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Estabilizadores do Humor
Lítio
É uma das primeiras escolhas, pode ser utilizada em todas as fases da doença (mania aguda, depressão aguda e
na fase de manutenção). Apresenta ação principalmente na fase de mania, com eficácia moderada na fase
depressiva.
Mecanismo de ação: parece ser a questão da diminuição da dopamina (que está aumentada na mania), mas
parece ter plasticidade neuronal, neuroproteção e melhora de cognição. Pode entrar na célula e tem efeito
antioxidante, diminuindo o estresse oxidativo dos pacientes.
Estabilizador de humor
Potencialização de antidepressivo em quadros depressivos recorrentes ou graves
Ação antissuicídio em transtornos afetivos
Impulsividade, violência e raiva episódica
Mania aguda: opção de primeira linha em monoterapia para a mania. Entretanto, existem literaturas que
afirmam que serviria apenas nos transtornos maníacos de moderada intensidade, para casos graves,
recomenda-se o valproato ou antipsicóticos atípicos.
Depressão aguda: fármaco de primeira linha, especialmente nos quadros moderados, mas demora a fazer
efeito (3 a 5 semanas), por isso acaba preferindo outros fármacos, como a lamotrigina. Deve haver cautela
quanto à prescrição de antidepressivos em razão do risco de ciclagem maníaca, algo que não foi observado
com o lítio.
Farmacocinética: é um íon, corre solto no sangue, não é uma molécula que se liga a proteínas plasmáticas.
Não tem metabolização hepática, sendo boa opção para pacientes com insuficiência hepática. Metabolização e
excreção renal, cuidado nos pacientes com IR.
Modo de usar: Iniciado em doses de 600 mg/dia, dividida em 1 ou 2 tomadas, solicitando litemia após 7 dias
de uso. A apresentação de liberação retardada “CR” possibilita a administração em dose única.
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Psiquiatria | Bárbara Vilhena
Fases agudas deixar a litemia entre 1.2 ou 0.8, nas fases de manutenção tende a deixar entre 0.6 ou 0.8.
Antes da prescrição do lítio é necessária a avaliação de alguns parâmetros, como função tireoidiana, renal,
eletrocardiograma (ECG) e alguns eletrólitos (cálcio e fósforo).
OBS: atentar para nefrotoxicidade e efeito na tireoide que pode ocorrer com o lítio -> mas não são contra-
indicações
Inicialmente são necessárias dosagens semanais do lítio sérico, passando a mensais após estabilização do
quadro clínico e, após 6 meses, podem ser semestrais.
Manejo da intoxicação: não tem antídoto, realiza suporte e monitorização, solicitar exames de função renal,
eletrólitos, litemia e ECG. Hidratar bastante e descontaminação com lavagem gástrica. Em teoria, só lítio não
tem indicação de carvão ativado, mas se forem mais medicações faz.
Casos graves: diálise -> acima de 2,5 se sintomas graves ou função renal ruim OU acima de 4 mEg/L sempre.
Antipsicóticos atípicos
Anticonvulsivantes
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Mecanismo de ação: atuam intensificando as ações inibitórias do GABA, especialmente por redução do fluxo
de ions nos canais de sódio sensíveis a voltagem. Valproato e lamotrigina atuam inibindo a liberação de
glutamato, que é um neurotransmissor excitatório. O valproato parece também ter ação semelhante ao do lítio
na cascata de transdução dos sinais, inibindo a GSK3 e a PKC.
Mania aguda: valproato é indicado como tratamento de primeira linha em monoterapia para mania aguda,
com eficácia semelhante a do lítio. Níveis séricos entre 50 e 120 são considerados terapêuticos. Como opção
de segunda linha em monoterapia tem a carbamazepina, lembrando que ela interage inclusive com ela mesma.
Ambos apresentam apresentação de liberação prolongada, permitindo a administração de dose única diária. A
oxcarbamazepina tem sido amplamente utilizada na prática clinica para o TBH, especialmente na fase
maníaca.
Depressão aguda: a lamotrigina é o único anticonvulsivante indicado em monoterapia para a fase aguda da
depressão bipolar. A posologia deve ser ajustada quinzenalmente até se atingir a dose de 100mg/dia (dose
única noturna). Após esse período, aumentos mais incisivos na posologia podem ser feitos com menos risco
de ocorrência de síndrome de Steven-Johnson (0,1% de ocorrência). Vantagem sobre os antidepressivos por
não causar virada maníaca.
Tanto o valproato como a carbamazepina são indicados para tratamento de manutenção no TBH,
especialmente no que concerne à atuação na prevenção de novas fases maníacas. A presença de ciclagem
rápida e mania mista está associada a melhor resposta clínica com o uso de valproato. A associação ao lítio
mostrou melhores resultados quanto às taxas de recaída quando comparada com o uso de lítio em
monoterapia, mas também foi maior a incidência de efeitos colaterais.
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Antidepressivo em TAB