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TlpopnOetc journal of philosophy n. 40 September - December 22 Resenha do livro “Neoliberalismo e sofrimento psiquico: 0 mal-estar nas universidades”, de Heribaldo Maia. Recife: Ed. Ruptura, 2022. Marcos Silva! (UFPE) A solidao, o vazio, a desesperanga, a apatia e 0 cansago profundo sao os sintomas da nossa época. Seriam também da universidade? A depressio, a ausiedade e o esgotamento pesam sobre mente contemporinea, mas como os discentes e docentes das universidades brasileiras padecem? Afinal, sabemos que 0 capitalismo é mais que um modo de produgao evonémica; & também um modo de produgio de subjetividades. Essas subjetividades so sempre determinadas historicamente, inclusive as subjetividades na universidade. Mudangas no capitalismo mudam 0 ethos de uma época, Assim, a universidade também nao estaria fora dessa dinamica, Essas sao as premissas do importante e original livro de Heribaldo Maia. De maneira muito perspicaz e contundente, 0 diagnéstico histérico e filosdfico de Maia denuncia que “em termos estritamente econdmicos, o Brasil impos 4 universidade uma gestio neoliberal (empresarial), que alia arrocho fiscal, expansio quantitativa, precarizagao e aumento de produtividade. Essas transformagdes, porém, nao dimensionam, sozinhas, quais os custos humans desse conjunto de medidas” (p. 121). Essa imposigao de uma agenda neoliberal na universidade tem consequéncias. Maia investiga o sofiimento psiquico, 0 custo humano, ceasionado pela imposigao desse modelo nas universidades brasileiras. Com exemplos variados e pertinentes da cultura pop, como filmes, literatura, musica ¢ artes plasticas (¢ até mesmo uma mengao ao Craqne Daniel), é um livro acessivel e incontomavel para aqueles que queiram pensar a complexa origem do tipo de softimento psiquico que assola as universidades, * Professor da Universidade Federal cle Pernambuco (UFPE). PROMETEUS - Ano 14 -Nimero 40 setembro - dezembro'2022 - E-1SSN: 2176-£960 A tese do livro & que a inserga0 da gestdo neoliberal no ambiente académico brasileiro potencializou fatores de abalo emocional e psiquico que, por sua vez, respondem pelo aumento no adoecimento mental nas universidades. Para tanto defender esta tese, Heribaldo discute tradigdes variadas, como a teoria critica, a psicandlise € o marxismo, e diversos autores, como ‘Marx, Engels, Foucault, Freud e Adomo, além de outros mais contemporineos, como Hometh, Zizek, Butler, Han, Ehrenberg, Dardot e Laval. Maia defende que a insergao da racionalidade neoliberal no ambiente académico criow “uma verdadeira maquina bem cruel de moer gente” (p.163). A universidade é uma maquina depressiva (p 141). Afinal, “a contraface do mérito do “vocé tem potencial” € o “eu fracassei”. (P. 87). Ou em outras palavras, “o barulho dos neuréticos e os surtos dos histéricos deram lugar ao siléncio dos depressivos, dos esgotados e dos ansiosos.” (p.140). Segundo Maia, ha fatores que transformaram a vida académica, especificamente, numa foute de tensio, desprazer e insatisfagdo continuas, gerando consequéncias patolégicas de ordem psiquica que, sem um horizonte de alivio, podem gerar softimento e adoecimento (p. 22) Em sua andlise, Maia defende que a crise como modelo de gestdo também é causa das perspectivas de fituro individual e coletivo, gestando um mundo de incertezas do qual a universidade nao esta exclnida. Assim, diante desse cendrio, 0 que vemos € que o aluno das universidades vem se tornando cada vez mais solitirio e rodeado por um ambiente sem relagdes pessoais concretas, pois essas relagdes siio sempre mediadas por tal racionalidade. Ha, assim, um espago desprovido de comunidade, cujo resultado sdo relagdes desprovidas de sentimentos de pertencimento, solidariedade e acolhimento, © autor defende que "todos os vineulos tomaram-se contratos entre sujeitos-empresas em busca de uma melhor posigao na concorréneia desentieada, As consequéncias humanas sio geralmente associadas ao esgotamento afetivo, sentimento de inadequagiio e coisificagdio das relacées pessoais. Enquanto isso, em termos de sintomas mentais patolég cos, a insonia, a apatia, a sindrome do pinico, a ansiedade, a depressao, e o esgotamento sto cada vez mais relatados.” (p. 140), Muitos relatam que nao sentem forgas para concluir © que comegam, Além da baixa capacidade de gestio do tempo e da concentragao, isso tudo acaba gerando um sentimento de inutilidade ¢ culpa exeessiva. Ha sintomas fisicos, como a insOuia ou hipersonia, fadiga e perda de energia, Além disso, Maia discute também os problemas relacionados a uma visio de si preenchida por sentimentos de tristeza constante, vazio, falta de sentido e esperanga, perda do 216 PROMETEUS - Ano 14 -Nimero 40 setembro - dezembro'2022 - E-1SSN: 2176-£960 interesse em atividades importantes do dia a dia, além da sensagdo de nao estar & altura das exigéncias da vida académiea, Tais conjuntos de sintomas so consequéncia direta da logica produtivista, defende o autor. A sensagfio de ser imitil, de nao ter condigdes de cumprir os imperativos de desempenho constantes sao fruto da racionalidade neoliberal, segundo Maia A obra apresenta trés capitulos coustituidos por quatro momentos prineipais. No primeiro momento, através da teoria critica, 0 autor articula uma concepgao de sujeito que mobiliza sintomas individuais de softimento ¢ diagnésticos coletivos. No segundo, o autor mostra como mndangas sociais refletem mudangas na gramética social com uma discussio da historia do capitalismo. No terceiro, € discutida a reforma neoliberal nas academias brasileiras. No quarto. ha uma breve investigagdio dos documentos produzidos pela ANDIFES e pela FONAPRECE sobre o perfil de softimento psiquico de discentes das Universidades Federais, especialmente graduandos. Chama a atengao do leitor que o terceiro e quarto pontos sie muito mais curtos que os dois primeiros. No livro de Maia, hi mais sobre teoria critica, psicanélise e marxismo para entender o neoliberalismo que propriamente sobre a aplicagao desse referencial tedrico ao caso particular da universidade brasileira como promete o titulo e o prefiicio do livro. A abordagem de Maia também se mostra, as vezes, demasiado restrita. Talvez por falta de dados nao se investiga 0 fendmeno a partir de discentes da pés-graduagdo, nem de funcionétios técnicos-administiativos. © autor tampouco faz a diferenca entre professores que se engajam com a pés-graduagio e os que dao aulas somente na graduacdo. E importante lembrar que nem todo professor universitario realiza pesquisas. Nao é estritamente uecessirio que as faga, pois nao ha sangdes se ndo as fizer. Além disso, professores de universidades privadas tém a demanda de muitas aulas e muitas pesquisas, mas nao posstem a estabilidade que professores de universidades publicas ainda tém no Brasil. O livro também néo trata das tentativas de extensao universitaria, e aborda muito pouco o impacto do exercicio de cargos de gestao administrativa de alguns docentes em sua satide mental. Hai também uma simplificago do problema da produgao nas universidades, acredito. O maior problema, com fiequéncia, é a gestao, a met ver, mais que a pesquisa. Estar em sala de aula, partieipar de eventos e escrever sobre os livros e artigos que lemos é um prazer. Porém, a universidade brasileira expandiu muito, como o proprio autor observa no livro, especialmente com relagAo a0 mimero de discentes, mas nao com relagao ao niimero de funcionatios ¢ 217 PROMETEUS - Ano 14 -Nimero 40 setembro - dezembro'2022 - E-1SSN: 2176-£960 valorizagao salarial. A gestao exige muito de gestao de um profissional que nao tem formagao para isso. Ademais, em geral, a universidade nfo oferece treinamento para o exercicio de cargos administrativos. No livro de Maia, também senti falta do eruzamento com dados de outras fontes, além da ANDIFES. Também faltou discutir como essas questdes atingem funcionitios técnicos administrativos e talvez examinar como esses dados aplicam-se a paises de capitalismo periférico na América Latina, como o Chile ¢ Argentina, mareados pelo colonialismo, por ditaduras militares ¢ pelo neoliberalismo recente, e eventualmente a outros paises do mundo, wma vez que afirma: “Toda essa cultura neoliberal que propaga o desempenho esta em consonancia com a preparagio e a execugdo das reformas globais neoliberalizantes.” (p. 128) ‘Ha de fato um desequilibrio nos capitulos, ha bastante teoria ¢ comparativamente pouco sobre a aplicagao destas teorias diversas no ponto principal do texto, a saber, as universidades. HA wma longa introdugio em teoria critica ¢ marxismo. Contudo, mais de dois tergos do livro falam_ pouco ou nada sobre a universidade, Mesmo na parte tedrica, hi algumas lacunas de discusses para os interessados em Filosofia. Por exemplo, na longa parte filosofica, é interessante ver os jargées Wittgensteiniano e Kantiano articulados, mas nao ha esclarecimento sobre 0 uso do autor, como por exemplo: “sao as relagdes intersubjetivas diftmdidas na gramética que coustituem fundamento ontolégico para formagiio da subjetividade e a condigto de possibilidade da narrativa individual. Ou seja: é a forma de vida em que vivemos que determina © horizonte de emergéncia de ser dos sujeitos” (p. 32). A obra também apresenta varios typos, requerendo uma revisto mais detida para furturas e bem-vindas reedigdes Ademais, actedito que o livro, com fiequéneia, mostra uma visio muito rudimentar da vida académica e uma perspectiva bastante pessimista do oficio docente e da universidade pitblica ‘Nao € claro para o leitor como algumas criticas muito duras (e merecidas) ao neoliberalismo se aplicam & universidade brasileira, A transigdo da critica ao neoliberalismo para a critica na uuniversidade me parece artificial em alguns momentos. Concordo que a expansio do modo de vida neoliberal gesta, gerencia e instrumentaliza graves danos psiquicos ao fundar uma nova gzamitica do softimento, impondo aos sujeitos uma nova forma de soffer, mas nao sei como algumas afirmagdes muito assertivas da anzilise do autor sobre neoliberalismo se aplicam a universidade. Por exemplo: “O adoecimento mental que hoje explode é sintoma de uma 218 PROMETEUS - Ano 14 -Nimero 40 setembro - dezembro'2022 - E-1SSN: 2176-£960 sociedade imersa em uma guerra de todos contra todos, em que cada vacilo é vivenciado sob a perspectiva da punigdo e da exclusio social, sem diteito a solidariedade ou a qualquer espago de comunhao e acolhimento, fazendo com que os sujeitos ignorem, sem questionamento critico ¢ politico, a realidade em que vivem. A prioridade de cada existéncia & antes de mais nada, manter-se viv *. p, (120). O leitor nao sabe como esta guerra de todos contra todos pode ser aplicado ao caso da universidade Acredito que as vezes ¢ apresentada uma visto muito grosseira dos professores. na universidade como “zumbis fazedores de artigos bem qualificados” (p. 173). Esse tipo de simplificagao indevida gera incomegdes na anilise. Por exemplo, Wittgenstein foi muito produtivo, apesar do que Heribaldo relata na nota 301, (p. 137): “Wittgenstein, caso que considero paradigmatico, produzin pouquissimo em sua carreira como intelectual, o suficiente para que ele sua obra tenham marcado a histéria da filosofia. Wittgenstein seria hoje um fiacasso, um loser, diaute dos parimetros neoliberais de avaliagio de produgio do conhecimento.” Isso & confindir produgao intelectual com publicagdes, uma confus 10 que aparece com certa frequéncia no texto de Maia, Ha mais de 20.000 paginas de escritos em seu Nachiass, mas Wittgenstein optou por nao publica-las. Uma vez que foi um génio e herdeiro de uma das familias mais ricas da Europa, era mais ficil renunciar a dindmica académica Nao ¢ algo sobre-humano publicar quatro artigos em quatro anos. Essa é uma exigéncia da PROPG para a pos-graduagao na UFPE, por exemplo. O risco reverso é cair em um falso dilema entre a hiperprodutividade e a auséncia de produgao e o imobilismo. O pesquisador deve sim participar de eventos, discutir outras pesquisas e os avangos da sua. E ingenuidade supor que fil6sofos famosos nao tenham feito o mesmo pelo menos em termos de cartas e grupos de discussio com outros intelectuais, como Nietzsche € Marx fizeram (esses também foram mencionados na nota de Maia sobre Wittgenstein). O trabalho intelectual nao precisa ser um trabalho académico, como nas artes, e mesmo que seja filoséfico, nao precisa estar nas universidades. Ha também uma certa demonizagao da produtividade por Maia, Ser produtivo. disciplinado, auténomo e poder controlar o sen tempo com capacidade de auto-organizagao nao deveria ser sempre ruim. Com fiequéneia, sio atributos bem positives. © hiperprodutivismo, a0 contririo, gera alienagao, apatia e depressio, mas ser produtivo € muito bom, O livro parece tratar de hiperprodutividade e produtivismo, mas carece de uma reflexdo sobre o papel do 219 PROMETEUS - Ano 14 -Nimero 40 setembro - dezembro'2022 - E-1SSN: 2176-£960 trabalho e da produtividade na vida humana em outras sociedades, inclusive nao capitalistas. ‘Maia afirma: “A educagdo tomou-se apenas um instrumento totalmente capturado pela logica de controle neoliberal, que possibilita formar um sujeito capaz de se autogerir dentro desse sistema, fazendo do aluno um ser capaz de administrar seu proprio valor.” (p.136) Por que a capacidade de autogestiio e de administragiio de seus valores e competéucias é algo ruim per se? Ha muito avango, aquisigao de autonomia e desenvolvimento pessoal ¢ amadurecimento quando podemos gerir nossos proprios projetos € nosso tempo. © processo de tomada de responsabilidade pela propria vida e decisies é fimdamental para o amadurecimento do individuo. Nao ha pedagogia real que no conduza o individuo para esse estado de autonomia. O contratio disso € uma infantilizagao do sujeito intelectual Maia defende também que o problema do adoecimento vem “da mudanga do sujeito disciplinado pelo sujeito do desempenho” (p. 130). Entretanto, mesmo em cultmras pré-capitalistas, sair e voltar sem nada, seja na caga, seja na agricultur 6 um problema, Com frequéneia, comunidades lnmanas soften com presses ambientais severas que requerem disciplina, desempenho ¢ técnica, Afinal, parece haver agora e em muitos momentos da historia muito mais pessoas que recursos disponiveis. Para tanto, coletividade e coordenagao de esforcos sao absolutamente fimdamentais. Como fazé-lo sem disciplina? Nao podemos cair no outro extremo e sermos condescendentes com dinheiro piblico sendo mal-usado para apatia, falta de produgdo, falta de reciclagem e aparente falta de interesse em pesquisa de alguns professores Deve haver um meio termo, nao explorado por Maia, entre apatia e nao produgio e hiperprodutividade. O livro de Heribaldo parece tratar exelusivamente do iltimo, mas apatia e imobilismo também podem gerar sofrimento psiquico. Outro exemplo de uma visto que considero equivocada em relagao a universidade: “A universidade regida pelo logos do desempenho produtivista sequestra a subjetividade de seus sujeitos, usando seus controles mais sutis para continuar transformando subjetivamente os sujeitos que a compdem, criando uma subjetividade adequada para o culto do desempenho propagado pela ideologia produtivista” (p. 128). H muito ganho, por exemplo, no desenvolvimento de alunos quando participam diretamente de grupos de pesquisa, especialmente com bolsas PIBIC. Muitos discentes so formados com excelente postura critica e desenvelvem pesquiisas de ponta, inclusive o proprio autor do livro. 220 PROMETEUS - Ano 14 -Nimero 40 setembro - dezembro'2022 - E-1SSN: 2176-£960 Outro exemplo: “Afinal, toda mediagao entre pares, de status enquanto pesquisadores professores ou alunos e das instituigdes remetem ao “produtivismo”; assim, toda a manutengiio estrutural e financeira da universidade e das pessoas (salirios, bolsas, bonificagdes. financiamentos etc.) so condicionadas pelos resultados avaliados pelos desempenhos individuais ¢ institucionais.” (p. 128.) Nao sei se concordo com essa afirmagio tao geral. Nao sfo todas as mediagdes que se fazem desse tipo. Algumas delas, sim, mas estio muito Tonge da maioria. © livro motiva a discussio com professores finciondrios ténico-administrativos Todavia, € dificil passar da descrigao da logica de mercado feita no comego da obra para todas as politicas piblicas, especialmente a administragiio da universidade. A universidade piiblica brasileira nfo é perfeita, mas é muito melhor que na descrigio de Maia: “Criaram-se as condigdes de um ambiente sufocante em termos de pressao fisica € mental. Afinal, se por um lado mais campi foram construidos, aumentando muito as matriculas, e consequentemente, 0 mtimero de estudantes, por outro, o niimero de professores, técnicos e, especialmente, de verbas pouco eresceram ou até mesmo dimimuiram.” (p. 121). A universidade é um meio sufocante? ‘Néio é uma maravilha, mas ¢ um dos poucos espagos onde podemos desenvolver pesquisas sem atrelamento ao mercado e sendo criticos a ele como, por exemplo, em pesquisas sobre marxismo e teoria critica. (On “essa delimitaglio das fronteiras que a concorréneia desenfreada produziu criow um ambiente social completamente instivel que da luz a vinculos sociais frdgeis que privam o sujeito dos elementos que Ihe oferecem sentido narrativo para “relatarem a si mesmos”. (p. 87). Me parece dbvio que isso pode ser feito na universidade, talvez muito mais que em outros ambientes. “Esse falso vazio normativo nos vende a imagem de uma liberdade total e itrestrita, em que poderiamos fazer tudo © que quiséssemos, criando uma sociedade fragmentada e atomizada que remonta ao modelo societirio hobbesiano de Iuta de todos contra todos — no neoliberalismo o “o homem é 0 lobo do homem". (p. 87). “Guerra de todos nas universidades” ne parece muito forte, Nao vejo dessa forma, “Produzir ou perecer. O cogito ergo sum do ambiente académico”. Tampouco € isso. A anilise de Maia parece estar enderegada, mmitas vezes, « um modelo privado norte-americano. De toda forma, estas criticas nao tiram o brilhantismo da obra, O importante livro de Maia motiva a pesquisa empirica ¢ a reflexao filoséfica sobre o adoecimento de discentes, professores 221 PROMETEUS - Ano 14 -Nimero 40 setembro - dezembro'2022 - E-1SSN: 2176-£960 © fimciondrios técnico-administrativos. Afinal, temos mais discentes na graduagao, mas menos contratagdes de fincionitios e desvalorizagao salarial. De fato, Maia estimula a pesquisa, abre possibilidades, mas nao encerra o debate piblico, e serve de inspiracéio para que outros se juntem 4 importante missao de estudar e debater a saiide mental nas universidades. 222

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