You are on page 1of 98

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 1

Workshop Nomenclatura e Classificação


Fiscal de Mercadorias

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 2


Professor: • Possui MBA Gestão e Economia Empresarial pela UFRJ, Pós Graduação em Comércio Exterior pela UCB
Brasília, é graduado em Direito e Administração; participou do Empretec (Sebrae/ONU); Foi
capacitado pelo Sebrae/SP para atuar como Gerente de Consórcios de Exportação.

Marcos Assis • É Consultor, Educador em treinamentos empresariais e Tutoria em EAD (Funcex).


• Atuo na Preparação das empresas para Feiras e Missões Empresariais pela Firjan Internacional.
• Participou da Elaboração de Planejamento Estratégico de MPEs – Sebrae RJ.
• Exerceu por 15 anos cargos de Gerência Administrativa e Comercial em Comércio Exterior em Bancos
Estrangeiros – ABN Anro e Credit Commercial de France – RJ.
• Participou como empresário do Setor de Rochas Ornamentais em Feiras Internacionais
(Marmmomacc – Verona/Itália – 1998 e 2000) e outras Feiras Internacionais no Brasil.
• Participou do desenvolvimento de Consórcios de Exportação em diversos segmentos (Cachaça,
Software, Artesanato, Lingerie, Moda Praia e Rochas Ornamentais) e como Consultor tendo ajudado
algumas empresas nos processos de importação e exportação (Planejamento, marketing, logística,
despacho aduaneiro, operações cambiais, financiamentos), para América Latina, Europa, EUA e Ásia.
• Atuou como conteudista dos cursos EAD do Programa de Internacionalização do Sebrae-SC (hoje
Sebrae Nacional).
• Atuou como revisor da transposição do conteúdo IPGN (Empreendedorismo) do Sebrae Nacional para
EAD versão atual.
• Atuou como Consultor do Programa Odebrecht - Supply Comex – Angola (parceria com Banco do
Brasil, Banco Mundial e Sebrae).
• Prestou consultoria e tutoria no Projeto Escola de Negócio da Apex-Brasil (parceria com a Funcex).
• Atuou no Projeto INSERI na Confederação Nacional das Indústrias – Preparação e Planejamento para
o Mercado Internacional (em parceria com a Funcex).

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 3


Por que é necessário realizar a
Classificação Fiscal das Mercadorias?

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 4


Por que é necessário realizar a
Classificação Fiscal das Mercadorias?
Por que quando vendemos ou adquirimos um produto para/de outro país, é
necessário especificar detalhadamente QUAL É O PRODUTO, para ter certeza
que tanto o vendedor quanto o comprador (universais), entendam de forma
assertiva qual é o produto que está sendo comercializado.

Os governos – tanto do país de origem como do país de destino – também


exigem ser comunicados corretamente, para que exerçam os controles fiscais
e aduaneiros.

O importador e o exportador também podem se beneficiar de acordos


econômicos que isentam ou reduzam tarifas de importação.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 5
A Classificação por Etapas
 Merceologia da mercadoria: Estudo que pode ser efetuado pelo
fabricante ou entidade emissora de laudos científicos, mas que também
pode ser efetuado pelo classificador, quando esse detêm conhecimento
sobre a mercadoria ou se dispõe a fazê-lo.
 Domínio sobre o Sistema Harmonizado: O Classificador deve ter
intimidade com o Sistema Harmonizado, Nomenclatura Comum do
Mercosul e todas as regras, normas e conceitos e legislação sobre o ato de
classificar.
 Tributação: Quando assim for acordado entre as partes o classificador
pode também, além de apresentar o código de identificação fiscal da
mercadoria, informar a alíquota de IPI ou II a ser aplicada, bem como se
há ou não substituição tributária e qual alíquota será aplicada.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 6
Sistema Harmonizado de Designação e
Codificação de Mercadorias - SH
A classificação internacional do SH tem o objetivo de desenvolver o comércio
internacional de mercadorias facilitando a tarifação e o controle estatístico de dados
referentes ao comércio aduaneiro, além de estimular a competitividade, a cooperação e
o livre comércio entre os países.

A Nomenclatura do SH sofre modificações periódicas, uma vez que o comércio mundial


é muito dinâmico.

Estas modificações introduzidas são adotadas oficialmente no Brasil após aprovação


pela Receita Federal do Brasil através de Instruções Normativas, e na CCM (Comissão de
Comércio do Mercosul).

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 7


A Organização
Mundial de
Aduanas é quem
regula e realiza
modificações
Aduaneiras
Mundiais

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 8


Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM
O Sistema Harmonizado - SH é a base legal para a NCM, adotada desde 1995 pelos
países membros do Mercosul para estabelecer um padrão de classificação das
mercadorias no comércio internacional.

Os países do Mercosul se baseiam na classificação da NCM para a definição das


alíquotas para efeito de contribuição fiscal de produtos para exportação.

No Brasil, a NCM é adotada tanto para a Tarifa Externa Comum (TEC) quanto para a
Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI).

A classificação da NCM é composta por oito dígitos, no entanto, apenas os dois últimos
dígitos (sétimo e oitavo) foram acrescentados pelo NCM e são referentes às
informações específicas dos produtos usadas pelos países do bloco do Mercosul.

Os seis dígitos iniciais do códigoWorkshop


são classificações próprias
Nomenclatura do Sistema
e Classificação Fiscal deHarmonizado.
Mercadorias 9
Código NCM Classificação - Dígitos SH/NCM
09 Capítulo - 2 primeiros dígitos do SH
09 01 Posição - 4 primeiros dígitos do SH
09 01 21 Subposição - 6 primeiros dígitos do SH
09 01 21 0 Item - 7º dígito do NCM
09 01 21 00 Subitem - 8º dígito do NCM

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 10


Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 11
Específicos da NCM

Específicos da NCM

No Brasil, a partir de 01.01.2012, entrou em vigor a NCM adaptada ao SH/2012.


Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 12
Consultando as tabelas do SH/NCM
É possível acessar a listagem eletrônica da NCM no Portal Único Siscomex

https://portalunico.siscomex.gov.br/classif/#/sumario?perfil=publico

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 13


NCM e o Tratamento Tributário e Administrativo
http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador/Simulacao-tag.jsp

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 14


Tarifa Externa Comum - TEC
Determina os Impostos de Importação, onde um mesmo produto, com a mesma
classificação da NCM, importado por qualquer dos países membros do Mercosul,
receberá o mesmo tratamento Tarifário. A TEC representa um conjunto de tarifas que
define os direitos de importação de produtos e serviços aplicados pelos membros do
Mercosul a outros países, estimulando a competitividade e o livre comércio.

Esta contribuição fiscal adotada pelo Mercosul possui alíquotas variáveis que
aumentam de acordo com a categoria do produto e seu processo de transformação, por
exemplo:
• Alíquotas variando entre 0-12%: matérias-primas
• Alíquotas variando entre 12-16%: bens de capital
• Alíquotas variando entre 18-20%: bens de consumo

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 15


NCM e TEC
CAPÍTULO 13
GOMAS, RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS
NCM DESCRIÇÃO TEC (%)
13.01 Goma-laca; gomas, resinas, gomas-resinas e
oleorresinas (bálsamos, por exemplo), naturais.
1301.20.00 Goma-arábica 4
1301.90 Outros
1301.90.10 Goma-laca 4
1301.90.90 Outros 8

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 16


Onde encontrar estas informações?
A Camex disponibiliza link para download da TEC – Tarifa Externa Comum
em Excel
http://www.camex.gov.br/tarifa-externa-comum-tec/tec-listas-em-vigor

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 17


Nomenclatura da Associação Latino Americana de
Integração - NALADI
É a sigla para Nomenclatura da Associação Latino-Americana de Integração, que tem como base também o
SH, sendo assim muitas vezes representada pela sigla NALADI/SH.
Tem por objetivos:
• Reduzir e eliminar gradativamente as barreiras ao comércio recíproco de seus países-membros.
• Impulsionar o desenvolvimento de vínculos de solidariedade e cooperação entre os povos latino-
americanos.
• Promover o desenvolvimento econômico e social da região de forma harmônica e equilibrada, a fim de
garantir um melhor nível de vida para seus povos.
• Renovar o processo de integração latino-americano e estabelecer mecanismos aplicáveis à realidade
regional.
• Criar uma área de preferências econômicas, tendo como objetivo final o estabelecimento de um mercado
comum latino-americano.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 18


Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 19
NCM NALADI
Correlação entre
0101.11.00 0101.11.00
NCM e NALADI 0101.19.00 0101.19.10
0101.19.00 0101.19.90
0101.20.00 0101.20.00
0102.10.10 0102.10.00
0102.10.90 0102.10.00
0102.90.11 0102.90.00
0102.90.19 0102.90.00
0102.90.90 0102.90.00
0103.10.00 0103.10.00
0103.91.00 0103.91.00
0103.92.00 0103.92.00
0104.10.11 0104.1010
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 20
Procedimento
A exportação ou importação de qualquer mercadoria ou a emissão
de nota fiscal eletrônica requer a sua classificação fiscal com base no
método internacional de classificação Sistema Harmonizado de
Designação e de Codificação de Mercadorias – Sistema Harmonizado
(SH).

Vamos entender as regras de


classificação!

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 21


Regras Gerais de Interpretação
1- Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm
apenas valor indicativo.
Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos
textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e,
desde que não sejam contrárias aos textos das referidas
posições e Notas, pelas Regras seguintes:

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 22


Regras Gerais de Interpretação
Exemplo da RG #1
• Cap. 62 – Vestuário e seus acessórios, exceto de malha
Posição 6212 – compreende alguns artigos que são de malha
• Os cavalos vivos são mencionados no texto da Posição 0101. Não havendo
necessidade de se recorrer a qualquer outra Regra ou Nota.
• Os damascos refrigerados também estão compreendidos na posição 0809,
porque o texto da posição se refere a damascos frescos e na Nota 2, do Capítulo
08, diz-se que “as frutas refrigeradas classificam-se nas mesmas Posições das
frutas frescas correspondentes”.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 23


Regras Gerais de Interpretação
2.a- Qualquer referência a um artigo em determinada
posição abrange esse artigo mesmo incompleto ou
inacabado, desde que apresente, no estado em que se
encontra, as características essenciais do artigo completo ou
acabado.
Abrange igualmente o artigo completo ou acabado, ou como
tal considerado nos termos das disposições precedentes,
mesmo que se apresente desmontado ou por montar.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 24


Regras Gerais de Interpretação
Exemplo da RG #2a
8711.20.20 – Motocicletas, com motor de pistão
alternativo, de cilindrada superior a 250cm3 mas não
superior A 500cm3.

8703.24.10 - Veículos automóveis, de


cilindrada superior a 3.000cm3, com
capacidade de transporte de pessoas sentadas,
inferior ou igual a 6, incluindo o condutor.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 25


Regras Gerais de Interpretação
2.b- Qualquer referência a uma matéria em determinada
posição diz respeito a essa matéria, quer em estado puro,
quer misturada ou associada a outras matérias. Da mesma
forma, qualquer referência a obras de uma matéria
determinada abrange as obras constituídas inteira ou
parcialmente por essa matéria.
A classificação destes produtos misturados ou artigos
compostos efetua-se conforme os princípios enunciados na
Regra 3.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 26
Regras Gerais de Interpretação
3- Quando pareça que a mercadoria pode classificar-se em
duas ou mais posições por aplicação da Regra 2 b) ou por
qualquer outra razão, a classificação deve efetuar-se da
forma seguinte:

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 27


Regras Gerais de Interpretação
3.a- A posição mais específica prevalece sobre as mais
genéricas. Todavia, quando duas ou mais posições se
refiram, cada uma delas, a apenas uma parte das matérias
constitutivas de um produto misturado ou de um artigo
composto, ou a apenas um dos componentes de sortidos
acondicionados para venda a retalho, tais posições devem
considerar-se, em relação a esses produtos ou artigos, como
igualmente específicas, ainda que uma delas apresente uma
descrição mais precisa ou completa da mercadoria.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 28
Regras Gerais de Interpretação
Exemplo da RG #3a

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 29


Regras Gerais de Interpretação
Exemplo da RG #3a
Barbeador elétrico:

1) Posição 8510 (Aparelhos ou máquinas de barbear e as máquinas de


tosquiar);

2) Posição 8508 (ferramentas eletromecânicas com motor elétrico


incorporado, de uso manual);

3) Posição 8509 (aparelhos eletromecânicos com motor elétrico


incorporado, de uso doméstico)

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 30


Regras Gerais de Interpretação
3.b- Os produtos misturados, as obras compostas de
matérias diferentes ou constituídas pela reunião de
artigos diferentes e as mercadorias apresentadas em
sortidos acondicionados para venda a retalho, cuja
classificação não se possa efetuar pela aplicação da Regra
3 a), classificam-se pela matéria ou artigo que lhes confira
a característica essencial, quando for possível realizar esta
determinação.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 31


Regras Gerais de Interpretação
Exemplo da RG #3b

• Pacote de espaguete não cozido


(1902)
• Saquinho de queijo ralado (0406)
• Pequena lata de molho de tomate
(2103)
• apresentados numa caixa de
papelão;

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 32


Regras Gerais de Interpretação
3.c- Nos casos em que as Regras 3 a) e 3 b) não permitam
efetuar a classificação, a mercadoria classifica-se na
posição situada em último lugar na ordem numérica,
dentre as suscetíveis de validamente se tomarem em
consideração.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 33


Regras Gerais de Interpretação
Exemplo da RG #3c

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 34


Regras Gerais de Interpretação
Exemplo da RG #3c
• Conjunto de cabeleireiro: 1 máquina de cortar cabelo elétrica (8510), 1 pente
(9615), 1 par de tesouras (8213), 1 escova (9603), 1 toalha de matéria têxtil
(6302), apresentados em estojo de couro (4202);
• Conjunto: camarões (1605), patê de fígado (1602), queijo (0406), bacon em
fatias (1602) e salsichas (1601), embalados individualmente e apresentados
em sua respectiva lata;
• Conjunto de desenho: 1 régua (9017), 1 disco de cálculo (9017), 1 compasso
(9017), 1 lápis (9609) e 1 apontador (8214), apresentados em um estojo de
folha de plástico (4202).

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 35


Regras Gerais de Interpretação
4- As mercadorias que não possam ser classificadas por aplicação
das Regras acima enunciadas classificam-se na posição
correspondente aos artigos mais semelhantes.
Ex.: Vapor de água superaquecida para produção de energia
elétrica. Classificada na posição 2716 (energia elétrica)

5- Além das disposições precedentes, as mercadorias abaixo


mencionadas estão sujeitas às Regras seguintes:

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 36


Regras Gerais de Interpretação
5.a- Os estojos para aparelhos fotográficos, para
instrumentos musicais, para armas, para instrumentos de
desenho, para joias e receptáculos semelhantes,
especialmente fabricados para conterem um artigo
determinado ou um sortido, e suscetíveis de um uso
prolongado, quando apresentados com os artigos a que se
destinam, classificam-se com estes últimos, desde que sejam
do tipo normalmente vendido com tais artigos. Esta Regra,
todavia, não diz respeito aos receptáculos que confiram ao
conjunto a sua característica essencial.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 37
Regras Gerais de Interpretação
5.b- Sem prejuízo do disposto na Regra 5 a), as
embalagens contendo mercadorias classificam-se com
estas últimas quando sejam do tipo normalmente
utilizado para o seu acondicionamento. Todavia, esta
disposição não é obrigatória quando as embalagens sejam
claramente suscetíveis de utilização repetida.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 38


Regras Gerais de Interpretação
6- A classificação de mercadorias nas subposições de uma
mesma posição é determinada, para efeitos legais, pelos
textos dessas subposições e das Notas de Subposição
respectivas, assim como, mutatis mutandis, pelas Regras
precedentes, entendendo-se que apenas são comparáveis
subposições do mesmo nível. Para os fins da presente
Regra, as Notas de Seção e de Capítulo são também
aplicáveis, salvo disposições em contrário.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 39


Regras Complementares
1. (RGC-1) As Regras Gerais para Interpretação do Sistema
Harmonizado se aplicarão, mutatis mutandis, para
determinar dentro de cada posição ou subposição, o item
aplicável e, dentro deste último, o subitem
correspondente, entendendo-se que apenas são
comparáveis desdobramentos regionais (itens e subitens)
do mesmo nível.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 40


Regras Complementares
2. (RGC-2) As embalagens que contenham mercadorias e
que sejam claramente suscetíveis de utilização repetida,
mencionadas na Regra 5 b), seguirão seu próprio regime
de classificação sempre que estejam submetidas aos
regimes aduaneiros especiais de admissão temporária ou
de exportação temporária. Caso contrário, seguirão o
regime de classificação das mercadorias.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 41


Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH)

Para permitir a correta identificação de um código da NCM, se faz


necessário conhecer as notas explicativas do sistema
harmonizado de designação e de codificação de mercadorias,
mais conhecidas por NESH.
Compreendem as Notas de Seção, de Capítulo e de Subposição,
que fornecem esclarecimentos e interpretam o SH, estabelecendo,
detalhadamente, o alcance e o conteúdo da Nomenclatura.
Trata-se de material extenso e pormenorizado, divulgado por
Instruções Normativas da Receita Federal do Brasil.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 42
Dicas para Classificação de Mercadorias

 Busque informações sobre a mercadoria no que diz


respeito a: função, marca, tipo, cor, acessório, material
constitutivo, composição, utilização e outras disponíveis
 Selecione as seções ou capítulos mais adequados;
 Leia sempre as notas explicativas, GENÉRICAS

pois elas são orientadoras;


ESPECÍFICAS

 A posição específica prevalece sobre


as mais genéricas (Regra 3a).
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 43
Exemplo
Produto a ser classificado
= suíno reprodutor de raça pura
SEÇÃO I – ANIMAIS VIVOS E PRODUTOS DO REINO ANIMAL
Capítulo 1 Animais Vivos. Qual seria
2 Carnes e miudezas comestíveis.
3 Peixes e crustáceos, moluscos e outros invertebrados o capítulo
aquáticos. adequado?
4 Leite e laticínio; ovos de aves; mel natural; produtos
comestíveis de origem animal, não especificados nem
compreendidos noutros capítulos.
5 Outros produtos de origem animal, não especificados nem
compreendidos noutros capítulos.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 44
Produto a ser classificado = suíno reprodutor de raça pura
Seção I

ANIMAIS VIVOS E PRODUTOS DO REINO ANIMAL


Notas.
1.- Na presente Seção, qualquer referência a um gênero particular ou a uma espécie
particular de animal aplica-se também, salvo disposições em contrário, aos animais
jovens desse gênero ou dessa espécie.

2.- Ressalvadas as disposições em contrário, qualquer menção na Nomenclatura a


produtos secos ou dessecados compreende também os produtos desidratados,
evaporados ou liofilizados.

Capítulo 1
Animais vivos
Nota./
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 45
Definindo a Posição (Capítulo 1 – Animais Vivos)
Posição SH 01.01 Cavalos, asininos e muares, vivos.
01.02 Animais vivos da espécie bovina.
01.03 Animais vivos da espécie suína.
01.04 Animais vivos das espécies ovina e caprina.
01.05 Aves da espécie Gallus domesticus, patos, gansos ... vivos.
01.06 Outros animais vivos.

Em que posição o produto deverá ser enquadrado?


Posição SH Subposição Mercadoria
01.03 Animais vivos da espécie suína.
0103.10 - Reprodutores de raça pura
0103.9 -- Outros
0103.91 -- De peso inferior a 50kg
01.03.92 -- De peso igual ou superior a 50kg

Qual seria a classificação correta no SH?


Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 46
Estudo de Caso

Empresa do segmento de metalurgia e


ferragens pretende importar
Parafusos. Entretanto, percebe toda a
complexidade e exigência de análise
técnica para o correto enquadramento
na Classificação e seus respectivos
riscos se não o fizer de forma
assertiva.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 47
Como não sabem por
onde começar,
solicitam ajuda para a
referida classificação.

A dúvida está
plantada!!! E será
necessário a ajuda de
todos vocês!
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 48
O que fazer? Qual seria sua recomendação?
• Por onde vocês iniciariam a pesquisa?
• Será necessário realizar um zoom visando obter uma
definição do produto ou mesmo da classificação mais
completa?
• Qual o enquadramento fiscal ?
• Se for um produto enquadrado na TEC, qual será a
possível incidência de imposto de importação?
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 49
Ao pesquisar algum sistema de classificação, alcança
um código 7318.14.00 - “Parafusos perfurantes”...
Mas, logo a frente,
aparece outro código

7318.12.00
cuja descrição é
“Outros parafusos para
madeira”
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 50
Alguém da empresa
lembra que o parafuso
que a empresa pretende
importar não é
perfurante e nem será
usado em madeira.
Assim não parece que
essas classificações
sejam as mais Portanto, será necessário
adequadas. conhecer um pouco mais o
produto.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 51
Consultando a área comercial, descobre-se que o tal
parafuso está sendo encomendado por um cliente e
que o mesmo será utilizado em reparo de aeronaves
de um aeroclube da cidade.

Poderíamos então utilizar um código mais


genérico, o 3926.90.90, cuja descrição é
“Parafusos e porcas”?
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 52
Mas se este parafuso será utilizado em aeronaves, não
seria o caso de analisar o capítulo 88, que trata das
aeronaves, aparelhos espaciais e suas partes?
Afinal, o parafuso não será uma parte da aeronave?
Neste capítulo não encontraremos especificamente o
parafuso, mas temos o código 8803.30.00, cuja descrição
é
“Outras partes de aviões ou de helicópteros”.
O que vocês acham?
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 53
Aparentemente, nada proibiria de utilizar essa
classificação. No entanto, analisando a NESH,
encontraremos que este capítulo compreende as
partes e acessórios reconhecíveis como exclusiva
ou principalmente destinados aos veículos
que engloba.

Mas esse não é o caso de nosso parafuso, que


também serve para outras finalidades.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 54
Pensando bem, talvez seja melhor voltarmos então ao parafuso
do código 3926.90.90, que é mais genérico. No entanto,
estaríamos errados, pois esse produto não é composto do
mesmo material do nosso parafuso, que é feito de alumínio.
Assim, tendo em vista sua composição, iremos verificar que o
alumínio e suas obras constam do capítulo 76 e o nosso
parafuso, mais precisamente, no código 7616.10.00, que
abrange “tachas, pregos, escápulas, parafusos, pinos ou pernos
roscados, porcas, ganchos roscados, rebites, chavetas, cavilhas,
contrapinos, arruelas e artefatos semelhantes”.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 55


Na classificação de um simples parafuso é
necessário verificar inúmeras regras de
classificação, e sua inobservância pode levar a
empresa a sérios prejuízos.
Em relação ao IPI, por exemplo, em nossa pesquisa
aparecem produtos com alíquota de 0% e 10%.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 56


Quanto ao Imposto de Importação, foram relacionadas
alíquotas de 14%, 16% e 18%.
Isso comprova a importância de uma correta
classificação, pois esses erros poderiam levar ao
recolhimento incorreto de tributos.
Por fim, cabe ressaltar que, se na simples classificação de
um parafuso podem surgir tantas dúvidas, o que poderá
surgir em relação a produtos mais complexos, como
máquinas e equipamentos, produtos químicos,
medicamentos, kits de produtos etc.?
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 57
Como
classificar
este
produto?

Por onde
começar?

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 58


Descrição
Essa mercadoria, conhecida de nossas crianças e mesmo de
muitos adultos, consiste de:
Um ovo de chocolate, embalado em papel colorido, com
uma camada interna à base de açúcar, de produtos de
leite e de gorduras vegetais, que contém uma cápsula de
plástico com um brinquedo surpresa, usualmente de
plástico, desmontado, que montado alcança um
tamanho muito maior que a cápsula que o contém, às
vezes mesmo maior que o ovo.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 59
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 60
Assim temos:
 2 embalagens, a do ovo e a do brinquedo, que seguirão as
mercadorias nelas contidas, de modo que podemos
esquecê-las.
 1 ovo de chocolate, classificado na Posição 18.06
 1 brinquedo de plástico classificado na Posição 95.03

Quem ganha a classificação:


Será o chocolate? Ou será o brinquedo?
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 61
Anote a sua resposta

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 62


O preço da embalagem

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 63


Café in natura
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 64
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 65
Ambas mercadorias são misturas:
• o café, com impurezas
• a farinha, com fermento

O que seria ESSENCIAL?


O café ou a impureza?
A farinha de trigo? Ou o fermento?
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 66
Certamente o café e a farinha são essenciais,
e deverão ser classificados desta forma:
0901.11.10 = CAFÉ NÃO TORRADO NEM DESCAFEINADO, EM GRÃO

Capítulo 09 Café, chá, mate e especiarias

Café, mesmo torrado / descafeinado; cascas e


Posição 01 películas de café; sucedâneo de café contendo café
em qualquer proporção.

Item 11 Café não torrado, não descafeinado

Subitem 10 Em grão

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 67


Tanto a farinha como o fermento são partes
desejáveis da mercadoria. No caso a farinha é a
parte essencial, não por ser a de maior proporção,
mas pela presença do fermento ser acessória, apenas
para facilitar a vida do consumidor, que não precisará
misturar o fermento para fazer um bolo.

Assim, a mistura seria classificada como


farinha, pelo CRITÉRIO DA ESSENCIALIDADE.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 68
Solução de Consulta: O que é?
É resposta dada pela Receita Federal do Brasil a um questionamento
feito mediante a consulta. A resposta é incontestável e não cabe
recurso, exceto quando existem soluções divergentes baseadas na
mesma legislação – como por exemplo, quando regras diferentes são
aplicadas para casos equivalentes. Nestes casos, a solução é submetida
para avaliação e conclusão sobre seu resultado.
Se a solução de consulta vier a conferir uma interpretação mais
benéfica que um fiscal tiver durante uma fiscalização, o fiscal,
obrigatoriamente, deverá obedecer àquilo que foi definido na
solução.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 69
Petição - Solução de Consulta
A consulta formulada por escrito é o instrumento que o
contribuinte possui para dirimir dúvidas sobre a correta
classificação fiscal das mercadorias.
A consulta sobre não poderá referir-se a mais de três produtos
distintos por processo, nem a mais de uma das tabelas: TIPI e TEC.
Na apostila você encontra todas as informações que deverão
ser fornecidas obrigatoriamente, pelo consulente,
relacionadas ao PRODUTO e também ao PROCESSO
DOCUMENTAL.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 70


Consulta Tratamentos
Administrativos
As empresas podem, antes
mesmo de consultar a RFB, Tributários e Outros
lançar mão de diversos
Uma vez não observados os critérios
Instrumentos de
para a correta classificação de
Interpretação de Classificação
mercadoria, a empresa estará sujeita
Fiscal como NESH, parecer da
às penalidades fiscais e legais.
OMA, soluções de consultas
de classificação fiscal, Todo cuidado é pouco, pois uma má
jurisprudências classificação, que venha, por
administrativas e judiciais, exemplo, gerar uma desclassificação
visando classificar fiscal, pode trazer consequências
corretamente. terríveis para uma empresa.
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 71
Tratamentos Administrativos Tributários e Outros
Em caso de comprovada desclassificação, todos os
processos aduaneiros feitos pela empresa nos 5 ANOS
anteriores, usando esta mesma NCM, poderão ser revisados
e as devidas penalidades aplicadas em cada processo.

A penalidade pela classificação incorreta da NCM tem seu


fundamento legal no art. 711, I, do Regulamento Aduaneiro;
que prevê aplicação de multa de 1% do valor aduaneiro
(artigo 711, §§´s 02º e 05º do Regulamento Aduaneiro).

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 72


Tratamentos Administrativos Tributários e Outros
Havendo divergência entre a classificação ofertada pelo contribuinte e o
fiscal deve ser aviada defesa apontando a inconsistência da exigência
aduaneira, sobretudo se, em outros desembaraços aduaneiros, o Fisco
aceitou a classificação da NCM agora debatida.

Se a empresa possui um corpo técnico ou


especialista, e tiver ABSOLUTA CERTEZA sobre
determinado enquadramento,
e este esteja em DESACORDO com a
interpretação do fiscal da RFB.

O que fazer?
Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 73
O que fazer?
 Deve ter ciência de que, ao realizar um CONSULTA ou RECLASSIFICAÇÃO, os custos
de armazenagem correrão por sua conta.
 Uma alternativa será pedir o Fiscal para lavrar o auto de infração e recorrer via
medidas administrativas; ou mesmo ingressar no âmbito jurídico, posteriormente.
 Solicitar Mandado de Segurança (caucionando o valor da carga e possíveis tributos)
para a liberação (imediata) e desembaraço da mercadoria, e posteriormente entrar
com recurso de defesa contra o ato proferido pela RFB.
OBS.: Entrando com o recurso, obrigamos o Fiscal a JUSTIFICAR, DAR SEU
PARECER, porque não concordou com a classificação dada pela empresa.

Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 74


Por estes motivos, Prepare-se
você deve ter para evitar
muita atenção ao surpresas!
Classificar seu
produto!

Classifique seu produto com bastante antecedência!


Workshop Nomenclatura e Classificação Fiscal de Mercadorias 75
WORKSHOP

NOMENCLATURA E
CLASSIFICAÇÃO FISCAL
DE MERCADORIAS

SISTEMA DE VIDEOCONFERÊNCIA
Plataforma Cisco Webex
Data: 18 de agosto de 2021
Horário: de 14h. as 18h.

Parceria
Sumário

1. INTRODUÇÃO ___________________________________________________________________________________________________ 3
2. DESCRIÇÃO, HISTÓRIA E CRIAÇÃO DO SISTEMA HARMONIZADO DE CODIFICAÇÃO DE
MERCADORIAS ____________________________________________________________________________________________________ 3
3. CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA _________________________________________________________________________ 4
4. SISTEMA HARMONIZADO DE DESIGNAÇÃO E CODIFICAÇÃO DE MERCADORIA (SH) __________________ 5
4.1. OBJETIVOS E VANTAGENS DO SISTEMA HARMINIZADO SH __________________________________________6
4.2. REGRAS GERAIS PARA A INTERPRETAÇÃO DO SISTEMA HARMONIZADO (SH) ____________________6
5. NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL (NCM) __________________________________________________________ 9
5.1. ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DA NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL (NCM) _______________9
6. NALADI – NOMENCLATURA DA ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANA DE INTEGRAÇÃO ______________ 10
7. NOTAS EXPLICATIVAS DO SISTEMA HARMONIZADO (NESH)___________________________________________ 10
8. RELAÇÕES ENTRE CLASSIFICAÇÕES _______________________________________________________________________ 11
9. NCM E TEC (BASEADA NO SH ATUALIZADO COM SUA VI EMENDA) ___________________________________ 11
10. SOLUÇÃO DE CONSULTA ___________________________________________________________________________________ 12
11. ONDE ENCONTRAR INFORMAÇÕES SOBRE A CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS ________ 15
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS ___________________________________________________________________________________ 22
13. ABREVIATURAS E SÍMBOLOS UTILIZADOS NA NCM ____________________________________________________ 22
14. BIBLIOGRAFIA_______________________________________________________________________________________________ 23

2
1. INTRODUÇÃO
As relações comerciais de compra e venda exigem, por parte dos agentes envolvidos no processo, grande
atenção aos procedimentos técnicos que envolvem a preparação da exportação e importação. A
necessidade de classificação fiscal requer grande atenção, pois pode comprometer todo o processo,
causando incômodo e até mesmo despesas adicionais, que serão acrescidas ao custo final do produto,
acarretando perda de lucratividade.

A classificação fiscal dos produtos assegura que o item selecionado seja o mesmo ao qual se deseja
importar ou exportar. Se simplesmente fossem utilizados os nomes dos produtos, a confusão certamente
estaria feita. Basta imaginar a venda de um item comum, como peças têxteis ou algo mais complexo, como
uma máquina específica para um determinado seguimento, como, por exemplo, para a indústria de
frigorificados. Esses itens precisariam ser reconhecidos da mesma forma em um aspecto global e, se
fossem tratados por um nome, seria muito mais complexa a classificação. No entanto, se adotado um
código, esse torna a linguagem universal. Em razão desses conflitos, surgiu a necessidade de um código
específico para cada produto. Foi criada, então, a classificação fiscal codificada, que facilita a vida de todos
os envolvidos no processo (agentes de carga, despachantes aduaneiros e autoridades fiscais, etc.).

Classificar corretamente as mercadorias é tarefa do controle aduaneiro. A partir das posições encontradas é
possível avaliar o impacto tributário nas importações, e a existência de outras obrigações ou regimes
especiais, a que determinada mercadoria deve ser enquadrada (CAPARROZ, 2012).

2. DESCRIÇÃO, HISTÓRIA E CRIAÇÃO DO SISTEMA HARMONIZADO DE


CODIFICAÇÃO DE MERCADORIAS
A classificação aduaneira é feita por meio de um enquadramento (codificação), que tem que ser unívoco
(cada produto enquadrado em um só código) e universal (aceito por todos os países) para que cada ente
envolvido na operação possa aplicar o tratamento à mercadoria da forma correta.

Após a Segunda Guerra Mundial, com a destruição e empobrecimento de muitos países, vários organismos
internacionais foram criados para resolver essa situação. Para fortalecer o crescimento do comércio entre
os países, foi assinado o acordo que tratava do sistema multilateral de comércio desde 1947, o GATT
(General Agreement on Tariffs and Trade), hoje transformado em OMC - Organização Mundial do Comércio.
Para estudar os problemas aduaneiros decorrentes do comércio internacional, surgiu o Conselho de
Cooperação Aduaneira (CCA). Hoje em dia esse conselho atende pelo nome de Organização Mundial das
Aduanas (OMA).

A Organização Mundial de Aduanas (OMA) é a única organização internacional intergovernamental que


trata de procedimentos aduaneiros concernentes ao comércio entre os países. Sua missão é melhorar a
eficácia e a eficiência das Aduanas nas atividades de recolhimento de receitas, proteção ao consumidor,
defesa do meio ambiente, combate ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro, entre tantas outras.

A história da OMA teve início após a Segunda Guerra Mundial, a partir do desejo dos países na retomada
do comércio mundial. Criada em 1952, composta por 17 países, a organização possui atualmente 176
membros, responsáveis por mais de 98% do comércio mundial.

Ao longo de sua existência, a OMA desenvolveu uma série de instrumentos e ferramentas para facilitar e
uniformizar o trabalho das Aduanas, além de ter introduzido inúmeros programas e iniciativas.

Tal acervo permite conhecer modelos estratégicos de gestão fronteiriça e exemplos de boas práticas para
melhoria dos procedimentos aduaneiros. Nesse contexto, é importante registrar o papel da organização no
desenvolvimento e administração da nomenclatura internacional de mercadorias, conhecida como o
Sistema Harmonizado, que permite a identificação pelo mesmo código de produtos em todo o mundo.

3
O Sistema Harmonizado é o idioma internacional do comércio exterior e serve de base para a Nomenclatura
Comum do Mercosul (NCM).

Na última década, a OMA ganhou destaque no cenário mundial por sua atuação conjunta com a
Organização Mundial do Comércio (OMC), de forma a assegurar a interpretação e aplicação uniforme dos
acordos. Merece destaque o trabalho realizado para interpretação e aplicação do Acordo de Valoração
Aduaneira (AVA). O Comitê Técnico de Valoração Aduaneira da OMA é o fórum técnico para as discussões
sobre o tema. Na Rodada de Doha, a organização tem atuado de maneira ativa na preparação dos países
para a negociação do Acordo de Facilitação Comercial. Nesse campo, a principal recomendação é a análise
das propostas em consonância com a Convenção Internacional sobre a Simplificação e Harmonização dos
Procedimentos Aduaneiros, conhecida como Convenção de Quioto.

O crescimento do comércio internacional era tão acentuado, que os agentes envolvidos perceberam a
necessidade de uniformização da nomenclatura, tornando-a mais moderna e precisa, tendo em vista as
finalidades aduaneiras, estatísticas, cambiais, etc. Assim surgiu, no âmbito do CCA/OMA, a Nomenclatura
do Conselho de Cooperação Aduaneira (NCCA), transformada em acordo para a utilização entre países, a
princípio restrita somente às aduanas. Posteriormente, o próprio CCA introduziu uma nomenclatura que
poderia ser utilizada com uniformidade por todos os agentes intervenientes no comércio internacional além
da aduana: bancos centrais, transportadores, seguradoras, etc. De fato foi a primeira nomenclatura
uniformizada de aceitação mundial.

Em 1985, a NCCA, e mais outra nomenclatura, a Classificação Uniforme para o Comércio Internacional
(CUCI), utilizada na ONU, serviram de base para um Acordo Internacional, disponibilizado aos países sob o
título de Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, ou simplesmente Sistema
Harmonizado (SH).O Sistema Harmonizado entrou definitivamente no contexto do comércio mundial,
procurando ser compatível com o nível de desenvolvimento tecnológico mundial, sendo considerado um
marco que, sem dúvida, contribuiu para incrementar o volume importações e exportações entre países, que
passaram a dispor de uma "linguagem aduaneira comum", aceita internacionalmente.

Cada país tem a sua nomenclatura própria, mas a maioria delas se baseia na nomenclatura do Sistema
Harmonizado. O Brasil aderiu à Convenção Internacional sobre o Sistema Harmonizado em 31/10/1986. Foi
criado em conjunto com Portugal um texto uniforme na língua portuguesa a partir da nomenclatura original
para os dois países. O SH serve de base (núcleo imutável) para diversas nomenclaturas. No Brasil, mais
precisamente no Mercosul, a nomenclatura utilizada é a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), com
base no Sistema Harmonizado.

3. CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA
A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e a Nomenclatura Aduaneira da Aladi (Naladi/SH) foram
criadas com base na Convenção Internacional sobre o Sistema Harmonizado de Designação e de
Codificação de Mercadorias (SH), firmada em Bruxelas, em 14 de junho de 1983. O SH possui seis dígitos,
mas cada país pode acrescentar até quatro dígitos. “No Brasil, o SH foi acrescido de mais dois dígitos,
ficando ao todo com oito dígitos, formando a NBM – Nomenclatura Brasileira de Mercadorias” (KEEDI, 2004,
p.79). A NCM, que substituiu a Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM), possui oito dígitos e a
seguinte estrutura de classificação, que contém até seis níveis de agregação: capítulo, posição, subposição
simples, subposição composta, item e subitem:

a) Capítulo – a indicação do capítulo no código é representada pelos dois primeiros dígitos;


b) Posição – a posição dentro do capítulo é identificada pelos quatro primeiros dígitos;
c) Subposição simples – é representada pelo quinto dígito;
d) Subposição composta – é representada pelo sexto dígito;
e) Item – é a subdivisão do SH, representado, no código, pelo sétimo dígito; e
f) Subitem – é a subdivisão do item, representado, no código, pelo oitavo dígito.

4
Produto: Animais reprodutores de raça pura, da espécie ovina, prenhe ou com cria ao pé.

Código NCM: 0104.10.11

Esse código é resultado dos seguintes desdobramentos:

Seção I Animais vivos e produtos do reino animal

Capítulo 01 Animais vivos

Posição 0104 Animais vivos das espécies ovina e caprina

Subposição 0104.10 Ovinos

Item 0104.10.1 Reprodutores de raça pura

Subitem 0104.10.11 Prenhe ou com cria ao pé

A NCM foi criada em 1995, com a entrada em vigor do Mercosul, e aprovada pelo Decreto nº 2.376, de
13.11.1997, juntamente com as alíquotas do imposto de importação que compõem a Tarifa Externa Comum
(TEC). Com a criação do Mercosul foi criada uma nomenclatura única para utilização conjunta nos quatro
países, de modo a haver uniformidade na classificação das mercadorias, para facilitar as relações
comerciais internacionais e controles alfandegários (KEEDI, 2004, p.80).

O primeiro passo para entender classificação fiscal é conhecer o produto, para então se buscar o código
numérico internacional padronizado, com objetivo de identificar mercadoria transacionadas no comércio
internacional, em especial para controles alfandegários e cobrança de imposto na sua entrada ou saída.

4. SISTEMA HARMONIZADO DE DESIGNAÇÃO E CODIFICAÇÃO DE


MERCADORIA (SH)
O Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, ou simplesmente Sistema
Harmonizado (SH), é um método internacional de classificação de mercadorias, baseado em uma estrutura
de códigos e respectivas descrições.

Este Sistema foi criado para promover o desenvolvimento do comércio internacional, assim como aprimorar
a coleta, a comparação e a análise das estatísticas, particularmente as do comércio exterior. Além disso, o
SH facilita as negociações comerciais internacionais, a elaboração das tarifas de fretes e das estatísticas
relativas aos diferentes meios de transporte de mercadorias e de outras informações utilizadas pelos
diversos intervenientes no comércio internacional.

A composição dos códigos do SH, formado por seis dígitos, permite que sejam atendidas as especificidades
dos produtos, tais como origem, matéria constitutiva e aplicação, em um ordenamento numérico lógico,
crescente e de acordo com o nível de sofisticação das mercadorias.

O Sistema Harmonizado (SH) abrange:

• Nomenclatura – Compreende 21 seções, composta por 96 capítulos, além das Notas de Seção, de
Capítulo e de Subposição. Os capítulos, por sua vez, são divididos em posições e subposições,
atribuindo-se códigos numéricos a cada um dos desdobramentos citados. Enquanto o Capítulo 77 foi
reservado para uma eventual utilização futura no SH, os Capítulos 98 e 99 foram reservados para usos

5
especiais pelas Partes Contratantes. O Brasil, por exemplo, utiliza o Capítulo 99 para registrar operações
especiais na exportação;

• Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado – Estabelecem as regras gerais de


classificação das mercadorias na Nomenclatura;

• Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH) – Fornecem esclarecimentos e interpretam o


Sistema Harmonizado, estabelecendo, detalhadamente, o alcance e conteúdo da Nomenclatura.

Os países signatários da Convenção do Sistema Harmonizado se obrigam, a partir da introdução nos


respectivos ordenamentos jurídicos, a alinhar suas nomenclaturas pautal e estatísticas de acordo com o
modelo, o que implica utilizar todas as Posições e Subposições, sem qualquer alteração nos códigos
numéricos e, ainda, aplicar de forma integral as Regras Gerais de Integração, bem como todas as Notas de
Seção, de Capítulo e de Subposição, sem modificar a disposição de tais estruturas. São permitidas,
contudo, adaptações de texto em razão das legislações nacionais. (CAPARROZ, 2012, p. 471).

4.1. OBJETIVOS E VANTAGENS DO SISTEMA HARMINIZADO SH

A Convenção do Sistema Harmonizado tem o objetivo de facilitar o comércio internacional, buscando a


redução de custos e encargos, e ainda, aperfeiçoar a análise de dados estatísticos, por meio da adoção de
um sistema internacional único de designação e codificação de mercadorias, sendo utilizado na elaboração
de tarifas aduaneiras e de fretes.

Entre as vantagens do Sistema Harmonizado podemos apontar:


a) Nomenclatura mais precisa e detalhada;
b) Incorporação de avanços tecnológicos e equilíbrio entre as necessidades das diferentes regiões do mundo;
c) Notas mais minuciosas, orientando para uma correta codificação do produto;
d) Utilização racional das bases de dados;
e) Comparações de estatísticas de comércio exterior;
f) Facilitação das negociações tarifárias e na interpretação de acordos; e
g) Uniformização de documentos, simplificando formalidades aduaneiras e de transportes.

4.2. REGRAS GERAIS PARA A INTERPRETAÇÃO DO SISTEMA HARMONIZADO (SH)

A classificação correta de mercadorias é tarefa essencial para o controle aduaneiro, e possui cinco
princípios (DALSTON, 2005):

a) Princípio da equivalência conceitual: afirma que, sob a ótica classificatória, não tem sentido fazer
qualquer distinção entre produto, mercadoria e bem;

b) Princípio da plena identificação da mercadoria: impõe que o objeto merceológico se apresente


adequadamente desvendado, conhecido naquelas características, propriedades e funções necessárias à
sua classificação, de tal modo que possa ser levada a termo com sucesso e acerto.

c) Princípio da hierarquia: parte do conceito de merceologia, que é parte integrante da Classificação de


Mercadorias, mas a recíproca não é verdadeira;

d) Princípio da unicidade de classificação: uma mercadoria não pode ser classificada em dois códigos; e

e) Princípio da distinção das mercadorias: mercadorias não devem ser discriminadas por critérios
diferentes das suas próprias características.

6
4.2.1. REGRAS GERAIS PARA A INTERPRETAÇÃO DO SH
A classificação das mercadorias na Nomenclatura é regida pelas seguintes regras:

Regra 1: Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais,
a classificação é determinada pelos textos das posições e das notas de seção e de capítulo e, desde que
não sejam contrárias aos textos das referidas posições e notas, pelas regras seguintes.

Regra 2: a) Qualquer referência a um artigo em determinada posição abrange esse artigo mesmo
incompleto ou inacabado, desde que apresente, no estado em que se encontra, as características
essenciais do artigo completo ou acabado. Abrange igualmente o artigo completo ou acabado, ou, como tal,
considerado nos termos das disposições precedentes, mesmo que se apresente desmontado ou por
montar.

b) Qualquer referência a uma matéria em determinada posição diz respeito a essa matéria, quer em estado
puro, quer misturada ou associada a outras matérias. Da mesma forma, qualquer referência a obras de uma
matéria determinada abrange as obras constituídas inteira ou parcialmente dessa matéria. A classificação
desses produtos misturados ou artigos compostos é feita conforme os princípios enunciados na regra 3.

Regra 3: Quando pareça que a mercadoria pode ser classificada em duas ou mais posições por aplicação
da Regra 2.b) ou por qualquer outra razão, a classificação deve acontecer da forma seguinte:

a) A posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas. Todavia, quando duas ou mais posições
se refiram, cada uma delas, a apenas uma parte das matérias constitutivas de um produto misturado ou de
um artigo composto, ou a apenas um dos componentes de sortidos acondicionados para venda a retalho,
tais posições devem ser consideradas, em relação a esses produtos ou artigos, como igualmente
específicas, ainda que uma delas apresente uma descrição mais precisa ou completa da mercadoria.

b) Os produtos misturados, as obras compostas de matérias diferentes ou constituídas pela reunião de


artigos diferentes e as mercadorias apresentadas em sortidos acondicionados para venda a retalho, cuja
classificação não se possa efetuar pela aplicação da Regra 3.a), são classificadas pela matéria ou artigo
que lhes confira a característica essencial, quando for possível realizar essa determinação.

c) Nos casos em que as Regras 3.a) e 3.b) não permitam efetuar a classificação, a mercadoria é
classificada na posição situada em último lugar na ordem numérica, entre as suscetíveis de validamente se
tomarem em consideração.

Regra 4: As mercadorias que não possam ser classificadas por aplicação das regras acima enunciadas
devem ser classificadas na posição correspondente aos artigos mais semelhantes.

Regra 5: Além das disposições precedentes, as mercadorias abaixo mencionadas estão sujeitas às regras
seguintes:

a) Os estojos para aparelhos fotográficos, para instrumentos musicais, para armas, para instrumentos de
desenho, para joias e receptáculos semelhantes, especialmente fabricados para conter um artigo determinado ou
um sortido, e suscetíveis de um uso prolongado, quando apresentados com os artigos a que se destinam, são
classificadas com esses últimos, desde que sejam do tipo normalmente vendido com tais artigos. Essa regra,
todavia, não diz respeito aos receptáculos que confiram ao conjunto a sua característica essencial.

b) Sem prejuízo do disposto na regra 5.a), as embalagens contendo mercadorias são classificadas com
essas últimas quando sejam do tipo normalmente utilizado para o seu acondicionamento. Todavia, essa
disposição não é obrigatória quando as embalagens são claramente suscetíveis de utilização repetida.

Regra 6: A classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma posição é determinada, para
efeitos legais, pelos textos dessas subposições e das notas de subposição respectivas, assim como,
"mutatis mutandis", pelas regras precedentes, entendendo-se que apenas são comparáveis subposições do
mesmo nível. Para os fins da presente regra, as notas de seção e de capítulo são também aplicáveis, salvo
disposições em contrário.

7
4.2.2 REGRA GERAL COMPLEMENTAR (RGC) DA NCM 1

1. (RGC-1) As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado se aplicarão, "mutatis mutandis",
para determinar dentro de cada posição ou subposição, o item aplicável e, dentro desse último, o subitem
correspondente, entendendo-se que apenas são comparáveis desdobramentos regionais (itens e subitens)
do mesmo nível.

2. (RGC-2) As embalagens contendo mercadorias que sejam claramente suscetíveis de utilização repetida,
mencionadas na regra 5.b), seguirão seu próprio regime de classificação sempre que estejam submetidas
aos regimes aduaneiros especiais de admissão temporária ou de exportação temporária. Caso contrário,
seguirão o regime de classificação das mercadorias.

4.2.3 REGRA DE TRIBUTAÇÃO PARA PRODUTOS DO SETOR AERONÁUTICO2

Existe, ainda, uma regra específica para a tributação do setor aeronáutico, que não integra o Sistema
Harmonizado.
1. Estão sujeitas à alíquota de 0% (zero por cento) as importações das seguintes mercadorias:
a. Aeronaves e outros veículos, compreendidos na posição 88.02;
b. Aparelhos de treinamento de voo em terra e suas partes, compreendidos nas subposições 8805.21 e
8805.29;
c. Produtos fabricados em conformidade com especificações técnicas e normas de homologação
aeronáuticas, utilizados na fabricação, reparação, manutenção, transformação ou modificação dos bens
mencionados no item 1. a), e compreendidos nas subposições relacionadas na tabela abaixo:

3916.90 7019.52 8302.10 8414.59 8471.49 8504.10 8531.10 9030.10


3917.21 7019.59 8302.20 8414.80 8471.50 8504.31 8531.20 9030.20
3917.22 7219.24 8302.42 8414.90 8471.60 8504.32 8531.80 9030.31
3917.23 7304.31 8302.49 8415.81 8471.70 8504.33 8533.39 9030.39
3917.29 7304.39 8302.60 8415.82 8479.89 8504.40 8536.20 9030.40
3917.31 7304.41 8307.10 8415.83 8479.90 8504.50 8536.41 9030.82
3917.33 7304.49 8307.90 8415.90 8481.20 8507.10 8536.50 9030.83
3917.39 7304.51 8407.10 8418.10 8481.30 8507.20 8537.10 9030.89
3917.40 7304.59 8408.90 8418.30 8481.40 8507.30 8539.10 9030.90
3919.90 7304.90 8409.10 8418.40 8482.50 8507.40 8543.81 9031.80
3920.51 7306.30 8411.11 8418.61 8483.10 8507.80 8543.89 9031.90
3926.90 7306.40 8411.12 8418.69 8483.30 8507.90 8543.90 9032.10
4008.29 7306.50 8411.21 8419.50 8483.40 8511.10 8544.30 9032.20
4009.12 7306.60 8411.22 8419.81 8483.50 8511.20 8544.59 9032.81
4009.22 7307.21 8411.81 8419.90 8483.60 8511.30 8803.10 9032.89
4009.32 7307.22 8411.82 8421.19 8483.90 8511.40 8803.20 9032.90
4009.42 7307.92 8411.91 8421.21 8484.10 8511.50 8803.30 9104.00
4011.30 7312.10 8411.99 8421.23 8484.90 8511.80 8803.90 9109.19
4012.13 7312.90 8412.10 8421.29 8501.20 8516.80 8805.21 9109.90
4012.20 7318.15 8412.21 8421.31 8501.31 8518.10 8805.29 9301.19

1
RECEITA FEDERAL DO BRASIL.
2
RECEITA FEDERAL DO BRASIL.

8
4016.10 7318.23 8412.29 8421.39 8501.32 8518.21 9001.90 9301.20
4016.93 7322.90 8412.31 8424.10 8501.33 8518.22 9002.90 9301.90
4016.95 7324.10 8412.39 8425.11 8501.34 8518.29 9014.10 9401.10
4016.99 7324.90 8412.80 8425.19 8501.40 8518.30 9014.20 9401.90
4017.00 7326.20 8412.90 8425.31 8501.51 8518.40 9014.90 9403.20
4504.90 7326.90 8413.19 8425.39 8501.52 8518.50 9020.00 9403.70
4823.90 7413.00 8413.20 8425.42 8501.53 8520.90 9025.11 9405.10
4908.90 7508.10 8413.30 8425.49 8501.61 8521.10 9025.19 9405.60
5903.90 7508.90 8413.50 8426.99 8501.62 8522.90 9025.80 9405.92
6307.20 7604.29 8413.60 8428.10 8501.63 8525.10 9025.90 9405.99
6812.90 7606.12 8413.70 8428.20 8502.11 8525.20 9026.10
6813.10 7608.10 8413.81 8428.33 8502.12 8526.10 9026.20
6813.90 7608.20 8413.91 8428.39 8502.13 8526.91 9026.80
6815.10 7616.10 8414.10 8428.90 8502.20 8526.92 9026.90
7007.21 7616.91 8414.20 8471.10 8502.31 8527.90 9029.10
7019.40 7616.99 8414.30 8471.30 8502.39 8529.10 9029.20
7019.51 8108.90 8414.51 8471.41 8502.40 8529.90 9029.90

2) Quando se tratar de importação de produtos mencionados no item 1. c), o importador deverá apresentar,
além da declaração de que tais produtos serão utilizados para os fins ali especificados, autorização de
importação expedida pela autoridade competente do Estado Parte.

5. NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL (NCM)


NCM é a nomenclatura para classificação de mercadorias e produtos adotada pelos países do Mercosul. O
código NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul é composto de oito dígitos, sendo os seis primeiros
formados pelo SH - Sistema Harmonizado e os dois últimos são formados de acordo com a definição
estabelecida pelo Mercosul.

O Mercosul é oficialmente formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela (Membros
Efetivos). As mercadorias comercializadas entre esses países devem ser classificadas de acordo com a
nomenclatura padronizada adotada pelo Mercosul (NCM). O Mercosul conta também com países
classificados como: Membros Associados: Bolívia (1996), Chile (1996), Peru (2003), Colômbia (2004),
Equador (2004), Guiana (2013) e Suriname (2013); e Membros Observadores: México (2006) e Nova
Zelândia (2010).

5.1. ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DA NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL (NCM)

O Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai adotam, desde janeiro de 1995, a Nomenclatura Comum do
Mercosul (NCM), que tem por base o Sistema Harmonizado. Assim, dos oito dígitos que compõem a NCM,
os seis primeiros são formados pelo Sistema Harmonizado, enquanto o sétimo e oitavo dígitos
correspondem a desdobramentos específicos atribuídos no âmbito do Mercosul.

A sistemática de classificação dos códigos na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) obedece à


seguinte estrutura:

9
6. NALADI – NOMENCLATURA DA ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANA DE
INTEGRAÇÃO
A Naladi – Nomenclatura da Associação Latino-Americana de Integração é outra nomenclatura utilizada no
Brasil e foi criada para utilização pelos membros da Aladi – Associação Latino-Americana de Integração,
sendo eles Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e
Venezuela. A Aladi tem nomenclatura própria por se tratar de uma área de comércio e não uma união
aduaneira como o Mercosul (KEEDI, 2004).

Em 1985, o Comitê de Representantes da Aladi adotou a Nomenclatura Aduaneira da Associação Latino-


Americana de Integração (Naladi), como base comum dos Acordos. A Naladi foi criada utilizando a
Nomenclatura do Conselho de Cooperação Aduaneira (NCCA). Era a Naladi/NCCA, que continha sete
dígitos. Posteriormente, o Sistema NCCA foi substituído pelo Sistema Harmonizado de Designação e
Codificação de Mercadorias (SH), aprovado pelo Conselho de Cooperação Aduaneira, com o objetivo de
atender a todos os segmentos do comércio, como instrumento fiscal ou gerador de dados para estatísticas
de produção, comércio exterior e transporte, além de facilitar a compatibilização de estatísticas
internacionais e simplificar as negociações bilaterais e multilaterais.

A Aladi passou, então, a adotar a Naladi com base naquele Sistema Harmonizado (Naladi/SH), com oito
dígitos, a qual foi aprovada pela Resolução nº 107/89 do Comitê de Representantes, com início de vigência
previsto para 01.01.90. Cabe ressaltar que aquele prazo foi sendo sistematicamente adiado e a
transposição para a Naladi/SH não foi feita de imediato em todos os acordos.

A Naladi também é uma nomenclatura de oito dígitos, sendo que os itens e subitens que representam o
sétimo e o oitavo dígitos podem ser diferentes da NCM. Muitos deles são iguais, o que faz com que a Naladi
e a NCM tenham a mesma classificação para algumas mercadorias (KEEDI, 2004, p.81).

À medida que a Organização Mundial de Alfândegas (OMA) introduziu modificações no Sistema


Harmonizado, a Aladi foi ajustando a Naladi, registrando-se as versões de Naladi/SH-1992 (a partir de
1993), Naladi/SH-1996 (a partir de 1997) e Naladi/SH-2002 (a partir de 01/01/2002). Atualmente, subsistem
acordos em Naladi/NCCA e nas Naladi nas três versões do Sistema Harmonizado. A transposição para
versões atualizadas vem sendo feita gradativamente, à medida que são assinados os Protocolos de
Adequação dos Acordos. O Siscomex dispõe de tabelas que possibilitam a identificação dos códigos tanto
da NCM como da Naladi/SH.

7. NOTAS EXPLICATIVAS DO SISTEMA HARMONIZADO (NESH)


As Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH) compreendem as notas de seção, de capítulo e de
subposição. Trata-se de material extenso e pormenorizado, que estabelece, detalhadamente, o alcance e
conteúdo da nomenclatura abrangida pelo SH.

Base legal: Decreto nº 97.409, de 23/12/1988, que promulgou a Convenção Internacional sobre o Sistema
Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, bem como alterações posteriores. No Brasil,
o órgão oficial responsável pelo correto enquadramento ou interpretação para classificação de produtos na
NBM/SH ou NCM/SH é a Secretaria da Receita Federal. A formulação de consulta deve ser dirigida à
Superintendência Regional da Receita Federal ou à Coordenação Geral de Administração Aduaneira, por
meio de uma unidade no domicílio fiscal do consulente.

10
8. RELAÇÕES ENTRE CLASSIFICAÇÕES
 Qual é a relação entre a NBM e o Sistema Harmonizado?

A partir de 30/10/1986 o Brasil aderiu a Convenção Internacional sobre o Sistema Harmonizado de


Designação e de Codificação de Mercadorias (SH), substituindo a versão anterior que tinha como base a
Nomenclatura do Conselho de Cooperação Aduaneira. Nesse sentido, a nova nomenclatura brasileira de
mercadorias, com vigência a partir de 1986, já adotava as regras do SH na sua totalidade. Entretanto, para
sua completa implementação foram realizadas as adaptações necessárias para adequar as mercadorias,
objetivando um nível de detalhamento mais satisfatório e um correto enquadramento. Essa versão da NBM
teve vigência até 31/12/1996.

Com a assinatura do Tratado de Assunção que originou o Mercado Comum do Sul, foi criada a
Nomenclatura Comum do Mercosul e a Tarifa Externa Comum entre os países membros. Sua vigência ficou
definida para a partir de 01 de janeiro de 1995. Internamente o Governo estabeleceu que a Tarifa Aduaneira
do Brasil (TAB) passaria a ser designada Tarifa Externa Comum (TEC).

 Qual a relação entre a NBM, a NCM e a TIPI?

No Brasil são adotadas duas tabelas, a primeira relaciona as mercadorias sujeitas ao Imposto sobre
Produtos Industrializados, chamada de Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados –
TIPI e a segunda relaciona o imposto de importação que incide sobre as mercadorias importadas,
denominada de Tarifa Externa Comum - TEC.

Podemos dizer que a relação existente entre a Nomenclatura Brasileira de Mercadorias, a Nomenclatura
Comum do MERCOSUL e a Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados está na sua
definição que, conforme o Decreto nº3.777/01, a TIPI tem como base a NCM, que por sua vez constitui a
NBM baseada no SH.

9. NCM e TEC (baseada no SH atualizado com sua VI Emenda)


CAPÍTULO 13
GOMAS, RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS

NCM DESCRIÇÃO TEC (%)


13.01 Goma-laca; gomas, resinas, gomas-resinas e oleorresinas (bálsamos, por exemplo),
naturais.
1301.20.00 - Goma-arábica 4
1301.90 - Outros
1301.90.10 Goma-laca 4
1301.90.90 Outros 8
13.02 Sucos e extratos vegetais; matérias pécticas, pectinatos e pectatos; ágar-ágar e outros
produtos mucilaginosos e espessantes, derivados dos vegetais, mesmo modificados.
1302.1 - Sucos e extratos vegetais:
1302.11 -- Ópio
1302.11.10 Concentrados de palha de papoula 8
1302.11.90 Outros 8
1302.12.00 -- De alcaçuz 8
1302.13.00 -- De lúpulo 8
1302.14.00 -- De éfedra 8

11
1302.19 -- Outros
1302.19.10 De mamão (Carica papaya), seco 8
1302.19.20 De semente de toranja ou de pomelo 8
1302.19.30 De Ginkgo biloba, seco 2
1302.19.40 Valepotriatos 2
1302.19.50 De ginseng 2
1302.19.60 Silimarina 14
1302.19.9 Outros
1302.19.91 De piretro ou de raízes de plantas que contenha rotenona 2
1302.19.99 Outros 8
1302.20 - Matérias pécticas, pectinatos e pectatos
1302.20.10 Matérias pécticas (pectinas) 8
1302.20.90 Outros 8
1302.3 - Produtos mucilaginosos e espessantes, derivados dos vegetais, mesmo modificados:
1302.31.00 -- Ágar-ágar 10
1302.32 -- Produtos mucilaginosos e espessantes, de alfarroba, de sementes de alfarroba ou de
sementes de guaré, mesmo modificados
1302.32.1 De alfarroba ou de suas sementes
1302.32.11 Farinha de endosperma 8
1302.32.19 Outros 8
1302.32.20 De sementes de guaré 8
1302.39 -- Outros
1302.39.10 Carragenina (musgo-da-irlanda) 10
1302.39.90 Outros 8

10. SOLUÇÃO DE CONSULTA


Devido a sua complexidade, os tributos e contribuições federais da nossa legislação geram muitas dúvidas. Assim, a
Receita Federal do Brasil, com frequência, abre Soluções de Consultas para esclarecer algumas das principais dúvidas
dos contribuintes, ajudam a esclarecer o entendimento da RFB sobre a correta forma de enquadramento em casos mais
específicos.

Petição
A consulta formulada por escrito é o instrumento que o contribuinte possui para dirimir dúvidas sobre a correta
classificação fiscal das mercadorias.
A consulta sobre não poderá referir-se a mais de três produtos distintos por processo, nem a mais de uma das tabelas:
TIPI e TEC.
Na consulta deverão ser fornecidas obrigatoriamente, pelo consulente, as seguintes informações sobre o produto:
I – nome vulgar, comercial, científico e técnico;
II – marca registrada, modelo, tipo e fabricante;
III – função principal e secundária;
IV – princípio e descrição resumida do funcionamento;

12
V – aplicação, uso ou emprego (incluindo a configuração de uso ou montagem e instalação, se for o caso);
VI – forma de acoplamento de motor a máquinas ou aparelhos, quando for o caso;
VII – dimensões e peso líquido;
VIII – peso molecular, ponto de fusão e densidade, para produtos do Capítulo 39 da Nomenclatura Comum do
MERCOSUL – NCM;
IX – forma (líquido, pó, escamas, etc) e apresentação (tambores, caixas, etc, com respectivas capacidades em peso ou
em volume); ou a configuração de fornecimento (componentes) no caso de máquinas, instrumentos ou aparelhos, se
montado ou desmontado.
X – matéria ou materiais de que é constituída a mercadoria e suas percentagens em peso ou em volume;
XI – processo industrial detalhado de obtenção;
XII – classificação adotada e pretendida, com os correspondentes critérios utilizados.
XIII – catálogo técnico, bulas, literaturas, fotografias, plantas ou desenhos que caracterizem o produto, e outras
informações ou esclarecimentos necessários à correta identificação técnica do produto, sua operação e funcionamento,
sua montagem e instalação, quando for o caso.

Documentos necessários
1. A petição formulada por escrito, conforme Modelo de Petição Consulta Classificação Fiscal de Mercadorias,
deve conter as seguintes informações:
a) Pessoa Jurídica – nome, endereço, telefone, endereço eletrônico (e-mail), número de inscrição no CNPJ e ramo de
atividade;
b) Pessoa Física – nome, endereço, telefone, endereço eletrônico (e-mail), atividade profissional e número de inscrição
no CPF;
c) Identificação do representante legal ou procurador, acompanhada da respectiva procuração.
2. Declaração de que:
a) não se encontra sob procedimento fiscal iniciado ou já instaurado, para apurar fatos que se relacionem com a matéria
objeto da consulta;
b) não está intimado a cumprir obrigação relativa ao fato objeto da consulta.
c) o fato nela exposto não foi objeto de decisão anterior, ainda não modificada, proferida em consulta ou litígio em que
foi parte o interessado.
Obs.: As declarações serão prestadas pelo estabelecimento matriz, abrangendo todos os estabelecimentos.

Tratamentos Administrativos Tributários e Outros


As penalidades aplicadas por erro de Classificação Fiscal estão previstas no Regulamento Aduaneiro (Decreto
6.759/2009 – Titulo III – Das Multas) e na Lei 10.833/2003.
Neste sentido, vale ressaltar que, se ocorrer uma comprovada desclassificação no curso do despacho aduaneiro de
uma determinada mercadoria/NCM, ou em qualquer outro ato fiscalizatório, todos os processos aduaneiros feitos pela
empresa nos cinco anos anteriores, usando esta mesma NCM, poderão ser revisados e as devidas penalidades
aplicadas em cada processo.
Contudo, os problemas de ordens fiscais não são os únicos resultados desses equívocos, pois, dependendo do caso, os
problemas poderão evoluir para a esfera criminal.
A penalidade pela classificação incorreta da NCM tem seu fundamento legal no art. 711, I, do Regulamento Aduaneiro;
que prevê aplicação de multa de 1% do valor aduaneiro (artigo 711, §§´s 02º e 05º do Regulamento Aduaneiro).
Não há previsão de redução (art. 734, I, do Regulamento Aduaneiro).
“Art. 711. Aplica-se a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria (Medida Provisória no 2.158-35, de
2001, art. 84, caput; e Lei no 10.833, de 2003, art. 69, § 1°):
I – classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas nomenclaturas complementares ou em
outros detalhamentos instituídos para a identificação da mercadoria;

13
§ 2 º O valor da multa referida no caput será de R$ 500,00 (quinhentos reais), quando do seu cálculo resultar valor
inferior, observado o disposto nos §§ 3o a 5o (Medida Provisória no 2.158-35, de 2001, art. 84, § 1o; e Lei nº 10.833, de
2003, art. 69, caput).
§ 5° O somatório do valor das multas aplicadas com fundamento neste artigo não poderá ser superior a dez por cento
do valor total das mercadorias constantes da declaração de importação (Lei nº 10.833, de 2003, art. 69, caput)”.
A aplicação da referida multa não prejudica a exigência dos tributos, da multa por declaração inexata de que trata o art.
725 do Regulamento Aduaneiro e de outras penalidades administrativas, bem como dos acréscimos legais cabíveis (art.
711, § 6º, do Regulamento Aduaneiro).
Contudo, não cabe a aplicação da multa do art. 84 da MP 2.158-35/2001, bem assim de multa e juros de mora, ao
contribuinte que classificou bens incorretamente nos códigos da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), em razão
de observância da classificação constante dos anexos do Decreto 5.057/04, durante sua vigência.
Havendo divergência entre a classificação ofertada pelo contribuinte e o fiscal deve ser aviada defesa apontando a
inconsistência da exigência aduaneira, sobretudo se, em outros desembaraços aduaneiros, o Fisco aceitou a
classificação da NCM agora debatida.

O que fazer?
Se a empresa possui um corpo técnico ou especialista, e tiver ABSOLUTA CERTEZA sobre determinado
enquadramento, e este esteja em DESACORDO com a interpretação do fiscal da RFB:
 Deve ter ciência de que, ao realizar um CONSULTA ou RECLASSIFICAÇÃO, os custos de armazenagem
correrão por sua conta.
 Uma alternativa será pedir o Fiscal para lavrar o auto de infração e recorrer via medidas administrativas; ou
mesmo ingressar no âmbito jurídico, posteriormente.
 Solicitar Mandado de Segurança (caucionando o valor da carga e possíveis tributos) para a liberação (imediata)
e desembaraço da mercadoria, e posteriormente entrar com recurso de defesa contra o ato proferido pela RFB.
OBS.: Entrando com o recurso, obrigamos o Fiscal a JUSTIFICAR, DAR SEU PARECER, porque não concordou
com a classificação dada pela empresa.

Consulta sobre Classificação Fiscal de Mercadorias


Caso tenha dúvida ao Classificar sua Mercadoria, você pode consultar a Receita Federal do Brasil mediante
preenchimento de uma Petição de Consulta. Acesse o site da RFB e verifique quais são os passos:
 https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/classificacao-fiscal-de-mercadorias/consultas#formulario

14
11. ONDE ENCONTRAR INFORMAÇÕES SOBRE A CLASSIFICAÇÃO FISCAL de
mercadorias
É importante que você acesse regularmente o site Siscomex.gov.br e verifique se existem atualizações publicadas pelas
instituições competentes.
Acesse o site: http://www.siscomex.gov.br/ e depois clique em Classificação

Você terá acesso à área de acesso público - https://portalunico.siscomex.gov.br/classif/#/sumario?perfil=publico – que


disponibiliza link para todos os portais que estão relacionados à classificação fiscal de mercadorias.

15
Regras para Interpretação do Sistema Harmonizado
https://portalunico.siscomex.gov.br/classif/#/nesh/consulta?id=2801&dataPesquisa=2021-08-
16T21:50:52.000Z&tipoNota=5&tab=11629150865066

Compendio da Receita Federal do Brasil


https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/classificacao-fiscal-de-mercadorias

16
Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (Nesh)
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/classificacao-fiscal-de-mercadorias/notas-
explicativas-do-sistema-harmonizado

Tarifas vigentes
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/estrategia-comercial/listas-
vigentes

17
Tipi (Tabela de incidência do Imposto sobre produtos industrializados)
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/legislacao-por-assunto/tipi-tabela-de-
incidencia-do-imposto-sobre-produtos-industrializados

Consulta às normas
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/consulta.action

18
Simulador do Tratamento Tributário e Administrativo das Importações
http://www.receita.fazenda.gov.br/Aplicacoes/ATRJO/SimuladorImportacao/default.htm

Consulta ao tratamento administrativo


http://siscomex.desenvolvimento.gov.br/tratamento/private/pages/consulta_tratamento.jsf

19
Simulador do tratamento administrativo na exportação
https://portalunico.siscomex.gov.br/talpco/#/simular-ta?perfil=publico

Orientações para o tratamento administrativo na importação


http://www.siscomex.gov.br/informacoes/importacao/tratamento-administrativo-na-importacao/

20
Orientações para o tratamento administrativo na exportação
http://www.siscomex.gov.br/informacoes/tratamento-administrativo-de-exportacao/

Portal Aduana e Comércio Exterior


https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior

21
Outros links disponíveis
 Nomenclatura do SH em inglês: http://www.wcoomd.org/en/topics/nomenclature/instrument-and-tools/hs-
nomenclature-2017-edition/hs-nomenclature-2017-edition.aspx
 NCM em espanhol (download em pdf)
 Correlação NCM e Naladi:
http://consultawebv2.aladi.org/sicoexV2/jsfCorrelaciones/correlacion_ncm_naladisa.seam?cid=4133201

 NVE (Nomenclatura de valor aduaneiro e estatística): https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/acesso-a-


informacao/legislacao/legislacao-por-assunto/NVE

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS


A classificação de mercadorias é complexa e fator determinante para os processos de comércio exterior. O
Sistema Harmonizado (SH) facilita as negociações comerciais internacionais, a elaboração das tarifas de
fretes e das estatísticas relativas aos diferentes meios de transporte de mercadorias e de outras
informações utilizadas pelos diversos intervenientes no comércio internacional. A aplicação incorreta da
classificação fiscal de mercadorias acarretará em multas e prejuízo aos envolvidos no processo, que serão
acrescidas ao custo final do produto resultando em perda de lucratividade. Os códigos de classificação fiscal
utilizados pelas empresas precisam estar corretos. Caso contrário, poderá comprometer todo o processo.
Reforçamos que as dúvidas recorrentes sobre pesquisas de classificação devem ser encaminhadas à
Receita Federal do Brasil (RFB), por meio de uma unidade no domicílio fiscal do consulente.

13. ABREVIATURAS E SÍMBOLOS UTILIZADOS NA NCM


ASTM "American Society for Testing kVA quilovolt(s)-ampère(s)
Materials" (Sociedade kvar quilovolt(s)-ampère(s) reativo(s)
Americana kW quilowatt(s)
Bq de Ensaio de Materiais) l litro(s)
ºC Becquerel m metro(s)
cg grau(s) Celsius m- meta-
cm(s) centigrama(s) m² metro(s) quadrado(s)
cm² centímetro(s) m Ci microcurie
cm³ centímetro(s) quadrado(s) mm milímetro(s)
cN centímetro(s) cúbico(s) mN milinewton(s)
cSt centinewton(s) MHz megahertz
g centistoke(s) MPa megapascal(is)
GHz grama(s) N newton(s)
HRC gigahertz o- orto-
Hz rockwell C p- para-
IV hertz t tonelada(s)
kcal infravermelho UV ultravioleta(s)
kg quilocaloria(s) V volt(s)
kgf quilograma(s) vol. volume
kN quilograma(s) força W watt(s)
kPa quilonewton(s) % por cento
kV quilopascal(is) xº x grau(s)
quilovolt(s)

22
14. BIBLIOGRAFIA
CASTRO, José Augusto. Exportação: aspectos práticos e operacionais. SP: Aduaneiras, 2011.
CAPARROZ, Roberto. Coordenação de Pedro Lenza. 2012. Comércio internacional esquematizado. SP: Saraiva, 2012.
DALSTON, César Olivier. Classificando Mercadorias: uma abordagem didática da Ciência da Classificação de
Mercadorias. 2ª ed, SP: Aduaneiras, 2012 e 2005.
DALSTON, César Olivier. Dicionário de Classificação de Mercadorias. SP: Aduaneiras, 2009.
KEEDI, Samir. ABC do Comércio Exterior: abrindo as primeiras páginas. SP: Aduaneiras, 2012, 2011 e 2004.
LOPEZ, José Manoel Cortinas; GAMA, Marilza. Comércio Exterior Competitivo. SP: Aduaneiras, 2010.
LUNARDI, Angelo Luiz. Condições Internacionais de Compra e Venda: Incoterms 2010. SP: Aduaneiras, 2010.

23

You might also like