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TÉCNICA DE

ENTREVISTA E
ACONSELHAMENTO
PSICOLÓGICO
O estabelecimento
do rapport
Anna Rita Maciel Simião

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Definir rapport e transferência eficaz.


> Descrever elementos do rapport.
> ​​​​​​​Explicar manutenção e ruptura de vínculo entre paciente e psicólogo.

Introdução
A psicologia tem como uma das suas possibilidades de trabalho — e talvez a
principal delas — o estabelecimento de relações interpessoais. O profissional
psicólogo, no curso de sua prática cotidiana, estabelece contato com o outro, com
suas demandas, suas questões sensíveis, seja no consultório, nas escolas ou nos
hospitais. Estabelecer uma relação com a pessoa que vai ser atendida — estabelecer
o rapport — é o primeiro passo de um longo caminho que envolve a formação de
um vínculo e, por fim, uma aliança de trabalho, que permite a ação terapêutica.
Entre variáveis que podem ser controladas e outras que escapam das pos-
sibilidades do terapeuta, o vínculo entre paciente e psicólogo continua sendo o
objetivo do atendimento psicológico. É um objetivo que convoca constantemente
o profissional, porque a aliança, assim como o próprio atendimento psicológico,
está em constante movimento.
Neste capítulo, você vai conhecer o rapport e seus elementos, bem como
conceitos freudianos, como o de transferência e a aliança terapêutica. Além disso,
vai ver como a aliança se estabelece e quais são as estratégias para que o vínculo
entre paciente e profissional seja mantido.
2 O estabelecimento do rapport

Afinal, o que é o rapport?


Para entender o conceito de rapport, deve-se, primeiro, retomar os estudos
de Sigmund Freud, o criador da psicanálise. Em seus textos, Freud usava a
palavra rapport (e palavras em alemão que tivessem significado correlato)
no sentido de uma relação entre duas partes, como uma relação entre o
analista e o analisado.
Na obra freudiana, o rapport aparece ligado ao conceito de transferência.
Freud define a transferência como um momento do setting análitico em que o
paciente projeta na figura do analista sentimentos que repetiriam conteúdos
inconscientes endereçados a pessoas importantes do passado:

[...] a transferência é, em si mesma, apenas uma partícula da repetição e a é uma


transferência do passado esquecido, náo apenas direcionada para a figura do
médico, mas também para todos os outros aspectos da situação atual (FREUD,
1913, p. 210, tradução nossa).

No contexto psicanalítico, sem a transferência, é muito pouco provável


que uma relação analítica se estabeleça, pois, por meio da repetição desses
conteúdos inconscientes, o paciente poderia repetir e então elaborar os
conflitos inconscientes reprimidos relacionados ao sintoma. No texto Zur
Dynamik der Übertragung. A dinâmica da transferência, de 1912, Freud (1913)
afirma que uma transferência eficaz — aquela positiva com a qual o psicana-
lista pode trabalhar — e um rapport apropriado são condições necessárias
para que o psicanalista inicie o trabalho analítico de fato, ou seja, para que o
psicanalista interprete para o paciente os conteúdos inconscientes nas falas
e faça as intervenções necessárias no discurso.
Em 1913, Freud (1913) define que o primeiro objetivo é o rapport, engajar
o paciente no tratamento e na pessoa do médico. Para garantir o rapport,
o analista deve dar tempo ao paciente e demonstrar um interesse sério por
ele, eliminando cuidadosamente qualquer resistência que se apresente no
começo e mantendo uma postura de evitar erros de condução. Assim, o
engajamento do paciente aparece naturalmente. Caso o psicanalista opte
por assumir qualquer outro ponto de vista que não seja o de uma compreen-
são simpática ao paciente, é provável que qualquer sucesso no tratamento
fique inviabilizado. Portanto, desde tão cedo quanto o estabelecimento da
psicanálise, no final do século XIX, há a ideia de que estabelecer o rapport,
uma boa conexão com o paciente por meio de uma transferência eficaz, é
essencial para que a psicoterapia possa seguir de uma maneira bem-sucedida.
O estabelecimento do rapport 3

O dicionário de inglês de Oxford define rapport, uma palavra de origem


francesa, como uma relação amigável em que as pessoas se entendem bem
(ALLEN, 2006). A Associação Americana de Psicologia (APA) define o rapport
como um tipo de relacionamento positivo e caloroso de compreensão mútua,
aceitação e compatibilidade simpática entre os indivíduos. Essas definições
apontam para o conceito como algo abrangente nas relações humanas, como
um estabelecimento de vínculo positivo entre as pessoas. Dentro do contexto
da psicologia, o estabelecimento de relacionamento com um paciente é
frequentemente uma meta mediadora significativa para o profissional, pois
possibilita facilitar e aprofundar a experiência terapêutica (VANDENBOS, 2007).
Morrison (2010) define o rapport como o sentimento de harmonia e con-
fiança existente entre o paciente e o clínico. Gitelson (1962) lembra que todo
psicoterapeuta depende do rapport para começar a análise até que, em última
instância, o rapport acabe resultando na transferência.
O Conselho Federal de Psicologia (CRF), em sua Resolução nº 1, de 7 de feve-
reiro de 2019 (BRASIL, 2019), estabelece o rapport como uma parte integrante
da perícia psicológica. O procedimento de estabelecimento do rapport faz
psicólogos terem condições de identificar situações que poderiam interferir
negativamente na aplicação dos testes psicológicos.
Borges (2006) afirma que, além de uma boa relação entre pares, na relação
terapêutica, incluindo as das terapias psicológicas de base cognitiva, o rapport
consiste em uma combinação de componentes emocionais e intelectuais.
Pacientes com confiança genuína têm mais tendência a demonstrar uma
transferência positiva, possível de ser trabalhada pelo terapeuta; os pacientes
com pseudoconfiança — uma confiança não totalmente estabelecida — po-
dem exibir alguns fenômenos de transferências intrigantes; pacientes com
desconfiança básica têm maior probabilidade de não apresentar progresso
genuíno algum até que esse problema tenha sido parcialmente resolvido.

Rapport, em francês, tem alguns outros significados além dos que


envolvem as relações entre pessoas. De acordo com o dicionário
Larousse de Língua Francesa, rapport pode significar o mesmo que benefício,
ganho ou lucro na exploração de um bem. Significa, ainda, uma apresentação na
qual relatamos o que vimos ou ouvimos; ou um relato, muitas vezes de caráter
oficial, de uma questão, de uma missão (LAROUSSE, 2003).
4 O estabelecimento do rapport

Morrison (2010) aponta que o rapport também pode ser definido como uma
ferramenta para buscar informações durante as entrevistas clínicas, sobretudo
a primeira entrevista clínica, que, geralmente, consiste no primeiro contato
do paciente com o serviço de saúde. Tavares (2000) afirma que o primeiro
objetivo dessa entrevista é estabelecer rapport suficiente para sustentar a
atividade com o sujeito. Esse objetivo ainda é condição para todos os outros
objetivos que vem a seguir, como o de avaliar as expectativas do sujeito e
como ele poderá ser influenciado pelo significado que atribui à avaliação.
Judith Beck (2013) afirma que, na relação terapêutica, o rapport consiste
em uma combinação de componentes emocionais e intelectuais. Uma vez es-
tabelecido, o paciente percebe o terapeuta como alguém que está sintonizado
com seus sentimentos e atitudes, que é empático e compreensivo, que o acolhe
apesar de todos os “defeitos” e com quem ele pode falar de maneira aberta.
Quando o rapport é ideal, o paciente e o terapeuta sentem-se seguros um com
o outro sem uma postura defensiva, excessivamente cautelosa ou inibida.
O art. 15 da Resolução nº 1/2019 declara que o psicólogo deve usar o
momento do rapport na primeira entrevista para aplicações de testes psico-
lógicos com intuito de verificar as condições físicas e psíquicas do paciente,
como, por exemplo, se tomou medicação que possa interferir no desempenho
na aplicação de testes psicológicos, se o candidato não está passando por
algum problema situacional ou qualquer outro fator existencial que possa
alterar o seu comportamento (BRASIL, 2019).
Morrison (2010) lembra, ainda, que a primeira base do rapport já está
pronta para o trabalho do terapeuta pois, na maioria dos casos, o paciente
chega para uma primeira entrevista esperando por uma ajuda para suas
queixas e contando com o profissional para consegui-la.
Pode-se concluir, portanto, que cabe ao profissional se atentar para os
elementos de rapport e conduzir a entrevista clínica — e posteriormente, a
terapia — embasado em técnicas e na teoria científica de sua linha psicológica
para alcançar um rapport positivo e fornecer ao paciente o tratamento mais
adequado. Em suma, é um verbete da língua francesa, na qual significava,
também, o estabelecimento de relações, que, a partir da psicanálise freudiana,
adentrou as veredas da psicoterapia como o estabelecimento da relação trans-
ferencial entre psicólogo e paciente, ganhando o contorno de uma condição
necessária para o bom andamento das psicoterapias em suas diversas linhas.
Um rapport ideal permite que paciente e terapeuta iniciem um trabalho, por
isso o rapport não só reflete, mas influencia a colaboração terapeuta-paciente.
O estabelecimento do rapport 5

As características do rapport
Uma vez que as palavras rapport e transferência foram definidas, o próximo passo
— e também um passo importante na vida profissional de um psicoterapeuta — é
entender quais são os elementos do rapport e como construir um bom rapport.
Williamson (2013) propõe algumas regras básicas que contribuem para
um bom rapport, como as duas apresentadas a seguir.

„ Formação de impressões: Williamson (2013) ressalta a importância


da primeira impressão durante a entrevista inicial com o paciente.
Uma vez que a impressão se estabelece, seria difícil para o paciente
se livrar dela, o que possibilitaria que qualquer elemento, ainda que
não tão condizente com a realidade, fosse usado para tentar justificar
as crenças em vez de modificar a primeira impressão completamente.
Por isso, o profissional deve ser treinado para manter uma postura
sem julgamentos e objetiva durante a entrevista inicial.
„ Efeito Rosenthal: em 1968, o psicólogo Robert Rosenthal e a diretora de
escola Lenore Jacobson lançaram um estudo que consistia em fornecer
aos professores de 18 classes, do primeiro ao sexto ano, uma lista de
três alunos que supostamente teriam alto potencial para as atividades
acadêmicas (grupo experimental) quando comparados ao restante da
classe (grupo controle), segundo resultados do TOGA, um teste de inteli-
gência não verbal desenvolvido pela Universidade de Harvard. Os alunos
do grupo de excelência, na realidade, tinham sido escolhidos de maneira
aleatória, sem resultados superiores nos testes. Meses mais tarde, novas
testagens dos alunos apontaram um resultado mais elevado dos testes de
QI do grupo experimental (aleatoriamente incluídos no grupo de excelên-
cia). Tais alunos tinham desenvolvido melhor suas potencialidades do que
dos alunos do grupo de controle. Rosenthal e Jacobson (1968), portanto,
concluíram que havia indicação de que os professores, por meio de um
processo sutil e inesperado, tinham contribuído para aumentar as poten-
cialidades do QI dos alunos trabalhando para cumprir suas expectativas
preexistentes, mesmo que, na realidade, essas expectativas não fossem
verdadeiras. O mesmo pode ser aplicado no setting das entrevistas,
pois uma presunção sobre uma suposta impressão tem mais chances
de fazer com que aquela impressão possa ser verdadeira. Por isso, para
desenvolver um bom rapport, a pessoa precisa ser flexível e acessível.
6 O estabelecimento do rapport

Williamson (2013) lembra, ainda, que construir um rapport é encontrar um


equilíbrio entre o que sede seja e o que o outro concorda. O entrevistador
vai conseguir um rapport mais adequado se estiver atento ao discurso —
tanto o verbal quanto o não verbal — e ao comportamento do paciente e
procurar interpretá-los a fim de saber quando é o melhor momento de fazer
intervenções, direcionar as perguntas e aprofundar os temas. O rapport
está intimamente ligado a uma boa entrevista e seus elementos devem ser
observados para o sucesso do primeiro contato.
Tickle-Degnen e Rosenthal (1990) apontam que o rapport tem três ele-
mentos básicos, descritos a seguir.

„ Durante uma experiência de alto grau de rapport, os participantes


na interação formam uma ligação coesa e tornam-se unificados por
meio da expressão de atenção mútua e envolvimento mútuo. O foco
de um é direcionado para o outro que está envolvido na ligação. As
partes experimentam a sensação de interesse mútuo no que o outro
está dizendo ou fazendo.
„ O segundo componente essencial é a positividade. Os interagentes
que sentem algum tipo de afinidade uns com os outros desenvolvem
sentimentos de amizade e carinho mútuos. Embora a positividade
esteja intimamente relacionada ao grau de envolvimento mútuo, um
alto nível de um componente não implica necessariamente um alto
nível do outro componente. Sentimentos de rapport emergem mais
prontamente quando um alto grau de atenção mútua e positividade
está presente, embora a relativa a importância desses componentes
no sentimento e na expressão do rapport mude ao longo do desen-
volvimento de um relacionamento entre indivíduos.
„ O terceiro e último componente essencial do rapport é a coordenação
entre os participantes. Os termos equilíbrio, harmonia e "em sincronia"
vêm à mente quando se pensa na experiência de relacionamento, e
mesmo que esses termos tenham muitas conotações, há algo a mais
para eles do que apenas valência positiva. Em um contexto interpes-
soal, eles transmitem uma imagem de equilíbrio, de regularidade e
previsibilidade, de coordenação entre os integrantes, desenvolvendo
uma capacidade de resposta mútua, de modo que todos os membros
do grupo reagem imediatamente, espontaneamente e simpaticamente
aos sentimentos e atitudes uns dos outros.
O estabelecimento do rapport 7

Todos esses elementos destacam o complexo processo de construir um


rapport. Um ponto bastante destacado ainda por Freud (1912) e repetido pelos
autores aqui apresentados é o interesse genuíno do psicoterapeuta pelo pa-
ciente para que a atitude empática se mantenha. Sem o interesse do psicote-
rapeuta, é impossível que qualquer trabalho psicoterapêutico tenha segmento.
Dentro desse quadro, as habilidades do terapeuta têm um papel relevante.
Algumas técnicas e habilidades do terapeuta acrescentam para o momento
do rapport, inclusive alternativas terapêuticas que diferem do modelo clás-
sico de atendimento presencial de um adulto. Em uma pesquisa sobre como
conseguir construir um rapport com pacientes em atendimentos on-line ou
por telefone, Phillip, Beel e Machin (2020) ressaltam três temas principais que
apareceram nas entrevistas com os participantes: o uso da empatia; a ênfase
nas pistas de paralinguagem; e a harmonização intencional. O Quadro 1 suma-
riza as informações apresentadas pelo estudo (PHILLIP; BEEL; MACHIN, 2020).

Quadro 1. Alternativas terapêuticas

Ênfase nas pistas Harmonização


Uso de empatia
de paralinguagem intencional

Os participantes enfa- Os terapeutas enfati- Os participantes tam-


tizaram a importância zaram a importância de bém relataram espelhar
de os conselheiros observar, avaliar e utili- intencionalmente o
por telefone obterem zar intencionalmente a estilo de linguagem,
e expressarem com- comunicação não verbal. tom, velocidade e ritmo
preensão empática Mais especificamente, da voz dos pacientes.
dos pensamentos, eles destacaram a Isso foi feito para
emoções e experiências importância de tentar ajudar os pacientes a
do cliente no início da identificar com precisão experimentarem um
conexão telefônica. Os o estado emocional senso de conexão e
participantes acreditam subjetivo do paciente para reforçar que o
que a escuta reflexiva por meio da escuta conselheiro por tele-
auxilia o paciente a se ativa da voz do cliente fone estava psicologi-
sentir ouvido e com- para além do conteúdo camente "sintonizado"
preendido, como se o verbal, como observar com eles. Os terapeutas
conselheiro entendesse e interpretar dicas relataram moderar
o que ele está passando de paralinguagem do intencionalmente
e que o terapeuta está cliente — como entona- seus próprios tons de
de fato o apoiando no ção, volume, pausas e voz e outras pistas
momento presente. tom emocional da voz. de paralinguagem.

Mais especificamente, no atendimento de crianças, a New Commission for


Children and Young People (2003) dos Estados Unidos esclarece que estabelecer
o rapport é um procedimento crítico para um contato apropriado na terapia
8 O estabelecimento do rapport

com crianças, a qual tem muitas especificidades. O trabalho com crianças, a


estruturação e a sistematização de estratégias ao longo do processo, tem uma
subjetividade que requer dos terapeutas habilidades diferenciadas de manejo
e condução clínica, tanto no que diz respeito a lidar com o relato metafórico
dos problemas, quanto em relação ao uso de estratégias lúdicas (KNELL, 1998).
Além das estratégias como empatia, o terapeuta deve ter em mente que,
para se conectar com as crianças, é preciso rearranjar sua fala, para que a
criança possa compreendê-las; adaptar suas técnicas de atendimento, para
adequar-se a atividades que sejam interessantes para as crianças; aprimorar
sua escuta verbal e percepção não verbal, para perceber gestos; analisar
desenhos e outras demandas que a criança não é capaz de expressar. Para
que um vínculo se estabeleça, cada caso que se apresenta ao profissional
deve ser entendido como único e com suas próprias subjetividades.
Sendo assim, o rapport é o passo para o estabelecimento de uma aliança
terapêutica entre paciente e psicólogo, sejam eles crianças ou adultos e seja
o atendimento convencional ou não.

Aliança terapêutica e vínculo


Os primórdios do conceito de aliança terapêutica nasceram dentro dos estudos
psicanalíticos, nos textos freudianos sobre a transferência e nos escritos técnicos
sobre a psicanálise. O termo aliança terapêutica foi cunhado pela psicanalista
norte-americana Elizabeth Zetzel, em 1956, e significa relação de trabalho cons-
truída entre paciente e psicoterapeuta no processo terapêutico em prol do
tratamento. Para a autora, tal relação é baseada nas funções autônomas do ego
do paciente e em suas relações objetais infantis. É dependente da capacidade
do terapeuta de demonstrar empatia e interesse, propiciando condições “[...]
para a ocorrência de uma identificação consistente a ponto de neutralizar as
forças instintivas desencadeadas com a transferência” (RODRIGUES, 2014, p. 18).
Greenson (1965) aponta que, apesar de conteúdos inconscientes estarem em
jogo na aliança terapêutica, o termo aliança terapêutica é o termo usado pre-
ferencialmente para designar a relação racional, relativamente não neurótica,
que o paciente tem com seu analista. Ao contrário do conteúdo inconsciente
envolvido na transferência — que suplanta a racionalidade —, para esse autor,
a racionalidade é a parte razoável dos sentimentos que o paciente tem pelo
analista que contribui para a aliança de trabalho, pois o núcleo confiável da
aliança terapêutica é formado pela motivação racional do paciente para superar
seu sintoma, por sua vontade, também consciente e racional, de cooperar e por
sua capacidade de seguir as instruções e percepções de seu analista.
O estabelecimento do rapport 9

Peres (2009) alerta que é errôneo equiparar o termo aliança terapêutica


com o termo transferência, pois aliança terapêutica funciona como um pré-
-requisito da transferência, mas usa as experiências prévias para situar o
paciente no presente da análise, enquanto a transferência pode ser trabalhada
dentro do contexto de repetição dos conflitos e da elaboração.
A partir da leitura de todas essas definições, é possível encontrar como
ponto de convergência em todos os significados dados pelos autores citados
anteriormente nessa seção, o fato de que a aliança terapêutica implica uma
relação que diz respeito ao trabalho terapêutico a ser feito entre analista
e analisado, seja fundada em conteúdos racionais ou não. Partindo disso,
é possível pensar que a aliança terapêutica é um conceito que vai além do
setting analítico.

O termo aliança terapêutica vem do original em inglês therapeutic


alliance, como utilizado por Zetzel. Autores como Stone (1961) e
Fenichel (1941) usam termos como rational transference (transferência racional)
e mature transference (transferência madura) para descrever fenômenos seme-
lhantes ao observado por Zetzel quando do estabelecimento da teoria. Greenson
(1965) prefere o termo working allience (aliança de trabalho). Em português, o
termo de tradução mais usual para os conceitos é aliança terapêutica. Sandler,
Holder e Dare (1970) apontam, ainda, que o termo transferência eficaz pode
ser traçado em alguns textos psicanalíticos como um conceito similar ao de
aliança terapêutica ou como uma referência ao texto de 1912 de Freud, em que
transferência eficaz está no contexto da transferência propriamente dita em
psicanálise.

Bordin (1979) ressalta a “universalidade” do conceito de aliança terapêu-


tica, poisa aliança pode ser definida e elaborada em termos que a tornem
universalmente aplicável em todos os tipos de terapia. Uma aliança de tra-
balho entre uma pessoa que busca mudança e um agente de mudança pode
ocorrer em muitos lugares além do local da psicoterapia, como, por exemplo,
a relação entre aluno e professor, entre grupo de ação comunitária, etc. Se
pode ocorrer em muitos ambientes relacionais, essa extensão pode se aplicar
às diferentes psicoterapias, com respeito às diferenças de abordagens de
cada linha da psicologia. O autor fala em quatro tipos de proposições que
fornecem uma estrutura conceitual para a compreensão das diferenças e
da importância da aliança terapêutica dentro das teorias e abordagens da
psicoterapia e que apontam o caminho para convergir as investigações sobre
elas (BORDIN,1979, p.253):
10 O estabelecimento do rapport

1. Todos os gêneros de psicoterapia incorporaram algum tipo de aliança


de trabalho e podem ser diferenciados de maneira mais significativa
em termos do tipo de aliança de trabalho que cada um requer.
2. A eficácia de uma terapia acontece parcialmente, ou até mesmo intei-
ramente, em função da força da aliança de trabalho.
3. As diferentes abordagens da psicoterapia são marcadas pela diferença
nas demandas que fazem ao paciente e ao terapeuta.
4. A força da aliança terapêutica é uma função da proximidade de ajuste
entre as demandas do tipo particular e da aliança de trabalho.

Duas bases da aliança terapêutica vieram da literatura psicanalítica — a


aliança entre o analista e o ego racional do paciente e a importância central
do contrato terapêutico no estabelecimento (e significado) da relação no
trabalho psicanalítico. Se essas bases forem combinadas com outros temas,
é possível falar da aliança terapêutica como incluindo três características
gerais: um acordo sobre metas, uma atribuição de tarefa ou uma série de
tarefas e o desenvolvimento de vínculos (BORDIN, 1979).
O acordo sobre metas diz respeito às expectativas sobre o resultado da
terapia e a atribuição de tarefas da relação de colaboração no trabalho que
necessita que paciente e profissional estejam, ambos, envolvidos no trabalho
terapêutico. Essas características, obviamente, tomam contornos diferentes a
depender da linha psicológica em questão, mas sua abordagem para a criação
de uma aliança de trabalho é relevante. O vínculo, terceira característica
observada por Bordin (1979), merece atenção especial.

Vínculo na aliança terapêutica


Bordin (1979) argumenta que os objetivos definidos e a colaboração espe-
cificada aparecem intimamente ligados à natureza do relacionamento hu-
mano entre o terapeuta e o paciente. Mas os tipos de vínculo podem variar,
a depender do paciente e do analista e de suas características de trabalho e
profissionais. Por exemplo, o vínculo criado entre um profissional que atende
um paciente utilizando um questionário com uma breve conversa é diferente
do vínculo possível entre um paciente e um profissional que conduz uma
escuta ativa na entrevista. Ser flexível, mostrar experiência, ser honesto,
respeitoso, confidente, calmo e aberto são atributos que facilitam a formação
de uma forte aliança (ACKERMAN; HILSENROTH, 2003).
O estabelecimento do rapport 11

Oliveira e Benetti (2015) afirmam que características do paciente também


influenciam para manter o vínculo em aliança terapêutica. As habilidades
interpessoais, como qualidade dos relacionamentos, relações familiares e
índice de eventos estressantes em sua vida; a dinâmica intrapessoal; moti-
vações; atitudes e as características diagnósticas são fatores que devem ser
levados em conta no estabelecimento do vínculo.
Para Vogel (2012), o início do processo de vinculação exige que o analista
explique as etapas do acompanhamento psicoterápico. É necessário situar o
paciente nas questões que norteiam a terapia, bem como estabelecer o contrato
de trabalho terapêutico para definir as melhores formas de pagamento, o sigilo
e o compromisso de cada parte nessa relação. A continuidade do vínculo, por sua
vez, pode ser associada à presença terapêutica. O terapeuta deve ter compro-
misso em estar totalmente presente na relação com o cliente, no momento do
atendimento e dentro do contrato terapêutico (QUEIROZ, 2017). Greenson (1965)
lembra que, na manutenção do vínculo, a presunção, o ritualismo, a timidez, o
autoritarismo, a indiferença e a indulgência não têm lugar na situação analítica,
pois o paciente é influenciado não apenas pelo conteúdo do trabalho, mas pela
maneira como se trabalha, pela atitude, pelo humor e pela atmosfera.
Uma vez que todas as características fortalecem a aliança terapêutica,
Oliveira e Benetti (2015) chamam a atenção para as rupturas do vínculo, a saber,
o enfraquecimento da aliança terapêutica. No entanto, os autores ressaltam
que nem sempre essa ruptura significa a quebra efetiva e definitiva do vínculo.
A ruptura é também uma forma de compreender como se organizaram as rela-
ções de objeto do paciente, uma vez que podem ocorrer quando o terapeuta
assume características do padrão de relacionamento disfuncional utilizado
pelo paciente. É importante que nesses casos busque-se pelo entendimento
da razão da mudança. Partindo dos trabalhos de Muran et al. (2009), os autores
apontam dois tipos de ruptura: por afastamento e por confrontação.

Ruptura por afastamento


Neste caso, o paciente lida com a sua insatisfação de maneira antecipada,
afastando-se do terapeuta e do tratamento. Há cinco estágios.

1. Assinalador do afastamento: o paciente pode relacionar-se com o te-


rapeuta por meio de uma conduta passiva/submissa sem preocupar-se
com ele ou pode estabelecer uma relação em que percebe o terapeuta
como alguém que o desconsidera em função de uma postura diretiva
e dominante.
12 O estabelecimento do rapport

2. Desvincular-se: corresponde ao momento em que o terapeuta e o


paciente se dão conta dessa ruptura. O terapeuta precisa observar as
causas desse desligamento e dirigir a atenção do paciente para o "aqui
e agora" da relação. Também é preciso manter uma postura receptiva
até mesmo com os sentimentos negativos do paciente.
3. Afirmação qualificada: o paciente começa a expressar verbalmente
sua insatisfação. A intervenção do terapeuta, nesses casos, deve ser
de facilitar a expressão do paciente. Ele também deve explorar e dife-
renciar os estados do self, oferecendo um feedback ao paciente sobre
o que está ocorrendo.
4. Evitação: aponta para um bloqueio do paciente em continuar se ex-
pressando sobre as rupturas, devido a crenças e expectativas que os
pacientes têm sobre eles mesmos e sobre os outros. As intervenções
que podem ser usadas nesses casos são: mudar o tema, falar de forma
genérica não se referindo a questões do aqui e agora e utilizar um tom
de voz suave com o paciente, para tentar romper com a resistência.
5. Autoafirmação: o paciente consegue expressar seus desejos ao tera-
peuta, além de aceitar sua responsabilidade sobre suas necessidades.
Para isso, o terapeuta deve ter uma postura empática e não julgar o
paciente (OLIVEIRA; BENETTI, 2015).

Ruptura por confrontação


Tal processo é frequentemente marcado pelo tom agressivo da parte do
paciente, que verbaliza e externa sua insatisfação ou com o próprio terapeuta
ou com algum elemento (tema, debate, interpretação) presente no processo
terapêutico. Embora seja de fácil identificação, na medida em que a ruptura por
confrontação é permeada por esgotamento, descontentamento, raiva, acaba
exigindo que o terapeuta mobilize diferentes repertórios técnicos e pessoais
para enfrentamento e controle da situação. Muran et al. (2009) identificaram
cinco estágios para ruptura por confrontação (OLIVEIRA; BENETTI, 2015):

1. Confrontação: quando a postura adotada pelo terapeuta não pode


vir ao encontro do que o paciente está esperando. Assim, o terapeuta
deve evitar responder de uma maneira defensiva às demandas e aos
ataques do paciente.
2. Desvinculação: nessa etapa é preciso que o terapeuta se desvencilhe
da situação de hostilidade, mostrando ao paciente essa aparente
disputa de intenções, impressões, percepções em curso. Assim que
O estabelecimento do rapport 13

reconhecerem sua implicação nesse cenário, devem tentar restabelecer


o espaço analítico “comunicando o não dito”, para que o paciente se
sinta seguro em falar de sua insatisfação. O terapeuta precisa dar um
feedback ao paciente sobre seu impacto e sua contribuição na interação
e ajudar para que ele consiga reconhecer-se como autor de suas ações.
3. Exploração: ambos os participantes devem conseguir construir a partir
do que a dupla elaborou sobre sua interação. O terapeuta precisa
clarificar as percepções do paciente sobre seus sentimentos de raiva,
decepção e prejuízo, para que ele fique ciente do conteúdo que está
sendo renegado por ele. No entanto, isso deve ser feito sem que haja
uma interpretação propriamente dita, pois essa intervenção poderia
aumentar ainda mais a resistência do paciente.
4. Evitação da agressão: até mesmo os pacientes que se mostram mais
agressivos com seus terapeutas tentam evitar os sentimentos de an-
siedade e de culpa gerados por essa hostilidade, justificando-se para
afastar a sensação de ameaça provocada por sua agressividade. Dessa
forma, é importante que o terapeuta monitore as mudanças nos estados
de self do paciente para poder ajudá-lo a ampliar seu entendimento
sobre seu funcionamento que pode estar causando essas mudanças.
5. Evitação da vulnerabilidade: ocorre uma tentativa do paciente de se
manter afastado de sentimentos que lhe deixam vulnerável e frágil.
Para isso, ele pode até regredir para um estado que lhe é familiar. O
papel do terapeuta é de novamente tornar isso consciente ao paciente
para entender o que provoca essas mudanças.
6. Vulnerabilidade: o objetivo é acessar os desejos intrínsecos do paciente,
para que ele consiga entender suas necessidades expressas por meio
da ruptura, sem que elas necessariamente precisem ser satisfeitas

Diante de todas as explicações teóricas, todo terapeuta deve lembrar


que cada rapport, cada aliança terapêutica é um momento único na prática
profissional. Cada paciente é um caso que deve ser analisado à luz de suas
especificidades. O profissional deve estar sempre atento aos elementos e às
variáveis que fazem parte de seu setting profissional e de sua relação com
os pacientes, mesmo os momentos de ruptura ou dificuldades, pois deles
podem surgir mudanças e novos caminhos a serem trabalhos no tratamento
e na própria experiência profissional do psicoterapeuta.
14 O estabelecimento do rapport

Referências
ACKERMAN, S. J.; HILSENROTH, M. J. A review of therapist and techniques positively
impacting the therapeutic alliance. Clinical Psychology Review, v. 23, nº 1, p. 1-33, 2003.
ALLEN, R. (ed.). Oxford english dictionary. Londres: Franklin Watts, 2006.
BECK, J. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2013.
BORDIN, E. S. The generalizability of the psychoanalytic concept of the working
alliance. Psychotherapy: Theory, Research and Practice, v. 16, nº 3, p. 252-260, 1979.
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