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RevistaCA Organizacao Ano14 n1
RevistaCA Organizacao Ano14 n1
Ano 14 - Nº 1
Agricultura
Jan./fev./mar. 2011
ORGANIZAÇÃO
RURAL
Evolução do Associativismo e do
Cooperativismo e a Contribuição
da CATI
Secretário-Adjunto
Antônio Junqueira
E sta edição da Revista Casa da Agricultura se propõe a convidar nossos leitores a se debruçarem sobre as discussões de um
tema primordial para a sobrevivência e inserção dos pequenos e médios produtores rurais no competitivo mercado da oferta
de produtos agropecuários. São abordadas nesta edição, com entrevistas e artigos, as opiniões dos principais envolvidos, nas últimas
décadas, no fortalecimento da agricultura paulista, especialmente no associativismo e cooperativismo.
Chefe de Gabinete
É, também, a forma de a CATI colocar a público o seu novo e desafiador compromisso com a agricultura paulista, o da inserção dos
Omar Cassim Neto
pequenos e médios produtores rurais nesse mercado. Desafio que começa a tocar neste início de ano com a assinatura do Projeto de
Desenvolvimento Rural Sustentável (Microbacias II – Acesso ao Mercado), mas que já vinha se desenhando e consolidando nos últimos
Coordenador/Assistência Técnica Integral
anos com o fortalecimento das associações dos produtores rurais das microbacias hidrográficas do Estado de São Paulo. Um trabalho
José Luiz Fontes
que rendeu a formação e/ou fortalecimento de 520 novas associações de produtores rurais e se firmou com a criação da Federação das
Associações das Microbacias Hidrográficas do Estado de São Paulo (Famhesp), em outubro de 2005.
Diretor/Departamento de Comunicação e Treinamento
Ypujucan Caramuru Pinto A CATI, por mais de quatro décadas, vem investindo naqueles que, com o seu trabalho, promovem a alimentação rica e diversificada,
produzida, com qualidade e eficiência reconhecidas, pelos produtores rurais do Estado de São Paulo e que chega não só à mesa dos
Diretor/Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes brasileiros, mas também a vários cantos do mundo. Ao trabalhar com produtores, tem fortalecido as parcerias, o trabalho conjunto com
Edson Luiz Coutinho instituições como a Famhesp, o Instituto de Cooperativismo e Associativismo (ICA), a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
(Apta). Ainda, coloca-se à disposição de instituições, como a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo e, por intermédio
Diretor/Divisão de Extensão Rural desta, com todas as cooperativas espalhadas pelo Estado.
José Alberto Martins Com esta edição da Revista Casa da Agricultura, esperamos fortalecer os vínculos criados ao longo do tempo e, com este tema
específico, Cooperativismo e Associativismo, compartilhar com os leitores a atual discussão sobre os rumos da produção e comercialização
de produtos agrícolas para o mundo. Então, eu o convido a se associar e a cooperar conosco em mais esta empreitada e no desafio que
temos pela frente.
Boa Leitura!
José Luiz Fontes
Coordenador da CATI
Espaço do Leitor Sumário
Agradecimentos 4 Entrevista
Agradezo a usted por el envio de la publicación Casa da Agricultura, 7 As Organizações de Produtores Rurais e o Microbacias II - Acesso ao
material que contiene temas de interés y hemos dado difusión. Mercado
Ing. Pablo Ângulo
Director de Relaciones Institucionales
Escuela Politécnica Nacional 9 Evolução do Associativismo e do Cooperativismo no Estado de São Paulo
Quito – Ecuador e a Contribuição da CATI na Organização Rural
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Recebemos exemplar da Revista Casa da Agricultura, a qual teve
boa avaliação por parte da área de agronegócios do BDMG. Marcos Legais e Boas Práticas para o Desenvolvimento de Associações
Rodrigo Marques Quintas
Departamento de Planejamento e Estudos Econômicos
Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A. (BDMG) 15 Famhesp: na Defesa do Pequeno Agricultor
Belo Horizonte (MG)
Recebemos e agradecemos o envio da Revista Casa da Agricultura. 16 Breve Panorama sobre o Cooperativismo
19
Bibliotecária Vanessa Christiane Alves de Souza
Universidade Federal Rural do Semi-Árido Instituto de Cooperativismo e Associativismo
Mossoró (RN)
22
Av. Brasil, 2.340 – CEP 13070-178 – C.P.960 – CEP 13001-970 – Campinas, SP
Tel.: (19) 3743-3858
espacoleitor@cati.sp.gov.br
Cooperativismo Mais Perto do Cidadão
www.cati.sp.gov.br
Departamento de Comunicação e Treinamento - DCT Supervisão Técnica dos Textos: Engenheiros Agrônomos Carlos 30 Associação se Fortalece Enquanto Surge um Novo Modelo de Cooperativa
Diretor: Ypujucan Caramuru Pinto Eduardo Knippel Galletta e Diogenes Kassaoka em Artur Nogueira
Centro de Comunicação Rural - CECOR Designer Gráfico: Lilian Cerveira
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Os artigos técnicos são de inteira responsabilidade dos autores.
D’Auria (MTB 18.760-RJ), Nathália Vulto Sena (MTB 58.934-SP), É permitida a reprodução parcial, desde que citada a fonte. Organização Rural em São Paulo: um Pouco da História do Trabalho da
Roberta Lage (MTB 43.382-SP) e Suzete Rodrigues (MTB 57.378-SP). A reprodução total depende de autorização expressa da CATI
Secretaria de Agricultura e Abastecimento
40 Aconteceu
6 ׀Casa da Agricultura Casa da Agricultura ׀7
Montamos 16 cooperativas em um espaço as eleições) de divulgação da nossa causa e tem uma história de grande contribuição
Entrevista
de pouco mais de três anos, o que chamou sensibilização de parlamentares e assessores, acadêmica com o cooperativismo, porque
a margem unitária de renda rural é muito progresso recente do cooperativismo sistema se mostrou forte diante das crises
pequena e tende a diminuir mais ainda.
A competição leva à redução da margem
unitária, de tal forma que só é possível
foi exatamente o conjunto de vitórias da
Constituinte, sobretudo a autogestão,
que fez com que se investisse em gestão,
da economia globalizada. Com os aspectos
de defesa estabelecidos na Constituição
Brasileira, o cenário futuro evidencia uma
As Organizações de Produtores Rurais
acabando com o amadorismo que quebrou
D
as cooperativas têm representado uma construir a história da minha como se fosse
Qual o seu papel social? urante o período recente de preparação do agricultores conhecem o preço de mercado do que produzem?
solução viável para todos. um trem correndo sobre dois trilhos, o
Microbacias II – Acesso ao Mercado, uma equipe de Quantos sabem o custo para produzir? Quantos decidem o que
RR – Esse papel está explicitado pelo sétimo amor e a justiça. Esse trem é movido pelo
RCA – Qual o impacto da crise econômica combustível da esperança para fazer que técnicos da CATI, de diversas regiões do Estado, coletou e avaliou plantar, levando em consideração as informações de cenários de
princípio do cooperativismo: a preocupação informações para elaborar um diagnóstico da agricultura familiar. demanda do mercado? Quantos têm a segurança de um contrato
mundial nas cooperativas e no a vida tenha sentido, agindo de forma a
com a comunidade. O cooperativismo tem
agronegócio brasileiro? contribuir para um mundo melhor. De que Entre outras constatações, esse diagnóstico apontou para a baixa de venda? Quantos direcionam sua produção para atender ao
um papel que transcende o atendimento a
maneira? Um ensinando ao outro tudo que competitividade mercadológica da agricultura familiar paulista gosto do consumidor?
seu cooperado para se inserir na comunidade
RR– Nós tivemos uma crise asiática no final da sabe, pois assim o conhecimento cresce. como entrave para o crescimento do setor.
de maneira mais abrangente, seja por conta Quando tiverem respostas a essas questões poderão usufruir
década de 1980. Na época observamos que Portanto, educar é o caminho para construir
de seus princípios, seja por interesse de um A falta de competitividade é devida a um conjunto de fatores de melhores resultados econômicos, com o direcionamento
os bancos cooperativos asiáticos sofreram um mundo melhor coletivamente, por meio
governo democrático em todas as esferas. complexos que passam pelo baixo nível de escolaridade na área de sua produção para atender à demanda do mercado para
menos do que os convencionais. No banco do cooperativismo e associativismo. E esse
Então, cabe aos governos se aproximarem rural, pela falta de comunicação, infraestrutura de transporte e obtenção de preços mais compensadores para seus produtos.
cooperativo, o cooperado é investidor, é o papel dos técnicos. É preciso que os
do cooperativismo para que o País seja armazenamento de produtos que se somam ao acesso limitado Além dessas questões, os produtores rurais necessitam, cada vez
dono e usuário, então o banco tem que ter articuladores da organização em qualquer
social, economica e ambientalmente melhor.
uma outra condição de responsabilidade. atividade econômica, social e política ao crédito. Juntos, esses fatores acarretam fraca organização mais, se adequar para atender às exigências dos mercados no
Na crise de 2008/2009, não foi diferente. O RCA – Qual o papel das políticas públicas tenham esse conceito. comunitária e capacidade gerencial dos produtores, incipiente que se refere aos aspectos de produção de alimentos seguros e
sistema financeiro global sofreu um grande para as organizações de produtores? conhecimento sobre as demandas de mercado, levando ao baixo com respeito às normas ambientais e sociais. A percepção dessas
abalo, principalmente nos Estados Unidos RCA – Por favor, deixe uma mensagem poder de negociação com grandes empresas de agronegócios. novas exigências é essencial para os produtores acessarem
e na Europa, e o cooperativismo de crédito para os produtores rurais. O processo de degradação ambiental ainda agrava as barreiras ou permanecerem nos mercados que atuam ou terem a
RR – Na economia globalizada, o comércio
sofreu pouco e ficou fortalecido. Essa é uma agrícola é muito prejudicado pelo socioeconômicas enfrentadas pelo pequeno agricultor, possibilidade de alcançar novos mercados.
RR – A cada dia cresce a demanda de
história importante para ressaltar como o protecionismo agrícola que os países ricos contribuindo para a dificuldade de inserção e sustentabilidade
produtos agrícolas: alimentos, fibras, A diversificação de explorações apresentada pela agricultura
cooperativismo é resistente às crises. E isso oferecem a seus agricultores com subsídios das pequenas propriedades nas cadeias produtivas.
energia, pois a população e a renda têm familiar é determinante para a sustentabilidade socioeconômica,
não aconteceu só com as cooperativas de
em três níveis: apoio direto, subsídio às crescido nos países emergentes. A oferta
créditos, mas também com as dos segmentos Um dos desafios enfrentados por grande parcela da ambiental, política e cultural da região em que está estruturada.
exportações e barreiras que impedem o não tem acompanhado essa demanda, por
agrícola e industrial. agricultura familiar é o desconhecimento do agronegócio De forma semelhante, o gerenciamento do empreendimento
acesso ao mercado. Esses mecanismos isso os preços subiram, o que gera crise e além do processo produtivo, ou seja, nos outros segmentos rural familiar, com a visão de cadeia produtiva, favorece a
RCA – Qual o cenário atual do cooperati- não favorecem o comércio livre e exigem inflação. O mundo todo deposita no Brasil localizados a jusante e a montante da propriedade. Quantos quebra do paradigma do processo de tomada de decisão por
vismo brasileiro? dos países que não oferecem subsídios, a esperança de resolver isso no longo prazo, parte desses produtores. Alguns agricultores familiares já estão
como é o caso do Brasil, compensações na pois o País tem terra disponível, tecnologia modernizando sua agricultura em relação aos aspectos técnicos
RR – Às vezes me pergunto: como está o forma de políticas públicas que estimulem tropical excelente e agricultores muito bons
cooperativismo no Brasil? Mas existe um a organização dos produtores, que levem e sérios. Então, minha mensagem é: há um
Brasil só? Existem vários Brasis, determinados assistência técnica, ofereçam crédito rural cenário muito favorável para os produtores
por comissões étnicas, culturais, climáticas, adequado e que permitam a produção brasileiros, mas para que isso se transforme
tecnológicas, fundiárias. Não se pode de insumos agrícolas selecionados e em realidade é preciso que existam políticas
comparar uma agricultura fundiária na fiscalizados. As políticas públicas são públicas que os apoiem para que possam
Serra Gaúcha com um agricultor do Ceará. essenciais em qualquer país do mundo avançar. É necessário que o produtor faça a
São mundos diferentes, não há só uma para mitigar a perturbação do mercado lição de casa, que passa pela organização para
agricultura brasileira, como não há só um global determinada pelo protecionismo que possa ter tecnologia, gestão de recursos
cooperativismo. A cooperativa é um reflexo
dos países desenvolvidos. É absolutamente humanos, bem como gestão ambiental,
da realidade regional onde está inserida;
inviável competir sem políticas públicas sanitária, tributária fiscal. Também, porque
onde existe cultura associativa, visão de
compensatórias. por meio das cooperativas, das associações
integração e conhecimento do papel
solidário, as cooperativas vão bem; onde e dos sindicatos, os produtores se colocam
RCA – Quais as perspectivas para o
não há, vão mal e sem paternalismo estatal na discussão para a formulação de políticas
cooperativismo brasileiro?
não funciona. Se a realidade regional se essenciais. Estamos recebendo da história
reflete na cooperativa, é evidente que uma RR – As perspectivas são crescentes uma chance notável e não podemos mais
diversificação também acabe refletindo. e favoráveis. Na medida em que as uma vez desperdiçá-la. É preciso assumi-la, No Projeto Microbacias II - Acesso ao mercado, a CATI tem como foco as cadeias produtivas e atuará por intermédio das associações e cooperativas, visando melhorar a
cooperativas investiram em gestão, o vencê-la e construir um mundo melhor. renda do produtor rural.
Eu penso que o grande responsável pelo
10 ׀Casa da Agricultura Casa da Agricultura ׀11
e econômicos por meio de uma maior eficiência produtiva, O Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável –
gerencial e organizacional, mas é preciso que muitos mais o
façam.
Microbacias II – Acesso ao Mercado pretende atuar de maneira
incisiva na formação e capacitação dessas organizações, na busca
Evolução do Associativismo e do
Mesmo com a criação de algumas políticas públicas, que
têm oferecido às organizações de agricultores familiares
dessa profissionalização. Aquelas associações ou cooperativas
de produtores rurais devidamente regularizadas que tenham
o objetivo de vender melhor sua produção agropecuária,
Cooperativismo no Estado de São Paulo e a
oportunidades de acesso ao mercado, a exemplo do Programa
Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA), as dificuldades de acesso a essas
introduzindo inovações mercadológicas que agreguem valor à
sua matéria-prima, terão apoio técnico, gerencial e financeiro do
Projeto para implantar seus empreendimentos.
Contribuição da CATI na Organização Rural
políticas são evidentes e somente uma minoria tem sucesso.
Para tanto, as organizações de produtores rurais que têm Carlos Eduardo Knippel Galletta – engenheiro agrônomo – Divisão de Extensão Rural (Dextru) - CATI
A organização dos pequenos e médios produtores rurais é o
claramente definida alguma ação voltada ao mercado, seja galletta@cati.sp.gov.br
caminho para buscar a resposta para a maioria dessas questões.
para começar um empreendimento, seja para ampliar o que já
Esse é um mecanismo viável e, em muitos casos, a única saída para
existe, poderão expressar essa proposta de iniciativa de negócio,
se inserirem no processo contínuo e acelerado de globalização
consolidada em um Plano de Negócio a ser apresentado ao
O
pelo qual o mundo passa.
Projeto. associativismo rural, apesar de Da década de 1940 a 1960, proliferaram alguns casos, a corrupção interna, levaram
A união de produtores, formando as associações e/ possuir uma longa trajetória no as chamadas associações rurais¹. Em o cooperativismo ao descrédito em muitas
O processo começa quando essas organizações de
ou cooperativas, permite enfrentar os problemas e garantir Brasil e especificamente no Estado de São geral lideradas por grandes fazendeiros, regiões do Brasil e do Estado de São Paulo.
produtores atendem à chamada do Projeto para apresentação de
a sobrevivência da propriedade familiar. Além do mais, Paulo, só recentemente assumiu maior congregavam todos os segmentos de
Manifestação de Interesse, identificando a iniciativa de negócio Todo esse quadro reforçou, principal-
proporciona o desenvolvimento da região onde estão inseridas. importância no cenário da representação agricultores, incluindo os pequenos
pretendida e definindo claramente o grupo de produtores mente entre os agricultores familiares, a
Os agricultores, quando organizados, adquirem condições de política dos agricultores familiares. proprietários rurais.
envolvido na proposta. As organizações de produtores, busca de outras alternativas de organiza-
participar do contínuo processo de transformação pelo qual Excetuando-se situações particulares
cujas manifestações de interesse atendam aos critérios de Nos 20 anos do período autoritário ção, representação perante as autoridades
passa a agricultura e de acompanhar cada mudança, ficando elegibilidade, serão autorizadas a elaborar a proposta de iniciativa e localizadas, no geral a organização
(1964-1984), a liberdade de organização e luta por melhor renda e condições de
em condição de igualdade quanto aos outros sistemas agrícolas de negócio. Para tanto, as organizações de produtores deverão rural entre pequenos produtores é um
era bastante restrita e os sindicatos e as vida. Isso se constituiu em outro fator fa-
mais organizados. buscar uma consultoria para elaboração do Plano de Negócio, fenômeno que adquire maior visibilidade
cooperativas sofriam muitas vezes inter- vorável ao crescimento do número de as-
o qual deve detalhar tecnicamente a iniciativa. Posteriormente, apenas na segunda metade do século XX.
Entretanto, falamos de organizações que tenham de venções do Governo em suas direções, pois
essas propostas de iniciativas de negócio serão avaliadas e serão sociações.
fato o espírito comunitário e que seus participantes estejam As primeiras iniciativas de a legislação vigente subordinava essas or-
conscientizados de que unidos poderão resolver seus problemas, apoiadas financeiramente aquelas que demonstrarem maior associativismo rural em nosso país, ganizações a terem seus funcionamentos Com o processo de redemocratização
principalmente pelo fato de estes serem comuns, que sejam viabilidade mercadológica, técnica e ambiental. do País, no início da década de 1980, e com
partiram de grandes produtores que controlados.² Paralelamente, o associati-
despojados do individualismo e que tenham clareza de objetivos Assim, antes que se proceda à Manifestação de Interesse, é se mobilizavam para fazer valer seus vismo rural também ficou bastante tolhido as eleições diretas de governadores em
e foco nas suas ações, caracterizadas pelo apelo à participação e à fundamental que as organizações de produtores tenham como interesses, influenciando na determinação pela conjuntura política vigente, inclusive 1982, em muitos estados brasileiros passa a
cogestão. Não há espaco para aquelas organizações oportunistas, estratégia a identificação e definição de quais negócios pretendem das políticas agrícolas. Assim, tem-se em termos de representação dos interesses ocorrer um movimento inverso ao período
que se formam apenas para pedir algo que está sendo oferecido implementar. Para a equipe de gestão do Projeto, ou seja, para a notícia do primeiro Congresso Agrícola, dos pequenos produtores. anterior, com muitos estímulos à participa-
por alguma política pública, normalmente para beneficiar uma CATI fica o grande desafio de assegurar a efetiva participação das ainda no período colonial, em 1878, no ção da sociedade civil, incluindo todas as
minoria de seus membros, o que serve apenas para denegrir os organizações de produtores rurais e a emancipação econômica e Nessa época de grande expansão
Rio de Janeiro. No entanto, apenas a partir formas de organizações sociais: associa-
propósitos do associativismo e do cooperativismo. social desses novos empreendimentos. econômica, principalmente na década
da década de 1940 é que as organizações ções, sindicatos, cooperativas, entidades
de 1970, ocorreu um grande crescimento
rurais passam a ter maior significado. profissionais, movimentos populares. No
das cooperativas, seja em número, seja
No período do Governo Vargas, quando na dimensão de suas estruturas. Visando bojo dessa revitalização política, os seg-
o Estado passa a regulamentar (e também enfrentar o poderio das grandes empresas mentos rurais também começam a buscar
a controlar) os sindicatos de trabalhadores industriais e comerciais, atuantes no novas formas de participação.
urbanos, é que as associações e agribusiness, estimulou-se o gigantismo de
cooperativas agrícolas começam a algumas cooperativas.
Dificuldades e contradições do estímulo
ganhar corpo. Percebemos, por meio do Os ideais do cooperativismo foram associativista
cadastramento de organizações rurais desvirtuados em muitas situações, nas
realizado recentemente pela CATI, que as Nesse processo cometeram-se alguns
quais o comando de administradores
primeiras associações e cooperativas em e técnicos subjugou a vontade e a equívocos. O Estado, por intermédio de
nosso Estado datam do início da década de participação dos cooperados, passando a seus agentes, muitas vezes favoreceram
1930 e estão localizadas, principalmente, cooperativa a atuar na mesma lógica das condições de manipulação política
nas Regionais de Mogi das Cruzes, grandes empresas capitalistas, tornando- dos pequenos produtores, retomando
Guaratinguetá, Pindamonhangaba, São se corriqueiro o comentário de seus procedimentos clientelistas entre o poder
Paulo, Piracicaba e Tupã. Nota-se que tais associados de que “a cooperativa vai bem, local e as associações. Dessa forma criaram-
organizações estão vinculadas, sobretudo, mas o cooperado vai mal”. O distanciamento se diversos programas de incentivos que
à colonização de imigrantes japoneses e às das direções em relação aos seus sócios, a exigiam a formalização de associações para
produções de leite, cana, café e olerícolas. falta de transparência, a má gestão e, em acesso aos benefícios.
¹ No Estado de São Paulo, a FARESP - Federação das Associações Rurais do Estado de São Paulo, fundada após a crise do café em 1929 e precursora da atual FAESP, representava em âmbito estadual essa
forma de organização do meio rural..
² Os sindicatos tinham suas autorizações de funcionamento obtidas junto ao Ministério do Trabalho e as Cooperativas junto ao INCRA
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do Programa ao transformar, ao longo do para a evolução do próprio Programa Políticas Públicas para Comercialização
processo, os agricultores e suas famílias em governamental, assumindo-o como seu e Fortalecimento da Organização dos
agentes de seu próprio desenvolvimento. e, até mesmo, extrapolando os marcos Agricultores Familiares
inicialmente previstos. Deve ser ressaltado também o
O Programa de Microbacias imaginou,
inicialmente, a criação de associações Foi dessa forma que em 2005, ao final surgimento de novos programas em
em cada área trabalhada. No entanto, do PEMH, por iniciativa de cerca de 80 nível federal, de apoio à comercialização
de produtos da agricultura familiar, que
Fonte: www.nikkeypedia.org.br
D
interessados, convidando para reunião de identificação dos problemas e objetivos comuns esde sua fundação, em 6 de do Banco Mundial em relação ao Projeto
a serem destacados, apontarão sempre ca-
e de realização de palestra de sensibilização com exposição de informações sobre o
minhos de sucessos obtidos nessa direção. outubro de 2005, em Avaré (SP), a Microbacias II – Acesso ao Mercado.
associativismo.
1. Identificação de interesses Federação das Associações de Produtores
Novas Metas – Com a transferência
Homogeneidade do grupo: problemas co- Rurais das Microbacias Hidrográficas do
• Discussão da proposta de Associação – por meio de uma reunião e palestra motivacional, da sede da Famhesp de Rancharia (SP)
muns facilitam a mobilização. Proximidade Estado de São Paulo (Famhesp) luta para
deve-se esclarecer a todos sobre o modo de funcionamento de uma associação, suas para o município de Arandu (SP), na região
espacial gera identidade e facilita integra- possibilidades de atuação, o que tem de ser feito para formá-la e debater em profundidade defender os interesses dos pequenos
de Avaré, e a posse da nova Diretoria
ção. quais seriam os objetivos de uma associação para essas pessoas e a disposição e as condições produtores rurais e agricultores familiares
Executiva e dos Conselhos Deliberativo
2. Ter objetivos claros delas em assumir esse compromisso. Ficando evidenciado o interesse pela formação da paulistas reunidos em associações. Com
e Fiscal, a Federação elaborou seu Plano
Saber aonde se quer chegar. Objetivos que entidade, os procedimentos necessários são a preparação do estatuto e uma assembleia de mais de 100 instituições filiadas e com a
de Trabalho 2010-2011, submetendo à
unam a maioria dos interesses comuns. Ob- constituição. Os presentes poderão indicar uma comissão de representantes que, junto com criação de 10 Núcleos Regionais (NRs) da
Assembleia Geral para sua discussão,
jetivos devem estar acima dos interesses uma assessoria técnica/jurídica, irão elaborar a proposta de estatuto e preparar a assembleia. Federação, visando à descentralização
aprimoramento e votação das filiadas.
pessoais. e maior contato com os produtores e
• Elaboração dos Estatutos – a comissão indicada pela comunidade se reúne com apoio Entre as metas estão: criação de um Plano
3. Saber administrar os conflitos suas organizações, a Famhesp já obteve
de assessores (extensionistas, técnicos da área social, educadores, administradores ou da Saúde Rural; obtenção de financiamento
Papéis das lideranças: mediação, negocia- uma série de conquistas para o setor, Fidelis - A Famhesp luta pela valorização
área jurídica) disponíveis no município/região e estuda um modelo de estatuto, fazendo para fossas sépticas e tratamento de água;
ção, capacidade de ouvir, respeito às di- principalmente, no que se refere à do pequeno produtor rural e agricultores
as adequações necessárias à sua realidade. Quando alcançar o formato final do projeto de elaboração de um plano telefonia rural/ familiares
ferenças, valorização dos talentos de cada representatividade política.
estatuto, a comissão poderá se concentrar em preparar a assembleia de fundação e eleição internet banda larga; firmar parcerias com
um. da primeira diretoria ou diretoria provisória. O grupo poderá identificar possíveis pontos desenvolvimento rural sustentável com
4. Autonomia Como exemplo, podemos citar a CATI, MDA, Ministério da Agricultura,
polêmicos no projeto de estatuto, para debater com toda comunidade, seja previamente à práticas agroecológicas, além de garantir
A organização deve caminhar com as a parceria com a Coordenadoria de Pesca e Abastecimento (MAPA) e iniciativa
fundação, seja na própria assembleia de constituição. a representação política dos agricultores
próprias “pernas”: buscar recursos huma- Assistência Técnica Integral (CATI), a privada. “Temos ainda a intenção de
nas instâncias superiores dos setores rural
nos e materiais próprios. participação no Programa Estadual de estruturar a sede social e administrativa
• Preparação da Assembleia de Constituição – a comissão deve convocar todos interessados paulista e brasileiro. “Vamos retomar o
5. Parcerias Microbacias Hidrográficas (PEMH), espaço da instituição para melhor atender nossas
para a Assembleia Geral de fundação da associação, em hora e local determinados com recadastramento das associações filiadas
Independência não significa isolamento: e voz na Assembleia Legislativa do Estado filiadas e pleitear assento e voz nos Comitês
antecedência, afixando-se edital de convocação em locais frequentados pelos interessados, e fazer uma ampla campanha para filiação
parcerias e alianças com órgãos públicos e podendo ser, também, veiculado por meio de imprensa e rádio. Paralelamente aos de São Paulo e nas Secretarias Estaduais de Bacias Hidrográficas (CBHs)”, explicou
de novas associações e trabalhar para a
privados em trabalhos de interesse da as- procedimentos de divulgação, a comissão poderá, de alguma forma, promover consulta de Agricultura e Abastecimento (SAA) João Fidelis, atual presidente da Famhesp.
valorização do pequeno agronegócio,
sociação. prévia para a montagem da chapa (ou chapas) que concorrerá na Assembleia de fundação, e do Meio Ambiente (SMA), direito à
Associativismo – Fidelis ressalta que pois ele é responsável pela produção
6. Gestão e planejamento democráticos para eleição da primeira Diretoria e dos Conselhos. Dessa maneira, pode conseguir maior voz e ao voto no Conselho Estadual de
fazem parte da missão da Federação: básica de alimentos que estão na mesa do
Respeito à opinião da maioria dos associa- representatividade e consenso entre os interessados. Desenvolvimento da Agricultura Familiar
o fortalecimento da organização dos consumidor brasileiro”, apontou Fidelis.
dos; divisão de responsabilidades: confiar (Cedaf ) e no Conselho de Orientação
no outro; estímulo às novas lideranças; li- • Realização da Assembleia Geral de Constituição da Associação – para realização da do Fundo de Expansão do Agronegócio pequenos produtores rurais e agricultores Com o trabalho da Secretaria da
mites à reeleições; transparência. Assembleia, recomenda-se uma minuta do que será a Ata de Constituição, a ser concluída ao Familiar (Feap Banagro) – crédito e seguro familiares, por meio do associativismo e/ Agricultura e Abastecimento do Estado
7. Participação término dos trabalhos. Duas pessoas deverão assumir as funções de presidente e secretário rural. Além disso, aumento no número ou do cooperativismo, promovendo a de São Paulo, por meio da CATI, no Projeto
Não limitar a sua ação apenas à questão da assembleia, as quais poderão ser escolhidas entre os futuros sócios ou entre apoiadores de associações filiadas, presença nos melhoria da renda e da qualidade de vida do de Desenvolvimento Rural Sustentável
econômica ou de produção; organização da comunidade. Também será necessária a presença de advogado com registro na OAB, para agricultor e de sua família; e o incentivo ao – Microbacias II – Acesso ao Mercado, a
encontros com a Comissão e representantes
tem de ser abrangente e diversificada em assessorar os trabalhos. Ao final, ele deverá assinar a Ata, com o presidente e o secretário
nova Diretoria da Famhesp acredita que
suas atividades; organização de grupos de da assembleia. O presidente fará cumprir a pauta que constará basicamente de: a) Leitura,
o pequeno produtor rural e agricultores
discussão e aprovação do Estatuto; b) Eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal; c) Posse
interesse, como de mulheres, jovens, café familiares e suas organizações poderão
da Diretoria e do Conselho (opcional). Ao término, deverá ser lida a Ata de Constituição e
etc. alcançar eficiência e competitividade e
solicitadas as assinaturas dos associados fundadores.
8. Responsabilidade ambiental e social ampliar a compreensão da propriedade
Busca do desenvolvimento sustentável e como um organismo que pode dar
• Oficialização e documentação para a formalização de associações – o Instituto de
do fortalecimento da agricultura familiar. bons resultados econômicos, aliando
Cooperativismo e Associativismo (ICA) recomenda os procedimentos básicos para essa
9. Ousadia tecnologias de baixo custo e reduzido
formalização:
Nem sempre é possível contar com
- registro do Estatuto e da Ata da Assembleia Geral de Constituição em Cartório Civil de impacto ambiental com preservação dos
condições favoráveis, porém é preciso
Títulos e Documentos; recursos naturais e fixação do homem no
nunca se acomodar, lutar sempre, manter
campo.
a confiança e a autoestima elevadas, ser - inscrição na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Receita Estadual/Posto Fiscal);
ousado, acreditar sempre. Independente- - inscrição estadual só quando for movimentar mercadorias; Mais informações:
mente de apoios ou de dificuldades ex- - inscrição no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS); www.famhesp.org.br
ternas, é indispensável ter consciência da imprensa@famhesp.org.br
- registro na Prefeitura Municipal – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN).
própria força e da força da organização dos
pequenos agricultores. Agricultores reunidos – união de esforços em defesa do pequeno agronegócio paulista
18 ׀Casa da Agricultura Casa da Agricultura ׀19
Cooperativismo
propriedades ou ações. Isso significa às mazelas provocadas pelo sistema
necessidades, mas sim o lucro dos seus
que não há espaço para democracia e econômico vigente, promovendo aos
donos ou acionistas.
ajuda mútua, pois não são organizações cooperados formas alternativas de trabalho
democraticamente controladas. e renda, principalmente à população de Essa é uma realidade impraticável
baixa renda, mais sensível aos problemas em sociedades cooperativas, pois estas
Todas as empresas necessitam de
do sistema econômico vigente.
Diogenes Kassaoka – engenheiro agrônomo, diretor do Instituto de Cooperativismo e Associativismo/Codeagro/SAA - diogenes@codeagro.sp.gov.br um planejamento bem executado e são empresas que praticam outra forma
Thiago Lisboa – cientista social do Instituto de Cooperativismo e Associativismo/Codeagro/SAA - tlisboa@codeagro.sp.gov.br com sócios conscientes de seu papel, Numa empresa privada, a forma de de gestão, à qual as pessoas não estão
Flávia Bigai – cientista social do Instituto de Cooperativismo e Associativismo/Codeagro/SAA - fbigai@codeagro.sp.gov.br no entanto, as cooperativas devem administração e controle dos processos acostumadas. Diferentemente das
buscar, incessantemente, a educação cotidianos e das pessoas é determinada organizações privadas, cooperativas são
cooperativista e a profissionalização na
gestão, lembrando que, mesmo adotando
E m 2009 existiam, no Estado de São Tabela 1 – Principais produtos exportados pelas cooperativas agrope- Quadro 1 – Diferenças fundamentais das cooperativas em relação às empresas comuns e
essa postura, não é garantia de sucesso,
tradicionais
Paulo, 905 cooperativas de todos os cuárias do Estado de São Paulo nos anos de 2008 e 2009 (em milhões US$). mas que a ausência desses procedimentos
segmentos, representando 12,46% do total é certeza de fracasso. COOPERATIVAS NÃO-COOPERATIVAS
Produtos 2008 2009
de cooperativas em todo o Brasil. Objetivo Prestação de serviços e Objetivo principal: lucro
Fatores externos, como o clima e o
Óleo de soja 12 4 bem-estar dos sócios
O número de sócios das cooperativas mercado, por exemplo, também interferem
Café em grão 7 5 Forma coletiva e Forma privada e
nos resultados desses empreendimentos,
paulistas somou 2.822.202, corresponden- homogênea de administrar hierárquica de administrar
Extrato de óleo de soja 48 23 mas ainda assim, em uma cooperativa, os
do a 34,20% dos cooperados existentes no uma organização uma organização
Álcool 430 218 responsáveis pelo seu sucesso ou fracasso
País (8.252.410). são, em grande parte, os próprios donos, os Coletiva porque é Privada porque é
Açúcar 70 264
sócios cooperados. Por isso, a administração uma organização de uma organização de
Em relação aos empregados, as coope- Outros açúcares 346 556 Gestão propriedade conjunta ou propriedade individual, de
rativas do Estado de São Paulo emprega- de uma empresa desse tipo ganha maior
Fonte: Secretaria de Comércio Exterior; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (2010). coletiva (de todos) uma pessoa (o dono) ou
atenção por se tratar de uma sociedade
ram diretamente 59.126 funcionários, ou Elaboração: OCB/Gemerc (2010) de um grupo restrito de
cujos associados são, simultaneamente, pessoas (os acionistas)
seja, 21,56%, diante de 274.190 funcioná-
donos e clientes, produtores agropecuários
rios das cooperativas em todo o território Tabela 2 – Exportação das Cooperativas Brasileiras Coletiva porque é uma Privada porque é uma
e consumidores de insumos. Toda essa
jan. a dez. 2009 jan. a dez. 2008 sociedade de pessoas sociedade de capital
nacional (OCB, 2009). complexidade justifica porque se exige
US$ FOB kg US$ FOB kg a profissionalização da gestão das Defesa / Representação Defendem os interesses de Defendem os interesses
Em 2009, só as cooperativas todos os sócios cooperados de uma pessoa ou de um
São Paulo 1.097.804.067 2.910.387.175 951.457.635 2.409.525.700 cooperativas, uma profissionalização da
agropecuárias brasileiras tiveram uma grupo restrito de pessoas
gestão que passa não só pela especialização
participação de 37,2% no PIB agropecuário Brasil 3.627.658.264 7.094.667.139 4.010.536.267 7.077.782.883 Hierarquia Não têm graus sucessivos Têm graus e níveis
técnica e instrumental dos cooperados
nacional (total de riquezas geradas na Fonte: Secretaria de Comércio Exterior; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. de autoridade, todos sucessivos de hierarquia e
e de sua Diretoria, como também de
são iguais, decidem na autoridade
agropecuária) e 47% no PIB cooperativo conhecimentos teóricos e conceituais, por
Com essa pujança, não há como desejado, sem que seja previamente Assembleia Geral
(total de riquezas geradas por todas as exemplo, sobre o que é e para que serve
negar a importância das cooperativas realizado um planejamento consciente e Informações As informações fluem de As informações fluem de
cooperativas do País). Com relação às esse tipo de empreendimento.
para o crescimento econômico paulista consistente. cima para baixo e as ordens baixo para cima e ordens
exportações diretas, a participação delas Segundo a Aliança Cooperativa de baixo para cima de cima para baixo
e nacional. E não só o crescimento, mas
foi de US$ 3,6 bilhões (OCB, 2009). Cooperativas são sociedades de Internacional (ACI), constituída em
também o desenvolvimento econômico, A Diretoria é inferior aos A Diretoria é superior aos
pessoas e não de capital, empreendimentos 1895 e com sede em Genebra, na Suíça, cooperados reunidos em empregados, aqueles que
De acordo com a Tabela 2, em 2008 pois as cooperativas são empresas que, por
de propriedade coletiva que exigem cooperativa é uma associação autônoma Assembléia Geral; trabalham
o Estado de São Paulo exportou US$ princípio e lei, devem valorizar seus sócios,
controle democrático, pois em sua de pessoas unidas voluntariamente para Diretoria
destinando parte de suas sobras (5% das A Diretoria tem de se Os empregados têm de se
951.457.635 por meio das cooperativas estrutura existem instâncias para tomadas satisfazer suas necessidades e interesses
receitas líquidas) a Fundos de Educação e submeter às ordens e às submeter às ordens e às
agropecuárias; em 2009, esse valor passou de decisão conjuntas. Basicamente, elas comuns nos campos econômico e social, decisões dos cooperados decisões da Diretoria
Profissionalização dos cooperados.
para US$ 1.097.804.067, representando um são constituídas para prestar serviços aos por intermédio de uma empresa de em Assembleia Geral
Pelos dados relatados, cooperativas seus sócios, por isso seu planejamento propriedade coletiva e democraticamente
acréscimo de 15,38%. No mesmo período, Controle Existe um órgão formado Não há um órgão interno
são empreendimentos consideráveis e é diferente das formas adotadas por administrada/controlada.
em 2008, a exportação das cooperativas pelos cooperados que ou um Departamento que
tão importantes quanto outras formas empresas comuns, cujas decisões têm fiscaliza as ações da monitore ou fiscalize as
agropecuárias paulistas (US$ 951.457.635) base no capital e não no ser humano. A Formalmente, cooperativa é uma
de sociedade econômica. No entanto, Diretoria, que é o Conselho ações da Diretoria
representou 23,72% do total nacional prática cooperativista recomenda que os empresa de dupla natureza, que contempla Fiscal
apesar de os números apresentados
(US$ 4.010.536.267). Já, em 2009, a expor- contradizerem aqueles que não acreditam indivíduos que desejarem constituir uma o lado econômico e o social, no qual os Finalidade Sua finalidade é o Sua finalidade é a
tação das cooperativas agropecuárias do no sistema cooperativista, ainda persiste o cooperativa se acostumem a trabalhar e cooperados são, ao mesmo tempo, donos e desenvolvimento humano maximização dos lucros
Estado somou US$ 1.097.804.067, corres- resolver em grupo os seus problemas. usuários da cooperativa: como donos, eles e o seu meio é a própria e o meio é a eficiência
grande engano daqueles que pensam que
pondendo a 30,26% do total do País (US$ todo o investimento em uma cooperativa vão administrar a empresa e como usuários organização, constituída econômica
Empresas privadas são sociedades
para isso
3.627.658.264). resultará (ou deve resultar) em retorno de capital e não de pessoas, valorizam vão utilizar seus serviços.
20 ׀Casa da Agricultura Casa da Agricultura ׀21
F
valor ao mesmo, pois produtos que passam undado em 1933, o Instituto de Na reestruturação do instituto, por aumento e diversificação da produção e,
Seus princípios dizem que cooperativas empreendimentos, pois são entidades
por algum tipo de processamento têm Cooperativismo e Associativismo meio da criação das Células Regionais consequentemente, garantia de trabalho
são organizações democráticas, porque organizadas e controladas pelos próprios
valor de mercado superior aos produtos in (ICA) é um órgão vinculado à Coordenadoria — além de adequá-lo às novas formas e renda.
representam a vontade comum de todos cooperados, que se organizam livre e
natura. de Desenvolvimento dos Agronegócios de gestão do poder público e à nova
os cooperados, que é garantida pelo voluntariamente para fundá-la, aprovando No ano de 2010, essas diretrizes
Dessa forma, ao possibilitar aos (Codeagro), da Secretaria de Agricultura realidade da agricultura paulista —
órgão máximo de poder e tomada de seu estatuto, elegendo democraticamente aproximaram o ICA à Coordenadoria de
agricultores adquirirem insumos por um e Abastecimento do Estado de São Paulo inseriu-se o poder público estadual na
decisão da organização: as Assembleias a sua Diretoria e o Conselho Fiscal, Assistência Técnica Integral (CATI) e ao
(SAA) que promove a organização de pro-
Gerais dos cooperados, espaço altamente decidindo suas atividades, que devem preço menor e venderem sua produção a Instituto de Terras do
dutores rurais em empreendimentos eco-
democrático onde os sócios participam, ser subordinadas à vontade coletiva, um preço mais favorável (devido tanto ao Estado de São Paulo
nômicos e sociais, coletivos e solidários,
de forma direta e por meio de voto aprovadas em Assembleia Geral dos sócios. ganho de escala quanto ao processamento), (Itesp), que abriram
por meio de palestras e assistência técnica.
das decisões da empresa, garantindo, o cooperativismo tem se mostrado uma caminho para realiza-
Justamente por suas características alternativa adequada aos agricultores Fomentando a união de produtores ru- ção de ações em par-
assim, uma gestão verdadeiramente
societárias e por ser uma organização familiares, pois proporciona a interação rais em cooperativas e associações como ceria.
democrática. Nas Assembleias, homens
de pessoas – e não de capital com os demais agentes do mercado instrumento para o desenvolvimento eco-
e mulheres, independentes de qualquer Com o Itesp, o ICA
– que se unem para formar um agroindustrial, eliminando ou diminuindo nômico e social, o ICA atinge sua missão:
distinção social, podem ser eleitos como desenvolve trabalhos
empreendimento econômico visando desse modo, dois dos principais entraves: ser um órgão de referência em organização
representantes, sendo responsáveis em assentamentos e
atender às necessidades de seus sócios, a questão da escala na comercialização social e economia da cooperação, contri-
pela mesma e para com todos os outros a grupos quilombolas
as cooperativas se apresentam como e a coordenação dos agricultores na buindo, dessa forma, para o desenvolvi-
cooperados. localizados no pon-
alternativas, especialmente, atraentes para negociação com outros atores no mercado, mento do agronegócio paulista.
tal do Paranapanema
Se todos são responsáveis, então to- os agricultores familiares, pois permitem ganhando, assim, poder de barganha. e no Vale do Ribeira,
Ao longo de 78 anos de existência, o
dos têm por dever zelar pela organização ingressar em mercados aos quais não instituto orgulha-se de ter auxiliado a fun- prestando assistência técnica, bem como
Portanto, as cooperativas, mesmo não resolução dos problemas sociais locais
e seus objetivos, construindo Conselhos, teriam acesso individualmente. dação de muitas cooperativas e associa- de forma descentralizada e participativa. desenvolvendo pesquisas socioeconômi-
representando a solução para todos os
mecanismos de controle e fiscalização da A cooperativa, ao unir os agricultores problemas daqueles que individualmente ções de produtores rurais do Estado de São Tal estratégia permitiu ao ICA melhor cas no escopo de traçar um panorama dos
empresa e dos seus dirigentes. Ou seja, por familiares num empreendimento não atingem seus objetivos, apresentam-se Paulo, acumulando experiências e práticas acompanhamento das demandas assentamentos.
serem empreendimentos de propriedade coletivo, possibilita-lhes comercializar, como uma organização que trabalha para para continuar se empenhando no fomen- provenientes da população, refletindo- Em relação à CATI, destaca-se a Portaria
melhorar a vida da população. to à organização desses produtores, seja se em maior e melhor compreensão
conjunta, de responsabilidade coletiva, conjuntamente, quantidades maiores de Conjunta CATI-Codeagro de julho de 2010,
em cooperativas, seja em associações. dos problemas dessas localidades, que oficializou a parceria desses órgãos,
dinamizando suas ações às comunidades estabelecendo linhas de trabalho pautadas
No ano de 2006, visando adequar-se
Cooperativas: organizações que possuem história, valores e princípios próprios rurais. no revigoramento das associações e coo-
à nova realidade do setor, bem como às
novas formas de gestão da esfera pública, Desse modo, estreitando o diálogo perativas ligadas ao Programa Estadual de
• Da livre e aberta adesão dos sócios. As cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas interessadas em utilizar seus Microbacias Hidrográficas com ações espe-
o instituto passou por uma profunda com grupos e lideranças rurais locais e
serviços e dispostas a aceitar as responsabilidades da sociedade, sem discriminação social, racial, política, religiosa e sexual (de gênero); cíficas, como:
reestruturação e descentralização de com base na realidade atual dos grupos
• Gestão e controle democrático dos sócios. As cooperativas são organizações democráticas, controladas por seus associados, que
suas ações, ocasião em que foram criadas formais, no ano de 2009 o instituto • capacitação técnica e administrativa dos
participam ativamente na fixação de suas políticas e nas tomadas de decisões, nas quais os sócios têm direitos iguais de voto (um sócio,
um voto); as Células Regionais de Apoio Técnico, passou por um realinhamento de suas associados de cooperativas e associações
• Participação econômica do sócio. Os cooperados contribuem equitativamente e controlam democraticamente o capital de sua localizadas nas cidades de Assis, Bragança diretrizes e dos planos de ação. Esse paulistas;
cooperativa. Ao menos parte desse capital é, geralmente, de propriedade comum da cooperativa. Os associados, geralmente, recebem Paulista, Colina, Capão Bonito, Catanduva, realinhamento culminou em um Plano • elaboração de um banco de dados das
benefícios limitados pelo capital subscrito, quando houver, como condição de associação. Os sócios destinam as sobras para algumas Jales, Jaú, Mococa, Pindamonhangaba, de Desenvolvimento Estratégico para o organizações sociais rurais (cooperativas e
das seguintes finalidades: desenvolver sua cooperativa, possibilitando a formação de reservas, das quais ao menos parte das quais seja Piracicaba, Presidente Venceslau, Registro, setor, pautado em dois grandes nortes: associações de produtores rurais), com in-
indivisível; beneficiar os associados na proporção de suas transações com a cooperativa; e sustentar outras atividades aprovadas pela Ribeirão Preto, Santos e Tupã, com o intuito formações relevantes;
desenvolvimento da economia da
sociedade; • desenvolvimento de ações voltadas à
de assistir os produtores rurais de forma cooperação e geração de trabalho e renda
• Autonomia e independência. As cooperativas são autônomas, organizações de autoajuda, controladas por seus membros. Nas relações melhor atuação e à maior integração do
mais dinâmica e eficiente. por meio de empreendimentos coletivos.
com outras organizações, inclusive governos, ou quando obtêm capital de fontes externas, o fazem de modo que garantam o controle Conselho Regional de Desenvolvimento
democrático pelos seus associados e mantenham a autonomia da cooperativa; Essas Células Regionais contam com Essas novas diretrizes têm por objetivo Rural (CRDR) e do Conselho Municipal de
• Educação, treinamento e informação. As cooperativas fornecem educação e treinamento a seus sócios, aos representantes eleitos, aos um corpo multidisciplinar de assistentes fomentar os sistemas cooperativista e Desenvolvimento Rural (CMDR).
administradores e empregados, para que eles possam contribuir efetivamente para o desenvolvimento de sua cooperativa. Eles informam agropecuários, graduados em Ciências associativista no Estado de São Paulo, É inserido nesse contexto de parcerias
ao público em geral, particularmente aos jovens e líderes de opinião, sobre a natureza e os benefícios da cooperação;
Sociais, Engenharia Agronômica, Zootecnia reconhecendo-os como instrumentos institucionais em prol do desenvolvimento
• Cooperação entre as cooperativas. As cooperativas servem seus associados mais efetivamente e fortalecem o movimento cooperativista,
trabalhando juntas por meio de estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais; e Veterinária, os quais realizam palestras, de geração de trabalho e renda às do agronegócio e empreendedorismo
• Interesse pela comunidade. As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentável de suas comunidades por meio de políticas prestam assistência técnica e fornecem comunidades rurais pouco integradas coletivo paulista que o Instituto de
aprovadas por seus sócios. orientações gerais na área de organização na dinâmica econômica local, pois sabe- Cooperativismo e Associativismo está
rural, formação e gestão de cooperativas e se que a união de agricultores nesses revigorado e pronto para atender os
associações. empreendimentos contribui para o produtores rurais do Estado de São Paulo.
22 ׀Casa da Agricultura Casa da Agricultura ׀23
Cooperativismo Mais
Desenvolvimento Econômico (OCDE),
indicando que em dez anos será preciso
aumentar 20% a produção agropecuária Quais os desafios para o setor de agronegócios?
mundial para atender à demanda explosiva
Edivaldo Del Grande – O principal desafio é manter o homem na
Perto do Cidadão
por alimentos. A meta estabelecida para o
Brasil é de um aumento da ordem de 40%. atividade agrícola, evitando, dessa maneira, o êxodo rural. Esse setor
movimenta 140 milhões de toneladas,
Diferentemente do que acontece em mais de US$ 50 bilhões, com enorme
países do primeiro mundo, como Estados potencial de crescimento. No sistema
Edivaldo Del Grande – presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) Unidos, Canadá, União Europeia e Japão, cooperativista, buscamos cada vez mais
diretoria@ocesp.org.br em que o cooperativismo responde por a profissionalização do nosso trabalho,
até 50% da movimentação financeira, no formando cooperativas de qualidades
Brasil a participação cooperativista ainda é semelhantes às companhias tradicionais
tímida. Segundo levantamento da Aliança do mercado. É preciso fazer chegar ao
produtor rural o crédito, instituir um
Cooperativa Internacional (ACI), existem
A inda não se conhece suficiente- A presença de nossos representantes no Para garantir o atendimento à seguro rural a preços competitivos, criar
800 milhões de cooperados no mundo. No
o tão sonhado fundo de catástrofe que
mente o papel desempenhado interior permitiu um salto de qualidade no crescente demanda de jovens aprendizes, Brasil, nossa força soma mais de 8 milhões
garanta indenizações provocadas por desastres climáticos e honrar
pelas cooperativas na economia e na qua- atendimento e no trabalho de qualificação o Sescoop/SP firmou parceria com o Centro de pessoas associadas às 7.500 entidades a política de preços estabelecida, com estoques reguladores que
lidade de vida das comunidades que com e treinamento promovidos pelo Sescoop/ de Integração Empresa-Escola (CIEE), que que compõem a OCB. Em São Paulo, são efetivamente equilibrem a relação entre produção e demanda, sem
elas interagem. Isso talvez explique, de SP aos cooperados e funcionários. Quanto permitiu ampliar o alcance do programa 911 cooperativas e quase 3 milhões de falar na infraestrutura.
alguma forma, os sucessivos decretos go- mais perto das cooperativas e das cidades, “Aprendiz Cooperativo”. Destinado a jovens cooperados ligados à Ocesp. Portanto, há
vernamentais inibidores de atividades coo- melhor conhecemos suas peculiaridades e com idade entre 14 e 24 anos, o programa, espaço para crescer e é esse o objetivo
perativas. Nós, que estamos à frente de or- mais facilmente avançamos no estímulo de que estava presente em nove cidades, central do trabalho que desenvolvemos. Como o cooperativismo contribui para o
ganizações que representam o cooperati- novos empreendimentos cooperativistas. chega agora a 318 municípios paulistas, Para isso, prosseguimos empenhados em crescimento do agronegócio?
vismo no Brasil, temos o grande desafio de Regularmente, promovemos em cidades propagando e estimulando os princípios reforçar nosso papel na sociedade e em
fazer chegar a um número cada vez maior do interior de São Paulo a palestra cooperativistas às novas gerações. salientar a importância do cooperativismo Del Grande – É preciso ressaltar que as empresas cooperativas
de pessoas os benefícios que esse sistema “Cooperativismo ao Alcance de Todos”, criaram um modelo de negócio que combina as vantagens da
Outro importante avanço para como uma alternativa ímpar na construção
que orienta como montar um negócio em iniciativa privada, sólidas parcerias com o Poder Público e uma
econômico pode proporcionar. nosso segmento foi a criação do Selo de de uma sociedade mais justa e humana.
vocação histórica para a maior justiça na distribuição de riquezas.
estrutura de cooperativa, quais os deveres
O meio acadêmico já constatou o Conformidade do Cooperativismo — No cooperativismo, não há a concentração do lucro, já que todos
e direitos dos cooperados e que proveito
fenômeno. Uma pesquisa realizada pela certificação conferida às cooperativas seus associados (cooperados) são donos do negócio. Em qualquer
podem tirar desse tipo de empreendimento,
que se integram ao Programa Nacional de Cursos para cooperativas setor cooperativista, os cooperados participam de toda a gestão da
USP de Ribeirão Preto atestou que, em que promove a justa distribuição da renda
Conformidade (PNC), desenvolvido pela agropecuárias empresa. Isso é uma vacina poderosa contra os abusos registrados
municípios onde cooperativas têm uma e permite que pequenos, juntos, se tornem nos mercados financeiros. Um exemplo mundial da importância
Organização das Cooperativas Brasileiras
atividade representativa, os índices de grandes. do cooperativismo foi a crise imobiliária nos Estados Unidos, que
(OCB) em parceria com a Ocesp. O selo
desenvolvimento humano são superiores A Ocesp, em convênio com o Ministério somente não foi mais grave porque figuravam, entre os investidores,
No âmbito da qualificação, o Sescoop/ já se transformou em aval para muitas
aos de outros que não contam com da Agricultura, Pecuária e Abastecimento cooperativas de crédito atuando sem especulações.
SP é incansável na busca de aprimorar sua cooperativas na conquista de novos
essa atuação. Essa realidade precisa ser (Mapa), implantará neste ano o Programa
grade de cursos e treinamentos, com vistas clientes e negócios. Ele funciona como
expandida para todos os cantos do País. de Desenvolvimento do Setor Produtivo
a atender desde o jovem aprendiz até os uma certificação do tipo ISO, garantindo Como o setor cooperativista vê a questão produção
das Cooperativas Agropecuárias do Estado
um importante diferencial para nossos agropecuária x conservação ambiental ?
Com essa certeza é que promovemos dirigentes de cooperativas, passando por de São Paulo. São cursos para capacitar
empreendimentos.
a regionalização das atividades da todo o corpo técnico. Dispomos de uma funcionários e produtores associados de
Mas é no ramo do agronegócio que
Del Grande – A preservação do meio ambiente é uma
Organização das Cooperativas do Estado ampla grade de módulos capaz de gerar cooperativas com temas ligados à toda
responsabilidade de toda a sociedade e, portanto, do governo,
de São Paulo (Ocesp) e do Serviço Nacional cursos específicos para cada necessidade. os benefícios alcançados podem ser cadeia produtiva de vários segmentos.
já que se trata de um bem para toda a sociedade, mas tenho
de Aprendizagem do Cooperativismo em Um trabalho árduo, que precisa contar identificados de maneira mais clara. Foi por
O programa contempla: curso de certeza de que ninguém mais do que o homem do campo quer a
São Paulo (Sescoop/SP), de modo a permitir com a força e o apoio de todos aqueles que intermédio das organizações cooperativas natureza preservada. Porém é preciso tomar cuidado com excessos.
melhoria na qualidade do produto para
que pequenos agricultores tiveram acesso Uma pesquisa desenvolvida pela Embrapa mostrou que, caso
que as ações iniciadas na sede fossem acreditam no potencial do cooperativismo os setores de grãos, café, leite, frutas,
à tecnologia, às práticas gerenciais e aos o Código Florestal seja aprovado em seu texto original, apenas
propagadas no interior do Estado. Dessa para gerar empreendimentos melhores, hortaliças e flores; curso de autogestão
métodos de trabalho que permitiram 23% do território nacional será destinado para uso em atividades
forma, instituímos os núcleos regionais, não apenas focados no lucro, mas no com módulos de administração e controle
competir com grandes produtores rurais. agropecuárias, reduzindo drasticamente nosso potencial produtivo.
dividindo o Estado em cinco macrorregiões: bem-estar de seus associados. No ano da propriedade, economia e mercado,
Assim, o progresso chegou ao campo. E Os demais 77%, incluindo reservas indígenas e de preservação de
Sudeste (região de São Paulo); Leste, passado, estabelecemos uma parceria com legislação e normas, e cooperativismo, alta biodiversidade, ficariam vetadas ao cultivo e à criação. Diante
não há outra saída. Afinal, a agricultura é
(São José dos Campos); Centro Paulista a Universidade Municipal de São Caetano além de palestras técnicas sobre mercado desses dados, é preciso encontrar o caminho possível que combine
a grande responsável pelo abastecimento
(Piracicaba); Nordeste (Ribeirão Preto); e do Sul para promover o MBA em Gestão de agrícola e pecuário. preservação e produtividade.
de alimentos no mundo e a demanda
Oeste, na região de Marília, aumentando Cooperativas, um curso sob medida para deve crescer, como aponta o relatório Mais informações podem ser obtidas
significativamente nosso raio de atuação. dirigentes e administradores. da Organização para a Cooperação e o no site www.ocesp.org.br.
26 ׀Casa da Agricultura Casa da Agricultura ׀27
na educação, na erradicação da fome e, seja portador da Declaração de Aptidão de esclarecer eventuais dúvidas para que
principalmente, na cidadania e na digni- ao Pronaf (DAP), documento fornecido os produtores e gestores dessa atividade
dade das pessoas. O programa apresenta
os seguintes instrumentos:
pelas instituições de assistência técnica e
extensão rural e esteja com o CPF regular no
site da Receita Federal. O limite financeiro
implantem o programa com rapidez e
segurança. Participam hoje dessa comissão
membros que representam o Ministério
Associações de Botucatu Recebem
• Compra Direta Local da Agricultura Fa-
miliar – instrumento operado pelo sistema
atual é de R$4.500,00 reais, por ano civil,
por Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).
do Desenvolvimento Agrário, o Incra, a
CATI, o Itesp, a Conab, a Ação Fome Zero, Apoio para Desenvolver Projetos
de convênio entre o Ministério da Saúde 2. Lei Federal 11.947 – Resolução 38 – o Conselho de Alimentação Escolar (CAE)
com Prefeituras Municipais ou Estados (UF) Fundo Nacional de Desenvolvimento da Guarulhos, o Centro Colaborador de
– Informações de acesso no site www.mds. Alimentação e Nutrição Escolar (Cecane) Nathália Vulto Sena - Jornalista – Assessoria de Imprensa /CATI
Educação (FNDE), em vigor desde janeiro
gov.br de 2009 – e cujos recursos, da ordem de e um consultor da Secretaria de Educação
22 bilhões de reais do Governo Federal aos de São Bernardo. A comissão já se reuniu
• Compra Direta da Agricultura Familiar
– operado pela Conab com recursos do
quais devem ser juntados os investimentos
estaduais e municipais, são oriundos do re-
com mais de 200 Prefeituras e obteve
expressivos resultados naquilo que se
A fim de apoiar o desenvolvimento
de projetos das associações de pro-
dutores rurais do município de Botucatu,
O Fundo de Desenvolvimento Rural
Sustentável é formado por um Conselho
Gestor e um Conselho Fiscal, cujos mem-
possibilidade de as associações receberem
um apoio menor, dando lugar a projetos do
próprio CMDR para o desenvolvimento ru-
MDA e do MDS. Prevê a aquisição direta passe que é feito pelo Programa Nacional propôs e tem hoje o reconhecimento do foi criado, em setembro de 2007, o Fundo bros são eleitos pelos integrantes do ral municipal”.
e imediata de produtos que suportem de Alimentação Escolar (Pnae). Essa Lei, FNDE como um embrião a ser replicado nas de Desenvolvimento Rural Sustentável CMDR. O objetivo é que os próprios repre-
estocagem de médio e longo prazos. A além de redefinir conceitos sobre a alimen- outras Unidades da Federação. (FDRS), vinculado à Secretaria Municipal de sentantes do setor (sindicatos, agricultores,
Conab compra e armazena o produto tação necessária e saudável, prevê e torna Agricultura e Abastecimento. instituições de ensino) decidam em quais
Nesse contexto e para dar continuidade projetos o dinheiro será aplicado.
que, posteriormente, poderá ser doado obrigatório que os gestores desses recur- O Fundo funciona como captador e
aos trabalhos que hão de vir, e comparando
ou vendido, dependendo das condições sos, que na grande maioria são as Prefeitu- aplicador de recursos. Desde sua criação, Rafael Marcelino, engenheiro agrôno-
a capilaridade e o histórico de cada
de mercado. Nessa modalidade, é possível ras Municipais, adquiram, no mínimo, 30% foram abertos três editais para que as as- mo da Casa da Agricultura de Botucatu, ex-
membro participante, vejo a CATI com
comprar de agricultores individuais, bem sociações apresentassem projetos para plica que, para ser beneficiado pelo Fundo,
do valor repassado pelo FNDE em gêneros todas as possibilidades de assumir o papel
como de suas organizações. serem apoiados financeiramente. Ao todo, o projeto deve atender aos requisitos do
alimentícios diretamente da agricultura fa- de principal centralizadora e articuladora sete organizações de produtores foram edital e ser avaliado pelo Conselho Gestor
miliar ou de suas organizações. Nesse caso, desse processo em São Paulo. Com 40 beneficiadas com implementos, assistên- quanto à sua viabilidade. “Caso o parecer
• Compra da Agricultura Familiar com devem ser portadoras da DAP jurídica. cia técnica especializada, recuperação de do Conselho Gestor seja favorável, o proje-
Regionais que agregam em suas áreas
Doação Simultânea – instrumento opera- trechos de estradas rurais, fossas sépticas, to é encaminhado para votação do CMDR”.
Assim como o PAA, o programa dá pouco mais de 15 Prefeituras cada um,
do pela Conab com recursos do MDS. Prevê entre outros, totalizando um investimen- É o caso da Associação de Produtores
prioridade aos agricultores ou às suas basta que haja a devida orientação
a aquisição da maioria dos alimentos, com to aproximado de R$ 320 mil. Em 2010, o Rurais de Botucatu - Koinobori, com 15
organizações locais, seguidas pelas acompanhada de capacitação que Fundo também apoiou uma iniciativa do associados, produtores de frutas, cereais
prioridade para frutas, legumes e verduras
regionais, estaduais ou de outros estados, criaremos 40 mini Ceias Regionais. Nesse Conselho Municipal de Desenvolvimento e legumes. Com a ajuda do Fundo, conse-
com diferencial para orgânicos. Também
bem como instrui para que se dê preferência caso, a proximidade e o conhecimento Rural (CMDR): a compra de aparelhos GPS guiram assistência técnica especializada e
são admitidos produtos processados e/ Henrique Monteferrante e Rafael Marcelino
àqueles que se enquadrem na tipificação dos problemas locais favoreceriam para para georreferenciar as estradas rurais de uma valetadeira. O presidente da associa-
ou de origem animal. O acesso é feito por Botucatu e equipar viaturas de polícia, vi- ção, Mitsuo Hino, garante que “essa ajuda
de assentados, quilombolas, indígenas e uma explosão de implantação e afirmação Sala do Produtor Rural
meio de apresentação de projeto na Conab sando facilitar o acesso às propriedades. é muito importante, pois traz tecnologias e
atingidos por barragens. O limite financeiro do programa. E esse é um jogo que, para Em várias reuniões realizadas
e exige que os agricultores estejam repre- insumos ao alcance do produtor”.
atual é de R$ 9.000,00 por ano civil por DAP ser vencido, não precisa terminar. Mas é Com uma receita média anual de R$ 300 para elaborar o Plano Municipal de
sentados por suas organizações (associa- mil, o FDRS dispõe atualmente de R$400 O engenheiro agrônomo Cláudio Vivan Desenvolvimento Rural de Botucatu, mui-
e pode ser cumulativo com os projetos do necessário que todos entrem em campo e
ções, cooperativas, colônias etc.) mil em caixa. O dinheiro é oriundo do Pinto, diretor da CATI Regional Botucatu, tos produtores manifestaram dificuldade
PAA. Para acesso, os interessados devem se esforcem para cumprir seu papel.
Imposto Territorial Rural (ITR) arrecadado ressalta que a existência do Fundo permi- para elaborar documentos, consultar pre-
ser portadores da DAP, estar com o CPF em no município. Segundo o presidente do te que as associações beneficiadas estejam ços de insumos e produtos e a necessidade
• Formação de Estoque – operado pela
situação regular no site da Receita Federal. CMDR, Henrique Monteferrante, metade mais preparadas para acessar o Microbacias de possuir um endereço fixo para receber
Conab com recursos do MDS e MDA.
Para compras acima de 100 mil reais, o Mais informações podem ser obtidas do valor do ITR vai para o Governo Federal, II. “Para receber apoio do FDRS, as associa- correspondências.
Sua principal característica é dotar as
negócio precisa ser intermediado por uma nos sites ou nas Superintendências os outros 50% a Prefeitura repassa para o ções precisam estar com a documentação
organizações da capacidade de aquisição Uma parceria entre a Prefeitura
organização formal que seja portadora da Regionais dos respectivos órgãos: Fundo. O FDRS pode, também, receber atualizada, além de fazer balanços patrimo-
da produção de seus associados ou Municipal, a CATI, o CMDR, a Faculdade de
contribuição do Governo e de empresas niais e prestação de contas, ou seja, um ní-
DAP jurídica. Detalhes técnicos, bem como Conab: www.conab.gov.br Tecnologia de Botucatu (Fatec) e o Serviço
cooperados no pico da oferta, quando há privadas. “Futuramente, poderemos vel organizacional mais avançado que será
informações sobre a operacionalização, Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
pressão de baixa nos preços, e permitir Ministério do Desenvolvimento Social: ajudar as associações na contrapartida essencial no Projeto”.
podem ser obtidos diretamente nas Empresas (Sebrae) do município possibili-
que esses produtos sejam vendidos em www.mds.gov.br para projetos e parcerias, incluindo o
De acordo com Monteferrante, até o tou criar essa estrutura para as associações,
Prefeituras locais, por meio da Secretaria Microbacias II – Acesso ao Mercado”, afirma.
momento posterior e mais favorável Ministério do Desenvolvimento Agrário: momento a prioridade era ajudar as as- dando origem à Sala do Produtor Rural,
de Educação, Secretaria de Agricultura,
aos preços, podendo haver também www.mda.gov.br sociações na sua inaugurada em maio de 2010.
Conselhos de Alimentação Escolar, ou
a agregação de valor por intermédio Contatos com a Superintendência
criação e no fortale- Segundo o secretário municipal de
em órgãos envolvidos com a articulação cimento, até conse-
de processamento, embalagem ou Agricultura, Márcio Gonçalves Campos, no
desses projetos. Regional da Conab em São Paulo:
industrialização. Acesso apenas para as guirem caminhar so- local as associações podem usar telefone,
sp.sureg@conab.gov.br – sp.geope@ zinhas. “Agora é hora
organizações de produtores. Em São Paulo foi criada a Comissão fax, internet e receber correspondências,
conab.gov.br ou pelos tels: (11) 3264- de pensar em parce- além de contar com a assessoria de dois
Para todos os casos, a contratação Estadual Intersetorial para a Alimentação 4800 – PABX e (11) 3264-4801 – Gerência rias e projetos maio- estagiários disponibilizados pela Fatec.
está sujeita à disponibilidade de recursos. Escolar (Ceia), grupo formado por de Operações – Geope/SP res, a fim de poten- “Essa parceria resultou em um cenário mui-
A condição mínima para que ocorra o técnicos de vários órgãos estatais que cializar os recursos. to favorável para o agricultor de Botucatu”,
acesso a esses programas, é que o produtor assumiu a tarefa de divulgar, bem como Representantes de associações beneficiadas pelo FDRS Em 2011 estuda-se a avalia.
30 ׀Casa da Agricultura Casa da Agricultura ׀31
Coopermota: uma
Palmital, que não falta às reuniões mensais mas uma safra reduzida. No entanto, a lavoura. Outra vantagem do pequeno
na Coopermota. ajudava a reduzir os efeitos da quebra dos produtor é a flexibilidade na hora de
cafeicultores que se arrastava por uma procurar alternativas e de diversificar sua
Sócios
safrinha, por sua vez, passou a ser altamente em diversificação. E aconselha: é para o
tecnificado e recompensa produtores não pequeno produtor que a Cooperativa
só do Estado de São Paulo, mas de Goiás, melhor trabalha, juntos eles competem em
Mato Grosso, Paraná e outros. Enfim, o condições de igualdade com os grandes e
plantio do milho na safrinha disseminou- ainda podem oferecer o melhor produto.
Graça D’Auria – Jornalista – CECOR/CATI se pelo País, conta Sylmar Denucci, técnico
da CATI que partilhou da experiência e
acompanhou, da Fazenda Ataliba Leonel
(DSMM/CATI), em Manduri, os avanços. A
E m fevereiro, aconteceu pelo quinto e mulheres, mesma linha adotada pela atuais investidores na cana-de-açúcar, Angélica Briganó Brotto, produtora de Palmital fazenda que fica sob a responsabilidade
ano consecutivo o Coopershow. Organização das Cooperativas do Estado cultura que se torna cada vez mais As reuniões dão continuidade ao do Departamento de Sementes, Mudas e
Evento esperado por agricultores do de São Paulo (Ocesp) para que agricultores presente. Segundo Edson Valmir Fadel, curso que teve a duração de nove meses e Matrizes (DSMM) da CATI é produtora de
noroeste paulista e até do vizinho Estado de todo porte, principalmente os mais conhecido como Branco Fadel, atual capacitou cerca de 100 mulheres. Fátima sementes de milho variedade que levam a
do Paraná, a mostra de tecnologia é uma pequenos, tenham condições de encarar presidente da Coopermota, é esse o papel Aparecida da Silva é produtora de milho sigla AL e são muito utilizadas para plantio
afirmação dos novos rumos adotados pela as exigências dos competitivos mercados da cooperativa: apoiar todos os associados e soja em Campos Novos e faz coro junto na safrinha.
Cooperativa dos Cafeicultores da Média nacional e mundial. Outra medida que em suas decisões e oferecer capacitação às demais. “Antes, quando tentávamos
Sorocabana (Coopermota), localizada em tem contribuído com as cooperativas é para que tomem as decisões mais acertadas
participar, diziam que só vínhamos às
Cândido Mota, pequena cidade de pouco a atuação regionalizada da Organização em seus negócios. Para isso, chamaram
reuniões para vigiar os maridos ou comer
mais de 30 mil habitantes encravada em das Cooperativas do Estado de São profissionais para atuarem na direção e
e isso destruía a nossa autoestima. Hoje
uma região que já passou por muitos Paulo (Ocesp) e do Serviço Nacional de renovam a cada ano a parceria com os
pesquisadores no suporte tecnológico para queremos mais, não só outros cursos,
percalços, mas que hoje firma posição no Aprendizado do Cooperativismo Paulista
que o produtor possa fazer o que mais sabe: mas participar ativamente das decisões e
mercado de grãos, principalmente milho (Sescoop-SP) que permite estar mais Sandro Amadeu também enfatiza a
produzir, mas consciente da importância do gerenciamento da nossa propriedade
e soja, e também trigo, aveia, além de próximo e atento às questões locais, avalia maior necessidade de difusão de tecnologia
da qualidade exigida pelo mercado e com a e, quem sabe, até da cooperativa”, diz a
mandioca e banana. Ayries Lopes, consultor técnico do Núcleo para as culturas de ciclo curto e credita o
sustentabilidade esperada pela sociedade. produtora, afirmando que o resultado dos
Oeste, sediado em Marília. sucesso do Coopershow, que conquista
Os novos rumos têm a ver com a Por sustentabilidade entenderam, também, cursos reflete nos seis filhos, três homens
mais visitantes a cada ano, para essa difusão.
profissionalização, que está presente na No rastro da história da Coopermota, que o envolvimento das mulheres e jovens e três mulheres. “Agora as discussões são
“Estamos investindo na capacitação das
contratação de profissionais reconhecidos construída ao longo de mais de 50 anos, é fundamental e abriram espaço para em família e o que era considerado apenas pessoas; hoje, se for preciso fazer mais
pelo mercado para a Diretoria, com a outras cooperativas da região sucumbiram esses segmentos. E Presidência, Diretoria, palpite passou a ter peso nas decisões”,
Gerência e funcionários estão certos de um silo, é fácil, aumentar a infraestrutura
capacitação constante dos cooperados, e cafeicultores agora são poucos, mas afirma a produtora.
que a sobrevivência e o futuro estão na não é algo difícil para uma Cooperativa
com o incentivo à participação de jovens ainda têm seu espaço, assim como os
união de todos esses fatores. Mas não é de agora que a busca por que tem o porte da nossa, então nosso
alternativas e o pionerismo da Coopermota desafio é investir no cooperado, para que
Nessa linha, foi convidado para O fato de ter produtores cultivando com ele gerencie bem a sua propriedade, e no
assumir a Gerência Executiva Técnico- dão frutos, ou melhor, grãos, aos seus
menor custo devido, entre outros fatores, funcionário para que ele gerencie bem
Comercial, com a responsabilidade pelos cooperados. A tecnologia do milho
ao preço inferior das terras e ao menor a Cooperativa para ser vista como uma
campos de difusão, e a Área de Educação safrinha (segunda safra) é um dos maiores
custo de mão de obra fora do Estado de empresa. “É preciso quebrar o paradigma
Cooperativista, Sandro José Amadeu, motivos de orgulho da Cooperativa, pois
São Paulo, tem feito o pesquisador do IAC, que a cooperativa só serve em momentos
que deu continuidade aos cursos feitos foi desenvolvida por pesquisadores do
Aíldson Pereira Duarte, que acompanha os de crise e que o produtor ora entrega ora
por intermédio da Ocesp e do Sescoop- Instituto Agronômico de Campinas (IAC, cooperados da Coopermota há mais de 26 não entrega a produção. Trabalhamos com
SP e, também, em parceria com o Mapa, hoje pertencente à Agência Paulista de anos, alertar para a garantia de qualidade commodities e é preciso ter segurança e é
como o curso “Desenvolvimento e Tecnologia dos Agronegócios - Apta) junto aliada à alta produtividade. “O produtor isso que a cooperativa faz, trabalha para
capacitação social e econômica para à Coopermota e outras duas cooperativas paulista não pode correr o risco de errar todos ganharem e deve ser pensada e
mulheres cooperativistas”, que aumentou
parceiras, a Cooperativa Agropecuária na época de plantio, nos tratos culturais, gerida como empresa, por esse motivo,
a autoestima e deu o devido valor àquelas
de Pedrinhas Paulista e a Cooperativa no manejo, enfim, nos cuidados com a investimos em gestão, no gerenciamento,
que lutam junto com o marido e os filhos
Riograndense. O intuito era aproveitar uma lavoura, porque a margem de lucro é na capacitação e profissionalização das
no gerenciamento da propriedade.
“Agora o meu marido e os meus filhos me prática comum entre os produtores que muito baixa e, se errar, ele quebra”. Aíldson pessoas e seguimos um calendário que
ouvem, posso dar minha opinião e tenho utilizavam para plantio o “milho de paiol”, afirma, ainda, que é justamente o pequeno tem como foco uma estratégia de formação
argumentos para defender minha posição”, milho que era produzido como grão e não produtor o que está mais apto a ter dessas pessoas. Aqui todos são sócios no
Branco Fadel, presidente da Coopermota. cuidados especiais e maior capricho com negócio”.
diz Angélica Briganó Brotto, produtora de semente, tinha menor custo de produção,
32 ׀Casa da Agricultura Casa da Agricultura ׀33
“A tuar juntamente com outros ganizar: surgiram os grupos do sabão arte- criaram, com apoio da Casa da Agricultura de Cosmópolis e da região. Quanto
E não faltam exemplos de agricultores
para um fim comum; contribuir sanal, do frango caipira e de produtos para de Artur Nogueira e da Prefeitura Municipal, mais união, mais força, mais conquis-
familiares que se mostram motivados e já
para que algo ocorra”. A definição do verbo a merenda escolar. “Temos a responsabili- a Cooprafan. tas”, avalia Ricardo.
colhem resultados depois que passaram a
“cooperar” não está apenas no dicionário. dade de motivar o produtor a se organizar. integrar a associação e a cooperativa. Uma dessas conquistas é a co-
De forma original, a Cooperativa surgiu Ricardo Kadow - Quanto mais união, mais força e mais conquistas
Ela é colocada em prática em várias regiões e Sozinho a batalha é árdua. Por isso, oferece- mercialização dos produtos dos peque-
da união de grupos informais de agriculto- Sandra Venâncio trabalha com o ma-
situações do Brasil e também na agricultura mos capacitações, orientações, que fazem nos agricultores no Programa Nacional feito municipal de Artur Nogueira, a orga-
res que já vinham atuando no município e rido e com o filho em uma propriedade
paulista. Um exemplo dessa união ocorre com que eles possam ter mecanismos de de Alimentação Escolar (Pnae), como ci- nização rural é fundamental não só para o
que quiseram juntar suas forças numa or- de quatro alqueires, onde têm produção
negociação maior e mais tado pelos entrevistados. “O programa da desenvolvimento rural, como para o cres-
ganização mais forte, mas com um formato de leite, abobrinha, quiabo e milho verde.
qualidade dos produtos”, Merenda veio valorizar a agricultura do cimento econômico, social e político do
diferente das cooperativas convencionais A comercialização, antes realizada com
afirma Roseli. município. Hoje recebemos dos agriculto- município. “A maioria dos pequenos produ-
de nosso Estado, em que se pudesse con- ajuda de atravessadores, hoje é feita por
Exemplos desse investi- ciliar o respeito à autonomia dos empre- res, em média, 2,5 mil kg de laranja e 530kg tores está percebendo a importância de se
Bruno Venâncio, filho de 18 anos, que re-
mento são as organizações endimentos pré-existentes e a articulação de mandioca por semana, que alimentam organizar e, por isso também, está cobran-
passa a mercadoria para a merenda es-
formais, como a Associação dos interesses comuns de melhor acesso cerca de 5 mil alunos das 18 escolas muni- do mais as autoridades.Todos devem fazer
colar de Cosmópolis e para a Companhia
dos Produtores Rurais de ao mercado e processamento de seus pro- cipais e creches e 4 mil alunos nas escolas a sua parte. A Casa da Agricultura oferece
de Entrepostos e Armazéns Gerais de São
Artur Nogueira (Apran), cria- dutos. estaduais”, avalia Amarildo Boer, secretário assistência técnica, a Prefeitura faz a articu-
Paulo (Ceagesp). “A partir do momento em
da em 2003, e a Cooperativa municipal de Educação. lação política para canalização de recursos
Foi assim que se criou uma estrutura que começamos a negociar direto com o
de Produção Agroindustrial e os agricultores trabalham por mais união,
onde a direção da cooperativa é comparti- comprador, conseguimos valorizar o nosso Entre os empreendimentos que com-
Familiar de Artur Nogueira organização e qualidade da produção”,
lhada entre representantes de cada grupo produto”, explica. A família passou a in- põem a cooperativa está o grupo ambiental
(Cooprafan), constituída em afirma Antonio Lopes Cordeiro, secretário
de produção que a compõem e onde cada tegrar a Cooprafan e está animada com o de mulheres que produzem sabão artesa-
2010. de Planejamento, completando este pen-
núcleo de empreendimento mantém rela- trabalho em grupo. “Trabalhar em equipe é nal. Em busca de uma renda extra, esposas
samento ao discorrer sobre a importância
Atualmente com 90 tiva independência para planejar a sua pro- bem melhor e os resultados mais seguros”, dos cooperados se uniram após treinamen-
dos jovens na continuidade do trabalho ru-
associados, a Apran come- dução e comercialização específica. avalia Sandra. to oferecido pela Casa da Agricultura, por
ral feito pelos pais: “A agricultura, no futuro,
çou suas atividades quan- meio do Programa Estadual de Microbacias
“Neste novo modelo, a cooperativa Seu Baldassari Chiste, que produz cana, só existirá se os jovens estiverem envolvi-
Roseli Borges, da CATI, e Rosimaldo Magossi, da Cooprafan, prestam assistência ao produtor Jorge Kushi do, com recursos de seus
Hidrográficas, para produção artesanal de
não precisa concentrar espacialmente a frutas, flores, mel e traba- dos. Há uma preocupação do governo em
fundadores, comprou uma lha com animais exóticos, buscar alternativas e uma delas é a constru-
em Artur Nogueira, município localizado produção, nem centralizar a decisão sobre
máquina agrícola. Posteriormente, em acredita que a união é fun- ção de uma escola técnica rural, para incen-
os procedimentos de comercialização dos
na Região Metropolitana de Campinas, mas parceria com Prefeitura e com a CATI, por damental para a conquista tivar a juventude por meio da tecnologia”.
produtos, dispensando a necessidade da
com o perfil agropecuário forte. São 1.024 meio do Programa Estadual de Microbacias de melhores preços e no-
criação de um corpo de administradores e Os Conselhos Regional e Municipal
pequenas propriedades rurais cadastradas Hidrográficas, os associados adquiriram vos mercados. “A organi-
funcionários desvinculados das famílias de de Desenvolvimento Rural também in-
no Levantamento Censitário das Unidades novos equipamentos e passaram a atender zação é positiva por vários
agricultores – o que normalmente eleva os centivam essa organização. “Além de es-
de Produção Agropecuária do Estado os produtores rurais em suas propriedades. motivos. Um deles, bas-
custos das cooperativas e afasta os sócios paços para a comercialização, buscamos
de São Paulo (Lupa), das quais mais de A associação, que tem sede própria e três tante forte, é a economia
do controle de sua organização”, explica fomentar o turismo rural”, conta Roberto
80% têm áreas inferiores a 50 hectares e funcionários, também assumiu a admi- que conseguimos na com-
Carlos Eduardo Galletta, articulador da CATI Scheneider, presidente dos conselhos.
a organização rural tem chamado, cada nistração da Balança Municipal, que mais pra e o lucro da venda”.
para associativismo e comercialização da
vez mais, a atenção do município que já tarde foi informatizada e se transformou E as expectativas com o Microbacias II
agricultura familiar. Em Cosmópolis, no
conta com 90 agricultores participantes de em Balança Eletrônica. “É muito caro para fazem com que associados e cooperados
o produtor adquirir e manter equipamen- Dessa forma, a cooperativa pretende Sítio Cachoeirinha, de
associações e 32 produtores rurais sócios planejem novos investimentos. “Estamos à
tos. A associação viabiliza prestação de inú- 1,5 alqueire, com 800 pés
de cooperativa. ter como foco o desenvolvimento susten- procura de uma sede e queremos investir
meros serviços e incentiva as boas práticas de goiaba, Jorge Kushi
tável das famílias cooperadas, por meio em uma cozinha industrial, em um extrator
O trabalho em prol da organização agrícolas. O diferencial é que eles pagam produz e comercializa
de investimentos na produção, industria- Alternativa de renda - esposas dos cooperados produzem sabão artesanal de suco e em um abatedouro municipal”,
rural teve início na Casa da Agricultura de pouco pelos serviços recebidos e contam por dia 600kg de goiaba
lização e/ou beneficiamento de cereais, e diz Rosimaldo da Cooprafan. “Estamos en-
com equipe altamente capacitada”, explica de mesa e afirma que produtos de limpeza. O grupo coleta óleo
Artur Nogueira em 2002 junto ao Programa seus derivados, hortaliças e frutas in natu- tre as 10 associações mais organizadas do
Ademir Giroldi, vice-presidente da Apran. participar da cooperativa é uma forma de cozinha usado e trabalha na produção
de Microbacias I. A engenheira agrôno- ra, minimamente processadas e conservas. Estado e pretendemos adquirir novos equi-
de unir forças para objetivos comuns. artesanal de sabão e sua comercialização
ma Roseli Borges, responsável pela Casa “Nossa intenção, com a cooperativa, é a de pamentos”, fala Ademir Giroldi, da Apran. “A
Com o objetivo de melhorar mecanis- “Fiz vários cursos de processamentos e solidária. “Diminuimos o direcionamento
da Agricultura, contou com a parceria do oferecer melhores condições de vida e de intenção é que possamos contribuir para
mos de comercialização de seus produtos, pretendo ajudar na criação de uma cozinha do óleo que iria para os rios, resgatamos a
Sindicato Rural, do Conselho Municipal renda aos agricultores. Por isso, incentiva- que a comercialização seja feita, cada vez
32 famílias de pequenos agricultores, dos industrial já prevista”. cultura da comunidade rural na produção
de Desenvolvimento Rural e da Prefeitura mos a redução de perdas e o melhor apro- mais, sem intermediários, com maior valor
quais 24 são familiares, que trabalham com artesanal e aumentamos a renda das famí-
Municipal na formação de grupos para o veitamento dos produtos agrícolas”, expli- O mesmo entusiasmo pode ser obser- agregado aos produtos, com mais partici-
lias”, conta Avany Ananias Garcia.
desenvolvimento do trabalho de extensão. fruticultura, olericultura, frango caipira, ca Rosimaldo José Magossi, presidente da vado no pequeno produtor Ricardo Kadow. pação nos programas do governo e maior
Os produtores começaram, então, a se or- ovos e leite, uniram-se no fim de 2010 e Cooprafan. No Sítio Milke Junior, de cinco alqueires, a De acordo com Marcelo Capelini, pre- acesso ao mercado”, conclui Roseli.
34 ׀Casa da Agricultura Casa da Agricultura ׀35
A Região de Votuporanga
planeja a construção de uma fábrica de dor da frase “a região de
óleo bruto de soja e farelo de soja, além de Votuporanga respira coope-
uma fábrica de processamento de borracha rativismo”, afirma que o gran-
da seringueira, seguindo os moldes da de diferencial da cidade é a
Respira Cooperativismo
Cooperativa Casul – sediada em Parapuã. parceria entre as cooperati-
vas, a CATI, o Poder Executivo
Iniciado em 1978, o viveiro de mudas da
e o Fundo Social. E não são
cooperativa pretende ampliar a produção
só organizações de produ-
de mudas de seringueira para incentivar
tores rurais, existem outras,
ainda mais essa cadeia produtiva na região.
como, por exemplo, a coope-
Suzete Rodrigues – Jornalista – Assessoria de Imprensa /CATI Além de seringueira, o viveiro disponibiliza
rativa de reciclagem de lixo,
mudas de eucalipto, nativas e café.
o projeto Cooperjovem, que
reúne cerca de mil alunos
Exemplos de Sucesso com apoio da e outros projetos sociais. O
continuar o trabalho de melhoria da qualidade, cujo controle mozarela, nozinho, manta e queijo fresco e, em maio de 2010, com
zootécnico é feito nos moldes do CATI Leite. “Nós queremos as bebidas lácteas. “Tudo isso só foi possível graças à parceria entre
Governamentais
possibilitado uma produção constante e de qualidade. No primeiro
projeto eram 49 produtores e, hoje, são 137, que beneficiam 22 Valmir espera aumentar
entidades nos municípios de Dracena, Ouro Verde, Panorama e a produção e a qualidade do
Tupi Paulista. produto para que o agricultor
Suzete Rodrigues – Jornalista – Assessoria de Imprensa /CATI tenha uma atividade
Todo esse trabalho possibilitou a venda de produtos autossustentável. “A ideia
também para a merenda escolar. Segundo Danilo, secretário da para a Usina é investir mais
associação, esse sistema é um pouco diferenciado. “É necessário em equipamentos, visando
empreendedorismo. As exigências são diferentes e os produtos ao aumento da produção
específicos, precisando um maior planejamento”. de queijos e bebidas
Agricultura e Abastecimento
organização dos produtores era fator de trabalho com grupos em organização
preponderante para o desenvolvimento rural tem demonstrado a possibilidade
rural. No início do trabalho em Santa Fé, de alcançar resultados socioeconomicos,
participei do processo de um acordo entre como a valorização do produtor, a busca de
Cleusa Pinheiro – Jornalista – CECOR/CATI mais de 700 arrendatários e proprietários soluções em grupo, com maior eficiência e
de terra, o que pôs fim a um grande benefícios a toda comunidade, mesmo a
conflito na região. Depois disso, percebi grupos não envolvidos diretamente, além
que os sindicatos que representavam os da valorização e da potencialização do
trabalhadores rurais eram muito fechados, trabalho do técnico”, afirmou, na época, a
Recursos financeiros para o agropecuárias, com área inferior a 1.000 hectares, Abastecimento, por meio da Coordenadoria de
Microbacias II são passíveis de dispensa de licenciamento, Assistência Técnica Integral (CATI), com apoio da
desde que atendam à legislação pertinente Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e
Em dezembro, a CATI recebeu a cópia ao uso e à conservação do solo, ao manejo de
do Instituto de Zootecnia (IZ).
da “Declaração de Efetividade” do acordo agrotóxicos e à adoção de boas práticas de
de empréstimo entre o Banco Mundial e o produção agropecuária.
Governo do Estado de São Paulo. A partir dis- O convênio consiste em desenvolver ações
Os produtores que quiserem solicitar a
so, a instituição pode iniciar a execução do declaração de conformidade devem procurar específicas voltadas à utilização de boas práticas
Projeto Desenvolvimento Rural Sustentável, o a Casa da Agricultura local e entregar o reque- sanitárias, de acordo com padrões aceitos inter-
Microbacias II – Acesso ao Mercado, junto aos rimento preenchido, munidos de documentos nacionalmente. Essas ações terão base na legis-
agricultores paulistas. pessoais e do imóvel. lação existente, em programas oficiais em vigor
e na experiência científica, que terão suas dire-
O objetivo é promover o desenvolvimento Treinamento: licenciamento ambiental
trizes consolidadas e servirão de indicador para
rural sustentável e a competitividade agrícola
no Estado, aumentando as oportunidades de Uma resolução conjunta das Secretarias avaliar a propriedade rural, ao mesmo tempo em
emprego e renda para pequenos agricultores e do Meio Ambiente e de Agricultura e que orientam os produtores e os prestadores de
suas famílias, além das populações rurais vulne- Abastecimento, publicada em dezembro passa- serviços.
ráveis. A iniciativa vai beneficiar 22 mil pequenos do, lista as atividades agrossilvopastoris que po-
Feap aprova subvenções
agricultores, incluindo cerca de 1.500 famílias de derão ser dispensadas de licenciamento.
comunidades indígenas e quilombolas. O acor- O Conselho de Orientação do Fundo de
Como a Declaração de Conformidade da Expansão do Agronegócio Paulista (Feap-
do envolve quase U$ 130 milhões, sendo U$ 52
Atividade Agropecuária será emitida pela CATI, Banagro) reuniu-se para discutir e votar a pro-
milhões de contrapartida do governo do Estado.
como comprovação de que a atividade é passí- posta para o Projeto Estadual de Subvenção
vel de dispensa do processo de licenciamento, do Prêmio de Seguro Rural para o ano de
Capacitação
foi realizada uma reunião sobre a operacionali- 2011 e a proposta da CATI para o Projeto
zação da emissão da declaração, da qual parti- de Incentivo às Iniciativas de Negócios das
Algumas atividades desenvolvidas no
ciparam cerca de 50 pessoas, entre técnicos e Organizações de Produtores Rurais dentro do
Microbacias II foram consideradas pelo Banco
diretores das 40 Regionais da CATI, onde foram Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável –
Mundial como capazes de causar impactos am-
apresentados e discutidos os procedimentos Microbacias II – Acesso ao Mercado.
bientais adversos, porém localizados, e em sua
desde o requerimento até a emissão da declara-
maioria reversíveis, por meio da adoção de me-
ção e mostrado o sistema informatizado que será Após a Plenária, os conselheiros aprovaram,
didas já existentes ou que podem ser definidas
implantado na próxima semana. por unanimidade, os Balancetes Mensais de
com facilidade. Por esse motivo, é necessário
Receitas e Despesas do Crédito, Fundo de Aval,
que a avaliação ambiental abranja um Plano Convênio entre Secretaria de Subvenção do Prêmio de Seguro Rural e das
de Gestão Ambiental (PGA), elaborado pela Agricultura e Banco do Brasil Subvenções aos produtores rurais referentes ao
Secretaria do Meio Ambiente;
período de maio a novembro de 2010.
Portanto, aconteceu, em dezembro, a ca- Prestar assistência técnica, após a elabora-
pacitação para aplicação dos procedimentos ção de um projeto técnico de desenvolvimento Boas Práticas Agropecuárias
a serem implantados no PGA, da qual partici- rural sustentável, que englobe a necessidade
da utilização de políticas públicas adequadas O Feap e a CATI produziram um guia, que
param 20 técnicos da CATI, que comporão as
para pequenos e médios agricultores paulis- tem o objetivo de difundir o conceito e a aplica-
Assessorias de Gestão Ambiental nas Regionais.
Foram abordados conceitos, tecnologias e as- tas, é o objetivo do despacho do governador ção de boas práticas agropecuárias aos peque-
pectos legais referentes à vegetação e à fauna Geraldo Alckmin, publicado no Diário Oficial em nos e médios produtores do Estado, beneficiá-
brasileira do Estado de São Paulo, além de licen- fevereiro, autorizando o Estado de São Paulo, rios de algum tipo de financiamento ou crédito
ciamento ambiental e avaliação de impactos. por intermédio da Secretaria de Agricultura e agrícola pelo governo.
Abastecimento, a formalizar convênio com o
Essa ação é uma parceria da Secretaria de Banco do Brasil. O guia oferece informações para que os pro-
Agricultura e Abastecimento, por intermédio da dutores rurais desenvolvam suas atividades com
CATI e da Secretaria do Meio Ambiente, por meio A execução do convênio ficará a cargo respeito às exigências de proteção ao ambiente
da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos da CATI e os técnicos das 40 Regionais serão e de preservação dos recursos naturais. Essas
Naturais. capacitados pelo Banco do Brasil, sobre os orientações mostram os cuidados necessários
modelos e procedimentos para elaboração de na gestão da exploração agrícola, bem como na
projetos de financiamento para linhas de crédito. conservação do solo, da água e dos aquíferos,
Declaração de Conformidade
Na sequência, as informações serão repassadas que caracterizam o correto ordenamento e a pre-
Agropecuária
para as Casas da Agricultura, instaladas na servação do espaço rural. Além disso, apresenta
maioria dos municípios paulistas. detalhes das atividades agropecuárias do Estado
O produtor paulista pode contar com
os técnicos da Secretaria de Agricultura e de São Paulo e dicas de empreendedorismo, que
Convênio entre Secretaria de podem ser seguidas pelas famílias rurais.
Abastecimento para a emissão da Declaração de Agricultura e Unesp
Conformidade Agropecuária, documento exigi- O guia de Boas Práticas Agropecuárias apre-
do nos financiamentos do Banco do Brasil. Esse Criar um sistema padronizado de boas senta modelos de fichas de registro, com infor-
serviço é prestado pela CATI, por meio das Casas práticas sanitárias com controle de riscos à mações sobre a propriedade, os funcionários, os
da Agricultura. saúde bovina, para ser aplicado em unidades animais, entre outros, que podem ser reproduzi-
rurais produtoras, é o objetivo do convênio
A resolução conjunta entre as Secretarias das para uso diário na propriedade. As fichas e o
assinado no final do ano passado entre a
de Agricultura e de Meio Ambiente permitiu Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita guia podem ser baixados no site www.boasprati-
a emissão da declaração de que as atividades Filho (Unesp) e a Secretaria de Agricultura e casnaagricultura.com.br/guia/.