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Estrutura e Fungao dos Cromossomos ee reas eeald ‘= Oscromossomos possuem duas funcoes fundamentals: transmissio fie ea expresso apropriada da informacao genética, ‘* Os cromossomos procariéticos incluem moléculas de DNA circular de dupla-fita, que sto relaivamente livres de proteinas, e os ‘romossomos eucariticos consistem em moléculas de DNA Linear de dupla-fta complexadasa proteinas por toda sua extensto, CCromatina ¢ 0 complexo de DNA e proteinas dos cromossomos cucariéticos. As proteinas complexacdas possuem fungées stew turas,incluindo s compactagdo do DNA de diferentes maneiras, também fungbes regulat6rias '» Oscromossomos passam por grandes mudancas durante o ciclo celular, particularmentena fase S, quando eles se replicam,e na fase M, quando 0s cromossomos replicados se separam e sio distribuidos para dus células-filhas, Areplicagao do DNA na fase S produz dues moléculas flhas de DNA dupla-fita que se mantém unidas em uma regio especia- lizada: 0 centromero. Quando as moléculas filhas de DNA ficam unidas dessa manera, elas sio conhecidas como cromatides- -lnmas, mas uma vez que elas se separam na fase M, se tornam cromossomos individuals. Na metitase, etapa da fase M, os eromossomos encontramn-set20 altamente condensaclos que a expressio genic ¢ unlforme- ‘mente intetrompida. No entanto, esse & 0 momento ideal para sua visualizacdo em microscépio. Coloragdes com corantes que se ligam preferencialmente a regides ricas em GC ou AT podem fornecer padides de bandas cromossOmicas reprodutiveis que pemmltema identifieacdo dos diferentes cromossomos.. '» Durante a interfse, longo periodo do ciclo celular que separa sucessivas fases M, 0s cromossomos geralmente possuem confor- ‘mages ongamente estendidas.enio sao vsiveis sob microscopia dptica A estrutura estendida significa que os genes podem ser ‘expressos de maneira ficient, Ate mesmo durante a interfase algumas regides cromossbmicas permanecem sempre altamente conddensadas e transericional- ‘mente inativas heterocromatina), enquanto outeas so estendidas para permitia expresso génica (eucromatina). * Espermatozoides ¢ ovéctos secundrios possuem tima cépia de cada cromossomo (eles sto haploldes), masa malorla das célu- Jas sio diploides, possuindo dois conjuntos eromossmicos. _Aertilizagio de um ovécito secundatio haploide por um espermatozoide haplokde dé origem a um zigotodiploide, a partir do qual surgem, por divisto celular, todas as outrascélulas do corpo. Namitose, uma eélula se divide para dar origem a duas células: de cromossomos dacélula original, Ameiose 6 uma forma especializada de divisao celular que ccorre em determinadas células dos testiculose dos ovis para pro- duzirespermatozoides e ovécitos secundrios haploides. Durante a meiose, novas combinagoes genéticas sio randomicamente criadas, em parte, pela troca de sequéncias entre os eromossomos materos e paternos. ‘Tréstipos de elementos funcionals sio necessérios para os cromossomos eucariticos ransmaitrem flelmente o DNA das células- -mies para as células-flhas:o centrOmero(asseguraa segregagio cromossomica correta durante a divisio celular); as rigens de replicacao (desencadeiam a replicacao do DNA); e os telomeros (cobrem as pontas dos cromossomos para impedir que © DNA, Intero seja degradado por nucleases). ‘ Algumas vezes um ntimero anormal de cromossomos pode ocorret, mas essa anomalia éfrequentemente letal se presente na ‘maioria das eSlulas do corpo. ‘© Anomalias cromoss6micas estruturais decortentes de quebras eromossémicas podem causat adelecéo ou a expressio incorreta degenes. * Possulr onimero ea estrutura correta dos cromossomos nao ésuficiente, Eles também devem possulr a origem parental correta, pois alguns genes sto expressos preferencialmente em cromossomos herdados ou paternalmente ou maternalmente. has, cada uma com o mesmo ntimero e com os mesmostipos Tom Strachan e Anew Read Aestrutura bisica eas funcoes fundamentals do DNA - replicagao e transcrigao - foram introduzidas no capitulo anterior. No entanto, o DNA opera em um contexto. Nas células ‘eucaridticas, as longas moléculas de DNA no nticleo esto complexadas com uma varie- dade dle proteinas estruturais regulatSrias, estruturadas em cromossomos lineares. AS ‘moléculas de DNA mitocondrial sio diferentes: elas sio comparativamente pequenas, possuem poucas proteinas associadas e sao circulares, Este capitulo introduz o ciclo de vida dos eromossomos em células eucaribticas, as {quals sao formadas, geralmente, a partir da divisao de outras células. O provesso de di visio celular & um pequeno componente do ciclo celular, no qual os cromossomos e as ‘moléculas de DNA que os constituem devem fazer c6pias perfeitas eles mesmos e, entio, segrogar em/para células-filhas. Existem diferencas importantes entre como isso ocorre om divisdes celulares de rotina e na forma especializada de divisao celular que dé origem acspermatozoides e ovscitos secundérios. ‘Um aspecto comum de ambos os tipos de divisdo celular é a importéncia da con- densagdo cromossémica para as células. Ela feta a expressdo da informagao codificada no DNA e torna os longos efrgeis fos de ido desoxirribonuctelco resistentes & quebra durante os dristicos rearranjos que ocorrem na divisao celular. A utilizacao de corantes que evidenciam cromossomos condensados revela padrdes que, como impressbes, po- dem ser utilizados na diferenciacio dos cromossomos. A anslise cuidadosa destes e de outros padrdes pode revelar evidéncias de anomalias cromoss6micas,tais como quebras ‘erearranjos, que tenham ocorrido e se mantido, podendo causar enfermidades. 2.1 PLOIDIA E CICLO CELULAR 0 contesido de eromossomos ¢ DNA das células € definido pelo ntimero (n) de cromos- somos diferentes, pelo conjunto cromossdmico ¢ pelo contetido de DNA associado (C).. Para células humanas, n = 23 e C é cerca de 3,5 pg (3.5 10 " g). Diferentes tipos ce- lulares em um organismo, entretanto, podem diferir em plotdia - nimero de cépias de cada conjunto cromossémico que elas possuem. Espermatozoides ¢ ov6citos secundaios portam um tinico conjunto cromossémico e so ditos haploides (eles possuem n cromos- somos e um contetido de DNA de C). A maioria das c6lulas de humanos e mamfferos leva dduas e6pias do conjunto cromoss6mico e é diploide (possuindo 2n cromossomos e um ccontetido de DNA de 20). No entanto, em diversas espécies animais que nao os mamiferos ‘a maioria das células somaticas nao é diploide, mas, em vez disso, 6 haploide ou poliplot- de, Em se tratando do iiltimo caso, algumas espécies sao tetraploides (47), e outras pos- suem ploidia de mals de 4n, mas. triploidta (3n) é menos comum em animais, pois pode ¢gerar problemas na producaa de espermataznides e avécitos secundiios. As células do corpo humano sdo, em iitima andlise, derivadas de uma tinica céh Ia diploide, o zigoto, que 6 formado quando um espermatozoide fertiliza um ovécito se- cundério. Comegando a partir do zigoto, os organismos crescem por repetidos eventos de divisio celular. Cada evento de divisio celular 6 um cielo celular, que inclui uma fase M curta, durante a qual ocorre a divisio celular propriamente dita, ¢ uma fase intermediéria ‘maislonga, a interfase, que possui trés partes (Figura 2.1)-Sdo elas: fase S (durante a qual ‘corre a sintese de DNA), fase G, (intervalo entre a fase M ea fase 8) e fase G, (Intervalo centrea fase Sea fase M), Sera descrta a biologia celular que permeia as fases do ciclo celular em um capitulo posterior. Neste capitulo, ofaco 6 o ciclo de vida dos cromossomos. Durante cada ciclo ce- lular, 08 eromossomos passam por profundas modificagées quanto & sua estrutura, mimero cedistribuigio dentro da célula, Do final da fase M até a duplicagao do DNA na fase , umn ‘cromossomo de uma célula diploide contém uma tiniea dupla-hélice de DNA eo contetido total de DNA é2€ (ver Figura 2.1). Apés a duplicacio do DNA, o contecido total de DNA é 4C, mas as duplas-hélices duplicadas ficam unidas ao longo de sua extenso de forma que cada cremossomo possua o dobro do conteiido de DNA no infeio da fase S. Durante a fase M, as duplas-hélices duplicadas se separam, gerando dots cr dean cromossomos. Apésa divisio uniforme dos cromossomos paraas duas células-filhas, ambas as célulasterio 2 eromassomos e um contetido de DNA de 2C (ver Figura 2.1). estado normal de uma eélula 6G, que 6, em longo prazo, 0 estado final de células ‘as quais nao contiauam se dividindo. As células s6 entram na fase S se estiverem com- prometidas a sofrer mitose; como seri descrito com mais detalhes no Capitulo 4, células {que nao esto programadas para se dividir permanecem em um estado modiicado de G, algumas vezes chamado de fase Gy, O diagrama do cielo celular pode dar a impressao de {que todas as agdes interessantes acontecem nas fases S e M~ mas isso é uma ilusdo, Uma Genética Molecular Humana 34 [EBBEescomsices i starr ara righ de ME spss cninsisrov om tborsien o-a D 04 O 40 ema = 20 GRRSTRBIa.as dpe heen ae ONA ror cemossoma 6 ‘romoesens — 2 pow Pes oom [BIBER une untied DUA pr comessero romero — OD sunt nce de OMA AANA cromossares = 2n On ae célula passa. a maior parte da sua vida nas fases G, ouG,,¢ 6 nesses estigios que o genoma trabalha maisintensamente. ‘Um pequeno subeonjunto de células diploides do corpo consttui a linhagem ger- ‘minativa, a qual dé origem aos gametas (espermatozoides ou ovécitos secundérios). Em Jhumanos, nos quais 7 = 23, cada gameta contém um cromossomo sexual mais 22 cro- mossomos nao sexuais (autossomos). Nos ovécitos secundios, o cromossomo sexual & sempre um X; nos espermatozoides, pode haver tanto um X como um Y. Apés um esper- ‘matozoide haploide fecundar um ovécito 1! haploide,o zigoto diploide resultante e prati- camente todas as células descendentes dele possuem constituicio cromossomica 46,XX (sexo feminino) 01 46XY (sexo masculino) (Figura 2.2). {As células que nio fazem parte da linhagem germinativa so as eélulas sométicas. As «éhalas somaticas humanas sao geralmente diploides, mas, eomo ser deseitoposteriormen- te, existem excegdes eminentes. Alguns tipos de células que néo estéo programadas para se dividir nfo possuem ntileo nem tampouico eromossomos sto chamadas de nuliploides. ‘Outros tiposcelulares possuem miiiplos conjuntos cromossBmicos; eles sio naturalmente poliploides, como resultado de miikiplasreplicagdes do DNA sem que haja divisio celular 2.2 MITOSE E MEIOSE Mitose e meiose sdo dois processos de divisdo celular que envolvem replicagao cromos- sOmica e divisao celular. Eniretanto, os produtos da mitose possuem o mesmo nivel de ploidia da célula inicial, enquanto a meiose diminui pela metade o nivel de ploidia das células. Além disso, enquanto a mitose da origem a produtos geneticamente ide _meiose gera diversidade genética para garantir que a prole seja geneticamente di dda geragao parental. Figura 2.2.0 ciclo de vida humano sob um ponto de vista cromassémlco. Oviitos secundrios¢ espermatzodes so crgnados apa de recursorespaides ns oes «nos tetcules em muheres @ homens, respactamente Tedos os dios secundies possuom um corjunto cromessbmico de 23,, representa 22 autossimicas, mas lum dreo eromessoras seus X. Um espermtozace pode caregir quar wn dos. {ois cromassomos suas e forma que sua constitu cromossbmica pode ser 23. (60%), 04 23. (0%). Apts aferuizacdo ea fuso dos ncons co vdieo securdino do espermatozide, 0 iota dptode poder tr tanto uma corsuiggo rmossémica 46% come 46.0, dependence de qual ermssoma seul oespermatezoide eroNic Na ferbaapio caregar Apés hors ccs colar, o tod ogo a todas 36 ous do corpo adut, a macns das quaspossura.o mesmo complement cromossimico do ‘ito part do aut eas se rignaram. Figura 2.1. Mudangas nos cromossomos © no conteido de DNA durante oeicio celular. 0 co olior mosraga& deta incu uma ese M bastante cure, quand 8 comessoros se toram ataments condensados como proparaco para as hiss nuclear colar Mas tarde, 2s csas entzam em um longo peiodo de ‘rescrnento chamado de teriae, durante ‘0 qual os cromossomos se encontam ‘etemamente distendos de forma que os ones possam ser expressos. Ainterase & ‘hiida om ws fases: G, $ (quando 0 DNA so repli) @ GOs eromassomos ossuem ume Unica dupe nice de DNA do ir da fase até a dupticacto do DNA a fase 8. Ads a upiehbice de ONA sor cupleada, a das Apis hélcesrsutantesfeam forements unias a longo de sua extensto (por meio co complons proteicos esposiazaceschamados fe coesna) até a fase M, Armee qe os ‘omestomos se condensam na fase M, & posse! vsualzar que oes se constivem de fs eromes mis, cada uma contondo lum dplx d2 DNA, quo so mantis unis apenas ros centrémers. Durant a fase, a das Comte ids se saparam para formar dois cromossomes independents, ‘ue so, ent, jualmente dstbidos nas Bios fas, tt redo I oon ii ae aN ae l=! 32 _Tom Svachan e Andrew Read a e Figura 2.3. Mitosee citocinose. (A) Fasos ‘66 mitoso ctocinese. No final 6 tase, 08 ‘romossomos duplcados ainda eetéocgporss no ceo, eo mello ain € esting. Ne inkio. 4a prfase ~ primeira fase da miose-, os cenros (cs.quais tam previamerte dupicadas na intertase) comegam a se separare mig para plos opostos a cla, onde formar os poles do tuo. Na prometfase,o envelope nuclear se desaz, © os tromessomos, os quai se ercontem aliarenie condensados esta etapa, se gam pelo centémero 20 eran do micotulas que se estondem a partir do fuse mitéteo. Na mettase, todos 0s comossomes ‘© posicionam 20 ongo deer do uso mito. Na andfaea, a eomtides mas ee sepscam e comegam {8 migar em dregéo # polos opostos da cella, ‘cama resultado do encutareto dos mirtculos «também ca separa dos poles do fuso. Durante a teléase,o envelope nuclear €formado novamente em tomo dos nicleos das e&ios fihas, 208 comossomes se descondosam,completande a moc, 0, apart dat, come 0 procesto de contigo da célua. urate a ctocnese, fiamentos ‘ve 58 encortram abano da memevana plasmatca coriraem o ctoplasma, roduando, famente, uas cls ina. (8) Tansiio metéfase-andiase 10s eromossomas metaféscoealrnados a0 longo 4a placa equatorial (lana receeds) possuem cromstdes ims fetement uridas (por compexos proteens de coesina) nos contémares. & transicdo ara a anafase¢ marcaca pea nuptra cos ‘complenes de coesina, tmerando, dessa forma, as ‘romatides mas para formarem eromossomos independentes com seus pros centmeros, os ‘vais so, ento,purados pelos miertcbuls do fs ‘om drocio a polos oposts (sets). Mitose é a maneira natural de divisdo celular Conforme um embrido se desenvolve de feto a bobé e de crianca a adulto, vérios ciclos celula- ze s8o requeridos para dar origem a0 nimero \ de células necessirio em cada uma dessus fases. Devido ao fato de que numerosas eélulas pos- suem um tempo de vide limitado, ha também "uma necessidade continua de producio de no- vas céulas, até mesmo nos organismos adultos. ‘Todas essas divisdes ocorrem por mitose, que 6.0 processo natura de divisio celular a longo do ciclo de vida humano. A mitose assegura que uma tnica célula dé origem a duas células-fihas ‘que io geneticamente idénticas &célula-mie, bloqueando quaisquer ertos que ppossam ter ocorrido durante a replicagdo do DNA. Durantea vida de um humano, podem ocorrer cerca de 10" divisdes mitéticas. ‘Afase M do ciclo celular oompreencle varios estigios de divisio nuclear (prd- fase, metifase, andfase e telfase) ¢ também de divisio celular (eitocinese), a qual ocorre concomitantemente com os estgios finals da mitose (Figura), Em preparagio para a divisio celular os cromossomos duplicados ~ anteriormente allamentedistendidos contraem-se e condensam-se, de forma que no estigo de metifase da mitose so faciimente visualizados sob microscopia 0s eromossomos do inicio da fase § possuem uma dupla-helice de DNA, mas, apésateplicagdo, dias duplas-hélies idénticas de DNA sao produzidas (ver Figura 2.1). Elas permanecem unidas ao longo de toda a sua extensio por melo ‘de complexos proteicos formados por multissubunidades chamados de coesines. Dados recentes sugerem que subunidades individuais de coesin ligam-se entre si para formar grandes anéls proteicas. Alguns modelos sugerem que miitiplos, lanéis de coesina circundam as duas duplas-hélices de DNA envolvendo-as 20 longo de toda sua extensio ou que os antis de coesina circundam cada uma das ‘duas duplas-hlices individualmente ¢ entéo interagem para assegurar que as das duplas-helicesfiquem fortemente unidas. Mais tarde, quando os eromossomosjé passaram pelo processo de compac- ‘ago, preparando-se para a divisio celular, as coesinas sio removidas de todas as partes do cromossomo, com excegiio do centrémero. Consequentemente, na prometéfase, quando ¢ possivel visualizar os eromossomos por meio de micros- copia de hz, pode-se ver que cada cromossomo possui duas erométides-irmais as quais se igam ao centrémero por remanescentes dos complexos de coesina que continuam a vincularas duas hélices de DNA nesta posi. ‘Ainda mais tarde, no inicio da andfase, os complexos de coesina remanes centes que unem as cromitides na regido do eentrdmero sio removidos. As duas cromatides-irmas podem, entio, se separar, cormando-se eromossomos indepen. Genética Molecular Humana 33 dentes que serao puxados para polos oposto da célulae, posteriormente, igualmente dis tribufdos nas células-filhas (ver Figura 2.3). A interacao entre o fuso mitético e o centzd- mero 6 crucial para esse processo e seré considerada em detalhes na Segdo 2.3 Meiose é uma divisao celular reducional especializada que da origem a ovécitos secundarios e espermatozoides As células germinativas primordiais diploides migram para as génadas embriondrias & {dao inicio a repetidos ciclas mitéticas que geram espermatogonias nos homens e ovog6- nnias nas mulheres, O crescimento ea diferenciagao posteriores produzem espermatécitos ‘nos testiculos e ovécitos primérios nos ovdrios. Neste processo, so necessarias numero- sas divis6es a mais em homens do que em mulheres ¢ isso, provavelmente, contribu para as diferencas nas taxas de mutagdo entre os sexos.. Os espermatécitos e ovécitos diploides podem sofrer melose, o processo de divisto celular que produz gametas haploides. A meiose é uma divisio reducional porque envolve dduas divisbes celulares sucessivas (conhecidas como metose Ie 1), mas somente um evento de duplicagao de DNA. Consequentemente, ela dé origem a quatro células haploides. Nos homens, as duas divisbes celulares meisticas sao simeétricas, produzindo, ao final, quatro espermatozoides funcionalmente equivalentes, A meiose nas mulheres & diferente, pois tanto na meiose I como na meiose Il ha uma visio celular assimétrica que resulta em uma divisio desigual de citoplasma. Os produtos da meiose I nas mulheres (a primeira divisio ‘meidtica) sio wm grande ovécito secundério e uma pequena célula (corpiseulo polar) que ¢é descartaca, Durante a meiose I sao originados, entdo, ogrande avécito secundlério mad- 10 € um segundo corpisculo polar, o qual é novamente descartado (Figura 2.4). ‘Em humanos, 0s ovécitos primérios entram na meiose | durante o desenvolvimento fe- tal, massdo, entao, mantidos em préfase até pouco depois do comeco da puberdade, Depois da puberdade, nas mulheres, um ovécito primario completa a meiose a cada ciclo mens- tual. Devido ao fato de que a ovulacao pode continuar ocorrendo até a quinta -e algumas ‘veres atéa sexta - década da vida, a melose pode ser detida por muitas décadas nos ovécitos: primérios, que passardo pelo processo de ovulacio mais tarde na vida. Enquanto detidosna préfase, os ovécitos primérios continuam crescendo, adquirindo um revestimento externo gelatinoso, grinulos corticaisereservas de ribossomos, mRNA, nutrientes e outros recursos citoplasmaticosnecessérios para sustentar um embrio inicial. Nos homens, um grande n= :mero de espermatozoides 6 continuamente produzido da puberdade em diante. ee ag © ©== =.@ © Jv \ see © ® 8-8-8 Figura 2.4 Desemvohimente das linhagens germinativas e gametogénese femnomens e mulheres. (R) Céulas _gemnatvas pimordals abies migra ae as génades embronéis frdro nas mulheres (8 esquerd) ou tested ros homens (deta) © parsam por vis cos mitétns até se estabetecerom 2s espermatnginias (os homens) & 2s ovgénias (nas mulheres. (8) AS ‘espormatognias as evognies sore ‘hsées mitSticas aiionas,crescom ese Ba eS IASTGTCTA|> 90% Arn |ACTARNGGET telimero epates om anon basedes na oma ea (10; 370, squint de elas atéooma, +59» ——_, loner conta de Séplas mpas ‘presen al” do ems coals Figura 2.10 Em S. corevisia, a funcie cromossémica 6 exclusivamento ddependente de elementos de senuéncla {de DNA curtos edefinidos. 03 centmeros de S. cerevisiae so bastante tuto (garelmente, 100-140 pte, ore do comm para cantismores cuca, ‘40 composts po elamentos de sequtncia Aefndos.Ecetom tr elementos de DNA centromético contguns(CDES), dos quas (DE le CDE 380.08 mais importantes ‘uncionalmente, Gs telémercs 60 compasos de repaticbos om tangem ens ‘em TS, Sequincas 6 rplicagdo aténoma ‘io defnias por sequncas curtas reas lem A. Os U8 tips de sequéncias cutas podem ser combinados com DNA zeio ara fazer um eromossome artical em (sus de veda, Naanétase, 0s microtiibulos do cinetocoro puxam as crométides-itmas anteriormen- te pareadas em direcdo aos polos opostos do fuso. Os cinetocoros localizados nos centrd: ‘meros controlam a montagem e a desmontagem dos microuibulos associados, os quals conduzem 0 movimento cromossémico. Na levedura que se reproduz por brotamento, Saccharomyces cerevisiae, as sequen- cias que especificam a fungio do centromero so muito pequenas, assim como as de ‘outros elementos cromossOmicos funcionais (Figura 2.10). O elemento do centromero (CEN) possui cerca de 120 pb e contém trés elementos de sequéncias principais, dos quais ‘6 central, CDE Il, 6 particularmente importante por unir 08 microtibulos ao cinetocoro, ‘Um fragmento centromérico CEN derivado de um cromossomo de S. cerevisiae pode subs- tituir o centrbmero de um cromossomo de outra levedura sem consequéncias aparentes. Os centrOmeros de S. cerevisiae sdo bastante incomuns por serem muito pequenos € por sequéncias de DNA especificarem os locals de formacao dos centromeros. Nao exis- tem sequéncias homélogas nos centrdmeros da levedura que se reproduzem por fissao, ‘Schizosaccharomyces pombe, nem nos centromeros de animais multicelulares. tamanho dos centromeros aumentou durante a evoluco eucaristca, e, em organismos complexos, © DNA centromérico é dominado por sequéncias repetitivas que evoluiram rapidamentee so espécie-especiticas. A evolugio relativamente rpida do DNA centromérico e de pro- telnas associadas pode contribuir para o isolamento reprodutivo em espécies emergentes. Embora 0 DNA centromérico demonstre uma heterogeneidade notivel de sequéncias ‘entre 0s eucarlotos, os centrOmeros sdo universalmente marcados pela presenca de uma varlante centrOmero-especifica da histona H13, genericamente conhecida como CenH3 (a forma humana da Cen#3 € chamada CENP-A). Nos centrOmeros,CenH13/CENP-A subs- tituem a histona habitual H3 e sto essenciais para a unido com os microtibulos do fuso. Dependendo da organizagio do centrdmero, ele pode se ligar a diferentes nuimeros de microtibulos do fuso (Figura 2.11). Centrémeros de mamiferos sao particularmente complexos. Eles frequentemente se prolongam por diversas megabases ¢ contém algum DNA cromossomo especifico, bem ‘como DNA repetitive, Um dos componentes principais do DNA centromérico humano 60 DNA ecsatéite, cuja estrutura é baseada em repetigoes em tandem de um monéme- ro de 171 pb. Unidades repetitivas adjacentes podem apresentar pequenas variagdes em ‘sequiencia, ¢ amplificagoes em tandem ocasionais de uma sequéncia de varias repetigoes ccontiguas levemente diferentes resultam em uma organizagao repettiva de ordem supe- rior. Esse tipo de DNA a-satélite 6 earacteristico de centrdmeros e 6 marcado por regides de reconhecimento de 17 pb pela proteina de ligago a0 centrémero CENP-B. ‘Ao contrario dos centrdmeros muito pequenos e discretos de S. cerevisiae, 0s cro ‘mossomos notavelmente maiores dos outros eucariontes néo sio dependentes apenas da ‘organizagio sequencial. As sequéncias especificas de DNA (p. ex, DNA a-satélite) ou a proteina de ligagao ao DNA CENP-B nao sio essenciais nem ao menos suficientes para ditar a formagéo de um cromossomo de mamifero. Caracteristicas ainda pobremente ‘compreendidas do DNA especificam uma determinada conformagao da cromatina que, de alguma forma, por meio de mecanismos independentes de sequéncia, controla a for- magaio e manutengio de urn centrmero funcional. A replicagao de cromossomos de mamiferos envolve 0 uso flexivel de miltipias origens de replicacao Para um eromossomo ser copiado ¢ necesséra uma origem de replicagao. Esta é uma sequéncia de DNA cis-atuante & qual fatores proteicos se ligam como preparagao para io da replicacao do DNA. Origens de replicacao eucariticas foram estudadas de forma mais abrangente em leveduras, nas quis experimentos genéticos poclem ser uti- linados para testar se fragmentos de DNA desses organismios podem promover replica- ‘lo autdnoma. ‘No experimento com levedur,fragmentos-teste sdoinseridos em plasmideos bacte- vianos, junto com um gene especfico de levedura que &essencial para o crescimento de «lula desses organismos, Os plasmideos recombinantes sfo entéo utlizados para trans- formar uma levedura mutante sem esse gene essencial, Os tansformantes que podem ser utilizados para formar coldnias (e possuet, portanto, DNA previamente submetido & replicagao) sao selecionados. Devido ao fato de a origem de replicacao bacteriana no plas- ideo nao funcionar em eélulas de levedura, a8 coldnias dentificadas devem ser céluas nas quals o DNA da levedura presente no plasmideo recombinante possua uma sequen clade repticagao auténoma, do inglés ARS (autonomously replicating sequence). Os elementos ARS de levedura sio funcionalmente equivalentes is origens de repli cagiioe acredita-se que sejam derivados de origens de replicagao auténticas. Eles pos- suem apenas cerca de 50 pb e consistem em uma regido rica em AT com uma sequéncia conservada de 11 pb mais algumas c6pias imperfeitas desta sequéncia (ver Figura 2.10) ‘Uma ARS codifca sitios de ligagao tanto para um fator de transerigio como para um com plexo de origem de replicagao multiproteico (ORC) Em células de mamiferos, a auséncia de uma andlise genética tem diffcultado a defi- nigdo das origens de replicagao de DNA, mas o DNA ¢ replicaclo em miiltiplos pontos de lnjeiagao ao longo de cada cromossomo. As origens de replicacao relatadas em humanos possuem, frequentemente, uma extensio de vérias quilobases,e seus sitios ORC de liga- ‘ parecem ser menos especificos que os das leveduras. Ao contravio das leveduras, 08 cromossomos artificiis de mamiferos parecem nao exigirsequencias ARS espeetficas. Em 0, a velocidad com a qual a forquilha de replicagdo se move em células de ma- iferos parece determinar o espagamento entre as regis &s quais as algas de cromatina siio ancoradas, ¢ esse espacamento, por sua vez, controla a escolha de sitios nos quais a replicagio do DNA é iniciada. Os telémeros possuem estruturas especializadas para preservar as extremidades dos cromossomos lineares 0s telémeros so complexos DNA-proteina heterocromiticos especializados localizados nas extremidades dos cromossomos eucaridticos lineares. Como nos centrBmeros, 0s n= cleossomos ao redor dos quais o DNA telomérico é enrolado possuem histonas modifica- das que promovem a formacao da heteroeromatina constitutiva, Estrutura, fungao e evolucao do telémero Sequéncias de DNA telomérico so quase sempre compostas por arranjos moderada- mente longos de pequenas repetigbes em tandem que foram, em geral, bem conservadas durante a evolugéo, diferentemente do DNA centromérico. Em todos os vertebrados jf es- tudados, a sequéncia repettva 6 TTAGGG (Tabla 2.2) As repetigdes so reas em G em uma das fits de DNA (a ftaG) ericas em Gna fita complementar. No lado centromérico das repetigdesteloméricashumanas TTAGGG ficam de 1002300 kb adicionais de sequén- cias repetitivas associadas ao telmero (Figura 2-12). Estas ndo foram conservadas du- rantea evolugdo, e sua funcdo ainda nao é compreendida. ‘O arranjo (TTAGGG), do telémero humano abrange cerca de 10 a 15 kb (ver Figu- ra 2,12A). Um complexo proteico bastante extenso (chamado “shelterina” ou telossomo) contém vérios componentes que reconhecem e se ligam ao DNA telomérico, Destes com- ponentes, dois fatores de ligagao as repetigdes teloméricas (TRF! e TRF?) se ligam a se- quéncias TTAGGG de dupla-fita. Como resultado da dficuldace natural na replicacao da te descontinua no inal extre- ‘mo de um telémero (discutido na préxima sessio),a fita rica em G tem uma sobressaléncia Figura 2.14 Diferengas na organizagéo eucarétca do centrémero, fm todos cs centémeros eucaiétios, ums veriate cersbmereespeiea ca histona H3 (enorcamontachamada de Conk} ect enohia na gogo acs mics. _Eretanta pono de extonsio do canrdneo gor meio do DNA de um exeressomo @ 6 ‘mero de microtibules enavidos pode vari amplamerte. (A A levedura de roar ‘S.ceresiaepossu a forma mais simpes ce orgnizao cenvomérica, um carer ontual, com apenss 125 pl de ONA emotes a0 ree de um rica cervGmor; cada ‘Srotocroiga-seestavelmente © apenas um mexotibulo durante metiase (B) Na fasdo os contrimoroe da levodura S. pombe, es contrémors possuem sites multiple de legs ‘gjupacos em uma repo que ocupa de 35 8110 Hb ge ONA (um eromossomo possi ‘em média mals de 4 No de DNA. Os tos de gag do microtiouo extéo agupados fer uma seauéria nuclear ndorepetina, a qual ¢Yanqueada por dferentes tes de sequtncias epettias (MR, mas erores; OTR, mas pesitreas)(C) Os centémeros ‘rumanespossuemmitios sitios de igagso com mirotinuose estéoagrupedbs 20 longo de ries co até 4 Mo de DNA. RopetgSes de ONA a-satite de ordsm mar so roeminentes noe contvémeres. Alin dese lgarom a ruteoscomoe quo corti a roteina Cen, CENP-A, ees tami posse sos de igagzo para a potena CENP-. (©) Em algunas espécios oucarticas, tai como o nemetode Caenorabais elegans, 0 centémer ¢ bastante afso: os cnalocores que se igam dos mizotbuls do so 0 ‘srbuidos a longo de tod o comprmento do cromessoo,e se dz que os comossomes $0 hofosénrens. (Adapts de Vagnarai boo SA & Eamshaw WC (2008) FEBS Lot '582, 1960-1958, Com permissio de sever] Genética Molecular Humana 42 (8) Scone centrimera Tsp 1 S.pombe censor rogers 1 septs et ‘eel oaaNe (©) 6 eens contémer cso ‘elie ‘etme 42___Tom Strachan e Andrew Read Figura 2.12. Nos telémeros,repetigdes ligonuclestidieas altamonto conservadas so ligadas por proteinas ‘especializadas para formar uma alga prototora. (A) Estrutura do telémero. 0 ‘vA nas exremidades dos cromossomos hnumanos & defi por um aranio fem tandem de 1,700-2.500 cis _grssekras do hexanuceotdeo TTAGGG (que ¢ conservedo em vertebrades ver “bola 22). area om G, no ertanto, projeta-e para for na rei terminal pre formar uma regio de ta simpes ‘composta de cerea de 20 repatcoes de TIAGGG. 0 arranjo de repetoes curtas conseradas caracteriscns & detmitado rum complexe proto: (ou telossomo) (© qual no é mostra, para simplifcar, as das suunidedes deste comple, es {ators de igagiorepatitva teloméica TRF. (eTRF2,lgam-seaetamente a regis de ‘uplata,enquento POTL pode se hzar 2 repetiges de fa simples. Como 0 DNA carroméreo, « DNA telomeric poss histonas modiieadas que agem como Sais para a formagio de hetorsromatina consttutva. (8) A formagéo da aga. A reg) teminal de ita simples da fa es fe também pod fazer uma vl para {185 € maar a rego oe fa-cupla por ateereno eive bases com a seauéncla ‘complementar data rica em. Aredia se aque a ace esutateproteja 0 DNA tolomérco doe mecsniemos coluiares natural que reparam quebras de DNA tupiata, (0) Betromierograa mosirando ‘8 formagao de ums alga syossera de 15 ona exremidade de un eromossomo intertésico hurane (depois de fhagéo, osprotonizagéo e espossamento atl par aula visualzagéo) [De Gath, ‘Comeau L, Rosenfeld § tal (1999) Ca ‘97, 803-514, Com permissso de seve) ee os corréncia ‘Soquéncia rpetitivatelomériea consenso* “Ssccharomyees earesie Tes ‘Schizosaccharomces pombe TIACAG Neurosoora orssa Tics Paramecium Tiscos. Typanosoma Tacces Chiamydomonas Traces Arabidopsis Taco Nematodes Tasco Veromradas Tees “en aiego & eureniate conessomca,Cosonarebra a uno womdea sj consenada ns eucaitose ss soquinoaslomdrcas repetves sa, om gr fener conan os aime arvpodes. coro ‘sop, io adeatent ares am extra, sano composts par bas pcos co DNA aero $39 reacorads com as repets caries cos em TG encodes om cues eats. de fita simples na sua extremidade 3°, que possui, geralmente, 150 a 200 nucleotideos (ver Figura 2.12A). Esta pode se dobrar para tris e formar pares de base com a outrafita rica em para formar uma alga telomérica conhecida como “alga -T" (T-loop) (Figura 2.12, C), ‘A alca-T provavelmente representa um mecanismo conservado para a provegao das extremidades dos cromossomos, Se um telomero & perdido apés uma quebra cromoss6- ‘mica, a extremidade do cromossomo resultante é instivel; ela tende a se fusionar com as extremidades de outros cromossomos fragmentados, a se envolver em eventos de recom- binagao ow aser degradada. Proteinas de ligagao ao teldmero, principalmente a POTT, que ‘compde o telossomo, ligim-se a repeticdes TTAGGG de fita simples e podem proteger 0 DNA terminal in vitro e, possivelmente, também in vivo. ‘telomerase e o problema da replicagao do final do cromossomo Durante. sintese de DNA, a DNA-polimerase amplia as fitas crescentes de DNA na dire- ‘¢lo 5'~3'. Uma das novas fitas de DNA, a fta lider, cresce na direedo 5'~3' da sintese de DNA, masa outta fita, a fita atrasada, é sintetizada em partes (fragmentos de Okazaki) porque ela deve crescer na diregdo oposta a5’ (ditegdo da sintese do DNA). Asintese dessa fta € atrasada e gera ragmentos de DNA cujas extremidades sao, entdo, fechadas pela DNA-ligase (ver Figura 1.11). 0 100.300 18 10-1610 ‘Ao contrario da RNA-polimerase as DNA-polimerases realmente requerem um grupo 3 -Ofllivre a partir do qual possam estender a sintse. Isto aleangad por meio do en prego da RNA polimerase para sintetizar um primer complementar de RNA que dé inicio Asintese de cada um dos fragmentos de DNA usados para formarafita lider. Nesses casos, « primer de RNA exige a presenga de algum DNA ¢ frente da sequéncia aser copiada, para servircomo seu mole. Entretanto, naextremidade de uma moléculalinear de DNA, nun- capode haver um molde como esse, umn mecanismeo diferente énecessério para resolver o problema de completa a replicagdo nas exremidades das moléculaslineares de DNA. ‘Uma solugio para o problema da replicagao nas extremidades 6 fomecida por uma transcriptase reversa especializada (DNA-polimerase dependente de RNA) que comple taa sintese afta lider. A telomerase € uma enzima -ribonucleoproteina - cuja funcaa de polimerase écriticamente dependente de uma subunidade de RNA, TERC (compo: nente de RNA da telomerase), © uma subunidade proteica, TERT (transcriptase seversa datelomerase) Na extremidade S' de vertebrados, a TERC RNA é uma sequéncia de seis nucleotideos que é complementar & sequéncia repetitiva do telémeto (Figura 2.13). Ela atuard como um mold para dar infcio a sintese de DNA alongado das sequéncias de DNA telomérico na fa lider, O molde necesséeio paraa DNA-polimerase completa a sintese da fta atrasada é fomecido por uma extensdo adicional da fia lider. Em humanos, sabe-se que 0 comprimento do telomero éaltamente varivel e que a atividade da telomerase ¢inexistente na maioria das células adulta, exceto por determi nnadas elas localizadas em tecidosaltamente proliferativos,tais como linhagens ger rminativas,sangue, pele eintestino. Em eélulas sem telomerase, as extremidades do DNA telomérico nio io replicadas na fase Se seus telomeros encurtam progressivamente. A diminuigdo do telomero é,efetivamente, uma manera de contagem de dvisbes celulares cetem sido relacionada coma senescéncia celular e o envelhecimento. Células cancerosas encontram vias de ativagao da telomerase, levando 8 replieagao descontrolada. 2.4 ESTUDO DOS CROMOSSOMOS HUMANOS (Qs eromossomos humanos tém sido analisados por muitas décadas com propésitos de pesquisa e diagnéstico, Uma sucessao de avangos tecnoldgicos permitiu anilises cromos- sémicas com uma resolugio e diferenciagao estruturais cada vez maiores. Soe es ‘ roceraccareaeTAa we f Pa AN 2 or=eesnemy, Ve rer ‘Sm rear 2! LE Genética Molecular Humana 43 Figura 2.13 Roplicagso do DNA tolomérleo. O exemple mostra a stuagso ara tolimeros humanos: como em autos ‘ertebrages. © DNA telomeric consste om repetigbes TTAGG (Figura 2.12). levemidace 3 do DNA parenial €estendide pot sintese de DNA utlzardo 0 componente {de RNA ea telomerase como mote. O ‘eomponente de RNA da telomerase humans ‘ossul uma reptic am tandem quase Derfeta(CUAACCCUAACG) prom & ‘exvemidace 5° que contém uma sequéncis mmole complementar para guar a shtese ‘de sequéncias de hexanucletiseos toloméicos adeionais na xtremidade terminal As repetigdes de hexanueeotideos racentementasntetzadae S30 mastvadas ‘am ua cal abera,e as repeties mals recenterent sintewzadas S30 mastadas ‘com sombreamentolrana; aqui, sugere-se ‘ue 0 erano soa estoncio por cépias tm tandem de um horanueeotdeo, CGGTIAG, mas as repatcdestloréricas fe venebrads podem Ser igusimente representadas tanto por (GGTTAG), como or (TTAGGG),.Por meio da extensao afta Fer nesse serio, a teomerase fomece um meide para 9 fe arasoda 0 estrada (por una poimerase de [DNA padrao DNA-dopendente, Por fm ‘pie a telomerase fnaiza’ a adgto do repelges ce Pexenucleovdoos, 2a ‘atasaca ndo pode ser estencda até fm ‘a entromidace 5, devande a fa ea em {com via exremidade 3” eobroseabonte com um comprmento de apoximaéamente 200 rusieatcens (come mestado na Figure 2.22), 44 Tom Strachan e Andrew Read A andlise cromossémica é mais fé do que para a meiose ‘A anélise dos cromossomos (citogenética) normalmente requer a visualizagao de célu- Jas em divisio, mas obter essas eélulas diretamente do corpo humano pode ser dificil. A _medula dssea é uma possivel fonte, mas é mais simples obter células interfisicas e entio propagi-las em culturas celulares sob condicbes de laboratério. Células da circulagio san- {guinea e fibroblastos na pele sio as fontes de células huranas mais comumente utilizadas para anélises citogenéticas. As pessoas raramente se importam em fornecer uma pequena amostza de sangue, e os linfécitos T no sangue podem ser facilmente induzidos a divisi pelo tratamento com lectinas (tais como a fito-hemaglutinina). De forma alternativa,fi- bbroblastos obtidos de bidpsias de pele sio mantidos em cultura. Além disso, o diagndstico pré-natal rotineiramente envolve anzlises cromossOmicas em células fetais imersas em liquido amnidtico ou separadas das vilosidades coriénicas. Embora os cromossomos tenham sido detalhadamente descritos em alguns organis- ‘mos tio cedo como nos anos 1880, por muitas décadas todas as tentativas de se prepararem lminas de cromossomos humanos produziram um emaranhado que desafiava as analises. Pata se obter limminas com eromossomos analisivels, a eélulas eram crescidas em liquido de suspensio e entdo tratadas com solugéo salina hipoténica para fazé-las inchat. Isso per- ‘mitiu que as primeias preparagSes de boa qualidade fossem obtidas em 1956, Células bran- cas do sangue sio colocadas em um meio de cultura enriquecido com fito-hemaglutinina, permitindo seu crescimento por 48 a 72 horas, tempo durante o qual as células devem se dividi ivremente. Mesmo assim, devido ao fat de a fase M ocupar somente uma pequena parte do ciclo celular, poucas células estardo efetivamente em divisio ao mesmo tempo. ‘A proporgio de células em divisdo (indice mitético) pode ser aumentada por meio do tratamemto da cultura com agentes inibidores do fuso mit6tico, tais como a demecoleina. As células entram em metafase, mas sio impossibilitadas de seguir adiante na fase M, en: 10 se acummulam na estigio de metifase de a mitose (Os cromossomos de uma fase ligeiramente anterior & metifase (prometéfase) so ‘menos contrafdos e mostram mais detalhes, tornando a anélise mais facil. Para se obter lum nimero considerivel de células, elas sio sincronizadas pela prevengso temporéria do progresso ao longo do ciclo celular. Geralmente isso 6 atingido pela adigao de timidina (para provocar um decréscimo na concentragao de dCTP, causando uma diminuiggo na sintese de DNA, a fim da permanéneia das células na fase §). Quando o efeito da timidina Eretirado, 0 progresso celular ao longo do ciclo é sincronizado. Apds serem liberadas da detengao & fase 5, por tentativa e erro pode-se determinar um tempo ideal no qual um uma boa porgao de célulasesteja no estagio desejado de prometifase. ‘A meiose pode somente ser estudada em amostras de testiculos e ovdrios. A melo- se ferninina ¢ especialmente dificil de ser estudada, porque ela ocorre apenas em ovi- tos fetals, enquanto a meiose masculina pode ser estudaca em uma bidpsia testicular de qualquer homem que tenha passado pela puberdade e esteja disposto a fornecer urna. Os resultados da meiose podem ser estudados por meio da anilise dos cromossomos de espermatozoides, embora a metodologia para isso seja trabalhosa, A andlise meiética é utilizada em algumas investigagdes de infertlidade masculina, il para a mitose Os cromossomos sao identificados pelo tamanho e pelo padrao de coloragao [Até os anos 1970, 0s eromossomos humanos eram identificados com base no seu tamanho «ema posicio dos centrémeros. Iso permitiu que os cromossomos fossem clasificados em ‘grupos (fabela 2.3), mas nao inequivocadamente identiicados. Bandeamento cromossémico A introdugio de téenicas que revelavam os padrdes de bancleamento dos cromossomos permitiu que cada cromossomo fosse identificado e proporcionou ume definigdo mais precisa das anomalias cromoss6micas. As técnicas de bandeamento exigem que 0s cro- ‘mossomos sofram desnaturacao ou digestio enzimtica seguida por exposiga0 a um co- rante especitico de DNA. Os procedimentos produzem bandas claras eescurasalternadas ‘nos cromossomos mitéticos (Figura 2.14 e Figura 2,15). eguem abaixo caracteristicas de algumas téenicas de bandeamento, + Bandeamento Gos cromossomos sao submetidos digestao enzimatica controlada ‘com tripsina antes de serem corados com Giemsa, um corante quimico de ligagio a0 humanos Grupo Cromossomos* Descrieso ces ‘omaior; £@ 3 so motacéivicos, mae 0.2 6 ubmetacéniro® B45 rade; submetactouicos com dos brags bastante diferentes em tamanto Co eaux de temanho médio; ubmtactetrions D> 13-45 de tamanino médio; acrocénnics com seis” 16-48 equeno; 16 6 mtacéntic, mes.0 17 « 018 aio suemotacéntricas F 19,20 pequeno; metacénico @ 2227 pequone; asroeénireo, com sates no 21.¢ ro 22, mas néc no Y * 0s sossomes so unaaais deme ae 0 meno: eto pel ooo 21, usb mor quo MASSIMO 22." Um cromessere metainies pos su canto na mid rar ae Ummcteroare aimee mco su se entre posiconao de fora ue es ds braces sean da epimers xg“ Un tromessoro evar pss seu center ro otericace rn ea Ut salt, nese ete fas narara dos enassons cosines manne DNA. As bandas positivamente coradas (escurecidas) sao conhecidas como bandas G. As bandas sem coloracio sio G negativas. + Bandeamento Q - os cromossomos siio corados com um corante fluorescente que se liga, preferencialmente, a regides de DNA ricas em AT, especialmente quinacrina, DAPI(#’,6-diamidino-2-fenilindol) ou Hoechst 33258, eso visualizados por luores- céncia ultravioleta. As bandas fluorescentes sdo chamadas de bandas Q e marcam os 'mesmos segmentos cromoss6micos que as bandas G. + Bandeamento R - esse 6, essencialmente, 0 oposto do padrdo do bandeamento G. (Os cromossomos sofrem desnaturagio por calor em solugdo salina antes de serem corados com Giemsa. O tratamento com calor desnatura as regides do DNA ricas ‘em AT eas bandas R sto bandas Q negativas. O mesmo padrio pode ser produzido pela ligacio de corantes especificas GC, tais como cromomicins A, olivomicina ow ‘mithramicina, + Bandeamento T - identifica um subconjunto de bandas R que ficam concentradas principalmente perto dos telémeros. As bandas T so as bandas mais intensamente coradas cas bandas Fe sio reveladas tanto usando um tratamento com calor, pat ccularmente severo com os cromossomos antes de seem corados com Giemsa, como ‘com a combinacio de corantes-padrao e corantes fluorescentes, + Bandeamento C- acredita-se que mostre a heterocromatina constitutiva, principal ‘mente nos centrémeros. Os cromossomos so, em geral, expostos & desnaturagio com uma solugao saturada de hidréxido de bario antes da coloracao com Giemsa. 0s padres de coloracao sao corvelacionados com elementos funcionais da estrutura cromoss6mica. 0 DNA das bandas G é replicado no fim da fase S e 6 relativamente con- densado, enquanto o DNA das bandas R (as quais sio G negativas) geralmente se replica no inicio da fase § e ¢ menos condensado. O DNA das bandas G contém relativamente, ppoucos genes e é menos transcricionalmente ativo. Embora 0 contesido AT das banclas G do DNA humano seja levemente maior que o do DNA das bandas R, bandas G individuals possuem consistentemente menor conterido GC que suas sequeéncias flanqueadorasime- diatas, Isso pode estar relacionado com a maneira como o DNA se organiza e condensa. poder de resolucdo do bandeamento pode ser aumentado por meio do uso de cro- 'mossomos mais alongrdos, antes da ou na pré-metifase. Procedimentos de alta definigao para cromossomos hhumanos podem identificar 400, 550 ou 850 bandas (ver Figuras 2.14 e 2.15; ver contracapa interior deste livro para um ideograma de todos cromossomos huma: znos). Andlises de bandeamento cromossémico também podem ser wtilizadas para inves gar anomalias cromossémicas envolvenclo material genético perdido ou mal posicionado, Relatos de analises citogenéticas ‘Um relato minimo de andlise citogenética fornece uma confirmagao apenas textual que sempre dé o nimeroroal de cromossomos a consttuigao sexialeromossomiea (um ea- "6tipo). Os caritipos normais para humanos so 45,XX (para mulheres) e 46,X¥ (para homens). Quando existe uma anomala eromossbmica,oearitipo também desereveo tipo de anomalia eas bandas cromossdmicas ou subcromossimicas afetadas (Quadro 2.2). Genética Molecular Humana 45 clatura Citogendtica Humana (SCN) 6 fwado polo Comité Permanente de Nomenclature Citogenética Humena ‘que expede relatros detaihados de Nomenclature, mais reenterente ert 2005 (ver Latur adllonad. A txmi- nologiabisic para bandeamento co mossémico fl decicida om uma re rio om Paris, om 1972, © 6 refende ‘como nomenciatura de Pars. (0s locas comespancentes ao bao ‘cuto 8a clasiicades como p (pt), © ‘20 brepo longo como a (queue). Cada brago cromessomico & dio em ro (g6ee clasifcades como p4, 92, 93, te, 2a, «2,43, ete, contando em ‘regdo 30 exterior partir do cortémaro. [A regbes sto delmitadas por marcas fespectcas, as quaisséo consistertes, © Por caracterisicas mortologas ais- tinas, tis como a extremidsces dos ‘rages cromossémicos, 0 cenrémero © ceras bandas. AS reyes so gi Gidas om dandae casefcadas como BLL (um-um, e no onze), p22, p23, tc, sub-bandas clasifieads como p11, p11.2,et.,e subsub-bandas, or exemplo, plt21, p11.22, em cada ‘aso eontando em diregao exterior & Dati do centrdmero (ver Fgura 2.14 & também a contracapa deste ln, onde ‘so mostdos idoogramas para todos 1s eromoesomos humane) A disincla relativa do eonrémero 6 deserta potas palavas proximal & distal. Eno, proximal Xq sinitea 0 ‘segment do braco longo do X que fea mais prévimo do contrimero, distal 2p signe 8 porgéo do brago euro do ‘romossome 2 que fea mats dtante df centimero een, fea mai pro- sma co telbmer. ‘Quando se comparam cromosso- ‘mos hnmanas com aqveles de outras espécies, a convencio é uta apr meia lev do nome do género © 2s ies primeira eves do nome da espe ‘to, por exemple + HSALB: cromossomo 18 humano (Homo sapiens) + PTR0: eromossomo 10 de chim: anaé (Pan troglodytes) + MIMU6: exomastome 6 de carn dongo (Mus musculs) 48 Tom Strachan @ Andrew Read Figura 2.14. Diferentesresolugies {ée bandeamento cromossémico ppodom decifrar bandae, sub-bandas ( eub-eubbandas. Os paioos de ‘bandearento 6 para o comassarra & ‘hurano (com ieograma anero € cea) ‘a0 mosredos em rvs cescontes Ge resolugdo. Os nies corespordem aproxmadamente a (A) 400, 8) 550 ¢ (©) 850 bandes por conjure hapa, ermitindo a subdisto vsual de bandas fem sub-bandas, ede sub-tandas fem sub-sub-bandas, 0 passo cue a resolug aumenta. [Adapiada de Coss Wolstentoime (2001), Human Cytogenets Constutonal Anais, 3d ed, (DE Rooney, 2). Com pernissio de Oxford Universi Press] Figura 2.15 Cremassomos em prometifase mitética de lintécitos ‘de um homem normal. O caroesama ‘mostra bandeamento G de aka resolu (entre $50 © 850 bandas por eenunto heploiée). Comparar com 0 ideograma iseazado na contacapa deste Ivo. [De (ross & Wolstenotme (2002). Human Cytogenetics: Oonsttutienal Analyse, 2c, (DE Rooney, ed). Cam permissio de (ford University Prose. ® ® © caus os eu at “ er rN rs re eg Relatos citogenéticos maisinformativos também mostram a estrutura das bandas dos ‘cromossomos individuals. Um carlograma é uma representacao grlica do conjunto de cromossomos metafisicos de um individuo exibido como pares ce homélogos (ver Figu +4 2.15); confusamente, isso também 6 frequente e erroneamente chamado de cariétipo, Os cariogramas costumavam ser preparados cortando-se uma fotografia de cromossomos. ‘metafisicos que tivessem sido espalhados em uma limina de microscopia (um espalha- ‘mento cromossimico) e pareando-se os cromossomos homélogos; hoje, programas de anilise de imagem sao utilizados como alternati Como sera descrito na préxima segio, andlises de citogenética molecular sio atual- ‘mente amplamente utilizadas, particularmente em andlises de cromossomos de células tumorais A citogenética molecular localiza sequéncias especificas de DNA nos cromossomos ‘As téenicas de bandeamento cromossomico permitem anilises brutas da organizacao es ‘rutural dos cromossomos, com uma resolucio de diversas megabases. Para andlises com resoludo mais alta, faz-se necesséria a deteccao de sequiéncias especificas de DNA nos Para detectar se uma sequéncia de DNA desejada (a sequéncia de DNA-alvo), um ligonucleotideo ou sequéncia curta de DNA complementar é primeiramente marcado ‘de alguma maneira para gerar uma sonda de oligonucleotideo ou dcido nucleico. Quan: to maior a sonda, mais especitica sua ligaglo, Sondas de oligonucleotideos possuem, em le 3¢ 9¢ 96 0 (Car C90 2 y if Wow Rog con Wo ‘

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