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Urinologia ITECS
Urinologia ITECS
MINISTÉRIODA EDUCAÇÃO
MATERIAL DE APOIO
DE
URINOLOGIA
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Unidade I:
Sistema urinário
Funções renais
A urinálise é uma especialidade da patologia clínica que visa a análise da urina para fins de
diagnóstico, monitorar o progresso de patologias, acompanhar a eficácia de tratamento ou
ainda constactar a cura.
A urinálise é um teste laboratorial simples, não invasivo e de baixo custo que pode
rapidamente fornecer valiosas informações a respeito do trato urinário e de outros sistemas
corporais. Uma avaliação urinária completa (incluindo análise de tiras reagentes, densidade
específica e exame do sedimento urinário) deve ser realizada, mesmo que um dos
componentes não mostre anormalidades.
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Sistema urinário
O sistema urinário tem função de excretar substâncias tóxicas, realizar o equilíbrio hídrico e
controlar os íons. É composto por (2) rins, (2) ureteres, (1) bexiga e (1) uretra. Os rins
formam a urina, que chega até a bexiga através dos ureteres, sendo armazenada na bexiga e
emseguida expelida pela uretra.
Rins são dois órgãos (direito e esquerdo) têm a forma de um grão de feijão. Pesam cerca de
140g, medem 12 cm de comprimento, 6 de largura e 3 de espessura. A sua coloração é
vermelha, a consistência é firme e tem uma superfície lisa e regular.
Os rins estão situados simetricamente em cada um dos lados da coluna vertebral. O néfron é
a menor unidade funcional do rim, é responsável pela filtração e formação da urina. Essa
estrutura é formada por um corpúsculo renal, que compreende o glomérulo e a cápsula de
Bowman e, por túbulos renais, que compreendem o túbulo contorcido proximal, alça de
Henle, túbulo contorcido distal e túbulo colector.
O glomérulo é uma rede de capilares sanguíneos, por onde há circulação de sangue arterial
que é filtrado por esta estrutura. Já os túbulos coletores possuem a função de absorver
parte do líquido que é filtrado pelos glomérulos e, de acordo com as necessidades do
organismo, este túbulo pode secretar substâncias.
Após o sangue ser filtrado pelos glomérulos, o líquido resultante passa pela cápsula de
Bowman, que envolve esse emaranhado de capilares, e em seguida, o líquido passa para o
túbulo contorcido proximal.
Deste, passa pela alça de Henle, que logo após penetra no túbulo contorcido distal, que
termina em um canal coletor. Este canal acumula a urina proveniente de diversos néfrons,
lançando-a na pelve renal.
Basicamente, o néfron consiste em limpar o plasma sanguíneo das substâncias que não
podem permanecer noorganismo, sendo conforme o líquido resultante da filtração
glomerular passa pelos túbulos contorcidos, substâncias úteis ao organismo (água e grande
parte dos eletrólitos), são reabsorvidas voltando para a circulação sanguínea, e as que não
são úteis (creatinina e ureia, por exemplo), passam direto indo compor a urina, juntamente
com outras substâncias que são secretadas pelas paredes dos túbulos contorcidos.
Ureteres são tubos muito longos que medem quase 25 cm se estendem dos rins até a
bexiga, cuja suafunção, consiste em conduzir a urina dos rins à bexiga.
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bexiga ea sua função é de excretar a urina da bexiga para fora,porém com uma função
adicional aos homens de excretar o sémen.
Funções Renais
Filtração- a depuração do sangue para eliminar as substâncias tóxicas. Por dia, os rins
filtram cerca de 180L de sangue (99% é reabsorvido, ou seja, os rins não excretam mais
do que cerca de 1% desta quantidade sobre a forma de urina.Éa passagem seletiva de
água, eletrólitos e substâncias de baixo peso molecular pelo tubo glomerular. Esse
líquido é chamado de filtrado glomerular.
Excreção – é a eliminação dos íons H+ que deixam a urina ácida, bem como a eliminação
de algumas drogaspresentes no sangue. Éo processo pelo qual são eliminadas todas as
substâncias tóxicasdo organismo (ácido úrico, ureia, creatinina) e produtos em
quantidade excessiva no organismo (açúcar...).
Composição da urina
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A diurese é a secreção de urina em termos quantitativos e qualitativos. Também é definido
como a quantidade de urina produzida em um determinado momento.A quantidade de
urina produzida diariamente é de 1 a 1,5 litros, contudo, esta referência pode aumentar ou
diminuir dependendo da quantidade de líquidoingeridoou outros factores. A formação da
urina se faz em três etapas:
Fase 2 – ocorre a reabsorção desse líquido para que o organismo possa recuperar as
substâncias que lhe são essenciais, como a água e a glicose.
A urina também pode ter elementos que não fazem parte do filtrado plasmático, como
células, cristais, muco e bactérias, o que em níveis elevados nos indicam patologias.
Abaixo deixo uma tabela que nos diz qual substância é excretada e reabsorvida, em
condições normais, durante a formação e excreção da urina. Substâncias reabsorvidas e
excretadas durante a formação de uma urina em um indivíduo sadio.
Composição da urina
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Alterações na quantidade de urina e terminologia em urinálise
Uma das grandes discussões das sociedades científicas das ciências biomédicas é tentar
padronizar uma nomenclaturaadequada ao exame de urina de rotina, chamada por muitos
“examede urina”,mas que recebe as seguintes denominações:
Urina sumária
Urina simples
Urianálise
Urina parcial
Urina de rotina
A nomenclatura mais usada na prática diária é “Urinado tipo II” ou “Urina sumária”
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Colheita de amostras
Tipos de colheita
Características dos frascos coletores
Em todos os momentos em que seja possível o contato físico com a amostra, as pessoas
responsáveis pela colheita, transporte e manuseio devem utilizar luvas adequadas. As
amostras devem ser etiquetadas com o nome do paciente e número de identificação, data e
hora da colheitae o tipo de material colhido, bem como informações adicionais, se assim for
exigido pelo protocolo do laboratório.
Quando as análises não forem realizadas em um prazo máximo de duas horas após a
colheita, a amostra deverá ser refrigerada e protegida da luz. Nessas condições, em geral, a
amostra mantém-se adequada ao exame por um período de até 12 horas, mas esse tempo
deve ser definido pelo laboratório, considerando as características locais.
Os tipos de amostras mais frequentemente utilizados para o exame de urina de rotina são:
amostra aleatória, primeira urina da manhã e segunda urina da manhã.
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A amostra aleatória
É a amostra ideal para o exame de urinade rotina, por ser mais concentrada, garantindo,
assim, a detecção de substâncias químicas e elementos formados que podem não ser
observados em uma amostra aleatória mais diluída. O paciente deve ser instruído a colhera
amostra imediatamente após se levantar.
A segunda amostra da manhã deve ser colhidacom o paciente permanecendo em jejum após
ter desprezado a primeira micção. Essa colheitaminimiza eventuais interferências dos
metabólitos provenientes de alimentos ingeridos nanoite anterior. OBS:nos três casos, o
paciente deve ser instruído a entregar a amostra ao laboratório no prazo máximo de duas
horas após a colheita.
Amostra de 24 horas
Na grande maioria das vezes, a urina é emitida espontaneamente, mas existem situações
particulares nas quais é necessário recorrer ao cateterismo vesical ou, até mesmo, à punção
supra púbica.
Outros tipos de colheitaincluem jato médio com assepsia e colheitacom saco coletor.
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Jato médio com assepsia
A amostra ideal para a realização do exame de urina de rotina é a colhidano jato médio com
assepsia, e deve ser recomendada sempre que possível. Consiste em uma amostra
correspondendo à porção intermediária do fluxo urinário colhidoespontaneamente após
assepsia genital.
Devem ser desprezados uns poucos mililitros iniciais de urina, uma vez que podem conter
secreções eventualmente presentes no terço distal da uretra e no meato uretral. No caso de
o volume total colhido não ser muito grande, esta pequena contaminação, principalmente
por leucócitos, pode induzir à interpretação equivocada dos resultados.
Nos casos em que a colheitaespontânea não seja possível ea amostra também seja
utilizadapara o exame de cultura, procedimentos mais invasivos, como o cateterismo vesical
e a punção supra púbica, devem ser considerados.
Frascos de colheita
A urina deve ser colhidaem frasco de material inerte, limpo, seco e à prova de vazamento,
tampas de rosca. É recomendado o uso de recipientes descartáveis porque eliminam a
possibilidade de contaminação. Devemter boca larga para facilitar o uso por pacientes do
sexo feminino e ter fundo chato e amplo e a capacidade recomendada do recipiente é de 50
ml, o que permite a colheitade volume da amostra.
Colheita de amostras
Na colheitade urina para exame de rotina, é desejável que seja feita assepsia da região
urogenital. Portanto, os pacientes devem ser orientados a lavar as mãos antes de iniciar a
colheitae a estarem munidos de material de higiene adequado, um recipiente identificado
com o nome e a data da colheitae instruções para a higienização e colheita da urina.
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É recomendável o uso de sabonetes neutros. O paciente deve ser orientado a entregar a
urina no laboratório no prazo máximo de duas horas após a colheita. Há diferenças
significativas no procedimento de colheita, dependendo do sexo do paciente.
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Manuseio, transporte e conservação da amostra
Mudanças na composição da urina ocorrem não só in vivo, mas também in vitro, exigindo a
adoção de procedimentos de transporte e manuseio corretos. Após a colheita, a urina deve
ser entregue imediatamente ao laboratório e testada dentro de duas horas.
Uma amostra que não possa ser analisada nesse prazo deve ser refrigerada ou ter um
conservante químico adequado adicionado. Em nenhuma eventualidade a urina deve ser
congelada, pois isso destrói os elementos figurados presentes, inviabilizando o exame
microscópico e falseando os dados bioquímicos da amostra.
A Tabela.1 descreve as alterações mais frequentes que podem ocorrer em uma amostra de
urina que permanece em temperatura ambiente por mais de duas horas sem adição de
conservates.
Crescimento bacteriano e
Aspecto Turvação precipitação do material
amorfo
Multiplicação bacteriana
Odor Aumento ou metabolização da uréia para
amônia
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Cilindros Redução Dissolução
Bactérias Aumento Multiplicação
Se a amostra precisar ser transportada para longas distâncias ou o tempo entre a colheitae a
análise for superior a duas horas e a refrigeração não for alternativa viável, devem ser
utilizados conservantes químicos específicos. Existem frascos de transporte comercialmente
preparados. O conservante ideal deve ter algumas características, como ser bactericida,
inibir a atividade da enzima urease, preservar os elementos celulares e não interferir com os
testes químicos.
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A Tabela 2 apresenta os conservantes de uso comum nos laboratórios clínicos. Cada
laboratório deve escolher aquele que melhor atender às necessidades da sua rotina.
Critérios de aceitabilidade
Não devem ser aceitas amostras que tenham sido congeladas, pois esse procedimento
promove a destruição dos componentes celulares habitualmente presentes na urina. O
laboratório deve ter uma política escrita detalhando as suas condições de rejeição de
amostra.
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Unidade II: Urina de 24 horas
O exame de urina de 24 horas é uma análise da urina colhida durante 24 horas para avaliar a
função dos rins, muito útil para identificar a acompanhar doenças renais.Este exame é
indicado principalmentepara medir a função dos rins ou avaliar a quantidade de proteínas
ou outras substânciasna urina, como sódio, cálcio, oxalato ouácido úrico, por exemplo, como
forma de identificar doenças dos rins e vias urinárias.
O exame de urina de 24 horas serve para avaliar a função dos rins para detectar possíveis
alterações renais através da determinação da quantidade de algumas substâncias na urina
como:
Clearance de Creatinina que avalia a taxa de filtração dos rins.
Proteínas, incluindo a Albumina;
Sódio;
Cálcio;
Ácido úrico;
Citrato;
Oxalato;
Potássio.
Outras substâncias como amônia, ureia, magnésio e fosfato também podem ser
quantificadas neste exame.Desta forma, a urina de 24 horas pode ajudar o médico a
identificar problemas comoinsuficiência renal, doenças dos túbulos renais, causas de
cálculos nas vias urinárias ounefrite, que é um conjunto de doenças que causam inflamação
dos glomérulos renais.
Na gravidez, este examecostuma serutilizado para determinar a presença de proteínas na
urina da gestante para o diagnóstico de pré-eclâmpsia, que é uma complicação que surge na
gravidez, em que a grávida desenvolve hipertensão, retenção de líquidos e perda de
proteínas pela urina.
Instruções de Coleta
Para fazer o exame de urina de 24 horas, o indivíduo deve seguir os seguintes passos:
1. Buscar or ecipiente próprio do laboratório;
2. No dia seguinte,logo de manhã,após acordar,urinar no vaso sanitário, desprezando a
primeira urina do dia;
3. Anotar a hora exata da micção que fez no vaso sanitário;
4.Depois de ter urinado no vaso sanitário,colher todas as urinas do dia e da noite no
recipiente;.
5. A última urina a ser colhida no recipiente deve ser à mesma horad a urina do dia anterior
que fez no vaso sanitário, com uma tolerância de 10 minutos.
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Por exemplo, se o indivíduo urinou às 8 horas do dia, a colheitade urina deveterminar
exatamente às 8 horas do dia seguinteou no mínimo às 7h50 e no máximo às 8h10.
Valores de referência
Alguns dos valores de referência do exame de urina de 24 horassão:
Clearance de creatinina entre 80 e 120 ml/min, que pode estar diminuído na insuficiência
dos rins.
Albumina: menor que 30 mg/24 horas;
Proteínas totais: menor que 150 mg/ 24 horas;
Cálcio: sem dieta até 280 mg/24h e com dieta 60 a 180 mg/24h.
Estes valores podem variar de acordo com a idade, o sexo,as condições de saúde da pessoa e
o laboratório que faz o exame, por isso, devem sempre ser avaliados pelo médico, que irá
indicar a necessidade de um tratamento.
O exame de urina de 24 horas pela dificuldade na colheitae aos erros frequentes que podem
ocorrer, tem sido cada vez menos pedido na prática médica, sendo substituídos por outros
exames mais recentes, como fórmulas matemáticas que podem ser feitas após um exame
simples de urina.
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Unidade III: Exame físico da urina.
O exame físico da urina inclui a determinação da cor, aspecto, gravidade especifica e cheiro.
Os resultados do exame físico também podemser utilizadospara confirmar ou explicar
achados na microscopia ou na parte bioquímica.
As características físicas são mais bem observadas examinando-se a amostra logo após a
micção, ou seja,e antes de ser refrigerada. Se a amostra for refrigerada antes da análise, esta
deve estar em temperatura ambiente antes da urinálise ser realizada.
Procedimento
Uma porção é transferida para um tubo limpo, e a urina é observada quanto a cor e
transparência/aspecto.
COR
Deve-se tomar o cuidado de examinar a amostra com boa fonte de luz, olhando através do
recipiente contra um fundo branco. A cor amarela da urina é devido à presença de um
pigmento marrom-vermelho denominado urocromo (derivado da urobilina). A quantidade
real de urocromoproduzido depende do estado metabólico do corpo. A quantidade de
urocromoaumenta quando a urina permanece à temperatura ambiente.
A cor normal da urina varia do amarelo pálido ao âmbar. Variações de cor podem ser
causadas por dieta, medicamentos e doenças. Algumas vezes, a cor da urina fornece indícios
de determinadas doenças ou condições. A termologia utilizada para descrever a cor normal
da urina varia entre os laboratórios, geralmente classificam como:
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Amarelo palha ou âmbar.
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Aspecto
Outras substâncias que provocam turvação na urina são: lipídios, sêmen, muco, linfa,
cristais, levedura, matéria fecal e contaminação externa, como talco, cremes vaginais e
material de contraste radiográfico.
Muitas dessas substâncias não são patogênicas, mas como a presença de leucócitos,
hemácias e bactérias é indício de patogenicidade, o fato de a amostra recém-eliminada
apresentar-se turva pode ser motivo de preocupação.
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Tabela 4 Aspectos da urina
Aspecto Descrição
Odor
Normalmente a urina logo após a micção possui odor aromático e não desagradável.
Mudanças no odor da urina podem ser causados por doenças, dietas ou presença de
microrganismos. O cheiro da urina do paciente diabético é descritocomo odor Frutal devido
a presença de cetonas.
Odor Causa
Aromático Normal
Rançoso Tirosinemia
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Pés suados Acidemia isovalerica
Desinfetante Contaminação
Gravidade específica
Odor Suigeneris
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Unidade IV: Exame químico da urina
Sumario: Exame químico da urina
Vários testes bioquímicos são realizados rápido e facilmente na urina usando métodos de
fita reagentes. A análise por fitas reagentes é chamada de análise química, análise
bioquímica ou análise dos analitos da urina. estes testes são incluídos na urinálise de rotina,
eles também podem ser solicitados como testes isolados, sem a necessidade de realizar a
análise física e microscópica da urina.
As tiras reagentes são tiras plásticas acopladas a almofadas de reagentes, são mergulhadas
na urina e observa-se as reações químicas em cada almofada de reagente em intervalos de
tempo especificados. As tiras reagentes estão disponíveis em vários tipos.
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fitas são mergulhadas na amostra, os reagentes químicos presentes nas almofadas reagem
rapidamente com as substancias da urina, formando alterações na cor da almofada.
Importância
As tiras reagentes podem testar até 10 substancias referentes, enquanto algumas testam
apenas uma ou duas. As tiras comumente usadas em urinálise de rotina incluem: pH,
proteína, bilirrubina, sangue, nitrito, cetonas, urobilinogenio,glicose,esterase leucocitária,
gravidade especifica.
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figura 5 significado clínico das substâncias encontradas na urina
Técnica
Homogeneizar bem a amostra;
Emergir na urina (rapidamente e tirar em seguida);
Retire o excesso de urina (se possível com papel absorvente);
Compare as cores depois da reação no tempo correspondente com as cores do quadro do
fabricante;
Lança os resultados conforme as cores e/ou interpretação (leitura manual)
Caso a leitura seja feita de forma automática, leve a tira ao leitor e introduz depois de
retirar o excesso de urina.
Glicose
A glicosúria podeocorrer em casos de diabetes mellitus ou gestacional. A presença da glicose
na urina indica que a diabete não está com controle adequado. A fita reagente é especifica
para a glicose e não reage com outro açúcar, a almofada de reagente contém as enzimas
glicose oxidase e peroxidase e mais um cromógeno.
A intensidade da cor formada é proporcional a concentração de glicose na urina. o valor de
referênciapara urina normal é NEGATIVO.
Bilirrubina
É o principal pigmento biliar, ela é um produto de degradação da hemoglobina formada no
fígado a partir de hemácias senescentes (velhas). Sua presença na urina pode indicar
doenças hepáticas, obstrução do ducto biliar ou hepatite. O teste é baseado na reação da
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bilirrubina com o sal diazônio na almofada reagente. A luz direta decompõe a bilirrubina,
logo a urina usada para este teste deve ser abrigada da luz solar.
Cetonas
Cetonas não são encontradas normalmente na urina. São produtos do metabolismo de
gorduras e podem aparecer quando a pessoa não ingere quantidades adequadas de
carboidratos, por falta de alimentos ou em dietas, ou quando os carboidratos não são
usados adequadamente pelo corpo, como no diabetes mellitus. A excreção de cetonas na
urina é chamada cetonúria.
Sangue
Esse exame é usado para detectar hemoglobina (hemoglobinúria) ou hemácias na urina
(hematúria). Normalmente, pode ser encontradoum pequeno número de hemácias na urina,
e o exame com a tira reagente é negativo. Hematúria ocorre por irritação ou traumatismo
do trato urinário. Hemoglobinúria ocorre quando há destruição de hemácias na urina ou
destruição de hemácias no sangue (hemólise intravascular). A reação é positiva também
quando há excreção de mioglobina na urina (mioglobinúria), o que pode ocorrer quando há
destruição de tecido muscular.
pH
O pH mede o grau de acidez ou de alcalinidade de uma solução. O pH da urina depende da
quantidade de ácidos e bases na alimentação e do estado doequilíbrio ácido-basedo corpo.
Não há valores anormais de pH urinário. Em geral ela é um pouco ácida (pH de 5,0 a 6,0),
mas, dependendo principalmente da alimentação, os valores podem variar bastante (de 4,5
a 8,0).
Algumas substâncias dissolvidas na urina se precipitam formando cristais quando ela está
ácida. Outras se precipitam quando a urina está alcalina. Se a formação de cristais for
intensa, podem surgir cálculos que causam obstrução do fluxo de urina. A formação desses
cálculos é reduzida com dietas ou medicamentos que modificam o pH da urina, de acordo
com o tipo de cristal formado.
Proteína
As tiras reagentes avaliam a quantidade deproteínana urina. Normalmente, não pode ser
especificada o tipo de proteína detectada por esse método. Quando a tira reagente fornece
um resultado positivo (expresso em cruzes, de um a quatro), há excesso de albumina e/ou
outra proteína, que pode ser um sinal precoce dedoença renal ou de outros distúrbios que
precisam ser esclarecidos com outros exames. É usado outro método para fazer uma
avaliação quantitativa das proteínas na urina, incluindo todas as proteínas presentes.
Urobilinogenio
é produto da degradação da bilirrubina que é formado pela ação de bactérias intestinais. O
urobilinogenioestá presente na urina em pequenas quantidades. Um aumento ocorre em
doenças hepáticas ou quando há destruição de hemácias (anemia hemolítica).Como o
urobilinogenio é instável à luz solar, e em urinas ácidas, os resultados negativos em amostras
de rotina não são considerados significantes.
Este método pode detectar concentrações muito baixas.Os VR: variam de 0.1 a 1,0 mg/dl.
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Nitritos
Muitas das bactérias que causam infecções urinárias produzem nitrito. Um exame positivo
sugere infecção urinária. Entretanto, nem todas as bactérias que produzem infecções
urinárias produzem nitrito, e um teste negativo não exclui infecção urinária. A urina normal
é negativa para nitrito pelo método de fita reagente.
Esterease leucocitária
A esterase é umaenzimapresente em leucócitos. Um número aumentado de leucócitos na
urina indica inflamação das vias urinárias, em geral resultado deinfecção bacteriana. A urina
normal é negativapara esterase leucocitária.
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Alguns dos componentes não têm significado clinico, e outros são considerados normais,
excepto se estiverem em quantidade aumentada. No exame do sedimento faz-se a
identificação e quantificação dos elementos encontrados.
Células sanguíneas
Hemácias
Menos que3 a 5 hemácias por campo considera-senormal. A presença de sangue na urina
chama-se hematúria. A presença de hemácias em grande quantidade na urina pode
acontecer em infecções do trato urinário, traumatismos, hemorragias de diversas origens,
alguns tipos de cancro, estados inflamatórios e doenças renais.
Leucócitos
O valor normal vai até 5 células por campo. A presença de grande quantidade de leucócitos
na urina pode acontecer em infecções do trato urinário, inflamação nas vias
urináriasinflamações de diversas origens, doenças renais, alguns tipos de cancro, alguns
tipos de DST e outras.
Células epiteliais
A presença de células epiteliais na urina é normal. São as próprias células do trato urinário
que descamam. Elas podem ser escamosas ou tubulares.
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Microorganismos e contaminantes
Os microrganismos não devem estar presentes na urina normal. A presença de grande
quantidade destes na urina fresca indica infecção. Estes são observadoscom a objectiva de
40X.
A levedura mais encontrada na urina é a cândida albicans. Elas podem ser vistas em
brotamento ou em cadeias. Na transcrição do resultado a presença de leveduras deve ser
relatada da seguinte forma: "Presença de células leveduriformes (pseudohifas) com aspecto
morfológico de Candida sp".
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Protozoários–são organismos eucarióticos de vida livre e parasitários. Os mais comuns são a
trichomonas vaginalis e o shistossoma haematobium. O Trichomonas vaginalis, este
protozoário é responsável por infecções vaginais e pode também infectar a uretra, a bexiga
e a próstata. Nesses casos o protozoário poderá ser, também, observado em amostra de
urina recente, sendo facilmente identificado pela motilidade.
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Unidade: Exame microscópico da urina
Sumario: Componentes do sedimento urinário. Cilindros e cristais
Cilindros
Os túbulos renais normalmente secretam pequenas quantidades de mucoproteínas. Em
condições de baixo fluxo urinário, pH ácido e aumento de solutos, essa proteína acumula-se
e começa a gelificar formando os cilindros. Qualquer substancia presente no túbulo quando
os cilindros são formados, como células ficam presas na proteína daí a substancia acoplada
origina o nome do cilindro.
cilindros são eliminados na urina, onde são visíveis no sedimento. Possuem forma cilíndrica e
extremidades achatadas ou arredondadas, e são classificados segundo a substancia presa no
seu interior. Os cilindros são contados com a objectiva de 10x e classificados com a de 40x.
Cristais
Uma grande variedade de cristais pode ser encontrada na urina. A formação de cristais é
influenciada pelo pH, densidade e temperatura da urina.Ainda que a maioria dos cristais não
tenha significado clínico, existem alguns cristais que aparecem na urina por causa de alguma
desordem metabólica.
Esse é talvez o resultado mais mal interpretado, tanto por pacientes como por alguns
médicos. A presença de cristais na urina, principalmente de oxalato de cálcio, fosfato de
cálcio ou uratos amorfos, não tem nenhuma importância clínica. Ao contrário do que se
possa imaginar, a presença de cristais não indica uma maior propensão à formação de
cálculos renais. Dito isso, é importante destacar que, em alguns casos, a presença de
determinados cristais pode ser um sinal para alguma doença.
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Os cristais com relevância clínica são:
Cristais de cistina – Indicam uma doença chamada cistinúria.
Cristais de magnésio-amônio-fosfato (chamado de cristais de estruvita ou cristais de
fosfato triplo) – podem ser normais, mas também podem estar presentes em casos
de urina muito alcalina provocada por infecção urinária pelas bactérias Protheusou
Klebsiella. Pacientes com cálculo renal por pedras de estruvita costumam ter esses
cristais na urina.
Cristais de tirosina – A presença deles indica doença ou dano hepático. Presentes em
uma doença chamada tirosinemia.
Cristais de bilirrubina – Costumam indicar doença do fígado.
Cristais de colesterol – Costuma ser um sinal de perdas maciças de proteína na urina.
A presença de cristais de ácido úrico, caso em grande quantidade, também deve ser
valorizada, pois podem surgir em pacientes com gota ou neoplasias, como linfoma ou
leucemia. Cristais de ácido úrico em pequena quantidade, porém, são comuns e não
indicam nenhum problema.
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Outras substancias no sedimento urinário
EXAME FÍSICO
Cor —-amarela
Aspecto —-límpido
Densidade —-1.015 (normal varia entre 1015 e 1025)
pH —-5,0 (normal varia entre 5,5 a 7.5)
EXAME QUÍMICO
Glicose —-ausente
Proteínas —-ausente
Cetona —-ausente
Bilirrubina —-ausente
Urobilinogênio—1mg/dlLeucócitos—-ausente
Hemoglobina —-ausente
Nitrito —-negativo
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Bibliografia
Andriolo A, Bismarck ZF. Rins e vias urinárias. In: Andriolo A (org.). Guias de medicina
ambulatorial e hospitalar – EPM-Unifesp – Medicina Laboratorial. 2.ed. Barueri: Manole,
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Strasinger SK, Di Lorenzo MS. O exame microscópico da urina. In: Strasinger SK, Di Lorenzo
MS (eds.). Urinálise e fluidos corporais. 5.ed. São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora,
2009. p.89-138.
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