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A BÍBLIA E A MISSÃO:

POR UMA HERMENÊUTICA BÍBLICA DA MISSÃO.


William L. Lane1

RESUMO

Este artigo reflete sobre a origem da disciplina de Teologia Bíblica da Missão,


particularmente, o contexto de crise em que se achava a obra missionária em meados do
século 20, e observa o caminho proposto por diversos autores desde uma fundamentação
bíblica da missão até uma hermenêutica bíblica da missão, e sugere uma hermenêutica do
propósito bíblico da missão que consiste de resgatar a presença de Deus em sua criação.

PALAVRAS-CHAVE

Teologia Bíblica; Missão; Hermenêutica

ABSTRACT

This article reflects on the origin of the Biblical Theology of Mission, particularly, in face of
the crisis of the missionary enterprise in the mid of the 20th century, and observes the
proposal by several authors which ranges from biblical foundation for missions to the
persue of a biblical hermeneutics of missions; and sugests a hermeneutics of the biblical
purpose of mission that consists of restoring God’s presence in Creation.

KEYWORDS

Biblical Theology; Mission; Hermeneutics.

Introdução

Esteve no Brasil em 2014 o teólogo irlandês Christopher J. H. Wright, atual


presidente da Langham Partnership, um centro de estudos e incentivo à educação

1
Doutor em Teologia pela Escola Superior de Teologia, EST. Professor da Faculdade Teológica Sul
Americana. Email: blane@ftsa.edu.br.
teológica fundada e presidida por John Stott. Na ocasião, foi lançada em português mais
uma obra de Wright sobre a missão: A missão de Deus: desvendando a grande narrativa
da Bíblia. Esta obra, ao contrário do que se possa imaginar, não é apenas mais uma obra
de teologia da missão dentre tantas outras. Pelo contrário, ela pode ser considerada um
marco importante no estudo teológico da missão, pois, propõe um novo caminho ou
abordagem do texto bíblico em relação ao estudo da missão. Em síntese, o que Wright
argumenta é que não basta lermos a Bíblia em busca de uma fundamentação da missão
selecionando textos aqui e ali sobre missão, a preocupação de Deus com os povos, a ação
de envio para proclamação da mensagem do evangelho, a fim de provar que a missão é
uma ordenança divina e um dever da igreja. É preciso entender que “A Bíblia é, ela
mesma, de muitas maneiras, um fenômeno missional” (2014, p. 50; grifo do autor). Com
isso, Wright está sugerindo que os escritos bíblicos, em grande parte, surgiram a partir de
conflitos do povo com sua realidade histórica, cultural e religiosa a qual o levou a
confrontar tais reivindicações em função da proclamação da relação de Deus com a
humanidade. Como ele mesmo resume,
a nossa hermenêutica missional deriva da pressuposição de que a Bíblia como
um todo conta a história da missão de Deus, por meio do povo de Deus, em seu
envolvimento com o mundo de Deus, em prol de toda a criação de Deus (2014, p.
50-51, grifo do autor).

Nesses termos, a tarefa da teologia da missão não se resume a selecionar textos


que falem de missão, como frequentemente se faz, escolhendo o mandato cultural (Gn
1.28; 2.15), o chamado de Abraão (Gn 12.1-3), algumas das profecias de Isaías (Is 2; 11;
61; 66), e a Grande Comissão (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.48-49; At 1.8) para
defender que a missão é mandato de Deus. A teologia da missão também não se propõe a
olhar para a Bíblia na perspectiva temática da missão em busca de um centro unificador
que faça sentido à toda a revelação bíblica. Tão pouco a teologia da missão visa à
aplicação missiológica de diversas passagens bíblicas, isto é, depois de analisar o texto
bíblico exegeticamente, aplicar sua mensagem à realidade missionária. Antes, a tarefa da
teologia da missão, particularmente, a teologia bíblica da missão, se propõe a considerar
que “o cânon inteiro das Escrituras é um fenômeno missional [...e que] os próprios livros
que agora compõem a nossa Bíblia são o resultado e o testemunho dessa missão suprema
de Deus” (2014, p. 47).
Embora a obra seja recente (foi publicada originalmente em inglês em 2006), a
discussão sobre princípios hermenêuticos que regem a leitura missiológica (ou missional)
da Bíblia vem sendo realizada há algum tempo. Charles Van Engen tem explorado o
assunto em diversos textos publicados pelo menos desde a década de 1990 (1993, 1996).
Em artigo recente sobre a teologia da missão, Van Engen discute o assunto indicando
vasta bibliografia sobre o debate (Van Engen, 2011, p. 67s). Van Engen cita David Bosch,
que já em 1978 apontava para essa problemática afirmando que não basta discutirmos os
fundamentos bíblicos da missão sem antes “aclarar alguns princípios hermenêuticos
significativos” (Bosch, 1978, p. 33). O próprio Van Engen afirma que
É claro que os missiólogos necessitam de um método
hermenêutico que lhes permita tratar de toda a Escritura como
uma unidade diversa. Não podemos ter missão sem a Bíblia, nem
podemos entender a Bíblia fora da missão de Deus (Van Engen,
2011, pp. 69-70).
Em minha própria pesquisa sobre a teologia da missão, vejo que o cânon das
Escrituras sugere um molde literário canônico que serve de paradigma para se construir
uma hermenêutica bíblica da missão (Lane, 2006; 2012). Se for possível falar de um
propósito canônico da Bíblia, este molde canônico nos permite compreender que há uma
intencionalidade na forma e função canônica que atestam para um propósito missionário.
Neste artigo apresento uma breve recapitulação da origem e desenvolvimento da
teologia da missão, particularmente, nos últimos 60 anos. O ponto de partida é a
publicação em 1954 da obra sobre ciências da missão de Hermann Bavinck. O objetivo
dessa apresentação é mostrar como o estudo teológico da missão se desenvolveu, e
poder apreciar mais o desenvolvimento mais recente da busca de uma hermenêutica
bíblica da missão. Em seguida, proponho que uma hermenêutica bíblica da missão seja
construída a partir de uma análise canônica que leve em conta os primeiros dois capítulos
de Gênesis e os dois últimos de Apocalipse como molde canônico da missão.
1. Histórico do estudo da teologia da missão
Em meados do século passado, a obra missionária e o estudo da missiologia
sofriam severas críticas sobre sua razão de ser. Isso fez com que teólogos buscassem
defender a importância do estudo dessa ciência e justificar a sua existência a partir de
uma adequada fundamentação teológica. Um dos marcos dessa busca foi Hermann
Bavinck, um teólogo holandês que publicou em 1954 uma obra sobre a ciência de missões.
Na sua introdução ele retrata a crise da época e afirma:
É verdade que as missões se encontram nesse momento em uma grave
crise [...] De fato, provavelmente, hoje estamos mais conscientes, do que
gerações passadas, que problemas teóricos relacionados a princípios que
só podem ser respondidos pelas Escrituras, estão por trás de inúmeros
problemas práticos que afligem a igreja. Tato, intuição e uma clara
apreciação às dificuldades envolvidas são importantes, mas estes não nos
apontam para soluções. A palavra final e decisiva deve ser dita pelas
Escrituras (1960:xv. Tradução nossa).

Leslie Newbigin, em 1958, como parte do debate sobre a integração do Concílio


Missionário Internacional com o Concílio Mundial de Igrejas, inicia a discussão
apresentando a situação corrente das missões cristãs. Ele reconhece também que o
movimento missionário de então passava por uma “situação crítica” e sugere que as
causas sejam tanto teológicas quanto em função de mudanças culturais e políticas no
mundo. Ele propõe que a melhor maneira de se superar a crise e buscar o “modelo para a
missão da igreja” não é se deixar levar pelo espírito do momento, mas voltar-se para a
própria Bíblia e ainda enfatiza que a questão não é organizacional, mas “é uma questão do
pensamento teológico fundamental, do estudo da Bíblia e do discernimento dos sinais dos
tempos (1958, p. 10-12. Tradução nossa).
Semelhantemente Johannes Blauw, outro teólogo holandês, constata uma crise
no movimento missionário nas décadas de 1950 e 1960 e diz:
O caráter problemático do movimento missionário, iniciado há cerca de
dois séculos e meio, tem levado a uma pergunta sempre mais insistente
sobre o porque das missões. O que está em questão não é só o método
das missões, mas o seu próprio direito de existir. Aqueles que vêem o
movimento missionário dos últimos poucos séculos apenas como
fenômeno historicamente distinto, não encontram dificuldade alguma
em colocar as missões entre as grandes instituições que, como qualquer
outro complexo histórico específico, já tiveram o seu tempo, uma vez que
irão desaparecer natural e gradualmente por si. Pois o que é velho e
obsoleto está desaparecendo (1966, p. 9).

Posteriormente, Johannes Verkuyl em sua obra sobre teologia contemporânea de


missões também se reporta ao sentimento do início da década de 1960 e, argumenta que
toda a fundamentação de missões sonhada pelos homens naqueles tempos estava se
desmoronando e, por isso, defende que “apenas uma [fundamentação] baseada no Deus
vivo, no Senhor ressurreto e na Bíblia poderá sobreviver” (1978, p. 89).
Assim ele propõe:
Nesse ‘tempo de provação’ nós estamos tendo que aprender a retornar à
Bíblia e prestar atenção novamente ao Deus, que no Antigo Testamento é
descrito como o ‘Deus que envia’ e que ‘está em movimento,’ e a Jesus, a
respeito de quem o Novo Testamento diz que é o ‘enviado do Pai’. Esse
Deus fala a nós através da Bíblia (1978, p. 89. Tradução nossa).

Diante da crise do movimento missionário da primeira metade do século


passado, não apenas Bavinck, Newbigin, Blauw e Verkuyl, mas também outros teólogos
como G. Vicedom, G. Anderson, C. Hahn, apontam para o mesmo caminho: a missão é um
mandato divino constatado nas Escrituras. Blauw afirma: “Todavia, quando as missões não
são consideradas como fenômeno histórico, mas como comissão divina, a questão de uma
base bíblica e teológica da missão passa a ser importante.” (1966, p. 9).
Pode-se supor que a preocupação com a base bíblica da missão ou das missões é
uma tarefa recente no estudo de missões e que é fruto de uma luta para defender as
missões em uma época em que a igreja estava se voltando a outras questões e o
movimento missionário dos séculos 19 a 20 estava se enfraquecendo e,
consequentemente, sendo visto como um movimento superado historicamente.
Isso pode ser também confirmado na observação de Bavinck à obra do teólogo
reformado do século 17, Gisbertus Voetius (1588-1676). Bavinck se surpreende com a
ausência de uma fundamentação bíblica da missão. Ele diz: “É impressionante que Voetius
não está preocupado com a fundamentação bíblica de missões. Esta questão não era tão
importante em sua época” (1960, p. 6. Tradução nossa).
Isso não significa que a questão não fosse tratada teologicamente. Bosch é da
opinião que Voetius “foi o primeiro protestante a desenvolver uma ampla ‘teologia de
missão’” e que ele defendia que “a base da missão era primordialmente teológica –
emanando do próprio âmago divino.” Bosch diz ainda que Voetius é provavelmente “um
dos primeiros expoentes daquilo que hoje se conhece como missio Dei” (2002, p. 313-
314).
Portanto, fica evidente que o campo de estudo da teologia bíblica da missão
como se denomina hoje é fruto de uma preocupação recente para provar que a missão da
igreja e sua obra missionária no mundo não são resultados de empreendimentos
eclesiásticos colonialistas, mas vem da própria vontade de Deus. De acordo com Van
Engen, a teologia da missão se estabeleceu como disciplina a partir de 1961 com a
publicação da obra de Gerald Anderson The Theology of Christian Mission. A teologia
bíblica da missão, propriamente, é definida por Van Engen como
um campo de estudo multidisciplinar que se propõe a ler a Bíblia na perspectiva
missiológica, e com base nessa leitura reexaminar, reavaliar e redirecionar a
participação da igreja na missão de Deus no mundo de Deus” (Van Engen,
Thomas, & Gallagher, 1999, p. xviii).

As várias propostas existentes divergem no que concerne o ponto de partida da


missão na Bíblia, a abordagem do texto bíblico e os temas principais tratados. Entretanto,
todas partem da mesma preocupação: mostrar que a missão ou missões, não é um
empreendimento marginal da igreja, mas a sua razão de ser e sua tarefa principal. Não
somente isso, mas procuram mostrar que o conceito e o mandato da missão são
anteriores ao surgimento da igreja no Novo Testamento, pois fazem parte do propósito de
Deus para seu povo expresso desde as primeiras páginas da Bíblia.
Depois de seis décadas de estudos sobre a fundamentação bíblica da missão que
não apenas produziram significativas obras que servem de referência para o estudo atual,
mas também moldaram a teologia de missão das últimas décadas, pode-se afirmar que a
tarefa da fundamentação bíblica da missão não é tão urgente, ou pelo menos, não nos
mesmos termos e contexto da proposta de Bavinck, Newbigin, Blauw e Verkuyl. Sendo
assim, qual seria hoje a tarefa da teologia bíblica da missão?
Concordo que o estudo da teologia bíblica da missão não pode se resumir a
coletar textos que comprovem que a missão é bíblica, mas a encontrar um modo de
leitura missional da Bíblia. Naturalmente, o grande desafio é encontrar o caminho da
construção de uma hermenêutica bíblica da missão. Desejo investigar algumas propostas
que vão desde caminhos já apontados por Bavinck e Verkuyl, entre outros, até as
propostas mais recentes de Van Engen, Garcia, Bosch e Wright. Em seguida, proponho
uma hermenêutica bíblica canônica da missão.

2. A Bíblia e a missão

Vimos que no estudo da missiologia dos últimos sessenta anos houve uma
preocupação de definir a tarefa da disciplina. As obras de Bavinck e Verkuyl, mais
recentemente, Van Engen, Garcia, Bosch e Wright, são especialmente elucidativas nesse
sentido. São significativas tanto pelo contexto da obra missionária, que provocou uma
busca pela necessidade do desenvolvimento de uma teologia de missões, como também
por procurarem, ainda que sinteticamente, definir a natureza, função e abrangência do
estudo das missões.
O que essas obras têm em comum não é só o campo de estudo da teologia da
missão, mas a busca por um modo de leitura da Bíblia, e nessa busca evidencia-se o
elemento crucial e determinante nos resultados o qual é a relação da missão com o texto
bíblico.
Quando Verkuyl discute o lugar da missiologia na “enciclopédia teológica”,
conclui que a missiologia é uma “ciência complementar” e sugere a relação com as
diferentes disciplinas teológicas. Dentre elas, a que nos interessa em particular é a relação
com os estudos bíblicos. Verkuyl defende, “Os estudos bíblicos, especialmente a exegese e
a hermenêutica, são cruciais não apenas para a boa compreensão da missio ecclesiae, mas
também para se ter uma correta visão dos métodos de comunicação” (1978, p. 9).
Verkuyl observa ainda que,
É importante notar que a maioria dos estudos exegéticos sobre a
fundamentação de missões foram escritos pelos próprios missiólogos.
Neste ponto a missiologia está atuando como um complemento às
disciplinas existentes da exegese do Antigo e Novo Testamentos (ibid.).

Tanto Verkuyl, quanto Bavinck, tratam da tarefa e função da missiologia em geral.


A discussão não é específica sobre a teologia bíblica da missão. Mas deve-se observar que,
em primeiro lugar, o debate na época era sobre a existência desse campo do
conhecimento a ponto de se defender que se tratava de uma ciência. Em segundo lugar, o
aspecto bíblico da missiologia era tratado dentro do estudo geral da missiologia como a
fundamentação bíblica da missão ou missões. E em terceiro lugar, não obstante essa
função introdutória e básica no estudo da missiologia, nessa discussão já se apontava para
o estreito relacionamento da missiologia com os estudos bíblicos e o peso deste no
direcionamento da missiologia. Prova disso é que este campo de estudo tem evoluído
para um campo distinto dentro da missiologia e obras específicas sobre a fundamentação
bíblica da missão têm sido publicadas à parte de outras questões da missiologia. Contudo,
pode-se dizer que essa evolução no estudo bíblico da missão se deu principalmente
dentro dos parâmetros da fundamentação e que a questão da função e tarefa da teologia
bíblica da missão precisou ser discutida.
Na década de 1980, duas importantes obras sobre a teologia da missão tem o
subtítulo “uma teologia bíblica” (Hedlund, 1991; Carriker, 1992). Nestas obras, percebe-se
uma preocupação com uma sistematização da revelação bíblica e o estabelecimento de
critérios para uma teologia bíblica. A grande contribuição dessas obras é principalmente a
de se levar em conta vários aspectos e temas bíblicos e relacioná-los com a missão.
Carriker estabelece como método hermenêutico,
[...] reparar a estrutura básica da mensagem bíblica no seu
desdobramento mais amplo, a fim de discernir as nuanças do texto em
relação à tarefa do povo no mundo. Desta forma, não buscamos na Bíblia
referências que legitimam a nossa perspectiva e atuação missionárias já
existentes e os nossos programas eclesiásticos. Pelo contrário, queremos
ouvir o julgamento da Palavra de Deus para mudar aquilo que não
corresponde à vontade de Deus quanto a missão do seu povo. Por isso,
dentro das disciplinas bíblicas, acreditamos que a telogia bíblica poderá
contribuir mais para uma reflexão missiológica que, por sua vez, alimenta
a atuação missionária da igreja (1992, p. 9).

Ainda, segundo Carriker, “a teologia bíblica não é ‘bíblica’ apenas por procurar
sua base em princípios bíblicos, mas também por seguir a sequência bíblica, através da
qual estes temas são apresentados e desenvolvidos” (p. 9, 10. Grifo do autor).
Na busca por “uma teologia bíblica de missão integral”, Carriker propõe um tema
que demonstre a unidade da Bíblia e seja “abrangente, holístico e integral”. Ele defende
também que “é a ideia de missão que melhor reúne estes conceitos [reino de Deus e um
plano salvífico de Deus na história] e ilustra a preocupação central da Bíblia” (1992, p. 11).
Conforme a proposta de Carriker a tarefa da teologia bíblica da missão é uma
“teologia da história dentro da Bíblia” em que temas bíblicos são apresentados e
desenvolvidos de acordo com a sequência bíblica (1992, p. 9, 10) e procura identificar o
tema central através da Bíblia.
Hedlund tem uma abordagem sincrônica semelhante à de Carriker, em que
reconhece que a história contida nas Escrituras é teológica (1991, p. 19). Na sua teologia,
ele se propõe buscar uma fundamentação e propósito bíblico da missão (1991, p. 11).
Hedlund entende e reconhece que “um estudo exegético completo da teologia
missionária da Bíblia é necessário” (1991, p. 14. Tradução nossa). Não obstante, Hedlund
apresenta em sua obra uma tentativa de fazer sentido dos temas bíblicos que falem a
respeito e definam a missão da igreja.
Tanto Carriker como Hedlund procuram examinar os vários temas bíblicos desde
a criação até o apocalipse e relacioná-los à missão. Ambos também têm uma tônica
contextual com os respectivos contextos de origem de suas obras. Carriker está em
sintonia com questões relativas à missiologia integral na América Latina enquanto
Hedlund se refere constantemente a questões pertinentes à igreja e missão na Índia.
Pode-se dizer que um resultado concreto da proposta de Carriker se materializou
na publicação da Bíblia Missionária de Estudo, da qual ele foi o editor e coordenador do
projeto. Esta obra representa justamente um desenvolvimento da leitura missionária da
Bíblia a partir de uma hermenêutica missionária. Mais do que uma Bíblia com anotações
sobre a missão, essa edição pretende sugerir um modo de leitura da Bíblia (2014).
Na década de 1990, David Bosch publicou sua importante obra sobre as
mudanças de paradigma na teologia da missão. Nesta obra (publicada no Brasil em 2002),
Bosch argumenta que a crise contemporânea da missão afeta a missão em três áreas: o
fundamento, os motivos e meta e a natureza da missão (Bosch, 2002, p. 21), e sugere,
que a solução para o problema apresentado pela atual falta de fibra não reside
numa simples volta a uma consciência e uma prática missionárias anteriores [...]
também não reside em abraçar os valores do mundo contemporâneo e tentar
responder a qualquer coisa que um indivíduo ou grupo particular resolva
chamar de missão. Necessitamos, antes, de uma nova visão para sair do atual
impasse rumo à uma espécie diferente de envolvimento missionário (p. 24-25)
O modo como Bosch propõe construir essa “nova visão” é revendo a definição de missão
examinando “meticulosamente as vicissitudes das missões e da ideia missionária durante
os últimos 20 séculos da história da igreja cristã” (Bosch, 2002, p. 25). Portanto, a
proposta de Bosch se restringe à missão cristã a partir do Novo Testamento, pois
considera que o Novo Testamento já representa uma mudança de paradigma da missão
em relação ao Antigo Testamento.
Em um trabalho acadêmico não publicado e posterior tese de doutorado, Ehud
M. Garcia examina a questão hermenêutica por meio da proposta de uma abordagem
missiológica ao Novo Testamento. Nessa proposta, Garcia basicamente defende uma
abordagem hermenêutica que leve em conta a aceitação da Bíblia como palavra inspirada
de Deus, um método de interpretação sob a direção do Espírito Santo, uma abordagem
metodológica histórico-gramatical, uma compreensão da realidade contextual do
missiólogo (Garcia, 1995, pp. 71-72)
Charles Van Engen talvez seja na atualidade um dos principais expoentes da
discussão hermenêutica da missão. Em diversos artigos e obras, Van Engen defende a
busca de uma nova abordagem da Bíblia como um todo para a teologia bíblica da missão.
Além do mais, ele tem tratado especificamente da relação da Bíblia e a missão (Van
Engen, 1993; 1996, p. 35s.). Em sua proposta, sugere que é preciso superar a forma de
fazer teologia “de cima”, ou seja, de forma dogmática assim como a forma “de debaixo”,
ou seja, a partir de ideologias ou necessidades contextuais. A partir do modelo
hermenêutico do paradigmas missionários proposto por Bosch, Van Engen sugere uma
abordagem dos diversos temas e subtemas da Bíblia como uma “tapeçaria” em que se
leve em conta os diversos temas e motivos bíblicos, os quais se entrelaçam com os
diversos períodos da história bíblica (Van Engen, 1996, pp. 37-38, 41).
O modelo de Van Engen de leitura do texto bíblico se destaca por não reduzir a
revelação bíblica ao tema central da missão e por levar em conta a diversidade de temas e
contextos das Escrituras. Neste sentido, sua proposta é inovadora e concilia os resultados
das diversas abordagens críticas ao texto bíblico além de dar a devida importância aos
diversos contextos históricos.
Christopher J. H. Wright tem igualmente defendido que é preciso prosseguir para
além da fundamentação bíblica da missão e, em vez disso, falar da “base missional da
própria Bíblia” (2014, p. 23). De acordo com sua proposta, é possível “demonstrar que
uma teologia sólida da missão de Deus nos dá uma estrutura fundamental hermenêutica
fecunda pela qual a Bíblia toda pode ser lida” (2014, p. 24). Assim, seu interesse não é
apenas mostrar como a missão é bíblica, mas mostrar como a própria Bíblia tem uma veia
missional ou missionária. Isso não significa usar todo texto com aplicação evangelística ou
missionária, mas envolve refletir sobre
o propósito para o qual a Bíblia existe, o Deus que a Bíblia retrata
para nós, o povo cujas identidade e missão a Bíblia nos convida a
compartilhar, a história que a Bíblia conta sobre esse Deus e esse
povo e, na verdade, sobre o mundo todo e seu futuro (2014, p. 29,
30).
Esse breve esboço do desenvolvimento da teologia bíblica da missão indica como
a relação entre a Bíblia e a missão evoluiu de uma mera fundamentação para uma busca
por uma hermenêutica missional. Essa hermenêutica não se limita a usar a missão como
chave hermenêutica de leitura, mas a levar em conta a diversidade de temas e motivos
bíblicos assim como dos diversos contextos históricos e culturais dos escritos bíblicos.

3. Por uma hermenêutica bíblica da missão


No estudo da teologia bíblica uma discussão que se impõe é a questão da
existência ou não de um centro unificador ou tema central que dê sentido ao todo. O
assunto é amplamente discutido em capítulos introdutórios de obras de teologia bíblica e
artigos, mas é Hasel quem sintetiza a questão de forma bem didática (1991, p. 139-171 e
1978, p. 140-170). Foge do escopo deste artigo debater o assunto e todas as suas
implicações. Porém, é preciso destacar algumas questões.
A teologia bíblica da missão tende a assumir o tema da missão, dos povos, da
universalidade ou do reino como tema ou temas centrais e unificadores do ensino bíblico
(cf. Carriker, 1992, p. 11). De um lado, há certa superficialidade e imposição de temas e,
por outro lado, há teólogos da missão que tem tido maior rigor científico e teológico e
explicitado seu cuidado em não impor sobre o texto um tema (cf. Blauw, 1966, p. 16-17;
Vicedom, 1996, p. 14).
É fato que no campo da teologia bíblica há certo ceticismo para com a ideia de se
buscar um centro unificador, pois, além de haver uma tendência ou um risco ao
reducionismo, os estudos bíblicos dos últimos duzentos anos têm procurado resgatar e
valorizar o pluralismo e a variedade de material, tradições, mensagens e teologias na
Bíblia. Entretanto, justamente a abordagem histórico-crítica tem também provocado um
impasse na formulação de uma teologia bíblica. Pode-se dizer que o problema maior diz
respeito à teologia do Antigo Testamento e à teologia bíblica como um todo. Em certo
sentido as obras de teologia bíblica publicadas no último século, partem desse debate e se
propõe a superá-lo.
Na base dessa discussão, há a questão da definição do objeto de estudo da
teologia bíblica. As diferentes propostas divergem não apenas na metodologia, mas, por
incrível que pareça, na definição do objeto de estudo da teologia bíblica. Para citar alguns
exemplos, Eichrodt entende que a teologia do Antigo Testamento se constrói a partir do
universo da crença do povo de Israel (1961, p. 25). Von Rad diverge desse conceito e
procura definir como objeto da teologia do AT “as afirmações explícitas de Israel com
respeito a Iavé” e propõe que a tarefa do teólogo é encontrar no texto bíblico a “intenção
querigmática específica” (1962, p. 105, 106). Semelhantemente, Bultmann entende que o
ponto de partida do estudo teológico do NT é o quérigma da igreja primitiva (1954, p. 3).
Joaquim Jeremias parte da pregação de Jesus, por mais complexa que seja a tarefa de
definir as palavras originais de Jesus (1984, p. 13). Brueggemann, que publicou
provavelmente a última e mais significativa obra de teologia do AT do século 20, procura
construir a teologia a partir dos “processos, procedimentos e potenciais de interação da
comunidade presente no texto” (1997, p. xvi. Tradução nossa). Geerhardus Vos
desenvolve uma teologia bíblica do AT e NT a partir da revelação como uma atividade
divina conforme encontrada na Bíblia (1948, p. 5, 13).
Diante disso, a questão preliminar a toda construção de uma hermenêutica
bíblica e, particularmente, de uma hermenêutica bíblica da missão, é definir o objeto (ou
texto) de estudo e a abordagem ou método em relação ao texto. Essa questão pode
parecer desnecessária uma vez que a teologia da missão, em geral, reconhece a
autoridade e normatividade das Escrituras, por isso desenvolve seus argumentos a partir
do texto bíblico em vez de, por exemplo, das tradições, redações ou fontes literárias. Por
outro lado, é evidente que há certo grau de seletividade na busca de textos bíblicos
considerados normativos para a missão os quais são tomados como evidência do
imperativo missionário. Atentos a esta questão, estudos mais recentes sobre a missão tem
apontado para a necessidade de tomar o texto bíblico como um todo e, além disso, levar
em conta a forma e função do texto bíblico (cf. Carriker, Van Engen).
No campo da exegese e teologia bíblica, nas últimas quatro décadas, alguns
estudiosos têm procurado superar o desafio e, até certo grau, o impasse de uma teologia
fundamentada em diversas camadas redacionais do texto bíblico de duas formas
principais: A primeira é por uma abordagem canônica (Sanders, 1984; Childs, 1985). De
acordo com essa proposta, procura-se valorizar o texto na sua organização e estrutura
atual (recebida) e entende-se que a forma e organização que a comunidade canônica deu
ao texto bíblico têm um aspecto hermenêutico. Desse modo, a teologia bíblica se
fundamenta a partir da estrutura e organização do texto bíblico recebido. Em geral, busca-
se valorizar a pluralidade de temas e motivos e sua relação na forma canônica, fugindo
assim de um tema central e unificador. A segunda é por meio de uma abordagem literária
pela qual se valoriza mais o enredo ou narrativa bíblica. A crítica literária, porém, é um
campo vasto de estudo e tem desdobramentos metodológicos que variam desde
abordagens centradas no autor até abordagens centradas no leitor. Dentre essas
abordagens há aquelas que se concentram no texto e se direcionam para uma tendência
menos histórico-crítica e mais linguística e artística. Os textos passam a ser analisados e
estudados a partir da forma e estrutura existentes valorizando aspectos estéticos ou
poéticos e retóricos. O trabalho de análise passou a se concentrar no nível do texto em
vez de no nível do autor(es), redator(es) que representam fases do desenvolvimento do
texto e, portanto, são frequentemente chamados de aspectos pré-textuais ou que estão
por trás do texto. A premissa básica dessa abordagem literária é que tão ou mais
importante do que reconstruir a intenção do autor é observar na estrutura e forma do
texto a intencionalidade da mensagem. Supõe-se que a intenção do autor se reflete no
modo como o texto está estruturado.
No estudo bíblico da missão, Blauw já havia apontado para a importância da
organização bíblica quando declarou,
Mas não é por coincidência que o Antigo Testamento nos foi transmitido
na sua presente forma. O arranjo, a ordem do material, também
pertence ao seu kerygma, à sua mensagem [...] e este kerygma não pode
ser preservado nem comunicado propriamente, se for escolhido outro
ponto de partida que não aquele dado pelo próprio Antigo Testamento,
em sua forma tradicional (1966, p. 17. Grifo do autor).

Verkuyl levanta semelhante questão dizendo que “quando se pretende investigar


o modo como a Bíblia desenvolve a fundamentação para missão, a maneira de se
proceder à pesquisa é uma questão muito importante”. Assim ele propõe que nesse
estudo “deve-se considerar a própria estrutura de toda a mensagem bíblica” (1978, p. 90.
Tradução nossa).
Mas provavelmente é Carriker quem melhor aplica esse conceito de um modo
sistemático através de toda a Bíblia. Conforme, já observado, Carriker defende que “a
teologia bíblica não é ‘bíblica’ apenas por procurar sua base em princípios bíblicos, mas
também por seguir a sequência bíblica, através da qual estes temas são apresentados e
desenvolvidos” (1992, p. 9-10. Grifo do autor).
Essas abordagens têm sido valiosas tanto para se fugir da prática da busca de
textos provas para a fundamentação da missão ou algum aspecto desta, quanto para se
valorizar mais o todo da revelação bíblica. Entretanto, a preocupação de Blauw, Verkuyl e
Carriker se concentra na valorização de toda a Bíblia em função de suas respectivas
propostas para o desenvolvimento do conceito de missão através dos relatos bíblicos.
A partir dessa conceituação, propomos que a tarefa da teologia bíblica da missão
deve ter como seu objetivo resgatar a mensagem bíblica nas suas várias formas e nuances
com a finalidade não apenas de estabelecer a base ou fundamentação da missão, mas
suas facetas, abrangência e propósito; deve ter como objeto de estudo toda a literatura
bíblica e adotar uma abordagem metodológica canônica e literária que entenda que a
organização canônica já objetiva uma interpretação.
Propomos ainda, ir mais além e, a partir desse critério canônico, demonstrar que
a organização dos livros bíblicos, dos temas e motivos denota uma intenção de como se
deve entender a mensagem bíblica e, mais especificamente, que esta intenção está no
conceito ou motivo da presença/ausência de Deus.
A partir desses parâmetros, podemos desenvolver uma hermenêutica bíblica do
propósito bíblico da missão, observando como a própria narrativa bíblica é missional.
Nesta proposta, em particular, quero sugerir que a forma e função do cânon bíblico
apontam para o propósito de se resgatar a presença de Deus na terra.

4. Propósito bíblico da missão


Van Engen refere-se à observação de Leslie Newbigin de que a preocupação da
cultura ocidental com a origem da ordem criada e a civilização humana provocou certo
grau de cegueira às questões de propósito, desígnio e intencionalidade, por isso também,
teólogos bíblicos raramente as Escrituras em busca da intenção e propósito de Deus (Van
Engen, 1996, pp. 35-36)
Para Van Engen, precisamos ser capazes de utilizar tudo que aprendemos até
agora da crítica das fontes, das formas, da redação, histórica, retórica e canônica e
levantar a questão missiológica sobre a intenção de Deus em termos da missio Dei como
ocorre em palavra e ação em cada contexto (Van Engen, 1996, p. 42). É justamente nisso
que a abordagem canônica e literária pode ser útil para a construção de uma
hermenêutica bíblica da missão, pois a forma e função canônica das Escrituras apontam
para o modo como os escritos bíblicos foram lidos e interpretados pela comunidade que
os estabeleceu como escritos canônicos.
Van Engen sugere que abordar a Bíblia como uma “tapeçaria” nos “chama a
tomar seriamente o caráter único de cada contexto bíblico em termos de sua história,
sociologia, antropologia, cultura, junto com as peculiaridades gramaticais da narrativa
textual” (2011, p. 75). Portanto, a abordagem canônica não pretende adotar o tema da
missão como centro unificador, mas levar em conta a diversidade temática e literária da
Bíblia atentando para a intencionalidade da revelação bíblica expressa na forma e função
do texto.
Em artigo anterior expus os elementos constitutivos do que chamei de paradigma
bíblico-teológico do ministério em que adoto justamente a abordagem canônica e literária
para desenvolver uma hermenêutica bíblica que ateste à intencionalidade da missão
(Lane, 2012, p. 33-48). De acordo com essa proposta, a Bíblia é formada por dois relatos
sobre a presença de Deus: o jardim do Éden (Gn 1-2) e a Nova Jerusalém (Ap 21-22). Entre
esses dois relatos, a Bíblia narra como o ser humano foi expulso da presença de Deus (Gn
3) e o que Deus está fazendo para resgatá-lo de volta à sua presença ou, de outro modo,
como o próprio Deus se tornará novamente o centro da vida na terra. Como afirma Juan
Stam, “A coincidência quase exata [de Gn 1.1 e Ap 21.1] não pode ser casualidade. Indica
claramente que toda a Bíblia narra a caminhada desde a criação original até a criação
final, que culminará com a ação redentora de Deus” (1994, p. 187). A leitura missional da
Bíblia deve levar em conta essa moldura canônica e literária de proclamação e afirmação
da presença de Deus e perceber a relação dos diversos acontecimentos narrados na Bíblia
com o propósito final da manifestação da presença de Deus.

Conclusão

Por meio dessa análise, é evidente que o estudo da missão passou da


fundamentação, que procura textos para embasar a missão, para uma teologia, que
discute diversos aspectos históricos e teológicos da revelação bíblica em sua relação com
a missão, para uma hermenêutica, que entende que a Bíblia nos oferece um modo de
leitura ou interpretação missional. Enquanto o aspecto da fundamentação esteve muito
preocupado com a justificativa da obra missionária e a autoridade da Bíblia no mandato
missionário, a busca por uma hermenêutica aponta para aspectos de finalidade última e
propósito da revelação bíblia. Nesses termos, uma leitura missional da Bíblia nos permite
ver as passagens e acontecimentos bíblicos na perspectiva do propósito de Deus para a
humanidade e toda a natureza, assim como a importância da centralidade de Cristo e do
chamado da igreja para proclamar o evangelho da redenção (Wright, 2014, p. 68).

Se Christopher Wright estiver correto ao afirmar que, “toda e qualquer


abordagem interpretativa necessariamente distorce o texto em algum grau” (2014, p. 69,
ênfase do autor), essa busca por uma hermenêutica missional pode ser considerada
apenas mais uma leitura comum foco ou interesse particular. No entanto, como Wright
também afirma “a única forma de não distorcer o texto bíblico é simplesmente reproduzi-
lo como ele é” (ibid.). É neste sentido que vejo o valor da abordagem canônica e literária,
pois tomamos o texto na sua forma e adotamos isso como orientação para a leitura
bíblica. Em vez de selecionarmos alguns temas específicos ou um aspecto central e
unificador, olhamos para a forma canônica das Escrituras, observamos aspectos literários
das figuras, motivos e temas de cada segmento, por fim, extraímos a mensagem a partir
dessa análise observando como ela aponta para o propósito bíblico da missão.

Uma vez estabelecido o propósito bíblico da missão, ele nos serve não só de
“mapa” para a leitura bíblica e para compreender o contexto de diversas passagens
bíblicas (Wright, 2014, p. 70), mas nos serve, sobretudo de mapa para a ação missional da
igreja. A igreja deve se ocupar com o propósito de Deus ou, em outros termos, com a
missão de Deus. E a missão de Deus é manifestar a sua presença e glória na sua criação e,
individualmente, na vida humana.

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