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XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

ANÁLISE DA GESTÃO ESTRATÉGICA DE UMA


EMPRESA DO RAMO DE CONFECÇÕES DA
CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB

Thatiana Silva Januario (UFCG )


thatianasjanuario@hotmail.com
Amanda Pereira Gomes (UFCG )
amanda_pgomes@yahoo.com.br
Sabrinna Barbosa de Brito Lira (UFCG )
sabrinnabarbosa@hotmail.com
Talita Freire Chaves (UFCG )
tita_freire@hotmail.com

Nos últimos anos, diversas modificações que ocorreram nos cenários


mundiais provocaram, e continuam provocando profundas mudanças nos
processos produtivos e gerenciais em praticamente todos os setores da
atividade humana. Neste contexto, este artigo propõe-se a analisar a
importância do Planejamento Estratégico Organizacional como ferramenta
auxiliar para o gerenciamento das empresas dentro do mercado
extremamente competitivo através das ferramentas de análise PEST e das
Cincos Forças competitivas de Michael Porter. Diante disso, pode-se
evidenciar a necessidade de uma estratégia que oriente a empresa para que
seja possível alcançar seus objetivos, seja através da produção de bens ou de
oferecimento de serviços. Nesse sentido, objetiva-se nesse trabalho, o
diagnóstico do ambiente externo de uma empresa do ramo de vestuário
infantil. Metodologicamente realizou-se uma revisão bibliográfica e foi-se
elaborado e aplicado um questionário e realizadas visitas in loco para
obtenção dos dados necessários para executar este estudo.

Palavras-chaves: planejamento estratégico; análise PEST; cinco forças


competitivas.
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1. Introdução
O planejamento estratégico surge como uma ferramenta de grande importância para o auxílio
à alta administração, uma vez que, permite nortear as ações gerenciais da empresa dentro de
um plano previamente determinado de metas e estratégias, diminuindo a possibilidade de
tomada de decisões equivocadas. Diante disso, pode-se evidenciar a necessidade de uma
estratégia que oriente a empresa para que seja possível alcançar seus objetivos, seja através da
produção de bens ou de oferecimento de serviços.

Assim, objetiva-se nesse trabalho, o diagnóstico do ambiente externo de uma empresa do


ramo de vestuário infantil, realizando-se uma análise macro ambiental e micro ambiental –
dinâmica competitiva de setor, através das ferramentas da análise das cinco forças
competitivas, dos métodos competitivos, das análises dos recursos, análises das capacidades,
relacionando-as. Visando alcançar uma eficiente caracterização do setor e análise dos
métodos competitivos e particularidades existentes na empresa.

A empresa em estudo é uma loja multimarcas do comércio varejista, vendendo confecções


infantis de marcas conceituadas no mercado, procurando atender crianças de 0 a 10 anos de
idade e buscando sempre um maior conforto, versatilidade e diversidade.

Uma revisão bibliográfica se fez necessária para o entendimento e execução da análise. A


partir desta, foi elaborado e aplicado um questionário e realizadas visitas in loco para
obtenção dos dados necessários para executar a análise PEST, as cinco forças competitivas,
relacionando-as e os métodos competitivos. E, a partir destas análises saber em quais pontos a
organização deve estabelecer metas de melhoria para continuar competitiva no mercado no
qual atua.

2. Fundamentação Teórica
2.1. Análise PEST (Político-Econômico-Social-Tecnológico)
É sabido que diversas variáveis externas são capazes de interferir o planejamento e execução
da estratégia de uma organização. Assim, estar preparado para as mudanças e estar ciente da
situação na qual o mercado se encontra é imprescindível para que uma organização consiga

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manter-se competitiva. De acordo com Oliveira (2009) a análise PEST é uma ferramenta
importante para as empresas considerarem o macro-ambiente que as rodeia antes de iniciar
um plano estratégico, de marketing, de desenvolvimento do negócio e de produto, aplicando-
se mais ao mercado. Este método é realizado a partir da análise dos ambientes político,
econômico, social e tecnologia.

A análise do ambiente político se dá através do fato como a empresa obedece e como pode
adequar-se da melhor forma as leis e regulamentos impostos pelo governo. Nesta parte da
análise PEST deve-se buscar informações sobre a legislação trabalhista vigente, as leis
referentes à proteção ambiental, políticas de taxação etc. A partir disto, verifica-se quais
desses pontos mais interferem na organização e como interferem.

Em relação ao ambiente econômico devem-se analisar as tendências de PIB, a inflação, o


índice de desemprego, disponibilidade de energia, entre outros pontos. A necessidade desta
parte da análise pode ser explicada pelo fato de que se a economia de uma empresa não está
bem, logo todo o processo de tomada de decisão será afetado. Assim como, a economia da
região na qual a empresa comercializa também interfere diretamente na organização.

O ambiente social é analisado de acordo com os costumes, atitudes e costumes da população


onde a empresa atual ou pretende atuar. Esta análise pretende fornecer informações para que a
organização seja capaz de atingir suas metas e objetivos através da melhor estratégia que
possa ser desenvolvida. Nesta parte deve-se analisar variáveis como consumismo, níveis
educacionais, mudanças no estilo de vida, distribuição de renda, entre outras.

Por fim, no que diz respeito ao ambiente tecnológico deve ser obervado a velocidade com que
as tecnologias se modificam, a obsolescência das mesmas e as novas tecnologias. Este ponto
deve mostrar como a empresa pode aproveitar e melhorar seus processos através da tecnologia
de acordo com o ramo que está inserido, uma vez que, para algumas empresas a tecnologia é
indispensável e para outras é o próprio produto fabricado.

Diante do exposto, é importante esclarecer que as pessoas que serão responsáveis pela análise
PEST devem discutir os elementos de cada ambiente trabalhado e verificar a relevância de
cada um para a estratégia da organização para, a partir disto, poder trabalhar melhorias

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naquelas variáveis que mais interferem o ambiente organizacional.

2.2. Métodos Competitivos


Para avaliar o ambiente competitivo da organização pode-se analisar quais os métodos
competitivos mais adotados e os menos adotados pela empresa. Neste estudo, serão tratados
como métodos competitivos aquelas atitudes que a empresa executa e que exercem força
diante do mercado competitivo no qual a mesma está inserida.

A análise dos métodos competitivos se dá em duas partes, que são: métodos mais adotados e
métodos menos adotados. Esta análise fornece informações a cerca de quais fatores
competitivos são melhores trabalhados e quais são menos trabalhados dentro da empresa. A
partir disto, é possível determinar a identidade da empresa e como a mesma pode investir em
melhorias para se manter competitiva, ou seja, determinar que um fator de extrema
importância não está sendo devidamente trabalhado pela organização.

Para melhor esclarecer os métodos competitivos podem-se citar como alguns fatores a serem
analisados durante esse processo: qualidade e inovação dos produtos; capacitação e satisfação
dos colaboradores, preocupação com a imagem da empresa, preocupação com a redução de
custos, entre outros.

2.3. Cinco Forças Competitivas de Michael Porter


O modelo das Cinco Forças de Porter destina-se à análise da competição entre empresas. Este
trata de uma ferramenta que objetiva verificar a atratividade estrutural a partir da análise dos
componentes e da estrutura de um segmento pré-determinado, baseado em “cinco forças” que
agem em cada segmento de um mercado.

Dentre as aplicações desse modelo destaca-se a utilização do mesmo para que concorrentes
que pretendam entrar em um novo mercado possam avaliar problemas decorrentes da
estrutura da indústria escolhida. Além disso, a ferramenta também visa permitir aos
competidores atuais a consolidação de uma tarefa contínua de acompanhamento da indústria,
de forma a viabilizar a manutenção de competitividade em mercados onde eles já operam.

Nesse contexto, quanto maiores às barreiras de entrada para novos concorrentes, melhor para

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as empresas que já estão no mercado. Isso porque a iminência da entrada de novos


concorrentes pode impor aos agentes instalados no mercado níveis de lucro baixo, de tal
forma a comprometer a atratividade da indústria.

De acordo com Porter (2005), uma indústria é atrativa quando apresenta elevadas barreiras de
entrada, os fornecedores e clientes têm modestos poderes de barganha, os produtos e serviços
substitutos são fracos e também quando a rivalidade entre os competidores aproxima-se da
estabilidade.

De forma mais específica, o conjunto dessas cinco forças competitivas: ameaça da entrada de
novos concorrentes, a ameaça de substitutos, o poder de negociação dos compradores, o poder
de negociação dos fornecedores e a rivalidade entre os concorrentes existentes, determinam o
potencial de lucro final da indústria, sendo que a rentabilidade determina a atratividade da
referida indústria (PORTER, 1979).

3. Procedimentos Metodológicos
O estudo para a realização deste artigo pode ser caracterizado como exploratório e descritivo
e pode ser definido como estudo de caso. Sua natureza é qualitativa, considerando-se que não
se preocupa com representatividade numérica, mas sim com o aprofundamento da
compreensão de um grupo social, da organização etc. A metodologia adotada foi o uso de
pesquisa bibliográfica, pesquisa in loco e abordagem descritiva, que envolve observação,
registro, análise e explicação das variáveis relacionadas ao tema. Aplicou-se o instrumento do
tipo questionário com colaboradores que exercem funcão gerencial e a observação não
participante. A empresa objeto de estudo atua no ramo de comércio varejista de confecções
infantis de marcas conceituadas há mais de dez anos no mercado da cidade de Campina
Grande – PB.

4. Resultados e discussões

4.1. Análise PEST

Para realizar a análise das forças macro ambientais utilizou-se da análise PEST. A partir
desta, a empresa consegue visualizar com maior clareza desafios, oportunidades e tendências

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presentes em seu contexto competitivo. Abaixo, estão descritas as quatro abordagens, nas
quais se analisou dois fatores que mais influenciam no mercado que a empresa atua.

4.1.1 Tendências político-legais

a) Políticas industriais e setoriais


Em relação ao desenvolvimento industrial, tem-se que para o período de 2011 – 2014 o Brasil
está tendo sua capacidade competitiva nacional fortalecida, enfatizando o investimento em
inovação tecnológica, organizacional e corporativa.

A política do país em relação de micro à média empresa afeta diretamente o mercado no qual
a empresa estudada está inserida, sabendo que, se essa política facilita a abertura e
beneficiamento de empreendimentos, tem-se um aumento na concorrência no nicho de
mercado.

b) Código de defesa do consumidor


O código de defesa do consumidor trata de direitos e obrigações para os consumidores e
fornecedores, evitando que os consumidores sofram qualquer prejuízo. Neste, considera-se os
consumidores como a parte mais fraca da relação estabelecida, pois o fornecedor deve ter
domínio daquilo que faz e possui informações e conhecimentos que o cliente não possui.
Neste aspecto é necessário que a sua política esteja de acordo com o código de defesa do
consumidor.

4.1.2 Tendências econômicas

a) Perspectivas de crescimento econômico


O mercado infantil no Brasil está crescendo e as marcas que formam este mercado estão
atentas para expansão deste segmento. Segundo a Associação Brasileira de Indústria Têxtil, o
mercado de moda infantil no Brasil movimenta cerca de R$ 4,5 bilhões, com crescimento
anual de 6%, representando 15% da indústria têxtil nacional. Esse crescimento afeta a
empresa, pois crescimento no mercado no qual a empresa está inserida, significa mais
oportunidades.

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b) Tendências salariais do mercado


Em relação a tendência salarial, tem-se que a situação financeira dita o que se compra e o
quanto se compra. Trazendo a discussão para a realidade desta pesquisa, na qual a empresa
objeto de estudo tem o mercado voltado para produtos selecionados, de alta qualidade,
mudanças na tendência salarial podem afetar diretamente nas vendas da mesma.

4.1.3 Tendências tecnológicas

a) Novas tecnologias
O desenvolvimento de novas tecnologias afeta praticamente todos os setores que se estuda.
Como exemplo, se a indústria têxtil adquirir uma nova tecnologia e esta possibilitar uma
redução de custos para a indústria, esta redução trará vários benefícios para a própria empresa
até os clientes.

b) Acesso as fontes de tecnologia


As inovações devem estar presentes em todas as organizações para que esta se destaque no
mercado. Não diferentemente, inovações no que diz respeito a tecnologia estão assumindo
uma importante função nas últimas décadas em qualquer setor. Assim, podemos incluir o
ramo da empresa estudada nesta regra.

Para gerenciar as informações da loja, a empreendedora escolheu o software Linx MicroVix,


que se apresenta como uma solução completa de gestão de lojas de redes e franquias,
auxiliando a padronizar informações e relatórios.

4.1.4 Tendências sócio-culturais

a) Mudanças de hábitos
As mudanças de hábitos sofridas pela sociedade, em geral, caracteriza uma nova forma de
tipos de roupas fabricadas, assim como uma nova forma de vendas. Pode-se observar esta
afirmação analisando os estilos de roupas infantis que temos hoje e o que tínhamos há 30 anos
atrás. Em relação a forma de venda, antigamente a venda era voltada para agradar os pais,
pois o sucesso de venda dependia apenas deste.

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Deste modo, o mercado de roupas infantis necessita, atualmente, atender não só as vontades
dos pais, mas também de algumas crianças que já ditam moda e passaram a opinar nas
próprias roupas.

Neste contexto, a organização estudada foi criada para atender o crescimento do nicho de
mercado na cidade de Campina Grande – PB e desde a inauguração tem conseguido se
destacar no mercado por fornecer produtos para crianças de 0 a 10 anos procurando atender as
tendências já citadas.

b) Novas atitudes
A roupa sempre representou os fatores socioculturais de épocas, e estas dizem muito sobre
cultura, classe social, religião, entre outros. Neste diapasão, atualmente, o mercado de
vestuário infantil também aceitou essa afirmação de moda como diferenciador social.

Assim, tem-se uma nova gama de clientes que querem mais do que roupas para seus filhos,
mas uma identidade e uma representação da família através das roupas. Assim, a empresa
estudada procura estar inserida nesse novo conceito de roupa que atinge também o mercado
de roupas infantis.

4.2 Análise das cinco forças competitivas

a) Ameaça de entrada

A entrada de novas empresas no setor de confecções infantis dependerá das barreiras de


entrada existentes. Em um contexto geral, empresas como a em estudo, tem sua origem e
formação, geralmente, em famílias que começaram com pequenas lojas, e em alguns
casos, tornam-se grandes grupos, expandindo franquias por todo o país.

Diante disso, se um concorrente optar por entrar neste setor irá deparar-se com a reação
esperada dos concorrentes estabelecidos, que possuem muito poder de concorrência, e
uma elevada carga de experiência de mercado. Nesse sentido, novos entrantes devem
dispor ainda de uma estratégia concorrencial coerente, eficaz e com algum diferencial
em relação a seus principais competidores.

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Assim, o fator de Novos Entrantes apresenta-se positivamente em relação à empresa


objeto de estudo, pois, ao analisar o cenário que o novo empreendedor deverá enfrentar
para montar uma concorrência, percebe-se que as dificuldades são intensas e os retornos
só viram em longo prazo.

b)Intensidade da rivalidade entre os concorrentes

Como em qualquer outro setor em que a concorrência é de alto nível, há, entre as lojas do
ramo de confecção infantil na cidade de Campina Grande-PB, uma grande disputa por
melhores posições, ou mesmo, para manter sua posição no mercado.

Nesse sentido, realizou um estudo com quatro da concorrência das maiores concorrentes
dentro da cidade da empresa etudada, a fim de conhecê-los melhor através da qualidade, do
custo e da variedade de produtos. A tabela 1 abaixo relaciona os concorrentes em relação a
qualidade, custo e variedade.

Tabela 1 – Concorrentes da empresa em estudo

Fonte: Elaborado pelos autores.

Diante dos dados observados na Tabela 1, pode-se concluir que dentro da cidade o ramo de
confecções é bastante diversificado, fazendo com que a empresa tenha que se empenhar
bastante em manter um preço razoável, mas que seja capaz de conservar uma boa qualidade,
proporcionando ao cliente uma confiança.
Assim, em relação a força “Concorrentes”, apresenta-se de forma negativa para a empresa em
estudo, pois os principais concorrentes apresentam características semelhantes.

c) Produtos substitutos

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Aos analisar os produtos fornecidos pela empresa estudada, observa-se que os mesmos
não possuem produtos substitutos para o nicho de mercado no qual a mesma está
envolvida.

d) Poder de negociação dos compradores


A procura por melhores produtos, serviços e preços dos clientes é essencial no setor de
vestuário infantil, tanto pelos clientes que procuram melhores preços e qualidade como as
lojas desse ramo, que estão cientes da concorrência e busca oferecer sempre o melhor
naqueles itens ao cliente. Nesse sentido, as empresas tendem a estar atentas a novos
lançamentos, tecnologias de produtos, buscar inovações e etc. Assim, sabendo que o cliente é
o foco das empresas, o objetivo da empresa é justamente atender a melhor maneira possível os
seus clientes, fazendo com que eles voltem a procurar a loja posteriormente.
A empresa está localizada em um bom local, num bairro onde existem os maiores centros
médicos infantis e maternidades, ou seja, propício para o mercado. Assim, o fator “Clientes”
se torna positivo pela fidelidade destes para com a empresa.

e) Negociação dos fornecedores

Uma nova característica apresentada no mercado, é que os consumidores, através de seu poder
dominador de demanda, estão hoje ditando as regras da atividade de fornecimento de produtos
às companhias do setor.
Neste cenário, a organização estudada busca um grande número de fornecedores, para que os
clientes tenham uma variedade de opções, podendo escolher entre o que satisfaz melhor sua
necessidade, pretendendo assim assegurar que mesmo na ausência de um fornecedor, consiga-
se manter a mesma linha de qualidade e diversidade. Manter contato com representantes é um
ponto que a empresa presa, pois através deles pode-se ter um estreitamento com as empresas
fornecedoras.
Diante disto, percebe-se que devido a qualidade dos produtos que são vendidos pela empresa,
tem-se que os fornecedores são grandes empresas de marcas consolidadas. Isso caracteriza
uma situação onde o fator “Fornecedores” apresenta-se positivamente na organização, pois a
empresa mantém contato com os fornecedores, buscando principalmente manter marcas

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exclusivas na cidade e até no estado.

4.3 Relação das cinco forças


Tem-se as forças que se apresentam positivamente para o cenário da empresa são: novos
entrantes, compradores e fornecedores. Já o que possui aspecto negativo é o concorrente. E
em relação à força produtos substitutos, não possui.

4.4 Métodos competitivos

Para analisar o ambiente competitivo no qual a empresa se insere e a partir daí saber quais os
métodos competitivos adotados por ela para se manter no mercado, foi necessário a aplicação
de um questionário no qual o respondente marcava quais fatores a empresa dava mais ênfase e
quais davam menos ênfase.

4.4.1 Métodos mais adotados

Os fatores competitivos que a empresa estudada dá maior ênfase são : vender novos produtos;
ampliar a gama de produtos; empregar rígidos procedimentos de controle de qualidade do
produto; empregar esforços para conseguir uma marca; buscar novos designs; aumentar
esforço para assegurar a disponibilidade dos produtos; enfatizar a venda de produtos
especializados; aplicar esforços para alcançar uma reputação no setor; mediar produto em
segmentos de mercado de preços altos.

É possível notar que um dos pontos mais importantes sob a visão da empresa é conseguir
vender produtos diferenciados, buscando novos modelos e ampliando assim a gama de
produtos vendidos, criando uma maior variedade, tendo como alvo agradar a uma maior
quantidade de clientes.

Dentro do comércio de roupas, inclusive infantis, a busca por novos designs e novas marcas,
de preferência exclusivas, gera uma maior vantagem competitiva já que esses artigos
chamarão a atenção dos clientes e trarão também novos consumidores, gerando assim uma
maior lucratividade. Uma vez que a empresa por algum momento se desatualize das
tendências nacional e mundial pode perder clientes, momentaneamente ou permanentemente,

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e assim perder a boa reputação dentro do setor em que se insere.


Esses novos modelos por vezes podem subir a média dos valores, pois a empresa busca
mediar produtos de boa qualidade e na grande maioria das vezes o custo é mais elevado para
que o consumidor possa ter esse benefício. Nesse ponto é perceptível que a empresa não visa
valor de venda, mas sim a qualidade e o significado que as suas roupas terão para o seu
cliente.

4.4.2 Métodos menos adotados

Os fatores competitivos analisados pela empresa que foram tidos como os menos adotados
são: aplicar esforço contínuo na redução do custo de venda; limitar a gama de produtos; elevar
gastos nos processos de capacitação de pessoal referentes ao processo de venda; inovar o
processo de venda; mediar produtos em segmentos de mercado de preço baixo e inovar em
técnicas de equipamentos de venda.
A empresa não dá ênfase quando se trata do preço final, já que os seus consumidores em
potencial estão preocupados com a obtenção de roupas que sejam confortáveis, diferentes e
exclusivas. Mas, para isso eles estão dispostos a pagar um preço maior, fazendo com que a
empresa não se esforce em reduzir o custo final destes produtos e também não se preocupa em
mediar produtos com baixos preços já que a disponibilidade destes em outras lojas é vasta,
principalmente em lojas de departamentos.
Dentro do processo de venda, a empresa não ver como prioridade a capacitação dos
funcionários em relação a esse processo, uma vez que a única exigência feita é o bom
tratamento com os clientes e a procura por atendê-los com 100% de excelência.

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4.5 Relação entre os métodos competitivos mais usados e as cinco forças competitivas
Figura 2 - Relação entre os métodos competitivos mais usados e as 5 forças competitivas

Fonte: Elaborado pelos autores

A partir da análise a cima é possível concluir que os fornecedores, clientes e concorrentes são
as três forças competitivas mais importantes para a empresa, uma vez que todos os métodos
competitivos utilizados por ela são relacionados com essas três forças.
Na escolha de novos produtos para serem vendidos é necessário uma avaliação da qualidade
dos itens que serão vendidos, para que sejam vendidos apenas os melhores produtos do
mercado nacional. Para isso, a empresa usa de vários artifícios para conseguir uma
determinada marca e, de preferência, manter a exclusividade em cima desses produtos. Para a
conclusão desses objetivos, a empresa mantém contato com vários tipos de fornecedores,

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comprando apenas os produtos que forem mais interessantes e tentando manter uma relação
estreita com elas.
Os clientes também são um ponto importante para a empresa, já que são eles que fornecem o
lucro. Muitos clientes buscam por determinados produtos e o empreendimento em estudo
tenta suprir a necessidade deles, dando uma ênfase a essas vontades dos clientes, e muitas
vezes acabam pagando um preço mais altos por esses produtos, mediando assim, produtos de
segmento de preços mais altos.
Os concorrentes também são uma das forças que mais importam, já que caso ela venha a
tropeçar em alguma coisa pode ocasionar a perda da sua posição dentro do setor de venda de
roupas infantis. A busca por novos design faz com que a empresa detenha uma maior
exclusividade de produtos dentro do nicho de mercado que ela atua, fazendo com que
mantenha uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes. Mantem-se um
grande esforço para manter a disponibilidade de produtos, garantindo que os seus cliente não
saiam do ambiente insatisfeitos ou sem as suas vontades atendidas, para que não precisem
buscar um concorrente para supri-las.
Em relação as outras duas forças, pode-se afirmar diante dessa relação que a empresa não dá
uma grande importância aos novos entrantes, já que no ramo que ela está inserida a ameaça de
novos entrantes é bastante restrita e os produtos substitutos não existe no setor de roupas
infantis.

5 Considerações finais
Diante dos dados e informações obtidas, pode-se observar a importância de uma boa
estratégia para as empresas. Neste trabalho, utilizou-se as cinco forças de Porter, onde é
possível identificar e analisar os fatores que afetam a competitividade, que devem ser
estudados para que se possa desenvolver uma estratégia empresarial eficiente.

A partir da análise, foi possível observar em quais forças a empresa estudada atuava de
maneira positiva e negativamente. Se destacando com relação aos novos entrantes,
fornecedores e compradores. A rivalidade dos concorrentes se apresenta de forma negativa
pelo grande número de empresas do ramo, e não possuindo produtos substitutos.

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Ao analisar os recursos do empreendimento, obteve-se como destaque o referente à inovação


(que trata do produto e marketing), isso ocorre pela ênfase que a empresa dá aos produtos
diferenciados e a exclusividade por parte dos fornecedores. A localização e o layout, embora
sejam estratégicos e atualmente traz benefícios, não é impossível que seja substituída ou
copiada por concorrentes, tornando-se um menor diferencial entre os recursos estudados. O
financeiro, tecnológico e o humano, apresentam-se de maneira equilibrada, com seus aspectos
positivos e negativos.

Desta maneira, após análises e estudos sobre o tema, conclui-se que a empresa apresenta uma
estratégia competitiva caracterizada como defensiva, visando a resolução de problemas
futuros, se destacando frente a seus concorrentes através da venda de produtos exclusivos e
inovadores.

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REFERÊNCIAS

Contribuições para a Política de Desenvolvimento Industrial, de Inovação e de Comércio


Exterior - período 2011/2014. ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.
<http://www.brasilmaior.mdic.gov.br/wp-content/uploads/2011/09/livro.pdf > disponível em
05 de setembro de 2013.

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média <http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2012/09/20/internas_economia,318540
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IGEC: moda infantil: segmentação de mercado e o boom das


submarcas: <http://www.igec.com.br/blog/gestao-estrategica-da-comunicacao/moda-infantil-
segmentacao-de-mercado-e-o-boom-das-submarcas/ > disponível em 15 de agosto de 2013.

MENEGUIN, Fernando B. Como o Código de Defesa do Consumidor colabora para a


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content/uploads/2011/09/como-o-codigo-de-defesa-do-consumidor-colabora-para-a-
eficiencia-da-economia.pdf> disponível em 06 de setembro de 2013.

O Fluminense: Mercado de vestuário infantil cresce e atrai cada vez mais


investidores: <http://www.ofluminense.com.br/editorias/empregos-e-negocios/mercado-de-
vestuario-infantil-cresce-e-atrai-cada-vez-mais-investidores> disponível em 15 de agosto de
2013.

OLIVEIRA, Sheila Christina Mendes de. O planejamento estratégico no mercado de


seguros. Universidade Candido Mendes. Rio de Janeiro, 2009.
PORTER, Michael E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da
concorrência. Edição 2005. Rio de Janeiro: Campus, 2005.
PORTER, Michael E. How competitive forces shape strategy. Harvard Business Review, v.
57, n. 2, mar./abr. 1979.

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