não pode,
pois sua boca está ocupada pelo cacete de Hewley e
ela não tem vontade de fazer outra coisa além de
gozar sua presença, de chupar a cabeça vermelha
até deixá-lo desejoso de seu corpo. Esquece e chu-
30
pa.
— Cy, você ainda está dormindo?! Putz! Eu
marquei com Melvin às dez! Acorda, sua fresqui-
nha!
Quem falou foi Jessica, prima de Cypher, que
vivia em sua casa desde que seus pais a abandona-
ram. O chamado foi providencial, mas a alcançou
no momento exato em que Hewley tirava o pau de
sua boca para meter na vagina desesperada.
A garota abriu os olhos e não entendeu bem o
que se passava. O que estaria fazendo ali sua prima
enquanto ela trepava com o filho do jardineiro?
Que trepava, coisa nenhuma! Ela era virgem, tinha
namorado, não fazia essas coisas.
Mais um sonho, concluiu ela. Sonho ou pesade-
lo? Cada noite, nos últimos meses, tais aconteci-
mentos vinham se repetindo de forma avassaladora.
No princípio, só algumas cenas românticas. Depois,
fantasias assustadoras. Sonhos como o que acabara
de acontecer eram até românticos. A não ser pelo
fato de ela estar transando com o filho do jardinei-
ro, que ela tanto detestava desde o dia em que o
vira se masturbando, com aquele enorme caralho
na mão, desproporcional ao seu tamanho.
Nem nos filmes que havia conseguido ver es-
condida não acontecia nada parecido com suas su-
rubas noturnas. Por que acontecia aquilo com ela?
— Já vou levantar. Não precisa fazer nenhum
alarde. Você tá vidrada nesse tal de Marvin, Mel-
31
vin, sei lá que porra, e fica me em chendo o saco.
Eu já vou.
Só então percebeu que estava abraçada com a
girafa de pano que enfeitava seu quarto desde seus
dias de tenra infância. O corpo do brinquedo estava
no meio de suas pernas, muito bem apertado.
Já de pé, abriu a cortina da janela para ver como
estava o dia. Uma imensidão de luz tomou conta da
escuridão. Lá fora, entre as roseiras, o detestado
Hewley trabalhava, cuidando de flores.
Era dia para por um short, depois do banho. Es-
colheu a roupa, combinando os tons mecanicamen-
te, pois seu pensamento ainda estava tomado pelo
sonho.
Ligou o chuveiro, esperou a água aquecer —
enquanto punha a touca para não molhar os cabelos
— e entregou-se às carícias de um banho morno.
Sim, apenas, morno, pois se alguma coisa ali estava
quente era apenas a sua virginal buceta.
Quando a água escorria por ela, parecia chiar.
Cypher sentiu-se atraída pelo seu próprio sexo.
Sentou-se na borda da banheira e abriu os pelos rui-
vos, encaracolados, que lhe adornavam com fogo o
órgão em fogo. A racha não estava fechada total-
mente. Havia um espaço entre os grandes lábios,
mas não se via mais nada.
Os dedinhos hábeis e curiosos afastaram delica-
damente as bordas da vulva. Uma manchinha rosa-
da apareceu. Uma leve esguichada fez todo seu cor-
32
po tremer de tesão. Alucinada, Cypher abriu sua
bucetinha e admirou por bastante tempo seu interi-
or rosa-avermelhado. Depois, mantendo-a aberta,
jogou-lhe água quente. Dentro, fora, no clitóris.
Quando sentia o vulcão interno se agitar, desviava
o jato para suas coxas.
Mas não resistia por muito tempo. Logo a água
voltava a jorrar diretamente sobre a xoxota. Olhos
semicerrados, a imagem de Hewley voltou a sua
mente. O chuveirinho era a pica do garoto e a água,
porra abundante que ele lhe oferecia. Apesar da
animosidade, nessas horas ela o perdoava.
Gemidos profundos, como se estivesse tomando
fôlego após uma longa corrida, Cypher foi curtindo
seu orgasmo, encostada na parede, pernas entrea-
bertas, dedos de uma mão abrindo seus lábios vagi-
nais enquanto o esguicho, comandado pela outra
mão, completava sua tarefa, enchendo seu órgão
sexual com o líquido seminal do tão odiado filho
do jardineiro.
Foi assim que Jessica a encontrou.
— Porra! Você sempre aprontando. Por que não
deixa a siririca pra depois? Nós estamos atrasadas.
— Eu não estou fazendo nada — contestou a
ruiva. — Estou apenas tomando meu banho.
— Pensa que eu não vi? Depois, o que é que
tem? Eu já fiz isso um caralhão de vezes.
Essa sua prima! Não tinha vergonha de nada,
não tinha papas na língua. Não tinha mesmo. Ape-
33
sar de sua pouca idade, sua língua era muito conhe-
cida dos rapazes da vizinhança, não só porque sem-
pre estava falando, como pela sua habilidade incrí-
vel para chupar uma pica.
Cypher colocou seu mais excitante short jeans.
Cintura baixa, parecia ameaçar com a exibição dos
seus pentelhos a qualquer momento. As pernas cur-
tas e desfiadas mostravam os primeiros contornos
de sua admirável bundinha. Para completar, uma
blusa quase transparente, sem sutiã e que mal atin-
gia sua cintura.
Talvez de biquíni ela estivesse mais coberta.
Mas quem queria se cobrir? Cypher estava vivendo
o momento de sua decisão. Sentia no meio de suas
pernas o apelo constante da voz do sexo, imploran-
do pela sua satisfação. Teimosamente resistia. Não
por puritanismo, pois era bastante avançada e mui-
tas vezes tinha servido de alcoviteira para sua pri-
ma, muito mais desmiolada que ela, apesar de ser
mais nova.
Ninguém sabe o que se passa nos corações hu-
manos. Por isso é impossível explicar os motivos
que mantinham Cypher tão pura, contrariando seus
instintos e desejos. Jessica afirmava que não passa-
va de masoquismo. Ou, então, dizia que as lésbicas
custar mais a se definir. Quase sempre levava uns
tapas por isso.
As duas saíram e foram para o clube onde o tal
de Melvin já devia estar esperando.
34
— Cy, eu estou começando uma transa com este
cara. Vê se não vai entregar alguma coisa do passa-
do para ele. Tenha cuidado. Com este eu vou casar.
Ele é muito bonito e rico.
A recomendação tinha procedência, pois Cypher
costumava dar com a língua nos dentes. Dias antes,
numa festa, havia confundido um jovem muito loi-
ro com outro. O resultado foi que perguntou a ele
quando dormiria com Jessica “outra vez”. Ele nun-
ca tinha comido a garota antes... Fácil imaginar o
que aconteceu.
— Ora, você fala como se eu fosse te trair... de-
pois de tudo que já fiz por você.
— Nós vamos sair de barco. Só nós três. E você
põe uma roupa dessas! Isso já me preocupa. Ele
não vai tirar os olhos do seu corpo.
— Mas, Jessica, você está muito mais excitante
do que eu — contestou Cypher, fazendo alusão a
reduzidíssima roupa que sua prima vestia. — E eu
tenho certeza de que, na hora certa, você saberá fi-
car mais gostosa ainda, se assim o desejar...
Enfim, surgiu Melvin. Caramba! Muito mais
excitada que Jessica, ficou Cypher. Talvez porque
fosse a primeira vez que o visse. O homem era uma
ameaça física à integridade de qualquer menina, es-
pecialmente se fosse uma virgem.
Tinha a altura certa: um metro e oitenta e algu-
ma coisa. Pele queimada do sol, cabelos loiros ca-
cheados, músculos muito bem definidos. Um Tar-
35
zan vindo dos trópicos! Mas o que mais impressio-
nou a jovem foi o sunga. Ou melhor, o que havia
dentro dela. O pequeno pedaço de pano não vestia
Melvin, vestia seu pênis. Essa era a verdade. Sobre
a linha do cós, os pentelhos aloirados formavam
uma franja bem definida. Mais abaixo, a massa sur-
gia, simétrica, do meio das pernas formando, à me-
dida que subia, uma curva que tomava o rumo do
lado esquerdo. O volume terminava sobre a ponta
do osso ilíaco, onde se apresentava mais fina, mas,
ainda assim, invejável.
Jessica era uma sortuda! Com um homem des-
ses, com um cacete assim, quem precisa se preocu-
par com o futuro?
O moço só vestia a tanguinha. Cumprimentou,
muito educado, a futura prima e com mais emoção,
sua namorada. Não demonstrou maior interesse por
Cypher, o que a deixou muito triste. Mas quem
pode ficar amuada por muito tempo, diante de tal
varão? Leia-se varão nos dois sentidos.
O litoral da Florida é um paraíso. Um pouco ao
sul de St. Pete a natureza colocou tantas ilhas que
nem todos aqueles iates e barcos conseguem su-
perá-las em número. Foi nessa direção que a veloz
lancha de Melvin pôs o nariz e fendeu o mar.
Depois de percorridas as primeiras milhas, onde
o tráfego mais intenso exigiu a constante atenção
de seu proprietário. Cypher fez questão de assumir
o comando. Disso aproveitou-se o jovem. Sobrou-
36
lhe mais tempo para se dedicar à namorada. Sobrou
tempo e sobraram as mãos.
Sentados no banco, dois metros atrás do timão,
os pombinhos começaram a arrulhar, a se entrete-
rem. O primeiro beijo foi observado por Cypher
disfarçadamente. Mal os lábios se colaram e uma
mudança súbita começou a se notar sob a tanga de
Melvin. O volume aumentou progressivamente até
não caber mais no recipiente. Esticou o pano até
seus limites e depois explodiu.
Libertou-se da malha e do cós elástico como
uma mola e ficou ereto, imóvel, gigantesco e duro
como uma rocha, numa espera tranquila. Nem um
nem outro deram atenção ao novo personagem.
Coitado, suspirou Cypher. Tão simpático, tão gran-
de, tão atraente e tão desamparado.
Mas não se atreveu a sugerir coisa alguma. Não.
Ele era de sua prima e ela, uma donzela de muito
juízo. Não. A pica ficaria ali e, se dependesse dela,
não seria acariciada. Quando muito admirada, con-
cedeu.
A hábil comandante encontrou o porto seguro
na enseada de uma ilha de vegetação abundante e
águas transparentes. Ali, aportou, perguntando-se o
que faria diante da situação embaraçosa. Resolveu
brincar com o rádio, para não ficar como simples
expectadora, porque as coisas estavam esquentando
rapidamente.
Cypher tentou fingir indiferença, mas não resis-
37
tiu à tentação. A princípio, disfarçadamente, mais
tarde, descaradamente, ficou assistindo toda a tran-
sa. Seus olhos estavam vidrados, quase inexpressi-
vos, diante de tanto erotismo. Nunca tinha sido tes-
temunha tão próxima de acontecimentos alucinan-
tes como aqueles.
Ela não entendia com quem Jessica falava. De-
pois percebeu que não era com ninguém. Ou, então,
falava com algum deus do amor invisível. Suas pa-
lavras soavam ininteligíveis, desconexas, lançadas
contia alguém que não a impedia de nada mas que
não estava em suas boas graças.
— Claro que chupo — dizia ela. — Chupo e
muito bem chupado. Quero ver quem vai achar
ruim. Vou chupar já, já. Essa pica não me escapa.
Eu sou chupadora. Todo mundo sabe. Eu adoro
chupar. Por que vou deixar essa coisa linda, grande
e grossa impune?
Olhou para o cacete, tomou-o entre suas mãos e
disse:
— Vou te chupar sim. Espere só eu tirar toda a
roupa.
Sob o sol, diante dos olhos ansiosos de Cypher
e Melvin, ela executou um rápido strip-tease. Segu-
rou a cabeça da pica duríssima entre os joelhos e
deixou-se cair lentamente. A pele vermelha e lisa
escorregou pelas coxas até alcançar os pentelhos.
Passou por eles, indo penetrar no umbigo. Aí Jessi-
ca ficou louca. Dançou todos os passos que conhe-
38
cia, mais alguns que inventou na hora. A cada re-
quebro, a cada rebolado, um ponto do seu corpo en-
costava-se, esfregava-se no pau de Melvin, que se
movimentava em lenta convulsão, curtindo as delí-
cias do corpo de sua namorada.
— Caralhinho gostoso, beija o bico dos meus
seios. Agora alisa minhas coxas, assim como teu
dono fez logo que me conheceu. Vou te dar um bei-
jinho com minha bundinha. Só com a bundinha,
viu? No cuzinho não, seu monstro!
Mas o pito não correspondia aos detalhes. Ela
abria suas nádegas e deixava sentir o toque do ma-
cho exatamente no seu cu. Na sua confusa e erótica
anatomia, virava-se de frente e metia o cacete entre
os seios. Então dizia:
— Fode minha bundinha! Não é gostosa? Gor-
dinha, redondinha... louquinha por pica... é a bundi-
nha com mais tesão que você já conheceu, cara-
lhão! Mas eu não te dou ela, não... — e apertava os
seios, modelava-os sobre o pênis, ria, rosnava, ra-
lhava, xingava, miava.
Repentinamente parou, arregalou os olhos e or-
denou:
— Acaba! Agora! Você já me fodeu todinha...
agora te acaba em cima do meu corpo... eu... eu...
eu estou gozando... ai, ai, ai... acaba... acaba... aca-
ba... vamos...
Suas mãos excitadas aceleravam o mais que po-
diam a punheta no cacete, já muito afim. E o min-
39
gau saltou no ar em direção às suas coxas. A ponta-
ria foi corrigida e nova descarga acertou-lhe os sei-
os.
— Fogo! — gritou ela, dando folga aos seus de-
dos, para que liberassem mais uma quantidade de
esperma.
Desta vez foi atingida mortalmente no rosto.
Então ajoelhou-se diante da pica e desafiou:
— Se você tem coragem, atira de novo. — A
bala, agora, acertou-lhe o peito.
Espremeu tudo, estremeceu o corpo molhado de
porra, jurou para Cypher que estava gozando como
uma cadela no cio, fez Melvin jurar que iria lhe fo-
der novamente, esfregou a mão esporreada desde o
rosto até o meio das pernas e jogou-se no mar. Seu
corpo precisava recompor-se.
Melvin olhou para Cypher e, sem o menor cons-
trangimento, disse-lhe:
— Garota, sua prima é uma parada muito dura.
Mas muito gostosa, muito louca, muito boa e muito
puta.
Tarzan também foi ao mar. A bordo, Cy passava
por terríveis momentos. Será que eles são totalmen-
te insensíveis? — perguntava-se ela. — Será que
eles não sabem que os outros também tem tesão?
Isso não é coisa que se faça com uma amiga.
Enquanto os dois pombinhos nadavam, ela arru-
mou-se no banco do piloto. Estava quente, princi-
palmente no meio de suas pernas, ela puxou o toldo
40
de pano para obter um pouquinho de sombra. Sol-
tou o cinto de seu short, com a desculpa de que es-
tava apertando. Não era verdade. Ela queria ficar
com sua xoxota mais livre. Para que? Ela ainda não
sabia, mas na sua cabecinha, a pica de Hewley co-
meçava a tomar forma. E num caso desses ela já
conhecia o inevitável: uma siririca para aliviar a
tensão.
Seus olhos se fecharam. Uma sonolência lasciva
dominou-lhe os sentidos. Não fosse por isso, ela
poderia ter gritado e tentado se defender quando a
multidão de homens-rãs surgiu das profundezas
para assaltá-la no seu refúgio. As criaturas, nas suas
roupas negras, traziam grandes caixas sob o braço.
Chegavam diante dela e lhe ofereciam desajeitada-
mente o presente. Cy abriu a primeira caixa e deu
um grito. Era a pica de Hewley. Abriu mais outra.
O mesmo conteúdo. E assim acontecia com todas.
Ela as desprezava, jogava no mar, atirava no fundo
do barco. Mas sempre havia mais uma para eles lhe
oferecerem.
Apesar de seus protestos, os homens-rãs fize-
ram-na deitar-se sobre o banco. Depois, abriram
suas coxas e começaram a esfregar as picas na sua
buceta. Ela não tinha forças para reagir. Uma, mais
outra, mais, mais, mais. Finalmente Cy percebeu
que estava ficando excitada. Ia gozar. Apesar de es-
tar sendo violentada, de ter que suportar a pica de
Hewley multiplicada infinitas vezes, ela não podia
41
negar. Sua libido a dominara. Estava gozando um
orgasmo muito satisfatório.
As picas se sucediam. Seu clitóris e lábios vagi-
nais já estavam inchados com o contato. Ouviu
uma voz que a chamava. Era Jessica, que nadava
com Melvin. Entreabriu os olhos, sem perceber o
que estava acontecendo na realidade. A fantasia
erótica de Cypher fazia com que ela vivesse o mo-
mento de um sonho como se fosse verdadeiro. Ela
foi responder, mas primeiro procurou livrar-se das
picas insistentes. Só então percebeu que a roda do
leme, solta, girava para os dois lados, esfregando
na sua vagina os enfeites de borracha que adorna-
vam cada um dos punhos. A roda, dona de tantas
picas, tinha lhe dado o prazer que desejava e que
iria ajudá-la a resistir as demais estrepolias que ain-
da estavam para acontecer. Tornara-se assim a pri-
meira mulher a ter relações sexuais com um barco.
Priminha Jessica e Melvin pularam para dentro
do barco numa boa. Riam a mais não poder. Troca-
vam frescuras uma em seguida da outra. Cy não en-
tendia o que estava ocorrendo, que piada os divertia
tanto. Apesar de conhecer bem sua companheira, fi-
cou surpresa quando, repentinamente, ela ficou sé-
ria e segurou o Tarzan pelos cabelos e pela pica.
— Agora você não é mais Melvin. É um marlim
azul e sua pica é a espada. Você vai me foder!
O rosnado de Jessica parecia raivoso, mas era
apenas uma ordem cheia de erotismo, impossível
42
de ser recusada. Marlim, o peixe, ou melhor, Mel-
vin, o jovem namorado apaixonado, cumpriu-a ris-
ca, para satisfação da demoníaca sereia e para sofri-
mento de Cypher, que foi forçada a assistir mais
uma sessão de sexo sem companhia.
Desta vez ela não sonhou. Diante dos seus
olhos, a pica grossa afastava os lábios vaginais de
Jessica e entrava vários centímetros. Parava um
instante e tomava a sair, deixando no interior da ga-
rota apenas a cabeça. Lentamente voltava ao seu re-
fúgio. Desta vez penetrava até o fim. Os pentelhos
se uniam, o saco ficava pendendo entre as pernas
como um pintinho que não pode acompanhar os ir-
mãos sob as asas da mãe.
Cypher esticava os dedos de sua mão, tentando
imaginar se aquilo media um palmo. Que enorme!
Mortal! Mas seu instinto lhe dizia que, se fosse ela
a fodida, estaria muito feliz.
Pensando bem, o cacete de Hewley talvez não
ficasse nada a dever para o de Melvin. Apenas o
primeiro não tinha o mesmo charme, não era louro
nem tinha barco. Até que Hewley era bem forte e
esbelto. Sua pele era queimada pelo sol mas de tan-
to trabalhar, ajudando seu pai no cuidado do grande
jardim. Nunca praticara surf e só às vezes jogava
basquete na equipe da escola pública que frequen-
tava.
Por que a bronca contra o rapaz? Não tinham
sido criados bem próximos? Já que era tão bom so-
43
nhar com seu cacete, por que não manter boas rela-
ções com ele? Talvez pudessem...
Não, isso nunca! Cypher sabia-o um imoral.
Sua tia lhe havia ensinado que meninos que fazem
coisas feias com as mãos não prestam. E ela o ha-
via pego em flagrante... Ou seria ciúmes? Sim,
Cypher, ciúmes, pois você lembra que o encontrou
espiando Jessica por trás de umas árvores. Jessica
estava na piscina, tomando banho de sol... Você
guarda rancor por saber que ele não estava admi-
rando você, não é isso?
Seus pensamentos foram interrompidos nesse
momento pelos gritos do orgasmo alucinante que
mantinha Jessica presa sob o corpo de Melvin, as
pernas enroladas nos braços e pescoço do rapaz, a
xoxota inteiramente penetrada, fendida pelo pênis
vigoroso.
Cypher ficou aliviada, pois lhe custava admitir a
hipótese de estar com ciúmes de sua prima e de se
interessar por um plebeu, filho de um empregado
de sua casa. Não, ela não podia aceitar. Estava vi-
vendo um período de definições, por isso andava
sonhando coisas estranhas. Logo isso passaria sem
deixar vestígios e ela estaria livre das visões da
pica de Hewley.
Novamente assumiu o comando da veloz em-
barcação, tomando o rumo de St. Pete. Os namora-
dos continuavam sentados no banco, as suas costas.
Ela não ousava virar-se com medo de encontrá-los
44
novamente em ação. Mantinha os olhos no mar, a
atenção nos instrumentos e... o pensamento no seu
próprio sexo.
Será que as brincadeiras de sua prima tinham
procedência? Seria ela uma lésbica? Por que ainda
era virgem, vivendo de forma tão independente,
num meio onde a virgindade estava mais para de-
feito físico do que para virtude? Virgem depois da
adolescência! Não tinha pudores moralistas. Já há
algum tempo sabia tudo sobre o sexo. Quando sua
prima queria uma desculpa para poder trepar com
um namorado, ela sempre ajudava e, às vezes,
como hoje, até assistia. Tinha um tesão dos dia-
bos... o que lhe faltava para tomar a decisão e co-
meçar a gozar todos os prazeres que o sexo pode
oferecer?
Lésbica? Não. Já havia experimentado fazer sa-
canagens com colegas de escola. Aliás, semana
passada, a reunião para estudos em casa de uma
amiga tinha tomado rumos muito interessantes e ela
fora chupada ardorosamente pela dona da casa.
Lembrava ainda que havia beijado todas nos seios
antes de sair. Mas não se interessava muito por
isso. Caso contrário sempre teria compromissos,
pois conhecia muitas meninas que só transavam en-
tre elas.
Não. Não era uma lésbica. Seu interesse sempre
fora por rapazes. Tinha até um namorado. Era uma
brincadeira, sem maiores compromissos, mas era
45
um namoro. Não faziam nada de mais, mas era um
namoro. Mal se beijavam no rosto quando se des-
pediam, mas diziam que gostavam muito um do ou-
tro. Portanto, era um namoro. Não importa que as
garotas tenham relações mais íntimas com seus na-
morados, Não há nenhuma regra para determinar o
que é um namoro ou não. O grau de intimidade en-
tre o par não determina nada.
A lancha já navegava dentro da baía de St. Pete.
Jessica e Melvin começaram a vestir-se, operação
que não durou muito, pois já sabemos quão sumá-
rios eram seus trajes. Cypher estava perturbada
com seus pensamentos.
— Jessica, quando chegarmos, eu quero ir ime-
diatamente para casa. Estou com dor de cabeça. É
minha enxaqueca.
— Eu sei que enxaqueca é essa. Eu sempre
digo: vem com teu namorado. Você teima e não
obedece. Depois fica assim.
Jessica fez questão de ser bastante explícita di-
ante de Melvin, como se estivesse tentando justifi-
car-se diante do namorado pelo fato de tê-la trazi-
do.
— Sua mente só pensa nisso, não? Nem Freud
seria mais rigoroso nos seus julgamentos. Sexo é
tudo para você...
— Não, não é tudo, mas é um pedaço muito im-
portante. E, cá para nós, você parece que quer se
torturar. Quem pode aguentar tudo o que você vê,
46
sem tomar uma decisão? Olhe, o Melvin tem mui-
tos amigos. Por que você não nos acompanha em
um passeio da turma? Aposto que você encontrará
um namorado bem depressa.
— Para que vou querer um, se já tenho?
Melvin interveio, saco cheio, para recolocar o
papo num rumo mais interessante.
— Vocês não devem se agredir assim. Afinal,
primas são para dar apoio. Jess, você não deve
forçá-la a nada. Se ela não quer... fazer as mesmas
coisas que nós fazemos, é problema dela. Tenho
certeza que ela sabe tomar suas próprias decisões e
muito bem. E você, Cypher, deve entender que sua
prima só está querendo o seu bem.
Com o pé, deu duas pancadinhas no sapato de
Jessica, indicando que ela ficasse quieta e atenta.
Logo veio a proposta.
— Hoje à noite vai haver uma festinha no iate
de um amigo. Nós estamos convidados. E você, mi-
nha priminha, dará muito prazer à Jess e a mim, se
nos acompanhar.
Jessica entendeu. Não havia festa alguma, mas
não seria difícil realizar uma, com meia dúzia de
convidados, para colaborar com sua prima.
— Que tipo de festa é essa? Jessica, você sabe
que eu não costumo frequentar essas coisas. Não
sei quem serão os outros convidados, aparecem es-
sas transas de tóxicos, embalos, viagens, etc.
— Porra, qual é a sua? — protestou a garota. —
47
Você sabe que eu sou a primeira a condenar essas
coisas! Como você pode imaginar uma bobagem
dessas. Pensei que você me conhecia. Eu pinto,
bordo, transo, mas nunca participei de nada que en-
volvesse drogas, pô!
— Cy, eu quero que você saiba que o mesmo se
passa comigo. Olhe, garota, eu não quero nem ou-
vir falar de coisas assim, tá. Eu convidei vocês por-
que tenho certeza de que são gente boa, que sabem
aproveitar a vida sem precisar desses falsos estímu-
los. A gente brinca, mas não põe a vida em perigo.
Nós não temos nada com drogas e nem vamos a lu-
gares onde usam essas porcarias...
A convicção com que os dois falaram foi sufici-
ente para recolocar Cypher diante da realidade. Afi-
nal, não era apenas ela a única jovem que não usa
tóxicos...
— Então eu aceito o convite.
Será que alguma coisa fez Cypher sentir que seu
dia chegara? Sim, só podia ser isso. Ao retornar à
sua casa, parecia um autômato. Um sorriso perma-
nente nos lábios, uma determinação terrível de se
arrumar, se enfeitar, se perfumar, arrumar o cabelo.
Nenhuma palavra, nenhum pensamento erótico
aparente. Só o enigmático sorriso. Tomou o mais
calmo banho dos últimos meses. Nenhuma vez to-
cou seu sexo, nenhuma vez esguichou o chuveiri-
nho entre seus pentelhos. Enxugou-se carinhosa-
mente, mas carinho com sua pele, não para sua libi-
48
do. Escolheu um talco fino mas sem perfume e re-
frescou seu corpo com ele. Então escolheu o perfu-
me que mais lhe agradava. Umedeceu a ponta do
dedo e passou no joelho, nas coxas, nos pentelhos,
abdômen, seios, ombros, pescoço e orelha. Olhou-
se no espelho e tomou a sorrir. Só faltava cobrir seu
corpo com a roupa escolhida para o dia do sacrifí-
cio.
Quando Melvin chegou para apanhar as moças
recebeu o melhor presente que seus olhos podiam
desejar.
Jessica surgiu no alto da escada envergando um
vestido vaporoso de tule, que caia até os pés. Abso-
lutamente transparente, branco, combinava com sua
calcinha vermelha, minúscula e, certamente, com a
cor natural dos seus seios, pois não usava sutiã. Es-
tava divina, na sua intenção de ser provocante. E
sua cabeça estava muito feita.
— Deslumbrante, meu amor. Serei o homem
mais invejado da festa. Você está linda nesse vesti-
do. Branca e vermelha, a virtude e o pecado.
— Onde vai ser a festa? Você conseguiu arran-
jar tudo?
— Claro. Vamos ser mais ou menos doze pesso-
as. Cinco rapazes e sete moças. O único compro-
metido serei eu.
— Ótimo! Vamos ver se minha priminha com-
preende o nosso esforço.
Tchan, tchan, tchan, tchan! Vermelho sangue,
49
um macacão desde o tornozelo até o pescoço, co-
brindo inclusive os braços, a loira Cypher fez sua
aparição. A seda finíssima cobria inteiramente seu
corpo mas assumia sensualidade extraordinária mo-
delando-se nas suas formas femininas. Tinham tal
delicadeza o tecido que o bico dos seus seios podia
ser percebido em detalhes. Sua cintura estava mar-
cada por um cinto dourado. Da mesma cor eram
suas sandálias, a pulseira e os brincos — únicas jói-
as que usava — e seus cabelos soltos até as costas.
Melvin pensou consigo que não seria ele o casal
mais elegante da noite, mas sim o que fizesse par
com Cypher. Seu brilho estava na simplicidade ma-
ravilhosa, na cor escolhida e no seu porte e beleza.
O carro tomou o rumo de Coronado Beach, o
bairro elegante, onde os quintais eram ancoradou-
ros de suntuosos iates. Percorreram a praia até o úl-
timo píer, onde um enorme... seria melhor dizer pe-
queno navio. Iate não dá a idéia correta de suas di-
mensões.
— Posso ir a bordo, comandante? — gritou
Melvin da terra.
— Quem quer, marujo?
— Comandante, estou aqui com as duas únicas
sereias jamais pescadas. Elas estão curiosas para
conhecerem as coisas da terra.
— Então subam logo, pois a tripulação deste
barco aprecia novidades — respondeu Dan Stugger,
filho do conhecido magnata do aço e apreciador de
50
iates.
— Oi, Dan. Quero que você conheça minhas
amigas Jessica e Cypher. Já aviso que quem puser
as mãos em Jessica morre.
— Estás fodido! Todos aqui adoram viver em
perigo.
Feitas as apresentações, foi dada a partida do
navio e da festa. Dan precisou ajuda de mais dois
rapazes para manobrar o imenso iate. Ele não dese-
java navegar durante a festa. Mas queria afastar-se
de Coronado Beach e ancorar fora do canal. Lá fi-
cariam mais à vontade.
Sally parecia ser a anfitriã, juntamente com
Dan. Ambos serviam coquetéis tropicais, feitos a
base de sucos de frutas e bebidas destiladas, sempre
muito coloridos e saborosos. Ainda cuidavam das
fitas, dos canapés e de animar os presentes. Mas
parece que não havia nada entre eles, pois sempre
estavam muito desinibidos.
— Melvin, vou pedir-te uma coisa — disse
Sally, sentando-se em seu colo — Você me empres-
ta essa adorável garota chamada Jessica, por alguns
instantes? Cruzes! O que é isto? Parece um mastro!
— Sally procurou com a mão sob suas nádegas e
encontrou o que queria. — Sim, é um mastro. E
que mastro!
Todos riram da brincadeira, inclusive Jessica.
— Claro que empresto minha namorada. E te-
nha mais cuidado na escolha dos lugares para sen-
51
tar essa linda bunda.
— Como ousas chamar minha bunda de linda
diante desta — retrucou a garota, apontando para as
nádegas de Jessica, em pé e diante dela.
Sally foi explicando que as coisas bonitas são
de domínio público e que a bunda de Jessica tinha
que ser conhecida de todos. Não precisou falar
mais sobre o assunto pois a insaciável priminha já
estava disposta a topar a parada, fosse ela qual fos-
se.
A luz, acendendo e apagando em alta frequên-
cia, começou a mostrar uma frenética dança impro-
visada, dança essa que era um convite ao sexo, ao
erotismo, ao prazer. Seus requebros, seus movi-
mentos com os seios, suas pernas abertas, os ofere-
cimentos que fazia de sua vagina a cada um dos
presentes, homem ou mulher, elevaram a tensão de
todos.
Cypher prestava atenção e começava a sentir
nas suas entranhas os efeitos das provocantes rebo-
ladas de Jessica, imaginando-se no lugar dela a se
oferecer para todos os homens presentes. Os coque-
téis ajudavam muito.
A morena continuava a inventar passos mais e
mais ousados. De sob o vestido sacou sua calcinha
vermelha. Ofereceu-a a uma das garotas, uma mu-
lata linda que estava com uma das mãos dentro da
calça do seu companheiro. Estava nua sob o pano
transparente. Agora não tinha mais pano sobre seu
52
corpo. Seus seios, sua buceta, sua bunda eram de
domínio público.
Melvin tentou pegá-la mas foi impedido por
Sally, que agarrou-se no mastro com decisão. Cyp-
her tentava tirar de sua frente o enorme cacete de
Hewley, para ver o que estava acontecendo.
O cacete não saia. Teimava, como sempre, em
permanecer na sua mente, oferecido e desafiador.
No meio do salão, Jessica estava sendo possuída
pela turma. Homens e mulheres tentavam satisfazer
seus desejos. Cy, pescoço esticado, ora para um
lado ora para outro, mal podia ver que sua prima
estava deitada, com o rabo pra cima e que o namo-
rado da mulata se preparava para comê-la. A cabeça
da pica no meio das nádegas provocou um arrepio
em Cy. Sentiu uma coceira no seu próprio cuzinho
e imaginou o que não estaria sentindo sua querida
priminha. Só coceira não seria suficiente diante de
tamanho monstro.
No seu rabo a coceira cresceu. Aumentou. Pare-
cia ter tomado a forma roliça de um pênis, embora
fosse menor. Colocou a mão atrás, temendo estar
sendo enrabada sem se dar conta. Que bobagem,
pensou. Depois achou que não era muita bobagem
não. Apenas ela, naquele momento, não estava liga-
da a outra pessoa numa relação amorosa. A suruba
era total. O centro era Jessica, com um pau cravado
no seu cu. Na boca, tinha outro pau, o de Dan. E o
cara que a comia, chupava os seios de uma outra
53
garota. Esse o panorama da festa. Cy não podia ver
mais, pois a pica de Hewley a atrapalhava.
Gente de cabeça boa e consciente de seus deve-
res, todos aqueles jovens sabiam que o prazer de
um corresponde ao prazer do outro. Por isso, prepa-
ram seus corpos para um orgasmo coletivo. Não foi
simultâneo, mas em cadeia. Quando o primeiro
chegou ao clímax, desencadeou o processo, provo-
cando idêntica reação nos demais. Assim, quando
Jessica sentiu as torneiras do parceiro abrirem-se
dentro de suas tripas, estremeceu inteira e sugou de
dentro do canudo de carne o quente sêmen que o
outro macho lhe oferecia.
A força da juventude fez com que rapidamente
todos retornassem ao mundo dos vivos. Jessica, cu-
riosa, foi procurar a priminha, para saber quem lhe
tinha satisfeito os desejos tão antigos e reprimidos.
Vendo que ela não estava na sala, foi para a ou-
tra dependência. Lá não havia ninguém.
— Onde estará essa mulher? — pensou ela.
Concluiu que Cy devia ter-se enfiado num dos ca-
marotes. Claro, a dose tinha sido muito forte para
uma primeira vez. Na discrição de uma cabine,
tudo bem.
Voltou para a sala para tentar descobrir com
quem Cypher tinha ido trepar. Viu os rapazes. Esta-
vam todos lá. As garotas também.
— Diabos, onde estará essa menina?
Jessica chamou Dan e disse-lhe que não estava
54
encontrando a prima. Melvin também inteirou-se
do fato.
Foram, os três, para o convés. Foi Dan quem
ouviu uma risada. Correram até a popa. O pequeno
escaler a motor já estava longe alguns metros, mas
foi possível ainda reconhecer Cypher na sua dire-
ção. A garota ria quase histericamente.
— Cy, venha cá! Que loucura é essa? — gritou
Jessica desesperada.
Nenhuma resposta. Apenas risos, risos intensos.
— Dan, ponha esta merda para funcionar. Te-
mos que alcançá-la — pediu insistentemente a ga-
rota.
— Não se preocupe, querida. Ela está bem. Nós
vamos atrás dela. Este barco é muito grande para
manobras rápidas. Creio que não a alcançaremos
antes do píer. Mas o barquinho é seguro e o mar
está calmo.
Até que os motores fossem acionados e que
uma manobra a bombordo colocasse o iate no en-
calço de Cypher, o contato visual foi perdido. A
noite escondeu os vestígios da loira maravilhosa.
O lento barquinho levou vantagem sobre o gi-
gante oceânico. Já nas proximidades do atracadou-
ro o iate teve de diminuir a marcha. O barquinho
não. Mais uma vez ouviu-se a histérica risada de
Cypher. Agora já se podia chamá-la de gargalhada.
Quando a turma desembarcou, todos correram
para procurar a fugitiva. Jessica pediu que a levas-
55
sem para casa, enquanto outros continuariam a pro-
curá-la pela praia ou pelos bares das imediações.
Ela não podia estar muito longe. Quando Mel-
vin estacionou o carro diante da casa das garotas,
ouviram as gargalhadas incontidas, vindas do jar-
dim. Entraram correndo, subiram até o quarto.
Nada. Desceram até as duas salas, procuraram na
piscina. Nada.
— Cypher!— gritava Jessica. — Onde está
você? Apareça!
O silêncio era a resposta.
— Não é possível que sua prima desapareça
dentro de casa. Tem de estar em algum lugar.
— Mas nós já procuramos em toda parte.
— Vamos continuar tentando. O que há nesta
direção?
— As dependências dos empregados. Não deve
haver mais do que um ou dois. Os outros estão de
folga. Ela não costuma ir até lá.
— Vamos perguntar se eles não a viram.
Jessica foi a frente, nua sob seu transparente
vestido. Ao virarem, no fim da alameda, em direção
ao quarto de Hewley, ouviram novamente a risada.
— É ela! — afirmou a prima.
Aproximaram-se com cuidado.
A luz, no interior do quarto estava acesa, a jane-
la aberta. Protegidos pelos arbustos, os dois pude-
ram chegar bem perto e olhar o que estava se pas-
sando.
56
— Eu guardei ela para você muitos anos. Ah,
ah, ah, ah — ria Cypher. — Agora não aguento
mais. É sempre o seu pau, o seu pau, o seu pau, ele
não me sai da cabeça. Agora tem que entrar na mi-
nha buceta. Desde aquela vez que eu bati uma pu-
nheta em você e fiquei com a mão toda suja, eu não
queria mais vê-lo. Foi a primeira vez que você es-
porrou! Eu fiquei com raiva mas nunca pude esque-
cer o tamanho e o calor de sua pica. Por isso não
quis nunca trepar com ninguém. Uma força sempre
me impedia. Eu me tinha prometido para você, por-
que no fundo, lá dentro da minha alma, dentro dos
meus ovários, eu estava marcada pela tua enorme
pica. Eu tenho que confessar. Você é apenas um cri-
ado, mas é o homem que pode libertar meu corpo.
Jessica fez um gesto e balbuciou que ela sempre
havia dado a desculpa de que vira Hewley se mas-
turbando para justificar sua raiva pelo empregado.
Agora estava surgindo a versão correta. Um dia,
reinando, Cypher tinha feito Hewley se acabar e a
porra sujara sua mão. Ela ficou com raiva, mas o
feitiço, a maldição do macho caíra sobre si. Odiava
Hewley mas tinha verdadeiro fascínio por seu
pênis. Agora, por alguma razão, resolvera enfrentar
de frente o problema.
De frente e de pernas abertas. Os dois jovens es-
piões puderam apreciar a cena de desvirginamento
de uma donzela renitente.
O cacete, verdadeiramente enorme (fascinante,
57
diriam as mulheres ou os outros apreciadores de tal
parte da anatomia masculina) estava sendo dirigido
pela mão da própria Cypher até o lugar onde deve-
ria penetrar-lhe a vagina, rompendo definitivamen-
te seu cabaço.
— Se eu a guardei para você, é sua obrigação
deflorar-me. Não poderá recusar-se. Eu não permi-
tirei. É só meter. Eu preciso me libertar dessa tortu-
ra terrível.
— A senhora não precisa ficar preocupada.
Quando, antes, deixei de cumprir suas ordens? —
perguntou Hewley, num tom um pouco irônico. —
Eu prometo que seu cabaço não tem mais do que
alguns segundos de vida...
Cypher deu uma gostosa gargalhada e um grito
lancinante. Estava finalmente curada da maldição
que dominava seus sonhos eróticos. Depois dessa
noite não mais viu, nos seus pensamentos, a pica de
Hewley.
Em compensação, quase todos os fins de tarde,
bem acordada, recebia a pica de Hewley, ao vivo.

FIM

58
59
UM AMOR DE TITIA
Adriana Balester

Ceres olhou-se no espelho e aprovou sua apa-


rência com um sorriso malicioso. No auge dos seus
trinta anos estava em plena forma. Seu corpo esbel-
to seria o presente que Alberto ganharia depois de
mais de quinze dias de ausência, a serviço na fazen-
da.
Eram amantes a dois anos e nunca tinham pas-
sado tanto tempo longe. Por isso tanto perfume no
pescoço, nos seios e no meio das belas pernas. De-
pois, uma blusa decotada e uma saia leve. Precisa-
va atraí-lo desde o primeiro e tão esperado minuto,
pois não dispunha da tarde toda, como desejava.
Suas sobrinhas estavam na sua casa aproveitan-
do as férias. Ela tinha prometido levá-las a passear
no Pão de Açúcar no fim da tarde. Para simplificar
as coisas, tinha planejado que elas a acompanhari-
am. O apartamento de Alberto era enorme — tri-
plex — e não seria difícil desaparecer num dos
quartos por alguns minutos ou mesmo horas. As ga-
rotas ficariam até muito contentes, pois os dois ir-
mãos mais moços do seu amante também estavam
no Rio. Aproveitaram a volta de Alberto para termi-
narem as férias na Cidade Maravilhosa.
— Minhas queridas, este é meu grande amigo
Alberto. Estes dois pirralhos são Fernando e Fran-
cisco, seus irmãos. Cavalheiros, minhas formosas
60
sobrinhas Marina e Ieda.
Risadas e brincadeiras dominaram as apresenta-
ções. Sem perda de tempo, Ceres perguntou em voz
alta:
— Alberto, você tem alguns assuntos, negócios
e não sei mais o que, para discutir e eu não tenho
muito tempo. Poder ser agora?
— Claro, claro — disse ele meio perturbado. —
Vamos para o meu escritório.
— Meninos, juízo — recomendou Ceres, antes
de se retirar. — Divirtam-se.
Sua pressa não permitiu que ela escutasse o últi-
mo comentário de Marina:
— Juízo ou diversão. As duas coisas ao mesmo
tempo não dá.

***

— Você se deu conta de que deixou as garotas


com dois rapazes sozinhos?
— Ora, Beto, não se preocupe. Seus adoráveis
irmãos são muito educados e minhas sobrinhas são
moças criadas no interior. Que mal pode haver?
Você é que só pensa em maldade. Seja maldoso co-
migo então, que não posso mais esperar para ga-
nhar esse caralho duro.
— Você está apressadinha, não? Espero que de
hoje em diante você seja sempre doidinha assim,
meu amor.
61
— É que não posso me demorar e estou com
um tesão que vou precisar dar mais de uma trepada
para me satisfazer um pouquinho. Você quer foder
sua galinhazinha? Deixe eu pegar o seu pau para
ver se ele está duro. Hum que ferro quente! Vou
meter tudo isso dentro da minha buceta para fundi-
lo.
As mãos de Ceres, ágeis, já haviam aberto a cal-
ça, o cinto e agora tiravam tudo de uma vez — in-
clusive as cuecas — para deixá-lo, para expô-lo, nu
como ela queria.
O corpo quente e másculo de Alberto tinha a
propriedade de transtorná-la, de deixá-la alucinada
como se fosse a primeira vez.
— Betinho, Betinho, esse caralho faz minha ca-
beça girar. Por que será? Quando o vejo lembro que
ele já andou dentro do meu corpo como se fosse o
dono. Não me sai da cabeça os jatos de porra que
ele atira nos meus lábios, quando eu o chupo. Todo
o meu corpo treme! Meu cu pede seu carinho, mi-
nha buceta fica úmida!
Hum, hum, hum, foi só o que se ouviu quando
ela meteu a cara no meio das pernas do companhei-
ro, beijando, mordendo e lambendo seu monumen-
to erótico.
— Porra! Se soubesse antes que quinze dias
longe te deixam tão louca, há mais tempo já tinha
viajado.
— Mas eu não quero que isso se repita. Se você
62
me comer bastante, eu prometo sempre ficar muito
puta para você.
— Então tá combinado. Vou tentar. Vem cá.
As mãos de Alberto retiraram sua última peça
do Vestuário, deixando-a também nua, com seus
pentelhos à mostra.

***

— Adoro música. Você não imagina que disco-


teca eu tenho na minha casa — disse Marina, en-
quanto Ieda conversava no terraço.
— Eu admiro garotas educadas. Imagine gostar
de Chopin e List nesta época em que os moços só
pensam em rock — comentou Francisco. — Eu
também tenho discos muito escolhidos. Você quer
ver?
— Claro. Teria muito prazer. Adoro a música
popular brasileira, mas os eruditos também tem um
lugar no meu coração.
Os dois sumiram pelo corredor. A discoteca de
Francisco estava no seu próprio quarto e não passa-
va de dois discos que ele comprara para presentear
seu pai. Em um minuto a garota já havia tomado
conhecimento do “acervo”, sem demonstrar inte-
resse em ouvi-los.
Foi abraçada por trás e mordida carinhosamente
no pescoço e na orelha.
— Não faça isso, Francisco.
63
— Por quê?
— Porque você não me conhece.
— Isso é muito antigo. Se há atração, é sufici-
ente.
— Não é a isso que me refiro. Mas é que quan-
do sou beijada nesse lugar, um raio percorre o meu
corpo e acende uma chama no meio das minhas
pernas, é muito difícil apagá-la.
— Isso é muito bom. Tenho certeza de que con-
seguirei apagá-la.
— É preciso uma mangueira muito forte no lu-
gar certo.
— Conheço o mapa da mina e tenho tal man-
gueira — disse ele tirando sua saia sem encontrar
resistência.
— Mas antes é preciso reconhecer a área, meu
bombeiro. Eu já estou queimando.
— Aqui por perto? — perguntou o galante con-
quistador, beijando-lhe a barriguinha delicada. —
Estou quente?
— Por perto, por perto. Quem está totalmente
quente sou eu. Me leva para a cama para me fo...
apagar...
— É isso mesmo. Pra te foder, gostosinha. Pra
te foder mesmo. Pode falar.

***

— Eu prefiro a poesia erótica à romântica.


64
Mexe com meu sangue. Acho maravilhoso ler um
verso que fale de beijos, de sexo, das belezas do
corpo. Infelizmente são muito poucas — dizia Ieda
perigosamente próxima de Fernando.
— Mas eu conheço muitos autores eróticos. Já
cansei de ler coisas muito quentes.
— Mas aí é que está. Sempre falam na mulher.
Os autores são geralmente homens. Gosto de poe-
sia que fale do corpo do homem, da maravilhosa
masculinidade que há nos seus músculos — e Ieda
vibrava empolgada com sua descrição — da cor
dos olhos, da força, dos detalhes físicos, do pau...
— Não vá ficar envergonhada. Eu entendo. Afi-
nal, você é mulher. Deve gostar disso mesmo. Seria
uma catástrofe você gostar de, vamos dizer, vagi-
nas, não é?
— Você não admite homossexualismo?
— Não tenho nada contra. Mas e que eu tenho
planos para você e não são nada homossexuais —
explicou Fernando beijando-lhe os lábios.
Foi correspondido romanticamente no início,
mas quando ela sentiu o toque do pênis ereto nas
suas coxas, balbuciou:
— Vamos sair daqui. Me leva para um lugar
onde você possa me dar as delícias desse... desse
enorme pau duro, onde você possa me amamentar
com porra. Estou com fome, cara, estou louca para
te dar meu corpo, minha língua, minha vergonha
todinha.
65
Quase no colo ele a levou para o seu quarto.
Deitaram na cama, ela em delírio, desejando ser
tratada como mulher e não como uma educada se-
nhorita.
Era tão intenso seu desejo de sexo e prazer que
não demorou muito a se acabar apenas nas bolina-
ções que recebeu.

***

Titia Ceres implorava tudo. Conduzia seu aman-


te para os seus objetivos com palavras geralmente
pesadas, que bem demonstravam a intensidade de
sua volúpia.
— Essa cereja que está na ponta dos meus seios
é para você comer. Mas antes têm que chupar, que
morder. Ela está durinha e a cada toque seu meu
corpo se sacode. Põe o dedinho na outra cerejinha,
a da minha bucetinha, para me matar de uma vez.
Louca eu já estou, puta também, só falta morrer go-
zando!
Seu atencioso amante mantinha a calma e aten-
dia todos os pedidos. Ceres se deliciava com a du-
pla excitação oral. A da língua do macho percorren-
do seu corpo e a das quentes palavras que ia pro-
nunciando.
— Você está chegando perto da minha buceta
com essa língua que parece uma cobrinha erótica.
Cobrinha não. Uma gibóia, enorme como seu pau
66
duro. Ai! Se você chupar o meu clitóris, eu vou me
acabar!
***

A roupa de ambos já tinha sido dispensada. Ro-


lavam e pulavam na cama, Marina necessitada e
Francisco filantropo, como se aquele fosse o último
dia do mundo disponível para treparem.
— O que você mais deseja no meu corpo? —
perguntou a garota.
— Isto aqui, meu anjo — respondeu ele pondo
a mão sobre seus pentelhos.
Com a voz trêmula de emoção, a jovem disse o
que se passava no seu íntimo.
— Está bem, eu te dou. Te dou isso e tudo o que
você quiser, com uma condição.
— Qual é?
— Você tirar o meu cabaço com essa pica que
me enlouquece.
— Você é virgem?
— Sou. Ficou com medo? Meu noivo também
tinha. Foi por isso que eu briguei com ele pois não
aguentava mais tomar na bunda e bater punheta
nele e em mim.
— Claro que não tenho medo. É só você abrir
essas coxinhas maravilhosas.
— Mas antes eu quero conhecer o prazer de ser
chupada, lambida lá dentro da minha xoxota.
— Tudinho que você deseje, minha adorada.
67
— Adorada puta! Me chama disso que meu ser
pede para completar meu prazer. E me morde toda,
me marca, que eu quero ter recordações no meu
corpo de todas as sacanagens que fizermos.
Uma porrada acertou a boca da donzela, fa-
zendo-a gritar. Com lágrimas nos olhos e ira na
face ela o fitou.
— Pode bater, mas por mais que você o faça
não vai me dominar. Tente. Bata mais se você é
mesmo macho. Me dê todas as porradas e ainda as-
sim, não vai conseguir o que quer. Vamos! Está
com medo? Não tem culhões?
Outra e mais outra lhe atingiram duramente o
rosto e as costas. Depois, Francisco lhe aplicou
muitas palmadas pelo corpo, pelas pernas e na bun-
da.
Como um animal ferido, preso numa jaula, Ma-
rina se acabou. Saltava na cama, segurando suas
coxas com as unhas cravadas na carne.
— Você conseguiu! Você conseguiu! Eu estou
gozando! Estou me acabando! Bate mais! Me que-
bra toda! Eu estou fodendo!
Francisco ficou com medo e tentou segurá-la
sem sucesso. Totalmente descontrolada, Marina ti-
nha mais força do que ele.
— Calma, menina, calma.
— Você conseguiu! — no seu rosto agora bri-
lhava a felicidade. — Você consegui tirar de dentro
de mim esse orgasmo. Eu precisava muito. Eu sabia
68
que conseguiria.
— O que você quer dizer?
— Eu só tinha me acabado sozinha. Jamais com
um homem. E eu tinha a certeza de que só conse-
guiria se levasse uma surra. Você é o maior macho
do mundo!

***

— Você está tirando minha roupa! Não faça


isso. É loucura! Eu não vou me controlar!
— É isso mesmo que eu quero — assegurou
ele. — Você nua é muito melhor do que vestida.
— Mas eu tenho medo, depois do que aconte-
ceu agora.
— Eu não vi nada.
— A sensação que eu senti foi a mais impressio-
nante da minha vida. Se eu tirar toda a roupa vou
querer repetir e isso pode ser perigoso.
— Qual o perigo?
— Você sabe. Essa coisa dura aí. Você já está
quase com ela de fora.
— Mas isso é normal.
— Mas eu nunca fiz isso. Nunca experimentei
antes. Posso ficar grávida.
— Mas você já está com a saia levantada tam-
bém.
— E chega. Eu só deixo você tirar a camisa.
Vou gostar de ver seu corpo.
69
Os dois se abraçaram deitados na cama e a mão
de Fernando meteu-se pelo meio das pernas da jo-
vem Ieda.
— Você é virgem?
— Não. Mas eu mesma tirei meu cabacinho
com um aparelho vibrador que Ceres usava. Nunca
fiz isso com um homem.
Apesar dos protestos, os dois a cada minuto es-
tavam mais nus. A roupa levantada, aberta, desabo-
toada não era mais um empecilho e os corpos esta-
vam cada vez mais próximos, carnes mais unidas,
pudor guardado no armário. Os dedos de Fernando
já andavam se molhando na buceta de Ieda.
— Agora é a minha vez de saborear a tua pica, a
tua carne. Não vou deixar você me comer sozinho.
Minha boca pede o teu pau. Mete a língua em mim
e fica quieto, porque eu vou ficar muito ocupada.
Como se fosse ele o tagarela. Alberto sabia bem
o que isso significava. Ceres gostava muito de tre-
par. É o que mais gostava, evidentemente. Mas o
sexo oral era muito importante para ela. Na boca e
com a língua do amante na sua xoxota ela criava as
fantasias para a metida seguinte. Sempre precisava
passar por isso para chegar a um clímax de nível
superior e gratificante.
Havia outras coisas de que gostava e tomar no
rabo era uma delas. Mas até podia dispensar. Mas
um sessenta e nove, ah, isso não. Para tudo, em to-
das as ocasiões, de dia, na cama, numa praia, no
70
carro, ela precisava chupar e ser chupada. Para ela
o verbo foder, no seu primeiro tempo, era conjuga-
do com a língua. E como chupava! Parecia que a
pica de Alberto tinha não apenas mel, mas todos os
elixires necessários a sobrevivência. E pelo jeito,
Ceres queria alimentar a humanidade toda!
Se se dissesse que ele a estava fodendo na boca,
não seria exagero, tal os requebros e as ginásticas
que ele fazia, para atender aos reclamos da fêmea.
Aos poucos ela ia colecionando fantasias, emo-
ções, sensações que utilizaria na trepada que coroa-
ria o encontro. E colecionava tudo muito bem guar-
dado dentro da sua buceta.

***

Marina estava nua. Roçava seu corpo no do ma-


cho que lhe tinha dado a felicidade suprema de co-
nhecer o orgasmo. Se preparava para o holocausto
do amor, no qual ofereceria intocado hímen no altar
do prazer. E seu feiticeiro não a deixava esquecer
seu compromisso mantendo a arma cerimonial en-
costada à sua virginal e faminta vagina.
Olhavam-se no espelho e a imagem refletida
funcionava como um afrodisíaco sobre o casal. Ali
estava sua buceta, coberta de pelos negros, molha-
dinha, lubrificada, pronta para a introdução que,
provavelmente, lhe tiraria sangue. Ali estava todo o
seu corpo nu, seus desejados seios. E estava ela ali
71
ao lado do corpo também nu de um homem, do ho-
mem que a fizera acabar-se. Cada vez que ele se
movia, ela fixava o olhar no meio das pernas para
ver a dura promessa que ele lhe fizera.
— Deita aqui no meio das minhas pernas. En-
costa a pica em mim. Deita como se você já esti-
vesse me fodendo.
Ela não tirava os olhos do espelho apesar de ter
começado a mexer os quadris, fazendo esforço para
que a ponta do pênis tocasse dentro da vulva.
— Mais um pouquinho ela entra, não é tesão?
Entra, não entra? Lá dentro da minha bucetinha,
não é? Francisco, você vai meter tua pica em mim?
Posso chamar ela de Chiquinho?
— Eu vou fazer de você uma mulher...
— E uma puta também, não é?
— Isso você já nasceu, meu bem...
As palavras do rapaz fizeram ela delirar nova-
mente.
— Agora! Por favor! Agora! Mete com toda a
força! Me faz sofrer! Me machuca! Você não pode
me dar presente maior se me machucar, me judiar
com seu pau dentro da minha buceta!

***

Fernando mordeu o bico dos seios de sua fre-


mente amante e sentiu que suas palavras não fazi-
am muito sentido, tanto que apesar da resistência
72
em despir-se, Ieda já estava quase nua como ele.
Seus seios estavam sem nenhuma proteção des-
de que deitaram na cama. Mesmo quando usava
ainda a saia, ela sempre abria as pernas, não impe-
dindo nenhum dos ataques ao seu reduto final. Por
cima do pano da calcinha inicialmente, por baixo
mais tarde, ela sempre incentivou o toque ágil dos
dedos de Fernando não só no seu clitóris, mas den-
tro da vulva mesmo.
— Você vai terminar me fodendo. Eu já disse
que não quero meter. Mas você insiste e nós já esta-
mos quase nus. Você vem encostando, esfregando
esse cacete — e ela o segurava carinhosamente pela
pica tesa — nas minhas pernas.
— É para te enlouquecer, atê você implorar para
ser comida.
— Mas não você não vai conseguir. Eu me con-
trolo. Não pense que eu sou uma menina leviana.
Tenho a cabeça feita e muito equilibrada.
Ela tentava dilatar ao máximo o final não por-
que estivesse seriamente pensando em não trepar,
mas porque isso lhe aumentava o prazer e a tesão.
— Sua cabeça está feita, seu cabaço, você mes-
mo disse, também. Sua bucetinha vai ser feita da
mesma forma. E isso sou eu quem digo.
— Diz mas não garante. Não quero engravidar.
Não tomo pílula. Você vai ter que se contentar em
botar nas minhas coxas.
— Só nas coxas?
73
— E onde mais você quer? No meu cu? Nem
pense. Não sou dessas...
— Está bem, não vamos discutir. Vou meter nas
suas coxinhas e pronto.
— Mas só perto do joelho.
— Puta que o pariu! Você é complicada pra ca-
ralho! Ainda tem lugar certo para por nas pernas?
— Claro! Se eu não me cuido, você me fode.
Mais uma vez o que ela disse não correspondeu
aos seus atos. Com uma mão firmemente presa à
pica, meteu-lhe a língua na orelha e deslizou com
ela até a cabeça, a menor, vermelha e sem cabelos.
— Pode ser que assim você se acalme um pou-
co — disse ela de boca cheia.
Fernando havia entendido a jogada. Ieda queria
frescuras. Dizer não era importante para ela, E por
que não brincar? Conquanto que na hora da verda-
de ela não venha com histórias da carochinha tudo
bem. Até que esta excitante a brincadeira.
Ieda chupava com amor, com dedicação a pica
de Fernando. Cada pedacinho estava sendo lambido
e, quando enterrava a cabeça até a garganta chupa-
va, ou melhor, sugava todo o pênis, chegando a es-
talar os lábios.
— Você não vai me foder. Eu vou mamar todo o
seu suco e você não vai ter o mais importante para
me dar.
Fernando perdeu a paciência. Pegou a gata pe-
los cabelos, puxou-a para trás e enfiou dois dedos
74
na sua vagina. E se não foi mais no fundo foi por-
que a sua mão não cabia mesmo na bucetinha fe-
chada de sua companheira.
A expressão de dor que se estampou no belo
rosto não comoveu Fernando, que lhe cravou os
dentes nos ombros, fazendo-a gemer.
A garota entregou-se. Não negou mais nada. Ao
contrário, submeteu-se ao destino, pois reconheceu
que não teria forças para fazer oposição. Só o que
desejava a gora era conhecer seu homem profunda-
mente dentro do seu ser.

***

Ceres continuava curtindo seu prazer em doses


cada vez mais altas, a medida que Alberto lhe enfi-
ava mais e mais a língua na direção de seu útero.
— Um sonho! Um sonho o que eu estou sentin-
do, que estou vivendo. Betinho, meu amorzinho,
procura um orgasmo para mim, aí dentro, no fundo
da minha buceta quente! Procura, que você vai
achar!
A volúpia que o homem punha nas suas ativida-
des era igual a que comandava as suplicas da mu-
lher. E a excitação crescia no mesmo ritmo em am-
bos os corpos.
O orgasmo foi encontrado. Exatamente no local
que ela havia indicado. E para corresponder aos es-
forços do seu macho, a fêmea delirante acelerou
75
sua chupada, auxiliando-a com uma punheta fatal.
Quando o primeiro jato de porra umedeceu seus
lábios, suas pernas se trançaram na nuca de Alber-
to, para que ele não perdesse nem um pouquinho
do seu próprio gozo.
Cada convulsão dos seus ovários, do seu corpo,
correspondiam a um gole de sêmen depositado na
sua boca ávida. Mamou, mamou tudo o que podia
desejar. Acabou-se completamente e completou o
quadro fantástico para a trepada a qual ainda espe-
rava merecer.
Sim, porque a porra derramada na sua boca era
apenas a porção erótica de uma relação ainda in-
completa.

***

O espelho refletia apenas a união de Francisco e


Marina. As emoções não. Mesmo por que a tempe-
ratura delas poderia quebrá-lo. Nem mesmo uma
mulher escolada, uma mulher dedicada aos praze-
res do sexo saberia ser tão voluptuosa, tão galinha,
tão sacana na cama como ela.
— Rasga o meu cabaço! Tira sangue da minha
buceta! Me bate na cara! Me chama de puta! Conta
pra todo mundo que você me fodeu!
Assim ela manifestava suas exigências sexuais.
E dizer exigências era mais correto do que dizer de-
sejos, pois ela não precisava saber se o seu parceiro
76
considerava gratificante aquele tipo de relações.
Ela estava apenas ordenando. A ele cabia atendê-la.
O pau abriu caminho entre os pentelhos, como
se fosse um passarinho no seu ninho de penas. De-
pois, então já como um leão feroz, perseguindo a
presa numa toca, foi penetrando, cada vez mais
fundo na escuridão morna do canal vaginal.
Então o leão foi enlaçado por uma rede. Deba-
teu-se alguns instantes e percebeu que ela não tinha
resistência suficiente para o seu poder. Brincou um
pouco com a armadilha antes de rompê-la, de estra-
çalhá-la para desimpedir, para tirá-la definitiva-
mente do caminho.
— Não me judia assim! Eu estou delirando de
desejo de ser mulher! Mete logo! Força meu ma-
chão! Rasga meu cabaço! Rompe essa rede! Vai
meu leão!
Seria transmissão de pensamento? Por que teria
ela lembrado justamente dessa imagem que ocupa-
va a mente de Francisco?
O leão rugiu. O cabaço de Marina foi literal-
mente pras picas. A ardência natural no interior da
vagina informou a garota que não adiantava mais
pensar em dor, mas que o melhor agora era gozar,
gozar, gozar...
— Ah — gemia ela debaixo do seu conquista-
dor. — Me fode muito, maravilha. Me fode toda,
tesão!
Ela não sabia que estava já em pleno orgasmo.
77
Num crescendo monumental, foi entregando-se às
convulsões incontroláveis.
Presa no corpo de Francisco com um abraço de
pernas, corcoveava diante do espelho, como uma
égua brava ao ser montada pela primeira vez. E
num estertor final, pulou para cima e caiu desmaia-
da sobre os lençóis, respiração ofegante.
Transformada em mulher de maneira deliciosa,
Marina curtiu seu prazer por muitos e deliciosos
minutos.

***

— Picão gostoso! Entrou todinho! Tá dando ca-


beçadas no meu útero! Meu corpo treme! É um ter-
remoto no vulcão da minha buceta! Você me mata
de tanto prazer, gostosão!
Ieda de pernas abertas não cumpria o prometido
e jurado. Fodia e nem pensava em parar. Tinha sido
sincera ao dizer que nunca metera antes com um
homem. Sua perda de virgindade se deveu a uma de
suas travessuras. Mas sem a participação de ho-
mem.
Agora estava recebendo seu tão esperado prê-
mio, longe de sua terra, onde as línguas das coma-
dres eram cáusticas e menos doces que a de Fer-
nando.
— Nando, ai! Estou sentindo sua porra se derra-
mar dentro do meu corpo! Ai, que maravilha! Nun-
78
ca vou me esquecer deste dia!

***

— Francisco, acho melhor voltarmos à sala. Tia


Ceres já deve estar terminando a sua trepada. Nós
já terminamos. Vocês não acha que é prudente?
— Você acha que eles... não diga! Eu não tinha
me dado conta.
— Ora, menino, então você nunca desconfiou
de nada?
— Vocês, mulheres, sempre na frente.
— Sempre na frente, meu amor, mesmo quando
de costas — disse Marina, dando uma rabanada e
esfregando sua bunda no pau do namorado. — Na
próxima vez, eu lhe prometo te dar o meu rabo. Eu
sei que você está desejando.
Os dois começaram a se vestir.

***

— Você já pensou o bode que dá se a sua tia nos


encontra aqui? — perguntou Nando.
— Ficaria apenas chato, nada mais. Que você
acha que Alberto e ela andam fazendo? Você acre-
ditou mesmo na história de “assuntos a discutir”?
— Você tem uma língua terrível!
— Você achou? Eu também adorei chupar o seu
pau. Mas vamos embora antes que todos os nossos
79
segredos tenham de ser esclarecidos. É melhor não
deixar que ela saiba. Ela já deve estar dando a últi-
ma agora.

***

— Alberto, deixa eu meter sua maravilhosa pica


na minha xoxota, mais uma vez — disse Ceres, de
joelhos, pegando o cacete pela cabeça, pelo meio
de suas pernas.
As saudades a tinham deixado com tesão acu-
mulado. Não parava de foder e rapidamente se aca-
bava. Depois, descansava apenas um minuto e já
queria mais.
— Você não acha que é melhor voltarmos à
sala? Os garotos estão sozinhos e eu não quero que
eles façam alguma coisa com suas sobrinhas.
— Não se preocupe. Elas tem a cabeça no lugar
e não vão fazer nenhuma bobagem. Mete tua pica e
mexe.
Com a bunda nas suas mãos, Alberto atendeu
mais uma vez a insaciável amante.
— Minha cadelinha fode assim. Eu adoro levar
teu pau por trás. Parece que você está me enraban-
do ao mesmo tempo que mete na minha buceta.
Depois de gozarem mais uma vez, Ceres con-
cordou em parar. Vestiram-se — ela arrumou a ma-
quilagem — e foram encontrar os sobrinhos.
— Oi, meninos. Conversaram muito?
80
— Sim, titia. Eles são muito legais — disse Ma-
rina. — Ieda e eu queremos voltar aqui antes de ir-
mos para nossa cidade.
— É sim — confirmou Francisco. — Elas que-
rem conhecer mais nossa discoteca e os livros de
poesias de tio Alberto.
Ceres ficou um pouco confusa. Ela não sabia da
existência de asas coisas no apartamento do aman-
te. Mas, mesmo sem entender, piscou um olho para
Alberto e arrematou:
— Não lhe disse? Esses garotos não são como
nós. Só pensam em coisas inocentes. Amanhã virei
aqui de novo com elas. Tchau!

FIM

81
82
MAL-ENTENDIDO
Lynda Bigshoe

A mão trêmula já tinha discado o número errado


por duas vezes. O dedo indeciso não se localizava
corretamente no buraco do disco, como se fosse
mais difícil este do que os outros buracos onde ela
estava acostumada a enfiar o mesmo dedo.
Mas finalmente parece que ela conseguiu com-
pletar a ligação que aguardava com impaciência,
com ansiedade.
— Alô! — gritou como se a linha estivesse
ruim. — Margot?
Pelo jeito, não era. Uma pausa atenta, a expres-
são de desalento nos olhos, o nervosismo dos dedos
tamborilando na mesinha indicavam que alguém
fora chamar Margot.
— Alô! É você, Margot? Putz, finalmente con-
sigo falar com você! Faz duas horas!
O diálogo prosseguiu com pequenos intervalos
certamente ocupados por perguntas monossilábicas
— ou quase — pronunciadas pela mulher que ocu-
pava a outra ponta da linha, donde se pode concluir
que quem falava era a autora, ainda nervosa, do te-
lefonema.
— Eu preciso falar muito com você urgente-
mente. Joe me deixou. Não sei o que faço da vida.
(pausa) Dele é claro. Eu não fiz nada que pudesse
me comprometer. Mais uma vez ele é o único cul-
83
pado. Eu devia deixá-lo, mas eu o amo. (pausa) Por
que você duvida? Não, você não sabe. Você só ou-
viu boatos. É por isso que eu preciso falar com
você tão urgentemente. Venha à minha casa agora,
(pausa) Porra, Margot! Você é ou não é minha ami-
ga do peito? Prefere minhas coxas? Vá à merda!
Isso não é hora de gracinhas!
Nossa amiga desatou a chorar como se tivesse
sido ferida profundamente nos seus sentimentos.
— Você não compreende (soluços) o que eu es-
tou sentindo (soluços). Ai ai (suspiros e mais solu-
ços) ai ai. Eu pensei que podia contar com você.
Pela primeira vez pareceu que Margot estava
conseguindo falar. A moça permaneceu em silêncio
e concluiu dizendo:
— Tá bem, mas não brinque. Te espero aqui.
Um beijo.
Soltou o telefone e deitou-se na cama ampla, de
lençóis alvos. Sua pele morena fazia contraste evi-
dente, realçando a beleza do seu corpo perfeito.
Sim, era possível admirá-la plenamente, pois que
estava vestida apenas com uma camisola curta e
aberta, que caia sobre seus braços.
O cabelo negro longo, franja repartida, emoldu-
rava o belo e sensual rosto, onde os olhos grandes
cintilavam sua tristeza. No peito delicadamente am-
plo cresciam os seios firmes e moderadamente pe-
quenos, de bicos rosados como o das virgens. A
cintura não era fina mas bem delineada numa curva
84
suave que se harmonizava com os quadris largos.
Essa linha prosseguia para formar as coxas roliças,
fartas, que se uniam ao tronco suavemente por um
sulco quase imperceptível. Ali perto estava o jar-
dim de encaracolados e suaves pelos que formava
um bem definido triângulo que não chegava a es-
conder, de forma total, sua pele.
Sob eles, evidentemente, definiam-se os lábios,
a racha, o ponto mais delicioso, com certeza, de tão
bela mulher.
Pena que ela estivesse enfrentando a tristeza de
um amor rompido. Seu coração, neste momento,
não tinha a mesma beleza do seu esbelto corpo. As-
sim são os homens. Não têm piedade dos corações
mais frágeis. Por qualquer e inexplicado motivo,
abandonam suas mulheres ao sabor dos aconteci-
mentos sem se preocuparem ao menos com seus
sentimentos.
Os soluços, de vez em quando, ainda faziam
seus seios balançar, mas as lágrimas já haviam se-
cado no seu rosto. Era visível o mal-estar que sen-
tia. Talvez sua temperatura tivesse se elevado, pois
ela passava a mão pelo corpo todo, como se esti-
vesse se sentindo desconfortável. Suas pernas se
uniam e se esfregavam uma na outra, talvez bus-
cando acalmar seu evidente sofrimento. Coitadinha.
Ah, agora estava mais claro. Ela padecia de uma
doença muito comum em mulheres jovens, bonitas
e abandonadas. Ela padecia de falta de amor.
85
Seus dedos demonstravam onde se loca lizava o
seu tormento. No meio de suas pernas! Sim, bem
ali, entre os encaracolados pentelhos jazia o ponto
de alívio do mal.
Ainda bem que ela sabia tratar-se. E com muita
eficiência, diga-se de passagem. Não foram neces-
sários mais do que alguns segundos, para que seu
corpo iniciasse uma dança erótica, voluptuosa,
muito íntima, que foi iluminando a solidão do quar-
to, fazendo seu rosto cintilar com os reflexos do
prazer sexual.
A triste e bela jovem estava se masturbando ha-
bilmente. Uma mão cuidava dos seus seios, en-
quanto a outra acariciava seu clitóris e vagina.
Mas nada tão simples assim. Naturalmente ha-
viam fantasias na arte que demonstrava sua classe.
As vezes deitava-se de costas, bunda abundante
para cima, e introduzia os dedos na sua vagina pelo
meio das pernas. Não esquecia de agradar seu ânus,
onde sentia claros sinais de erotismo. Elevava o
rabo, dobrando os joelhos, sobre os quais se apoia-
va, como se estivesse sendo comida por trás.
Mexia os quadris, como se estivesse fodendo.
Depois de meter um dedo várias vezes dentro da
buceta, passou a enfiar dois, como se fosse um
pênis.
Chegou ao orgasmo, como se não estivesse so-
zinha, deitando-se de frente, pernas e vagina aber-
tas para suas duas mãos, como se esperasse ser pe-
86
netrada por um enorme pau invisível, que viesse
lhe trazer a felicidade final, completa, definitiva.
Estava curada, pelo menos momentaneamente,
porque os males de amor são renitentes. Mas, por
hora, seu semblante melhorou. Que namorado in-
sensível ela havia encontrado! Abandonar mulher
tão bonita e sedenta de amor! Incompreensível.
Ainda existem homens assim!
Margot não demorou a chegar. Mas não vinha
sozinha, o que desagradou, a princípio, a dona da
casa. Para assuntos tão íntimos, muita gente tira a
espontaneidade, inibe e dificulta a conversa.
— Oi, meu bem. Pensei te encontrar a desola-
ção em pessoa. Vejo que estás bem melhor do que
quando falamos ao telefone. Você sempre um tesão
de mulher, vocês não acham, meninas?
A pergunta foi dirigida as duas garotas orientais
que a acompanhavam. Evidentemente elas concor-
daram.
— Você já conhece Yoko e Akiko da minha
casa, não é Ira? — perguntou Margot. — Eu as
trouxe porque imaginei que o seu problema ainda
não tivesse sido solucionado. Vejo que me enganei.
Você está muito, muito bem.
Ira cumprimentou as moças e seus olhos enten-
deram o que sua loira amiga tinha deixado claro
nas entrelinhas.
Olhinhos repuxados, as lindas orientais não
eram japonesas como se poderia supor pelos no-
87
mes. Eram coreanas, viviam nos Estados Unidos e,
como a anfitriã e sua amiga Margot, costumavam
passar as férias e longos feriados em Curaçao, para-
íso antilhano frequentado somente por quem pode
pagar caras passagens de avião para bronzear-se
um pouquinho.
Também não eram parentes. Conheciam-se por
serem do mesmo país de origem e viverem na mes-
ma cidade. Constava que mantinham um namoro
firme mas aberto. Quer dizer, nada de ciúmes.
— O que de trágico andou acontecendo, meu
amor? — quis saber Margot.
— Nada. A urgência passou. Vamos tomar um
chá e depois eu conto tudinho. Primeiro vamos cui-
dar de nossas amigas. Afinal é a primeira vez que
elas me visitam e eu não quero que tenham má im-
pressão da minha hospitalidade.
Margot ligou o som com músicas muito doidas,
serviu drinques e dispensou o chá.
— Vamos fazer uma brincadeira — propôs —
Ira, venha cá. Tire sua calcinha e levante a saia.
— Que idéia é essa Margot? O que vão pensar
nossas visitas?
— Não fode. É só uma brincadeira. Eu vou ven-
dar você e depois você vai ter que descobrir quem
beijou você, meu amor.
— Mas que bobagem. Para que tirar as calças e
levantar a saia?
— Porque o beijo vai ser na sua bucetinha.
88
A idéia foi aprovada com sorrisos por Yoko e
Akiko. Esta última prontificou-se a dar seu colori-
do sarongue para ser usado como venda. Despren-
deu-o e ofereceu uma das tiras de pano. É claro que
já ficou apenas com a calcinha diminuta e transpa-
rente que não lhe escondia nem mesmo os detalhes
dos pentelhos.
Ira não resistiu pois estava mesmo precisando
dividir o seu problema com outras pessoas, mesmo
que fossem do seu sexo.
— E se eu errar? O que vai me acontecer? —
quis saber Ira.
— Você vai pagar uma multa.
— Qual?
— Você vai dizer um nome. A acusada, vitima
de calunia, vai punir você. Ela vai chupar sua buce-
ta diante das outras.
— Puta que pariu! Então não vou errar. Tem
que ser um beijo que permita a identificação.
— Tola. Se fosse eu, fazia questão de errar. Essa
multa não vale. É um prêmio.
A observação foi de Akiko, o que já demonstra-
va que a festa ia ser melhor do que o esperado.
A própria Margot ajoelhou-se diante de Ira, se-
gurou-lhe a bunda e depositou um doce e apaixona-
do beijo entre seus pentelhos.
— Foi Margot. Eu sei. Você gosta de me beijar
assim — disse a garota, denunciando-se diante das
estranhas.
89
— Não. Errou. Deite que você vai ser castigada
para aprender a não falar mal de suas amigas.
A língua penetrante nem esperou para que ela
ficasse em posição. Abriu seu caminho, na marra,
até sentir o sabor da vagina úmida.
Só não foi aplaudida porque Akiko e Yoko não
perderam tempo e se entregaram ao seu amor parti-
cular. Estavam muito ocupadas.
Margot, depois da primeira estocada, foi abraçar
Ira. Parecia que estava fazendo as pazes com o na-
morado.
— Dá um beijinho na sua gatona — pediu Mar-
got, lascivamente. — Eu estou morrendo de sauda-
des, tesão. Você sabe que não há ninguém mais
gostosa do que você sob o sol do Caribe.
Os lábios se tocaram, apaixonados, amorosos,
carinhosos, quentes, numa união muito mais pro-
funda do que se poderia imaginar. A fome das bo-
cas fazia uma devorar a outra. Às vezes, as línguas
saiam de suas cavernas e abandonavam-se num
jogo sensual de toques e fricções. Seios colados,
pernas enlaçadas, as duas curtiam as delícias que fi-
zeram a fama de Safo.
Akiko tinha outras preferências, não tão român-
ticas. Deixava Yoko fazer-lhe toda a sorte de saca-
nagens e curtia o prazer passivamente. A língua de
Yoko já havia percorrido to do o seu corpo. Mas era
no meio de suas pernas e da sua bunda que perma-
necia por mais tempo.
90
Língua forte e comprida, entrava na buceta ori-
ental como um pênis. Para melhor cumprir a tarefa,
Yoko mantinha Akiko com as pernas erguidas, com
os quadris erguidos. Admirar essa garota em ação
era um espetáculo delicioso, principalmente quan-
do percorria o rego da farta bunda da amiga. Ao en-
contrar o ponto exato do cuzinho, metia a língua
com tal vigor que conseguia penetrar a ponta no
seu interior.
Mas como nem só de romance vivem os aman-
tes, Margot e Ira partiram para a solução dos seus
desejos. Os beijos passaram a ter importância se-
cundária.
Ira, deitada de costas, tinha Margot montada
quase no seu rosto. Esta, com os dedos inquietos,
abria os lábios da sua própria vagina e mostrava o
seu interior para sua amante.
Não era a primeira vez que Ira tinha diante dos
seus olhos espetáculo tão erótico e alucinantemente
sensual. Aliás, ela achava que a buceta de Margot
tinha a beleza do sexo selvagem, instintivo, carnal.
Sempre se demorava na contemplação daquele ór-
gão.
Aparentemente a fina pele úmida que recobria a
mucosa vaginal de Margot parecia rosada. Mas Ira
sabia que, na verdade era clara, quase branca. A
quantidade de pequenos vasos rubros como o san-
gue é que lhe davam o colorido. Como filigrana, a
rede de veias se espalhava até quem sabe que pon-
91
to, ali dentro da buceta a qual dedicava tanta admi-
ração. E na busca desse desconhecido limite a que
ela se entregava a chupar, a lamber, sempre com
entusiasmo aumentado o presente que recebia de
Margot.
E retribuía levando-a a orgasmos extremos, ver-
dadeiramente espetaculares, durante os quais che-
gava ao delírio. Suas fantasias eróticas tomavam a
forma de alucinações descritas em detalhes.
— Vem garanhão! Eu já sinto o calor da tua res-
piração saindo pelas tuas narinas. A tua língua ás-
pera roça minhas ancas. Levanta o meu rabo com o
focinho e prova o sabor do meu cio. Antes de me
foder com esse imenso pau, eu quero que você me
excite com a língua. Minha adorável buceta, pede,
ordena, implora tua total atenção. Ai, eu sinto o ca-
lor do teu hálito penetrante. Tenho vontade de cor-
rer campo afora, para que você me persiga, para
que você me canse, me vença, para me comer de-
pois. Quero ser tua égua selvagem antes, dominada
pela tua pica gigantesca depois.
Esse discurso, ou um outro semelhante, onde
ela se comparava a uma vaca, acompanhava o
gozo, o clímax de Margot, sempre que ela se entre-
gava à sanha lésbica de Ira. A loucura que envolvia
as duas companheiras não levava esta última a se
acabar, mas a preparava, de maneira completa, para
buscar o seu próprio clímax a seguir.
Definitivamente, não seria possível determinar
92
qual a mais louca. Se Margot buscava fantasias ani-
mais para se satisfazer, a outra extravasava sua libi-
do envolvida numa aura masoquista, que normal-
mente não demonstrava.
Margot sabia disso. E sempre providenciava si-
tuações que a satisfizessem plenamente. Sua inten-
ção, ao convidar as duas orientais, era essa. As duas
eram especialistas nas artes de Masoch.
— Meninas, me ajudem. Temos um caso muito
grave para resolver. Esta mulher não se acaba. Va-
mos dar-lhe um tratamento especial.
Yoko e Akiko não se fizeram de rogadas. Imedi-
atamente saltaram sobre Ira, dispostas a saciarem-
na, bem como a si próprias. Com mordidas, belis-
cões, palmadas e palavras ofensivas, as três inicia-
ram a tortura.
— Vou arrancar o teu clitóris! — ameaçava
Yoko. — Lésbica não precisa disso.
Akiko, com seu dedo indicador, judiava do cu-
zinho, enfiando-o com gana e prometendo, na
próxima, metê-lo junto com o médio.
Margot lhe dava tapas na cara.
— Toma, puta! Hoje você se fode. Vai apanhar
como nunca!
Realmente as duas orientais tinham o dom de
saber dessas coisas. Não chupavam a vagina de Ira.
Mordiam os grandes lábios, fazendo com que ela
gritasse. Beliscavam seus pequenos lábios, puxa-
vam os pentelhos numa sucessão alucinante, impe-
93
dindo que ela se defendesse.
Cada uma metia um dedo no rabo de Ira, ao
mesmo tempo e a informavam:
— Você está sentindo? São duas cobrinhas que
entraram no seu cu! Olha como elas se retorcem aí
dentro. E você não pode fazer nada para tirá-las
porque senão nós quebramos a tua cara na porrada!
— Ai, como eu sofro! Eu mereço! Sou muito
puta e esse é o meu castigo! Margot, bate na minha
cara! E vocês duas, me encham o rabo de cobri-
nhas! Me deem palmadas! Me matem!
Foi a deixa para a saraivada final. As três se agi-
taram num estertor como se elas e que estivessem
sofrendo as excitantes investidas. O sexo tem seus
mistérios e esse é um deles. Agindo ativamente sem
sofrer nenhuma forma de penetração, Margot,
Akiko e Yoko aproximavam-se do clímax como se
estivessem sendo fodidas. E é de se assinalar que
não se poderia classificá-las como lésbicas, já que
comumente costumavam ter relações com rapazes.
O fato é que todas elas descarregaram em Ira
toda a força do sadismo de sua libido. E a galinha
soube morrer entre chupadas e mordidas, entre ta-
pas e palmadas.
Suas pernas, bunda, costas e rosto a presenta-
vam visíveis sinais vermelhos e roxos. Suas náde-
gas, além de marca de dentes, não tinham mais es-
paço para uma manchinha sequer. Ao redor da bu-
ceta, cada uma deixou pelo menos uma marca.
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Dentro não, porque aí não fica sinal distinto. Só o
vermelho do prazer.
Na loucura final, muitas vezes confundiam-se
os corpos e os atos de violência atingiam alvos er-
rados.
Um dedo dirigido ao útero de Ira atingia o cu de
Yoko. Mas nunca havia protestos. O orgasmo era
para todas e quanto mais gozasse cada uma, mais
gozaria o grupo.
Finalmente exaustas e saciadas, as quatro ami-
gas se entregaram agradecimentos e carinhos quase
apaixonados como se fossem membros de um casal
que acabava de se acabar, depois de muito amor.
Margot, com cuidados especiais, logo que teve
forças, ajoelhou-se ao lado de Ira, e iniciou uma se-
ção de massagens nas costas cansadas que tanto ha-
viam sofrido as suas mãos.
— Eu te adoro, amorzinho. Sempre que faço es-
sas coisas com você, eu me acabo como uma puta
nunca imaginou ser possível. Nem mesmo guando
eu meti um vibrador na minha buceta e consegui
me acabar pela primeira vez não foi tão bom. Você
sempre me excita ao máximo. Já estou ficando
quente só de olhar você de bunda para cima. Ah, se
eu tivesse pau romperia teu rabo agora mesmo. Um
dia você vai dar a bunda para um cara que eu vou
escolher e só vou ficar olhando, tá bem?
Ira, embevecida e orgulhosa, concordou com
um sinal de cabeça e ficou lembrando a briga com
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o namorado. Tinha sido a última vez que dera o
rabo.
— Irinha, meu tesão — disse Margot — você
não vai contar para sua mulherzinha o que louve
que deixou você tão triste? Que foi que o monstro
do Joe fez a você. Afinal foi por isso que eu vim
aqui, lembra. Porque não me conta tudo. Amigas
são para essas coisas e eu sei guardar um segredo.
— Acho que não vale a pena. Eu estou tão feliz
agora, que prefiro não falar mais sobre coisas tris-
tes.
— Mas depois que nós formos embora a fossa
volta. Se abra, mulher.
As coreanas ficaram atentas. As histórias de
amor tornam as mulheres solidárias.
— Mas foi tudo bobagem dele. Joe diz que eu
não dei atenção a ele. Por isso brigou, me bateu, fez
uma cena do caralho.
— E você não deu atenção a ele? Isso é uma
falta muito grave. Os namorados gostam de serem
adulados por suas garotas, é normal — aparteou
Akiko.
— Mas eu não fiz nada de mais. Vocês conhe-
cem Clio, não é? Aquela loirinha deliciosa, de olhi-
nhos ternos, rostinho virginal, que tem uma casa
bonita, além da Praia Verde. Ela convidou uma tur-
ma muito legal para o fim de semana. Convidou
Joe também, mas o tonto preferiu ir só no domingo
de manhã. Esteve todo o sábado comigo na praia,
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no restaurante e, quando íamos ficar a sós, ele se
despediu. Fui dormir frustradíssima. Quase todo
mundo estava com os namorados. Menos eu. Ou
melhor, eu e a irmã de Clio que é um tesão tam-
bém.
— Verdade. Eu a conheço. Tem um corpinho
maravilhoso. Mas eu acho que ela não é de nada —
comentou Yoko.
— Eu também pensei assim. Quando fui para o
meu quarto vi o mordomo levar-lhe um coquetel.
Continuei meu caminho pondo minhocas e lagartos
na minha cabeça. Troquei minha roupa. Só de ca-
misola, tomei uma decisão. Resolvi fazer uma visi-
ta a minha anfitriã. Toda perfumada, quase nua,
muito disposta, abri a porta do quarto da donzela
e... vocês são capazes de adivinhar o que eu vi?
— Pare de fazer suspense e conte logo — disse
Margot, interessadíssima.
— O mordomo ainda estava lá elegantemente
uniformizado, sapatos impecáveis com apenas um
detalhe a chamar a atenção: não usava nem calça
nem cueca. Com toda a pose dos mordomos de
classe e um pau duro de fazer inveja a muito macho
por aí, dirigia-se para a cama, onde a suposta vir-
gem estava em posição adequada, de quatro pés,
pernas abertas, esperando pelo melhor.
— O que você fez? — perguntou Akiko muito
aflita. — Não me diga que desistiu?
— Foi o que eu fiz. Achei melhor esquecer os
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meus planos e ir dormir.
— Ah, que droga!— exclamou Margot.
— Agora vocês imaginem como passei a noite.
Acho que tive febre. Só me restava aguardar Joe na
manhã seguinte. Levantei mais ou menos às nove
horas, vesti minha tanga mais ousada e fui encon-
trar o pessoal. Quando estava diante do quarto de
uma das convidadas, notei que ela estava cantaro-
lando uma musiquinha cuja letra era pornográfica.
Resolvi entrar para descermos juntas. Abro a porta
e nova surpresa. A jovem estava nua debaixo do
seu namorado, levando a maior pica no lugar certo.
— Puta que o pariu! — exclamou Margot. —
Nessa casa só se trepa?
— E nem fecham a porta. O ambiente era esse.
Agora vocês imaginem a minha excitação. Eu não
aguentava mais. Tinha que encontrar Joe tão cedo
quanto possível. E ele não chegava. Na piscina to-
dos se divertiam na base do sexo. Ninguém quase
usava maio e se não estavam fodendo é porque não
tinham pressa. Estavam na preparação. Eu sozinha!
Fui passear no jardim. Ouvi gemidos. Discretamen-
te fiquei na ponta dos pés para espiar por uma jane-
la da casa dos empregados. Lá estava nosso mordo-
mo, o do pau enorme, que tinha comido a irmã de
Clio a noite tratando da empregada. Não pude ver
toda a cena, mas senti que a gata delirava. O fogo
no interior da minha buceta era indescritível. Che-
guei a pensar que minha tanga ia ficar molhada in-
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teirinha. E Joe nada.
— Por que você não entrou numa de suruba? —
perguntou Akiko.
— Fiquei constrangida. Ninguém estava numa
dessas. Faltou iniciativa e coragem. A timidez não
me abandona.
— A gente nota... — ironizou Yoko.
— Não seja boba, japonesinha. Não duvide de
mim.
— Não interrompa, Yoko. A coisa está ficando
muito interessante. E Joe não chegou?
Margot e Akiko estavam impacientes.
— O fresco chegou, sim. Sentou na mesinha à
beira da piscina e ficou tomando uísque. Eu pade-
cendo ao seu lado. Então convidei-o para passear.
Tinha esperanças de que ele, vendo o que acontecia
em cada canto da casa, compreendesse a minha si-
tuação. Não adiantou nada. Diante de uma garota
que chupava o pau do companheiro sem a menor
discrição, ele me disse o que eu não queria ouvir.
“Vamos voltar para a piscina que aqui está muito
incômodo” disse ele. Tentei meu último trunfo. Ti-
rei toda roupa e dancei diante dele, me oferecendo
o quanto podia. Só faltou pedir a ele que me co-
messe. Foi aí que as coisas começaram a acontecer.
— Ele topou? — perguntou Yoko.
— Topou nada. Mas apareceu Clio, excitadíssi-
ma, e me pegou pela mão. Eu a segui. Pelo cami-
nho ela recrutou mais um casal. Fomos os quatro
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até um cantinho onde seu namorado esperava. Lá
começou imediatamente um bacanal pequeno em
número de participantes mas muito animado. Não
pude resistir, apesar de tentar. Entreguei-me de cor-
po e alma à farra. Todos pareciam estar como eu:
desesperados por um pouquinho de sexo. Tudo o
que aconteceu eu não poderia contar aqui, só posso
afirmar que em pouco tempo eu já tinha sentido o
sabor do sexo dos quatro companheiros dentro da
minha boca e também eles todos conheciam o gos-
to da minha buceta. Foi então que o namorado de
Clio levantou minhas pernas para o ar, abriu-as e,
de frente para mim, meteu no meu rabo. Mas meteu
de verdade. Eu vi estrelas, principalmente porque
eu perava que ele fosse me comer na frente. A outra
garota ajudou a manter a posição para que Clio me
chupasse na buceta. E não pensem que o pau que
sobrou ficou só olhando. Não, ele enfiou seu cacete
na minha garganta com tanta força que me sufocou.
Eu parecia uma cabra louca, sendo assaltada por
várias onças. Pulava, gritava, mugia de tanto gozo.
Esqueci completamente de Joe. Mas vocês vão me
dar razão. Ele não me tratou como eu merecia.
— Claro, claro — interrompeu Margot. — O
que ele fez foi muito errado.
— No auge da brincadeira, ele me aparece.
Olhou tudo que estava acontecendo e me acenou,
pedindo que eu o acompanhasse. Foi por isso que
ele brigou comigo.
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— Como você sabe? — quis saber Yoko.
— Depois ele me disse que eu não dava atenção
a ele. Creio que ele estava se referindo a isso. Mui-
to injusto.
— Ele tem um pouco de razão, Ira. Você devia
tê-lo acompanhado — criticou Margot.
— Você está sendo muito injusta comigo. Não
se esqueça que ele não lembra que eu também sou
mulher e que tenho desejos. Eu acho até que ele po-
dia inventar outra desculpa porque essa de que eu
não dispenso a ele a atenção que ele merece não
cola.
— Mas veja bem. Ele chamou você e você não
foi, Ira. Isso é suficiente para deixar uma pessoa,
mesmo que não seja namorado muito magoado.
Acho que você tem culpa. Você devia ter atendido
quando ele fez sinal para você.
— Mas como. Eu não podia, Margot.
— Ora, claro que podia.
— De jeito nenhum. Eu não expliquei?
— Você disse que estava trepando, fazendo hor-
rores, mas isso não justifica. Sua obrigação era in-
terromper um instante o que estivesse fazendo e,
pelo menos, responder o sinal que ele lhe fez.
— Mas...
— É isso mesmo, Ira — interrompeu Yoko. —
Não lhe custava pedir que esperasse mais um ins-
tante, ou coisa que o valha. Dizer “amorzinho, já
vou, deixe eu só gozar?” e pronto.
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— Mas é isso que você não está entendendo! É
que ele apareceu no exato momento em que o rapaz
estava se acabando na minha boca e eu me afogava
na sua porra e no meu delírio. Joe não quer enten-
der isso!
— Bem, isso é diferente! Você não explica! Joe
é mesmo um carrasco, vocês não acham meninas?
Todas concordaram com Margot e recomeça-
ram, com muito entusiasmo, a suruba.

FIM

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ÐØØM SCANS
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