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Estagio Completo
Estagio Completo
SOCIAL I
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BEM VINDO(A) À DISCIPLINA ONLINE: ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO SERVIÇO SOCIAL I
Nesta disciplina, encontraremos a base teórica com orientações precisas para incentivar o aluno à busca pelo
desenvolvimento de habilidades e ao aprendizado da prática profissional. Faremos uma segunda leitura, após a
já efetivada anteriormente, sobre a legislação, as diretrizes e as documentações gerais que orientam o estágio
social, fundamental para o desempenho cotidiano do seu trabalho. Desta vez, já com o aluno inserido no campo
de estágio, tendo como elemento fundamental o aprendizado mútuo, isto é, visando a aprimorar a troca docente-
discente.
identificação da população alvo e as principais demandas relativas ao serviço social, e os aspectos primordiais
para estabelecer estratégias de ação profissional em consonância com as reais necessidades da população.
Nesta aula, faremos uma segunda leitura sobre a legislação, as diretrizes e as documentações gerais que
assistente social no cotidiano de trabalho. Desta vez, já com aluno inserido no campo de estágio, tendo como
Nesta aula, buscaremos esclarecer a importância da apresentação do aluno ao campo de estágio, e o acolhimento
do mesmo pela profissional responsável pela supervisão. Destacando as observações e atividades iniciais do
AULA 03: Plano de estágio: diretrizes para uma prática profissional qualificada
Nesta aula, apresentaremos as considerações essenciais para a elaboração do plano de estágio supervisionado
planejamento das atividades a partir do compromisso com o aprendizado profissional na experiência de estágio.
Nesta aula, forneceremos orientações sobre o registro do conteúdo resultante da prática profissional a partir da
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Nesta aula, abordaremos a importância da observação participante como um instrumento essencial de coleta de
dados da ação profissional, bem como a valorização da escuta atenta que, no seio do diálogo, permitirá
AULA 06: Atividade teórico-prática supervisionada: valorização da atividade de leitura à observação da prática
profissional.
Nesta aula, procuramos estabelecer a importância da leitura bibliográfica para compreender a prática
principais demandas, entendidos como aspectos primordiais para estabelecer estratégias de ação profissional
Nesta aula, apresentaremos uma síntese dos principais instrumentos utilizados pelo Serviço Social, tais como:
observação participante, escuta atenta (diálogo), entrevista, visita domiciliar e institucional e atividades em
grupo. Será destacada a importância de analisar o conjunto de fatores essenciais a aplicabilidade dos
instrumentos.
Nesta aula, apresentaremos uma reflexão sucinta sobre o processo de trabalho do Serviço Social, para propiciar a
Nesta última aula, abordaremos questões referentes à construção do relatório das atividades realizadas na
BIBLIOGRAFIA
•BURIOLLA, Marta Alice Feiten. Estágio supervisionado. São Paulo: Cortez, 1995.
•CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (7ª Região). Assistente social:
•MAGALHÃES, Selma Marques. Avaliação e linguagem: relatórios, laudos e pareceres. 2ª ed. São Paulo: Veras
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•BAPTISTA, Myriam Veras. Planejamento social: intencionalidade e instrumentalização. São Paulo: vozes Editora,
2000.
•BATISTA, Myriam Veras. O planejamento estratégico na prática profissional cotidiana. In: Serviço Social e
•CONSELHO FEDERAL DO SERVIÇO SOCIAL. Estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos: contribuição
•GENTILLI, Raquel de Matos Lopes. Representações e práticas: identidade e processo de trabalho no serviço
•GUERRA, Yolanda. Instrumentalidade do serviço social. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
•IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São
•IAMAMOTO, Marilda Vilela. Serviço social em tempo de capital fetiche. São Paulo: Cortez, 2007.
•IAMAMOTO, Marilda Vilela. Renovação e conservadorismo no serviço social. São Paulo: Cortez, 2004.
•MOTA, Ana Elizabeth. et alli (Orgs). Serviço Social e saúde: formação e trabalho profissional. 2ª ed. São Paulo:
Cortez; Editora Brasília: OPAS, OMS, Ministério da Saúde; Recife: ABEPSS, 2007.
AVALIAÇÃO
A avaliação é contínua, integradora, com ênfase nos aspectos colaborativos, incluindo tarefas coletivas, e
Suscitar a reflexão sobre a inserção do aluno no campo de estágio, destacando aspectos essenciais do processo
de estágio supervisionado.
Incentivar o aluno ao desenvolvimento das habilidades e a articulação dos conteúdos apresentados nas diversas
disciplinas, visando à análise da experiência no estágio, contribuindo para a compreensão das atividades de
estágio.
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO SERVIÇO
SOCIAL I
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Olá!
Nesta aula, você irá:
1 - Ter uma segunda aproximação com a Legislação, Diretrizes e documentações que respaldam estágio
supervisionado em Serviço Social, considerando que o aluno está dentro do campo de estágio.
2 - Conhecer alguns elementos importantes para o processo de aprendizagem mútua, a partir do processo de
supervisão.
Introdução
Vamos começar a aula, relembrando e esclarecendo que o estágio em Serviço Social é uma atividade curricular
obrigatória, prevista pelas Diretrizes Curriculares para o Curso de Serviço Social, desenvolvidas pela Associação
Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) e orientado pelo Código de Ética Profissional (1993),
pela Lei de Regulamentação da Profissão (1993), pela Resolução 533/2008 do CFESS e pela Política Nacional de
Então, é fundamental que você realize um estágio supervisionado, que é chamado de Curricular, obrigatório,
porque faz parte da grade curricular: é uma disciplina com os objetivos e com uma carga horária definida (Lei nº
Estágio supervisionado
A ABEPSS, no documento Política Nacional de Estágio, explica que o estágio supervisionado no curso de Serviço
Social:
[...] apresenta como uma de suas premissas oportunizar ao (a) estudante o estabelecimento de relações mediatas
compromisso da ação profissional com as classes trabalhadoras, neste contexto político-econômico-cultural sob
hegemonia do capital
É através da experiência de estágio supervisionado que você, estudante, identificará os conteúdos trabalhados
nas diferentes disciplinas para o desenvolvimento de competências e habilidades para o exercício profissional,
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A ABEPSS destaca alguns princípios que devem nortear a realização do estágio em Serviço Social, tais como:
• A indissociabilidade entre as dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa;
• A articulação entre estudantes, professores e assistentes sociais dos campos de estágio, através de uma
constante comunicação, de um diálogo.
Para valorizar as dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa, o aluno deve exercitar
constantemente a prática da leitura, a partir da bibliografia e textos disponibilizados até o momento, bem como
as sugeridas pelas diversas disciplinas e supervisora de campo. Todas as leituras serão fundamentais para que o
aluno possa responder seus questionamentos, contribuindo para construção de uma prática profissional
qualitativa.
Que deve ter uma supervisão sistemática, ou seja, ser acompanhado pelo profissional de campo (devidamente
inscrito em Conselho Regional de Serviço Social da região onde atua), com atividades planejadas e voltadas para o
aprendizado do aluno;
Que o aluno busque saber o que é o plano de estágio, e possa participar da construção deste;
Que o estágio não seja realizado antes que o aluno tenha cursado as disciplinas que o capacitem a analisar a
realidade social, reconhecendo as mais diversas expressões da questão social e tenha adquirido conhecimentos
O estágio deve ser realizado dentro do semestre letivo. Ler com atenção o Manual de estágio.
As atividades no campo não devem ultrapassar 30 horas semanais e a supervisão acadêmica obrigatoriamente
A supervisão no campo de estágio deve contar com um momento aonde o aluno possa sentar com o supervisor e
dialogar sobre a experiência vivenciada, lançando seus questionamentos na perspectiva do aprendizado mútuo.
O processo de supervisão deve ser educativo, onde o supervisor é estagiário aprendem em conjunto, onde há a
troca, a conversa sobre a experiência de trabalho, respaldada em uma teoria, isto é, valorizando ao processo de
teoria-prática.
O supervisor de campo é o responsável pelo acompanhamento do estágio na instituição onde o mesmo se realiza.
O profissional não é obrigado a aceitar um aluno para supervisionar, mas quando solicita um aluno estagiário:
significa que aceitou a atividade de supervisão, devendo se organizar para acompanhar o aluno no campo de
estágio. Esta ação requer o desempenho de papéis, que Buriolla citada por Oliveira (2004, p. 70) destaca: “o
autoridade e o de avaliador.”
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O estágio
Você deve estar perguntando: parte significativa deste material já foi visto? Certíssimo. No entanto, a partir deste
momento você está inserido em um campo de estágio, e rever alguns pontos é fundamental para delimitar e
refletir sobre o papel de todos os envolvidos seja o supervisor, ou você mesmo enquanto aluno-estagiário.
É sempre bom lembrar que o estágio é uma responsabilidade, exigindo uma postura profissional de todos
envolvidos – em especial: supervisor e estagiário. Isso significa um compromisso com a população atendida.
Sendo assim, o estagiário deve justificar ao supervisor de campo quando ocorrer alguma situação em que o
impeça de estar presente na instituição, visando não prejudicar o desenvolvimento das atividades.
Outra situação que os alunos comentam é que têm muitas tarefas a realizar, fazem muitas coisas, mas que nem
sempre sabem o significado. Então o espaço de supervisão é fundamental, o diálogo entre o supervisor de campo
e o aluno é o momento em que os questionamentos devem ser apresentados, falados! É preciso falar as suas
dúvidas e observações para o supervisor, porque por mais disponível que seja nunca irá adivinhar o que passa
Então pergunte, fale, converse sobre o estágio. Este é o momento do aprendizado. Não tenha medo de errar,
porque o medo paralisa o processo de aprendizado. As coisas acontecem e deixamos de acompanhar por medo e
insegurança. Não deixe isso acontecer com você. Então pergunte quando estiver com dúvidas.
Diário de Campo
Finalizamos a aula orientando a todos a adquirir um caderno para o registro da vivência de estágio. Este
instrumento é chamado de Diário de Campo. O aluno deve levar o caderno, seu diário de campo, e fazer as
anotações desde o primeiro dia – como já falado anteriormente. Como se aprende a fazer o diário de campo? A
resposta é simples: fazendo. E a supervisora de campo irá auxiliar, mas não pode deixar de realizar as leituras
das aulas e textos propostos. O Diário de Campo será um importante instrumento para contribuir na elaboração
do relatório de estágio ao final da disciplina. Mas vamos devagar, e respeitando o tempo, o aprendizado é
planejado dentro de um processo pedagógico para que todos possam obter um resultado positivo dentro de uma
“tempestade” de novidades.
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Saiba mais
responsável pela supervisão. Destacando as atividades iniciais dos alunos nos primeiros momentos do estágio.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Relembrou que o estágio é uma atividade curricular obrigatória, com atribuições definidas, constituindo
uma atividade pedagógica que deve ser acompanhada por assistente social (devidamente habilitado).
• Conheceu alguns elementos importantes para o processo de aprendizagem mútua, a partir do processo
de supervisão
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO SERVIÇO
SOCIAL I
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Olá!
Nesta aula, você irá:
1 - Aprender que o aluno está iniciando uma nova experiência, acolhido por uma supervisora de campo.
Introdução
Na aula anterior falamos bastante sobre o papel do supervisor de campo e do aluno-estagiário. Daremos
continuidade à discussão partindo do pressuposto que você já iniciou o estágio. Conforme colocado
anteriormente, nunca é demais lembrar que é preciso levar um caderno para anotações, que chamamos de diário
de campo. Para depois não dizer que se esqueceu de anotar porque não tinha o diário de campo (um caderno). E
anote as informações antes sugeridas. Não se recorda? Então faça uma leitura da aula passada.
A vestimenta no estágio
É importante se apresentar a supervisora de campo, ouvir as colocações, apresentar dúvidas. Os alunos quando
iniciam estágio em um hospital costumam me perguntar se precisam usar jaleco. Então observe nos primeiros
dias: se todos estão usando, e procure debater com o supervisor de campo o significado.
Já nos estágios em outros locais, aonde não precisa de vestuário complementar, a vestimenta deve ser atenta,
Por exemplo: uma vez recebi um aluno quem usava blusa do time de futebol. E sempre orientei que no dia do
estágio evitasse a blusa, porque poderia atender alguém que não concordasse com sua opinião. O aluno disse que
Um dia marcamos uma entrevista com o pai de uma criança, cuja mãe dizia que o pai era agressivo verbalmente
com a filha, desvalorizando as atividades escolares, depreciando a imagem da filha, etc. Após várias tentativas de
atendimento, porque o pai marcava e não aparecia - um dia o pai compareceu ao atendimento. E o estagiário
entrou na sala com a blusa do time. Esse pai imediatamente falou: “não sei o que estou fazendo aqui, ainda tenho
que olhar pra cara desse aí com essa blusa ridícula”. E o canal de diálogo foi abalado por algo que se poderia
evitar.
Outros exemplos:
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Blusa de santos religiosos; bermudas e shorts (tanto homens como mulheres – mas no verão algumas
repartições pública libera a bermuda comprida). O estágio é um local de trabalho, e como tal é preciso observar
este aspecto.
Horário de estágio
profissional, esta informação deve ser verificada antes do aceite para o campo de estágio.
Vamos trabalhar com muitos exemplos nesta aula, porque não há bibliografia específica. Voltando ao exemplo: se
ambos entram no acordo que o estágio será aos sábados, então ambos devem reservar este tempo para a
atividade de estágio supervisionado. Conciliar as atividades de estudos e trabalho é pesado, bem cansativo, mas
Conhecendo a dinâmica
O estagiário está se aproximando, gradativamente, da realidade de trabalho do Serviço Social. Neste primeiro
momento, sugerimos ao estagiário conhecer os profissionais mais próximos, nomes dos colegas de trabalho, suas
respectivas funções. Levantamento dos setores existentes e atividades desenvolvidas. E peça ao supervisor de
Vamos a mais um exemplo: se você vai fazer estágio em um hospital, qual a leitura mais apropriada para auxiliar
nesta primeira aproximação? Ou se o estágio é em uma organização não governamental, qual a bibliografia mais
sugestiva de acordo com área de atuação? Mas pode acontecer de você encontrar algum livro ou material na
Internet. Antes de realizar a leitura ou comprar o livro, converse com a supervisora de campo sobre a qualidade
do material.
conhecer a dinâmica de suas ações e, aos poucos, desenvolver uma rotina que irá facilitar a interação sócio-
Vamos aprender sobre a instituição? Busque saber se existem documentos aonde possa encontrar o histórico da
instituição, missão, valores, serviços oferecidos, etc. Você perguntou à supervisora se existem registros com
estas informações?
Alguns alunos relatam que não foram encontrados registros em alguns campos de estágio, cabendo ao estagiário
construir parte desse conhecimento, perguntando, buscando e registrando para posteriores análises.
Por exemplo: um estagiário iniciou suas atividades em uma creche comunitária, em uma favela. A assistente
social estava na instituição há pouco mais de um ano e, com poucos recursos, havia instituído um espaço para o
Serviço Social de forma bem qualitativa. Na ocasião, o aluno ficou inseguro quanto à inexistência de registros
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sobre a instituição e o trabalho desenvolvido, mas a partir da experiência de estágio (com outros estagiários)
construíram um planejamento para resgatar a história da instituição, bem como analisar a experiência de
estágio. A partir da vivência de estágio, elaborou o objeto de estudo para monografia, refletindo sobre a
experiência de realização dos grupos focais com as mães da creche. Agora, imagina se o aluno desiste do estágio,
no primeiro desafio, por medo e insegurança quanto à falta de informações sobre o histórico da instituição. Iria
A atividade de coleta de dados, em geral, inicia-se por uma aproximação preliminar exploratória que busca
levantar informações que irão compor um primeiro quadro de situação geral. A proposta é ler a documentação
existente (relatórios e planos) e formular questões para o momento da supervisão, que ajudarão na reflexão
A prática social
Iamamoto (2004, p. 114) nos diz que a trajetória do Serviço Social enquanto profissão apresenta um arsenal de
mitos hoje presentes na compreensão da prática social e, mais especificamente, da prática profissional. Como
A prática social apreendida na sua imediaticidade, como um dado, que teria o poder
miraculoso de revelar-se a si mesma, como coisa ‘natural’. Essa naturalização da vida social
A prática social
Podemos compreender a exposição de Iamamoto(2004) como uma real preocupação, onde o fazer profissional
do assistente social não pode ser entendido como uma atividade que qualquer pessoa pode desempenhar, a
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partir do domínio puro da técnica, sem a realização de uma leitura crítica da realidade. É preciso fugir da prática
“profissional” imediatista, sem planejamento, isenta do olhar crítico construtivo, cujo objetivo é apenas a
A prática social não se revela na sua imediaticidade. É preciso estudar, realizando uma leitura crítica das
As sessões plenárias do XIX Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais produziram valiosas considerações
trabalhador assalariado, articulando-o às lutas mais gerais dos trabalhadores frente as reformas
- apoiar o aprofundamento teórico-metodológico como base para a leitura dos trabalhos realizados,
Diante do que foi colocado, constatamos que o Serviço Social é uma profissão dinâmica inserida no próprio
O assistente social deve modificar a sua forma de atuação profissional, em decorrência da demanda que lhe é
colocada. É necessário acompanhar o movimento da sociedade e perceber os novos espaços como possibilidades
Isto é, cabe ao profissional ir além do imediatismo, assumindo uma postura de investimento no processo de
apreensão da realidade concreta e das mudanças sociais em movimento, buscando identificar novas
A partir da valorização da qualificação continuada (Qualificação continuada significa assumir a ação investigativa
na busca da organização de novas possibilidades de intervenção. É a atitude investigativa que permite desvendar
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o ponto central do problema. Lembra-se que a teoria fundamenta a prática e encontra-se no nível da abstração,
do pensamento, já o método norteia a prática.) para desenvolvimento de novas competências e habilidades, será
O atual quadro social brasileiro pede por uma atuação profissional consistente, que intervenha sobre os novos
desafios postos a cada dia. Por isso o assistente social deve estar em permanente atualização para oferecer
É preciso romper com a idéia de que “qualquer um” tem condição de fazer o que o Serviço Social faz e mostrar
qual é o produto do trabalho profissional, apropriando-se das ferramentas gerenciais e tecnológicas, de registro
e documentos. Em outras palavras, é preciso entender que, nesse momento histórico, o fazer profissional está
política e pedagógica. E o “como fazer” (investigativo, técnico-operativo e pedagógico) precisa ser trabalhado a
Saiba mais
•O estágio tem que ser programado, planejado, e o ensino da aprendizagem tem que ser gradual.
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu que o aluno está iniciando uma nova experiência, acolhido por uma supervisora de campo.
• Aprendeu que o aluno, estagiário, também tem que cumprir o seu papel: na condição de aprendiz,
estando disponível ao processo de estágio a partir de uma aproximação gradativa da realidade de
trabalho dos assistentes sociais.
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO SERVIÇO
SOCIAL I
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Olá!
Nesta aula, você irá:
Introdução
Na aula anterior aprendemos que o estágio supervisionado propicia ao aluno uma aproximação gradativa a
realidade de trabalho do assistente social. Mas pra isso é preciso apresentar um plano de trabalho. Neste caso,
das etapas do estágio supervisionado, delimitando o período (data estimada), as atividades, os objetivos, a
metodologia e as leituras necessárias ao aprendizado do aluno. O qual poderá ser adaptado as necessidades que
Plano de estágio
É o um plano do que se pretende estudar e fazer, ou melhor, é a apresentação do que se dever aprender ao final
da experiência de estágio; para que se possa aprofundar, ou melhor, planejar as etapas ao longo do processo de
estágio supervisionado.
Por exemplo, no primeiro mês do estágio você poderá se dedicar ao levantamento de informações sobre a
história da instituição. No plano serão registradas as ações necessárias para o alcance deste objetivo,
delimitando o tempo para executá-las, garantindo o tempo de debate com a supervisora de campo.
Outro exemplo: Aprender a entrevistar (objetivo). Então vamos exercitar! O que é preciso fazer para aprender a
entrevistar o usuário no primeiro atendimento? Verificar se realizou a leitura dos principais textos sobre o
assunto, observar a realização de uma (ou várias) entrevista(s), debater com a supervisora de campo sobre a
o objetivo de cada pergunta) e valorizar o diálogo enquanto instrumento principal neste processo.
Na elaboração do plano registra-se de forma pontual para que se possa aprofundar, posteriormente com o
desenvolvimento do planejamento das ações. Um roteiro simples de plano de trabalho e que pode ser utilizado
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São vários os motivos para valorizarmos o momento de elaboração do plano de estágio, apresentamos alguns:
• Facilita o acompanhamento, a supervisão e o controle do planejamento pedagógico por parte de todos
envolvidos.
• Possibilita a rápida alteração/atualização do plano de estágio, que deve ser colocado imediatamente à
disposição das partes interessadas.
• Facilita e incentiva a participação de todos no planejamento das ações, permitindo a todos o acesso ao
plano de estágio.
• Facilita a vida do supervisor e do aluno, que poderá, mês após mês, atualizar e aprimorar o conteúdo
realizado.
Objetivo do estágio supervisionado
atuação profissional, promovendo a articulação entre teoria e prática e a busca de soluções para situações-
assistentes sociais, que (re) pensem seu trabalho e estimulem o desenvolvimento do pensamento crítico e
científico.
As atividades delimitadas no plano de estágio devem estar comprometidas como o aprendizado do aluno, o
incentivando a:
Articular teoria e prática de forma sistematizada, propiciando o saber, o fazer e a compreensão do que se fez,
Atuar como agente de integração entre o conhecimento científico e o senso comum, promovendo a analise crítica
institucionais e promover a construção de conhecimento e responder a demanda da população alvo dos serviços.
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O aluno-estagiário deverá desempenhar suas atividades numa perspectiva de reflexão na ação e sobre a ação, de
modo a formar-se como um profissional reflexivo que paute sua prática em dimensões éticas e políticas, de
realidade e na identificação das situações que possam tornar-se objeto da proposta de aprendizado profissional.
Alguns elementos que deverão estar registrado no plano de estágio são: as reuniões de orientação de estágio
para reflexão e análise das informações obtidas; setores em que o aluno-estagiário atuará; e forma de
Sabemos que no cotidiano de trabalho ocorrem alguns empecilhos que podem atrasar os prazos estimados, mas
o acompanhamento sistemático das ações faz com que o plano seja flexível a garantia do aprendizado do aluno.
Após o exercício de elaboração do Plano de Estágio, delimitando as diretrizes a serem desenvolvidas ao longo do
O próximo passo é o planejamento mesmo das atividades. Aprofundando “o como fazer?”, “como atingir o
objetivo proposto?” para um resultado satisfatório, valorizando as etapas de execução das atividades delimitadas
Sobre o planejamento das atividades delimitadas no plano, Baptista (2000, 13) fala que o temo refere-se ao
processo permanente e metódico de abordagem racional e científica de questões que se colocam no mundo
social.
Sobre o tema Planejamento Social, cabe uma reflexão sobre as contribuições de Baptista - daremos destaque ao
trabalho sob o título "Planejamento Social: intencionalidade e instrumentalização", registrada nas referências
"o planejamento se refere, ao mesmo tempo, à seleção das atividades necessária para atender as
condicionantes impostos a cada caso (recurso, prazos e outros); diz respeito, também, à decisão
sobre os caminhos a serem percorridos pela ação e às providências necessárias à sua adoção, ao
Baptista apud Ferreira (2000, 15) nos diz que o planejamento se organiza por operações complexas e
interligadas, e aponta alguns aspectos que devem ser considerados quando do planejamento. São eles:
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• De reflexão
• De decisão
• De ação
Relacionada à execução das decisões. É foco central do planejamento. Orienta-se por momentos que a
antecedem e é subsidiada pelas escolhas efetivas na operação anterior, quando aos necessários
processos de organização;
• De retomada da revisão
Operação de crítica dos processos dos efeitos da ação planejada, com vistas ao embasamento do
Aprendemos que o plano e planejamento são etapas complementares no cotidiano profissional, mas vamos
Plano
O plano delineia as decisões de caráter geral, deve ser formulado de forma clara e simples para nortear o
Planejamento
O Planejamento é o processo de planejamento das ações, momento de tomar decisões a respeito do trabalho a
ser feito. Planejamento envolve muita reflexão antes, durante e depois. É um processo que não tem fim. Como
colocado anteriormente, pode até chegar a exigir que se mude o plano proposto se o andamento do trabalho
Na atualidade, alguns requisitos para garantir a qualidade da formação profissional do assistente social são a
busca pelo fortalecimento da formação de um profissional criativo, propositivo que tenha competência e
agilidade na pesquisa e no desvendamento da realidade, apreendendo a dinâmica dos processos sociais na sua
totalidade. Espera-se a superação da visão fragmentada, praticista e determinada unicamente pelos interesses da
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Partindo deste ponto de vista, propõe-se uma ampliação da proposta de educação, contribuindo para que todos
tenham acesso a dados, informações, fatos permitindo que estes possam analisar relacionar, escolher, organizar
Para podermos compreender a crescente cumplicidade dos fenômenos mundiais, e dominar o sentimento de
incerteza que suscita, precisamos, antes, adquirir um conjunto de conhecimentos e, em seguida, aprender a
A educação manifesta aqui, mais do que nunca, o seu caráter insubstituível na formação da capacidade de
analisar. Facilita uma compreensão verdadeira dos acontecimentos, para lá da visão simplificadora ou
A necessidade por educação e a luta que ela ocasiona, pode gerar uma transformação da realidade social e isso é
tarefa dos homens que compõem a luta e neste sentido, a realidade social, não existe por acaso, mas como
Saiba mais
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O que vem na próxima aula
•A construção do diário de campo.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Conheceu os elementos essenciais para a elaboração do plano de estágio supervisionado atrelado ao
compromisso com o aprendizado profissional.
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO SERVIÇO
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Olá!
Nesta aula, você irá:
O diário de campo é um instrumento utilizado pelos pesquisadores para registar os dados recolhidos e possíveis
de serem interpretados. Sendo assim, o diário de campo é um instrumento que permite sistematizar as
Devemos considerar que cada pesquisador desempenha de uma forma a hora de registrar em seu diário de
campo. Então, no momento do registro, pode-se anotar ideias desenvolvidas, frases isoladas, transcrições, mapas
e esquemas, por exemplo. O que importa mesmo é que o pesquisador possa apontar no diário aquilo que vê e
observa ao longo do seu processo de aprendizado ( no estágio supervisionado) para depois analisar e estudar.
Certamente, os apontamentos oriundos do diário de campo não têm necessariamente que descrever em
detalhtes a realidade em si, mas antes a realidade vista a partir do olhar do pesquisador, com as suas percepções,
bagagem terórica e a sua visão de mundo até o momento. Por isso, pode-se afirmar que, mesmo que dois
pesquisadores (ou aluno-estágiário) trabalhem em conjunto sobre o mesmo tema (realizando estágio no mesmo
De acordo com os especialistas, recomenda-se que o diário de campo seja dividido em dois momentos. Desta
forma, o pesquisador pode incluir, num lado, tudo o que diz respeito às observações realizadas por si e, no outro,
as suas impressões ou conclusões. Também é interessante que, ao fim do dia, o pesquisador se reúna com os
seus colegas de trabalho de modo a partilharem ideias e trocarem impressões podendo ser úteis para o diário.
No caso da aluno-estagiário, trata-se do momento mesmo da supervisão. Onde senta-se com o supervisor para
Devemos considerar que o diário de campo pode ser o primeiro passo dos ensaios, das reflexões e dos livros que
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O diário de campo é uma das documentações mais importantes ao processo de estágio supervisionado, devendo
fazer parte da vida acadêmica do aluno. É um instrumento de registro diário e, segundo Minayo (1993:100), nele:
“(...) constam todas as informações que não sejam o registro das entrevistas formais. Ou seja, observações sobre
conversas informais, comportamentos, cerimoniais, festas, instituições, gestos, expressões que digam respeito ao
tema da pesquisa. Falas, comportamentos, hábitos, usos costumes, celebrações e instituições compõem o quadro
Fique ligado
Isso significa que o aluno-estagiário deve registrar no diário de campo, em tempo real,
atitudes, fatos e fenômenos percebidos no campo de estágio. Por meio destes registros,
posteriormente, podem-se estabelecer relações entre a vivência do estágio e a base teórica
oferecida na academia.
Os registros devem ser feitos diariamente, sempre datados, sinalizando os sujeitos envolvidos, o local, a situação
observada etc. Ao ingressar em uma instituição para estagiar, a orientação é para que o aluno:
• Tenha um caderno para elaborar o seu diário de campo, identificando-o com seu nome, dados da
instituição (nome, endereço, e-mail e telefone da instituição), setor (programa/projeto) em que se insere,
nome da supervisora, período dos registros (início e fim).
• Realize uma pesquisa bibliográfica acerca da área de atuação da instituição. Ex: estágio em um Centro de
Referência da Assistência Social (CRAS). Área de ação: Assistência Social. Ação do Assistente Social no
Programa Bolsa Família. Recorte teórico-operacional: Assistência Social, Políticas Públicas, Políticas
Sociais. O aluno deverá buscar textos sobre os temas antes relacionados e as leis que regulamentam a
ação da instituição e do Assistente Social.
• Faça o levantamento da história da instituição e da inserção do Serviço Social.
• Organize uma lista das fontes de consulta, considerando as normas da ABNT (livros, leis, sites, jornais,
revistas, folders etc.).
Nesse sentido, Mioto (2007) nos diz que a documentação não pode ser negligenciada no contexto do exercício
planejamento, da qualificação das ações profissionais, bem como da sua importância ao alicerçar a produção de
conhecimento. Desse modo urge a necessidade de incorporá-la no cotidiano profissional, nos mais diferentes
A partir das considerações sobre o diário de campo, a expectativa e para fazer uso deste como mais uma
ferramenta de aprendizado. Então, o diário de campo consiste em uma forma de registro de observações,
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comentários e reflexões para uso individual do aluno. Pode ser utilizado para registros de atividades de
Desse modo, o diário de campo deve ser usado diariamente para garantir a maior sistematização e detalhamento
possível de todas as situações ocorridas no dia durante a intervenção. Quanto mais utilizar o seu diário de
Mioto (2007) sugere uma forma de registro. E fala que o diário de campo pode ser organizado em três partes:
1. descrição;
3. registro das conclusões preliminares, das dúvidas, imprevistos, desafios tanto para um profissional específico e
das informações sobre o cenário onde o aluno está estagiando e onde estão envolvidos os demais sujeitos. Neste
instrumento, é possível registrar todas as informações que não sejam aquelas coletadas em contatos e
As anotações descritivas realizadas em diário de campo são para servirem de suporte na análise e planejamentos
das ações. É o primeiro passo para avançar na explicação e compreensão da realidade em seu contexto. As
anotações de cunho analítico-reflexivo indicam quais as questões que devem ser aprofundadas.
As informações, tanto de natureza descritiva como reflexiva, são o conteúdo do diário de campo, costurando os
retalhos de todo o processo de desenvolvimento de uma pesquisa e/ou dos processos de intervenção
O diário de campo oferece subsídios para a intervenção crítica no real e para a orientação da ação profissional.
Isso se o diário for considerado como “um documento pessoal-profissional no qual o aluno fundamenta o
E o que mais pode ser anotado no diário de campo? As dúvidas e dificuldades são extremamente bem-vindas.
Estas devem ser registradas e consideradas como elementos importantes no cotidiano profissional porque
O registro detalhado da intervenção no diário de campo permite observar e analisar criticamente como se
frente ao serviço, como também as limitações do serviço frente às demandas concretas dos usuários.
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Portanto, o diário de campo, os relatórios, prontuários, protocolos de serviço e de atendimento, enfim, toda a
forma de documentação só adquire sentido se são úteis tanto para os profissionais quanto para a instituição
porque, mais do que apenas guardar ou arquivar informações, deve incidir positivamente nos processos de
O propósito é utilizar o diário de campo em um instrumento de aprendizagem, onde o aluno interage com a
realidade de forma sistematizada e ativa, como principal ator do processo de construção do conhecimento. O
ensino de novos conteúdos deve permitir que o aluno se desafie a avançar nos seus conhecimentos. O exercício
da análise crítica levará o aluno a ultrapassar a sua experiência, os estereótipos, as sínteses anteriores etc.
Saiba mais
profissional, bem como a valorização da escuta atenta na perspectiva da garantia do exercício do diálogo.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Entendeu o que é o instrumento diário de campo.
• Identificou a função do diário de campo enquanto instrumento agregador no processo de aprendizagem.
-5-
ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO SERVIÇO
SOCIAL I
-1-
Olá!
Nesta aula, você irá:
Considerando que uma aula é complementar a anterior, esta apresenta um conteúdo que contribui sobremaneira
na elaboração do diário de campo. Mas antes precisamos apresentar o que é a observação participante.
Observação participante
A observação participante foi introduzida pela Escola de Chicago, nos anos 1920, tendo sido duramente
contestada pelos pesquisadores experimentais, e abandonada por décadas. Seu resgate atual, no entanto, auxilia
Após sua recuperação, porém, o método é banalizado e utilizado de forma indiscriminada, sem o rigor
metodológico que esse procedimento exige em relação à coleta, registro e interpretação pertinentes e coerentes
com a realidade estudada. Em muitos casos, a observação participante passa a ser relacionada a interpretações
O antropólogo inglês Branislaw Malinowski revolucionou a Antropologia nas três primeiras décadas do século
É no universo científico que a construção sistemática da observação participante se torna cada vez mais
evidente, uma vez que essa técnica modifica a ação do observador que, ao integrar o grupo que vivencia a
realidade social, propicia interações que contribuam para a mudança de comportamento do grupo observado.
A técnica de observação participante caiu no esquecimento por alguns anos, até ser novamente introduzida no
meio acadêmico na década de 1990, sendo, a partir de então, considerada um processo pelo qual a interação da
teoria com a prática concorre para a transformação ou implementação do meio pesquisado – neste caso: o
Com o auxílio da observação participante, o estagiário poderá analisar a realidade social que o rodeia, tentando
compreender os conflitos e tensões existentes e identificar grupos sociais que têm em si a sensibilidade e
-2-
De acordo com Richardson (1999), o processo de observação participante segue algumas etapas essenciais.
• 1ª etapa
Na primeira etapa, há a aproximação do observador ao grupo social em estudo. Esse é um trabalho longo
e difícil, pois o observador precisa trabalhar com as expectativas do grupo, além de se preocupar em
destruir alguns bloqueios, como a desconfiança e a reticência do grupo. Nessa fase, é necessário que o
observador seja aceito em seu próprio papel, isto é, como alguém externo, interessado em realizar,
juntamente com a população, um estudo. Diante disso, pode-se dizer que a verdadeira inserção implica
uma tensão constante do observador em razão do risco de identificação total com a problemática e o
Sobre este último aspecto é sempre bom lembrar que a participação em uma realidade até então
desconhecida exige uma aproximação, que exige paciência e honestidade, é a condição inicial necessária
• 2ª etapa
Já na segunda etapa, Richardson (1999) diz que é preciso realizar um esforço do pesquisador em possuir
uma visão de conjunto da comunidade objeto de estudo. No caso do estágio, substituímos o espaço da
comunidade pelo espaço do estágio supervisionado. Então o autor coloca que essa etapa pode ser
operacionalizada com o auxílio de alguns elementos, como o estudo de documentos oficiais – como já
falamos na aula anterior -, reconstituição da história do grupo e do local, observação da vida cotidiana,
realização de entrevistas não diretivas com as pessoas que possam ajudar na compreensão da realidade.
Os dados devem ser registrados imediatamente no diário de campo, para não haver perda de
informações relevantes e detalhadas sobre os dados observados. Caso não seja possível o registro
imediato, sugere-se o uso do recurso de filmagens, fotos ou entrevista – Mas sempre com o
• 3ª etapa
Richardson (1999) aponta que após a coleta dos dados, passa-se à terceira fase, na qual é preciso
sistematizar e organizar os dados, o que corresponde a uma etapa difícil e delicada. A análise dos dados
deve informar ao observador a situação real do grupo e sobre a percepção que este possui de seu estado.
Se todas essas etapas forem seguidas adequadamente, pode-se afirmar que o trabalho terá êxito,
-3-
favorecendo o conhecimento da realidade social, bem como estimulando o crescimento do grupo de
Para os assistentes sociais, os resultados obtidos a partir da análise dos dados devem servir de base para
Realização da observação
A observação participante é uma técnica de orientação quanto ao que será observado (pesquisado) ao participar
supervisionado.
estagiário buscará o seguinte aprendizado no campo: ser capaz de estabelecer uma relação de confiança com
todos envolvidos; ter sensibilidade para pessoas; ser um bom ouvinte; ter familiaridade com as questões
investigadas, com preparação teórica sobre o objeto de estudo ou situação que será observada; ter flexibilidade
para se adaptar a situações inesperadas; não ter pressa de adquirir padrões ou atribuir significado a realidade
observada; elaborar um plano sistemático e padronizado para observação e registro dos dados; ter habilidade
em compreensão dos dados; verificar e controlar os dados observados; e relacionar os conceitos e teorias
Os observadores
Os observadores participantes se inserem na situação estudada (observada) e na vida das pessoas que estudam
e, embora nos registros de campo os nomes sejam fictícios (justificativa ética), os sujeitos da pesquisa são reais e
se conhecem uns aos outros. Então é primordial valorizar o ser humano, respeitando todos envolvidos na
realidade. Cabe ao aluno sempre deixar claro que é estudante, estagiário, apresentando se em uma postura de
A observação e a participação tanto pode ser uma participação distanciada e ligeira (Caso de uma reportagem
sobre uma conferência ou sobre outra qualquer prática social; ou da observação presencial de aulas.), como uma
participação mais profunda e mais integrada (como é o caso do estágio supervisionado) que propicia o uso da
Tempo de duração
-4-
O tempo é também um pré-requisito para os estudos que envolvem sobre a uma dada realidade, bem como a
ação de grupos sociais. Para se conhecer a história e comportamento das pessoas e de grupos é necessário
observá-los por um longo período e não num único momento. Por isso é recomendável permanecer no mesmo
A importância do diálogo
Além de Rubem Alves (sobre quem você leu no arquivo da tela anterior) outra referência para a Educação do
Brasil é Paulo Freire. Para este Educador, o diálogo é o elemento chave para alcançar a conscientização e
transformação da realidade. É preciso ouvir a todos, nossa voz interna, os profissionais envolvidos na realidade
do estágio supervisionado, e em especial: os usuários, a população, com quem queremos estar para participar da
transformação social.
O diálogo com a população, e o cunho educativo da ação do Assistente Social no cotidiano profissional, não
podemos deixar de citar o livro Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire. Neste livro, autor propõe uma
pedagogia da classe dominante, que contribua para a sua libertação e sua transformação em sujeito consciente e
autor da sua própria história através da práxis enquanto unificação entre ação e reflexão.
Nesta pedagogia, o educador – e aqui podemos entender como o assistente social, também -, através de uma
educação dialógica problematizante e participante, procura conscientizar e capacitar o povo para a transição da
consciência ingênua à consciência crítica com base nas fundamentações lógicas do oprimido. Assim, caracteriza-
se por um movimento de liberdade que surge a partir dos oprimidos, sendo a pedagogia realizada e concretizada
-5-
Exercitar o diálogo é realizar uma escuta atenta, ouvir o que o outro está falando para que possamos falar
(retornar) interagindo com o conteúdo apresentado. É no diálogo com o outro e posteriormente consigo mesmo
E o diálogo consigo mesmo é a busca pela compreensão da sua própria inserção no contexto social, criando
propostas de participação na luta coletiva em prol da transformação social. E valorize as suas curiosidades,
pensamentos, questionamentos, buscando dialogar sobre a experiência de estágio supervisionado sejam consigo
mesmo (a partir das leituras realizadas), ou com seus interlocutores (professores, supervisores, colegas de
estágio ou de turma).
Concluindo
Todo material coletado através da observação participante, registrado principalmente no diário de campo, bem
como aqueles obtidos através de uma escuta atenta, do diálogo e aproximação com todos envolvidos no contexto
do estágio supervisionado, será analisado a partir da leitura bibliográfica sobre a área profissional, textos e
livros sugeridos na faculdade, ou através da indicação de leitura orientada pela supervisora de campo.
Saiba mais
Sugerimos um exercício para treinar a observação e escuta. Assista ao filme. Destaque as falas
e imagens que chamam mais a sua atenção. E busque compreender como essa experiência,
uma história real, pode acrescentar ao seu aprendizado profissional. Escute as falas, observe os
comportamentos, valores, atitudes e imagens, buscando o sentindo para cada personagem.
Filme: Coach Carter - Treino para a Vida 2010-05-22 Francisco
Título original: (Coach Carter)
Lançamento: 2005 (Alemanha, EUA)
Direção: Thomas Carter
Atores: Samuel L. Jackson, Rob Brown, Robert Richard, Rick Gonzalez.
Duração: 136 min
Gênero: Drama
A história real e inspiradora de um treinador que decide mostrar os diversos aspectos dos
valores de uma vida ao suspender seu time campeão por causa do desempenho acadêmico dos
atletas. Dessa forma, Ken Carter recebe elogios e críticas, além de muita pressão para levar o
time de volta às quadras. É aí que ele deve superar os obstáculos de seu ambiente e mostrar
aos jovens um futuro que vai além de gangues, prisão e até mesmo do basquete.
-6-
O que vem na próxima aula
•A importância da leitura bibliográfica para a compreenção da prática profissional.
•O estudo da instituição, identificação da população alvo e principais demandas, aspectos primordiais para
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu o que é a observação participante.
• Entendeu a importância da escuta atenta e do exercício do diálogo no processo de aprendizado
profissional.
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO SERVIÇO
SOCIAL I
-1-
Olá!
Nesta aula, você irá:
Aprender é criar a possibilidade para que uma pessoa tenha iniciativa para buscar as fontes de conhecimento
que está à sua disposição na sociedade. A vida é caracterizada por vários canais de informações. Para todo lado
que olhamos, nos deparamos com alguns desses canais, seja: televisão, rádio, cinema, jornais, revistas, cartazes,
Essas informações também podem estar também armazenadas em arsenais específicos: livrarias, bibliotecas,
museus, salas de espetáculos, centro culturais, circos, escolas, monumentos históricos, prédios públicos, fábricas,
empresas, laboratórios, jardins, zoológicos, supermercados, shoppings centers, jardim botânico, estações de
Mas é preciso desenvolver o olhar crítico que lhe permita desviarem-se as informações inúteis, sem base
científica, ou pouco comprometida com a evolução humana. E preciso desenvolver habilidades para reconhecer,
A prática da leitura
profissão, do objeto de trabalho e das atuais condições de vida e trabalho. Então valorize a leitura, reserve um
tempo para a realização da leitura bibliográfica indicada nas diversas disciplinas, escolha um livro e comece a
leitura.
Os alunos costumam dizer: “São muitos livros, o que devo ler primeiro?”. É verdade! São muitos livros, mas o
importante é começar a ler. Depois a sua curiosidade irá apontar o próximo livro, de acordo com a bagagem de
leitura e experiência que for adquirindo. Uma aula de cada vez, um texto de cada vez, um livro de cada vez. E
quando menos esperar, já se tornou um leitor nato, sabendo selecionar materiais de qualidade.
-2-
A realização do estágio supervisionado é para o aluno um momento de observação e estudo sobre a profissão
escolhida. É uma pesquisa sobre a profissão e seus demais conteúdos. Veremos aqui, como a pesquisa é uma
atividade que, embora não pareça, está presente em diversos momentos do quotidiano, além de ser requisito
Então ler a bula de um remédio antes de tomá-lo é pesquisar. Recorrer ao manual de instruções de um aparelho
eletrônico também. Remexer papéis velhos atrás daquela preciosa receita de bolo da madrinha Miriam é fazer
pesquisa. A eterna dificuldade de consultar em dicionário ou um catálogo telefônico é ou não é uma tarefa de
pesquisa?
Pesquisar é a investigação feita com o objetivo expresso de obter conhecimento específico e estruturado sobre
um assunto preciso. Pesquisa está presente no dia-a-dia, seja no desenvolvimento da ciência, no avanço
A pesquisa social
O projeto de pesquisa do aluno-estagiário é aprender sobre o fazer profissional do Assistente Social, buscando
O desejo de conhecer é um servo do desejo de prazer. Conhecer por conhecer é um contra-senso. Você está
realizando estágio supervisionado para conhecer uma profissão do qual escolheu exercer.
Utilize a pesquisa social a seu favor, ser organize para estudar sobre a profissão que escolheu seguir. Como antes
colocado, reserve um tempo para a leitura para as aulas e bibliografia indicada, desenvolvendo os exercícios
propostos.
Minayo (2003) nos diz que pesquisa veicula pensamento e ação, e que “Nada pode ser intelectualmente um
problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática. As questões da investigação estão,
Em outras palavras, estudamos sempre algo que aconteceu na vida prática, no dia-a-dia, no cotidiano, e que se
apresenta como um problema, algo que nos desafia a compreensão, uma curiosidade a ser respondida para
Teoria
-3-
Por outro lado Minayo (2003, 19) fala que as proposições de uma teoria devem Ter três principais
características:
• Serem capazes de sugerir questões reais.
• Serem inteligíveis.
• Representarem relações abstratas entre coisas, fatos, fenômenos e/ou processos.
O que isso tudo quer dizer?
Precisamos para analisar e compreender a realidade que estamos vivenciando, em especial o objeto de
investigação/estudo. A leitura nos possibilita clareza na organização dos dados, sendo fundamental na análise
A teoria, a bibliografia selecionada deve ser capaz de sugerir questões reais, ou seja, permitir uma compreensão
da realidade apresentada, inteligíveis, isto é, compreensíveis, e representarem relações abstratas entre coisas,
fatos, fenômenos e/ou processos – a leitura realizada deve apresentar um sentido frente à realidade estudada.
Pesquisa qualitativa
Estudar sobre o Serviço Social e o universo que pertence à especificidade da profissão requer o conhecimento da
pesquisa social qualitativa, isto é, pesquisar uma realidade que não pode ser quantificada. Minayo (2003) nos diz
“Trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde um
espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à
desta disciplina.
-4-
Fase do Sobre a fase do tratamento do material, os dados e informações coletadas serviram para
do material
Para Vasconcelos (1997, 145), o levantamento sobre as demandas apresentadas ao Serviço Social leva o
Que demanda (s) apresenta? Que clareza tem dela (s)? Como visualizam dentre suas necessidades e
prioridades?
Link
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon468/docs/11PS_aula06_doc01.pdf
Finalizando
teórico-metodológicas, mas tendo como base a qualidade das conexões que os profissionais estabeleçam com a
realidade objeto da ação profissional, o que passa por uma relação consciente entre o pensamento e ação.
Saiba mais
-5-
• Busque materiais e relatórios sobre a instituição onde realiza estágio. Pergunte
a supervisora de campo onde pode encontrar as documentações (históricos,
relatórios, levantamentos, pesquisas, estatísticas, programas e projetos da
instituição e do Serviço Social).
• Caso não tenha material escrito, você pode perguntar a supervisora quem pode
responder essas questões. E entrevistar alguém que tenha participado da
fundação da instituição, ou que tenha essas informações porque teve a
oportunidade de conhecer os fundadores. Você pode auxiliar no resgate da
história e valorizar as pessoas de fundamental importância para existência do
trabalho oferecido nos dias atuais.
• No segundo momento, busque as fontes onde possa realizar o levantamento
das principais demandas apresentadas ao serviço social – procurando destacar
qual o perfil da população quem procurar os serviços oferecidos (quantitativo
de pessoas na família, formação educacional, faixa etária, sexo, local de moradia,
se possui benefício ou está inserido em programa governamental, etc.).
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu que a leitura é um exercício primordial no aprendizado de uma profissão.
• Estudou sobre a importância da unidade entre a teoria e a prática, que esta não será obtida no serviço
social apenas a partir de referencias teórico-metodológicas, mas tendo como base a qualidade das
conexões que estabeleçam com a realidade objeto da ação profissional, o que passa por uma relação
consciente entre o pensamento e ação.
-6-
ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO SERVIÇO
SOCIAL I
-1-
Olá!
Nesta aula, você irá:
1. Reler sobre os principais instrumentos utilizados pelo Serviço Social no cotidiano profissional.
2. Estudar sobre o conjunto de fatores essenciais a aplicabilidade dos instrumentos, a partir da perspectiva da
Premissa
Esta aula tem como objetivo incentivar a reflexão sobre a instrumentalidade do Serviço Social, pois a pertinência
Fique ligado
É preciso prestar atenção na diferença entre instrumentalidade e instrumentos do Serviço
Social. Ao final desta aula iremos relembrar alguns dos principais instrumentos utilizados pelo
Serviço Social, tais como: observação participante, escuta atenta (diálogo), entrevista,
atividades em grupo, visita domiciliar e institucional.
Instrumentalidade
De acordo com Guerra (2005), a instrumentalidade é uma propriedade e/ou capacidade que a profissão vai
Ao alterarem o cotidiano profissional e o cotidiano das classes socais que demandam a sua intervenção,
instrumentos para alcance dos objetivos profissionais, os assistentes sociais estão dando instrumentalidade ás
suas ações.
Ordem Instrumental
Continua Guerra (2005) dizendo que se muitas das requisições da profissão são de ordem instrumental (Em
-2-
imediatas no contexto empírico.), exigindo respostas instrumentais, o exercício profissional não se restringe a
elas.
Com isso, queremos afirmar que reconhecer e atender ás requisições técnico-instrumentais da profissão não
significa ser funcional á manutenção da ordem ou ao projeto burguês. Isto pode vir a ocorrer quando se reduz
intervenção profissional à sua dimensão instrumental. Isto é necessário para garantir a eficiência e eficácia
operatória da profissão.
Fique ligado
Porém, reduzir o fazer profissional à dimensão técnico-instrumental significa tornar o Serviço
Social um meio para o alcance de qualquer finalidade. Significa também limitar as demandas
profissionais às exigências do mercado de trabalho. É também equivocado pensar que para
realizá-la o profissional possa prescindir de referências-teóricas e éticas-políticas.
Definição de Instrumentalidade
Então vamos parar um pouco para refletir sobre o que foi dito até agora:
adquirido e acumulado com a experiência de trabalho. Conhecimento alimentado ao dialogar com outros
Guerra (2005) nos fala que todo trabalho social (e seus ramos de especialização — por ex. o Serviço Social)
possui instrumentalidade, a qual é construída e reconstruída na trajetória das profissões (Esta condição inerente
ao trabalho é dada pelos homens no processo de atendimento às necessidades materiais (comer, beber, dormir,
procriar) e espirituais (relativas à mente, ao intelecto, ao espírito, à fantasia) suas e de outros homens. Avance
Pelo processo de trabalho os homens transformam a realidade, transformam-se a si mesmo e aos outros homens.
voltadas para o alcance de finalidades, as quais dependem da existência, da adequação e da criação dos meios e
das condições objetivas e subjetivas. Os homens utilizam ou transformam os meios e as condições sob as quais o
trabalho se realiza modificando-os, adaptando-os e utilizando-os em seu próprio benefício, para o alcance de
suas finalidades.
-3-
As ações profissionais precisam estar conectadas a projetos profissionais aos quais subjazem referenciais
Assim, na realização das requisições que lhe são postas, a profissão necessita da interlocução com
conhecimentos científicos.
Saiba mais
Tais conhecimentos têm sido incorporados pela profissão e particularizados na análise dos
seus objetos de intervenção. Mas a profissão também tem produzido, através da pesquisa e da
sua intervenção, conhecimentos sobre as dimensões constitutivas da questão social, sobre as
estratégias capazes de orientar e instrumentalizar a ação profissional (dentre outros temas) e
os tem partilhado com profissionais de diversas áreas.
No exercício profissional, o assistente social constrói certo modo de fazer que lhe seja próprio e pelo qual a
Produz elementos novos que passam a fazer parte de um acervo cultural (re)construído pelo profissional e que
se compõe de objetos, objetivos, princípios, valores, finalidades, orientações políticas, referencial técnico, teórico-
metodológico, ídeo-cultural e estratégico, perfis de profissional, modos de operar, tipos de respostas; projetos
Na escolha dos meios e instrumentos mais adequados somente podem ser pensadas a partir do acervo cultural
Tais escolhas implicam projetar tanto os resultados e meios de realização quanto às conseqüências. No âmbito
profissional, não existem ações pessoais, as ações são públicas, ou seja, de responsabilidade do indivíduo como
profissional e da categoria profissional como um todo. Para tanto, há que se ter conhecimento dos objetos, dos
Objetivos
Expressar os objetivos que se quer alcançar não significa que eles necessariamente serão alcançados. Em outras
palavras, os instrumentos e técnicas de intervenção não podem ser mais importantes que os objetivos da ação
profissional.
-4-
Se partirmos do pressuposto que cabe ao profissional apenas ter habilidade técnica de manusear um
instrumento de trabalho, o Assistente Social perderá a dimensão do por que ele está utilizando determinado
Mais do que copiar e seguir manuais de instruções, o que se coloca para o Assistente Social hoje é sua capacidade
criativa, o que inclui o potencial de utilizar instrumentos consagrados da profissão, mas também de criar outros
Assim, pensar a instrumentalidade do Serviço Social é pensar para além da “especificidade” da profissão: é
pensar que são infinitas as possibilidades de intervenção profissional. Guerra (2005) resume, em poucas
ciências sociais, fruto das pesquisas e do avanço tecnológico e patrimônio das profissões sociais (e
não exclusividade de uma categoria profissional), mas também um conjunto de estratégias e táticas
Bom, agora vamos ler mais um pouco sobre alguns instrumentos de trabalho que o Serviço Social mais utiliza no
Observação participante
Vamos começar pela observação participante, tema da aula passada. Apenas para relembrar, observar é muito
mais do que ver ou olhar. Observar é estar atento, é direcionar o olhar. Em outras palavras, é preciso definir o
que se quer observar, delimitar o objeto de estudo. E como esse conteúdo já foi trabalhado anteriormente,
iremos dedicar a leitura para outro importante instrumento: a entrevista individual ou em grupo.
Entrevista
A entrevista é um diálogo, um processo de comunicação direta entre o Assistente Social e um usuário (entrevista
Contudo, o que diferencia a entrevista de um diálogo comum são o fato de existir um entrevistador e um
Sistematização
A sistematização, ou seja, análise do material produzido ocorre posteriormente ao registro de várias entrevistas,
cuja análise, com base em referenciais teóricos, deverá levar à produção de novos conhecimentos.
-5-
Claro que existem mais conteúdos sobre a entrevista social, mas a partir da experiência de estágio o aluno se
aproximará integrando teoria e prática. Riqueza do aprendizado. O aluno-estagiário pode buscar as leituras
sobre o assunto, a partir das referências sugeridas, seja na Universidade, ou no processo de supervisão.
Dinâmica de grupo
Outro importante instrumento é a dinâmica de grupo, descendente da Psicologia Social, a dinâmica de grupo
Contudo, a dinâmica de grupo é um recurso que pode ser utilizado pelo Assistente Social em diferentes
momentos de sua intervenção. Para levantar um debate sobre determinado tema com um número maior de
usuários, bem como atender um maior número de pessoas que estejam vivenciando situações parecidas.
Saiba mais
E nunca é demais lembra que é o instrumento que se adapta aos objetivos profissionais – no
caso, a dinâmica de grupo deve estar em consonância com as finalidades estabelecidas pelo
profissional.
No caso do Serviço Social, o Assistente Social age como um facilitador, um agente que provoca
situações que levem à reflexão do grupo. Isso requer tanto habilidades teóricas (a escolha do
tema e como ele será trabalhado), como uma postura política democrática (que deixa o grupo
produzir), mas também uma necessidade de controle do processo de dinâmica – caso
contrário, a dinâmica não alcança os objetivos principais, dentre estes, propiciarem a reflexão
do grupo.
Visita domiciliar
A visita domiciliar é um dos instrumentos que potencializa as condições de conhecimento do cotidiano dos
Contudo, ela só se realizará efetivamente quando o profissional entender que é necessário e cabível para a
situação social em que está intervindo, requerendo disponibilidade e habilidades específicas deste profissional.
Visita institucional
Mas talvez vocês já tenham escutado falar sobre visita institucional – que possui outra natureza. Vamos então ler
Assim como a visita domiciliar, aqui se fala de quando o Assistente Social realiza visita a instituições de diversas
Muitas podem ser os motivos para que o Assistente Social realize uma visita institucional, vejamos alguns...
• Quando o Assistente Social está trabalhando em uma determinada situação singular, e resolve visitar
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• Quando o Assistente Social está trabalhando em uma determinada situação singular, e resolve visitar
uma instituição com a qual o usuário mantém alguma espécie de vínculo.
• Quando o Assistente Social quer conhecer um determinado trabalho desenvolvido por uma instituição.
Em síntese...
O estudo realizado até o momento é para dizer que não é possível pensar um instrumento de trabalho como se
O instrumental é o resultado da capacidade criativa e da compreensão da realidade social, para que alguma
intervenção possa ser realizada com o mínimo de eficácia, responsabilidade e competência profissional.
Reconhecer a instrumentalidade como mediação significa tomar o Serviço Social como totalidade constituída de
instrumentalidade como uma particularidade e como tal, campo de mediações que porta a capacidade tanto de
articular estas dimensões quanto de ser o conduto pelo qual as mesmas traduzem-se em respostas profissionais.
No primeiro caso a instrumentalidade articula as dimensões da profissão e é a síntese das mesmas. No segundo,
ela possibilita a passagem dos referenciais técnicos, teóricos, valorativos e políticos e sua concretização, de modo
Em outros termos, ela permite que os sujeitos, em face de sua intencionalidade, invistam na criação e articulação
transformações, alterações nos objetos e nas condições (meios e instrumentos), visando alcançar
seus objetivos, vão passando elementos progressistas, emancipatórios, próprios da razão dialética.
Pressionando a profissão, tais forças progressistas (internas e externas) permitem que a profissão
que permite uma ampliação das bases sobre as quais sua instrumentalidade se desenvolve”.
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu que é fundamental analisar o conjunto de fatores essenciais a aplicabilidade de cada
instrumento.
• Aprendeu que é preciso prestar atenção na diferença entre instrumentalidade e instrumentos do Serviço
Social.
• Relembrou alguns dos principais instrumentos utilizados pelo Serviço Social, tais como: observação
participante, escuta atenta (diálogo), entrevista, atividades em grupo, visita domiciliar e institucional.
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO SERVIÇO
SOCIAL I
O TRABALHO MULTIPROFISSIONAL,
INTERDISCIPLINAR E A
TRANSDICIPLINARIDADE NO COTIDIANO
PROFSSIONAL
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Olá!
Nesta aula, você irá:
1. Estudar sobre a busca e a valorização de saberes oriundos das experiências de trabalho de diferentes
categorias profissionais.
2. Valorizar o diálogo com o conhecimento produzido pelas diversas áreas de trabalho seja a Pedagogia, o
Direito, a Saúde, etc. E principalmente, valorizar o aprendizado em conjunto, com o colega de trabalho ou estágio
Premissa
O tema da aula é sobre a consideração que os profissionais das mais diversas áreas devem ter com relação ao
Fique ligado
É fundamental dialogar com o conhecimento produzido pelas diversas áreas de trabalho, seja a
Pedagogia, o Direito, a Saúde, etc. E principalmente, valorizar o aprendizado em conjunto, com
o colega de trabalho ou estágio de outra área de atuação. Aquele quem pode apontar um
ângulo diferente da situação apresentada, ampliar a leitura do contexto vivenciado na
experiência de estágio.
profissional.
Tenha a iniciativa em pedir auxilio a supervisora de campo para aprender a identificar tais experiências de
O assistente social, como qualquer outro trabalhador, tem o seu processo de trabalho influenciado por diferentes
atores e determinado por contexto econômico e político, pelas diferentes organizações institucionais, pelas
diferenças geográficas e culturais e pelas atuações exercidas pela sociedade civil e do Estado.
-2-
Mediante a essa constatação, a pergunta que se faz é:
Como uma área de conhecimento, sozinha, pode realizar a leitura necessária a produção de possíveis soluções
Claro que é impossível dar conta de tudo e todos. Então a proposta é buscar o diálogo com diversos
No entanto, antes de prosseguimos com os estudos, é preciso auxiliar a compreensão dos conceitos. E para isso
iremos expor o conteúdo de Jantsch (1972) exposto por Mourão (1997, 140):
• Multidisciplinaridade
Gama de disciplina que propomos, simultaneamente, mas sem fazer aparecer às relações existentes
entre elas. Pode ser visualidade nas práticas ambulatoriais, em geral sem cooperação e troca de
informações entre si, a não ser um sistema de referência e contra-referência dos clientes, com uma
• Pluridisciplinaridade
• Interdisciplinaridade
introduzindo a noção de finalidade, tendendo (mas não necessariamente) para a criação de campo de
saber ‘autônomo’.
Coordenação de todas as disciplinas e interdisciplinas do campo, sobre a base de uma axiomática geral
articulando todo o saber à vida; a necessidade de realizar uma linha de pensamento capaz de promover a cultura
-3-
de uma consciência humanitária que se funde na capacidade de integração entre a vida, a conduta e o
conhecimento.
Fique ligado
A transdisciplinaridade nasceu frente à necessidade em promover o diálogo entre diferentes
campos de saber sem impor o domínio de uns sobre os outros, a partir de uma postura ética,
recíproca e democrática.
Mediante a necessidade do diálogo, é necessária a formação de outra cultura profissional,
intelectual e educacional que contemple uma qualificação diversificada, que possibilite
gradativamente extinguir as distâncias culturais e tenha como foco a reaproximação dos
profissionais, a partir de um diálogo generoso.
O importante é entender que é preciso se aproximar do conhecimento das diferentes áreas, sem preconceito,
então é preciso ler, ouvir, observar e com o diferente para ampliar a visão do contexto. No entanto, isso não
garantirá a resposta para tudo, mas certamente aumentará o rol de propostas de intervenção.
se passa em outras áreas do conhecimento, pois é impossível saber-se tudo sobre o objeto de investigação ou
observação.
A transdisciplinaridade nos convida a uma aproximação sobre os saberes produzidos, desvelando os valores que
os mantêm, o modo de praticá-los, questionando o fazer profissional; utilizando este aprendizado como
experiência fundamental na reorientação de ações e valores. Cabe um exercício crítico entre pensamento, ação,
Diálogos
O exercício do diálogo é fundamental para a promoção da troca de experiências. Esse tipo de diálogo é abordado
pelas teorias ligadas à cultura e ao desenvolvimento do trabalho em equipe. Normalmente, esse conhecimento
Ocorre diálogo frequente e comunicação “face a face”; a partir de discussão de casos ou reuniões visando o
-4-
Falas, insights e intuições são valorizados, disseminados e analisados (discutidos) sob várias perspectivas (por
grupos heterogêneos) para que se possa fazer uma triagem do que realmente valerá se debruçar a partir de um
olhar investigativo.
É preciso valorizar o trabalho do outro, a partir de uma postura de quem está em busca do aprendizado.
Troca de “bagagens”
A troca de conhecimento em busca do aprendizado e da criação de formas de intervenção se realiza “face a face”,
Mas também a partir das leituras bibliográficas pertencentes às diversas áreas do conhecimento e temas, a
Exemplo
Por exemplo, se o estágio está ocorrendo no espaço do judiciário, então é sugestiva a leitura de textos
Referências bibliográficas
da saúde mental. In: Serviço Social e Sociedade, n° 54, ano XVIII, julho, 1997.
RODRIGUES, Maria Lucia, Caminhos da transdisdplinariedade: fugindo a injunções lineares. In: http://www.
essenciais para o estudo da prática profissional. Considerando os diferentes espaços sócios ocupacionais e suas
especificidades.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Uma reflexão sobre o processo de trabalho do Serviço Social, incentivando a observação de elementos
essenciais para o estudo da prática profissional. Considerando os diferentes espaços sócios ocupacionais
e suas especificidades.
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO SERVIÇO
SOCIAL I
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Olá!
Nesta aula, você irá:
1. Estudar sobre o processo de trabalho do Serviço Social, considerando os diferentes espaços sócios
2. Reconhecer a necessidade em delimitar um objetivo a ser alcançado, isto é, em identificar as finalidades das
Introdução
espaço de trabalho):
• Como e por quem é planejado o processo de trabalho do serviço social?
• Quem gerencia o trabalho do serviço social?
• Quais são as frentes de atuação do serviço social?
• Quais os principais instrumentos de trabalho?
• Quais os principais objetivos?
• Quais os principais objetos?
• Quais as principais demandas ao serviço social?
• Quais os principais produtos do trabalho do Serviço social?
• Qual o referencial teórico metodológico (base intelectual)?
Esses questionamentos são direcionadores para compreensão do processo de trabalho do Serviço Social. Mas
como acontece em toda profissão, há profissionais que estão apenas executando, sem delimitar os instrumentos,
Outros apenas gerenciam, mas pouco se aproximam daqueles que executam, para compreender o sentido do
trabalho. E ainda existem aqueles que não conseguem perceber o resultado, o trabalho realizado (produto) dado
profissão.
A matéria-prima
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A matéria-prima ou objeto num processo de trabalho ao qual o serviço social se encontra inserido será
delimitada a partir da própria experiência de trabalho. Esta matéria-prima aparece camuflada da sua realidade.
Os fatos se apresentam fragmentados, exigindo uma intervenção profissional. Para tanto, podemos compreender
que a matéria-prima da profissão aparece primeiramente no campo da singularidade, e necessita ser delimitada,
estudada.
Instrumentos de trabalho
Os meios ou instrumentos de trabalho são utilizados pelo assistente social na estratégia de realização do
trabalho do profissional. Estes meios ou instrumentos podem estar ao alcance ou alienado ao profissional, que
deve criar caminhos para superar os limites e ampliar as possibilidades de ação profissional.
Instrumentos não consistem somente em técnicas, como visitas, reuniões e relatórios, pois afirmar isto é
desqualificar o trabalho do assistente social. Ao estudar uma profissão, seja qual for, aprendemos que os
Para isso existe a faculdade, o profissional recebe uma formação que o habilita em uma determinada área de
conhecimento e atuação, ou seja, responsável pelo discurso e ações profissionais. Aprendendo organizar o seu
próprio fazer profissional, e delimitando os instrumentos necessários para atingir os objetivos propostos.
instrumentalização da prática profissional deve superar o sentido apenas operacional que vem sendo colocado e
reforçado, historicamente.
O instrumental mobilizado no processo de trabalho do serviço social se relaciona diretamente como o aporte
teórico-metodológico. Uma separação destes acaba se desdobrando em ações com pouca efetividade e resultado,
pragmática.
A especificidade (o objeto de intervenção da profissão) é campo de ação profissional e esta intervenção necessita
Isso quer dizer que o profissional deve saber por que estão escolhendo um determinado instrumento, outros
não. É preciso justificar os instrumentos mais adequados a transformação da matéria prima, ou objeto de
intervenção
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O objetivo consiste em um elemento constitutivo do processo de trabalho. Este elemento no trabalho do
assistente social está relacionado a direcionamento profissional. Não é possível intervir na realidade se não há
uma diretriz norteadora que indique princípios e objetivos da intervenção profissional. Sem a finalidade, a
intervenção se reduz às demandas institucionais e não traz transformação efetiva à vida dos sujeitos.
Instrumentos de trabalho
Todo o trabalho profissional resultará num produto, isto é, ações que tenham impacto, que mudem a realidade e
Mas devemos refletir sobre os diversos espaços sócio-ocupacionais ou institucionais, que trabalham os
A Questão Social como objeto da profissão Serviço Social leva assistentes sociais a diversos espaços
operativos e consolidar a identidade profissional nestes espaços, a partir da finalidade, objeto e objetivos da
Como a questão social se configura naquela instituição ou naquele espaço sócio-ocupacional (onde você realiza
A busca da resposta é o desafio em compreender o processo de trabalho do Serviço Social atrelado a uma
determinada área de atuação, seja na Saúde, Judiciário, Assistência Social, Empresa, etc.
O conhecimento
Considerando os diversos espaços sócios ocupacionais, devemos apoiar as pesquisas e os projetos que
O conhecimento sistematizado dos processos sociais e sobre o modo de vida dos indivíduos poderá alimentar
ações inovadoras, capazes de resultar no atendimento as reais necessidades sociais da população atendida, alvos
Esse conhecimento é indispensável para promover a consciência crítica e uma cultura pública democrática para
Isso demanda estratégias técnicas e políticas no campo da comunicação social – no emprego da linguagem
escrita, oral e midiática –, para o desenvolvimento de ações coletivas que possibilitem propostas profissionais
O mundo atual solicita um perfil de profissional culto, crítico e capaz de formular, recriar e avaliar propostas que
colaborem para a progressiva democratização das relações sociais. Exige-se compromisso ético-político com os
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valores democráticos e competência teórico-metodológica na teoria crítica, em sua lógica de compreensão da
vida social. Esses elementos, aliados à pesquisa da realidade, possibilitam desvendar as situações particulares
com que se defronta o assistente social no seu trabalho, de modo a conectá-las aos processos sociais
Saiba mais
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Estudou sobre o processo de trabalho do Serviço Social, considerando os diferentes espaços sócios
ocupacionais e suas especificidades.
• Reconheceu a necessidade em delimitar um objetivo a ser alcançado, isto é, em identificar as finalidades
das ações profissionais para que se possam reconhecer os resultados.
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO SERVIÇO
SOCIAL I
SISTEMATIZAÇÃO DA PRÁTICA
PROFISSIONAL
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Olá!
Nesta aula, você irá:
Premissa
A aula de hoje é sobre a importância em se organizar profissionalmente para se garantir a qualidade na prática
O Serviço Social, que exige uma formação de nível superior para ser exercido, construiu ao longo da história um
conjunto de procedimentos de registro, monitoramento e avaliação das práticas profissionais. E todo material de
registro é necessário para subsidiar pesquisas analíticas, visando o aperfeiçoamento das ações desempenhadas.
“Esta regularidade, contudo, esteve longe de sedimentar uma postura que atravessasse a história do
Serviço Social com a mesma intensidade e relevância. Da mesma forma, esteve muito distante dos
entre os profissionais pesquisadores das diversas áreas das chamadas ciências sociais. Concluindo,
não conseguiu, contudo, o Serviço Social forjar uma cultura profissional que se alimentasse
A profissão
suas atividades profissionais, considerando os instrumentos até então construídos e as orientações acadêmicas
sobre o assunto. Os registros não podem se tornar atividades burocráticas sem finalidade. É preciso considerar o
registro em suas diversas formas no processo de avaliação e reflexão sobre o seu próprio trabalho.
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Fique ligado
A sistematização da prática foi entendida pelo CELATS como todo o processo de organização
teórico-metodológico e técnico instrumental da ação profissional em Serviço Social. Neste
sentido, a preocupação com a sistematização se inicia com a própria delimitação dos
referenciais que orientarão a eleição dos aportes teóricos, da condução metodológica, da
definição das estratégias de ação, do reconhecimento do objeto da intervenção profissional,
assim como de seus objetivos e da avaliação dos resultados alcançados. (Teixeira in Mota, 401,
2007)
É possível verificar na literatura produzida pelo Serviço Social que ainda é pouco comum as
reflexões que publicam as experiências profissionais realizadas ou em andamento. A
sistematização da prática profissional é primordial para o desenvolvimento teórico da
profissão.
A criação de uma série de dados e informações no dia-a-dia de trabalho, especificamente sobre as condições de
vida da população, as propostas e desenvolvimento das políticas sociais, o caldo cultural e político proveniente
das diversas classes sociais, devem ser identificados no trabalho do assistente social.
A sistematização como uma atividade do trabalho (O exercício crítico e reflexivo sobre a prática profissional
envolve uma natureza teórica em busca de uma leitura sobre as expressões cotidianas da realidade social,
influenciadas por diversos aspectos que envolvem o contexto político, econômico e social na
contemporaneidade. A sistematização no trabalho do assistente social exige do profissional uma reflexão teórica,
que renova o estatuto teórico da profissão, e a legítima na atualidade.) do assistente social é um processo que
envolve a produção, organização e análise dos dados e informações a partir da perspectiva do aprendizado.
Opinião de Teixeira
Veja o que Teixeira (p.4003, 2007) nos diz sobre sistematização da prática profissional:
"Situamos também, dentre o leque de questões que valorizam a sistematização como um momento
seu trabalho. Para além da construção coletiva da história da atuação profissional que este processo
também encerra, ressaltamos aqui seu impacto mais imediato: a reflexão sobre alguma dimensão da
atividade profissional favorecendo um reordenamento desta experiência. Neste caso, podemos ter,
por exemplo, uma reflexão sobre certos instrumentos de trabalho, sobre a pertinência dos mesmos
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novas técnicas, não como opções restritas ao âmbito das opções metodológicas, mas como
possibilidades ancoradas nas tensões entre o projeto e as opções profissionais, com suas nuances
Transformações e influências
Percebe-se a necessidade de um repensar dos profissionais frente a todas as transformações societárias, uma vez
que também o Serviço Social sofre as influências das mudanças na realidade social.
1982, aproveitando os pontos positivos e modificando aqueles que impedem o desenvolvimento profissional
proposto.
Saiba mais
Busca-se também a formação de um profissional com visão de totalidade percebendo as
dimensões de universalidade, particularidade e singularidade. Por isso que a realização do
exercício de análise sobre a prática profissional é de fundamental importância ao futuro
profissional.
Pesquisa e análise
A pesquisa e intervenção devem ser tratadas como princípios de formação profissional e como base para a
relação teoria-realidade-prática, ou seja, estudar sobre a prática profissional é indispensável ao profissional que
No entanto, a ética profissional que deve ser o eixo central da formação profissional do assistente social. Neste
contexto a leitura em busca do aprendizado constante é fundamental para se aproximar cada vez mais de uma
As perspectivas de formação do assistente social buscam atender à nova realidade social apresentada e aos
novos paradigmas da educação que direcionam os destinos da humanidade. Através da formação profissional é
possível refletir sobre os movimentos societários e construir propostas para a superação das misérias sociais a
O Assistente Social deve desenvolver a habilidade em articular permanentemente análises das tendências
estruturais com a dinâmica conjuntural; apropriar-se criticamente da lógica que preside a política de ensino
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Realizar, enfim, uma vigilância cívico – acadêmica, de modo a apropriar-se das possibilidades de interferências –
dentro dos limites presentes – nas regras do jogo que regem a formulação e implementação da política do ensino
superior, no cotidiano das relações que conformam a vida universitária e o exercício profissional (IAMAMOTO,
2007, p. 236).
Segundo IAMAMOTO (2007, p. 167), O (a) assistente social trabalha no âmbito das relações sociais, em suas
expressões na vida quotidiana, nas esferas públicas e privadas. Interfere na reprodução das condições de vida
material dos segmentos populacionais que tem acesso aos serviços previstos nas políticas sociais públicas e
empresariais. Mas, também, opera no minado terreno político ideológico – que incorpora conhecimentos,
valores, comportamentos, atitudes, sentimentos e emoções, que conformam a esfera da subjetividade dos
indivíduos sociais, cuja existência é socialmente objetiva. O assistente social, ao acompanhar o movimento e o
ritmo das marés neoliberais, pode vir a torna-se um eficiente e eficaz coadjuvante dos mecanismos de
qualidade dos serviços, na competência profissional, na viabilização dos direitos sociais e da cidadania, na luta
Assim, o profissional que atua nas expressões da questão social, formulando e implementando propostas, de
intervenção para seu enfrentamento, deve desenvolver a capacidade de promover o exercício pleno da cidadania
e a inserção criativa e propositiva dos usuários do Serviço Social no conjunto das relações sociais e no mercado.
Fique ligado
E como já citado antes nas diversas aulas e disciplinas realizadas até então, outro aspecto
importante é a inserção dos requisitos de competência e habilidades. Entende-se que a
formação profissional deva viabilizar a aquisição de competências, como a capacitação teórico-
metodológica e ético-política.
Nesse sentido reforça-se a importância da educação continuada profissional no âmbito teórico,
metodológico, técnico-operativo, e ético-politico dos sujeitos envolvidos na formação
profissional. Todos os sujeitos envolvidos têm suas responsabilidades, que compreendem o
respeito ao outro, o compromisso com o coletivo e a coerência entre os valores éticos
assumidos e as atitudes práticas.
Benefícios da sistematização
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A formação profissional pode ser estabelecida na construção cotidiana da relação teoria-prática e se consolidar
através do entendimento sobre as habilidades e competências e a busca de viabilidade dos projetos de mudanças
Tudo isso repercute nas condições de trabalho do assistente social. Diariamente ele se vê envolto por um
acúmulo de trabalho, aumento de seu desgaste físico e diminuição de recursos e alternativas para o
Saiba mais
A sistematização da prática profissional quando considerada um dos elementos constitutivos
do processo de trabalho do Serviço Social vem a contribuir na compreensão e enfrentamento
das questões sociais nas suas diversas expressões. Sistematizar a prática profissional propicia
o cunho investigativo, no esforço empreendido que se faz no sentido de traçar as bases
preliminares para a operacionalização de uma proposta de metodologia qualitativa de
avaliação de serviços, projetos e ações desenvolvidas.
Principais questões
Mas como operacionalizar uma proposta de estudo situada num campo do estágio supervisionado?
Percebem-se, portanto, enquanto unidade de análise, não é somente o serviço realizado, mas a atividade
realizada que correspondem à rede de relações internas e externas, as experiências, as estruturas e os processos
Fique ligado
Alguns pontos de observação e análise foram destacados ao longo desta disciplina, no entanto
é fundamental mais uma vez registrar a necessidade em dedicar um tempo para a realização
da caracterização do perfil da população atendida e os dados sobre a atuação do serviço.
Outro indicador de análise, também citado anteriormente, refere-se à busca pela compreensão
das relações que alicerçam e constituem a atuação daquele serviço ou programa. Estas se
relacionam à estrutura do serviço, tais como: organização formal, definição de objetivos
organizacionais, estrutura hierárquica, etc.
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Seria o próprio processo de trabalho, que culmina nas ações realizadas no cotidiano de trabalho. Outro processo
importante para a compreensão da prática profissional é o contexto das interações estabelecidas entre os
diversos atores sociais (profissionais, população-alvo, secretarias de governo, outras instituições) envolvidos nas
atividades.
Estamos dizendo então que é preciso conhecer a atuação profissional, isto é: os principais objetivos
institucionais, os dados estatísticos já produzidos pelo próprio serviço, as secretarias e outras instituições de
Detalhamento da análise
A análise propriamente dita, isto é, a etapa de elaboração de um relatório, onde se busca articular conhecimentos
teóricos sobre a temática à qual se refere à avaliação de problemas empíricos visando aperfeiçoar e sugerir
ações profissionais.
Este momento de avaliação, de um balanço mesmo da experiência de estágio supervisionado, portanto, deve ser
vista como este desafio de articulação entre as distintas disciplinas que constituem a formação profissional, e
sujeitos sociais cujas ações e vivências foi objeto de reflexão, em especial a supervisora do campo de estágio
supervisionado.
Estes aspectos fazem parte dos desafios e dilemas que compõe a formação profissional e contribuem
Os diversos exercícios e atividades propostas ao longo da disciplina visam incentivar o aluno a realizar o
orientado por modelos aplicáveis, de articular críticas e formação, em síntese, de se construir em sua identidade
É preciso realizar os exercícios e atividades propostas nas mais diversas disciplinas, como também é de
Referências
IAMAMOTO, Marilda Vilela. Serviço Social em tempo de capital fetiche. São Paulo: Cortez, 2007.
MOTA, Ana Elizabeth. et alli (Orgs). Serviço Social e saúde: formação e trabalho profissional. 2ª ed. São Paulo:
Cortez; Editora Brasília: OPAS, OMS, Ministério da Saúde; Recife: ABEPSS, 2007.
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• aprendeu o quanto é necessário o esforço rumo à sistematização da prática profissional, bem como
recebeu um rol de orientações para a construção do relatório das atividades realizadas na experiência de
estágio supervisionado.
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