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PRIMEIROS SOCORROS

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SUMARIO

Capítulo 01
Conceito e Legislação ------------------------------------------03
Capítulo 02
Sinais Indiretos ------------------------------------------07
Capítulo 03
Etapas Básicas de Primeiros Socorros ------------------------------------------10
Capítulo 04
Etapas Básicas de Primeiros Socorros ------------------------------------------16
Capítulo 05
PCR ------------------------------------------03
Capítulo 06
Hemorragia ------------------------------------------28
Capítulo 07
Queimaduras ------------------------------------------31
Capítulo 08
Intoxicação ------------------------------------------36
Capítulo 09
Convulsão e Desmaio ------------------------------------------40
Capítulo 10
Choque Elétrico ------------------------------------------43
Capítulo 11
Esmagamento e Amputação ------------------------------------------45
Capítulo 12
Fraturas ------------------------------------------47
Capítulo 13
Afogamento ------------------------------------------53
Capítulo 14
Acidentes com Ofídicos ------------------------------------------55
Capítulo 15
Acidentes com Escorpião ------------------------------------------58

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Capítulo 01

1 PRIMEIROS SOCORROS

Toda pessoa que estiver realizando o atendimento de primeiros socorros deve,


antes de tudo, atentar para a sua própria segurança. O impulso de ajudar a outras
pessoas não justifica a tomada de atitudes inconsequentes, que acabem transformando-o
em mais uma vítima.
A seriedade e o respeito são premissas básicas para um bom atendimento de
primeiros socorros. Para tanto, evite que a vítima seja exposta desnecessariamente e
mantenha o devido sigilo sobre as informações pessoais que ela lhe revele durante o
atendimento.

1.1 CONCEITOS BÁSICOS

Primeiros Socorros: são os cuidados imediatos prestados a uma pessoa cujo estado
físico coloca em perigo a sua vida ou a sua saúde, com o fim de manter as suas funções
vitais e evitar o agravamento de suas condições, até que receba assistência médica
especializada.

Socorrista: atividade regulamentada pelo Ministério da Saúde, segundo a portaria n°


824 de 24 de junho de 1999. O socorrista possui um treinamento mais amplo e
detalhado que uma pessoa prestadora de socorro.

Urgência: é uma situação que requer assistência rápida, no menor tempo possível, a fim
de evitar complicações e sofrimento. São exemplos de urgência: dores abdominais
agudas e cólicas renais.
Emergência: é todo caso em que há ameaça iminente à vida, sofrimento intenso ou
risco de lesão permanente, havendo necessidade de tratamento médico imediato.Alguns
exemplos de emergências são a parada cardiorrespiratória, hemorragias volumosas e
infartos que podem levar a danos irreversíveis e até ao óbito.

Acidente: fato do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas que necessitam de
atendimento.

Incidente: fato ou evento desastroso do qual não resultam pessoas mortas ou feridas,
mas que pode oferecer risco futuro.

Sinal: é a informação obtida a partir da observação da vítima.

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Sintoma: é a informação a partir de um relato da vítima.

O socorro deverá ser prestado sempre que a vítima não tiver condições de cuidar
de si própria, recebendo um primeiro atendimento e logo acionando-se o atendimento
especializado, o qual encontra-se presente na maioria das cidades e rodovias principais,
e chega ao local do fato em poucos minutos.
Para cada caso existe uma atitude, e um socorro diferente. É de vital importância
a prestação de atendimentos emergenciais. Conhecimentos simples muitas vezes
diminuem o sofrimento, evitam complicações futuras e podem inclusive em muitos casos
salvar vidas. Porém deve-se saber que nessas situações em primeiro lugar deve-se
procurar manter a calma, verificar se a prestação do socorro não trará riscos para o
socorrente, saber prestar o socorro sem agravar ainda mais a saúde da(s) vítima(s), e
nunca esquecer-se que a prestação dos primeiros socorros não exclui o atendimento
médico.
A grande maioria dos acidentes poderia ser evitado, porém quando acontecem,
geralmente, eles vêm acompanhados de inúmeros outros fatores, como por exemplo:
nervosismo, cenas de sofrimento, pânico, pessoas inconscientes, etc.. Este é o quadro
em maior ou menor extensão que se depara quem chega primeiro ao local, e
dependendo da situação exigem-se providências imediatas. Por isso é importante seguir
os mandamentos do socorrista descritos abaixo:

1. Mantenha a calma.
2. Tenha em mente a seguinte ordem de segurança quando você estiver prestando
socorro:
a) Primeiro eu (o socorrista)
b) Depois minha equipe (incluindo os transeuntes)
c) E por último a vítima
4. Isto parece ser contraditório a primeira vista, mas tem o intuito básico de não
gerar novas vítimas.
3. Ao prestar socorro, é fundamental ligar ao atendimento pré-hospitalar de imediato
ao chegar no local do acidente. Podemos por exemplo discar 3 números: 193
(número do corpo de bombeiros da cidade de Salvador).
4. Sempre verifique se há riscos no local, para você e sua equipe, antes de agir no
acidente.
5. Mantenha sempre o bom senso.
6. Mantenha o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os curiosos.
7. Distribua tarefas, assim os transeuntes que poderiam atrapalhar lhe ajudarão e se
sentirão mais úteis.
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8. Evite manobras intempestivas (realizadas de forma imprudente, com pressa)


9. Em caso de múltiplas vítimas dê preferência àquelas que correm maior risco de
vida como, por exemplo, vítimas em parada cárdio-respiratória ou que estejam
sangrando muito.
10. Seja socorrista e não herói (lembre-se do 2o mandamento).

1.2 ASPECTOS LEGAIS

É importante saber que a falta de atendimento de primeiros socorros eficientes e


a omissão de socorro, são os primeiros motivos de mortes e danos irreversíveis às
vítimas de acidentes de trânsito. Os momentos subsequentes a um acidente,
principalmente as duas primeiras horas são os mais críticos e importantes para garantir a
recuperação ou sobrevivência das pessoas envolvidas. Segundo o Art. 135 do Código
Penal Brasileiro, deixar de prestar socorro à vítima de acidentes ou pessoas em perigo
eminente, podendo fazê-lo, é crime, mesmo que a pessoa não seja a causadora do
evento. Ainda de acordo com a atual Lei de Trânsito, todos os motoristas deverão ter
conhecimentos de primeiros socorros. Abaixo podemos verificar o artigo na íntegra:

Código Penal
Art. 135 – Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparado ou
em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.
Pena: Detenção de 01 (um) a 6 (seis) meses ou multa.
Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se a omissão resulta lesão corporal de
natureza grave, e triplica, se resulta em morte.

Importante:
O fato de não chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não
possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já caracteriza a
ocorrência de omissão de socorro.

1.3 DIREITOS DA PESSOA QUE ESTIVER SENDO ATENDIDA

O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui o direito de


recusar o atendimento. No caso de adultos, esse direito existe quando eles estiverem
conscientes e com clareza de pensamento. Isto pode ocorrer por diversos motivos, tais
como crenças religiosas ou falta de confiança no prestador de socorro que for realizar o
atendimento.
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Nestes casos, a vítima não pode ser forçada a receber os primeiros socorros,
devendo assim certificar-se de que o socorro especializado foi solicitado e continuar
monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança através do diálogo.
Caso a vítima esteja impedida de falar em decorrência do acidente, como
um trauma na boca, por exemplo, mas demonstre através de sinais que não
aceita o atendimento, fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a
mão do prestador de socorro, deve-se proceder da seguinte maneira:
· Não discuta com a vítima.
· Não questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em crenças
religiosas.
· Não toque na vítima, isto poderá ser considerado como violação dos seus direitos.
· Converse com a vítima, informe a ela que você possui treinamento em primeiros
socorros, que irá respeitar o direito dela de recusar o atendimento, mas que está
pronto para auxiliá-la no que for necessário.
· Arrole testemunhas de que o atendimento foi recusado por parte da vítima.
· No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita pelo pai, pela mãe ou
pelo responsável legal. Se a criança é retirada do local do acidente antes da
chegada do socorro especializado, o prestador de socorro deverá, se possível,
arrolar testemunhas que comprovem o fato.
O consentimento para o atendimento de primeiros socorros pode ser formal,
quando a vítima verbaliza ou sinaliza que concorda com o atendimento, após o prestador
de socorro ter se identificado como tal e ter informado à vítima de que possui
treinamento em primeiros socorros, ou implícito, quando a vítima esteja inconsciente,
confusa ou gravemente ferida a ponto de não poder verbalizar ou sinalizar consentindo
com o atendimento.
Neste caso, a legislação infere que a vítima daria o consentimento, caso tivesse
condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros socorros.
O consentimento implícito pode ser adotado também no caso de acidentes
envolvendo menores desacompanhados dos pais ou responsáveis legais.
Do mesmo modo, a legislação infere que o consentimento seria dado pelos pais ou
responsáveis, caso estivessem presentes no local. No entanto, deixar de prestar socorro
significa não prestar “nenhuma assistência à vitima”. Uma pessoa que solicita os serviços
especializados, já esta fazendo o seu papel de cidadão, providenciando socorro.
Nunca é demais que procuremos ter conhecimento de técnicas de primeiros
socorros, pois nunca se sabe quando poderemos precisar. Mesmo achando que não
teremos coragem ou habilidade para aplicá-las não devemos deixar de aprender. Pois
muitas vezes espírito de solidariedade apenas, não basta, é preciso que nos utilizemos de
técnicas que nos possibilitem à prestar um socorro rápido, preciso e eficiente, auxiliando
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pessoas que encontram-se, naquele momento totalmente dependentes do auxílio de


terceiros.

Capítulo 02
SINAIS INDIRETOS
O socorrista pode avaliar muitos sinais indiretos, de modo a complementar os
quatro sinais vitais clássicos, levando-o a obter visão mais clara da situação do paciente.
Citaremos os mais simples e mais importantes:
Coloração das mucosas: Em especial as mucosas labial e ocular (parte interna
do lábio e da pálpebra), uma vez que alterações nelas podem sugerir perda sanguínea
progressiva, diminuição da pressão, intoxicação por gases ou anemia. Procure avaliar sob
adequada iluminação. Se tiver dúvida ilumine a mucosa ocular com lanterna.

Diâmetro e reflexo pupilar: O primeiro aspecto importante é analisar o


diâmetro da pupila. Se muito dilatada (maior que 5mm) ou muito contraída (menor que
3mm), pode ser indicação de alterações a serem pesquisadas (intoxicações
medicamentosas, dor intensa, etc.).

Outro ponto importante é se existe diferença no diâmetro das duas pupilas, e se


essa alteração (anisocoria) se mantém quando um dos olhos é exposto à luz.

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Também é importante analisar se existe esta reação (contração de ambas as


pupilas quando apenas uma delas for estimulada como luz), e se é rápido o retorno ao
normal ao ser retirado o estímulo luminoso. Alterações na fotorreatividade das pupilas
podem sugerir lesão intracraniana (estando a pupila mais dilatada do lado afetado) ou
lesões oculares.

2.1 AVALIAÇÃO DO CONJUNTO DE SINAIS VITAIS E SUA UTILIDADE PRÁTICA

A soma das avaliações proverá um quadro sugerindo maior ou menor gravidade,


necessidade de transporte imediato, convocação de ambulância e pessoal especializado,
ou ainda um tratamento simples pelo próprio familiar ou socorrista.
Sempre é importante avaliar o conjunto, não valorizando um tem mais que outro.
Um dos itens pode estar incorreto, ou pode requerer reavaliação antes de se tomar
decisão mais definitiva.
Da evolução dos sinais vitais ao longo do atendimento pode ser inferido o
prognóstico do caso e sugeridas prospectivas de atendimento médico.

2.2 AVALIAÇÃO DE PACIENTES INCONSCIENTES ATRAVÉS DAS ÁREAS-CHAVE


Cabeça: Paciente com face congestionada (intoxicação alcoólica); rosada (intoxicação
por monóxido de carbono). Depressões localizadas (fraturas ou concussões). Perda de
líquido claro pelo nariz ou ouvido (fraturas em áreas que permitem a saída de liquor –
risco de meningite). Múltiplas cicatrizes (antecedentes de epilepsia).

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Sinal de Guaxinim
Pele: Vermelhidão geral distribuída em pontinhos muito próximos (coma por medicação
para dormir, do tipo barbitúrico). Suor intenso e frio (diabético com falta de glicose no
sangue).

Hálito: Característico em alguns casos: álcool (intoxicação alcoólica), acetona (diabetes),


pútrido (infecções tipo sinusite, amigdalite, pneumonia).

Vômito: Em caso de ocorrência, procurar coletar parte do material para envio ao


médico, em especial nos casos de suspeita de intoxicação ou envenenamento.

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Braços ou pernas em posição incomum: Possibilidade de fratura ou luxação de


articulações.

Depressões torácicas ou alterações da superfície abdominal: Possibilidade de


lesões de vísceras, com hemorragia interna.

Capítulo 03
ETAPAS BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS

O atendimento de primeiros socorros pode ser dividido em etapas básicas que


permitem a maior organização no atendimento e, portanto, resultados mais eficazes.

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3.1 AVALIAÇÃO DO LOCAL DO ACIDENTE

Esta é a primeira etapa básica da prestação de primeiros socorros. Chegando ao


local de um acidente, ou onde se encontra um acidentado, deve-se assumir o controle da
situação e proceder a uma rápida e segura avaliação da ocorrência. Deve-se tentar obter
o máximo de informações possíveis sobre o ocorrido. Dependendo das circunstâncias de
cada acidente, é importante também:
a) Evitar o pânico e procurar a colaboração de outras pessoas, dando ordens
breves, claras, objetivas e concisas;
b) Manter afastados os curiosos, para evitar confusão e para ter espaço em que
se possa trabalhar da melhor maneira possível.

“Ser ágil e decidido observando rapidamente se existem perigos para o


acidentado e para quem estiver prestando o socorro”

A proteção do acidentado deve ser feita com o mesmo rigor da avaliação da


ocorrência e do afastamento de pessoas curiosas ou que visivelmente tenham perdido o
autocontrole e possam prejudicar a prestação dos primeiros socorros.
É importante observar rapidamente se existem perigos para o acidentado e para
quem estiver prestando o socorro nas proximidades da ocorrência. Por exemplo: fios
elétricos soltos e desencapados; tráfego de veículos; andaimes; vazamento de gás;
máquinas funcionando. Devem-se identificar pessoas que possam ajudar. Deve-se
desligar a corrente elétrica; evitar chamas; faíscas e fagulhas; afastar pessoas
desprotegidas da presença de gás; retirar a vítima de afogamento da água, desde que o
faça com segurança para quem está socorrendo; evacuar área em risco iminente de
explosão ou desmoronamento.
Avaliar o acidentado na posição em que ele se encontra, só mobilizá-lo com
segurança (sem aumentar o trauma e os riscos), sempre que possível deve-se manter o
acidentado deitado de costas até que seja examinada, e até que se saiba quais os danos
sofridos. Não se deve alterar a posição em que se acha o acidentado, sem antes refletir
cuidadosamente sobre o que aconteceu e qual a conduta mais adequada a ser tomada.
Se o acidentado estiver inconsciente, por sua cabeça em posição lateral antes de
proceder à avaliação do seu estado geral.
É preciso tranquilizar o acidentado e transmitir-lhe segurança e conforto. A calma
do acidentado desempenha um papel muito importante na prestação dos primeiros
socorros. O estado geral do acidentado pode se agravar se ela estiver com medo, ansiosa
e sem confiança em que está cuidando.

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3.2 PROTEÇÃO DO ACIDENTADO

A avaliação e exame do estado geral de um acidentado de emergência clínica ou


traumática é a segunda etapa básica na prestação dos primeiros socorros. Ela deve ser
realizada simultaneamente ou imediatamente à “avaliação do acidente e proteção do
acidentado”.
O exame deve ser rápido e sistemático, observando as seguintes prioridades:
• Estado de consciência: avaliação de respostas lógicas (nome, idade, etc.)
• Respiração: movimentos torácicos e abdominais com entrada e saída de ar
normalmente pelas narinas ou boca.
• Hemorragia: avaliar a quantidade, o volume e a qualidade do sangue que se
perde. Se é arterial ou venoso.
• Pupilas: verificar o estado de dilatação e simetria (igualdade entre as pupilas).
•Temperatura do corpo: observação e sensação de tato na face e
extremidades.
Deve-se ter sempre uma ideia bem clara do que se vai fazer, para não expor
desnecessariamente o acidentado, verificando se há ferimento com o cuidado de não
movimentá-lo excessivamente.
Em seguida proceder a um exame rápido das diversas partes do corpo. Se o
acidentado está consciente, perguntar por áreas dolorosas no corpo e incapacidade
funcionais de mobilização. Pedir para apontar onde é a dor, pedir para movimentar as
mãos, braços, etc.

3.2.1 CABEÇA E PESCOÇO

Sempre verificando o estado de consciência e a respiração do acidentado, apalpar,


com cuidado, o crânio a procura de fratura, hemorragia ou depressão óssea.
Proceder da mesma forma para o pescoço, procurando verificar o pulso na artéria
carótida, observando frequência, ritmo e amplitude, correr os dedos pela coluna cervical,
da base do crânio até os ombros, procurando alguma irregularidade. Solicitar que o
acidentado movimente lentamente o pescoço, verificar se há dor nessa região.
Movimentar lenta e suavemente o pescoço, movendo-o de um lado para o outro. Em
caso de dor pare qualquer mobilização desnecessária.
Perguntar a natureza do acidente, sobre a sensibilidade e a capacidade de
movimentação dos membros visando confirmar suspeita de fratura na coluna cervical.

3.2.2 COLUNA DORSAL


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Perguntar ao acidentado se sente dor. Na coluna dorsal correr a mão pela espinha
do acidentado desde a nuca até o sacro. Presença de dor pode indicar lesão na coluna
dorsal.

3.2.3 TÓRAX E MEMBROS


Verificar se há lesão no tórax, se há dor quando respira ou se já dor quando o
tórax é levemente comprimido.
Solicitar ao acidentado que movimente de leve os braços e verificar a existência
de dor ou incapacidade funcional. Localizar o local da dor e procurar deformação, edema
e marcas de injeções. Verificar se há dor no abdome e procurar todo tipo de ferimento,
mesmo pequeno. Muitas vezes um ferimento de bala é pequeno, não sangra e é
profundo, com consequências graves.
Apertar cuidadosamente ambos os lados da bacia para verificar se há lesões.
Solicitar à vítima que tente mover as pernas e verificar se há dor ou incapacidade
funcional.
Não permitir que o acidentado de choque elétrico ou traumatismo violento tente
levantar-se prontamente, achando que nada sofreu. Ele deve ser mantido imóvel, pelo
menos para um rápido exame nas áreas que sofreram alguma lesão. O acidentado deve
ficar deitado de costas ou na posição que mais conforto lhe ofereça.

3.3 EXAME DO ACIDENTADO INCONSCIENTE

O acidentado inconsciente é uma preocupação, pois além de se ter poucas


informações sobre o seu estado podem surgir complicações devido à inconsciência.
O primeiro cuidado é manter as vias respiratórias superiores desimpedidas
fazendo a extensão da cabeça, ou mantê-la em posição lateral para evitar aspiração de
vômito. Limpar a cavidade bucal.
O exame do acidentado inconsciente deve ser igual ao do acidentado consciente,
só que com cuidados redobrados, pois os parâmetros de força e capacidade funcional não
poderão ser verificados. O mesmo ocorrendo com respostas a estímulos dolorosos.
É importante ter ciência que nos primeiros cuidados ao acidentado inconsciente a
deverá ser mínima.
A observação das seguintes alterações deve ter prioridade acima de qualquer
outra iniciativa. Ela pode salvar uma vida:
• Falta de respiração
• Falta de circulação (pulso ausente)
• Hemorragia abundante
• Perda dos sentidos (ausência de consciência)
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• Envenenamento

3.4 OBSERVAÇÕES:
1. Para que haja vida é necessário um fluxo contínuo de oxigênio para os
pulmões. Oxigênio é distribuído para todas as células do corpo através do
sangue impulsionado pelo coração. Alguns órgãos sobrevivem algum tempo
sem oxigênio, outros são severamente afetados. As células nervosas do
cérebro podem morrer após 3 minutos sem oxigênio.
2. Por isso mesmo é muito importante que algumas alterações ou alguns quadros
clínicos, que podem levar a essas alterações, devem ter prioridade quando se
aborda um acidentado de vítima de mal súbito. São elas:
• obstrução das vias aéreas superiores;
• parada cárdio-respiratória;
• hemorragia de grandes volumes;
• estado de choque (pressão arterial, etc);
• comas (perdas da consciência);
• convulsões (agitações psicomotoras);
• envenenamento (intoxicações exógenas);
• diabetes mellitus (comas hiper e hipoglicêmicos);
• infarto do miocárdio; e
• queimaduras em grandes áreas do corpo.
3. Toda lesão ou emergência clínica ocorrida dentro do âmbito da instituição deve
ser comunicada ao NUST – Núcleo de Saúde do Trabalhador / DIREH, através
de uma ficha de registro específica e anotada no “livro de registro de
acidentes”.
4. É importante ter sempre disponível os números dos telefones e os endereços
de hospitais e de centros de atendimento de emergência; socorro
especializado para emergências cardíacas; plantão da Comissão Nacional de
Energia Nuclear; locais de aplicação de soros antiveneno de cobra e de outros
animais peçonhentos e centro de informações tóxico-farmacológicas.

3.5 RESUMO
Para bom atendimento é imprescindível:
1. Manter a calma. Evitar pânico e assumir a situação.
2. Antes de qualquer procedimento, avaliar a cena do acidente e observar se ela
pode oferecer riscos, para o acidentado e para você. EM HIPÓTESE NENHUMA
PONHA SUA PRÓPRIA VIDA EM RISCO.

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3. Os circunstantes devem ser afastados do acidentado, com calma e educação.


O acidentado deve ser mantido afastado dos olhares de curiosos, preservando
a sua integridade física e moral.
4. Saiba que qualquer ferimento ou doença súbita dará origem a uma grande
mudança no ritmo da vida do acidentado, pois o coloca repentinamente em
uma situação para a qual não está preparado e que foge a seu controle. Suas
reações e comportamentos são diferentes do normal, não permitindo que ele
possa avaliar as próprias condições de saúde e as consequências do acidente.
Necessita de alguém que o ajude. Atue de maneira tranquila e hábil, o
acidentado sentirá que está sendo bem cuidado e não entrará em pânico. Isto
é muito importante, pois a intranquilidade pode piorar muito o seu estado.
5. Em caso de óbito serão necessárias testemunhas do ocorrido. Obter a
colaboração de outras pessoas dando ordens claras e concisas. Identificar
pessoas que se encarreguem de desviar o trânsito ou construir uma proteção
provisória. Uma ótima dica é dar tarefas como, por exemplo: contatar o
atendimento de emergência, buscar material para auxiliar no atendimento,
como talas e gase, avisar a polícia se necessário, etc.
6. JAMAIS SE EXPONHA A RISCOS. Utilizar luvas descartáveis e evitar o contato
direto com sangue, secreções, excreções ou outros líquidos. Existem várias
doenças que são transmitidas através deste contato.
7. Tranquilizar o acidentado. Em todo atendimento ao acidentado consciente,
comunicar o que será feito antes de executar para transmitir-lhe confiança,
evitando o medo e a ansiedade.
8. Quando a causa de lesão for um choque violento, deve-se pressupor a
existência de lesão interna. As vítimas de trauma requerem técnicas
específicas de manipulação, pois qualquer movimento errado pode piorar o seu
estado. Recomendamos que as vítimas de traumas não sejam manuseadas até
a chegada do atendimento emergencial. Acidentados presos em ferragens só
devem ser retirados pela equipe de atendimento emergencial.
9. No caso do acidentado ter sede, não ofereça líquidos para beber, apenas
molhe sua boca com gaze ou algodão umedecido.
10. Cobrir o acidentado para conservar o corpo quente e protegê-lo do frio, chuva,
etc.
11. Em locais onde não haja ambulância, o acidentado só poderá ser transportado
após ser avaliado, estabilizado e imobilizado adequadamente. Evite
movimentos desnecessários.

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12. Só retire o acidentado do local do acidente se esse local causar risco de vida
para ele ou para o socorrista. Ex: risco de explosão, estrada pericosa onde não
haja como sinalizar, etc.
“A pessoa que está prestando os primeiros socorros deve seguir um plano de ação
baseando-se no P.A.S., que são as três letras iniciais a partir das quais se desenvolvem
todas as medidas técnicas e práticas de primeiros socorros. Prevenir – afastar o perigo
do acidentado ou o acidentado do perigo. Alertar – contatar o atendimento emergencial
informando o tipo de acidente, o local, o número de vítimas e o seu estado. Socorrer –
após as avaliações.”

Capítulo 04
TRANSPORTE DE ACIDENTADO

O transporte de acidentados é um determinante da boa prestação


de primeiros socorros. Um transporte mal feito, sem técnica, sem conhecimentos pode
provocar danos muitas vezes irreversíveis à integridade física do acidentado. Existem
várias maneiras de se transportar um acidentado. Cada maneira é compatível com o tipo
de situação em que o acidentado se encontra e as circunstâncias gerais do acidente.
Cada técnica de transporte requer habilidade e maneira certa para seja executada. Quase
sempre é necessário o auxílio de outras pessoas, orientadas por quem estiver prestando
os primeiros socorros.
De uma maneira geral, o transporte bem realizado deve adotar princípios de
segurança para a proteção da integridade do acidentado; conhecimento das técnicas para
o transporte do acidentado consciente, que não pode deambular; transporte do
acidentado inconsciente; cuidados com o tipo de lesão que o acidentado apresenta e
técnicas e materiais para cada tipo de transporte.
Em muitos tipos de transporte teremos de contar com o auxílio de um, dois ou
mais voluntários. Para estes casos a técnica correta também varia de acordo com o
número de pessoas que realizam o transporte. O transporte de vítimas é assunto que
suscita polêmicas.
Devemos tentar troca de informações entre pessoas que tenham experiências, no
intuito de transformá-las em exemplos úteis. Além disto, trata-se de assunto em que a
proficiência depende quase que exclusivamente de prática e habilidade física. É
importante praticar o máximo possível, até que se tenha certeza de que não restam
dúvidas.
Algumas regras e observações genéricas e teóricas devem ser aprendidas e
conscientizadas por todos, independentemente de suas habilidades físicas para realizar o
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transporte de um acidentado. Apesar de não ser de nossa competência é conveniente


que conheçamos algumas práticas relativas à atividade de resgate de vítimas de
acidentes.

4.1 RESGATE

A própria existência da atividade de primeiros socorros estabelece implicitamente


o atendimento do acidentado no próprio local da ocorrência de uma
emergência, acidente ou problema clínico. Muitas vezes, dadas às proporções e
circunstâncias em que ocorrem outros eventos, existe perigo para quem está socorrendo
e para as vítimas.
Se um acidentado, por exemplo, está se afogando, ou exposto a descargas
elétricas, gases e outras substâncias tóxicas, inflamáveis ou explosivas e
corrosivas, o primeiro cuidado a ser tomado é o resgate do mesmo. Quem socorre
deverá ser capaz de identificar a quantidade e a qualidade dos riscos que se apresentam
em cada caso e saber como resolver o problema, evitando expor-se inutilmente. É
preciso também ter consciência da necessidade de agir rigorosamente dentro de seus
limites e de sua competência. Nos casos de resgate de vítimas de acidentes, só depois de
efetuado o resgate é que podemos assumir a iniciativa de prestar os primeiros socorros.
Independentemente da atuação do pessoal da segurança, se existir, quem for
socorrer deverá estar sempre preparado para orientar ou realizar ele mesmo o resgate. É
preciso estudar com atenção as noções de resgate que estão contidas nos itens sobre
choque elétrico, incêndio, gases e substâncias tóxicas. Deve ainda ter sempre consigo
informações e números de telefones dos hospitais, serviços de ambulância e centro
de informações tóxico-farmacológicas.
As técnicas e orientações contidas aqui são as mesmas desenvolvidas, acatadas e
recomendadas internacionalmente pela Liga de Sociedade da Cruz Vermelha e do
Crescente Vermelho, conforme estabelecido no Curso de Formação de Monitores de
Primeiros Socorros, na Cruz Vermelha Brasileira, Caderno nº 2, capítulo 10, 1973.
O transporte de acidentados ou de vítimas de mal súbito requer de quem for
socorrer o máximo cuidado e correção de desempenho, com o objetivo de não lhes
complicar o estado de saúde com o agravamento das lesões existentes.
Antes de iniciar qualquer atividade de remoção e transporte de acidentados,
assegurar-se da manutenção da respiração e dos batimentos
cardíacos; hemorragias deverão ser controladas e todas as lesões traumato-
ortopédicas deverão ser imobilizadas. O estado de choque deve ser prevenido. O
acidentado de fratura da coluna cervical só pode ser transportado, sem orientação
médica ou de pessoal especializado, nos casos de extrema urgência ou iminência de
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perigo para o acidentado e para quem estiver socorrendo-o.


Enquanto se prepara o transporte de um acidentado, acalmá-lo, principalmente
demonstrando tranquilidade, com o controle da situação.
É necessário estar sereno para que o acidentado possa controlar suas próprias
sensações de temor ou pânico. É recomendável o transporte de pessoas nos
seguintes casos:
· Vítima inconsciente.
· Estado de choque instalado.
· Grande queimado.
· Hemorragia abundante. Choque.
· Envenenado, mesmo consciente.
· Picado por animal peçonhento.
· Acidentado com fratura de membros inferiores, bacia ou coluna vertebral.
· Acidentados com luxação ou entorse nas articulações dos membros
inferiores.
O uso de uma, duas, três ou mais pessoas para o transporte de um acidentado
depende totalmente das circunstâncias de local, tipo de acidente, voluntários disponíveis
e gravidade da lesão. Os métodos que empregam um a duas pessoas socorrendo são
ideais para transportar um acidentado que esteja inconsciente devido
a afogamento, asfixia e envenenamento.
Este método, porém, não é recomendável para o transporte de um ferido com
suspeita de fratura ou outras lesões mais graves. Para estes casos, sempre que
possível, deve-se usar três ou mais pessoas.
Para o transporte de acidentados em veículos, alguns cuidados devem ser
observados. O corpo e a cabeça do acidentado deverão estar seguros, firmes, em local
acolchoado ou forrado. O condutor do veículo deverá ser orientado para evitar freadas
bruscas e manobras que provoquem balanços exagerados. Qualquer excesso de
velocidade deverá ser evitado, especialmente por causa do nervosismo ou pressa em
salvar o acidentado. O excesso de velocidade, ao contrário, poderá fazer novas vítimas.
Se for possível, deve ser usado o cinto de segurança.
Antes de remover um acidentado, os seguintes procedimentos devem ter
sido observados:
· Restauração ou manutenção das funções respiratória e circulatória
· Verificação de existência e gravidade de lesões
· Controle de hemorragia
· Prevenção e controle de estado de choque
· Imobilização dos pontos de fratura, luxação ou entorse.
· Para o transporte, cuidar para que se use veículo grande e espaçoso, a ser
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dirigido por motorista habilitado. Além disto:


· Acompanhar e assistir o acidentado durante o transporte, verificando e
mantendo a função respiratória e circulatória, monitorizando o estado de
consciência e pulso, sempre que for necessário solicitado ou na ausência de
pessoal de saúde especializado para realizar estas ações.
· Orientar o motorista para evitar freadas súbitas e manobras que provoquem
balanços.
· Assegurar o conforto e segurança do acidentado dentro do veículo transportador.
Sempre que possível anotar e registrar, de preferência em papel, todos os sinais
e sintomas observados e a assistência que foi prestada. Estas informações devem
acompanhar o acidentado, mesmo na ausência de quem o socorreu, e podem vir a ser de
grande utilidade no atendimento posterior.

4.2 MÉTODOS DE TRANSPORTE - UMA PESSOA SÓ SOCORRENDO


4.2.1 TRANSPORTE DE APOIO
Passa-se o braço do acidentado por trás da sua nuca, segurando-a com um de
seus braços, passando seu outro braço por trás das costas do acidentado, em diagonal.

Este tipo de transporte é usado para as vítimas de vertigem, de desmaio,


com ferimentos leves ou pequenas perturbações que não os tornem inconscientes e
que lhes permitam caminhar.

4.2.2 TRANSPORTE AO COLO


Uma pessoa sozinha pode levantar e transportar um acidentado, colocando
um braço debaixo dos joelhos do acidentado e o outro, bem firme, em torno de
suas costas, inclinando o corpo um pouco para trás. O acidentado consciente pode
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melhor se fixar, passando um de seus braços pelo pescoço da pessoa que o está
socorrendo. Caso
Usa-se este tipo de transporte em casos de envenenamento ou picada por
animal peçonhento, estando o acidentado consciente, ou em casos de fratura, exceto
da coluna vertebral.
4.2.3 TRANSPORTE NAS COSTAS
Uma só pessoa socorrendo também pode carregar o acidentado nas costas. Esta
põe os braços sobre os ombros da pessoa que está socorrendo por trás, ficando suas
axilas sobre os ombros deste. A pessoa que está socorrendo busca os braços do
acidentado e os segura, carregando o acidentado arqueado, como se ela fosse um grande
saco em suas costas.
O transporte nas costas é usado para remoção de pessoas envenenadas ou
com entorses e luxações dos membros inferiores, previamente imobilizados.

4.2.4 TRANSPORTE DE BOMBEIRO


Primeiro coloca-se o acidentado em decúbito ventral. Em seguida, ajoelha-
se com um só joelho e, com as mãos passando sob as axilas do acidentado, o levanta,
ficando agora de pé, de frente para ele.
A pessoa que está prestando os primeiros socorros coloca uma de suas mãos
na cintura do acidentado e com a outra toma o punho, colocando o braço dela em torno
de seu pescoço. Abaixa-se, então, para frente, deixando que o corpo do
acidentado caia sobre os seus ombros.
A mão que segurava a cintura do acidentado passa agora por entre as coxas, na
altura da dobra do joelho, e segura um dos punhos do acidentado, ficando com a outra
mão livre.

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Este transporte pode ser aplicado em casos que não envolvam fraturas e lesões
graves. É um meio de transporte eficaz e muito útil, se puder ser realizado por uma
pessoa ágil e fisicamente capaz.

4.2.5 TRANSPORTE DE ARRASTO EM LENÇOL


Seguram-se as pontas de uma das extremidades do lençol, cobertor ou lona,
onde se encontra apoiada a cabeça do acidentado, suspende-se um pouco e arrasta-
se a pessoa para o local desejado.

4.2.6 MANOBRA DE RETIRADA DE ACIDENTADO, COM SUSPEITA DE FRATURA DE


COLUNA, DE UM VEÍCULO
A pessoa que for prestar os primeiros socorros, colocando-se por trás passa
as mãos sob as axilas do acidentado, segura um de seus braços de encontro ao seu
tórax, e a arrasta para fora do veículo, apoiando suas costas nas coxas, como pode ser
visto na sequência de procedimentos mostrados na figura a seguir.
Esta manobra deve ser feita apenas em situações de extrema urgência.

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Capítulo 05

PARADA CÁRDIO RESPIRATÓRIA

A parada cardíaca é uma situação de emergência que pode levar à morte em


poucos minutos, se não for tratada rapidamente. Nesta situação, o coração está
gravemente comprometido e deixa de bater ou passa a bater muito lentamente, de
forma insuficiente.

5.1 CAUSAS DA PARADA CARDÍACA


As causas da parada cardíaca podem ser:
 Choque elétrico
 Choque hipovolêmico
 Envenenamento
 Doença cardíaca (infarto, arritmia, dissecção de aorta, tamponamento cardíaco,
insuficiência cardíaca)
 Acidente vascular cerebral
 Insuficiência respiratória
 Afogamento
A parada cardíaca acontece, mais frequentemente, em indivíduos com problemas
cardíacos, doenças pulmonares crônicas, fumantes, diabéticos, obesos, colesterol alto,
triglicerídeos elevados ou em pessoas com hábitos de vida pouco saudáveis e
alimentação inadequada.

5.2 SINTOMAS DE PARADA CARDÍACA


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Antes de apresentar uma parada cardíaca, uma pessoa pode sentir:


 Dor forte no peito, abdome e nas costas
 Dor forte de cabeça
 Falta de ar ou dificuldade em respirar
 Enrolar a língua, apresentando dificuldade em falar
 Dor ou formigamento no braço esquerdo
 Fortes palpitações

5.3 UMA PARADA CARDÍACA PODE SER SUSPEITADA QUANDO A VÍTIMA:


 É encontrada desacordada
 Não responde quando chamado
 Não respira
 Não tem pulso

5.4 COMO IDENTIFICAR UMA PARADA CARDÍACA


Para identificar a parada cardíaca, pode-se:
 Chamar a vítima para saber se ela responde
 Verificar se ela respira
 E, se possível, pesquisar se o coração está batendo, colocando a mão no pescoço
do paciente, próximo a garganta

5.5 PRIMEIROS SOCORROS EM CASO DE PARADA CARDÍACA


Em primeiro lugar, chamar uma ambulância ligando para o número 192 ou
193. Em seguida, iniciar, o mais rápido possível, a massagem cardíaca, descrita em
detalhes abaixo:
1. Deite a vítima no chão de barriga para cima;
2. Posicione o queixo da vítima mais para cima, para facilitar a respiração;
3. Abra a boca da vítima, para facilitar a entrada de ar;
4. Posicione suas mãos sobre o coração da vítima, como mostra a imagem;
5. Empurre as suas mãos com força e rapidamente sobre o coração, na velocidade
de mais de 100 empurrões por 2 minutos. A cada 2 minutos, observar se o
paciente respira ou responde. Caso contrário, continuar as massagens até a
chegada do socorro.

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5.6 TRATAMENTO PARA PARADA CARDÍACA

O tratamento inicial para parada cardíaca é fazer o coração voltar a bater o mais
rápido possível. Isso pode ser conseguido através da massagem cardíaca e/ou através do
uso de um aparelho chamado desfibrilador, que pode ser utilizado até mesmo na rua por
profissionais capacitados. Quando o coração volta a bater, é preciso fazer exames que
evidenciem o que causou a parada cardíaca, para que, assim, possa ser tratado e evitada
nova parada cardíaca.
Em alguns casos, pode ser necessário o implante de um Marcapasso ou até
mesmo um CDI (cardiodesfibrilador implantável), pequenos aparelhos que diminuem ou
revertem a parada cardíaca.
Para diminuir a chance de sofrer uma parada cardíaca, é necessário que o
indivíduo tome regularmente os medicamentos para o coração, tenha um estilo de vida
saudável e evite o estresse.

5.7 COMO FAZER MASSAGEM CARDÍACA


A massagem cardíaca é considerada o item mais importante, após a busca de
socorro médico, na tentativa de salvar um indivíduo que sofreu uma parada cardíaca.
Qualquer pessoa, que encontrar um indivíduo sem resposta, deverá chamar ajuda e
iniciar a massagem cardíaca.

5.8 COMO FAZER A MASSAGEM CARDÍACA EM ADULTOS


Para fazer a massagem cardíaca em adolescentes e adultos, siga os seguintes
passos:
1. Ligue para o 192 e chame uma ambulância;
2. Com o indivíduo deitado, posicione as mãos sobre o peito da vítima, entre os
mamilos como mostra a figura abaixo;
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3. Com os braços esticados, empurre as suas mãos com força utilizando o peso do
seu próprio corpo, contando, no mínimo, 2 empurrões por segundo até a chegada
do serviço de resgate. É importante deixar que o tórax do paciente volte à posição
normal entre cada empurrão.
4. Caso tenha mais de uma pessoa para ajudar, elas devem revezar entre elas a
cada 2 minutos.

É muito importante não interromper as compressões, por isso se a primeira


pessoa que atendeu a vítima se cansar durante a massagem cardíaca, é preciso
que outra continue fazendo as compressões em esquema de revezamento a cada 2
minutos, sempre respeitando o mesmo ritmo. A massagem cardíaca deve ser
interrompida apenas com a chegada do resgate ao local.

5.9 COMO FAZER MASSAGEM CARDÍACA EM CRIANÇAS


Para fazer a massagem cardíaca em crianças de até 10 anos siga os seguintes
passos:
 Chamar uma ambulância ligando para o número 192;
 Deitar a criança numa superfície dura e posicionar seu queixo mais para cima para
facilitar a respiração;
 Fazer duas respirações boca a boca;

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 Apoiar uma das suas mãos no peito da criança, entre os mamilos, em cima do
coração como mostra a imagem e
 Pressionar o tórax com somente 1 mão, contando 2 compressões por segundo até
a chegada do resgate.
 A cada 30 compressões, deve-se fazer duas respirações boca a boca.

5.10 COMO FAZER A MASSAGEM CARDÍACA EM BEBÊS


Para fazer a massagem cardíaca em bebês siga os seguintes passos:
 Chame uma ambulância, ligando para o número 192;
 Deite o bebê de barriga para cima;
 Posicionar seu queixo mais para cima para facilitar a respiração;
 Retirar qualquer objeto da boca do bebê que possa estar dificultando a passagem
de ar;
 Iniciar com 2 respirações ( ventilações) boca a boca;
 Posicione os dedos indicador e médio sobre o coração do bebê (entre os mamilos)
como mostra a figura, e
 Pressione os dedos para baixo, contando 2 empurrões por segundo, até a chegada
do resgate.
 Para cada 30 massagens, fazer 2 respirações ( ventilações) boca a boca.

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5.11 IMPORTÂNCIA DA MASSAGEM CARDÍACA

Fazer a massagem cardíaca é muito importante para manter o paciente vivo,


enquanto a ajuda profissional está chegando, além de reduzir os possíveis danos
neurológicos da parada cardíaca.
Atualmente, a Sociedade Brasileira de Cardiologia indica a realização de
massagem cardíaca, sem a necessidade de se fazer as respirações ( ventilações) boca a
boca em pacientes adultos. O mais importante nesses pacientes, é fazer uma massagem
cardíaca eficaz, ou seja, capaz de fazer o sangue circular em cada compressão do tórax.
Já em crianças, as respirações (ventilações), devem ser realizadas a cada 30
compressões porque nestes casos, a maior causa de parada cardíaca é por hipóxia, ou
seja, falta de oxigenação.
É importante chamar o socorro assim que perceber que um indivíduo não está
respondendo. Caso não haja mais pessoas para ajudar, você deverá ligar para o 192,
antes de iniciar as massagens cardíacas.

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Capítulo 06
HEMORRAGIA
6.1 FUNDAMENTOS

O sangue é o meio onde é realizado o transporte de oxigênio e nutriente para as


células e de gás carbônico e outras excretas para os órgãos de eliminação. Possui um
componente líquido chamado plasma, que representa cerca de 55% a 60% de seu
volume total, sendo composto por água, sal e proteínas. Os componentes sólidos do
sangue são:
1. Os glóbulos vermelhos ou hemácias, que têm como função o transporte de
oxigênio, ligado à hemoglobina;
2. Os glóbulos brancos, que defendem o corpo contra infecções, e;
3. As plaquetas, que fazem parte do mecanismo de coagulação.

O corpo humano possui normalmente 70ml/Kg de peso corporal para adultos e


80ml/Kg para crianças, ou seja, um indivíduo com 70Kg possui aproximadamente
4.900ml de sangue. Os mecanismos normais que o corpo possui para limitar as
hemorragias são:

6.1.1 CONTRAÇÃO DA PAREDE DOS VASOS

Os vasos que possuem camada muscular contraem sua parede, diminuindo o


tamanho da abertura por onde o sangue está escapando.

6.1.2 COAGULAÇÃO DO SANGUE

Inicia-se pela aderência das plaquetas, corpúsculos que fazem parte da porção
sólida do sangue, sobre a lesão da parede do vaso. Em seguida ocorre uma série de
reações químicas, que formam o trombo ou coágulo, que bloqueia o escape de sangue
pelo orifício do vaso lesado.
O tipo de hemorragia, com o volume de perda sanguínea, irá delinear os sintomas
que o acidentado irá apresentar, palidez, mucosas (lábios) arroxeados ou
esbranquiçados, tonturas náuseas, vômitos e desmaio.

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Traumatismo de tórax, com fraturas e hemorragias.

Fato extremamente perigoso, a hemorragia precisa ser contida, para que a vítima
seja transportada para o hospital. Do contrário, poderá levar à hipovolemia, ao estado de
choque e consequentemente à morte. Inicialmente, avalia-se a extensão da hemorragia.
O ponto atingido pela lesão deverá ser mantido em nível mais alto, em relação ao
restante do corpo. Para evitar que o acidentado entre em estado de hipotermia, o mesmo
deverá ser coberto.

6.2 TIPOS DE HEMORRAGIA

* Arterial, quando a lesão atinge uma artéria , sendo um sangramento de grande


proporção de coloração vermelho-vivo, em razão da artéria transportar alto volume
sanguíneo, com jatos fortes, e às vezes batimentos cardíacos;
* Venosa, quando o ferimento atinge uma veia, sendo uma hemorragia de menor porte
e de cor mais escura.

6.3 SINTOMAS
Palidez intensa, mucosa descorada, pulso rápido, vestigem, vômito e desmaio.

Hematoma – mancha roxa é o sangue que acumulou nos tecidos.

A HEMORRAGIA CLASSIFICA-SE AINDA EM:


a) Hemorragia Interna :
A hemorragia interna ocorre quando há o rompimento do vaso sanguíneo, e o
sangramento se dá internamente (dentro do corpo da vítima), em razão de não haver o
rompimento da pele. Com o aumento do fluxo derramado, poderá resultar em
extravasamento de sangue pelas cavidades naturais, como boca, nariz, reto, etc. Como
por exemplo: num traumatismo do tórax, com fratura de costelas, e uma das costelas
perfura um dos pulmões, rompendo um vaso sanguíneo.

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Procedimento
* Chamar o socorro;
* Não deixar a vitima tomar líquido;
* Deitá-lo com a cabeça mais baixa que o corpo;
* Encaminhar a vítima até o hospital.

b) Hemorragia Externa
A hemorragia externa ocorre quando o sangramento se dá externamente (fora do
corpo da vítima), em razão de haver o rompimento da pele.

Procedimento:
* Chamar o socorro;
* Aplicar um pano limpo sobre o ferimento e pressionar;
* Amarrar um pano, atadura, cinto, por cima do curativo sem apertar demasiadamente;
* Manter o membro ferido em posição mais elevada que o corpo;
* Não tentar retirar corpos estranhos do ferimento.

6.4 HEMOSTASIA
A Hemostasia vem a ser um conjunto de medidas que tem’ como objetivo conter o
sangramento e assim tirar a vítima do iminente estado de risco de vida (de sangrar até a
morte), recuperar a autoconfiança e estresse emocional em que se encontra o
acidentado. O processo hemorrágico, se não for contido a tempo, até que o acidentado
possa receber os cuidados da equipe de resgate e suporte avançado à vida, irá levar o
indivíduo ao choque, do que reverter o estado de choque já clinicamente estabelecido.
Desta forma, os esforços deveram ser concentrados neste sentido.

6.5 COMPRESSÃO

Um pano limpo e seco, ou gaze estéril, deverá ser colocado por sobre a lesão,
sendo feita, em seguida uma compressão. Esta pressão poderá ser mantida com a
colocação de fita adesiva ou atadura. Este primeiro pano, gaze ou compressão, não
poderá ser removido, mesmo que encharcado de sangue. O procedimento correto é a
superposição de outros panos. A não observância desta norma, somente irá agravar a
hemorragia.

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Compressão da hemorragia Joelho com atadura

Capítulo 07
QUEIMADURAS
A queimadura está entre os acidentes domésticos mais comuns e caracteriza-se
por lesões nos tecidos que envolvem diversas camadas do corpo como a pele e suas
camadas, cabelos, pêlos, músculos e olhos entre outros. Elas são causadas pelo contato
direto com brasa, fogo, vapores quentes, sólidos superaquecidos ou incandescentes, mas
podem ser causadas também por substâncias biológicas (caravelas e águas-
vivas); químicas (ácidos, soda cáustica e outros); Emanações radioativas (raios
infravermelhos e ultravioletas) ou pela eletricidade.
Portanto, as queimaduras podem ter origem térmica, química, radioativa ou
elétrica. Saber diferenciar os tipos de queimadura é muito importante para que os
primeiros socorros sejam realizados corretamente.

7.1 TIPOS DE QUEIMADURAS


As queimaduras podem ser classificadas de acordo com o tipo de lesão causada.
7.1.1Queimadura de Primeiro Grau: A lesão atinge apenas a camada mais superficial
da pele (epiderme), apresentando vermelhidão local, ardência, inchaço, calor local e dor.
Pode ocorrer em pessoas que se expõem ao sol por tempo prolongado e sem proteção.
Quando atinge grande parte do corpo é considerada grave.

7.1.2Queimadura de Segundo Grau: A lesão atinge as camadas mais profundas da


pele (derme). A característica desse tipo de queimadura é a presença de bolhas, edema e
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dor intensa. Como ocorre perda da camada superficial da pele, que protege contra a
perda excessiva de água, pode ocorrer também, perda de água e de sais minerais e
provocar um quadro de desidratação grave. Esse tipo de queimadura pode ser causada
pela exposição a vapores, líquidos e sólidos escaldantes.

7.1.3Queimaduras de Terceiro Grau: Nesse tipo de queimadura, ocorre lesão de toda


a pele, atingindo os tecidos mais profundos como os músculos. Curiosamente, esse tipo
pode não ser doloroso, já que as terminações nervosas que geram a dor são destruídas
junto com a pele. A cicatrização geralmente é desorganizada. Normalmente requer a
realização de cirurgias, com enxerto de pele retirada de outras regiões do corpo.

7.2 Procedimentos em casos de queimadura:


7.2.1 Se a queimadura for causada por líquido superaquecido (água quente,
alimentos quentes):
 Esfrie imediatamente a área queimada com água gelada (de preferência) ou água
corrente com a finalidade de neutralizar a ação do calor;
 Isole ou proteja a área queimada com um pano limpo;
 Não alimente a vítima;
 Encaminhe imediatamente a vítima para o hospital.
7.2.2 Se a queimadura for causada por substância inflamável (álcool, gasolina,
thinner):
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Apague a chama com um pano limpo úmido (de preferência)


Esfrie a lesão com água gelada ou corrente
Proteja a área queimada com um pano limpo
Não alimente a vítima
Encaminhe imediatamente a vítima para o hospital

7.2.3 Se a queimadura for causada por substância química (ácidos e bases):


Lave exaustivamente a área queimada com água corrente
Proteja a área queimada com um pano limpo
Não alimente a vítima

7.2.4 Se a queimadura for causada por corrente elétrica (fios e tomadas


descobertas):
Desligue a fonte de energia (chave elétrica) ou afaste a fonte de energia (fio
elétrico) com um isolante (pedaço de madeira), antes de socorrer a vítima

7.2.5 Se a queimadura for causada por agentes biológicos (água-viva,


caravela):
Lave a área queimada com água corrente
Proteja a área queimada com um pano limpo

7.2.6 Se a queimadura for causada por fogos de artifício:


a) Explosivos:
Além da queimadura, existe nesse tipo de trauma a laceração e a perda de
tecidos associados à lesão. É bastante comum a amputação dos dedos e até
mesmo da mão, e a lesão das estruturas ósseas, entre outros traumas, com
presença de hemorragia
Proteja a área queimada com um pano limpo
Caso haja lesão da mão ou dos dedos, eleveo braço para diminuir a hemorragia

b) Não explosivos:
Esfrie a área queimada com água gelada ou corrente
Proteja a lesão com um pano limpo
Em todos os casos, encaminhar o paciente para um hospital.
Acione o Corpo de Bombeiros Militar imediatamente pelo telefone de emergência,
193.

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7.3 CUIDADOS BÁSICOS COM AS CRIANÇAS


As crianças menores de 5 anos correm mais riscos devido a vários fatores como
possuírem pele mais fina, tempo de reação, pouca agilidade e principalmente a
curiosidade. Por isso, alguns cuidados devem ser observados:
Não prepare alimentos quentes com a criança nos braços ou no colo;
Mantenha as crianças longe da cozinha, principalmente na hora do preparo das
refeições. A maior parte das queimaduras causadas por líquidos superaquecidos
ocorrem nesse intervalo de tempo;
Não deixe ao alcance das crianças substâncias inflamáveis utilizadas para
limpeza, como o álcool. Guarde-as em local seguro. Por produzirem chama,
quando em combustão, essas substâncias servem de atrativo para as crianças,
especialmente na época das festas juninas;
Não deixe crianças soltar fogos de artifício às crianças, principalmente do tipo
explosivo. Além das queimaduras, eles causam lesões graves nas mãos, nem
sempre passíveis de recuperação;
Não deixe fios e tomadas descobertos porque podem causar lesões graves nas
mãos e boca das crianças;
Não exponha a criança ao sol por muito tempo, principalmente entre 10h e 15
horas.

7.3.1Crianças abaixo de 1 ano:


Não segure a criança no colo enquanto estiver ingerindo líquido quente ou
cozinhando;
Evite aquecer a mamadeira ou os alimentos no forno de micro-ondas, pois o
aquecimento não é uniforme;
Teste a água do banho com o dorso da mão ou com termômetro, antes de
molhar a criança;
Mantenha objetos aquecidos, como ferros de passar e pranchas de cabelo, além
de cigarros, longe do alcance da criança;
Mantenha produtos de limpeza fora do alcance das crianças;
Use protetor nas tomadas elétricas.

7.3.2 Crianças com idade entre 1 e 3 anos:


Nunca deixe a criança sozinha na banheira. Elas podem ligar a água quente, cair
ou se afogar rapidamente;
Ensine a criança a não puxar objetos como toalha de mesa, fios e outros;
Deixar os cabos das panelas voltados para o lado interno do fogão. Não permitir
a presença de crianças próximas ao fogão e churrasqueiras.

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7.3.3 Crianças com idade entre 3 e 5 anos:


Nessa idade, elas podem começar a ser treinadas na prevenção de incêndios e
queimaduras pois já têm idade para reconhecer o som de um detector de fumaça;
Use apenas isqueiros com dispositivo protetor de acendimento acidental;
Ensine à criança as diferenças entre brinquedo e palito de fósforo.

7.3.4 Crianças com idade entre 5 e 12 anos:


Planeje e pratique as saídas em caso de incêndio;
Converse sobre a segurança na cozinha;
Ensine a elas como usar o micro-ondas, forno elétrico e aquecedores;
Mantenha líquidos inflamáveis fora de vista e de acesso.

7.4 CUIDADOS GERAIS:


Evite fumar, principalmente deitado;
Utilize cinzeiros fundos e com proteção lateral;
Em queimaduras elétricas, retire o fio da tomada ou desligue a energia geral.
Nunca toque na vítima enquanto ela estiver em contato com a eletricidade. Toda
vítima de queimadura elétrica deve ser levada ao hospital;
Evite manipular álcool próximo a cigarros, charutos, fósforos acesos,
churrasqueiras e fogueiras;
Não utilize álcool líquido diretamente sobre o fogo, na forma de jato, devido ao
risco de explosão;
Investigue vazamentos de gás. Feche a válvula do botijão antes de sair de casa e
antes de ir dormir;
Mantenha o botijão de gás longe do calor direto e sempre na vertical;
Manipule os fogos de artifício com cuidado;
Evite o uso de bronzeadores caseiros;
Nunca considere uma queimadura, um acidente sem importância;
Fogo e bebida não combinam. Evite.

7.5 ATENÇÃO: O que NÃO fazer em caso de queimadura:


Nunca aplique produto caseiro como sal, açúcar, pó de café, pasta de dente,
pomadas, ovo, manteiga, óleo de cozinha ou qualquer outro, pois eles podem
complicar a queimadura e dificultar um diagnóstico mais preciso. As soluções
caseiras para diminuir a dor e a ardência das queimaduras podem piorar e até
causar infecção no local atingido;
Não tente tratar a vítima sem ter o conhecimento médico-científico necessário
para a cura da lesão;
Não aplique gelo diretamente sobre o local, pois isso pode piorar a queimadura;

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Se houver roupa grudada na região da queimadura, não remova. Apenas corte a
mesma ao redor da lesão;
Nunca fure as bolhas;
Não demore em pedir auxílio especializado, em caso de dúvida, sempre procure o
hospital. Quando mais tardio for o início do tratamento, pior. Queimaduras na
face, genitália, mãos e pés são sempre consideradas graves, devendo ser
procurado atendimento hospitalar imediatamente;
Evite também pomadas ou remédios naturais, assim como qualquer medicação
que não for prescrita por médicos;
Em caso de ingestão de produtos cáusticos ou queimaduras em boca e olhos,
lavar o local com bastante água corrente e procurar atendimento médico
imediato;
Não toque a área afetada;
Não respirar a fumaça em caso de incêndios. Lembre-se que a inalação de
fumaça pode causar queimaduras nos pulmões e brônquios, mesmo que não haja
queimadura externa visível. Caso o ambiente esteja com muita fumaça, pode-se
diminuir a inalação com um pano molhado próximo do nariz e boca e se
locomovendo de agachado, com o nariz bem próximo ao chão, onde a
concentração de fumaça é menor;
Não tente retirar pedaços de roupa grudados na pele. Se necessário, recorte em
volta da roupa que está aderida à pele queimada;
Não cubra a queimadura com algodão.

Capítulo 08
INTOXICAÇÃO
As intoxicações são situações frequentes. A evolução tecnológica deu origem a
variados produtos que antigamente não passavam de um pequeno grupo de substâncias
que normalmente estavam associadas a plantas ou a animais.
A existência de uma grande variedade de substâncias químicas trouxe consigo a
incapacidade de se definir um único procedimento para todo o tipo de intoxicações. Por
este motivo foi criado o Centro de Informação Anti Veneno (CIAV).
Este centro de informação funciona em permanência (durante 24 horas por dia) e
dispõe de uma equipa médica especializada em casos de intoxicação, também em
permanência. Assim, é possível, com base na informação recolhida, aconselhar qual a
atuação mais adequada a cada caso.

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A afirmação de Paracelso «tudo é veneno e nada é veneno, a dose é que faz o


veneno» é elucidativa do tipo de abordagem que se deve ter da intoxicação e da ação do
tóxico no organismo.

8.1 TIPOS DE INTOXICAÇÕES


As intoxicações podem essencialmente ter três origens: acidental, voluntária ou
profissional, sendo a mais frequente a intoxicação acidental e normalmente por uso ou
acondicionamento incorreto dos produtos.
O agente tóxico pode entrar no organismo humano por uma das seguintes vias:
• Via digestiva – É a mais frequente, normalmente associada a ingestão de
alimentos deteriorados ou a ingestão de medicamentos;
• Via respiratória – Resulta da inalação de gases, fumos ou vapores, ocorrendo na
maioria dos casos em situações de incêndio ou de uma deficiência nas instalações de gás
para uso doméstico;
• Via cutânea – Quando o produto entra em contacto com o organismo através da
pele;
Via ocular – Surge geralmente por acidente, quando um jacto de um produto
atinge os olhos;
• Por injeção – via parenteral – Acontece com mais frequência nos toxico
dependentes ou num caso de erro terapêutico, quer ao nível da dose quer ao nível da
própria substância;
• Picada de animal – Em Portugal as mais frequentes devem-se às picadas do
escorpião, alguns insetos, víboras e peixes;
• Via retal ou vaginal – São situações raras, que podem surgir em alguns casos de
tentativas de aborto com recurso a substâncias químicas ou pela utilização de alguns
medicamentos.

8.2MEDIDAS DE PREVENÇÃO

Sendo a intoxicação uma das emergências mais graves, torna-se fundamental


adotar medidas de prevenção que evitem que esta ocorra:
• No caso de alimentos, ter em atenção o prazo de validade e o estado de
acondicionamento e conservação dos mesmos. Apesar deste tipo de intoxicação ser de
menor gravidade, pode em alguns casos ser mortal;
• No caso de medicamentos, utilizar somente os indicados pelo médico ou pelo
farmacêutico, respeitando as doses indicadas e os prazos de validade. Colocar os
medicamentos nas respectivas embalagens e em locais de difícil acesso a crianças. A

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intoxicação mais frequente na criança é a da ingestão medicamentosa por confundir a


forma e cor dos medicamentos com alguns tipos de doces;
• No caso de agentes químicos de limpeza doméstica ou de uso profissional, os acidentes
mais frequentes resultam da associação de produtos ou da não adoção de equipamento
de proteção. Assim, devem cumprir-se as instruções dos produtos a usar, bem como o
fim a que se destinam e, sempre que indicado, utilizar equipamento de proteção.

8.3PROCEDIMENTOS

Quando se estiver perante uma intoxicação importa lembrar que, em muitos


casos, o melhor socorro é não intervir, devendo ter sempre presente que, em caso de
dúvida, deve ser contatado o Centro de Informação Anti Veneno (CIAV). No contato com
o CIAV indicar:
a) Em relação ao tóxico:
• Identificar o tóxico:
– Nome do produto;
– Cor;
– Cheiro;
– Tipo de embalagem;
– Fim a que se destina.
b) Em relação à vítima:
• Idade;
• Sexo;
• Peso;
• Doenças anteriores.

8.4 ATUAÇÃO
As embalagens devem acompanhar o doente à unidade de saúde, para facilitar a
identificação do agente tóxico e assim permitir uma intervenção no tempo mais curto
possível.
a) Atuação para intoxicação por via respiratória
Antes de se atuar, verificar se o local é seguro e arejado. Caso seja possível abordar o
doente em segurança, retirá-lo do local para uma zona arejada, se possível administrar
oxigênio e contatar os meios de socorro.

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Retirar a vítima para local arejado.


b) Atuação para intoxicações por via digestiva
Muitas das intoxicações por via digestiva são de fácil resolução pela remoção do
conteúdo gástrico através da indução do vômito, no entanto, a sua realização está
dependente do tempo decorrido e do produto em causa. Assim, somente deve ser
efetuada quando lhe for dada indicação pelo CIAV.

Quando indicado pelo CIAV, induzir o Vômito.


c) Atuação para intoxicações por via cutânea
Nestes casos, remover as peças do vestuário que estiverem em contacto com o
tóxico e lavar a zona atingida durante pelo menos 15 minutos. Logo que possível
contatar o CIAV.

Efetuar a lavagem da zona afetada

d) Atuação para intoxicações por via ocular

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Nestes casos, lavar o olho atingido, com recurso a água. A lavagem deve ser
efetuada do canto interno do olho para o canto externo e deve ser mantida durante 15
minutos. Assim que possível contatar o CIAV.

Lavagem do olho atingido

Os restantes casos, devido a sua especificidade, poderão apenas ser socorridos


com intervenção médica. Assim, devem ser acionados os meios de socorro o mais
precocemente possível.

Capítulo 09
CONVULSÕES E DESMAIOS
9.1 CONVULSÕES

O indivíduo apresenta perda da consciência, contração involuntária dos músculos


com movimentos desordenados, dentes travados, excesso de salivação, evacuação e
micção após a crise.
Como o indivíduo não tem controle sobre os seus movimentos, o mesmo pode cair
em qualquer local, ocasionando ferimentos, fraturas e outras lesões.

9.1.1 MEDIDAS DE PRIMEIROS SOCORROS

9.1.2 O QUE FAZER

- Afastar a vítima de locais que ofereçam perigo tais como escada, fogo, piscina, etc;

- Afrouxar as roupas e gravata, de modo a facilitar a respiração;

- Retirar objetos que possam ferir a pessoa, tais como óculos, gargantilhas, pedras, etc;

- Proteger a cabeça com almofada, travesseiro ou forro;

- Observar a respiração durante e após as convulsões. Normalmente, a respiração volta


por si só, mas se isso não acontecer informar ao Serviço de Urgência;

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- Após a crise, manter a vítima deitada e em posição confortável até que ela esteja
consciente;

- Encaminhar ao médico para avaliação do estado geral;

- Se necessário, limpar o excesso de saliva.

ATENÇÃO!

- Como a convulsão não pode ser controlada, não segure a vítima e deixe-a debater-se à
vontade;

- Não dar tapinhas no rosto ou jogar água sobre a vítima;

- Não oferecer algo para cheirar ou beber durante a crise;

- Não se 'pega' epilepsia ao tocar a vítima durante a crise convulsiva;

- Durante a crise convulsiva, não dar medicamentos para a vítima beber;

- Não colocar pano dobrado ou outro objeto entre os dentes para proteger a língua
durante a crise convulsiva, devido ao perigo de asfixia por aspiração desses objetos ou
de danos nos dentes e/ou língua.

9.1.3 COMO EVITAR CONVULSÕES

- Evitar a auto medicação e dosagem excessiva de medicamentos, pois alguns remédios


podem desencadear convulsões;

- Após convulsão repentina, procurar auxílio médico, porque a convulsão não tratada
pode desencadear outras crises;

- Para evitar novas crises na vítima que apresentou convulsão e faz uso de
medicamentos anticonvulsivante, encaminhar ao médico para reavaliação do
medicamento e/ou da dosagem;

- Nos casos de febre, evitar o aumento súbito da temperatura corporal através de banho
morno, compressas frias na testa, axilas e região da virilha.

9.2 DESMAIO

É a perda da consciência causada pela diminuição do nível de açúcar no sangue


(devido jejum prolongado, por exemplo), permanência em ambiente pouco ventilado,
emoções muito fortes, nervosismo, queda da pressão arterial, alteração no ritmo dos
batimentos cardíacos ou pancada na cabeça.
Normalmente, o desmaio é consequência da má circulação cerebral repentina, o
que provoca perda de consciência com queda, relaxamento muscular, palidez, pulso fino
e respiração superficial.

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Na maioria das vezes, alguns sintomas antecedem o desmaio: tontura, palidez,


frio, suor, pulso e respiração superficial, dificuldade para manter-se em pé ou sentado.
É importante saber diferenciar o desmaio da histeria. Na histeria, a vítima escolhe
um local que não ofereça perigo ao cair e com pessoas que possam presenciar e atender
o 'desmaio', tremor palpebral, respiração profunda e suspirosa e não melhora com as
medidas que aumentam a irrigação cerebral.

9.2.1 O QUE FAZER????

As medidas de primeiros socorros tem por objetivo facilitar a chegada do sangue


ao cérebro e, dessa forma, melhorar a circulação cerebral:

- Deitar a vítima de costas, com a cabeça mais baixa em relação ao resto do corpo,
exceto nos casos de traumatismos na cabeça;

- Colocar a cabeça virada de lado (exceto nas suspeitas de trauma de cabeça e pescoço)
para facilitar a respiração;

- Verificar se o desmaio não foi provocado por corpos estranhos nas vias respiratórias;
- Arejar o ambiente e afastar os curiosos;

- Afrouxar as roupas, se necessário.

9.2.2 COMO EVITAR O DESMAIO

- Sentar a pessoa em uma cadeira com os braços estendidos entre as pernas separadas;

- Segurar a região occipital, forçar a cabeça para baixo e solicitar para a vítima tentar
levantar a cabeça enquanto outra pessoa tentar manter a cabeça para baixo, ou abaixar
a cabeça da vítima entre as pernas.

- Não se levantar bruscamente da cadeira, cama ou sofá, porque esse movimento brusco
provoca queda da pressão arterial;

- Não deixar intervalo muito grande entre as refeições porque o jejum prolongado leva à
diminuição da taxa de açúcar no sangue.

ATENÇÃO!

- Nunca se deve tentar acordar uma vítima desmaiada através de atitudes como jogar
água fria, sacudir a vítima, tentar colocá-la em pé;

- Não permitir que a pessoa se levante ou caminhe logo após se recuperar de desmaio;

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- No caso da vítima desmaiada apresentar rosto avermelhado, não se deve colocá-la com
a cabeça em nível mais baixo, porque provavelmente está ocorrendo problemas na
circulação cerebral.

Capítulo 10

CHOQUE ELÉTRICO

São abalos musculares causados pela passagem de corrente elétrica pelo corpo
humano. As alterações provocadas no organismo humano pela corrente elétrica
dependem principalmente de sua intensidade, isto é, da amperagem.
A patologia das alterações provocadas pode ser esquematizada em três tipos de
fenômenos: eletroquímico, térmico e fisiopatológico. Esses efeitos variam, porém,
conforme a sua frequência, a intensidade medida em amperes, a tensão medida em
volts, a duração da sua passagem pelo corpo, o seu percurso através do mesmo e das
condições em que se encontrava a vítima.
Como a maior parte da resistência elétrica se encontra no ponto em que a pele
entra em contato com o condutor, as queimaduras elétricas geralmente afetam a pele e
os tecidos subjacentes. A necrose progressiva e a formação de escaras geralmente são
maiores do que a lesão inicial poderia sugerir.
Se a corrente for intensa, determinará a morte pela paralisia do centro nervoso
central (bulbo) que regem os movimentos respiratórios e cardíacos. Em outros casos, a
morte se dá por fibrilação cardíaca (ventricular). Em condições habituais correntes de
100 a 150 Volts já são perigosas e acima de 500 Volts são mortais.
A intensidade da corrente é o fator mais importante a ser considerado nos
acidentes com eletricidade. Corrente com 25 mA determinam espasmos musculares,
podendo levar à morte se atuar por alguns minutos, por paralisia na musculatura
respiratória. Entre 25 mA e 75mA, além do espasmo muscular, dá-se a parada do
coração em diástole (fase de relaxamento) ventricular. Se o tempo de contato for curto,
o coração poderá sobreviver a fibrilação ventricular. Cada segundo de contato com a
eletricidade diminui a possibilidade de sobrevivência da vítima.

“Os acidentes com eletricidade também oferecem perigo à pessoa que vai socorrer a
vítima.”

10.1 CAUSAS PRINCIPAIS

Nos ambientes de trabalhos encontramos este acidente quando há:


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• Falta de segurança nas instalações e equipamentos, como: fios descascados, falta de


aterramento elétrico, parte elétrica de um motor que, por defeito, está em contato com
sua carcaça, etc.
• Imprudência
• Indisciplina
• Ignorância
• Acidentes, etc.
Observação:
Corrente Alternada – tetanização com tempo de exposição
Corrente Contínua – contração muscular brusca com projeção da vítima, podendo ocorrer
traumatismo grave.

10.2 SINTOMAS
Efeitos Gerais:
• Mal estar geral
• Sensação de angústia
• Náusea
• Cãibras musculares de extremidades
• Parestesias (dormência, formigamento)
• Ardência ou insensibilidade da pele
• Escotomas cintilantes (visão de pontos luminosos)
• Cefaléia
• Vertigem
• Arritmias (ritmo irregular) cardíacas (alteração do ritmo cardíaco)
• Falta de ar (dispneia)

10.3 PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES


• Parada cardíaca
• Parada respiratória
• Queimaduras
• Traumatismo (de crânio, ruptura de órgãos internos, etc.)
• Óbito
Percentagem de corrente que intercepta o coração
Cabeça / Pé 9,7%
Braço / Pé 7,9%
Braço / Braço 2,9%
Cabeça / Braço 1,8%

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Pé / Pé 0%
(*) – A passagem de corrente elétrica pela cabeça (bulboraquiano) pode acarretar
parada cardio-respiratória

10.4 PRIMEIROS SOCORROS


• Antes de socorrer a vítima, cortar a corrente elétrica, desligando a chave geral de
força, retirando os fusíveis da instalação ou puxando o fio da tomada (desde que esteja
encapado).
• Se o item anterior não for possível, tentar afastar a vítima da fonte de energia
utilizando luvas de borracha grossa ou materiais isolantes, e que estejam secos (cabo de
vassoura, tapete de borracha, jornal dobrado, pano grosso dobrado, corda, etc.),
afastando a vítima do fio ou aparelho elétrico.
• Não tocar a vítima até que ela esteja separada da corrente elétrica ou que esta seja
interrompida.
• Se o choque for leve seguir os itens do capítulo “Estado de Choque”.
• Em caso de parada cardiorrespiratória iniciar imediatamente as manobras de
ressuscitação.
• Insistir nas manobras de ressuscitação, mesmo que a vítima não esteja se
recuperando, até a chegada do atendimento especializado.
• Depois de obtida a ressucitação cardiorrespiratória, deve ser feito um exame geral na
vítima para localizar possíveis queimaduras, fraturas ou lesões que possam ter ocorrido
no caso de queda durante o acidente.
• Deve-se atender primeiro a hemorragias, fraturas e queimaduras, nesta ordem,
segundo os capítulos específicos.

Capítulo 11
ESMAGAMENTOS E AMPUTAÇÃO
ESMAGAMENTO
Trata-se de lesão comum em acidentes automobilísticos, desabamentos, e
acidentes de trabalho. Pode resultar em ferimentos abertos e fechados.
Existe dano tecidual extenso das estruturas subjacentes. Os esmagamentos de
tórax e abdome causam graves distúrbios circulatórios e respiratórios.

11.1 PRIMEIROS SOCORROS


1. Procurar assistência especializada.
2. Executar o ABC da vida.
3. Transporte rápido, pois o estado do acidentado é potencialmente grave.
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11.2 AMPUTAÇÃO

As amputações são definidas como lesões em que há a separação de um membro


ou de uma estrutura protuberante do corpo. Podem ser causadas por objetos cortantes,
por esmagamentos ou por forças de tração. Estão frequentemente relacionadas a
acidentes de trabalho e automobilísticos, tendo maior prevalência em homens jovens.
Seu tratamento inicial deve ser rápido pela gravidade da lesão, que pode causar a
morte por hemorragia, e pela possibilidade de reimplante do membro amputado.
O controle da hemorragia é crucial na primeira fase do atendimento de primeiros
socorros. O membro amputado deve ser preservado sempre que possível, porém a maior
prioridade é a manutenção da vida. São três os tipos de amputação:
1. Amputação completa ou total: o segmento é totalmente separado do corpo.

2. Amputação parcial: o segmento tem 50% ou mais de área de solução de


continuidade com o corpo.

3. Desenluvamento: quando a pele e o tecido adiposo são arrancados sem lesão do


tecido subjacente.

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11.3 PRIMEIROS SOCORROS


1. Controlar a hemorragia.
2. Tratar o estado de choque, caso este esteja presente.
3. Cuidados com o segmento amputado:
a) Limpeza com solução salina, sem imersão em líquido.
b) Envolvê-lo em gaze estéril, seca ou compressa limpa.
c) Cobrir a área ferida com compressa úmida em solução salina.
d) Proteger o membro amputado com dois sacos plásticos.
e) Colocar o saco plástico em recipiente de isopor com gelo ou água gelada.
f) Jamais colocar a extremidade em contato direto com o gelo.Lesão por objetos
perfurantes, a pele e tecidos mais profundos ficam parcialmente exteriorizados.
11.4 PROCEDIMENTO
 Expor a lesão.
 Nunca remover objetos encravados. Existe o risco significativo de precipitar
hemorragia, devido ao destamponamento de vasos sanguíneos.
 Estabilizar o objeto com curativo apropriado.
 Não tentar partir ou mobilizar o objeto, exceto nos casos em que isto seja
essencial para possibilitar o transporte.

Capítulo 12
FRATURAS

É uma interrupção na continuidade do osso. Constituem uma emergência


traumato ortopédica que requer boa orientação de atendimento, calma e tranquilidade
por parte de quem for socorrer e transporte adequado. Apresentam aparência
geralmente deformante devido ao grau de deformação que podem impor à região
afetada.

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A fratura ocorre quando existe não solução de continuidade de um osso. Ocorre


geralmente devido à queda, impacto ou movimento violento com esforço maior que o
osso pode suportar.
O envelhecimento e determinadas doenças ósseas (osteoporose) aumentam o
risco de fraturas, que podem ocorrer mesmo após traumatismos banais. Estas lesões são
chamadas fraturas patológicas.
A fratura pode se dar por ação direta, por exemplo, um pontapé na perna,
levando à fratura no local do golpe, ou por ação indireta, por exemplo, a queda em pé de
uma altura considerável, ocorrendo fratura da parte inferior da coluna vertebral, isto é, o
impacto foi transmitido através dos ossos da perna e bacia até a coluna vertebral. Ainda
se pode dar por ação muscular, sendo, neste caso, a contração muscular com força
suficiente para causar fratura.
Nos ambientes de trabalho a fratura pode ocorrer devido a quedas e movimentos
bruscos do trabalhador, batidas contra objetos, ferramentas, equipamentos, assim como
queda dos mesmos sobre o trabalhador; portanto pode ocorrer em qualquer ramo de
atividade, ou durante o trajeto residência-trabalho-residência.
A pessoa que for prestar os primeiros socorros deve ser muito hábil na avaliação e
decisão da conduta a ser tomada nestes casos. Aqui, a dor do acidentado e as lesões
secundárias resultantes do traumatismo são mais graves e perigosas do que nos outros
casos de emergências ortopédicas. As sequelas nas fraturas podem ocorrer com maior
probabilidade e gravidade. A imobilização deve ser cuidadosa; as lesões secundárias
atendidas com redobrada atenção e o transporte para atendimento médico só poderá ser
feito dentro de padrões rigorosos.

12.1 SUSPEITA-SE DE FRATURA OU LESÕES ARTICULARES QUANDO HOUVER


1. Dor intensa no local e que aumente ao menor movimento.
2. Edema local
3. Crepitação ao movimentar (som parecido com o amassar de papel)
4. Hematoma (rompimento de vasos, com acúmulo de sangue no local) ou equimose
(mancha de coloração azulada na pele e que aparece horas após a fratura)
5. Paralisia (lesão de nervos)
Antes de descrevermos as condutas básicas do primeiro socorro em fraturas, vamos
conhecer os tipos de fraturas mais comuns.

12.2 CLASSIFICAÇÃO
As fraturas podem ser classificadas de acordo com sua exteriorização e com a
lesão no osso afetado.
- Fratura fechada ou interna
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São fraturas nas quais os ossos quebrados permanecem no interior do membro


sem perfurar a pele. Poderá, entretanto romper um vaso sanguíneo ou cortar um nervo.

- Fratura aberta ou exposta


São as fraturas em que os ossos quebrados saem do lugar, rompendo a pele e
deixando exposta uma de suas partes, que pode ser produzida pelos próprios fragmentos
ósseos ou por objetos penetrantes. Este tipo de fratura pode causar infecções.

Fratura Exposta

Fratura Fechada

- Fratura em fissura
São aquelas em que as bordas ósseas ainda estão muito próximas, como se fosse
uma rachadura ou fenda.
- Fratura em galho verde
É a fratura incompleta que atravessa apenas uma parte do osso. São fraturas
geralmente com pequeno desvio e que não exigem redução; quando exigem, é feita com
o alinhamento do eixo dos ossos. Sua ocorrência mais comum é em crianças e nos
antrebaços (punho).

Fratura em Fissura
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Fratura em Galho Verde

- Fratura completa
É a fratura na qual o osso sofre descontinuidade total
- Fratura cominutiva
É a fratura que ocorre com a quebra do osso em três ou mais fragmentos

Fratura Completa

Fratura cominutiva
- Fratura impactada
É quando as partes quebradas do osso permanecem comprimidas entre si,
interpenetrando-se.
- Fratura espiral
É quando o traço de fratura encontra-se ao redor e através do osso. Estas fraturas
são decorrentes de lesões que ocorrem com uma torção.

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- Fratura oblíqua
É quando o traço de fratura lesa o osso diagonalmente.
- Fratura transversa
É quando o traço de fratura atravessa o osso numa linha mais ou menos reta.

O indivíduo que sofre uma fratura apresenta dor, que aumenta com o toque ou os
movimentos, incapacidade funcional (impossibilidade de fazer movimentos) na região
atingida, acentuada impotência funcional da extremidade ou das articulações adjacentes
à lesão; inchaço, alteração da cor da área afetada; presença ou não de pulso no membro
atingido, pode haver, ainda, fragmentos de ossos expostos e angulação ou curvatura
anormal da região afetada. A pessoa que está atendendo não deve esperar deparar com
todo esse quadro, em todos os casos; encontrando duas dessas características, já há
uma forte suspeita.
12.3 PRIMEIROS SOCORROS
• Observar o estado geral do acidentado, procurando lesões mais graves com ferimento e
hemorragia.
• Acalmar o acidentado, pois ele fica apreensivo e entra em pânico.
• Ficar atendo para prevenir o choque hipovolêmico.
• Controlar eventual hemorragia e cuidar de qualquer ferimento, com curativo, antes de
proceder a imobilização do membro afetado.

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• Imobilizar o membro, procurando coloca-lo na posição que for menos dolorosa para o
acidentado, o mais naturalmente possível. É importante salientar que imobilizar significa
tirar os movimentos das juntas acima e abaixo da lesão.
• Trabalhar com muita delicadeza e cuidado. Toda atenção é pouca; os menores erros
podem gerar sequelas irreversíveis.
• Usar talas, caso seja necessário. As talas irão auxiliar na sustentação do membro
atingido.
- As talas têm que ser de tamanho suficiente para ultrapassar as articulações
acima e abaixo da fratura.
- Para improvisar uma tala pode-se usar qualquer material rígido ou semi-rígido
como: tábua, madeira, papelão, revista enrolada ou jornal grosso dobrado.
- O membro atingido deve ser acolchoado com panos limpos, camadas de algodão
ou gaze, procurando sempre localizar os pontos de pressão e desconforto.
- Prender as talas com ataduras ou tiras de pano, apertá-las o suficiente para
imobilizar a área, com o devido cuidado para não provocar insuficiência circulatória.
- Fixar em pelo menos quatro pontos: acima e abaixo das articulações e acima e
abaixo da fratura.
- Sob nenhuma justificativa deve-se tentar recolocar o osso fraturado de volta no
seu eixo. As manobras de redução de qualquer tipo de fratura só podem ser feitas por
pessoal médico especializado.
- Ao imobilizar um membro que não pôde voltar ao seu lugar natural, não forçar
seu retorno. A imobilização deve ser feita dentro dos limites do conforto e da dor do
acidentado.
- Não deslocar, remover ou transportar o acidentado de fratura, antes de ter a
parte afetada imobilizada corretamente. A única exceção a ser feita é para os casos em
que o acidentado corre perigo iminente de vida. Mas, mesmo nestes casos, é necessário
manter a calma, promover uma rápida e precisa análise da situação, e realizar a remoção
provisória com o máximo de cuidado possível, atentando para as partes do acidentado
com suspeita de lesões traumato-ortopédicas.
- Providenciar o atendimento especializado o mais rápido possível;
- Fraturas expostas requerem cuidados extra;
- Ficar atento para o controle de hemorragia arterial;
- Não tentar jamais recolocar o osso exposto de volta para o seu lugar;
- Limpar o ferimento provocado pela exposição do osso;
- Colocar um curativo seco e fixá-lo com bandagens;
- Não tocar no osso exposto;
- Manter o acidentado em repouso, tranquilizando-o, enquanto se procede à
imobilização da mesma maneira que se faz para os casos de fratura fechada.
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12.4 FRATURAS DE MEMBRO SUPERIOR


12.4.1 BRAÇO
Colocar algodão ou pedaços de pano para acolchoar debaixo da axila, em seguida usar
talas dos lados externo e interno do braço, com comprimento suficiente para ir até o
cotovelo. Fixar com tiras de pano ou atadura.
Fazer uma tipoia para imobilizar o braço com o antebraço flexionado em ângulo reto, e
fixá-la junto ao tórax.

Capítulo 13
AFOGAMENTO

Sufocação após imersão em líquido. É causa comum de morte acidental em


crianças e jovens adultos

13.1CAUSAS DE AFOGAMENTO
 Pessoas alcoolizadas,
 Crianças deixadas sozinhas,
 Pessoas com TCE, traumas
cervicais
 Pessoas com Intoxicação por
drogas,
 Convulsão,
 Cãibras,
 Cansaço ou mau súbito,
 Exaustão,

13.2 CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO

 Resgate: tosse e falta de ar,


 Grau I: vítima lúcida, apresentando tosse seca, taquicardia e taquipnéia com
melhora quando se acalma, não há aspiração pulmonar e o tratamento é
aquecimento e O².
 Grau II: lucidez ou agitação, elevação moderada da frequência respiratória e da
frequência cardíaca, sem grande dificuldade respiratória, há presença de tosse,

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vômitos e pequena quantidade de espuma na boca e nariz. Óbito em 0,6% dos


casos.
 Grau III: vítima agitada e pouco colaborativa devido a ausência de O²,
taquicardia e taquipnéia estão presentes, apresenta dificuldade respiratória
muitas vezes cianose. Ocorre tosse com espuma esbranquiçada ou rósea em
grande quantidade. Óbito 5,2% dos casos.
 Grau IV: semelhante ao grau III, porém o pulso radial está fraco ou ausente
(sinais de choque). Óbito em 19,4% dos casos.
 Grau V: presença de parada respiratória. Óbito em 44% dos casos.
 Grau VI: presença de PCR. Óbito em 93% dos casos.

13.3 CONDUTA
 Remover a vítima da água o mais rapidamente possível,
 Fique atento a sua segurança pessoal,
 Não tentar resgates se não for treinado e estiver em boas condições,
 Solicitar auxílio, manter a vítima paralelo à água,
 Executar a avaliação primária: A, B,C.
 Cuidado com a coluna cervical,
 Iniciar ventilação pulmonar se houver indicação,
 Administrar O² se for indicado,
 Não retirar água dos pulmões e estômago,
 Paciente inconsciente, colocá-lo em posição lateral de segurança,
 Não colocar a vítima com a cabeça mais baixa que o corpo,
 Iniciar RCP na ausência de pulso carotídeo, mesmo que a vítima ficarem
submersas por longos períodos,
 Aquecer a vítima, secando-os e cobrindo-os com cobertores,
 Prevenir aspiração pulmonar em vítimas com respiração espontânea, colocando-a
em decúbito lateral esquerdo,
 Se tiver desfibrilador automático analisar o traçado.

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Desfibriladores

Capítulo 14

ACIDENTE COM OFÍDICOS

14.1 INTRODUÇÃO

Acidentes causados por picada de cobra. No Brasil, cerca de 90% dos acidentes
são causados pela jararaca (Bothrops), que é encontrada nos locais úmidos, são
agressivas e podem ser reconhecidas pela cor parda, fosseta loreal e escamas da cauda
lisas.

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As cascavéis (Crotalus) respondem por 9% dos acidentes ofídicos no Brasil. A


extremidade da cauda destas serpentes tem guizo característico, apresentam fosseta
loreal e coloração amarelada.

As corais verdadeiras (Micrurus) e as surucucus (Laquesis) são responsáveis por


1% dos casos, são extremamente venenosas e não possuem fosseta loreal.

Coral Verdadeira
Surucucu

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14.2 DIFERENÇAS ENTRE COBRAS VENENOSAS E NÃO VENENOSAS

Característica Venenosa Não Venenosa

Cabeça Triangular Arreedondadas

Olhos Pequenos Grandes

Fosseta loreal Tem Não tem

Escamas Pequenas Em placa

Cauda Curta, afina Longa, afina gradativamente


bruscamente

Dentes Presas Dentes pequenos e iguais

Picada Com uma ou mais Orifícios pequenos e mais ou


marcas mais profundas menos iguais

14.3 PRIMEIROS SOCORROS


 Manter o A, B, C,
 Manter a vítima deitada e em repouso absoluto,
 Imobilizar a extremidade picada,
 Manter a extremidade picada abaixo do nível do corpo,
 Afrouxar a roupa, remover anéis e braceletes que podem interromper a circulação
após edema,
 Levar a cobra ao hospital para identificação, sem assumir riscos desnecessários,
 Estar atento para choque ou parada respiratória decorrente do veneno.

14.4 O QUE NÃO DEVE SER FEITO


 Aplicar torniquete,
 Sugar o ferimento,
 Aplicar gelo,
 Incisar a lesão,
 Lembre-se: soro é o único tratamento.

57
Capítulo 15

ACIDENTES COM PICADAS DE ESCORPIÃO

Escorpiões são animais invertebrados que apresentam corpo, quatro pares de


pernas e cauda, na ponta da qual há bolsas de veneno e um ferrão. Nem todas as
espécies possuem veneno tóxico o bastante para causar acidentes graves.

15.1 SINTOMAS
 Dor intensa,
 Sensação de ardência ou agulhadas,
 Inflamação no local.
2. Sintomas mais graves:
 Taquicardia,
 Sudorese,
 Náuseas,
 Hipotensão,
 Agitação nas crianças.

15.2 COMO AGIR?????


 Mantenha a vítima calma,
 Não esprema nem sugue o local da picada,
 Lave o local com água e sabão,
 Encaminhe o acidentado para a emergência,
 Se possível leve o escorpião ao serviço de emergência.

15.3 COMOPREVENIR????
 Use sempre calçados e luvas apropriadas ao manusear material de construção ou
lenha,
 Vede a soleira das portas com frisos de borracha ou saquinhos de areia,
 Não coloque as mãos em tocas e lugares escuros
 Feche bem os sacos de lixo e mantenhas os terrenos próximo de casa limpos,
 Examine roupas, calçados e roupas de cama e banho antes de usá-las.

Referências bibliográficas:
Manual de Primeiros Socorros. Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), 2003 – Ministério da
Saúde.

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Guia Prático de Primeiros Socorros. O que fazer em casos de Emergência. Dr. Gerson
Trevilato, 2001.
SANTOS, Raimundo Rodrigues et Al. Manual de Socorro de Emergência. Ed.Atheneu. São
Paulo. SP. 2005

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