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O RELACIONAMENTO INTERPESSOAL Harry Stack Sullivan. um dos mais eminentes psiquiatras de nossos t¢mpos. em sua abordagem 20 selacionamento interpessoal, propés uma teora segundo a qual todo crescimento, lesdo. regressao ou “cura” do ser humano resulta de seu relaclonamento com 8s pessoas. Acreditamos que pode:nos resolver nossos problemas e cornandar o navio dé nossa vida, mas a verdade é que sozinhos somos apenas consumidos por nossos problemas € nauftagamos. Aquilo que sou, a qualquer momento de minha vida, ¢ determinado por meus relacionamentos com 33 pessoas que me amam © que se recusam a me amar, com 25 pessoas 8 quem amo ea quem me recuso a amar. E certo que um relacionamento s6 ¢ bom na medida em que ¢ boa sua comunicecéo. . Se Ue yocé podemos nos dizer honestamente quem somos, ou seja, o gue pensamos, juloamos, sentimos, valorizamos, amamos, odiamos, tememos, deseiamos, esperamos ¢ acreditamos, $6 entdo pode, cada um de nos, crescer. Sé entéo cada um de nds pode realmente ser o que é, dizer 0 qué realmente pensa, falar o que realmente sente e exptessar aquilo cue realmente ama. Esse ¢ 0 verdadeiro sentido da autenticidade como pessoa, quando o meu exterior reflete verdadeiramente o meu interior. Isso significa que posso str honesto na minha comunicagso com os outros. E sO posso Consequir isso se vocé me ‘ajudar. Ando ser que vocé me ajude, nao consigo crescer, ser feliz ou tornat-me inteiramente vivo. se Preciso ser livre e capaz de relatar o que penso a vocé, de dizer sobre meus julgamentos ¢ velores, de expor a vocé meus [racassos e vergonhas, de partilhar minhas vitérias - preciso fazer tudo isso para poder estar certo daquilo que sou e daquilo que-posso vit a ser. Preciso ser capaz de Ihe dizer quem sou antes de eu mesmo saber quem sou. E preciso saber quem sou antes que possa agir coerentemente, ou seja, de acorde com meu verdadeiro euy a A relagao sujeito - objeto versus o "encontro" “encontio” descreve uma relagdo especial entre_duzs pessoas. Ele ocorre quando essas pessoas atingiram uma comunhso ou comunicacho, Uma existéncia esta se comunicande com a ouua, uma existéncia esta compantlhando com a outra. Gabriel Marcel chama a esse relacionamento de “comuhhao gntoldgica”, uma fusdo verdadeira entre duas pessoas. Para ilustrar esse ponto, Marcel explice que, no geral, nossas emosoes e simpatia no vém & tona de imedialo quando encontamos pessoas que sofrem, no dia a dia. Por alguma razéo. néo consigo responder @ elas; simplesmente, nao existe pata mim, Mas, se lermos uma carta de um amigo, que esta a miihas de distancia, nos contando de algum acidente ou doenga. sintonizamos imediatamente com ele, sofremos com ele; estamos juntos sem qualquet qualificaséo. Na quagem da Psicologia Existencial, De acordo com Martin Buber. 0 filésofo judeu da ‘interpersonalidade’, ¢ etravés do enconvro cue.e outro néo é mais impessoal, um “ele” ou ‘ela’, mas se toma para o meu eu" um “vocé" sensivel ¢ prdxime (Véja Martin Buber, “Eu-Vocé*, Nova York. Scribner, 1958). A outra pessoa se torna, de uma maneira misteriosa e indefinivel, um ser especial 2 meus olhos, parte do meu mundo ¢ parte do meu eu. Alé onde isso € possivel, entro no mundo de sua tealidade, ¢ ele, da minha. Houve uma espécie de fusdo, apesar de cada urn permanecer a sua propria pessoa. Como escreve E.E. Cummings: "Um nao ¢ a metade de ; SS eee ce dois. Dols ¢.que ¢2 metade de um’. oe O amigo que se encontra comigo nao é mais alguém que “esta |", que serve aos meus propésitos, que pertence 20 meu clube ou que tabalha comigo. Nossa telacao néo é mals: do tipo sujeito-objeto, experimentamos, juntos, aquela comunhéo misteriosa porém cera, E a isso que os psicélogos existenciais chamam de "encontro™. E esse encontro é feito de ume comunicagao honesta. = Num encontro vetdadeito, essencial ad crescimento da pessoa, a preocupacéo nao é com problemas e salucées. mas com 9 comunhéo € o compantilhar. Abro a mim mesinos a0 meu mundo para vocé entrar, € vocé se abre eo seu mundo para eu entrar. Permito a vocé me experienciar como pessoa, em toda a minha plenitude, e eu experiencio vocé também dessa maneira. E, pata isso. preciso ihe dizer quem sou e vocé deve me dizer quem A comunicagéo é 9 Unico caminho pata a comunhao. ~ E por isso que psicologos como Erich Fromm dizem que néo amamos alguém sem Que isso nos leve 9 amar todo mundo mais. Se nos comunicamos num nivel sujeito-objeto, provavelmente vamos nos comunicar com os outros no mesmo nivel. Vamos permanecer como sujeitos isolados; os oultfos vao permanecer meros objetos em nosso mundo, néo experiéncias. A nao ser que tenha sido tocada por um enconto, a pessoa vai ter supostos: amigos, val talvez manter urna suposta fé (um Upo de relagdo com Deus) porque se espera esses coises dela. Seus relecionementos serso.amenidades sociais e nada mals. N&o haverd, neles, qualquer significado pessoal. . © mindo de uma pessoa assim é um mundo de objetos, de coisas a serem manipule- das, fontes de prazer e distacao. Suas posses podem ser caras € bonitas, ou comuns & baratas, mas a pessoa estara 0. Ela chegara ao fim da vida sem ter, realmente, vivido. O proceso dindmico de “ser pessoa’ vai se tomar alguma coisa estatica, como barcos.a vela flutuande em éguas paradas. Quando o processo de vida € abefado, tudo s¢ toma muito monétono, Se as ‘beiradas da vida" de uma pessoa séo agudas, a vida pode ser muitor dolorosa. Havera a necessidede daqueles estimulos artificiais ¢ de curta duragéo a que chamamos *picos*. Esses picos sao as tentativas de fugir da vida, pequenas viagens, num esiorso para escapar a inexoravel inuusao da realidade e & solidao essencial da pessoa que nao tem amigos de verdade. A vida humana tem suas leis, ¢ uma delas €: Devemos user as coisas ¢ amar as pessoas. A pessoa que vive a nivel sujeito-objeto descobre que ama 85 colsas € usa as pessoas. E para a felicidade e = plenitude humana. O encontro interpessoal e os cinco niveis de comunica¢ao Alguém distinguiu de maneira habil cinco niveis de comunicagéo através dos quais as pessoas podem se relacionar uma com es outras. Para compreendermos esses niveis, vamos visualizer Uma pessoa trancada numa priséo. E essa pessoa ¢ um ser humano, premido por uma insislenicia intema para it de enconwo do outro, mas temeroso de fazer isso. Os cinco niveis, apresentados adiante, poderiam representar cinco graus de disposi¢éo da pessoa pare sair de si mesma, para se comunicer com os outros. O homem na priséo —e ele pode ser qualquer homem - tem estado la por muito tempo, apesar de as portas de ferro nao estarem wancadas. Ele pode sair da priséo mas durante o tempo de sua detengao, ele aprendeu a temer os possiveis perigos que existem fore, Ele até mesmo sente uma espécie de seguranca € protesao auas dos muros de sua priséo, na qual, se mantém como um preso voluntério. A escuridéo da priséo alé o protege de ver 3 si proprio com clareza, nem ele esta certo de como seria sua apaténcia a luz do dia. Acima de tudo, ele n3o esta certo como o mundo e as pessoas que ele vé se mnovimentando por detras des barras 0 receberiam. Ele fica dividido por uma necessidade quase desesperada daquele mundo e daqueles pessoas €, a0 mesmo lempo, por um medo terrivel de ser rejeitado caso abandone seu isolamento. Esse prisioneiro é remanescente do que Viktor Frankl descreve em seu livro "A Procura de Sentido do Homem" sobre seus companheifos no campo de concentragao nazista de Dachau. Alguns deles, que desejavam to desesperadamente sua liberdade, ficaram presos por tanto tempo que, quando se virem livres, andavam & luz do sol, piscavam nervosemente ¢ depois voltavam em siléncio para a escuridéo familiar da priséo, & qual tinham se acostumado por tanto tempo. E esse 0 dileme dramatico que muitos de nés experimentamos em slgum momento de nosses vidas, durante o proceso de nos tornarmos pessoa. A maioria de nos dé soment uma resposta fracu 20 convite do enconyo porgue nos sentmos desconfortéveis por expormos nossa ntdez Como pessoas. Alguns apenes simulam essa viagem, enquanto outs encontram @ coragem para percorrer todo o caminho até a liberdade. Hé varios 2 estégios intermediarios. Eles serdo descritos abaixo, como os cinco niveis de comunicaséo. © quinto nivel, opresentado inicialmente, representa a menor disposicao para nos comu- nicarmos com os outros. Os niveis descendentes indicem cada vez mais 0 sucesso nessa aventura. : Nivel Cinco: conversa cliché Esse nivel representa a resposta mais fraca ao dilema humano e o nivel mais baixo dé autocomunicas4o. Na verdade. nesse nivel no ha qualquer for omunicagao, 4 NO Ser por acidente. Nesse nivel, conversamos através de clichés, tais como: “Como vair.. Como vai sua lamilia?... Por onde vocé tem andado?” Dizemos outras coisas lais com "Gosto muito desse seu vestido... Espero que possamos nos ver novamente... E muito bom ver vocé equi.” No entanto quase nada do que dizemos ou perguntamos é verdadeito. St a pessoa resolvesse responder, com delaihes, & nossa pergunta: "Como vai?", ficariamos embaracados. No geral, feliznente a outra pessoa percebe a superficialidade e convencio- nalismo de nossa pergunta, e cumpre sua obrigacao simplesmente dando a resposta padrdo. “Vou bern, obrigado* mee: Esse é 0 tipo da conversa, ano comunicagao de uma festa, de um encontro no clube, no supermercado, etc. Nao ha compartilhar entre pessoas. Todo mundo permanece em seguranga no isolamento de uma sojisticacéo lala. Parece que todo o grupo se éncontra para ficar em solidao. Isso é bem ilustrado na musica de Paul Simon, "Os sons do siléncio", do filme "O graduado*. . “E ev vina noite nua Dez mil pessoas. talvez mais, Pessoas falando sem dizer, Pessoas ouvindo sem escutar, Pessoas escrevendo cangdes que vozes jamais compartilhariam. Ninguém se atreveria A perturbar os sons do siléncio.” Nivel Quatro: relatando fatos sobre os outros fesse nivel, ndo saimos muito de nossa prisdo solitéria, nem atingimos uma comuni- cacao real, porque nao expomios praticamente coisa alguma de nos mnesmas. Contenta- mo-nos em dizer a oUITOs o que alguém disse ou fez, Neo damos qualquer aspecto pessoal ou Ge suio-revelacso aos comentarios, mas simplesmente Télatamos Taos. Assim como muitos se escondem atlas de clichés, escondemos atras de folocas, “casos” sobre ouuas pessoas. fragmentos de conversa, Nada damos de nos mesmos nem convidamos 0 outro a dar neda de si Sen Nivel Trés: minhas idéias e julgamentos Nesse nivel, ha alguma comunicasao sobre a Ina pessoa. Estou disposto a sair um pouco do meu confinamento, da minha solidao. Corto o risco, falando a voct sobre algumat de minhas idéias e revelando alguns de meus julgamentos e decisoes. No entanto, mantenho minhe corunicagao sob censure. A medida que comunico minhas idéias, observe yocé cuidadosa nente. Quero testa: 2 temperatura da dgua antes de cair na piscina. Quero estar certo de cue vocé vai me aceilar com minhas idéias, julgamentos e decisdes. Se voce levanta a sombrancelhe, aperta os olhos, boceja ou oiha para o relogio, vou provavelmente me teUirar para terreno mais seouro. Vou escolher o silencio, ou mudar o tema da conversa, ou pior ainde, vou comesar a dizer coisas que penso que vo Ihe agradar. Vou comegars Sef aquilo que agrada a voce. : % alvt Algum dia, no entanto, vou desenvolver a coregem e 0 desejo intenso de crescer como pessoa. Vou despejar todo o conteudo de minha cabeca e coracéo diante de voce. Sera o momento da minhe verdade. Posso até jé ter leilo isso, mas nesse caso voce 36 conhece 3 um pouquinho a meu tespeilo, 8 néo ser que eu queira avancar para o nivel seguinte de autocomunicacaéo. Nivel Dois: meus sentimentos (emogées) “nivel visceral” Pode nao ter ocomdo a muitos de nos que, mesmo revelando nossas idéias, julgamen- los e decisées. ha ainda muito de nossa pessoa por revelar. A verdade € que o que mails me diferencia e individualiza em relagdo aos outros, 0 qoe tora a comunicagdo de minha pessoa UM conhecimenio unico, $30 Meus senlimentos ou emocdes. Se quero realmente que vocé saiba quem et'sou, devo Ihe contar sobre meu estomago (nivel visceral) assim como de minha cabeca. Minhas idéias, julgamentos e decisées 380 muito cohvencionais. Se pertenco 8 ARENA ou ao MDB, tenho muitos companheiros. Se sot ra ou a favor do programa espacial, haverd outros me apoiando ne minha deciséo. Mas os senumentos subjacentes as minhas idéias. julgamentos e conviccées s30 unicamen- le meus, Ninguem pertence a um partido politico, adota uma convicgao religiosa ou esta ‘comprometido com alguna causa sentindo exatamente o meu entusiasmo' ous minha apatia. Ninguém experiencia meu senso de frustracéo, meus medos ou sente minhas? Paixées. Ninguém se opée & queria com a mesma indignag4o que eu ou sente patriotisme com a@ mesma lealdade que eu. . Sdo es ses sentimentos, nesse nivel de comunicagao que devo compantlhar com.vocé, se_quiser Ih! dite? quem sou realmente. Como ilustraao, gosiana de colocar numa coluna game ita, algumas reacées emocionais ao to do que tenha na minha cabesa. estou quardando . especialmente equelas areas nas quais sou mais z als. Besquerda, um julgamento e numa coluna & P julgamento. Se Ihe falo apenas a re: um bocado a meu préprio respeii Pe al, mais individual, mais profundamente eu mesmo. Julgamento Possiveis reacdes emocionais Eu acho que vocé é inteligente ss @ Me sinto ciumento . € me sinto frusado € me sinto orgulhoso de ser seu amigo ¢ isso me deixa muito vontade com vocé us @ eu tenho inveja de vocé € eu me sinto inferior a vocé € eu me sinto impelido a imitar vocé ++. € tenho voniade de fugir de vocé - ¢ tenho voniade de humilhar vocé A maior parte das pessoas semte que 0 outs nao toler uma tal honestidade emocional na comunicas ao. Delendemos nossa desonestidade diendo que poderiemos megoar» outro, e. Uanslormando nossa Talsidade em nobreza, iniciamos relacionamentos superti- ciais: Isso n8o acontece apenas com as amizades ocasionais, mas tambem nossa propria familia; isso € que desuci_a comunhéo auténtica de um casamento, Come consequéncia, nem ciescemos, nem ajudamos os oullos a crescerem. Enquanio Isso, temos que viver emogées teprimidas - uma maneira perigosa e autodestrutiva de viver, Qualquer relecionamente_que_pressupde um encontro_verdadeiro e pessoal, deve ser beseado nes: So honesia, aberia, visceral. A outsa alterativa ¢ permanecer na” minha priséo. € viver, de momento & momento, a minha morte como pessoa. Vamos falar mais 9 esse respeito depois de descrevermos o primeito e mais profundo nivel de comunicagdo enue pessoas. Nivel Um: a comunicagao culminante Todas as amizades profundas e aulénlicas. especialmente os casamentos. devern Sef baseados em absoluta abenura ¢ nonestidade. Algumas vezes. torna-se dificil a comunice 580 visceral, mas € exatamente nesses momentos em que ela € mais necessdria. Enve amigos intimos e enire casais havera algumas vezes, uma comunhdo émocional ¢ pessoal completa. De acordo com a condicao humana, isso nunca pode ser uma experiéncia permanente. Vai haver, © devem haver, no entanto, momentos €m que o encontro val atingir ums Comunicacao perfeita. Nesses momentos. as duas pessoas vao sentir uma empatia mutua perieita, Sel que minhas reagdes sao compartilhadas inteiramente por meu parceiso; minha alearia ou tristeza ¢ duplicada de maneira exata nele. Somes como dois instrumentos musicals locendo exalamente @ mesma nota, ao mesmo tom. Ea isso que chamamos de hivel 1, 04 de comunicagéo culminante. “REGRAS" PARA COMUNICAGAO AO NIVEL VISCERAL Se a amizade e o amor humano deve amadurecer entre quaisquer duas pessoas, deve haver uma tevelacdo mutua. absoluta ¢ honests; este tipo de auto-revelacae pode ser alcangado somente atraves daguilo gue chamamos de comunicacao “visceral’. Nao ha Urse Cutts aaneTere IoJny 05 TeaSe7 que cllamos pera racionalizer nesses eetnillagent & desonestidade devem ser consideradas como ilusdes. Seria muito melhor para mim dizer-Ihe como realmente me sinto em relaco a vocé do que enlrar na viscosidade ¢ desconforto de um relacionamento also. . * A desonestidade tem sempre um modo de voltar para nos rondar e nos causar problemas. Mesmo que eu tenha de the dizer que ndo 0 admiro ou o amo emocionalmente, seria muito melhor do que tentar engans-lo e ter que pagat o preso maximo de toda esta decepsso: uma dor maior sua e minha. E vocé tera que me dizer coisas, as vezes. dificeis de serern comparulhodas. Mas, realmente, vocé nao tem escolha, e, se quero sua amizade, devo estar pronto para aceilé-lo tal como vocé é. Se qualquet_um de nés entra num telacionamento sem esta determinocéo de honestidade e abertura mutus, néo pode haver amizade, ciescimento: pelo contrario, pode haver somente um tipo de coisa sujeito-objeto, que ¢ Upificada pelas brigas, *beicinhos*, ciume, raiva e acusagoes de adolescentes. Atentecao cléssica neste assunto, e pareceria ser o mais destrutivo de todos os enganos nesta area de relacdes humanas. ¢ esta: somos lentados a pensar que a comunicaca uma reacdo emocional desfavorivel lendera a causat a separacao, Se eu the digo que fico incomodado quando voce faz elauma coisa que vocé tem costume de fazer, posso ficar tentado a acreditar que si hor ndo mencionar isto. Nossa relacao sera mais tranguila. Voce néo entenderia, de todo modo. Assim, guardo isto para mim mesmo, e cada vez que vocé “Iz a sua coisa", meu estémago fica contande 2.4:3.4...5...6,..7...8... al€ que um dia vocé [az a mesma coisa que” sempre fez € 0 céu desaba. Durante todo 6 lempo em que vocé eslava me aborrecendo, ev €stava guardando para mim e, em algum lugar, secretarnente, estava aprendendo a odia-lo. Meus bons pensamentos estavam licando amargos. Quando, finaimente, tudo explodiu_numa_qrande_avalanche e1 vocé nao compreendeu. Vocé pensou aue este tipo de reacao foi tolalmente desnecessario. Os lacos de nosso amor frageis ¢ prestes a se quebrarem. & tudo comegou quando eu disse: "Eu néo gosto do que ele esté fazendo, mas seria melhor nao dizer nada. O telacionamento sera mais vanqiilo*. Isto tudo fol uma ilusdo, e eu deveria ter-Ihe dito no comego. Agora houve uma separacéo emocional, tudo porque eu queria mantera paz entre 8s. 5 Regra Numero Um: A comunicagao ao nivel visceral (abertura e honestidade emocional) nao deve nunca implicar num julgamento do outro Eu. simplesmente nao sou suficientemente amadurecido para_entrat numa verdadeira amizade, a menos que compreenda que nao posso juigar a intengo ou motivagao dé una SUITE Pessoa. Devo ser humilde € 3806 suliciemte para me curvar ante 8 complexidadé @ mistério de um ser humano. Se a julgo, simplesmente revelei minha propria imaturidade © capacidade para a amizade o . A franqueza emocional nao implica. sempre. num julgamento da pessoa. De fato. ela abstém de qualquer autojuigamento. Por exemplo, se eu Ihe dissesse: “Estou ansioso com Voce’, teria sido emocionalmente honesto €, a0 mesmo tempo, isso nao implicaria, nem por um instante, que por culpa sua estou ansioso com vocé. Talvez seja o meu proprio complexo de inferioridade ou o meu conceilo exagetado de sua inteligéncia. Nao estou dizendo que € culpa de ninguém. mas, simplesmente relatando minha teacda emocional para com vocé nesta situagao. Se eu losse lhe dizer que me sinto com raiva ou ferido por alguma coiga que vocé tenha feito ou dito, € a mesma coisa. Eu nao 0 julguei. Talvez seja o meu amor-proprid que me tenha feito t8o sensivel, ou minha inclinagao 8 parancia (um complex de perseguicao). Nao estou certo, e, na maioria dos casos, nunca posso estar certo. Estar certo implicaria num julgamente. Eu posse apenas dizer, com certeza, que esta tem sido e é minha reagéo emocion: —— Se eu fosse lhe dizer que. por alguma coisa. vocé me aborrece. novamente eu nao seria \8o arrogante a ponto de pensar que sua ag3o aborreceria qualquer pessoa. Nao quero hem mesmo dizer que sua ago é de qualquer maneira errada ou ofensiva. Simplesmente quero dizer que aqui e agora experiencio desaosto. Talvez seja a minha dor de cabega ou minha digest8o ou 0 fato de que néo tenha dormido bem a ultima noite. Realmente nao sel. E tudo o que sei € isto: que estou tentando Ihe dizer que estou experenciando desgoslo neste momento. Seria provavelmente mais util. na maioria dos casos, antecipar nossa comunicacéo visceral com algum tipo de negaséo, para assegurar ao outro que nao ha julgamento implicado. Posso comegar dizendo: “Nao sei por que isto me incomoda, mas incomneda... acho que sou hipersensivel, e realmente néo quero dizer que é culpa sua. mas sinto-me letido pelo que vocé esta dizendo”. E evidente. 2 principal coisa é que ndo ha de fato qualquer julgamento. Se tenho o habito de julgar as intengdes ou motivacac do outro, deveria esforsar-me bastante para superar este habito adolescente. Simplesmente néo serei capaz de dislersar meus julga- mentos, nao importa quantas negagées eu use. Por outro lado, se sou realmente maduro o suficiente para me abster de tais julgamen- tos, isto também, eventualmente, ficara aparente. Se realmente quero saber a intengdo ou motivaco ou reagdo do outro, ha somente uma maneira de descobrir: devo perguntar-lhe. (Nao passe por isto ligeiramente. Vocé também néo tem olhos raios-x). Talvez deveria se acrescentar uma pelavra aqui sobre a diferensa entre julgar uma pessoa e julaar uma, a¢ao. Se vejo alguém roubando o dinheiro de outra pessoa, posso julgar que esta acéo ¢ moralmente errada, mas ndo posso julga-lo, E para Deus, ndo para vocé ou para mim, julgar a responsabilidade humana. Se. contudo, ndo pudéssernos julgar o que ha de certo ou errado numa acéo, seria o fim de toda moralidade objetiva. Néovernes enivar nist> - que néo ha nada objetivamente errado ou cert, que tudo depende da forma como voc? olha. Mas julgar a responsabilidade do outro € brincar de Deus. 6 Regra Numero Dois: As emogées ndo sao morais (boas ou mas) Tevricemente, @ maioria de nés aceitaria o [ato de que as emogées néo sdo nem dignas de méritos nem pecadoras. Sentir-se Irustrado, ou estar aborrecido. ou experienciar medos € raiva nao fazem com que uma pessoa seja boa ou ma. Praticamente, contudo, 3 maioria de nos nao aceita. na nossa vida diaria, o que aceitaria na teoria. Exercemos uma censura Muito severa sobre nossos emocées. Se nossa censura consciente néo aprova certas emogées, reprimimos estas emogdes na nossa mente subconsciente. Experts em medicina psicossomitica dizem que a causa mais comu! erdadeira doenca é a represso_ de emogées. O fato ¢ que existe emog mos admitir. Temos vergonha de nossos temores. ou sentimo-nos culpados por causa de nossa raiva ou desejos emocionais € fisicos. " , Antes que qualquer pessoa possa ser suficienternente liberada pera praticer 8 ‘comu- nicacéo ao nivel visceral”, na qual estaria emocionaimente aberta e honesta, deve sé sentir convencida de que emogées no $80 morais mas_simplesmente factuais. Meus clumes, minha raiva. meus desejos sexuais, meus temores, etc., ndo me tazem uma pessoa boa ou ruim. E evidente, esses reagdes erocionais devem ser integradas em minha mente arbitris, . mas antes que possam ser integradas, antes que eu possa decidir se desejo agir de acordo com elas ou nao, devo permitir que elas surjam e devo escutar claramente o que elas esto me dizenido. Devo ser capaz de dizer, sem qualquer sentimento de repreenséo moral, que estou com medo ou com raiva ou excitado sexualmente. : Antes que eu seia livre o suficiente para fazer isto, porém, devo estar convicto que as emogées ndo sé0 morais, nem boas ou mas em si meses. Devo estar convicto, também, que a experiéncia de toda a gama de emogées ¢ uma parte da condi¢ao humana, 4 heran¢ de todo homem. * y Regra Numero Trés: Sentimentos (emogdes) devem ser integrados ao intelecto e vontade E extremamente importante entender este proximo item. A néo-repressdo de nossas emogées significa que devemos experienciar, reconhecer, € aceilar nossas emocdes completamente. Nao significa, de modo algum, que sempre agirernos de acordo com estas emosées. Isto seria vagico e a pior forma de irnaturidade - se uma pessoa permitisse que seus sentimentos ou emosoes contolassem sua_vida. Uma coisa tir pare. mim mesmo € para os outios que estou.com medo, mas uma outta coisa € permitit que_ este medo me domine. Uma coisa é eu sentit e admitir que estou com raiva e outra dar um~ S0co no seu nari INTELECTO. VONTADE SENTIMENTOS (EMOCOES) No trigngulo acima vimos tés faculdades do homem que devern ser integradas, isto é, colocadas num todo harmonioso, se deseja progredir no processo de tornar-se pessoa, Se esta claro o significado desta integra¢ao, ¢ patente que a mente julga a necessidade ou desejabilidade de agit sobre certas emogées que foram totalmente experienciadas, e a vontade (arbittio) leva este julgamerito a tabo. Por exemplo, posso sentir um forte medo de lhe dizer a verdade sobre certo assunto. O fato € que, endo é bom ou ruim em si mesmo, estou experienciando medo. Permito-me sentir este medo, reconhecé-lo, Minha mente julga 7 que eu nao deveria agir de acordo com este medo. mas apesar dele, the dizer a verdade. A vontade, consequentemente, realiza o julgamento da mente. Eu Ihe digo a verdade. Contudo, se estou buscando um relacionamento real e suténtico com vocé, € desejo praticar comunicasao ao ‘nivel visceral", devo the dizer alguma coisa como Isto: "Eu tealmente nao sei porque... talvez seja a minha.veia.de covardia... mas sinto medo de ihe. dizer alguma coisa, e. contudo, sei que devo ser honesto com voce... Esta ¢ a verdade, tal come a entendo. TO aT Ou, para citar um outo exemplo, talvez eu me sinta muito terno e amoroso para cot vocé. Como Chesterton observou, o medo mai$ desprezivel ¢ o medo do sentimento, Talver . seja a nossa heranga cultural ou talvez o medo da tejeigéo, mas Irequentemente experien- ciamos ume grande relutancia de ser externamente temnos_e amorosos, Talvez neste caso minha mente julgara que € correto agit de acordo com esie impulso de sentimento, ey Rovamente, minha vontade executa o julgamento. Deveria ser Sbvio que, na pessoa Integradi, as emogdes nao sdo nem reprimidas nem assumem controle da pessoa toda, Sao recenhecidas (O que € que esiou sentindo?) e integradas (Quero , agit de ecorde com este sentimento ou nao?). Regra Numero Quatro: Na comunicagao ao "nivel visceral", as emogées devem ser “relatadas* Sec cl dizer quem realmente sou, devo lhe contar os meus sentimentos, qe. eu taiva sem interferit com qualquer julgamento da sua pessoa,e sem pretender: agir de acordo com esa raiva, Posso the contar que tenho medo (dé algo ou alguém), explicando o meu medo sem acusar vocé de ser a causa dele, ¢ 20 mesmo tempo néo sucumbindo a pte medo. Mas devo, se vou abrir-me com vocé, permitir que vocé experiencie (encontre) minha pessoa e contar-Ihe de minha raiva e meu medo. Tem se afirmado, verdadeiramente, que ov falamos (relatamos) sobre nossos sentl- mentos ou iremos mostra-los em nossos atos (act them out). Os sentimentos sso como © ‘Vapor que se ajunte dentro de uma chaleira. Mantidos do lado de dentro e adquirindo forcas, podem arrancer a ‘tampa* humana, assim como o vapor soprara para fora a tampa da chaleira. Ja nos referimos ao veredicto da medicina psicossomitica que diz que as emocdes Teprimidas $40 causa mais comum da fadiga e da doenca verdadeira. Isto faz parte do processo de “acting out”. As emogées reprimidas poderao encontrar sua saida no | ‘acting _ out" de deres de cabeca, doencas de pele, aleraias, asma, gripes comuns, dores nas costas — ‘ou membios, mas tudo isto pode ser também ‘acted out” ha tensSo de musculos rijos, beter de portas. apertar dos pulsos, a alla_da ptessiq sanguinea, o ranger de dentes, crises de lagrimas 1emperamentais, atos de violéncia. Nao enterramos _emogoes_mortas; permanecem vivas na nossa mente subconscient lestinos, para nos ferir e nos Causar problemas. N3o € somente muito mais proveitoso para ume relacéo auten os sentimentos auténticos, mas é igualmente “essencial para nossa integridade esaude. ‘A razio mais comum para néo telatar nossas emogées ¢ que nado queremos edmill-las por uma fazéo ou outra. Tememos que os outros possam fazer um mau juizo de nés, ou realmente nos rejeitar, ou nos punir de alguna forma por nossa franqueza emocional. Fomos de algume forma *progremados" para ndo aceiter certas emogdes como parte nossa. Temos. vergonha delas. Mas podemos tacionalizar ¢ dizer que no podemos relalar essas emocées porque nao seriam entendidas. ou que relaté-las perturbaria uma relagéo tranqdils, ou evocaria uma tempestuosa reaséo emocional por parte da outra pessoa; mas todas as nossas razées essencialmente fraudulentas, e nosso siléncio pode produzir somente rela- cionamentos fraudulentos. Qualquer pessaa que construa um relacionamento apoiendo em qualquer coisa que ndo abertura e honestidade esta construindo sobre a arcia. Tal telacionemento nunca tesistira 20 teste do tempo, e nenhuma das partes extrairé do relacionamento quaisquer beneficios notaveis. Regra Nimero Cinco: Com raras excegdes, as emogoes deve ser telatadas no momento em que estao sendo experienciadas ___ E muito mais facil para a maioria de nés relatar uma emogao como se conta um caso. E quase como falar sobre outra pessoa quando posso [alar sobre mim mesmo um ou dois anos atras, € admitir que eu tinha muito medo ou que estava com muita raiva nequela época. Porque eram emogées transitorias e jd se passaram agora, é [acil dissoclar esses sentimentos de minha pessoa aqui e agora. E dificil, contudo, recapturar um sentimento uma vez que ele tenha passado para a minha historia pessoal. Ficamos freqdentemnente confusos por tais emogées anteriores. "Nao sei por que fiquei tao excitado". O momento de relatar as emogdes € 0 momento em que elas estdo sendo experienciadas. Mesmo o atraso temporario deste relato de emogées é insensato e nao é saudavel. ‘ Toda comunicagao deve, obviamente. respeitar ndo apenas o transmissor da comuni- cago como também o teceptador que iré nunicagso. Consequenterente, pode Scorer que, na inlegracdo de minhas emogées, meu julgamento possa ordenar que este nao é ¢ momento oportuno para relatar minha reacao em Seo receptador esta, ele. proprio, 30 emocionalmente peituibade qui mente poderia estar num humor recep-- tivo, € meu relate iria apenas ser distorcido de alguma forma por seu turbulent: emiocional, pode Ser o caso de eu ter que adiar este relato. ‘ Mas. se 0 assunto é suficienternente sério e as emosées forte o bastante, este perioda } de adiamento nao pode ser demasiadamente longo nem eu posso ficar terneroso ou | esmagado pele completa repressac de emogées. Note que este periode de adiamento nao i deveria ser nunca um petiode longo, e que pareceria que na maiotia dos casos ele seri uma coisa rara. Também, pareceria ser uma excegao valida para esta regra, adiar ou eliminar este telato no caso de um incidente passageiro com um conhecido casal. As maneiras grosseiras de um motorista de énibus podem irritar, sem ser esta a ocasigo para eu afronts-lo diretamente e falar-lhe sobre minhas reacées emocionais com relacéo a ele. Entretanto, no caso de duas pessoes que devern trabalhar ou viver juntas, ou que desejam se relacionar profundamente, este relato emocional no momento das emogées é vitalmente importante. Os Beneficios da Comunicagao ao “Nivel-Visceral" Q teneficio principal e evidente da comunicasso 20_*hivel-visceral” seré um relacio- namenti real e auténtico € o que chamnamos de um verdadeiro “encontro” de pessoas. Nao apenas havera uma comunicacso mutua de pessoas © o consequente_compartilhar € expetienciat de “pessoalidade”(person-hood), mas resultaré num maior e mais claro sentido delinido de auto: de para cada uma das panes no relacionamento. Hoju, muitos de nés perguntamos: "Quem sou eu?" Esta tornou-se uma questéo da moda. A implicagdo € que néo conheso verdadeiramente o meu préprio eu como uma pessoa. Dissemos que minha pessoa € 0 que penso, julgo, sinto, etc. Se comuniquel essas coisas livre © abertamente, t8o claramente quanto posso € t8o honestamente quanto seja copaz, verificarei um crescimento notavel no meu préprio senso de identidade, assim como um conhecimento mais auléntico © mais profundo do outro. Tomou-se um truisno que compreenderei somente como muito de mim mesmo, na medida em que venho me dispondo 8 comunicar com 0 outro. © segundo ¢ muito importante resultado de tal comuniceséo € que tendo me com- preendido porque me comuniquei, descobrirei que os padrées de imaturidade estado mudando para padiées de maturidade. Eu mudarel: Qualquet pessoa que vé os padrées de suas reagées, € dispde-se a examiné-los, pode vir a compreender que esses séo podroes de hipersensibilidade ou parancia, No momento em que a compreenséo penetra-la, ela verificaré que 0 padréo esta mudando. Néo obstante tudo o que dissemos sobre emosées, nao devemos acreditar que padrées emocionais séo puramente biolégicos ou Inevitavei Posso e mudarei meus, padides emocionais, isto é, passarei de uma emocéo para outra, se 9 honestamente deixo que minhas emogées aflorerm para o reconhecimento e, tendo relata- do-as de forma honesta. julgue-as imaturas e indesejaveis. : Por exemplo, se consislente e honestamente relato a emogéo de “sentir-me lerido” por muitas coises pequenas ¢ inconseqientes, lomar-se-8 aparente para mim, no momento, que sou hipersensivel e que estou sendo indulaente para comigo mesmo em autopiedade. No momento em que isto se torne claro para mim, realmente me atinja, eu mudarel. Em resumo a dindmica é esta: Nos permitiinos que nossas emocdes aflorem de forma, que_possam ser_identificadas; observarnos os padré Teagdes emocionels, felatamo-los e julgamo-los. Tendo feito estas,coisas, instintlva e imedialamente fazemos Os ajustamentos necess. |. & luz de nossos proprios ideais e esperancas de crescimento. -~ Mudamos. Tente isto e veja por si mesmo. . ‘ Corno foi dito, nossas reagdes emocionais nao s5o necessidades blolégicas oursica- logicas. Podemos passai de dina emocdo para outra, se desejamos. Tantos exemplos poderiam ser acrescentados. Posso me sentir viciosamente_compelitivo, mas-se permito ue as emocées sob o meu espirito de competigao venham & superficie para reconheci- mento, posso descobrir que € apenas o meu sentimento de ine minha falta de confianga em mim mesinio que me propela para a compeligad. E estranhamente misterioso Como, quando se permite que essas emogées iluminem nosso eu interior, elas podem nos dizer coisas que nunca soubemos a respeilo de nés mesmos. Este tipo de autoconhecimento € © comeco de crescimento. Ou posso estar perturbado com uma emogéo destrutiva como o desespero, que, s€ permito que aflore para exame. s¢ mostrara como sendo meramente ums lentativa de autopunigao. A maioria das "depressdes” é, simplesmente. autopuni¢ao. Uma investigagéo posterior podera me mostrar que tenho um complexo de culpa, € que necesito desta punisao para expiar meus sentimentos de culpa. Estou num caminho de autodestrulsao. Quando posso reconhecer essas emocées como negativas € autodestrutivas, esta, entdo, a0 meu alcance passar para uma nova reagado emocional, de autopiedade ou autopunico para o amor, da raiva para a empatia, do desespero para a esperans: Se tudo isto € verdadeiro, ¢ vocé lem que epenas experimenté-lo para conhecer a sua verdade. é dbvio que 2 pequena frase que usamos t8o adequadamente ~ “Sinto muito, mas é assim que sou" - néo € nada mais do que um refugio e engeno. E ovortuna, se voce No. tentars se elevar acima desta falacia. quer crescer: mas se voce quer cre: O terceiro beneficio da comunicagéo a ‘nivel visceral" é que evocara dos outros uma honestidade e abertura responsivas, necessarias a um relacionamento interpessoal. mutuo, Goldbrunner, um psiquiatra, gaba-se de que pode obler acesso s partes mais profundas de qualquer pessoa em questao de minutos. Sua técnica ndo é comegar fazendo perguntas, pois isto faz com que @ pessoa insegura fique mais defensiva. A teoria deste psiquiatra & que se desejamos que o outro se abra conosco, devemos comesar por nos abrir a ele, falando-lhe honesta e abertamente de nossos sentiments. Uma pessoa é ressonante @ outra pessoa, insiste Goldbrunner. Se me disponho a sair da escuridéo de minha prisdo, 8 expor 2 parte mais profunda de minha pessoa a outra pessoa, 0 resullado é quase sempre automatico ¢ imediato. A outra pessoa se sentiré livre para se reveler 2 mim, Tendo ouvido meus sentimentos secretos ¢ profundos, ela sente Coragem para comunicar os seus. Isto, em ultima andlise, € 0 que quisemos dizer por “encontro”. LIDANDO COM NOSSAS EMOGOES Dissemos que 0 ser humano completo néo reprime suas emordes. no que Isto est sob ontrole, mas permiie que elas al afore S superficie. Ele experiencis a iotalldade de sua caimonia com suas emocées, consciente do que elas clonamentos com os outros, Por ouuS se i vida emocional: ele esta “ligado”, em harmonia c estdo Ihe dizendo sobre suas necessidadel e seus rela lado, dissernos também que isto nao implica em entrega as emogoes. joa totalmente humana, hé um equilibrio de sentimentos, emogoes, intelecto e vontade. As emogdes tem 10 posses emogées, néo é de todo que ser intearades. Embora seja necessario Tecessério que “atuemos* de acordo com elas. A importancia critica de tudo isto ficara clara se vocé refletir por apenas um momento que (1) yuase todos os prazeres e soltir os da vida estéo profundamente relacionados com as emocées. (2) A maior pate da conduta humana ¢ tesultado de forgas emocionais, (embora sejamos todos tentados a "posar® como intelectos puros, € a explicar nossas preferénuias e agdes em bases tacionais, objetivas). (3) A maior parte dos conflitos interpessoais resultam de estresses emocionais (por exemplo, raiva, ciume, frustracée ‘eic.), © a maioria dos enconttos interpessoais 80 conseguidos através d jum Upo de comunhso emocional (por exemplo, empatia, temura, sentimentos dé eleigao). Em outras Palavras, suas emogées e a maneira come yocé lida com elas provavelmente “farso" ou “quebrarao* vocé na aventura da ¥ relatat* e "integrar® emogoes pode ser ilustrada como Amecanica de "consciéncia’, se segue. SITUAGAO: Vocé esté tendo uma discusséo com um membre de sua familia ol com um amigo. Ha varias diferencas de opiniao, e muito lentamente as vozes ¢ a pressdo sanguinea se elevam. Vocé esta comecando a sentir o éstrésse de sentimentos fortes. O que vocé deveria fazer?- SAUDAVEL 1) Esteja consciente de suas emogées. Volte sua mente, rapidamente, da discussao € preste alengao direta 4 sua reacao emocional. Pergunte a si mesmo: O que estou sentindo? E constrangimento (porque os argumentos da outra pessoa parecem me- thor?) E medo (ele € bem grande e esta ficando mais nervoso a cada: minuto?) Superioridade (porque vocé tem vantagens, e ele sabe disso?). 2) Admita sua emogéo. Volte toda a sua consciéncia para 8 emogéo. Examine bem, de forms que vocé possa identifica-la. Avalie, também, o grau dela. E raiva, por exemplo, € de “alta voltagem", também. 3) Investigue sua emogio. Se vocé realmente quer descobrir muito sobre si mesmo, pergunte 4 sua raiva como chegou ai, ¢ de onde veio. Busque a origem de sua emosac. Vocé pode nao ser capaz de descobrir toda a drvore geneslégica de sua emoséo plesente, mas pode vislumbrar um complexe de inferioridede que nunce tinha admit jo. NAO SAUDAVEL 1) Ignore sua reagéo emocional. Nao tern nada a ver a discussio mesmo. Methor ainda (se vocé quer comeler um erro pior) diga a si mesmo que nao esta ficando nada nervoso. Se esta perspirando, diga a si mesmo que apenas esta calor na sala. Guarde sua taiva no fundo de seu estomago, onde sua cabeca nao pode nota-la. Sentir emogoes durante uma discussao intelectual nao é digne de vocé de todo modo. 2) Continue negando suas emogées. Diga a si mesmo e 20s outros "Mas eu néo estou nada -nervoso". As emocbes 0 mais facilmente ignoradas se vocé manltém a sua mente fixamente na discussdo. N5o deixe suas emosaes distral-lo. Vocé pode tomar Alka Seltzer depois, quando seu estémago chama-lo de mentiroso. 3) Vasculhe sua mente 3 procura de materlals controvertidos. O sujeito com os movi- Mentos certos vai conseguit resolves isto agora. Agora é perder ou ganhar. Maneire com ts palavras; vocé esta comesando a se excitar. Mas mantenha um fluxo continue, ou ele © pegara al e mostrara que esté certo. Concentre-se na discusséo, ¢ continue movendo-se em diregao a jugular. ro) SAUDAVEL 4) Relate sun emogdo. Agora 36 0s fatos. Neda de interpretagées.ou julgamentos. ‘Varios * 5) ficar frios por um minuto. Estou ficando muito excitado, e comegando a dizer colsas | que realmente n&o queria dizer.” E muito importante nao acusar ot julgar heste telato. Nao Ihe diga que é por culpa dele que vocé ficou téo nervoso. Realmente néo é culpa dele, vocé sabe. E alguma coisa em vocé. Nao oacuse, nem mesmo para vocé Meso: Integre sua emogao. Tendo prestado atengdo & sua emocéo. e a tendo questionade & telatado, deixe agora a sua mente julgar o que é certo fazer. e sua vontade executar 0° * julgamento, digamos, por exemplo: "Vames'comegar novamente. Acho que fui multe - defensivo so escuta-lo, Gostaria de tenlar novamente.* Ou: “Vocé se importaria s¢ parassemos por aqui? Acho que_estou ficando muito irritado para discutir qualquer coisa." NAO SAUDAVEL . 4) Se vocé se esquentar completamente ¢ ficar Incoerente, jogue a culpa nele. -E certifique-se de incluir algum defeito profundo de personalidade em sua acusagao. Diga-Ihe, por exemplo: “E impossivel discutir qualquer coisa com vocé, Voce ¢ arrogante demais. Vocé nunca (generalizasées como esta $80 boas,dambém) escuta. Vocé acha que é Deus, néo acha?* (Certifique-se de que ele sabe que a‘pergunta é. retorica), eae Visto que vocé nem mesmo admitlu ter uma emogéo, vocé néo teré que passer pelo problema de tentar aprender de suas reacées emocionals ou integra-las. Emosées Teprimidas, entretanto, gm um modo de se insubordinarem, essim, sale andando ofenaido, e tome duas aspirinas - e continue pensando no quéo Itrazoavel ele fol. Why I Am Afraid to Tell You Who | Am. Powell, John. 7

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