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Hipo/hipertireoidismo
Hipo/hipertireoidismo
Clínica Médica I
Dr Felipe Parreira
HIPOTIREOIDISMO
- Deficiência(ou falha) de síntese ou secreção de hormônios tireoidianos nos tecidos🡪Resultando em lentificação
generalizada do metabolismo.
- Falhou ou faltou T4 🡪 temos hipotireoidismo
- Síndrome clínica definida pela deficiência de síntese ou secreção ou ação inadequada dos hormônios
tireoideanos.
CLASSIFICAÇÃO
- Primário: falência tireoidiana
- Secundário: falência hipofisária – deficiência de TSH
- Terciário: deficiência hipotalâmica de TRH
Formas secundária e terciária costumam ser agrupadas no conceito de “hipotireoidismo central”.
Sintomas Sinais
Cansaço, fraqueza Pele seca, fria e grossa
Pele seca Edema facial
Intolerância ao frio Edema de mãos e pés
Perda de cabelo Alopercia difusa
Dificuldade de concentração Madarose lateral (perda das
sobrancelhas)
Depressão Hipertensão arterial(Raramente
passa de 150/100 mmHg)
Amnésia Bradcardia
Constipação Edema periférico
Ganho de peso com pouco Retardo na recuperação do reflexo
apetite (ganho de peso por tendinoso (Aquileu)
conta do edema)
Dispneia Síndrome do túnel do carpo
Rouquidão (edema de corda Derrame pericárdico
vocal)
Menorragia (depois, Derrame pleural
Amenorreia)
Parestesias
Hipoacusia
- O que vocês precisam guardar? Que os sinais e sintomas são decorrentes de 2 mecanismos:
1º) Lentificação do metabolismo
2º) Acúmulo de glicosaminoglicano (proteína) no interstício de órgãos e tecidos (leva ao edema)
- Ou seja, o paciente fica lento e edemaciado.
DIAGNÓSTICO
Diagnóstico clinico
Quando suspeitamos clinicamente de Hipotireoidismo e pedimos os exames específicos, temos:
-Eutireoidiano: 66%🡪2/3 dos pacientes tem TSH normal.
-Hipotireoidiano: 33%
- Hashitoxico: glândula está sendo atingida de maneira intensa e liberando na circulação o resto de T4 que ainda
estava presente (A tireoide não está mais produzindo T4). Então, no inicio, o paciente tem sintomas de
Hipertireoidismo (obs: Não tem Hipertireoidismo, só sintomas)
TSH T4
Hipotireoidismo primário Alto ↑ Baixo↓
Hipotireoidismo central Baixo ↓ Baixo↓
Hipotireoidismo subclinico Alto ↑ Normal
Hipotireoidismo primário: TSH elevado e T4 livre baixo.
Maioria dos casos, num primeiro momento: elevação isolada do TSH, com T4 livre normal
🡪Hipotireoidismosubclinico: como a glândula é destruída aos poucos, a “reserva” tireoidiana é progressivamente
requisitada, sendo necessário um nível relativamente mais alto de TSH para manter o T4 livre dentro da faixa
normal. Muitos doentes com perda completa da “reserva” e queda de T4 livre, queposteriormente será seguida
pela queda do T3.
Desnecessário dosar o T3 sérico, já que sua redução sempre sucede a do T4 livre!
Hipotireoidismo central: Doenças hipotalâmicas causam redução da secreção de TSH, por prejudicar a
produção ou transporte de TRH a hipófise. O hipotireoidismo pode ocorrer, porque a hipófise passa a secretar TSH
em quantidades insuficientes, ou segregar TSH com um padrão de glicosilacao anormal que reduz sua atividade
biológica.
- Palpação da glândula com hipotireoidismo: é rígida/dura e aumentada (não éfibroelástica).
(ARTIGO)
- Algumas medicações alteram a dosagem de T4 🡪 sem significar hipotireoidismo.
- As mais importantes são: Lítio (usado em transtornos bipolares), Amiodarona, Carbonato de Cálcio e IBP.
Obs: Devemos interpretar os resultados do paciente de acordo com asmedicações usadas.
Aumenta TSH com T4 normal
Existem condiçõesem que pode ocorrer aumento do TSH com T4 livre normal sem que haja hipotireoidismo
subclínico.
- Período deconvalescência de doenças não tireoidianas,
- Insuficiência adrenal,
- Uso de certas medicações comometoclopramida ou domperidona, tireotropinomas(adenomas hipofisários
produtores de TSH).
Em tais casos, não há indicação de repor levotiroxina!!!
Hipotireoidismo reduz Clearance
- O hipotireoidismo reduz a depuração de algumas drogas importantes.
- Anticogulantes: Marevan, Varfarina.
- Se depura menos 🡪 o anticoagulante vai circular por mais tempo, ou seja, age com mais intensidade 🡪 o
paciente vai ser anticoagulando mais que o necessário 🡪 risco de sangramento.
- Drogas que podem ser usadas 🡪 RNI: 2-3🡪Xarelto, Pradaxa, ... (São antigoaculantes que não dosa RNI)
- Porqueanticoagulamos o paciente na Fibrilacao Atrial? Risco de formar trombo.
- Hipnótico
- Opioides
Anticorpos associados
- Anti TPO: Sua presença indica um processo autoimune 🡪típico da tireoidite de Hashimoto.
- Quando pedir? Duvida diagnostica.
- AntiTireoglobolina:Indicativo de doença autoimune.
Tratamento
- Tratamento é crônico, exceto nos casos de Hipotireoidismo reversíveis, que são a minoria.
- Levotiroxina sintética (T4)dose única - diária de preferência pela manhã e com o estômago vazio (uma hora
antes do café).
- PQ não usa T3 (que é o metabolito ativo)? A meia-vida do T3 é muito curta (<24 horas).
- Meia-vida do T4 🡪 7 dias.T4 não pode ser manipulado 🡪 estamos falando de microgramas
- Objetivo do tratamento: Reversãode todas manifestações clinicas.Manter o TSH dentro da faixa dereferência,
isto é, entre 0,5 e 5,0 mU/L.
- Atenção: Se o paciente começar com uma marca, tem que terminar com essa marca 🡪 Devido a diferença de
bioequivalência entre as marcas.
- Levotiroxina tem meia-vida de 7 dias, sendo, portanto, superior ao T3 (liotironina) para reposição, uma vez que o
T3 tem meia-vida relativamente curta, em torno de 24 horas (com maior chance de resultar em concentrações
inadequadas do hormônio no sangue).
- Dose a ser administrada varia de acordo com o peso do paciente, idade e presença de comorbidades
- Dose média de 1,6 mcg/Kg/diaAdulto jovem saudável: dose inicial é de 1,6 a 1,8 μg/kg/dia. Neste tipo de
paciente, o tratamento pode ser iniciado em dose plena desde o início.
- Idosos: começar com 25 a 50 mcg(a dose tem que ser ajustada aos poucos)
- Adultos com mais de 60 anos de idade: dose inicial é de 50 μg/dia, e nos pacientes comcardiopatia grave (ex.:
coronariopatia) a dose inicial deve ser de 12,5-25 μg/dia, com incrementos de 12,5-25 μg a cada 2-3 semanas!
- Doses elevadas de levotiroxina nestes indivíduos podem precipitar isquemia miocárdica (aumento do consumo
miocárdico de oxigênio), sendo eventualmente necessário revascularizar o miocárdio do paciente antes de
aumentar a dose da levotiroxina.
- Crianças e Gestantes precisam de dose maior que idosos.
- O fator que mais interfere na absorção é a alimentação.
Levotiroxina é mais bemabsorvida à noite, momento em que seria necessária uma dose menor do hormônio.
- No entanto, a administração noturna de levotiroxina pode causar insônia grave, devido ao pico plasmático que
ocorre logo após sua administração! Por tal motivo, costuma-se prescrever o medicamento pela manhã e em
jejum (para reduzir a ligação às proteínas alimentares). O ideal é que ela seja ingerida uma hora antes do café
ou, quando isso não for possível, duas horas após a alimentação...
- Não ingerir junto com IBP, sulfato ferroso, carbonato de cálcio e sertralina.
- Orientação:IBP 🡪 Tomar primeiro o T4, depois de uma hora tomar IBP 🡪 Alimentar: 30 min após o IBP.
- Ajuste de dose com 4 semanas – pelo TSH (ajuste da dose é feito pelo TSH e não pelo T4 🡪 TSH é mais sensível)
- Ajustar de 12,5 a 25 mcg
- Iniciado o tratamento, devemos dosar o TSH após 4 a 6 semanas. Ajustes posteriores na dose, entre 12,5-25 μg,
poderão ser feitos com novas dosagens do TSH em 4-6 semanas.
- Controle pelo TSH🡪Geralmente optamos por níveis mais baixos de TSH (melhor qualidade de vida).
- O limite superior de normalidade do TSH é alvo de controvérsias
- Na manutenção, dosar TSH 1 ou 2 vezes ao ano.Uma vez atingida a dose de manutenção, a reavaliação da
função tireoidiana pode ser feita a cada 6 ou 12 meses.
-Hipotireoidismo central: controle da dose de levotiroxina deve ser feito pelos níveis de T4 livre no sangue!