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TREINAMENTO DE FORÇA E SEU EFEITO HIPOTENSOR: UMA NOVA
ABORDAGEM NO TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO DE INDIVIDUOS
HIPERTENSOS

PITÁGORAS CASTRO BITTENCOURT (BITTENCOURT, P. C.)

MARCOS AURÉLIO BESSA (BESSA, M. A.)

MARCO ANTONIO LEITÃO BATISTA (LEITÃO BATISTA, M. A.)


AGRADECIMENTOS:

Aos meus pais Terezinha e Ribamar, pelo amor incondicional, pela educação, pelo
cuidado e por nunca medir esforços para me ajudar a alcançar os meus objetivos. Obrigado por
estar sempre ao meu lado durante esta gratificante trajetória acadêmica. A toda minha família
que sempre me apoiaram, em especial aos meus irmãos Carol e Douglas que serviram como
referência para que eu pudesse ingressar na faculdade. Obrigado.
Aos meus avós Ciça e Raimundo, que me ensinaram como ser um individuo melhor e
que me ensinaram também a respeitar o próximo. Em especial a meu avô, meu muito obrigado
pelos conselhos e por me mostrar sempre o caminho certo. Vocês sempre serão minhas
referências. A toda família Castro, em especial a minha segunda mãe, Rosa que sempre me
ajudou quando precisei e também pelos conselhos e ensinamentos que sempre levarei comigo.
Muito obrigado.
A minha namorada, Adelaide que em momentos diferentes da minha vida, foi o meu
porto seguro, que durante estes anos me fez entender e redescobrir a cada dia o verdadeiro
VLJQLILFDGRGDH[SUHVVmR³FRPSDQKHLULVPR´TXHSUHHQFKHRVPHXVGLDV e o meu coração, me
guiando e me ensinando dia após dia a ser uma pessoa melhor. A todos os meus amigos que
fizeram e/ou fazem parte dessa história, saibam que tem um pouco de cada um de vocês na
pessoa que me tornei hoje. Obrigado.
Ao meu professor orientador, Marco Leitão que me ajudou durante todo esse processo
e, que além de ser um grande professor é também um grande ser humano. Obrigada pelo
trabalho que fizemos juntos, por todo o aprendizado e por ter compartilhado comigo um pouco
dos seus conhecimentos e experiências sobre o assunto. A todos os professores que passaram
pela minha vida acadêmica, quecompartilharam suas vivências e ensinaram a todos nós com
dedicação, visando formar grandes profissionais e mais do que isso, grandes cidadãos.
Obrigado.
RESUMO:

A Hipotensão pós Exercício (HPE) é um fenômeno que ocorre depois da realização de um determinado exercício,
podendo perdurar em alguns casos na maior parte das 24 horas, sendo uma das principais adaptações fisiológicas
proporcionada pelo TF para individuos com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Quando se fala em pacientes
hipertensos, é de fundamental importância que o Profissional de Educação Física conheça as alterações
cardiovasculares que o exercício causa, pois a prática do exercício físico (Aeróbico ou de força) pode gerar a HPE.
No entanto, cada tipo de exercício causa efeitos distintos. Diante disso, este estudo teve como objetivo analisar
alguns mecanismos responsáveis pela hipotensão pós treinamento de força (TF) e as diversas formas de
treinamento que podem ser usadas para maximizar esse efeito. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, para
o qual foram utilizados artigos científicos em português e inglês de revistas indexadas nos bancos de dados Scielo,
Periódicos Capes e PubMed, publicados entre os anos de 2014 à 2018. A prática regular de TF induz uma redução
dos níveis pressóricos de indivíduos hipertensos pós exercício, diminuindo os riscos de complicações
cardiovasculares e melhorando a qualidade de vida desta população, isso acontece devido algumas adaptações
fisiológicas proporcionada pelo TF, tais como: diminuição da atividade simpática, redução do débito cardíaco
(DC) durante o repouso, diminuição da resistência vascular periférica (RVP), maior liberação de óxido nítrico
(NO), devido o estresse provocado pelo exercício, entre outros. É possível afirmar que O TF é uma excelente
alternativa no tratamento e prevenção da HAS, haja vista após sua realização acontecer uma serie de respostas
fisiológicas que ajudam na diminuição dos valores pressóricos.

Palavras ± Chave: Treinamento de Força. Hipertensão. Efeito Hipotensor.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS:

AVE± Acidente vascular encefálico

DAC± Doença arterial coronariana

DP ± Duplo produto

DC - Débito cardíaco

EA- Exercício aeróbico

FC ± Frequência cardíaca

HAS ± Hipertensão arterial sistêmica

HPE ± Hipotensão pós exercício

HVE ± Hipertrofia ventricular esquerda

TF± Treinamento de Força

NO ± Óxido Nítrico

PA± Pressão arterial

PAD ± Pressão arterial diastólica

PAS±Pressão arterial sistólica

RM ± Repetição máxima

RVP± Resistencia vascular periférica

SBH ± Sociedade brasileira de hipertensão

SNS ± Sistema nervoso simpático

TC ± Treinamento combinado
SUMÁRIO:

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1

2.REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 


2.1 Conceitos e classificação da Hipertensão ...............................................................
2.1.1Conceitos .............................................................................................................. 
2.1.2 Causas da Hipertensão ......................................................................................... 7
2.1.3Classificação da Hipertensão ................................................................................ 9
2.2 Formas de controle da Hipertensão ........................................................................ 
2.2.1Tratamento Medicamentoso ................................................................................. 
2.2.2Tratamento não Medicamentoso........................................................................... 
2.3O TF e seu Efeito Hipotensor .................................................................................. 6
2.3.1Mecanismos Fisiológicos do TF ........................................................................... 
2.3.2Protocolos de TF para HAS .................................................................................. 2
2.3.3Efeitos Hipotensores no EA e no TF .................................................................... 
3.RESULTADOS ............................................................................................................. 
4.DISCUSSÃO ................................................................................................................ 
5.CONCLUSÃO............................................................................................................... 5
6.REFERENCIAS ........................................................................................................... 
ϭ


1 INTRODUÇÃO:

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma manifestação clínica multifatorial


caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos maior ou igual 140 e/ou 90
mmHg, sendo que o primeiro valor corresponde à pressão arterial sistólica (PAS) e o
segundo a pressão arterial diastólica (PAD). Geralmente está associada à distúrbios
metabólicos, alterações funcionais e estruturais de alguns órgãos-alvo (coração, rins,
encéfalo e vasos sanguíneos), e é piorada pela presença de algumas enfermidades, como
obesidade abdominal, dislipidemias, diabetes, entre outros.
Atualmente, podemos avaliar dois tipos de pressão arterial (PA): a periférica, mais
usual e conhecida, e a central, que possibilita avaliação da PA nas arteriais centrais como a
aorta. Essa medida se torna importante pois diferencia o efeito das medidas terapêuticas
sobre a árvore arterial (composta por alguns vasos importantes, tais como: aorta ascendente,
artérias coronárias direita e esquerda, que são ramos da aorta ascendente; aorta descendente,
aorta torácica e abdominal, onde a partir dessas estruturas são formados diversos vasos),
uma vez que a ação delas é diferente na hemodinâmica central e periférica, por exemplo,
existem medicações anti-hipertensivas que atuam preferencialmente na pressão periférica e
pouco reduzindo a pressão central, não trazendo os benefícios esperados na redução de risco
cardiovascular. A periférica geralmente é aferida com um esfigmomanômetro, em
contrapartida a central é mensurada por um aparelho específico ± uma espécie de software
que faz a leitura da onda de pulso pela colocação de um tanômetro sobre o ponto mais forte
de pulsação de uma determinada artéria periférica (radial ou carótida). Esse sinal é captado
e interpretado pelo software que reproduz e analisa a onda de pulso, garantindo assim a
possibilidade de estimar uma forte relação com a pressão aórtica.

Figura 01: Esfigmomanômetro: método para avaliar a PA periférica.

FONTE: SOUZA et al. (2014)


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Figura 02: Tanometria de aplanação: método para avaliar a PA central.

FONTE: PELAZZA (2013).

Os dois métodos, embora factíveis e reprodutíveis, apresentam limitações (erros


relacionados com calibrações da onda de pressão central obtida pela medida oscilométrica da
arterial periférica), porém não os invalida. Assim, um novo método para avaliar a dinâmica
funcional cardiovascular, recentemente testado contra medidas invasivas, que permite estimar
a pressão sistólica central, na vigília e no sono, utilizando um equipamento de monitorização
ambulatorial de pressão arterial ± MAPA, pode se tornar, no futuro, uma forma simples e
inovadora de avaliar a pressão central.

Figura 03: MAPA: método que avalia aPA por 24 horas.

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Na contemporaneidade, as doenças cardiovasculares são responsáveis pela


maior causa de morte no mundo ocidental. Por sua vez, a HAS mesmo leve ou moderada
eleva de modo importante a morbimortalidade, acarretando aumento expressivo no risco
de acidente vascular encefálico (AVE), infarto do miocárdio, doença arterial
periférica, hipertrofia ventricular esquerda (HVE), insuficiência renal e cardíaca.
Desse modo, essa patologia é a doença crônica com maior prevalência em
países desenvolvidos e principalmente nos subdesenvolvidos chegando a atingir cerca de
40% da população mundial, representando acentuado fator de risco para doenças do
coração. É possível destacar ainda que diante de toda essa modernização presente nos
dias atuais, diversas situações como o consumo de alimentos industrializados e a
inatividade física colaboram para que cada vez mais as pessoas sejam acometidas por essa
condição clínica.
Atualmente, essa doença é considerada um relevante problema de saúde pública
devido à sua alta predominância e baixas taxas de controle, colaborando de forma
significativa nas causas de morbimortalidade cardiovascular. No Brasil, cerca de 31% da
população adulta manifesta essa doença e estima-se que em 2025 esse número sofrerá um
aumento de 60%, atingindo um domínio de 40%. A mesma, além de ser uma das principais
causas de mortes por doenças do sistema circulatório, promove um ônus sócioeconômico
alto, com uma vida produtiva prejudicada por invalidez temporária ou permanente.
Hoje, é possível observar que com o crescente aumento de casos de hipertensão,
surgem algumas formas de tratamento, que vão desde procedimentos farmacológicos até
mudanças no estilo de vida. Tais mudanças, como redução do peso corporal, diminuição do
consumo de sal e álcool, adoção de um padrão alimentar mais saudável e prática regular de
atividades físicas são algumas das ferramentas eficazes no controle da patologia.
Na época atual, existem duas modalidades de tratamento: a medicamentosa e a não
medicamentosa. Essa primeira é fundamental para o sucesso no controle da hipertensão e
de seus fatores de risco comumente associados e deve ser aplicada em qualquer tipo e
estágio da HAS, pois vem mostrando ser uma maneira eficaz de combater essa patologia; a
segunda consiste em mudanças no estilo de vida, controle ponderal, medidas nutricionais,
cessação do tabagismo, controle de estresse, e sendo a prática regular de exercícios físicos,
em especial o Treinamento de Força (TF), um dos principais responsáveis pela redução dos
níveis pressóricos tanto de forma aguda quanto crônica.
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Sendo assim, o exercício físico é uma atividade executada com repetições


sistemáticas de movimentos orientados, com consequente aumento no consumo de
oxigênio, que gera uma interrupção da homeostase devido à solicitação muscular, com o
intuito de alcançar um determinado objetivo. Os exercícios são classificados basicamente
de duas formas: aeróbicos (caminhadas, corridas leves/moderadas e bicicleta ergométrica)
ou anaeróbicos (Treino de Força, HIIT e corridas intensas). De modo mais detalhado,
atividades aeróbicas são aquelas que o individuo realiza por um tempo considerável e com
intensidade que varia de leve à moderada, em contrapartida, o anaeróbico são exercícios
mais intensos realizados em curtos períodos de tempo.
Nesse sentido, o TF é caracterizado como um tipo de exercício que exige que a
musculatura esquelética se movimente contra uma força oposta, ou seja, vencendo uma
resistência específica, que normalmente é através de anilhas, halteres, o peso do próprio
corpo, elásticos, entre outras formas.
Atualmente, a prática desse tipo de treinamento vem sendo umas das opções em
programas de exercícios físicos devido ao acúmulo de estudos demonstrando os benefícios
e segurança de sua aplicação em diversos contextos, como por exemplo, em doenças
cardiovasculares, em especial a HAS.
No entanto, para que o exercício promova os benefícios desejados, é necessário
tomar cuidados para que o TF não gere uma alta sobrecarga cardiovascular, pois a
magnitude da resposta pressórica durante esse treino está relacionada às características do
exercício (intensidade, número de repetições e a massa muscular envolvida). A PA aumenta
proporcionalmente com a intensidade do exercício e atinge os valores mais altos nas últimas
repetições de cada série, portanto é imprescindível a presença de um profissional de
educação física especialista na área, uma vez que, o mesmo tem o conhecimento específico
e saberá modificar as variáveis durante o treinamento, dando um melhor suporte para que
esse realize o exercício com segurança.
Nesse contexto, conforme recomenda a 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial
da Sociedade Brasileira de Cardiologia, hipertensos com níveis de PA mais elevados ou que
possuam mais de três fatores de risco cardiovascular, diabetes ou lesão de órgão alvo, devem
fazer um teste ergométrico antes de realizar exercícios físicos de intensidade moderada a
alta.
Partindo do principio que ambos os tipos de exercícios (aeróbios e anaeróbios) são
eficientes para gerar hipotensão pós esforço e levando em consideração as características
dos exercícios, é importante que o profissional entenda as adaptações fisiológicas que cada
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tipo de exercício causa, para então saber o momento certo de utilizar um ou outro dentro de
uma possível periodização.
Levando em consideração que a HAS é fator de risco para incapacidades, sendo uma
doença que atinge boa parte da população, cujo aumento deve-se a vários fatores de risco
que propiciam ao seu aparecimento. As doenças do coração e dos vasos, com destaque para
HAS constituem a primeira causa de morte no Brasil, considerando-se todas as faixas etárias
e ambos os sexos, representando mais de 34% do total de óbitos.
Mais de 30 milhões de brasileiros sofrem de hipertensão, essa síndrome é
considerada um dos principais agravos à saúde no país, pois sobrecarrega o Sistema Único
de Saúde (SUS), principalmente por complicações associadas, como agravos
cerebrovasculares (em especial com a ocorrência de AVE) e doenças cardíacas crônicas,
uma vez que, os indivíduos com PA alterada e acima de 160 mmHg de PAS e 95 mmHg de
PAD estão predispostos a maior incidência de acidente cardiovascular do que os
normotensos.
Por se tratar de uma doença crônica prevalente e sabidamente controlável em alguns
casos com a prática do exercício físico, observou-se a importância de mostrar os efeitos e
benefícios do TF para indivíduos com hipertensão, visto que grande parte da população não
tem acesso a essas informações, o que leva esses indivíduos a utilizarem somente
medicamentos para controlar a doença.
Vale ressaltar que, investigar o efeito hipotensivo do treinamento de força em
individuos hipertensos motivou-se pela minha trajetória acadêmica até o presente momento
e pelo meu interesse científico e profissional. As vivências na universidade, principalmente
por meio dos estágios permitiram um envolvimento com pessoas hipertensas que são
adeptas da prática de algum exercício físico não visando à estética, mas sim a melhorias
funcionais, e visando também o controle da doença em questão. Essas experiências no
campo de estágio contribuíram para a formulação e o amadurecimento das ideias a respeito
do tema: hipertensão e treinamento de força.
Aos portadores de HAS, essa obra é importante, pois visa proporcionar o
conhecimento de mais uma alternativa não farmacológica para o controle da doença, pois,
vários protocolos de TF têm menor duração do que os exercícios aeróbios, sendo assim,
uma boa alternativa para esse público e apresenta ainda o benefício da economia de tempo,
visto que hoje em dia muitos individuos afirmam que não praticam exercício por conta da
correria imposta pelo sistema capitalista.
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Diante do exposto, a presente obra tem como objetivo analisar os possíveis


mecanismos responsáveis pela hipotensão pós TF e as diversas formas de treinamento que
podem ser usadas para maximizar este efeito.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO:
2.1 Conceitos e Classificação da Hipertensão arterial sistêmica:
2.1.1 Conceitos:
Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é definida classicamente pela presença de
níveis de pressão arterial sistólica (PAS) > ou igual 140 mmHg e pressão arterial diastólica
(PAD) > ou igual a 90 mmHg, ou pelo uso de terapia anti-hipertensiva. Esses níveis de PA
devem ser detectados em duas ou mais consultas, das quais devem ser obtidas médias de
duas ou mais aferições em ocasiões distintas (SBH, 2017).
Dessa forma, ponderações podem ser feitas a respeito da definição de hipertensão,
em especial após a publicação das diretrizes do Joint National Committee 8 (JNC 8), que
estabeleceu uma meta diferenciada para o tratamento da hipertensão em indivíduos com >
60 anos de idade para PAS < 150 mmHg e/ou PAD < 90 mmHg. Além disso, a nova diretriz
para HAS publicada em 2017, do American College of Cardiology/American Heart
Association, recomenda uma nova abordagem para a classificação da PA, sendo postulado
como hipertensos adultos com valores médios de PAS > ou igual 130 mmHg ou PAD > ou
igual 80 mmHg (MAYNARDE et al., 2017; NETO et al. 2018).
Ressalta-se ainda que a HAS seja um dos principais fatores de risco para doenças
cardiovasculares, pois atua diretamente nas paredes dos vasos, podendo gerar lesões nas
mesmas. Tal patologia é considerada crônica degenerativa e atinge grande parte da
população, podendo ainda desencadear algumas complicações como: doença arterial
coronariana (DAC), AVE, insuficiência cardíaca e insuficiência renal crônica. Na maioria
das situações, não se tem uma causa especifica, a fisiopatologia da hipertensão é pouco
compreendida, por isso é denominada hipertensão arterial primária, causando em seus
portadores rigidez das paredes arteriais, HVE, entre outras sequelas (SILVA E BERTANI,
2016).

2.1.2 Causas da HAS:


A HAS é uma doença crônico degenerativa, de caráter multifatorial e multigênica.
Portanto, fatores genéticos e ambientais estão associados na manutenção de níveis de PA
cronicamente elevados em seres humanos. Dentre esses múltiplos mecanismos
fisiopatogênicos, o sal é considerado um importante fator no desenvolvimento da
intensidade da HAS (BRANDÃO E NOGUEIRA, 2018; BRANDÃO et al., 2012).
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O sistema nervoso simpático (SNS) é o principal mediador das mudanças agudas na


PA, e atua sobre a reatividade vascular periférica e a frequência cardíaca (FC). Evidencias
na literatura suportam o conceito de que o aumento da atividade simpática de origem no
sistema nervoso central pode contribuir de forma importante no inicio e na manutenção dos
níveis elevados de PA na HAS (BRANDÃO et al., 2012).
O sistema renina-angiotensina é um dos principais reguladores das funções
cardiovascular e renal. A sua ativação transitória ocorre principalmente em resposta a
reduções agudas do volume sanguíneo e da PA. No entanto, desequilíbrios relacionados
tanto à intensidade quanto à duração de sua ativação, especialmente em presença de ingestão
normal ou aumentada de sal, podem resultar em importantes efeitos deletérios responsáveis
por processos patológicos, tais como HAS (BRANDÃO et al., 2012; FERREIRA E
PITITTO, 2015; GUYTON E HALL, 2017).
O excesso de peso está relacionado ao risco elevado de complicações
cardiovasculares como HAS, dislipidemia, diabetes e insuficiência cardíaca, dentre outras
doenças. A obesidade está relacionada a diversas alterações metabólicas, destacando-se a
resistência à insulina e a hiperinsulinemia. O mecanismo fisiopatológico principal
relacionado a essa associação em PA e resistência insulínica é atribuído à ativação do SNS
nos níveis renal e vascular pela hiperinsulinemia, o que leva ao aumento da reabsorção de
sódio e da reatividade vascular (BRANDÃO et al., 2012; BALSAN et al., 2015; TEIXEIRA
et al. 2015).
O endotélio vascular é uma monocamada de epitélio pavimentoso que reveste
internamente os vasos sanguíneos e faz interface entre o sangue e músculo liso vascular. O
endotélio é hoje considerado um órgão endócrino, que, em resposta a estímulos humorais,
neurais e mecânicos, sintetiza e libera substâncias vasoativas (vasodilatadoras e
vasoconstritoras) que modulam tônus, calibre vascular e fluxo sanguíneo, desempenhando
papel fundamental na regulação da circulação. A disfunção endotelial causa vasoconstrição
arterial, aumento da resistência arterial periférica e por consequência, elevação da PA
(BRANDÃO et al., 2012; PINTO, 2014; BRANDÃO E NOGUEIRA 2018).
A PA é um produto do DC pela RVP, como o DC é diretamente influenciado pelo
volume extracelular, cujo determinante mais importante é o íon sódio, sabendo que os rins
são os responsáveis pelo controle da excreção de sal e agua do nosso corpo, então disfunções
renais podem causar HAS. Na verdade os rins são vítima e vilão na HAS, pois uma vez
vitimados, os rins respondem negativamente, piorando os níveis pressóricos e estes
potencializam a agressão renal, entrando em um ciclo vicioso que, se não tratado
ϵ


adequadamente a PA, culmina com insuficiência renal terminal (BRANDÃO et al., 2012;
NETO et al., 2018).
Brandão et al. (2012) verificaram uma associação positiva entre consumo crônico
de álcool e a elevação dos níveis de PA, particularmente da PAS, e prevalência da HAS.
Ainda não foram identificados os mecanismos pelos quais o consumo crônico de álcool
aumenta a PA, mas evidências observacionais e experimentais permitem concluir que
indivíduos que consomem grandes quantidades de álcool (acima de 30g/dia) apresentam
risco aumentado de HAS.
O estresse psicossocial já é considerado um fator de risco para a HAS. No entanto,
se usarmos o método dedutivo de pesquisas não encontraremos evidências do estresse
psicossocial como fator de risco com o peso que gostaríamos, certamente porque ainda não
temos claro o que é o estresse nem entendemos exatamente, em sua plenitude, quais os
complexos mecanismos que estão envolvidos na gênese da doença hipertensiva
(BRANDÃO E NOBRE, 2012; SOUZA et al., 2015; GOMES et al., 2016).

@ 2.1.3 Classificação da HAS:


Levando em consideração a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, essa
enfermidade pode ser classificadada seguinte forma: Normal, Pré-Hipertensão, Hipertensão
Estágio 1, Hipertensão Estágio 2 e Hipertensão estágio 3 (FECHIO, 2017). A tabela a seguir
ilustra com mais clareza essas classificações.

Figura 04: classificação da HAS para indivíduos a cima de 18 anos

.
FONTE: SBH (2016).
ϭϬ


Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias distintas, a maior deve ser utilizada
para classificar a PA. Considera-se hipertensão sistólica isolada VH 3$6 •  PP+J H
PAD < 90 mmHg, devendo a mesma ser classificada em estágios 1, 2 e 3 (LADEIA E
LIMA, 2014).
Quando utilizadas as medidas de consultório, o diagnóstico deverá ser sempre
validado por medições repetidas, em condições ideais, em duas ou mais ocasiões, e
confirmado por medições fora do consultório (MAPA ± Monitorização Ambulatorial da
Pressão Arterial de 24h ± é o método que permite o registro indireto e intermitente da PA
durante 24h ou mais, enquanto o paciente realiza suas atividades habituais durante os
períodos de vigília e sono) (SBH, 2016; BRANDÃO E NOGUEIRA, 2018).
Existe uma situação clínica caracterizada por valores anormais da PA no
consultório, porém com valores considerados normais pelo MAPA de 24h, essa situação é
chamada de Hipertensão do Avental Branco. Se, em termos prognósticos, essa condição
pode ser comparada à normotensão é uma questão ainda em debate, porque alguns estudos
revelam que o risco cardiovascular em longo prazo desta condição é intermediário entre o
da HAS e o da normotensão (SBH, 2016).
A HAS também é classificada em hipertensão primária, representando 90% dos
casos e cuja causa é desconhecida, e a hipertensão secundária, a qual está sempre
relacionada a uma doença, como por exemplo, uma patologia renal (DE BARROS et al.,
2017).
Para De Barros et al. (2017) a hipertensão renovascular, causada por uma estenose
(estreitamento patológico de um vaso) de artéria renal é uma das causas mais comum da
hipertensão secundária, representando cerca de 5% de todos os casos, dado importante, uma
vez que tal enfermidade permanece como grande problema de saúde pública, gerando
sequelas em órgãos e sistemas, além de ser causa de morte.

Figura 05: Estenose de uma artéria renal.

FONTE: BENITTI (2018).


ϭϭ


Portanto, é necessário tomar algumas providencias importantes para que esta


patologia não se instale e/ou retarde seu aparecimento, como por exemplo: evitar ingerir
alimentos industrializados, praticar exercícios regularmente e adotar medidas para diminuir
o estresse. No entanto, é importante conscientizar a população em geral, pois na maioria das
vezes essas informações não alcança todos os públicos, sendo de suma importância a
implementação de politicas públicas a fim de informar o maior numero de pessoas sobre o
assunto (MACHADO et al., 2016).
Levando em consideração essas afirmações, Leitão Batista (2017) comenta que os
profissionais de educação física devem também assumir a função de promotores de saúde e
deverão proporcionar mudanças nas condições de vida da população e modificar as tomadas
de decisões no âmbito individual e coletivas, contribuindo para a melhoria da qualidade de
vida e saúde. Portanto, é dever de todo profissional da área da saúde divulgar essas
informações, afim de conscientizar o maior número de pessoas.

2.2 Formas de controle da HAS:


A manutenção dos níveis pressóricos dentro de uma faixa de normalidade (<120/80
mmHg ou ³12 por 8´) depende de variações do DC, da RVP ou de ambos. Diferentes
mecanismos de controle estão envolvidos na manutenção e na variação da PA, atuando na
regulação do calibre dos vasos, na distribuição de fluídos dentro e fora dos vasos e no DC.
Assim, dentre os fatores que alteram o DC, deve-se mencionar as alterações do volume
sanguíneo, da contratilidade do miocárdio e da FC (MACHADO et al., 2016).
Já o controle da RVP, depende do complexo mecanismo de regulação da resistência
das arteríolas, do sistema renina angiotensina aldosterona e dos barorreceptores, que atuam
o tempo todo com o objetivo de manter os níveis pressóricos em valores considerados
normais (TIBANA et al. 2015).
De Melo et al. (2016) explicam que os barorreceptores induzem diminuição da
atividade simpática para o coração e vasos, aumento da atividade vagal cardíaca,
promovendo uma redução da FC, da RVP e do DC, contribuindo para o retorno da PA aos
níveis normais. Em contrapartida, uma diminuição na pressão promove redução da
atividade dos barorreceptores, a qual gera um aumento da atividade simpática para o
miocárdio, reduzindo a atividade vagal cardíaca, para que a pressão retorne aos níveis
normais (DE MELO et al., 2016).
ϭϮ


Os autores explicam ainda queos barorreceptores são sensíveis à pressão,


consistindo em uma porção aferente que envia informações relacionadas às alterações da
PA para o sistema nervoso central, o qual, por sua vez, interpreta essas informações e, por
meio de vias eferentes autonômicas (simpática e parassimpática), promove ajustes na PA.

Figura 06: Mecanismo de regulação da PA através dos barorreceptores.

FONTE: BARACHO (2016).

Para Guyton e Hall (2017) o sistema renina angiotensina aldosterona, é um conjunto


de peptídeos, enzimas e receptores envolvidos em especial no controle do volume de líquido
extracelular e na PA. esse sistema é ativado quando o organismo identifica uma redução
expressiva da PA, com isso é gerado uma cascata de reações fazendo com que a PA retorne
aos níveis normais.
Esse sistema desempenha uma importante função na regulação da PA. Quando a
mesma diminui, os rins param de receber nutrientes, com isso liberam renina (enzima que
regula a entrada e saída de sangue no glomérulo com aumento ou diminuição da PA) na
corrente sanguínea, que por sua vez converte o angiotensinogenio em angiotensina I, em
seguida a angiotensina I é convertida no interior dos pulmões pela enzima conversora de
angiotensina em angiotensina II - este é um agente vasoconstritor que aumenta a RVP,
diminui a excreção renal de sal e agua, elevando a pressão sanguínea. A angiotensina II atua
ainda nas supra-renais liberando aldosterona, que fará com que haja uma reabsorção de
sódio pelos túbulos renais, consequentemente elevando a PA (GUYTON E HALL, 2017).
ϭϰ


Ainda de acordo com a SBH (2016), outros fármacos utilizados no tratamento dessa
patologia são os bloqueadores dos canais de cálcio que agem primordialmente
proporcionando redução da RVP como consequência da diminuição da quantidade de cálcio
no interior das células musculares lisas das arteríolas decorrente do bloqueio dos canais de
cálcio na membrana dessas células. Já os inibidores da enzima conversora de angiotensina
têm como ação principal a inibição da enzima conversora de angiotensina I, impedindo
atransformação de angiotensina I em angiotensina II e esta possui ação vasoconstritora.
Todos esses são eficazes no tratamento da HAS e também reduzem a morbimortalidade
cardiovascular.
No entanto, apesar dessas classes medicamentosas serem eficientes no controle da
síndrome em questão, esses fármacos possuem alguns efeitos colaterais, em alguns casos
podem ser prejudiciais à saúde desses indivíduos. Alguns dos efeitos são: a intolerância à
glicose, bradicardia excessiva, depressão psíquica, disfunção sexual, elevação do LDL-
colesterol, náuseas, vômitos, diarreias, entre tantos outros (BARROS, 2016).

2.2.2 Tratamento não Medicamentoso:


Outra forma de controle da hipertensão consiste em hábitos de vida saudáveis, como
uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos (aeróbicos TF e combinado).
Atualmente, essas estratégias vêm sendo empregadas como forma de controle e prevenção,
pois acarretam uma série de respostas fisiológicas positivas, fazendo com que os individuos
tenham uma melhora significativa (FECCHIO, 2017).
Na literatura, já está bem documentado que os exercícios aeróbicos (EA) exercem
um papel fundamental no tratamento não farmacológico da hipertensão, com isso, vários
estudos confirmam que essa prática é benéfica para o sistema cardiovascular devido às
adaptações hemodinâmicas provocadas por esse exercício (FECHIO, 2017; JODAS et al.,
2014; RIVERA et al., 2016).
Rivera (2016) realizou um estudo do tipo metanálise e concluiu que após a pratica
dos EA foi possível observar uma redução expressiva na PA, mostrando a importância desse
tipo de exercício, pois é essencial o profissional saber em qual momento se deve utilizar os
tipos de exercícios, para assim promover mais adaptações nos individuos hipertensos, a fim
de aumentar a resposta hipotensiva.
Outra modalidade, o TF, vem se destacando por ter também uma série de estudos
mostrando que sua prática é eficiente no controle dessa doença, e que em muitos casos
pessoas deixaram de aderir aos medicamentos anti-hipertensivos, pois conseguiram
ϭϱ


controlar a síndrome apenas com a prática regular desse tipo de treinamento (SILVA et al.,
2016; SANTOS, 2014; CARVALHO, 2015).
Para Silva et al. (2016), o TF pode atenuar elevações da PA em esforços cotidianos
realizados. Essa prática deve ser estimulada para essa população de forma isolada ou em
união com o EA, para melhor efetividade no auxílio do controle da pressão alta e da
qualidade de vida global do indivíduo hipertenso.
Salles e Prisco (2015) verificaram em seus estudos que o TF foi capaz de reduzir a
PA de forma considerável tanto de forma aguda como crônica. Os autores mostraram ainda
que a intensidade é fator determinante nesse processo, por isso a prescrição de exercício
deve ser de forma individual, levando em consideração a individualidade biológica e outros
princípios, para que a intensidade ideal seja adequada ao nível de condicionamento de cada
indivíduo.
O TF quando prescrito para hipertensos de forma criteriosa, levando em
consideração o perfil do(s) individuo(s) avaliado(s), pode gerar excelentes resultados de
forma aguda e crônica. É possível observar um efeito hipotensivo em diferentes
intensidades, no entanto a maioria dos estudos com esse público afirma que a intensidade
deve ser de 40 a 60% de 1RM (SANTOS, 2014).
Santos (2014) realizou um estudo com cinco mulheres hipertensas com o objetivo
de observar se o TF promovia algum benefício de forma aguda. O autor concluiu que houve
diminuição considerável na PAS e PAD a partir de 20 minutos após o treino, quando
comparado com os níveis de repouso.
Barganha et al. (2014) realizaram uma revisão bibliográfica com o objetivo de
investigar os efeitos dos exercícios (TF e EA) sobre a PA de hipertensos. Os autores
concluíram que ambos os exercícios contribuíram para a prevenção e controle da PA. Isso
é possível graças às adaptações fisiológicas proporcionados pelo estresse gerado no
exercício.
Para Silva et al. (2016) é possível observar que imediatamente após TF, a PA e a FC
aumentam significativamente, no momento de recuperação os valores pressóricos baixam,
mostrando assim a segurança do TF para hipertensos. Após cerca de 30 minutos do término
da sessão, os valores se apresentam menores que os do momento pré-exercício,
caracterizando o efeito hipotensor pós exercício. Assim, é sensato afirmar que o TF também
é uma boa alternativa para o controle dessa doença.
Carvalho (2015), em seu estudo realizado com hipertensas, com dez semanas de
intervenção, sendo três dias semanais de TF, concluiu que essa prática contribuiu
ϭϲ


significativamente do ponto de vista clínico para a saúde das participantes, pois tiveram sua
PA reduzida após esse período. Além desses fatores, as participantes ainda tiveram um
aumento de força, resistência e parâmetros antropométricos. O autor ressalta ainda que a
prática regular desse exercício deve ser incentivada no inicio da doença, pois apenas com o
exercício e uma alimentação adequada é possível controlar a patologia na sua fase inicial.
Alguns estudos também investigaram a eficácia do treinamento combinado (TC),
exercício aeróbico e resistido em uma mesma sessão de treino, concluindo que esse modelo
de treinamento chega a ser mais eficiente que os outros dois métodos quando realizados
separadamente, sendo, portanto, mais uma forma de prevenir e controlar a HAS (SANTOS
et al., 2014; TIBANA et al., 2015; OLIVEIRA, 2016).
Tibana et al. (2014), em seu estudo foi randomizado 30 mulheres com síndrome
metabólica em três grupos (TF, TC e grupo controle). Concluíram que o TC apresentou uma
dimuição mais rápida da PA (15, 30 e 45 minutos pós exercício) em relação aos outros.
Outro fato relevante é que tanto o TF quanto o TC foram eficaz em reduzir a PA, no entanto
foi possível observar uma magnitude maior no grupo TC.
Em outro estudo, sessenta idosas hipertensas foram divididas em três grupos: TF
tradicional+aeróbico; TF excêntrico+aeróbico e grupo controle. Dessa forma, foram
submetidas a dezesseis semanas de treinamento, em que tiveram como objetivo comparar
as respostas dos tipos de treino sobre a PA. Os resultados mostraram que ambos os
protocolos de TF combinados com aeróbico foram eficazes em reduzir a PA e melhorar os
níveis de HDL após o período observado, havendo também a redução da PAS após exercício
agudo sendo correlacionada com a magnitude da mudança na PA após TF crônico apenas
no protocolo excêntrico (SANTOS et al., 2014).
Em outro trabalho, Oliveira (2016) realizou um estudo com o objetivo de investigar
a influênciade três protocolos de treinamento (EA, TF e TC) sobre a PA. O autor concluiu
que os EA e TC foram mais eficientes em reduzir a PAS, enquanto a o TF foi mais eficiente
em reduzir a PAD. Portanto, todos esses protocolos de treinamento devem fazer parte da
rotina desses indivíduos a fim de melhorarem os níveis pressóricos, bem como, obterem um
melhor controle sobre essa doença.

2.3. O TF e seu Efeito Hipotensor:

Com os avanços dos estudos na área do treinamento voltado para a saúde, é possível
ter diferentes ferramentas para cuidar de uma situação. No caso da hipertensão, é sensato
ϭϳ


afirmar que o TF é uma maneira eficiente de promover uma condição denominada HPE,
que é a diminuição dos níveis pressóricos após uma sessão de treinamento ou durante um
período especifico de dias, semanas ou meses (SANTOS, 2014; BACKES E KEMPER,
2018).

2.3.1 Mecanismos Fisiológicos do TF:


Montenegro (2015) mostrou em seu estudo que a prática regular de musculação
induz uma redução dos níveis pressóricos de indivíduos hipertensos pós exercício,
reduzindo os riscos de complicações cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio,
hipertrofia ventricular esquerda, entre outras) e melhorando a qualidade de vida dessa
população.
Carvalho et al. (2017) realizou um estudo de caso com uma idosa hipertensa (150/90
mmHg), durante três semanas de intervenção, com quatro dias de TF na semana. Os
exercícios foram realizados com 3 séries de 10 repetições em um ponto de encontro
comunitário. Ao final do estudo, a paciente apresentou valores pressóricos de 120/70
mmHg. Segundo os autores, este efeito hipotensor é decorrente de algumas adaptações
cardiovasculares proporcionadas pós exercício, como a redução do DC, diminuição da RVP
e a maior atividade dos mecanismos endoteliais.
Os mecanismos fisiológicos mais prováveis que geram o efeito hipotensor são:
diminuição do DC durante o repouso, diminuição da RVP, que está relacionada com a
vasodilatação dos vasos sanguíneos mediada pela diminuição da atividade simpática e
ativação de receptores de histamina no músculo esquelético, assim como o próprio lactato.
Outro mecanismo relacionado com a HPE é a maior liberação dos fatores relaxantes
derivados do endotélio, tais como o NO, bem como a menor responsividade adrenérgica
pós esforço físico (BARGANHA et al., 2014).
Outros fatores que podem influenciar na redução da PA são a atividade diminuída
do SNS após a prática de exercícios resistidos e, provavelmente, a normalização da estrutura
do vaso sanguíneo que reduz a resistência periférica, ambos promovendo a diminuição da
PA, assim como alterações na função renal que favorecem a excreção de sódio pelos rins,
o que reduz a quantidade de líquido e, por conseguinte a PA (CARVALHO et al. 2017).
Fontana e Schneider (2017) explicam que durante e após o esforço físico, ocorre um
aumento do DC para suprir as necessidades dos músculos ativos, desencadeando um efeito
FKDPDGR GH ³WHQVmR GH FLVDOKDPHQWR´ choque causado pelo fluxo sanguíneo contra a
parede das artérias fazendo com que o endotélio aumente a produção de NO e
ϭϴ


prostaglandinas, favorecendo ainda mais a vasodilatação. Como resultado, após o exercício


a RVP diminui o que acarreta na melhora do retorno venoso, esse processo ocorre devido
aoaumento da vasodilatação, como consequência disso ocorre uma melhora na circulação,
assim a PA tende a diminuir.

Figura 08: Esquema ilustrativo da formação do óxido nítrico a partir o estresse (shear
stress) gerado na parede das artérias.

Shear Stress: Também denominado estresse de cisalhamento, é o estresse gerado na parede interna
dos vasos imposta pelo aumento da circulação sanguínea. L-arg: Arginina, aminoácido básico,
também conhecido como ácido 2-amino-5-guanidino-pentanoico ou L-arginina. Considerada como
aminoácido semi-essencial, a arginina é sintetizada numa quantidade suficiente para suprir as
necessidades do organismo. eNOS: Óxido nítrico sintase, é uma enzima que catalisa a produção de
NO a partir da L-arginina. GTP:Trifosfato de Guanosina, é uma molécula de "transporte de
energia", assim como o ATP. GCs: Guanilato ciclase solúvel, é responsável em converter GTP em
GMPc. GMPc: Monofosfato cíclico de guanosina é um nucleotídeo cíclico derivado daGTP. É
responsável por ativar a bomba de cálcio. Ca2+: Cálcio, um dos elementos que auxilia na contração
muscular.

FONTE: ZAGO (2006).

No que diz respeito às substâncias vasoativas, Croymans et al. (2014) ressaltam que
os níveis aumentados de fator de crescimento vascular e endotelial sugerem uma adaptação
fisiológica ao TF que pode estar relacionada com o aumento da angiogênese e preservação
da função endotelial.
ϭϵ


A angiogênese consiste no desenvolvimento de novos vasos sanguíneos num tecido


vivo. Esse processo é estimulado, sobretudo pela tensão exercida pelo sangue na parede dos
vasos (shear stress), que tem como ação a melhora da circulação, visto que com a presença
de novos vasos o sangue passa a circular de forma mais eficiente (FERNANDES, 2013).
O autor destaca ainda que o aumento no número dos vasos sanguíneos,
principalmente na musculatura esquelética, facilita a melhora de quadros patológicos, como
por exemplo, a HAS, por favorecer o aumento na perfusão sanguínea e na difusão de
oxigênio para os tecidos (FERNANDES, 2013).
Montenegro (2015) confirma que sessões de treinamento de força podem
potencializar a liberação de substâncias vasodilatadores, como NO, prostaciclina e
adenosina, que auxiliam na redução da RVP, sendo recomendado que o exercício seja
realizado com baixa a moderada intensidade e um número razoável de repetições (<15)
entre três e cinco vezes por semana com duração entre 30 e 60 minutos por sessão e evitar
a manobra de valsava.
Com o intuito de maximizar a HPE, Jacques et al. (2015) submeteram doze idosas
hipertensas a diferentes tipos de volumes (1 e 3 séries com 50% de 10 RM). As voluntárias
passaram por duas semanas de adaptações aos exercícios. Em seguida, retornaram e
realizam os exercícios em dias não consecutivos. De acordo com os resultados, ambos os
volumes reduziram a PA, no entanto o maior volume (3 séries) teve uma redução mais
significativa. Portanto, de acordo com os autores, um maior volume é mais eficaz em
promover hipotensão do que um volume mais baixo.
Silva et al. (2016) realizaram um estudo com vinte idosas hipertensas, com o
objetivo de avaliar os efeitos do TF na PA. Inicialmente fizeram alguns testes de força para
encontrar a carga de 10 RM. Logo após, realizaram 3 series de 8 a 10 RM para verificar se
promovia hipotensão. De acordo com os resultados, houve HPE de forma considerável 30
minutos após o exercício, mostrando a importância do TF no controle dessa doença.
ϮϬ


2.3.2 Protocolos de TF para HAS:

Tabela 1 - Estudos e alguns protocolos utilizados no TF para hipertensos.


AUTOR/ TÍTULO MÉTODO RESULTADOS
ANO
Silva et al. Influência do Número Doze indivíduos (quatro De acordo com os resultados
(2015) de Séries na homens e oito mulheres) obtidos, os autores concluíram
Hipotensão pós hipertensos sedentários. Após que sessões de TF com 1 e 3
Exercício Resistido duas semanas de adaptação séries produzem diminuição
em Indivíduos neuromuscular nos exercícios da PAS, PAD e DP no período
Hipertensos Leg Press 45º, Remada pós-exercício. No entanto, a
Sedentários. Sentada, Cadeira Extensora e sessão de TF com 3 séries
Supino Horizontal. Foram induziu reduções mais
submetidos a duas sessões consistentes e duradouras
aleatórias de TF. As sessões nesses indivíduos.
consistiam na realização de 1
ou 3 séries, de 10 repetições,
com 50% de 1 RM.
Jacques et Efeito Hipotensor dos Doze idosas hipertensas sem Notou-se que tanto na
al. (2015) Exercícios Resistidos experiência no TF. Após duas execução de 1 série do
em idosas hipertensas semanas de adaptação protocolo de treinamento
submetidas a retornaram em três dias não quanto na execução de 3 séries
diferentes volumes de consecutivos houve uma diminuição
treino. separados por no mínimo significativa da PAS sendo na
quatro e no máximo7 dias. execução de 1 série a partir de
Primeiramente, foi vinte minutos, e na execução
determinada a carga de 10 RM de 3 séries a partir do dez
em cada um dos exercícios minutos¶ 3RUpP quando
(leg press 45°, remada sentada, comparado os dois volumes de
cadeira extensora e supino treinamento a execução de 3
horizontal). Nos demais dias, séries apresentou valores
os mesmos foram realizados pressóricos estatisticamente
com 1 série e depois com 3 significativos menores se
séries com 50% da carga comparados com a realização
obtida no teste de 10RM. de 1série.
Tibana et al. Similar hypotensive Comparar efeitos do TF e do A PA permaneceu
(2015) effectsof combined TC (TF+EA) com 1 e 3series significativamente menor
aerobicandresistance em mulheres adultas com durante os 90min após o
exercise with 1set Síndrome Metabólica. As exercício em sessões de
versus 3 sets in sessões de TF para o corpo exercícios de 1 e 3séries. A
womenwith inteiro consistiram em realizar PAM foi estatisticamente
metabolic syndrome. 1 ou 3 series de 80% de 10 RM significativamente menor até
para cada exercício com 75 minutos após a sessão de
intervalos de descanso de 1 exercício de 1 serie e até 30
minuto entre series e minutos após a sessão de 3
exercícios. As sessões de séries em comparação com os
exercícios combinados valores pré-intervenção.
consistiram nos seguintes Assim, tanto o TC como o TF
exercícios: 30 min de com 1 e 3serie são efetivos na
caminhada em esteira diminuição da PAS aguda em
(intensidade moderada em mulheres om Síndrome
70% da reserva de frequência Metabólica.
cardíaca) seguido por um
intervalo de 2 minutos antes de
iniciar o TF.
Ϯϭ


Araújo et al. Efeito dos intervalos nove individuos do sexo Os autores concluíram que
(2017) entre séries na masculino foram submetidos a houve uma HPE a partir de 50
hipotensão pós- um protocolo de 5 series de 15 minutos pós esforço físico,
exercício resistido: repetições com 70% de 1 RM mostrando que tal protocolo é
uma revisão e descanso de 90 segundos eficiente para reduzir os níveis
sistemática. entre as series e exercícios. pressóricos.
Leal et al. Influência do Número Doze mulheres idosas De acordo com os resultados,
(2017) de Séries sobre a hipertensas, submetidas a duas ambas as sessões
resposta da Pressão sessões de 2 e 4 series de 10 proporcionaram reduções da
Arterial após uma repetições e intervalo de 2 PA. Entretanto, a sessão
sessão de minutos, com uma carga de realizada com 2 séries foi mais
Treinamento de Força 70% de 10 RM, com intervalo eficaz em resultar efeito
em Mulheres Idosas de 48 horas entre as sessões. hipotensivo.
Hipertensas.
Tibana et al. Efeitos do exercício Trinta mulheres com síndrome O grupo TC apresentou maior
(2014) de força versus metabólica foram diminuição da PAS, nos
combinado sobre a randomicamente alocadas a momentos 15, 30 e 45 minutos
hipotensão pós uma das três sessões pós exercício, quando
exercício em experimentais: TF (n=10) (3 comparado ao grupo controle;
mulheres com séries de 8-12 repetições a o grupo TF apresentou maior
síndrome metabólica. 80% de 10 RM em 6 exercícios redução nos momentos 30 e 45
para o corpo todo); TC (n=10; minutos , também comparado
30 minutos de EA a 65-70% da ao grupo controle. Portanto,
FC de reserva, sucedido da tanto o TF como o TC
mesma sessão de TF) e grupo induziram HPE em mulheres
controle (n=10;). com síndrome metabólica,
com maior magnitude para o
grupo TC, o que pode ser
interessante para prevenção e
tratamento de problemas
cardiovasculares.
Santos Efeito agudo do Cinco mulheres hipertensas, Os resultados mostraram que
(2014) exercício resistido com idade entre 40 e 50 anos houve diminuição
sobre a pressão experientes em TF. Foram considerável da PAS e PAD
arterial de mulheres submetidas ao teste de 1 RM após 20 minutos quando
adultas hipertensas. em quatro exercícios: cadeira comparado com os níveis de
extensora, leg press 45, rosca repouso.
direta e desenvolvimento de
ombros. Após 48 horas do
teste, realizaram os exercícios
em dois dias não consecutivos
em 3 series de 20 repetições
entre 40 a 60% de 1 RM com
40 segundos de intervalo entre
as series e 1 minuto entre os
exercícios.
Kneubuehler Aplicação e analise Catorze hipertensas, com As medias da PA pré-teste
e Mueller dos efeitos de sessões idade entre 44 a 74 anos. foram de 128,21 para PAS e
(2016) de exercício físico Foram feitas doze sessões de 77,12 PAD . O pós teste teve
aeróbico e de exercícios físicos aeróbicos e média de120,25 para PAS e
resistência aplicada de resistência, com duração de 73,16 para PAD. Sendo assim,
na academia ao ar uma hora. Caminhada entre 60 comparando o pré e pós teste
livre no controle da a 70% de acordo com a escala da PA dos exercícios físicos,
pressão arterial. de borg, e cinco exercícios de houve uma diminuição
resistência (puxadas costas, considerável, mostrando que o
supino, pressão de pernas, exercício físico é uma forma
extensora e desenvolvimento de controle.
de ombros entre 40 e 50% da
escala de borg.
ϮϮ


Damorin et Cinética Hipotensiva Sessenta e nove indivíduos, O presente estudo demonstrou


al. (2016) durante 50 Sessões sendo vinte homens e quarenta que o TF foi capaz de reduzir a
de Treinamento de e nove mulheres com idade PAS em 6,9 mmHg e a PAD
Força e Aeróbio em média de 63,4 anos, em 5,3 mmHg, enquanto o EA
Hipertensos: Ensaio randomizados em um grupo de mostrou reduções de 16,5
Clínico TF (n=32) e outro de EA mmHg para a PAS e 11,6
Randomizado. (n=32). Foram realizadas 50 mmHg para a PAD. observou-
sessões de treinamento. O se que a cinética hipotensiva
programa de TF foi alternado da PAS apresentou reduções
por segmento (A e B), com significativas até a 20ª sessão
alternância por sessão (48 h). para ambos os grupos. A partir
Foram realizadas três vezes deste período, observou-se um
por semana, com 3 séries de platô das adaptações
12 repetições a 50±70% da proporcionadas pelo TF. Este
carga máxima e ajustada são dado apresenta caráter inédito
longo do programa. Já o TA e deve ser considerado nas
consistiu em caminhadas em decisões terapêuticas. De
pista realizadas três vezes por maneira semelhante,
semana por 30 minutos, observou-se que o TF
mantendo a FC 40±60% da proporcionou redução
frequência máxima prevista significativa da PAD até a 20ª
para idade. A intensidade foi sessão, enquanto no
ajustada ao longo das sessões. treinamento aeróbio houve
estabilização a partir da 10ª
sessão.
Reis et al. Efeito do Catorze homens hipertensos Ambos os protocolos
(2015) Treinamento leves, treinados e não desencadearam reduções
Resistido com treinados. Foram submetidos a significativas, o que permite
Diferentes protocolos de 75% e 50% de afirmar que tais intensidades
Intensidades na 1RM. Concomitantemente, são eficientes em gerar
Pressão Arterial em verificou-se também o nível de redução da PA em hipertensos.
Hipertensos. estresse cardiovascular. O No entanto, a magnitude e
protocolo de 50% foi realizado duração foram diferentes nos
com 3 series de 12 repetições, protocolos, pois o protocolo de
com intervalos entre as series e menor intensidade foi mais
exercícios de 90 e 120 eficaz em promover um efeito
segundos, respectivamente. hipotensivo de maior duração
Quanto ao de 75%, consistiu e também curvas de maior
de 3 series de 8 repetições, magnitude.
com os mesmos intervalos do
protocolo anterior.

FONTE: AUTOR.

A maioria dos estudos utilizaram amostras com individuos inativos fisicamente,


sedentários e sem experiência prévia com o TF. Essa foi à situação de Silva et al. (2015),
Jacques et al. (2015), Tibana et al. (2015), Tibana et al. (2014), Kneubuehler e Mueller, (2016)
e Reis et al. (2015). Apenas o estudo de Santos (2014) avaliou individuos treinados ou
fisicamente ativos. Três estudos não informaram em seu texto informações sobre o
condicionamento da amostra (ARAÚJO et al., 2017; LEAL et al., 2017; DAMORIN et al.,
2016).
Ϯϯ


No que diz respeito aos objetivos das pesquisas, Silva et al. (2015), Jacques et al. (2015),
Tibana et al. (2015), Tibana et al. (2014), Santos (2014), Araújo et al. (2017) e Reis et al. (2015)
buscaram avaliar o efeito agudo após uma sessão de TF. No entanto, alguns desses estudos
utilizaram também o EA e TC em seus protocolos (TIBANA et al., 2015; TIBANA et al., 2014;
KNEUBUEHLER E MUELLER, 2016; DAMORIN et al., 2016). Os estudos de Damorin et al.
(2016) e Kneubuehler e Mueller (2016) objetivaram uma analise crônica, chegando até 50
sessões de TF.
Quanto ao publico, nos estudos de Silva et al. (2015) e Damorin et al. (2016) foram
compostos por individuos de ambos os sexos, sendo a grande maioria do público feminino. No
estudo de Silva et al. (2015) foram compostos por oito mulheres e quatro homens, já no outro
estudo contou com a participação de 49 mulheres contra 20 homens. Apenas dois estudos foram
constituídos por indivíduos do sexo masculino (ARAÚJO et al., 2017; REIS et al., 2015); sendo
a grande maioria realizado apenas com mulheres (JACQUES et al., 2015; TIBANA et al., 2015;
LEAL et al., 2017; TIBANA et al., 2014; SANTOS2014; KNEUBUEHLER E MUELLER,
2016).
Em relação às variáveis do TF, três dos dez artigos buscaram comparar volumes de
treino, ou seja, qual seria o protocolo mais eficiente em reduzir os níveis pressóricos após o
esforço. Vale ressaltar que volume é a quantidade de estímulos de treinamento em um
determinado período, e tem vários componentes. No TF, os mais importantes são o número de
exercícios, o número de séries, e a frequência semanal. A quantidade de exercícios e o número
de séries determinam a duração das sessões (FLECK E KRAEMER, 2017).
Assim, Silva et al. (2015) verificaram que sessões de TF realizado com 3 series de 10
repetições a 50% de 1RM é mais eficaz em reduzir a PA pós treino do que apenas 1 série com
as mesmas características; corroborando com esse estudo, Jacques et al. (2015) também
compararam o mesmo volume, no entanto com uma carga de 50% de 10 RM, constatando que
o protocolo executado com três series também foi mais eficiente em diminuir a PA ao longo
das horas subsequentes após o exercício.
No estudo de Tibana et al. (2015) também comparou-se o mesmo volume, no entanto
foi comparado ainda com o TC. As sessões foram realizadas com 1 e 3 series de 80% de 10 RM
para o TF e para o grupo que realizou TC, ainda foi submetido a 30 minutos de caminhada na
esteira com 70% da FC de Reserva. Os autores concluíram que o protocolo combinado
realizado com 3 series foi mais eficaz em reduzir a PA, gerando uma maior magnitude
comparada aos demais.
Ϯϰ


É possível afirmar que protocolos de maior volume, quando comparado a volumes


inferiores, são mais propícios a reduzir os níveis pressóricos de individuos com hipertensão.
Fortalecendo ainda mais esses achados, Araújo et al. (2017) realizaram um estudo com nove
hipertensos, cujos participantes executaram 5 series de 15 repetições a 70% de 1 RM. os autores
concluíram que houve uma redução significativa da PA após 50 minutos do término do
exercício, mostrando com isso que este protocolo foi eficiente em reduzir os níveis de PA.
Durante a prática do TF, é notório que a PA aumenta (principalmente a PAD), atingindo
seus maiores valores no final de cada série, portanto, é mais seguro do ponto de vista
cardiovascular trabalhar em uma faixa de segurança, utilizando poucas repetições (6 a 12)
(SILVA et al., 2015; LEAL et al., 2017; TIBANA et al., 2014; DAMORIN et al., 2016; REIS
et al., 2015) fazendo com que não ocorra um aumento considerável na PA. Também é
interessante promover um intervalo maior de descanso entre as séries e exercícios (mais ou
menos 90 e 120 segundos, respectivamente) para que os níveis pressóricos se estabilizem de
forma mais eficiente (REIS et al., 2015).
Vale et al. (2018) realizaram um estudo com hipertensas para analisar alguns parâmetros
cardiovasculares (Variabilidade da frequência cardíaca, PAS, PAD, FC e DP). os treinos foram
feitos com 3 séries de 6 ou 15 RM no leg press, puxada e supino. As medidas foram feitas antes,
imediatamente após e 1 ou 24 horas depois de cada situação. Os resultados apontaram que o
DP foi maior imediatamente e 1 hora após os treinos de 15 RM em comparação com 6 RM.
Além disso, as análises revelaram que fazer 15 RM promoveu maior estimulação
simpática e ainda diminuiu a variabilidade da frequência cardíaca, enquanto o protocolo de 6
RM manteve esses parâmetros muito parecidos com ficar em repouso. Sendo assim, observa-
se que fazer muitas repetições com carga leve parece ser mais perigoso do que fazer poucas
repetições com carga pesada. Logo, treinos com mais carga e menos repetições parecem ser os
mais seguros quando se pensa em segurança cardiovascular (VALE et al., 2018).

2.3.3 Efeitos Hipotensores no EA e no TF:


Carvalho (2014) pontua que diversas pesquisas mostram que o exercício físico diminui
cronicamente a PAS e a PAD de repouso, em média 8,3 mmHg e 5,2 mmHg, respectivamente,
e essa redução está associada ao efeito cumulativo das reduções agudas. Por conseguinte, nos
últimos anos, diversos estudos têm procurado descrever os benefícios e as peculiaridades do
exercício físico, principalmente o EA, na prevenção e controle da HAS.
Durante muito tempo, apenas o EA era prescrito como forma de auxílio no tratamento
dessa enfermidade, visto que haviam poucos estudos sobre o TF. Por isso, o EA foi ganhando
Ϯϱ


destaque, foram surgindo novos estudos mostrando que esse tipo de exercício era o melhor para
individuos hipertensos, devido sua praticidade e por seu efeito hipotensor (SBH, 2016).
Alguns autores vêm mostrando que, de fato, o EA é uma excelente ferramenta na
prevenção e controle da PA, visto que, o mesmo promove uma redução considerável dos níveis
pressóricos após sua realização. É observado com mais ênfase uma diminuição na PAS
(SANTOS et al., 2015).
Durante a realização do EA, ocorre uma maior atividade do SNS, que eleva a FC e o
volume sistólico, aumentando assim o DC. Adicionalmente, umas das principais características
desse exercício é que durante sua execução, ocorre o aumento da PAS e manutenção ou leve
redução da PAD, devido à diminuição da RVP (DOS SANTOS et al., 2015).
Entretanto, uma grande parte dos estudos faz apenas recomendações genéricas, como
por exemplo, realizar no mínimo 150 minutos semanais de atividades físicas moderadas e não
ponderam os riscos dessa prática para a HAS, visto que, individuos hipertensos são mais
propensos a desenvolverem alguma complicação cardiovascular durante esse tipo de exercício,
quando não levado em consideração a individualidade biológica das pessoas e as adaptações
fisiológicas provocadas pelo estimulo do EA (SBH, 2016).

Figura 09: segurança cardiovascular no EA e no TF.

FONTE: FECCHIO (2017).

Conforme o autor expõe, durante a realização do EA, pacientes hipertensos são mais
propensos a desenvolverem alguma complicação cardiovascular, está relacionado ao fato
de que, durante o exercício ocorre um aumento da FC e PAS (duplo produto), fazendo com
que na fase sistólica ocorra uma maior sobrecarga cardíaca, pois como ocorre uma
Ϯϲ


estabilização da PAD (em alguns casos até a redução), o sangue não chega de forma
eficiente no coração (na fase de enchimento), enquanto que a fase de ejeção do sangue (fase
sistólica) está o tempo todo aumentado, podendo desencadear, por exemplo, um Infarto
agudo do miocárdio (REJANE, 2016).
Já o TF, que durante muito tempo foi visto de forma menos importante nesse
processo, éconsiderado atualmente, uma das mais eficientes práticas na prevenção e
controle da HAS, pois além de gerar uma série de benefícios nos indivíduos (aumento da
força, resistência e redução do percentual de gordura), promove uma adaptação a nível
cardiovascular, melhorando a circulação (FRANÇA, 2016).
A diminuição de valores de PA com a prática do TF tende ser maior em indivíduos
hipertensos quando comparados aos normotensos. O fenômeno de redução de PA pós
exercício é conhecido também como efeito hipotensor pós exercício. Vários mecanismos
fisiológicos estão envolvidos com a redução dos valores iniciais de PA, como por exemplo,
a redução da RVP, redução do volume sistólico e acúmulo de metabólitos que contribuem
para a vasodilatação (QUEIRÓS E BATISTA, 2018).
A prática da musculação pode potencializar a liberação de substâncias
vasodilatadoras, como o NO, adenosina e prostaciclina que auxiliam na redução da RVP,
sendo recomendado que o exercício seja realizado com moderada intensidade e menor
número de repetições entre três e cinco vezes por semana com duração entre 30 e 60 minutos
por sessão, evitando a manobra de valsalva. O proposto é que ocorra aprevenção da HAS e
as suas complicações através do exercício físico (MONTENEGRO, 2015).
Em se tratando de segurança cardiovascular, esse exercício é mais recomendado do
que o EA, pois durante sua realização, assim como no EA, a PAS também aumenta (pelo
mesmo motivo), no entanto a PAD também aumenta, pois há uma compressão mecânica
dos músculos sobre os vasos, consequentemente na fase excêntrica o volume de sangue para
o miocárdio fica aumentado, ou seja, aumenta o volume de enchimento. Sendo assim, o
coração vai trabalhar na fase sistólica sem se preocupar com possível falta de irrigação na
fase diastólica, pois esta área do coração estará sendo irrigada com maior frequência
(COSTA, 2016).
Ϯϳ


3 RESULTADOS:
Foram localizados 19 artigos, sendo que apenas 9 estavam de acordo com os critérios
de inclusão preliminarmente estabelecidos para este trabalho. Os estudos contidos nessa
obra foram publicados em periódicos nacionais e internacionais em português e inglês, entre
os anos de 2014 a 2018. Para a composição desse trabalho, foram utilizados: revisões
bibliográficas, estudos de caso, estudo experimental e ensaios clínicos.
Adiante, os artigos foram agrupados em categorias que continham autor/ano de
publicação, métodos e resultados. Dessa forma, as peculiaridades dos estudos introduzidos
na presente obra podem ser analisados na tabela a seguir.

Tabela 2 ± Estudos e principais efeitos do Treinamento de Força.


AUTOR/ANO MÉTODOS RESULTADOS/CONCLUSÃO
Barganha et al. (2014) Revisão Bibliográfica Exercícios de baixa a moderada
intensidade proporciona HPE. E os
prováveis mecanismos são:
vasodilatação dos vasos mediada pela
diminuição da atividade simpática e
ativação de receptores de histamina no
músculo esquelético.
Santos (2014) Estudo Experimental O autor concluiu que houve diminuição
considerável da PAS E PAD após 20
minutos quando comparado com os
níveis de repouso.
Montenegro (2015) Revisão Bibliográfica Narrativa A redução dos valores pressóricos com a
pratica do TF tende a ser maior em
hipertensos do que em normotensos. E
alguns dos processos responsáveis por
essa redução podem ser a liberação de
substancias vasodilatadoras como o NO,
prostaciclina e adenosina, que auxiliam
na redução da RVP.
Jacqueset al. (2015) Estudo Experimental Após o TF, foi verificado que a PA
estava mais elevada do que no inicio do
exercício. Isso pode ser explicado pela
ativação de quimiorreceptores por fadiga
periférica, devido às características do
treino. No entanto, minutos depois foi
possível observar uma queda
Ϯϴ


considerável dos níveis pressóricos que,


segundo os autores pode ser devido a
uma maior atividade dos barorreceptores,
pela hiperemia derivada da contração
muscular e supressão da atividade
simpática.
Silva et al. (2016) Ensaio Clínico Cruzado Foi verificado que imediatamente após o
TF a PA e a FC aumentaram de forma
considerável. No entanto, no momento
de recuperação, os níveis de PA estavam
baixos e, 30 minutos depois do exercício,
a PA já estava mais baixa do que no
momento pré exercício, caracterizando
assim HPE.
Carvalho et al. (2017) Estudo de Caso O TF foi capaz de reduzir de forma
expressiva a PA em um período de doze
semanas. Segundo os autores, isso é
possível graças à redução do DC e da
RVP, bem como alterações na função
renal, que favorecem a excreção de sódio
pelos rins.
Fontana e Schneider, Estudo Experimental Houve uma redução considerável apenas
(2017) da PAD, enquanto que a FC permaneceu
elevada mesmo após 10 minutos após a
sessão de TF. Segundo os autores, a FC
sofreu essa elevação para sustentar a
manutenção do DC pelo aumento do
retorno venoso. A HPE é caracterizada
pela atividade aumentada do NO e das
prostaglandinas, que atuam gerando
vasodilatação dos vasos.
Backs e Kemper, (2018) Estudo de Caso Os autores concluíram que o TF é mais
seguro do ponto de vista cardiovascular.
Ademais, os mesmos falam ainda que os
processos fisiológicos responsáveis pela
HPE estão relacionados em grande parte
por mecanismos centrais, dentre eles a
diminuição do DC e volume sistólico.
Queirós e Batista, (2018) Revisão Bibliográfica Os estudos analisados na presente
revisão mostraram que houve redução
Ϯϵ


dos níveis pressóricos em quase todas as


intervenções de TF. No entanto, aspectos
como intensidade e massa muscular
envolvida desencadeiam respostas
fisiológicas diferentes que ainda não
estão claramente elucidadas.

FONTE: AUTOR
ϯϬ


4 DISCUSSÃO:
O TF possibilita uma diminuição dos níveis pressóricos, causando HPE tanto em
indivíduos normotensos quanto em hipertensos. Diversos mecanismos fisiológicos são capazes
de promover o efeito hipotensor, onde o TF é utilizado com uma ferramenta para estimular esse
processo, provocando uma redução considerável a partir da prática desse tipo de exercício
(MONTENEGRO, 2015; BACKS E KEMPER, 2018; CARVALHO et al., 2017; QUIRÓS E
BATISTA, 2018).
A HPE é caracterizada pela redução da PA ao longo do período de recuperação, fazendo
com que os níveis pressóricos avaliados no pós exercício permaneçam inferiores em
comparação aos valores pré exercício, ou mesmo quando medidos em um dia controle sem a
realização de exercícios. A diminuição da PA pode ocorrer em consequência do TF de forma
aguda (após uma sessão) ou crônica (após semanas ou meses de treinamento) (CARVALHO et
al., 2017).
Atendendo aos princípios de inclusão, todas as amostras analisadas foram compostas
por indivíduos com HAS e em todos foi possível observar HPE. Além disso, foi observado que,
em cinco dos nove estudos analisados, mencionaram que a doença era controlada por
medicamentos anti hipertensivos (SANTOS, 2014; JACQUES et al., 2015; SILVA et al., 2016;
CARVALHO et al., 2017; BACKS E KEMPER, 2018), o que por sua vez pode significar
alterações para os resultados de HPE.
Nesse contexto, foram analisados nove estudos que tinham como objetivo central
investigar os possíveis mecanismos responsáveis pela hipotensão pós TF e as diversas formas
de treinamento que podem ser usadas para maximizar esse efeito.
A maioria dos estudos avaliou os efeitos do TF de forma aguda (SANTOS, 2014;
JACQUES et al., 2015; SILVA et al., 2016; FONTANA E SCHNEIDER, 2017; BACKS E
KEMPER, 2018), quanto aos outros, Barganha et al. (2014), Montenegro (2015) e Queirós e
Batista (2018), não foram claros em informar essa característica. Apenas o estudo de Carvalho
et al.(2017) analisou os efeitos de forma crônica, e foram realizadas doze sessões de TF com
uma duração de três semanas. Esse estudo foi realizado com uma idosa hipertensa (estudo de
caso), que antes de ser submetida as sessões de TF, a PA era de 150/90 mmHg e ao final do
tratamento, a PA verificada foi de 120/70 mmHg, mostrando que o TF pode ser uma excelente
ferramenta no controle da HAS. Os autores destacam que os mecanismos responsáveis pela
diminuição da PA são: redução do DC e da RVP após o treinamento, bem como alterações na
função renal, que favorecem a excreção de sódio pelos rins. Essa redução expressiva pode estar
relacionada com a amostra, pois como era composta apenas por uma pessoa, o treinamento pode
ϯϭ


ter sido melhor elaborado, tornando mais fácil o acompanhamento personalizado e a


modificação das variáveis durante o período de treino.
Quanto ao público, quatro estudos foram compostos por idosos (JACQUES et al., 2015;
SILVA et al., 2016; CARVALHO et al., 2017; BACKS E KEMPER, 2018), dois feitos com
adultos (SANTOS, 2014; FONTANA E SCHNEIDER, 2017) e o restante não informou o
público (QUIRÓS E BATISTA, 2018; MONTENEGRO, 2015; BARGANHA et al., 2014).
Como mencionado, uma parte dos estudos foi composta por idosos, com isso vale
ressaltar que durante o processo de envelhecimento é constatado uma série de mudanças
relacionadas às características morfológicas e funcionais, dentre elas, o decréscimo da relação
capilar/fibra muscular, redução do diâmetro dos vasos e alterações da função endotelial
(disfunções). Por conta disso, ocorre uma diminuição da produção de NO acompanhada de uma
resposta vasodilatadora dependente do endotélio (KURA et al., 2013). Por esse motivo, não
pode ser detectada uma redução expressiva da RVP, mecanismo que vem sendo reconhecido
pela promoção da HPE. Por isso, a prática do TF é imprescindível, pois através da redistribuição
sanguínea para a musculatura ativa ocorre o estresse de cisalhamento, iniciando assim, a cascata
de reações para que ocorra a liberação de NO e outros agentes vasodilatadores
(MONTENEGRO, 2015; FONTANA E SCHNEIDER, 2017; (QUEIRÓS E BATISTA, 2018).
Diversos são os fatores que causam a hipotensão; nos estudos de Carvalho et al. (2017),
Backs e Kemper, (2018), Montenegro, (2015) e Fontana e Schneider, (2017), é possível
observar que os autores comentam que os mecanismos responsáveis pela HPE são a diminuição
do DC, da RVP, bem como a redução do volume sistólico observado nos momentos de
recuperação pós TF.
É possível observar um aumento do DC imediatamente após a atividade, sendo uma
adaptação fisiológica normal, pois o sangue tem que chegar mais rápido na musculatura ativa a
fim de levar nutrientes necessários para que o mesmo realize o trabalho de contração. No
entanto, minutos depois, no período de recuperação, ocorre uma queda do DC devido ao
aumento da atividade vagal, ativado pelo sistema nervoso parassimpático e por uma maior
atividade dos barorreceptores ativados pela hiperemia oriunda das contrações musculares e
diminuição da atividade simpática, fazendo com que os níveis de PA sofram uma queda
considerável (JACQUES et al., 2015).
No que diz respeito à diminuição da RVP, esta relaciona-se com a vasodilatação dos
vasos sanguíneos mediada pela redução dos estímulos simpáticos e ativação de receptores de
histamina no músculo esquelético e maior atividade do endotélio, produzindo substâncias
vasodilatadoras como o próprio NO. Esse processo faz com que ocorra uma melhora do retorno
ϯϮ


venoso, uma vez que a vasodilatação se instala e em consequência dissoa PA também sofre
uma redução considerável, devido à melhor circulação sanguínea (BARGANA et al. 2014).
Santos (2014) realizou um estudo com cinco mulheres hipertensas, na faixa etária de 40
a 50 anos, experientes em TF, concluiu que sessões de TF realizadas com 40 a 60% de 1RM
são eficazes em reduzir a PA pós TF. Essa redução foi verificada após 20 minutos de
treinamento.
Semelhante ao anterior, Silva et al. (2016), em seu estudo também com mulheres idosas
(60 a 80 anos), constatou que depois da realização do TF de forma aguda com 50% de 10 RM,
houve uma redução expressiva da PA 30 minutos após a sessão de TF quando comparada aos
valores do pré exercício, constatando assim um efeito hipotensor desse exercício.
Queirós e Batista (2018) realizaram uma revisão bibliográfica com o objetivo de
investigar o efeito do TF sobre a PA e como a manipulação de determinadas variáveis interfere
na magnitude e duração do HPE. Os autores concluíram que a maior parte dos estudos
analisados apresentou resultados significativos, mostrando que o TF é responsável por
proporcionar uma redução dos níveis pressóricos após o treinamento.
Quanto aos protocolos utilizados nos estudos em questão, apenas três trabalhos não
especificaram os protocolos (BARGANHA et al. 2014; BACKS E KEMPER, 2018;
MONTENEGRO, 2015). Vale ressaltar também que todos os protocolos utilizados nos
trabalhos investigados foram realizados com hipertensos, porém com individuos diferentes
(idosos treinados, não treinados, adultos treinados e sedentários).
Santos (2014) mostraram em seu estudo experimental que 3 séries de 20 repetições com
carga entre 40 e 60% de 1RM, com 40 segundos de intervalo entre as séries e 1 minuto entre os
exercícios, foram capazes de proporcionar a redução da PA de forma aguda em adultas
hipertensas. Nota-se uma preocupação quanto ao número de repetições em vários estudos
(JACQUES et al., 2015; SILVA et al., 2016; CARVALHO et al., 2017), visto que durante o
exercício de força ocorre um pico de PA nas últimas repetições, por conta disso grande parte
dos estudos utiliza em seus protocolos menos de 15 repetições e um tempo considerável de
descanso entre as séries e os exercícios, com o objetivo de recuperar os valores adequados de
PA ou que cheguem próximo a isso para poder continuar o exercício com segurança.
Jacques et al. (2015), em seu estudo com idosas sedentárias, objetivou analisar o efeito
hipotensor no TF em diferentes números de séries (1 série e 3 séries), com intervalo de 1 minuto
entre as sériese intensidade de 50% de 10 RM. Os resultados mostraram que ambos foram
eficientes em reduzir a PA, sendo que no protocolo de 1 serie foi observado uma redução a
partir de 20 minutos após o TF, já no de 3 séries, foi constatado depois de 10 minutos depois
ϯϯ


do treino. Entretanto, quando comparado os dois volumes de treinamento, a aplicação de 3


séries apresentou valores pressóricos estatisticamente significativos menores se comparados
com a realização de 1 série.
Corroborando com o autor anteriormente citado, outros estudos (SILVA et al., 2015;
TIBANA et al., 2015) também buscaram analisar o efeito de diferentes números de séries (1 e
3 séries) na HPE e concluíram que os dois foram eficientes em promover diminuição da PA,
porém o maior número de séries apresentou melhores resultados do ponto de vista clínico.
No estudo de Silva et al. (2016) feito com idosas, foram realizadas 3 séries de 8 a 10
repetições, em uma intensidade de aproximadamente 10 RM, com intervalo de descanso entre
as séries de 1 minuto e 30 segundos. Após o exercício, os indivíduos sentaram-se em cadeiras
para verificação da PA pós exercício por 60 minutos nos momentos posteriores, após 10
minutos, após 20 minutos, após 30 minutos, após 40 minutos, após 50 minutos e 60 minutos
depois da realização do TF. Foi verificado que depois 30 minutos após a execução desse
protocolo, os valores da PA diminuíram, ficando abaixo do valor observado antes do início do
TF, caracterizando hipotensão pós TF.
Vale destacar que esses protocolos não necessariamente precisam ser realizados em uma
academia de ginástica tradicional ou estúdios, pois existem diversas maneiras de praticar o TF,
como foi mostrado no trabalho de Carvalho et al. (2017), no qual submeteram uma idosa a doze
sessões de TF em um ponto de encontro comunitário, onde foram realizadas 3 séries de 10
repetições em 6 aparelhos. Os resultados mostraram que em apenas quatro dias foi observado
uma redução considerável na PAS e dois dias na PAD. No entanto, devido à pequena amostra,
são necessários mais estudos para avaliar os resultados.
Além desse aspecto, o TF promove também o aumento da força muscular, muito
importante para indivíduos portadores dessa síndrome, em que a maioria são idosos. A
importância da força foi verificada no estudo de Artero et al. (2011), que acompanhou 1.506
hipertensos com mais de 40 anos de 1980 a 2003. Ao longo do acompanhamento, os autores
analisaram os escores de mortalidade de acordo com os níveis de força relativa. Ao final, a
estimativa de morte foi de 81,8% para as pessoas mais fracas, de 65,5% para os com níveis
intermediários de força e 52% para os mais fortes. Ou seja, estar entre os mais debilitados
aumenta a mortalidade em quase 60%. Esse estudo mostra a importância da prática do TF, pois
quando prescrito de forma criteriosa pode elevar de modo importante a qualidade de vida de
seus praticantes.
Queirós e Batista (2018) verificaram em sua revisão que diversos protocolos distintos
podem promover redução da PA pós TF, desde protocolos com intensidades leves ou altas, com
ϯϰ


baixo ou alto volume. Portanto, não existe um protocolo específico para indivíduos hipertensos,
é nescessário avaliar cada paciente, observar o nível de condicionamento e outros aspectos para
poder prescrever um treino de acordo com as características dos mesmos.
Com isso, fica clara a importância de um profissional de educação física conhecer não
só apenas as variáveis e metodologias de treinamento, bem como os aspectos fisiológicos que
o TF proporciona e suas consequências para o treinamento de hipertensos.
Além do mais, também é importante salientar que o TF praticado regularmente promove
além de reduções nos níveis pressóricos, várias adaptações fisiológicas, sendo a mais
comprovada delas, as diversas alterações nas estruturas musculo esqueléticas. Além disso, o TF
é capaz de proporcionar aos indivíduos hipertensos (principalmente os idosos) uma melhora na
capacidade funcional e qualidade de vida.
ϯϱ


5 CONCLUSÃO:

Dentre as causas da HA secundária, a hipertensão renovascular é a mais comum,


atingindo cerca de 5% da população. No entanto, através dos procedimentos
medicamentosos ± remédios anti hipertensivos, e não medicamentosos ± a prática regular
de exercícios, em especial o TF, aliado a uma alimentação adequada é possível controlar
e/ou retardar o aparecimento dessa patologia.
A literatura demonstra que com a utilização de alguns protocolos de TF, EA ou
ambos é possível obter excelentes resultados, com dimuição considerável dos níveis
pressóricos. Tais protocolos utilizam programas de treinamentos moderados, variando de 2
a 4 séries, com 60% a 80% de 10RM ou de 50% a 70% de 1RM e/ou 10RM, podendo sofrer
variações no decorrer do treinamento, com o intuito de aumentar a sobrecarga de treino.
Após a realização do TF é observado uma redução da PA, isso é possível devido a
alguns mecanismos proporcionados pelo estresse físico, tais como: diminuição do DC
durante o repouso, redução da RVP, que está relacionada com a vasodilataçãodos vasos
sanguíneos mediada pela queda da atividade simpática, maior liberação dos fatores
relaxantes oriundos do endotélio, tais como o NO e a menor responsividade adrenérgica pós
exercício.
Foi observado que as variáveis (em especial o volume) de treinamento interfere
diretamente na magnitude da resposta hipotensiva, visto que um maior volume (3 a 4 séries)
parece apresentar melhores resultados (diminuição da PA) após a sessão de treinamento,
fazendo com que a PA inicie sua queda minutos depois (cerca de 10 minutos) e permaneça
menor por um tempo mais longo.
Diante do exposto, é sensato concluir que o TF é eficaz no controle e prevenção da
HAS, uma vez que, após sua prática o mesmo promove várias adaptações fisiológicas que
contribuem para redução dos níveis pressóricos, tanto de forma aguda, quanto crônica. No
entanto, são necessários mais estudos voltados para esse tema, para enriquecer ainda mais
a literatura e nortear os profissionais de educação física para uma prescrição de treinamento
mais fidedigna, segura e adequada para esse público.
ϯϲ


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