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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná


Disciplina: Gestão da Inovação e Tecnologia

Professora: Joice Carla Corgosinho

Aluna: Isabella Salvat Luccas

Atividade 1 – Gestão da Inovação e Tecnologia


Tema 2 – Programas de Incentivo a Inovação
1. O que são Programas de Incentivo a Inovação?
1.1. São programas, políticas e ações específicas que visam incentivar a inovação, ciência e tecnologia [1].
Estes programas são respaldados de acordo com Art. 1o da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004. Tal
Lei prevê medidas que estimulem a pesquisa e inovação, de modo que façam surgir parcerias estratégicas
voltadas à busca de autonomia tecnológica, capacitação e competitividade no processo de
desenvolvimento, tanto industrial como socialmente [2].

2. Quais os objetivos dos Programas de Incentivo a Inovação?

2.1. O objetivo dessa política é estimular investimentos privados em P&D tecnológico, quer na concepção de
novos produtos, como no processo de fabricação, visando a maior competitividade no mercado [3]. Os
principais objetivos das políticas industriais de inovação são o crescimento econômico e a
competitividade internacional [3]. Objetiva-se, com as ações de financiamento, que haja o incremento do
conhecimento e novas possibilidades tecnológicas que reflitam em novos produtos e novos métodos de
produção [3].

3. Características/ Funcionamento?

3.1. A inovação tecnológica objetiva oferecer às empresas fatores de competitividade, através da pesquisa e
do desenvolvimento, com o intuito de incrementar a economia do país. Isso é caracterizado como medida
de apoio financeiro, sendo que oferece recursos reembolsáveis e não reembolsáveis ao setor produtivo do
país [4].

4. Vantagens/Desvantagens?

4.1. Vantagens: O levantamento de diversas experiências internacionais identifica especificidades


de cada país na aplicação desse instrumento de política tecnológica, tanto no que se refere ao formato
desse incentivo (taxas de dedução do imposto de renda, crédito fiscal ou aceleração na depreciação dos
bens de capital e instalações), e ao objeto-alvo do programa (grandes empresas ou pequenas e médias
empresas) [5]. Os incentivos fiscais à inovação apresentam como um dos seus pontos positivos o fato de
abranger “teoricamente” todos os tipos de firma. Isso ocorre pelo fato de reduzir os custos com equidade,
independentemente do tipo de projeto de P&D que a firma esteja empreendendo, do seu tamanho, da
origem do seu capital, bem como do setor de atividade ao qual
participa. Em comparação aos programas de financiamento direto (crédito) às atividades
tecnológicas, por exemplo, os incentivos fiscais apresentam algumas vantagens. Primeiro, os incentivos
possibilitam que as decisões de “onde” e “como gastar” em P&D sejam realizadas pelas firmas,
compreendidas, nesse caso, como os agentes mais capacitados para avaliar qual projeto será mais bem
sucedido no mercado. Outra vantagem dos incentivos fiscais em relação ao crédito dito direto encontra-se
no fato desse instrumento ser considerado mais transparente e mais flexível, dado que pode atender a
diferentes objetivos, tipos de firmas e setores industriais simultaneamente; e por não possuir um teto-
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Disciplina: Gestão da Inovação e Tecnologia

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limite de crédito como possuem os créditos diretos, estando diretamente relacionados com a tomada de
decisão e os gastos efetivados pelas firmas.

4.2. Desvantagens: O uso generalizado desses incentivos culminou em uma ampla discussão
internacional questionando-se sua efetiva capacidade de estimular (ou não) às firmas a realizarem
atividades tecnológicas, e assim, possibilitar uma aceleração no ritmo de inovação no país. Outros pontos
elencados na literatura são: os incentivos não causam efeitos sobre a percepção de risco da firma,
afetando somente sua estrutura de custos; os incentivos não adiantam recursos financeiros para as
atividades tecnológicas, pois somente reembolsam os gastos já realizados, e por isso, excluem muitas
firmas de menor porte que não possuem, a priori, capital suficiente para tal investimento; os incentivos
fiscais não conseguem aumentar a base de firmas inovadoras e somente aprofundam as atividades
tecnológicas das firmas que já são consideradas inovadoras. Além das desvantagens supracitadas, Bastos
(2004) destaca também que “incentivos fiscais não são neutros e acabam atendendo preferencialmente a
empresas grandes e estabelecidas, com maiores lucros e, consequentemente, impostos a pagar” [6].

5. Exemplos práticos/Empresas
5.1. O Canadá é caracterizado como um dos países com mais programas de incentivos fiscais. O
programa federal de incentivos fiscais promoveu um aumento de US$ 1,38 nos gastos em P&D a
cada US$ 1 de renúncia fiscal, segundo o Departamento de Finanças do Canadá. Mais que isso, os
resultados positivos dos incentivos fiscais também podem ser visualizados pelo aumento no número
de novos produtos e pelo aumento nas vendas das firmas [7]. No Brasil, os setores químico e
mecânico lideraram o número de projetos concedidos, destacando-se a Petrobrás como a firma
individualmente mais importante em termos de volume de recursos absorvidos.

6. Programas de Incentivo a Inovação no Brasil


6.1. O Brasil, diante desse ambiente internacional, executou a partir de 1994 um programa de incentivos
fiscais dirigidos às atividades tecnológicas, baseado nas deduções de impostos e no crédito fiscal. O
PDTI (Programa de Desenvolvimento Tecnológico Industrial) iniciou em 1993, com a Lei n. 8.661,
e foi regulamentado pelo Decreto 949 desse mesmo ano, com o objetivo de estimular investimentos
privados em inovação, gerando novos produtos, novos processos ou o aprimoramento de suas
características. Essencialmente, o programa visava estimular as atividades de P&D das firmas
através da dedução do imposto de renda (IR) e do crédito fiscal, incididos no impostos de renda
sobre pessoa jurídica (IRPJ) e no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em 1997, atendendo
às pressões de um forte ajuste fiscal, esse programa sofreu importantes modificações, por meio da
Lei 9.532, reduzindo muitos benefícios, como por exemplo, o percentual a ser deduzido no IR e o
percentual de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). 3 Como consequência
dessas modificações, em 1998, reduziu-se acentuadamente o número de projetos solicitados em
relação aos quatro anos anteriores. Para ilustrar a magnitude dessa redução, no ano de 2002 foram
aprovados menos projetos do que no primeiro ano do programa. Durante sua execução, foram
aprovados cerca de 160 projetos, envolvendo mais de 110 firmas, sendo em sua maioria firmas de
grande porte.

7. Conclusão/Análise crítica
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7.1. Podemos constatar que existe um aumento de empresas usufruindo dos incentivos fiscais de PD&I
devido às vantagens fiscais [8]. Em contrapartida, o número de incentivos concedidos poderia ser
muito maior se houvesse divulgação de tais programas supracitados, os mesmos são desconhecidos
por muitas empresas ainda.

8. Referências da Pesquisa

[1] Como Investir: Incentivos a Inovação. Incentivos a Inovação. Disponível em:


https://investrs.rs.gov.br/incentivos-a-inovacao. Acesso em: 18 abr. 2022.

[2] Como Investir: Incentivos fiscais. Incentivos fiscais. Disponível em: https://investrs.rs.gov.br/lei-de-
inovacao. Acesso em: 18 abr. 2022.

[3] PORTO, Geciane Silveira; MEMÓRIA, Caroline Viriato. Incentivos para inovação tecnológica: um
estudo da política pública de renúncia fiscal no brasil. Revista de Administração Pública, [S.L.], v. 53,
n. 3, p. 520-541, jun. 2019. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/0034-761220170340.

[4] WERWITZKE, Betina; BARÓN, Deyse Carla Maes de; FAGUNDES, Fernando Henrique;
RABELO, Tayana Melo; CARON, Antoninho. PROGRAMA DE INCENTIVO À INOVAÇÃO DAS
EMPRESAS BRASILEIRAS. 2015. 302 f. TCC (Graduação) - Curso de Administração, Núcleo de
Pesquisa Acadêmica - Npa, Fae Centro Universitário, Curitiba, 2015.

[5] Ministério das Finanças e da Receita do Canadá (2000). Por que e como os governos apoiam
atividades de pesquisa e desenvolvimento. Parcerias Estratégicas 8, maio

[6] Bastos, V. (2004). Incentivos à inovação: Tendências internacionais e no Brasil e o papel


do BNDES junto às grandes empresas. Revista do BNDES, 11(21):107–138.

[7] Czarnitzki, D., Hanel, P., & Rosa, J. M. (2004). Evaluating the impact of R&D tax credits on
innovation: A microeconometric study on Canadian firms. Centre for European Economic Research,
ZEW Discussion Paper 04-77, November. Disponível em
http://callisto.si.usherb.ca:8080/gredi/wpapers/GREDI-0501.pdf.

[8] BISMARA, Celso. Evolução histórica do incentivo de inovação tecnológica no Brasil. 2017.
Disponível em: https://celsobismara.jusbrasil.com.br/artigos/400458006/evolucao-historica-do-incentivo-
de-inovacao-tecnologica-no-brasil. Acesso em: 19 abr. 2022.
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