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APOSTILA - Inteligência Emocional
APOSTILA - Inteligência Emocional
APRESENTAÇÃO
Caro(a) estudante,
Essa apostila está dividida em três unidades de conhecimento. Na primeira, consta uma
breve introdução ao assunto de Inteligência Emocional, trazendo a teoria por trás dos fatos
e o impacto das emoções na nossa saúde mental e na vida profissional.
Faça um bom uso desse material, leia, faça anotações e amplie seus conhecimentos em
relação à Inteligência Emocional.
Bons estudos!
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SUMÁRIO
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UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Saiba mais
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1.1 A Teoria por trás dos fatos
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A Inteligência Emocional já foi introduzida no nosso repertório pelos autores
supracitados, que trouxeram as primeiras explanações e perspectivas científicas com
relação ao tema.
Neste sentido, pontuamos aqui o que o autor considera como as sete emoções
universais:
Tristeza ou angústia;
Alegria ou emoções agradáveis;
Nojo ou repugnância;
Raiva;
Medo;
Surpresa;
Desprezo.
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Ekman (2011) defende que as emoções
são reações neuropsicofisiológicas a estímulos
que podem anteceder as situações de perigo e de
satisfação, ou seja, são respostas muito rápidas e
expressadas pela nossa face, sem que possamos
controlá-las.
O que muitos não sabem é que as
emoções podem melhorar ou piorar a saúde física
e mental. Ekman (2011) afirma que as emoções
podem determinar nossa qualidade de vida, pois
Fonte:
estão presentes em todos os relacionamentos que https://www.pexels.com/photo/collage-
photo-of-woman-3812743/
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1.3 As emoções e seus impactos na saúde e na vida profissional
Fonte: https://www.pexels.com/photo/woman-coffee-laptop-internet-6028573/
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Por isso, precisamos estar atentos às nossas emoções, pois elas também
impactam diretamente no âmbito social e na saúde psicológica. Da Silva et al. (2020)
reforçam, que seja no âmbito pessoal ou profissional, o desenvolvimento da inteligência
emocional traz inúmeros benefícios, tendo um grande impacto nos níveis de felicidade e
na realização pessoal dos indivíduos, ao promover sensação de bem-estar, fazendo com
que se sintam mais tranquilos e seguros no ambiente em que vivem. Portanto, é necessário
estudar nossas emoções por uma perspectiva biopsicossocial, mais ampla, para melhor
compreendê-las.
No aspecto laboral, as emoções são um fator poderoso no comportamento
organizacional, pois indicam a forma como vamos nos comportar em diferentes situações.
Há pouco tempo, quase não se estudava sobre isso, pois havia a tendência em acreditar
que as emoções eram contrárias à racionalidade, que poderiam ser destrutivas para as
pessoas e que, por isso, deveriam ser controladas ou até eliminadas. Agora, sabemos que
todos os sentimentos são importantes e que a inteligência emocional nos ajuda a
reconhecer e administrar as emoções para que não dominem nossas vidas (DA SILVA et
al., 2020).
No âmbito profissional, as emoções desempenham um importante papel, pois
podem ditar o ritmo do crescimento profissional por meio de condutas favoráveis no
ambiente de trabalho. Essa ideia é corroborada por Lima (2015), que enfatiza que a
afetividade, as emoções e os sentimentos se ligam indissoluvelmente à dinâmica do
trabalho e da vida laboral, pois é impossível dissocia-las do que vivemos.
É preciso compreender a afetividade e o papel das emoções na formação de
vínculos que favorecem o aprendizado do ser humano, pois nos estágios em que o
indivíduo está sensível à aprendizagem, são construídas relações que estabelecem
vínculos, proporcionando a constituição dos recursos internos. Melo et al. (2020)
explicam que é por meio dessas experiências que a pessoa aprende a forma de se
relacionar com o mundo, bem como as diversas maneiras e reações de solução de
problemas, o que vem a favorecer a construção da resiliência, fator que conceituaremos
na unidade 3 dessa apostila.
É por meio dessas experiências de afetividade também que a pessoa aprende a
forma de se relacionar com o mundo profissional. Anjos e Magro (2008) apresentam uma
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discussão teórica e metodológica para a análise psicológica do trabalho, partindo das
considerações acerca da função psicológica do trabalho no desenvolvimento humano. A
importância de se considerar as emoções como parte da formação do ser humano,
incluindo sua formação profissional, vale especialmente para a formação de líderes de
sucesso dentro das organizações, visto que
Durante muito tempo os administradores viam as emoções no local de trabalho
como ruídos que atrapalhavam o funcionamento racional da organização. Mas
a ideia de que as emoções são irrelevantes para o mundo profissional ficou para
trás. O que as organizações precisam agora é perceber os benefícios da
liderança primordial, cultivando líderes que gerem a ressonância emocional
necessária para o desenvolvimento de seus funcionários (GOLEMAN;
BOYATZIS; MCKEE, 2018, p.11).
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Quanto à responsabilidade das lideranças no âmbito organizacional, vale destacar que
grandes empresas faliram por seus líderes não desenvolverem habilidades de
relacionamento e as competências socioemocionais. Goleman (2015) destaca que parao
crescimento das empresas, também, é preciso considerar o aspecto subjetivo e emocional
das pessoas que compõem essas organizações, pois existe uma ligação direta entre o
sucesso de uma empresa e a inteligência emocional de seus líderes.
Goleman (2015) se refere à formação de líderes que apresentaram resultados
20% superiores às metas anuais de receita estabelecidas pelas empresas para as quais
trabalhavam, devido ao fato de apresentarem inteligência emocional. No entanto, um
desempenho inversamente proporcional foi apresentado por líderes de empresas que não
apresentavam indícios de QE (Inteligência Emocional).
Fonte: https://www.pexels.com/photo/photo-of-person-pointing-on-laptop-3183171/
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Dweck (2017) recomenda o desenvolvimento do mindset, ou seja, da própria
mentalidade, respondendo a algumas perguntas que ajudam a exercitar o
desenvolvimento de uma mentalidade mais favorável ao sucesso pessoal e profissional, a
mentalidade de crescimento. Para começar,
Pense em seu herói. Você acha que essa pessoa tem capacidades
extraordinárias e teve sucesso com pouco esforço? Agora procure a verdade.
Compreenda o tremendo esforço necessário para as suas realizações. – e passe
a admirá-las ainda mais. Pense nas vezes em que outras pessoas fizeram mais
do que você e simplesmente acreditou que eram mais inteligentes ou mais
talentosas. Agora pense na ideia de que elas simplesmente utilizaram melhores
estratégias, aprenderam mais com esforço próprio, praticaram com mais afinco
e conseguiram ultrapassar obstáculos. Você também pode fazer isso, se quiser.
Há situações em que você se sente burro – desligado da sua inteligência? Da
próxima vez que se vir numa situação dessas, adote o mindset de crescimento
– pense em aprender e aperfeiçoar-se, e não em julgamentos – e faça
novamente a conexão com a sua inteligência [...] (DWECK, 2017, p. 89).
A ideia de uma competência que seja nata, ou seja, que a pessoa já tenha nascido
com aquela competência ou habilidade, pode ser muito prejudicial ao aprendizado e
desenvolvimento da mesma competência por outras pessoas. Vivemos numa sociedade
do desempenho que estereotipa pessoas de maneira bastante negativa, por exemplo:
mulheres não sabem dirigir porque não desenvolvem noção de espaço e coordenação
motora. Diante disso, Dweck (2017) constatou que mais da metade das pessoas pertence
a um grupo que está estereotipado de forma negativa.
Esses estereótipos atingem, primeiramente, todas as mulheres, em seguida, todas
as outras pessoas dos demais grupos que não são consideradas competentes em uma ou
outra coisa. Você pode ajudar as pessoas da sua vida a criarem um mindset de
crescimento, sejam adultos ou crianças, especialmente, essas que são alvos de algum tipo
de estereótipos negativos. Dweck (2017) orienta que isso será útil a essas pessoas para
que, quando aparecer alguma situação na qual se sintam estereotipadas de forma negativa,
elas ainda sejam donas do seu próprio aprendizado.
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UNIDADE 2
A SOCIEDADE DO DESEMPENHO
Fomos educados a acreditar que o nosso valor profissional residia nas nossas
habilidades técnicas e na nossa capacidade de resolver problemas (functional e hard
skills), também, fomos levados a acreditar que algumas pessoas tinham habilidades
específicas de liderança ou competência para gestão de negócios, o que as faria mais
propensas a ganhar mais dinheiro do que outras. Na verdade, à luz do estudo de Dweck
(2017) sobre mindset, compreendemos que desenvolvemos um mindset fixo, que não nos
favorece por limitar nossa capacidade de aprender com os erros que cometemos.
Um fator que contribui para o mindset fixo, segundo Douglas e Heer (2013), são
as crenças sobre o dinheiro e o quanto se acredita que realmente pode receber. No entanto,
“dinheiro nunca é a solução, porque dinheiro nunca é o problema” (DOUGLAS; HEER,
2013, p. 08). Geração a geração, fomos levados a valorizar o trabalho duro e o esforço
como formas de ascensão, ganho de dinheiro e melhoria de vida.
Posteriormente, na Era da Técnica, fomos levados a considerar que a
especialização era o que nos garantiria um diferencial competitivo no mercado de trabalho
e melhores remunerações, com uma melhoria no padrão e na qualidade de vida. Por
conseguinte, levaríamos uma vida melhor ou seríamos mais felizes.
Desta forma, recebemos uma educação
tecnicista, predominante desde a década de 1970,
com foco na construção de conhecimento baseada
na técnica, no trabalho mecânico, oferecendo uma
ideia de sucesso profissional e maior produtividade.
Essa priorização da técnica e da tecnologia como
efeito das especializações fabris culminou no maior
uso de máquinas, fazendo com que o trabalho braçal
Fonte: https://www.pexels.com/photo/wood-
fosse substituído pela inteligência. woman-industry-blur-4717322/
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A grande ilusão persiste na ideia de vender o seu tempo de vida (na forma de
trabalho) numa divisão capitalista do tempo (24/3), como: 8 horas de trabalho; 8 horas
de sono; 8 horas livres para fazermos tudo o que quisermos. Diante desta falácia,
ficam algumas reflexões:
Para onde foi o seu tempo?
Você realmente consegue ter 8 horas livres para se divertir ou relaxar no meio do seu
dia?
Você consegue ter uma boa noite de sono, segundo a recomendação de 8 horas de sono
por noite?
Todo tempo é tempo de vida. Em que você está gastando seu tempo de vida?
Como você lida com a gestão do seu tempo?
Quais emoções estão associadas ao gerenciamento da sua rotina e do seu tempo de
vida?
Você se sente mais feliz trabalhando da forma como trabalha hoje?
Em suma, a ilusão que compramos como modelo de vida que pode nos
proporcionar mais tempo e felicidade é que, se trabalhássemos bastante e melhor, o
mundo seria bem mais previsível, totalmente conectado pela tecnologia/internet e,
forçosamente, um lugar mais seguro para se viver, pois os sistemas de controle e
administração das instituições nos garantiriam a possibilidade de termos uma vida segura,
longa e feliz.
Como seria construir o futuro baseado na realidade que criamos hoje? Que tal
voltarmos no tempo? Confira, a seguir, um dos casos que mais chocaram o mundo devido
à gravidade causada em milhares de pessoas.
O termo “dócil” vem da ideia foucaultiana de que somos regidos por uma lógica
de dominação que educa pessoas para a aceitação das relações de poder em níveis fora do
comum e a justificativa é de que o avanço tecnológico poderá nos trazem mais benefícios,
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em troca, o que precisamos fazer é simplesmente aceitarmos que seremos vigiados e
controlados (para o nosso próprio bem).
Macedo (2020) ressalta que os mecanismos organizacionais são pontos de
questionamentos para as ciências humanas, porque admitem uma redução materialista da
alma e uma teoria geral do adestramento, no centro dos quais reina a noção de docilidade.
A própria ideia de treinamento dentro das organizações exige uma atualização
conceitual, pois vivemos na era da experiência, ou seja, precisamos partir para iniciativas
de aprendizagem verdadeiras e aplicáveis à realidade e aos problemas diários, fugindo da
ideia de adestramento no saber técnico-científico do qual fala Macedo (2020).
Para Nascimento e Lima Filho (2020), o operador do saber técnico-científico
pode ser concebido como uma espécie de autoridade técnica e sua habilidade consiste
primariamente no seu próprio aperfeiçoamento técnico-operacional, para o que estaria
apto à produção voltada ao abastecimento das demandas de uma sociedade capitalista, e
não de desenvolver uma formação compreendida no para promover a própria autonomia.
Da mesma forma, as experiências realizadas sobre a natureza têm o intuito de
submetê-la às regras de produção, no entanto, podem recair, também, sobre as pessoas
em sociedade, de modo que os trabalhadores passam a ser modelados pelas regras próprias
do capital, com o objetivo de fortalecer a manutenção da sociedade. Isso é o que nos
afirmam Nascimento e Lima Filho (2020), demonstrando que o comportamento humano
é pensado sempre em função do sistema econômico, calculado previamente pelarazão
técnico-operacional.
A explosão da usina de Chernobyl, na
Ucrânia, em 1986, representa um caso real de
docilização das pessoas e da experimentação de
materiais naturais para uma finalidade econômica
e política.
A cidade de Pripyat foi planejada para
receber os 55 mil trabalhadores da Usina nuclear
e suas famílias. Na época, o governo tratou de
Fonte: https://www.pexels.com/photo/man-
manter as pessoas informadas de que o local era in-mask-graffiti-on-wall-1411419/
seguro e a usina representava um grande avanço tecnológico. Os fins não eram bélicos,
pelo menos era isso o que o governo dizia.
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Havia uma propaganda do governo que
anunciava o tal avanço como “o átomo
pacífico”. Era importante garantir que as pessoas
quisessem trabalhar ali para a realização de um
propósito maior (o progresso da humanidade por
meio da energia nuclear).
O “acidente” aconteceu no reator 4 da
Fonte: https://www.pexels.com/photo/photo- usina de Chernobyl no dia 26 de abril de 1986,
of-abandoned-building-interior-1411408/
durante um teste segurança. A causa foi falha
humana, visto que os operadores do reator descumpriram itens de segurança. A explosão
do reator, na madrugada do dia 26, lançou na atmosfera uma enorme quantidade de
material radioativo. Apesar da gravidade do acidente, a população de Pripyat só começou
a ser evacuada 36 horas depois da explosão.
Os responsáveis tentaram ocultar o
acontecido, informando que o acidente teria
acontecido no dia 28 de abril. Existem relatos de
que, na iminência da catástrofe nuclear, os
cientistas não autorizaram os trabalhadores a
saírem da usina. Crianças foram à escola durante
Fonte: https://www.pexels.com/photo/brown-
o dia e a população não tinha informações sobre chairs-inside-a-room-1440372/
o que estava acontecendo.
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UNIDADE 3
OS COMPONENTES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
• Autoconhecimento;
• Autocontrole;
• Empatia;
• Motivação;
3.1 Autoconhecimento
O autoconhecimento é um dos componentes mais importantes da inteligência
emocional, pois permite que o ser humano mergulhe em si mesmo, procurando encontrar
o que há de mais profundo em sua subjetividade. Segundo SILVA (2019), ao tratar do ser
humano ao longo de sua obra, Arthur Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX,
defendeu a primazia da vontade sobre o intelecto, trazendo à tona a questão do
autoconhecimento, conquistado ao longo dos anos, que pode vir a fazer com que o sujeito
adquira um caráter, conforme a definição popular do termo.
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Ao falar de aquisição de caráter, Schopenhauer se refere ao desenvolvimento de
um modo de agir consistente, no qual se forma o caráter adquirido, que é o
conhecimento mais acabado possível da própria individualidade. Desta forma,
Agir de acordo com a própria individualidade, ou alcançar um caráter
adquirido, diz respeito à afirmação da própria vontade [...] A sabedoria é uma
possível consequência deste tipo de autoconhecimento circunscrito dentro do
âmbito das aparências que se constrói a partir da experiência e conduz a pessoa
a evitar o que lhe traz sofrimento e buscar o que converge para seu prazer e
bem-estar (SILVA, 2019, p. 81).
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Ampliando o olhar sobre as formas de se desenvolver este importante
componente da Inteligência Emocional, que é o autoconhecimento, encontramos a solidão
presente no estudo de Fonseca (2019) como facilitadora do encontro consigo mesmo,
desde que ocorra de forma voluntária.
Neste sentido, a solidão
consiste em uma experiência
reflexiva de crescimento pessoal
para ajudar o indivíduo a tomar
decisões de forma mais
harmônica com relação às suas
próprias necessidades e
interesses individuais. Fonte: https://www.pexels.com/photo/woman-sitting-on-window-
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Goleman (2012) define o autoconhecimento como autoconhecimento emocional ou
autoconsciência, sendo um componente da inteligência emocional que pode ajudar na
passagem por eventos difíceis da vida ou por fases nas quais tudo parece um pouco
obscuro, como na adolescência, por exemplo. Para o autor, reconhecer seus próprios
sentimentos quando eles ocorrem é a chave da inteligência emocional, o princípio, pois
não saber reconhecer as emoções que temos, nos deixa à mercê delas.
pessoas já foram consideradas invulneráveis por serem indivíduos que, além de não se
debilitarem diante das dificuldades que a vida lhes apresentava, ainda demonstravam ter
recursos para o próprio aperfeiçoamento, tanto no aspecto pessoal quanto no âmbito
social. É fato que existem pessoas mais resilientes e outras menos resilientes, o que pode
variar de acordo com indicadores sociodemográficos e fatores como religião e nível de
escolaridade, por exemplo.
Diante da constatação desse fenômeno, é possível perceber que há indivíduos
que reagem melhor em situações de desafios, enquanto outros conseguem enfrentar
determinadas circunstâncias,
Nesse sentido, o conceito de resiliência é compreendido como uma capacidade
ou até mesmo uma habilidade humana de adequar-se às circunstâncias de crise
nos âmbitos psicológico e biológico, aprimorando-se habilidades
intrapsíquicas, vinculadas ao meio afetivo e social e permitindo associar-se
uma formulação psíquica congruente à inserção social (MELO et al. 2020, p.
140).
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Silveira e Kruel (2020) chegaram à compreensão de que a resiliência psicológica
se manifesta como um processo com características de dinamismo, interação,
integralidade e como um processo bidirecional frente a condições adversas vivenciadas
pelo indivíduo, podendo ou não ser suficiente como fator de proteção contra o prejuízo
psíquico.
Há uma considerável diversidade de saberes com relação ao desenvolvimento da
resiliência na infância. Essa diversidade está relacionada ao fato de que cada perspectiva
psicológica observa o sujeito a partir de seus próprios entendimentos teóricos e filosóficos
para embasar suas técnicas psicoterapêuticas. Os autores Silveira e Kruel (2020) afirmam
que estudar os processos de resiliência na infância a partir de diferentes olhares teóricos
da psicologia pode nos acrescentar uma riqueza de conhecimento ampla e singular neste
campo de estudo.
Conforme os estudos apresentados, fica clara a compreensão da afirmação de
Goleman (2012) sobre a inteligência emocional e seus componentes serem desenvolvidos
no decorrer da formação do indivíduo, mas existem técnicas que facilitam o
desenvolvimento da resiliência e do autoconhecimento mesmo na vida adulta, como o
método socrático que induz a pessoa à maiêutica, ou seja, ao ato de “parir” as próprias
ideais. Também temos o método heurístico, que consiste na simplificação de um
problema complexo, ao dividi-lo em partes menores, de resolução mais fácil, para que se
possa chegar à resposta a um problema maior.
Você pode desenvolver seu autoconhecimento buscando refletir sobre questões
relacionadas às suas próprias emoções. Um exemplo disso, é tentar fazer a si mesmo as
seguintes perguntas:
5. Sou capaz de reconhecer quando essa emoção se faz presente no meu dia a dia?
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7. Minhas emoções estão dominando minha mente racional?
8. Sou capaz de ouvir o que outras pessoas têm a dizer sobre minhas reações emocionais
e aprender algo com isso?
9. Tenho condições de avaliar meus níveis de emoção e racionalizar essas emoções para
melhor me beneficiar delas na minha vida?
10. Sou capaz de reconhecer que uma emoção minha pode ser autodestrutiva quando é
experimentada de forma intensa?
Após se fazer esses questionamentos, você deve refletir sobre o quanto as
respostas fazem ou não sentido para a sua vida, no seu momento atual.
Caso as respostas sejam negativas, você pode buscar o desenvolvimento dos
componentes da inteligência emocional que mais considera como possíveis fatores para
a resolução das suas insatisfações atuais. A mudança é sempre desejável em casos de
insatisfação pessoal com relação a algum desses fatores.
Apesar de existirem gurus que vendem soluções rápidas para problemas
emocionais, é recomendável que busque ajuda médica e terapêutica, em caso de
desconforto psicológico. Ademais, busque seu próprio caminho de autodesenvolvimento.
3.2 Autocontrole
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Nascimento e Lima Filho (2020) nos trazem a informação de que a autoridade
técnica é, então, sinônimo de saber fazer algo. Com isso, se concebe a pessoa que atua
com seu conhecimento técnico e científico como aquela que conhece as coisas na medida
em que pode produzi-las e realizá-las, mas, no final das contas, nada disso confere à
pessoa uma capacidade de autogoverno de sua própria vida ou a capacidade de
autocontrole emocional.
De forma geral, o autocontrole é de
ordem pessoal e o indivíduo precisa desenvolver
seus próprios mecanismos de autorregulação
emocional ou autocontrole de suas emoções.
Sisto e Rueda (2008) realizaram um estudo com
mais de 600 crianças em idade escolar e
Fonte: https://www.pexels.com/photo/boy-and-
girl-sitting-on-bench-toy-1767434/ constataram que há uma relação entre o
autocontrole e a personalidade. Foram utilizadas
Escalas Feminina e Masculina de Autocontrole e a Escala de Traços de Personalidade
para Crianças em 606 crianças de uma escola pública com idade entre 8 e 10 anos, de
ambos os sexos e verificaram que há correlações negativas e significativas entre os traços
de extroversão e sociabilidade e o autocontrole, tanto nas meninas quanto nos meninos.
Tal estudo reforça a ideia defendida por Goleman (2012) de que é preciso
desenvolver os componentes da Inteligência Emocional nos indivíduos desde a infância.
Um dos caminhos para o desenvolvimento do autocontrole ou autorregulação das
emoções é a auto-observação, que pode depender dos valores pessoais e do significado
funcional da atividade.
Sisto e Rueda (2008) afirmam que o
julgamento ou autoavaliação pode depender não só
de padrões pessoais desenvolvidos por meio do
processo de comparação social, mas também da
significação pessoal que a atividade possui para o
indivíduo.
No aspecto da Inteligência Emocional Fonte:https://www.pexels.com/photo/wo
man-holding-her-head-2128817/
definida por Goleman (2012), o autocontrole pode
ser definido como autorregulação, ou seja, a capacidade de controle e gestão das próprias
emoções, especialmente as emoções mais fortes e intensas como a raiva,
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Saber controlar suas reações emocionais pode ajudar você a tomar decisões mais
justas consigo e com os outros.
Para desenvolver o seu autocontrole, você precisará se autoavaliar, na prática,
no dia a dia, mas é possível refletir sobre o autocontrole e sobre as emoções
experimentadas no dia a dia.
3.3 Empatia
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A empatia é um dos componentes de
Inteligência Emocional que está presente nos
processos psicoterapêuticos.
No contexto das psicoterapias, a empatia
é compreendida sob diferentes orientaçõesclínicas.
A eficácia do tratamento é observada quando a
empatia é manifesta pelo terapeuta para que haja
vínculo terapêutico entre o psicólogo e seu
paciente. Sem esse vínculo, os resultados do
tratamento de traumas ou de sentimentos que
podem comprometer a saúde mental do paciente
podem ser impactados negativamente. Isso é o que
afirmam os autores Oliveira, Bandeira e Pitanga
Fonte:
(2019). A compreensão e o bom emprego da https://www.pexels.com/photo/macro-shot-
of-heart-shaped-cut-out-1820511/
A empatia é considerada um
componente humanista essencial nocuidado
das pessoas enfermas e, embora a
comunidade médica reconheça o seu valor,
ainda existe uma grande carência de
evidências sólidas de que a empatia merece
um lugar incontestado na assistência médica
e na formação acadêmica em medicina.
Segundo Barata (2019), existem Fonte: https://www.pexels.com/photo/blue-and-
silver-stetoscope-40568/
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Foucault (2014 apud LIMA; LIBERATO; DIONÍSIO, 2019, p. 156) explica que
numa realidade na qual há um privilégio em demasia da razão em detrimento das demais
esferas do ser humano um doente mental pode chegar a perder seu caráter humano. Esse
é um dos problemas éticos relacionados à empatia no cuidado da saúde mental, já que,
sem empatia, é impossível promover o bem-estar e a saúde de outra pessoaque se encontre
sem condições de expressar ou verbalizar sua dor.
Barata (2019) destaca que existem muitos artigos que revelam que a empatia
clínica, a que se dá na prática entre profissional da saúde e paciente, interfere de forma
positiva na evolução do processo terapêutico do doente, no entanto, importa enfatizar aqui
que, apesar de em menor número, existem pesquisas que defendem que, para além do
doente, o médico também é beneficiado durante este processo de relação empática com o
paciente atendido.
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perspectivas do doente, associado à capacidade de comunicar esse mesmo entendimento
(BARATA, 2019). Embora saibamos que a empatia é um conceito bastante utilizado por
psicólogos,a ideia de estar disponível para ajudar outra pessoa, conviver harmonicamente
com pessoas diferentes e se sensibilizar com suas dores é algo que está acessível a
qualquer pessoa ou profissional. Desta forma, compreendemos que
a empatia pode ser entendida, a partir de estudos atuais, como uma das
competências emocionais relacionadas à habilidade que um indivíduo tem de
se relacionar com outro indivíduo, ou seja, com o que se entende por
competência emocional social. Na ausência dessa habilidade, ocorre uma
ruptura de competência que compõe ou deveria compor esse indivíduo
(OLIVEIRA; BANDEIRA; PITANGA, 2019, p. 04).
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Com relação à necessidade da empatia na convivência social, Oliveira, Bandeira
e Pitanga (2019) orientam que é desejável que a pessoa aprenda a compreender o ponto
de vista do outro, mesmo que esse outra tenha tido uma conduta recriminável. Essa atitude
não significa relativizar ou anular princípios humanistas básicos, mas seria uma forma de
entender o mal como uma criação social com vivências que poderiam ter sido evitadas
Segundo Rios (2013, apud OLIVEIRA; BANDEIRA; PITANGA, 2019, p. 07),
do ponto de vista fenomenológico, a empatia pode ser considerada como a experiência de
participação do estado emocional de outra pessoa para, assim, compreendê-la. Chegamos,
então, à conclusão de que a empatia não é automática ou reflexiva, pois, conforme Barata
(2019), vários fatores sociais e contextuais condicionam a sua indução e expressão no
indivíduo, ao mesmo tempo que compreendemos também que a empatia não consiste
apenas no compartilhamento do estado emocional dos outros, mas também a
compreensão desse estado emocional em relação a si mesmo.
Para desenvolver a empatia, você pode exercitar a autorreflexão se fazendo as
seguintes perguntas:
1. Costumo perceber quando alguém próximo está triste?
2. Consigo acolher as dores de outra pessoa sem me influenciar pelas emoções dela?
3. Sou capaz de ouvir outra pessoa falando de seus sentimentos sem dar conselhos ou
“tentar resolver o problema” dela?
4. O que faço quando alguém se descontrola perto de mim?
5. Sou capaz de ajudar alguém que está em crise?
6. Consigo reconhecer quando não posso ajudar outras pessoas?
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conforme Gava (2015), lida diretamente com o íntimo de cada pessoa e porque as
empresas precisam de pessoas motivadas para que a produtividade e qualidade nas
organizações se efetive na prática laboral diária.
A busca pela compreensão do que vem a ser motivação é algo que inquieta
psicólogos e gestores de grandes empresas, bem como educadores em escolas e em outros
ambientes nos quais a alta performance das pessoas depende desse fator de Inteligência
Emocional. No centro da questão motivacional, vemos a teoria de Abrahan Maslow sobre
o que concerne aos fatores de suprimento das necessidades humanas em diferentes níveis
da vida.
O que faz o trabalho de Maslow ainda tão relevante é que ele apresentou uma
coerente, unificada e compreensiva maneira de observar o comportamento humano nas
organizações. Bueno (2002) destaca que a abordagem de Maslow enfatiza a hierarquia
inata de necessidades e motivos, envolvendo segurança e proteção, bem como a
identificação do indivíduo com um grupo (sentimento de pertencimento a um
determinado grupo social), estima e respeito, amor e, finalmente, autorrealização.
A imagem a seguir demonstra os níveis da hierarquia de necessidades
representadas na pirâmide de Maslow para uma melhor exemplificação do que vem a ser
a teoria da hierarquia das necessidades:
Fonte: https://www.sbcoaching.com.br/piramide-maslow/
Branco e Silva (2017) realizam apresentam a visão do psicólogo Maslow numa
perspectiva humanista, um pouco diferente da perspectiva comportamental pela qual o
conhecemos nas teorias da administração. Isso se deve ao fato de que Maslow
operacionalizou um modelo humanista de Psicologia que o levou a buscar formas de
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compartilhá-lo e congregá-lo a outros trabalhos afins e então ele desenvolveu estudos
sobre motivação, personalidade e autorrealização, que chamaram a atenção de McGregor,
outro conhecido autor e professor da área de Administração do Massachusetts Institute of
Technology (MIT), que passou a divulgar as ideias de Maslow no mundo dos negócios.
Dentro dos grandes expoentes teóricos da psicologia no que se refere à
motivação, temos conhecimento da teoria de Herzberg. Essa teoria foi desenvolvida pelo
psicólogo americano Frederick Herzberg (1959), que realizou diversas entrevistas com
profissionais da área industrial de Pittsburgh como o objetivo de identificar os fatores que
causam a satisfação ou insatisfação de um profissional no ambiente de trabalho e em
suma, o teórico dividiu os fatores em higiênicos e de satisfação (SEZINI; DE SOUZA,
2020).
Segundo Pilatti (2004, p. 55), podemos concluir dos estudos de Herzberg (1959)
que existem fatores que se relacionam com a suplantação das necessidades mais básicas
de um indivíduo (que são fatores que apenas evitam a desmotivação) e fatores que podem
ser considerados, de fato, motivacionais:
Em suas inferências, Herzberg indicou que fatores relacionados ao conteúdo
do cargo ou com a natureza das tarefas desenvolvidas pelo indivíduo são
fatores de satisfação (motivadores), porquanto determinados pelo ambiente
que permeiam o indivíduo e ligados a condições dentro das quais desempenha
seu trabalho; são fatores que apenas previnem a insatisfação (manutenção ou
higiênicos).
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Segundo Moraes (2012) não havia preocupação alguma em se oferecer
benefícios aos colaboradores para obter um melhor desempenho.
Conforme sabemos da Psicologia Comportamental, a punição não promove o
aprendizado ou aparecimento de novos repertórios comportamentais. Na verdade, a
punição gera reações emocionais desfavoráveis à motivação, pois quando o colaborador
de uma empresa se comporta de maneira indesejável para o seu superior, ele responde
com crítica, gritos, designação de tarefas desagradáveis, e até a não efetuação de eventuais
pagamentos como resposta à punição recebida, o que deixa o profissional cada vez mais
desanimado e desmotivado (BATEMAN; SNELL, 1998).
Existem muitas ideias, inclusive equivocadas, sobre o que é motivação. Moraes
(2012) afirma que muitas pessoas acham que a motivação é um traço da personalidade
humana e que alguns possuem e outros não. Há também quem acredite que pessoas com
baixo nível de motivação são preguiçosas. O conhecimento atual a respeito da motivação
demonstra que essas pressuposições são equivocadas e que a motivação, na verdade, é
um processo que funciona como o resultado da interação entre o indivíduo e a situação
que o envolve. Basicamente, o que precisamos entender inicialmente acerca da motivação
é que a sua base, o motivo, pode ser tudo o que estimula a pessoa a agir de uma
determinada maneira ou ter alguma conduta específica (MARTINS et al., 2019).
Daft (2005) explica que a motivação consiste em forças internas e/ou externas
que dão à pessoa o entusiasmo necessário para continuar buscando alcançar um objetivo
específico. Foram as correntes de pesquisa relacionadas à gestão de pessoas dentro das
organizações que iniciaram a fundamentação para as perspectivas contemporâneas sobre
motivação de profissionais dentro das empresas.
A motivação impacta os resultados das empresas de inúmeras formas, incluindo
os indicadores de absenteísmo (quando um profissional falta ao trabalho, de forma
justificada ou não) e nos casos de rotatividade (quando o profissional pede para sair ou é
demitido e a empresa precisa buscar um novo profissional para repor a vaga). Para
diminuir a rotatividade de colaboradores, fator que eleva o custo e afeta a qualidade dos
serviços de qualquer organização, as empresas de modo geral, tem passado por
transformações no que se refere à gestão de pessoas, percebendo-se a necessidade de os
colaboradores se sentirem mais motivados e mais comprometidos com os resultados da
organização. Portanto, através de práticas motivacionais de equipe, as empresas podem
obter maior capacidade de produção, pois um colaborador motivado produzirá mais
(MARTINS et al., 2019).
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A compreensão do processo de
motivação, segundo Bergamini (1997 apud
GAVA, 2015, p. 22), pode ser algo
complexo por envolver uma série de
diferentes formas comportamentais cujo
objetivo é a busca pela razão que leva uma
pessoa a agir. Ressalta-se que cada pessoa
tem sua própria orientação motivacional e
compreender o outro e valorizar de forma Fonte: https://www.pexels.com/photo/group-of-
people-sitting-indoors-3184291/
justa os seus motivos ou intenções não é uma tarefa fácil.
Moraes (2012) verificou que há diferentes níveis de motivação, ou seja, o nível
de motivação varia entre as pessoas e numa mesma pessoa no decorrer do tempo. Além
das diferenças individuais, existem as variações no mesmo indivíduo em função do
momento e da situação, ou seja, a motivação não só varia de pessoa para pessoa, como os
níveis de motivação podem variar numa mesma pessoa em decorrência de fatores
externos, que não dependem inteiramente de sua vontade.
Segundo Soto (2002 apud SEZINI; DE SOUZA, 2020) e Vergara (2000 apud
SEZINI; DE SOUZA, 2020), a motivação é uma pressão interna, seguida de uma
necessidade interna, que estimula as estruturas nervosas, gerando uma energia que
impulsiona o organismo a iniciar, guiar e manter um determinado comportamento até que
uma meta ou objetivo seja alcançado. A ideia de que a motivação é intrínseca é defendida
pelos diversos autores já citados, pois depende de cada indivíduo para acontecer, não
permitindo que uma pessoa seja capaz de motivar outra se essa vontade inicial não partir
da iniciativa da própria pessoa.
De uma forma geral, a motivação pode ser considerada como resultante da soma
de fatores intrínsecos (que são de origem individual e só a pessoa consegue administrar
os fatores motivacionais que dependem exclusivamente dela própria) e de fatores
extrínsecos, que são referentes às situações, momentos e contextos aos quais o
profissional está submetido. Por isso, Martins et al. (2019) defende que não há uma
classificação para as motivações, e sim diversidades, sendo observados os dois amplos
tipos de motivação (intrínseca e extrínseca) que são de enorme importância para as
organizações. Neste sentido, a motivação intrínseca é uma força que se encontra em cada
pessoa e que pode estar ligada a um desejo.
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MARTINS et al (2019) enfatiza que essa motivação intrínseca pode ser vista
como um impulso que leva as pessoas à ação de se esforçarem cada vez mais no ambiente
de trabalho. Desta forma, percebemos o quanto o trabalho dos líderes e gestores de uma
empresa consiste em um papel fundamental no processo de motivação de suas equipes,
considerando que
A motivação é capaz de ser vastamente entusiasmada por fontes externas ou
pelo próprio trabalho no empreendimento. O gestor deve reconhecer o grau de
motivação individual e necessitam ter conhecimento de como retirar do
ambiente de trabalho as qualidades externas para acrescentar a satisfação
profissional (MARTINS et al., 2019, p. 455).
Para Gava (2015), o profissional que pode ser considerado apenas chefe é aquele
que faz com que todos escutem com atenção as suas decisões e operacionalizem, enquanto
que o líder é alguém que confia no bom trabalho de seus liderados, visando a motivação.
Nesta perspectiva, o chefe não é alguém que se importa especificamente com a motivação
do seu time de profissionais, pois seu interesse principal é obtenção de lucro para a
empresa.
Gestores motivados e que utilizam ferramentas que são capazes de favorecer e
até promover a motivação de suas equipes tendem a obter resultados satisfatórios com
relação ao desempenho de suas equipes, fazendo com que essa equipe produza mais por
estar satisfeita pela maneira como todos são tratados, recompensados e considerados
dentro do time (DE SOUZA MARTINS et al., 2019).
Na construção de um modelo humanista de gestão de pessoas, a motivação e a
liderança passam a construir os conceitos-chave deste modelo. A relação entre empresa e
pessoas é feita por intermédio dos gestores e líderes, que devem saber reconhecer e
exercer seu papel de forma efetiva nas organizações.
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Gava (2015) orienta que o foco de atuação desses
gestores deve se concentrar, então, em treinamentos
gerenciais, nas relações interpessoais, nos processos de
avaliação de desempenho e de estímulo, no
desenvolvimento de perfis gerenciais e coerentes ao
processo de gestão de pessoas desejado pela empresa.
Ainda com referência ao papel dos líderes ou
Fonte:
gestores de organizações que são responsáveis pela alta
hion-man-people-music-7005496/
performance de suas equipes, cabe afirmar que
34
9. Sou capaz de manter minha motivação mesmo quando as atividades laborais são
difíceis?
10. Consigo motivar outras pessoas usando as ferramentas corretas para isso e
aproveitando o momento em que as pessoas já estão dispostas a serem mais
produtivas e motivadas?
Você pode se fazer estas perguntas para compreender melhor os fatores que
impactam diretamente na sua motivação. Se você está em posição de liderança, fazer essas
perguntas é essencial para ajudar na promoção da motivação de pessoas. Caso você ainda
não esteja em uma posição de liderança de pessoas, pode buscar as relações das perguntas
acima como o comportamento dos seus superiores ou líderes na sua atual organização.
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Para Goleman (2015), a habilidade social é desenvolvida quando temos um
conjunto dos fatores anteriores. A habilidade social é necessária para o êxito de qualquer
relação com outras pessoas (relações amorosas, profissionais, familiares, com superiores,
clientes etc.). As habilidades sociais também estão relacionadas ao desenvolvimento da
empatia, que é outro componente da Inteligência Emocional, “pertinente à aceitação pelos
pares, com o ajustamento social, com o desempenho acadêmico e com a saúde mental,
tornando-se um aspecto fundamental para o desenvolvimento sociocognitivo da pessoa”
(RIOS, 2013, apud OLIVEIRA; BANDEIRA; PITANGA, 2019, p. 08).
Apesar das habilidades sociais precisarem ser desenvolvidas na prática e no
contato com outras pessoas, existem formas de refletir sobre as suas próprias relações e a
formação de vínculos na vida pessoal, familiar e profissional, por exemplo. Desta forma,
você pode se fazer as seguintes perguntas:
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
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