Professional Documents
Culture Documents
RUBIN, Gayle. Pensando Sobre Sexo
RUBIN, Gayle. Pensando Sobre Sexo
I - As guerras sexuais
* In: ABELOVE,Henry; BARALE, Michèle Aina e HALPERIN, David. The Lesbian and
Gay Studies Reader. London/New York, Routledge, 1992. Gayle S.Rubin,
Publicado pela primeira vez em VANCE, Carole S. (ed.) Pleasure and Danger:
Exploring Female Sexuality, 1984.
** Antropóloga feminista que escreveu sobre uma vasta gama de assuntos, entre os
1 ZAMBACO, Demetrius. Onanism and Nervous Disorders in Two Little Girls. In:
PERALDI, François. (ed.) Polysexuality, Semiotext(e), vol. IV, nº 1, 1981, pp.31, 36.
2
Gayle S. Rubin
2 GORDON, Linda e DUBOIS, Ellen. Seeking Ecstasy on the Battlefield: Danger and
Colophon, 1976; MARCUS, S. The Other Victorians. Op. cit.; WEEKS, J. Sex, Politics
3
Pensando sobre sexo
and Society… Op. cit., principalmente páginas 48-52; ZAMBACO, D. Onanism and
Nervous... Op. cit.
4 BESSERA, Sarah Senefield; FRANKLIN, Sterling G. e CLEVENGER, Norma. (eds.) Sex
4
Gayle S. Rubin
6 WALKOWITZ, J. R. Male Vice and Feminist Virtue. Op. cit., p.83. Toda a discussão
5
Pensando sobre sexo
6
Gayle S. Rubin
11 BÉRUBÉ, Allan. Behind the Spectre of San Francisco. Body Politic, abril de 1981;
pessoal.
13 GERASSI, John. The Boys of Boise. Nova York, Collier, 1968, p.14. Agradeço a
7
Pensando sobre sexo
8
Gayle S. Rubin
9
Pensando sobre sexo
16 Chigago is Center of National Child Porno Ring: The Child Predators; Child Sex:
Square in New Town Tells it All; U.S. Orders Hearings On Child Pornography:
Rodino Calls Sex Racket an “Outrage” “Hunt Six Men, Twenty Boys in Crackdown,
Chicago Tribune, 16 de maio de 1977; Dentist Seized in Child Sex Raid: Carey to
Open Probe; How Ruses Lure Victms to Child Pornographers, Chicago Tribune, 17
de maio de 1977; Child Pornographers Thrive on Legal Confusion; U.S. Raids Hit
Porn Sellers, Chicago Tribune, 18 de maio de 1977.
10
Gayle S. Rubin
17 Para mais informações sobre o “pavor da pornografia infantil”, ver CALIFIA, Pat.
The Great Kiddy Porn Scare of ´77 and Its Aftermath. Advocate, 16 de outubro de
1980; e A Thorny Issue Splits a Movement. Advocate, 30 de outubro de 1980;
MITZEL. The Boston Sex Scandal. Boston, Glad Day Books, 1980; RUBIN, Gayle.
Sexual Politics, the New Right, and the Sexual Fringe. In: TSANG, Daniel. (ed.) The
Age Taboo. Boston, Alyson Publications, 1981. Sobre a questão dos
relacionamentos entre gerações diferentes, ver também MOODY, Roger. Indecent
Assault. Londres, Word is Out Press, 1980; O´CARROLL, Tom. Paedophilia: The
Radical Case. Londres, Peter Owen, 1980; TSANG, D. The Age Taboo. Op. cit.; e
WILSON, Paul. The Man They Called A Monster. New South Wales, Cassell
Australia, 1981.
18 House Passes Though Bill on Child Porn. San Francisco Chronicle, 15 de
11
Pensando sobre sexo
12
Gayle S. Rubin
Exposé). Nova Orleans, Free Men Speak, 1969; DRAKE, Dr. Gordon V. SIECUS:
Corrupter of Youth. Tulsa, Oklahoma, Chistian Crusade Publications, 1969.
22 Pavlov´s Children (They May Be Yours). Impact Publishers, Los Angeles,
Califórnia, 1969.
13
Pensando sobre sexo
14
Gayle S. Rubin
15
Pensando sobre sexo
16
Gayle S. Rubin
28 Quem primeiro formulou essa idéia foi MCINTOSH, Mary. The Homosexual Role.
Social Problems, vol. 16, nº 2, outono de 1968; a idéia foi desenvolvida em WEEKS,
Jeffrey. Coming Out: Homosexual Politics in Britain from the Nineteenth Century
to the Present, Nova York, Quartet, 1977, e Sex, Politics and Society… Op. cit.; ver
também D´EMILIO, J. Sexual Politics, Sexual Communities... Op. cit.; e RUBIN,
Gayle. Introduction. In: VIVIEN, Renée. A Woman Appeared to Me. Weatherby
Lake, Mo., Naiad Press, 1979.
29 HANSEN, Bert. The Historical Construction of Homosexuality. Radical History
17
Pensando sobre sexo
30 WALKOWITZ, J.R. Prostitution and Victorian Society… Op. cit.; e Male Vice and
32 Encontra-se uma discussão muito útil desses temas em PADGUG, Robert. Sexual
18
Gayle S. Rubin
1970. Nessa conversa, Lévi-Strauss chama sua posição de “um kantismo sem um
sujeito transcendental.”
34 FOUCAULT, M. The History of Sexuality. Op. cit., p.11.
19
Pensando sobre sexo
35 Ver a discussão em WEEKS, J. Sex, Politics and Society… Op. cit. p.9.
36 ID., IB., p.22.
20
Gayle S. Rubin
Chronicle, 13 de outubro de 1980, p.5; Pope Says Sexual Arousal Isn´t a Sin If It´s
Ethical, San Francisco Chronicle, 6 de novembro de 1980, p.33; Pope Condemns
“Carnal Lust” As Abuse of Human Freedom”, San Francisco Chronicle, 15 de
janeiro de 1981, p.2; Pope Again Hits Abortion, Birth Control, San Francisco
Chronicle, 16 de janeiro de 1981, p.13; e Sexuality, Not Sex in Heaven, San
Francisco Chronicle, 3 de dezembro de 1981, p.50. Ver também, mais adiante,
nota 62.
38 SONTAG, Susan. Styles of Radical Will. Nova York, Farrar, Straus & Giroux, 1969,
p.46.
21
Pensando sobre sexo
22
Gayle S. Rubin
39 Ver
FOUCAULT, M. História da Sexualidade. Op. cit., pp.106-7.
40 AMERICANPSYCHIATRIC ASSOCIATION Diagnostic an Statistical Manual of Mental
and Physical Disorders. 3ª ed. Washington DC, American Psychiatric Association.
23
Pensando sobre sexo
24
Gayle S. Rubin
25
Pensando sobre sexo
Os excluídos:
Sexualidade Má, Anormal,
Não natural,
Condenável
Homossexual
Fora do casamento
Promíscua
Não-procriativa
Comercial
Sozinho ou em grupo
Ocasional
Entre gerações
Em público
Pornografia
Com acessórios
Sadomasoquista
26
Gayle S. Rubin
Sexo “bom”:
Normal, Natural, Saudável, Abençoado
Heterossexual
No casamento “A Linha”
Monogâmico
Para reprodução
Em casa
27
Pensando sobre sexo
Sexo “mau”:
Anormal, Não natural,
Doentio, Pecaminoso, “Avançado”
Travestis
Transexuais
Fetichistas
Sadomasoquistas
Por dinheiro
Entre gerações
Melhor - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Pior
28
Gayle S. Rubin
29
Pensando sobre sexo
Human Male. Filadélfia, W.B. Saunders, 1948; KINSEY, Alfred; POMEROY, Wardell e
MARTIN, Clyde e GEBHARD, Paul Sexual Behavior in the Human Female. Filadélfia,
W.B. Saunders, 1953.
42 GAGNON, John e SIMON, William. Sexual Deviance. Nova York, Harper & Row,
1967; The Sexual Scene, Chicago, Transaction Books, Aldine, 1970; Gagnon, John.
Human Sexualities. Glenview, Illinois, Scott, Foresman, 1977.
43 ELLIS, Havelock. Studies in the Psychology of Sex (dois volumes). Nova York,
30
Gayle S. Rubin
pesquisa sobre sexo. Isto talvez se explique pelo fato de que poucas
faculdades e universidades se preocupam em ensinar sexualidade
humana, e também pelo estigma que marca mesmo a pesquisa
acadêmica sobre sexo. Nem a sexologia nem a pesquisa sobre sexo
ficaram imunes ao sistema de valores dominante referente a sexo.
Ambas têm pressupostos e informações que não deveriam ser
aceitos de forma acrítica. Mas a sexologia e a pesquisa sobre sexo
apresentam grande profusão de detalhes, uma promissora
serenidade e uma grande capacidade para tratar a diversidade
sexual antes como algo que existe que como algo que deva ser
abolido. Esses campos de estudo podem propiciar uma base
empírica para uma teoria radical da sexualidade mais profícua que
a combinação de psicanálise e princípios elementares de
feminismo, a que tantos textos recorrem.*
* Nota de 1992. A pretensão desta seção não era invocar autoridade científica,
nem cobrar objetividade científica da sexologia, e muito menos privilegiar modelos
biológicos como “instrumentos para pesquisa social” (VALVERDE, Mariana. Beyond
Gender Dangers and Private Pleasures: Theory and Ethics in the Sex Debates.
Feminist Studies, vol. 15, nº 2, verão de 1989, pp. 237-54). Era apresentar a idéia
de que a sexologia poderia ser um rico filão a ser explorado para análises da
sexualidade, embora nunca me tenha ocorrido que aqueles que o fazem pudessem
deixar de submeter os textos de sexologia a um rigoroso exame. Eu queria dizer
que os estudos de sexologia eram muito mais relevantes que as intermináveis
releituras de Freud e de Lacan em que se baseou boa parte do pensamento
feminista sobre sexo. Eu achava então, e ainda acho, que muito das análises
feministas sobre sexo derivam, a priori, de princípios elementares do feminismo
mesclados com psicanálise. Essas topografias são um pouco como os mapas mundi
da Europa de antes de 1492. Elas se ressentem da falta de dados empíricos. Não
acredito em “fatos” não mediados por estruturas culturais de interpretação.
Acredito, porém, que as teorias da ciência social que não reconhecem, não
assimilam e não explicam as informações relevantes são meros exercícios
calistênicos. Com exceção da matemática, a maioria das teorias baseia-se numa
série de dados selecionados, e o feminismo psicanalítico não pode ser uma
exceção. Para uma história feminista exemplar da sexologia americana do século
XX, ver IRVINE, Janice. Disorders of Desire. Filadélfia, Temple University Press,
1990.
31
Pensando sobre sexo
32
Gayle S. Rubin
45 HERDT, Gilbert. Guardians of the Flutes. Nova York, McGraw-Hill, 1981; KELLY,
33
Pensando sobre sexo
O conde não saia saltitando, com seu casaco mais apertado, para ir
encontrar-se com seus companheiros sodomitas na taverna gay
mais próxima. Ele ficava em seu solar e sodomizava seus servos. A
autoconsciência gay, bares de gays, a percepção da existência de um
grupo com características comuns e mesmo o termo homossexual
não faziam parte do universo do conde.
O homem solteiro da Nova Guiné e o nobre sodomita têm
apenas uma leve aproximação com um gay, que pode migrar da
região rural do Colorado para San Francisco para viver num bairro
gay, trabalhar num negócio gay e participar de uma experiência
complexa que compreende uma identidade autoconsciente,
solidariedade de grupo, uma literatura, uma imprensa, e um alto
nível de atividade política. Nas sociedades ocidentais industriais
modernas, o homossexualismo adquiriu muito da estrutura
institucional de um grupo étnico.47
O deslocamento do homoerotismo para essas comunidades
quase étnicas, concentradas, sexualmente constituídas é, em certa
medida, conseqüência dos movimentos de populações provocados
pela industrialização. Como os trabalhadores estavam migrando
para trabalhar nas cidades, havia maiores oportunidades para a
formação de comunidades organizadas por vontade própria.
Homens e mulheres com tendências homossexuais, que se
encontrariam vulneráveis e isolados em aldeias pré-industriais,
começaram a se congregar em pequenos redutos nas cidades
grandes. A maioria das grandes cidades da Europa ocidental e dos
Estados Unidos tinha áreas em que os homens podiam vagar à
procura de outros homens. As comunidades lésbicas parecem ter-se
aglutinado mais lentamente e em escala menor. Não obstante, na
década de 1890 havia vários cafés em Paris, perto da Place Pigalle,
que atendiam a uma clientela lésbica, e é provável que existissem
lugares semelhantes em outras grandes capitais da Europa
ocidental.
Áreas como essa adquiriram má reputação, o que alertou
outros indivíduos interessados para sua existência e localização.
34
Gayle S. Rubin
Spectre of San Francisco. Op. cit., Marching to a Different Drummer. Op. cit.;
D´EMILIO, J. Gay Politics, Gay Community… Op. cit.; Sexual Politics, Sexual
Communities… Op. cit.; FOUCAULT, M. História da Sexualidade. Op. cit.; HANSEN,
B. The Historical Construction of Homosexuality. Op. cit.; KATZ, J. Gay American
History. Op. cit.; WEEKS, J. Coming Out… Op. cit.; e Sex, Politics and Society. Op.
cit.
49
WALKOWITZ, J.R. Prostitution and Victorian Society. Op. cit.
50 Os agentes das delegacias de costumes também perturbam todos os negócios
35
Pensando sobre sexo
IV - Estratificação sexual
36
Gayle S. Rubin
37
Pensando sobre sexo
38
Gayle S. Rubin
39
Pensando sobre sexo
52 Karl Marx. In: MCLELLAN, David. (ed.) The Grundisse. Nova York, Harper &
40
Gayle S. Rubin
54
BESSERA, S. S. et alii (eds.) Sex Code of California. Op. cit., pp.165-7.
41
Pensando sobre sexo
americano, ver BÉRUBÉ, Allan. Coming Out Under Fire: The History of Gay Men
and Women in World War II. Nova York, The Free Press, 1990.
42
Gayle S. Rubin
legalmente significa que eles não podem gozar dos mesmos direitos
que os heterossexuais, em muitos campos, como herança,
tributação, proteção às testemunhas, e aquisição de direito de
cidadania para parceiros estrangeiros. Estes são apenas alguns
exemplos de como o Estado reflete e mantém as relações sociais
ligadas à sexualidade. A Justiça reforça as estruturas de poder,
códigos de comportamento e formas de preconceito. Em seu pior
aspecto, a legislação sobre sexo é simplesmente um apartheid
sexual.
Embora o aparato legal do sexo esteja um tanto vacilante, a
maior parte do controle social do dia-a-dia é extralegal. Impõem-se
sanções sociais menos formais, mas bastante efetivas, aos membros
dos grupos sexuais “inferiores”.
Em seu excelente estudo etnográfico da vida gay na década de
1960, Esther Newton observou que a população homossexual
dividia-se no que ela chamava de “abertos” e “encobertos”. “Os
abertos vivem toda a sua vida profissional dentro do contexto da
comunidade [gay]; os encobertos vivem toda a sua vida não-
profissional naquele contexto”.56 À época do estudo de Newton, a
comunidade gay oferecia muito menos empregos do que agora, e o
mundo do trabalho não gay era quase absolutamente intolerante
com o homossexualismo. Havia alguns indivíduos afortunados que
podiam ser abertamente gays e ganhar salários dignos. Mas a
grande maioria dos homossexuais tinha que escolher entre uma
pobreza honesta e a tensão de manter uma identidade falsa.
Embora essa situação tenha mudado bastante, ainda há uma
feroz discriminação contra os gays. Para o grosso da população gay,
assumir o homossexualismo no trabalho é praticamente impossível.
Em geral, quanto mais importante e elevado o cargo, menos a
sociedade tolera um desvio erótico aberto. É difícil para os gays
achar emprego onde não tenham que fingir, e é dupla ou
triplamente difícil para indivíduos que têm preferências eróticas
mais exóticas. Os sadomasoquistas deixam suas roupas-fetiche em
casa, e sabem que devem buscar esconder ao máximo sua
43
Pensando sobre sexo
44
Gayle S. Rubin
45
Pensando sobre sexo
V - Conflitos Sexuais
57
D´Emilio traz uma excelente discussão da opressão dos gays na década
de 1950, cobrindo muitas das áreas que mencionei. As dinâmicas que ele
descreve, porém, funcionam também, em formas modificadas, em relação a
outros grupos eróticos, e em outros períodos. O modelo específico da opressão
contra os gays precisa ser generalizado para se aplicar, com as devidas
modificações, a outros grupos sexuais. D´EMILIO, J. Sexual Politics... Op. cit.,
pp.40-53.
58 WEEKS, J. Sex, Politics and Society… Op. cit., p.14.
46
Gayle S. Rubin
47
Pensando sobre sexo
48
Gayle S. Rubin
49
Pensando sobre sexo
50
Gayle S. Rubin
61 Ver SPOONER, L. Vices Are Not Crimes… Op. cit., pp.25-29. O discurso feminista
51
Pensando sobre sexo
52
Gayle S. Rubin
62
Pope´s Talk on Sexual Spontaneity, San Francisco Chronicle, 13 de
novembro de 1980, p.8; ver também, acima, nota 37. Julia Penelope afirma que
“não precisamos de nada que se autodenomine puramente sexual” e que “a
fantasia, enquanto um aspecto da sexualidade, pode ser uma ´necessidade´
falocêntrica da qual não estamos livres...” PENELOPE, Julia. And Now For the
Really Hard Questions. Sinister Wisdom, nº 15, outono de 1980, p.103.
53
Pensando sobre sexo
54
Gayle S. Rubin
64 Moral Majority Report, julho de 1983. Agradeço a Allan Bérubé por me chamar
a atenção para essa foto.
65 apud BUSH, Larry. Capitol Report. Advocate, 8 de dezembro de 1983, p.60.
55
Pensando sobre sexo
VI Os limites do feminismo
p.31.
56
Gayle S. Rubin
67
Ver, por exemplo, LEDERER, Laura. (ed.) Take Back the Night. Nova York,
William Morrow, 1980; DWORKIN, Andrea. Pornography, Nova York, Perigee,
1981. O Newspage, do grupo Women Against Violence in Pornography and Media,
de San Francisco, e o Newsreport, do grupo Women Against Pornography, de
Nova York, são fontes excelentes.
68 BARRY, Kathleen. Female Sexual Slavery. Englewood Cliffs, Nova Jersey,
Gay Community, 1979; Rich, Adrienne. On Lies, Secrets, and Silence. Nova York,
57
Pensando sobre sexo
W.W. Northon, 1979, p.225. (“Por outro lado, existe uma cultura patriarcal
homossexual, uma cultura criada por homens homossexuais, que reflete esses
estereótipos masculinos como a dominação e a submissão como modos de
relacionamento, e a separação de sexo do envolvimento emocional – uma cultura
permeada pelo profundo ódio contra as mulheres. A cultura masculina ´gay´
ofereceu às lésbicas a imitação dos papéis estereotipados de ´sapatão´ e ´lady´,
´ativo´ e ´passivo´, ‘caçar´, sadomasoquismo e o mundo violento e autodestrutivo
dos bares ´gays´.”); PASTERNACK, Judith. The Strangest Bedfellows: Lesbian
Feminism and the Sexual Revolution. WomanNews, outubro de 1983; RICH,
Adrienne. Compulsory Heterosexuality and Lesbian Existence. In: SNITOW, Ann;
STANSELL, Christine e THOMPSON, Sharon. (eds.) Powers of Desire: The Politics of
Sexuality. Nova York, Monthly Review Press, 1983.
70 PENELOPE, Julia. And Now For the Really Hard Questions. Op. cit.
58
Gayle S. Rubin
59
Pensando sobre sexo
League for Sex Reform, por “por ter contribuído, em larga medida,
para a derrota do feminismo militante.”71*
O movimento contra a pornografia e seus avatares pretendem
falar por todo o feminismo. Felizmente, eles não falam. A liberação
sexual foi e continua sendo um objetivo feminista. O movimento
das mulheres pode ter produzido alguns dos mais retrógrados
pensamentos sobre sexo deste lado do Vaticano. Mas ele produziu
também uma estimulante, inovadora e articulada defesa do prazer
sexual e da justiça erótica. Esse feminismo “pró-sexo” foi liderado
por lésbicas cuja sexualidade não se conforma aos padrões de
pureza (principalmente lésbicas sadomasoquistas e lésbicas tipo
sapatão e lady), por heterossexuais que não fazem apologia de sua
opção sexual e por mulheres que se alinham mais com o feminismo
radical clássico que com as celebrações revisionistas da
feminilidade atualmente tão comuns.72 Embora as forças contra a
71 JEFFREYS, Sheila. The Spinster and Her Enemies: Sexuality and the Last Wave of
Feminism. Scarlet Woman, nº 13, parte 2, julho de 1981, p.26; encontra-se uma
formulação mais desenvolvida dessa tendência em PASTERNACK, J. The Strangest
Bedfellows... Op. cit.
* Nota de 1992. Essas tendências agora estão muito mais articuladas. Alguns dos
textos-chave são JEFFREYS, Sheila. The Spinster and Her Enemies: Feminism and
Sexuality 1880-1930. Londres, Pandora Press, 1985; Anti-Climax. Londres, The
Women´s Press, 1990; COVENEY, Lal; JACKSON, Margaret; JEFFREYS, Sheila; KAY,
Leslie e MAHONY, Pat. The Sexuality Papers: Male Sexuality and the Social
Control of Women. Londres, Hutchinson, 1984; e LEIHOLDT, Dorchen e RAYMOND,
Janice G. The Sexual Liberals and the Attack on Feminism. Nova York, Pergamon,
1990.
72 CALIFIA, Pat. Feminism vs. Sex: A New Conservative Wave. Advocate, 21 de
fevereiro, 1980; Among Us, Against Us – The New Puritans. Advocate, 17 de abril
de 1980; The Great Kiddy… Op. cit.; A Thorny Issue Splits a Movement… Op. cit.;
Sapphistry. Tallahassee, Florida, Naiad, 1980; What Is Gay Liberation. Advocate,
25 de junho de 1981; Feminism and Sadomasochism. Co-Evolution Quarterly, nº
33, primavera de 1981; Response to Dorchen Leidholdt. New Women´s Times,
outubro de 1982; Public Sex. Advocate, 30 de setembro, 1982; Doing It Together:
Gay Men, Lesbians, and Sex. Advocate, 7 de julho de 1983; Gender-Bending.
Advocate, 5 de setembro de 1983; The Sex Industry. Advocate, 13 de outubro de
1983; ENGLISH, Deirdre; HOLLIBAUGH, Amber e RUBIN, Gayle. Talking Sex. Socialist
Review, julho-agosto de 1981; Sex Issue. Heresies, nº 12, 1981; HOLLIBAUGH,
Amber. The Erotophobic Voice of Women: Building a Movement for the
Nineteenth Century. New York Native, 26 de setembro/9 de outubro, 1983; HOLZ,
60
Gayle S. Rubin
Domination. In: SNITOW, A. et alii (eds.) Powers of Desire... Op. cit., p.297; e RICH,
B. Ruby. resenha de Powers of Desire. These Times, 16-22 de novembro de 1983.
*
Nota de 1992. A denominação “feminismo libertário” ou “libertarismo sexual
continua a ser aplicada às radicais sexo-feministas. A denominação é errônea e
enganosa. É verdade que o Libertarian Party é contra o controle, pelo Estado, do
61
Pensando sobre sexo
62
Gayle S. Rubin
77 SAMOIS. What Color Is... Op. cit.; e Coming To Power… Op. cit.; Califia, Pat.
63
Pensando sobre sexo
64
Gayle S. Rubin
79
Taylor v. State, 214 Md. 156, 165, 133 A. 2d 414, 418. Essa citação é de uma
opinião dissidente, mas consta da lei vigente.
80BESSERA, S. S. et alii (eds.) Sex Code of California. Op. cit., pp 163-5. Ver nota 55
acima.
81Marine and Mom Guilty of Incest. San Francisco Chronicle, 16 de novembro de
1979, p.16.
82NORTON, C. Sex in América. Op. cit., p.18.
65
Pensando sobre sexo
83
People v. Samuels, 250 Cal. App. 2d 501, 513, 58 Cal. Rptr. 439, 447 (1967).
84 People v. Samuels, 250 Cal. App. 2d em 513-514, 58 Cal. Rptr. At 447.
66
Gayle S. Rubin
M. Body Politic, fevereiro de 1980; WILSON, P. The Man They Called A Monster.
Op. cit., p.38.
86 BENJAMIN, J. Master and Slave… Op. cit., p.292, mas ver também pp.286, 291-7.
67
Pensando sobre sexo
1983, p.247.
68
Gayle S. Rubin
88 RUBIN, Gayle. The Traffic in Women. In: REITER, Rayna R. (ed.) Toward an
69
Pensando sobre sexo
91
MACKINNON, Catherine. Feminism, Marxism, Method and the State: An
Agenda for Theory. Signs, vol. 7, nº 3, primavera de 1982, pp.515-16.
70
Gayle S. Rubin
92 ID. Feminism, Marxism, Method and the State: An Agenda for Theory. Signs,
Theory of the State, Cambridge, Mass., Harvard University Press, 1989; Feminism
Unmodified Discourses on Life and Law, Cambridge, Mass., Harvard University
Press, 1987.
71
Pensando sobre sexo
VII - Conclusão
72
Gayle S. Rubin
73
Pensando sobre sexo
Agradecimentos
74
Gayle S. Rubin
75
Pensando sobre sexo
Pós-escrito
76
Gayle S. Rubin
77
Pensando sobre sexo
78
Gayle S. Rubin
100
Sado-masochists jailed for “degrading” sex acts. The Guardian, dezembro de
1990; WOCKNER, Rex. SM Crackdown in London. Bay Area Reporter, 24 de
janeiro de 1991, p.16; London S/M Gays Fight Opression. Bay Area Reporter, 21
de fevereiro de 1991, p.20; Taking Liberties. Marxism Today, março de 1991,
p.16; FELDWEBEL, T.A. Two Steps Backward. DungeonMaster 43, p.3; SM Gays –
SM and the Law. DungeonMaster 43, 4.
101WOODS, Chris. SM sex was a crime, court rules. Capital Gay, 21 de fevereiro de
1992; HAMILTON, Angus. Criminalizing gay sex. The Pink Paper, 23 de fevereiro,
1992, p.9; S & M is illegal in England. Growing Pains, maio de 1992, pp.1-2.
79
Pensando sobre sexo
102Buchanan´s New Anti-Bush Ad Shows Gay Scenes From PBS. San Francisco
80
Gayle S. Rubin
Right to Privacy PAC e pela Campanha por um Oregon Livre do Ódio, de Portland,
Oregon.
81