You are on page 1of 68

Direito Tributário

Unidade II
5 Impostos em Espécie

5.1 Impostos municipais

Vamos passar agora à análise dos impostos municipais. Você já pensou em quais são as espécies de
impostos municipais? Que tal conhecê‑los?

IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

Competência – art. 32, CTN: o imposto de competência privativa dos municípios e do Distrito
Federal encerra duas situações tributárias: o terreno e a construção. Por isso, é chamado de imposto
sobre a propriedade predial e territorial urbana:

§ 1º: Para efeito deste imposto entende-se como zona urbana a definida em lei
municipal, observando o requisito mínimo da existência de melhoramentos
indicados em pelo menos dois dos incisos seguintes, constituído ou mantidos
pelo Poder Público:

I. meio fio ou calçamento, com canalização de água pluviais;

II. abastecimento de água;

III. sistema de esgoto sanitário;

IV. rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição


domiciliar;

V. escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de três


quilômetros do imóvel considerado.

§ 2º: Consideram-se também urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão


urbana, constantes de loteamentos devidamente aprovados, destinados à
habitação, à indústria ou ao comércio.

Em síntese, hoje o critério de localização do imóvel é a regra. O imóvel deve ser considerado
urbano ou rural, conforme esteja situado na zona urbana ou fora dela (observando os requisitos
descritos anteriomente). Excepcionalmente, um imóvel situado na zona urbana deve ser
classificado para fins tributários como imóvel rural em face de sua destinação (por exemplo:
71
Unidade II

terras utilizadas para exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial – aqui
incide ITR e não IPTU).

Legislação – art. 156, I, CF, arts. 32 e seguintes do CTN e leis municipais que o instituam.

Sujeito passivo – art. 34, CTN: é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil (enfiteuse),
ou seu possuidor a qualquer título (usucapião). Podendo ser tanto pessoa física como pessoa jurídica,
desde que realize o fato gerador.

Fator Gerador – art. 32, § 2º, CTN: a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por
natureza (benfeitorias oferecidas ao longo do tempo pela natureza. Por exemplo: árvores e frutos) ou por
acessão física (piscina, churrasqueira), como definida na lei civil localizada na zona urbana do município.

Base de Cálculo – art. 33, CTN: é o valor venal do imóvel. Segundo Machado (2002, p. 38), valor
venal “é aquele que o bem alcançaria se fosse posto à venda, em condições normais. O preço, nesse
caso, deve ser o correspondente a uma venda à vista, vale dizer, sem incluir qualquer encargo relativo
a financiamento”.

Compete à autoridade administrativa apurar o valor venal dos imóveis para fins de apurar o imposto
devido, assegurando ao contribuinte o direito de avaliação contraditória (Art. 148, CTN).

O valor venal é apurado de acordo com normas técnicas de avaliação, aprovadas pela Lei nº
10.235/1986 e pela Lei nº 15.044/2009 – referentes ao município de São Paulo.

Na composição do valor venal do imóvel, levam-se em consideração elementos:

a) o preço do metro quadrado de cada tipo, a idade e a área na avaliação da construção;

b) o preço do metro quadrado relativo a cada face do quarteirão, à forma e à área real ou corrigida
na avaliação do terreno [...] o valor venal do prédio é constituído pela soma do terreno ou parte
ideal deste, com o valor da construção e dependências, obedecidas as normas para a competente
inscrição14.

Quanto ao aspecto temporal, o fato gerador do IPTU é o periódico, verificando-se a cada 1 de janeiro
do ano correspondente.

Alíquota

Irá variar de município para município, normalmente as alíquotas poderão progredir de acordo com
a localização do imóvel, uso ou em face do valor do imóvel.

14
Disponível em: http://jus.uol.com.br/revista/texto/8812/a-aplicacao-de-aliquotas-progressivas-no-iptu. >. Acesso
em: 6 dez. 2011.
72
Direito Tributário

Atualização do IPTU por decreto – princípio da legalidade

Os impostos só podem ser majorados por meio de Lei Ordinária proveniente do Poder Legislativo.
Contudo, a atualização do valor venal não é considerada como aumento de imposto, podendo ser
procedida por decreto expedido pelo chefe do Poder Executivo.

Lembrete

Para tanto, a alteração do valor venal deve ser apenas atualização dos
valores de acordo com a inflação monetária.

Saiba mais

Sobre o tema, leia o seguinte texto:

RECKZIEGEL, A. R. G.; RECKZIEGEL, T. R. S. Imposto predial e territorial


urbano – IPTU: aspectos relacionados com a base de cálculo. In: Anais do
XIX Encontro Nacional do Conpedi. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2010.
Disponível em: <http://www.conpedi.org.br/conteudo.php?id=2>. Acesso em:
14 maio 2013.

ISS – Imposto sobre serviço de qualquer natureza

Competência e legislação

Segundo o art. 156, III, CF:

Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

[...]

III. serviço de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos
em Lei Complementar (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).

Lei Complementar nº 116/2003 – lista com todos os serviços sobre os quais incide ISS.

Sujeito passivo

É o prestador de serviço, empresa (exemplo: um hotel) ou profissional autônomo (exemplo: médicos,


dentistas, contador, advogado, isto é, vendedores de bens imateriais) quando realizarem o fato gerador
descrito na norma.

73
Unidade II

Portanto, não serão considerados contribuintes:

• os que prestam serviços em relação de emprego;


• os trabalhadores avulsos;
• os diretores e membros de conselho consultivo ou fiscal de sociedades;
• se o serviço for gratuito, ou em benefício do próprio prestador, não incide o ISS.

Observação

Trabalhador autônomo é contribuinte do ISS. Trabalhador avulso não é


contribuinte.

Fato gerador

É a prestação por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de serviços
constantes da lista anexada à Lei Complementar nº 116/2003, que enumera, aproximadamente, 230
serviços, divididos em 40 itens.

A lista mencionada anterirmente é taxativa, ou seja, cita todos os tipos de serviço sujeitos a ISS.

Observação

O fato gerador é instituído por lei municipal, mas essa definição há de


respeitar os limites fixados pela Lei Complementar.

Base de cálculo

A base de cálculo do ISS é o preço do serviço, como tal considerada a receita bruta a ele
correspondente, excetuando-se as deduções previstas em legislação pertinente. Vale destacar que
se considera ‘preço’ tudo que for cobrado em virtude da prestação do serviço. Na falta de preço,
a base de cálculo será apurada observando o valor cobrado dos usuários ou dos contratantes de
serviços similares.

Alíquota

Os municípios gozam de autonomia para fixar as alíquotas sobre os serviços, devendo respeitar a
alíquota máxima de 5% (art. 8º, LC) e a alíquota mínima de 2% (art. 88, ADCT).

74
Direito Tributário

A tributação do ISS é fixa ou proporcional, de acordo com as características do sujeito passivo.

A tributação fixa refere-se a um único valor pago periodicamente pelos profissionais liberais, que
executam serviços profissionais (forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte).

Sendo o imposto fixo, é impróprio falar em alíquota e base de cálculo, pois não há o que se calcular.
Assim, o imposto será fixo, podendo ser diverso em razão da natureza do serviço ou outros fatores
pertinentes.

Tratando-se de sociedade de profissionais liberais, deve-se multiplicar o imposto fixo pelo número
de profissionais liberais que compõem a sociedade.

A tributação proporcional ad valorem, por sua vez, está adstrita à aplicação de uma alíquota sobre
o valor dos serviços prestados (tratando de serviços prestados por empresas).

Recolhimento – qual é o local do recolhimento do ISS?

Segundo o art. 4º, da LC nº 116/2003: local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar
serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica profissional.

A regra geral é no município onde está o estabelecimento ou o domicílio do prestador, entretanto há


entendimento diverso nos tribunais e dos doutrinadores, senão vejamos:

O ISS é devido ao município em que o “serviço é positivamente prestado,


ainda que o estabelecimento prestador esteja situado em outr o município”
(Roque Carrazza). No entanto, cabe ressaltar que a Primeira Seção do STJ
pacificou “o entendimento de que, para fins de incidência do ISS, importa
o local onde foi concretizado o fato gerador, como critério de fixação de
competência e exigibilidade do crédito tributário, ainda que se releve o teor
do art. 12, alínea ‘a’, do Decreto-Lei nº 406/68” (AgRg no REsp 334188, DJ
23/6/2003 p. 245)15.

O art. 3º, da LC nº 116/2003, elenca diversas exceções nas quais o ISS será recolhido para o município
em que for efetivamente prestado o serviço. Exemplos: instalação de andaimes, palcos, execução de
obra, demolições, edificações em geral etc.:

O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do


estabelecimento pres- tador ou, na falta do estabelecimento, no local do
domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII,
quando o imposto será devido no local:

15
Disponível em: <http://www.investesaocaetano.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=35&Ite
mid=65>. Acesso em: 10 mai. 2012.

75
Unidade II

I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na


falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do
§ 1º do art. 1º desta Lei Complementar;

II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas,


no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa;

III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02


e 7.19 da lista anexa;

IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da


lista anexa;

V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no


caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa;
VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento,
reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros
resíduos quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da
lista anexa;

VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros


públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no
caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa;

VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores,


no caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa;

IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de


agentes físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos
no subitem 7.12 da lista anexa;

X – (Vetado)

XI – (Vetado)

XII – do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres,


no caso dos serviços descritos no subitem 7.16 da lista anexa;

XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas


e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista
anexa;

XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem


7.18 da lista anexa;
76
Direito Tributário

XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços


descritos no subitem 11.01 da lista anexa;

XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou


monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista
anexa;

XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e


guarda do bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da
lista anexa;

XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e


congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12,
exceto o 12.13, da lista anexa;
XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos
serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa;

XX – do estabelecimento do tomador da mão de obra ou, na falta de


estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços
descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa;

XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o


planejamento, organiza- ção e administração, no caso dos serviços
descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa;

XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário


ou metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista
anexa16.

Dúvidas repetidas de interesse dos contribuintes situadas no site da prefeitura


do Município de São Paulo17

1) Os profissionais liberais e autônomos estão isentos do pagamento do Imposto


sobre Serviços (ISS) a partir de 2009?

Sim. A Lei nº 14.864/2008 concede isenção do pagamento do Imposto sobre Serviços


(ISS), a partir de 01 de janeiro de 2009, aos profissionais liberais e autônomos, quando
prestarem os serviços descritos na lista do caput do art. 1º da Lei nº 13.701/2003, com as
alterações posteriores.

16
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm>. Acesso em: 10 mai. 2012.
17
Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/financas/servicos/iss/index.php?p=5845>. Acesso
em: 6 dez. 2011.
77
Unidade II

2) As cooperativas e sociedades de profissionais estão isentas do pagamento do


ISS a partir de 2009?

Não. A isenção do pagamento do ISS a partir de 2009 não se aplica às cooperativas


e sociedades de profissionais. Elas devem continuar a recolher o ISS nos termos do
regulamento.

3) Os delegatários de serviços de registros públicos, cartorários e notariais, que


prestam os serviços descritos no subitem 21.01, constante da lista de serviços do
art. 1º da Lei nº 13.701/2003, estão isentos do pagamento do ISS a partir de 2009?

Não. A isenção de pagamento do ISS prevista na Lei nº 14.864/2008 não se aplica aos
delegatários de serviço público.

4) Quem pode ser considerado profissional liberal ou autônomo?

Profissional liberal ou autônomo é aquele que, possuindo determinadas habilidades


manuais, técnicas ou intelectuais, presta serviços de forma pessoal e por conta própria, sem
vínculo empregatício ou subordinação hierárquica. O serviço pode ser prestado, habitual
ou eventualmente, no estabelecimento ou domicílio do prestador ou no estabelecimento
ou domicílio do tomador do serviço. Destacam-se os seguintes pressupostos básicos neste
tipo de prestação de serviços: a) pessoalidade; b) inexistência de subordinação hierárquica.

O termo “profissional autônomo” é utilizado de forma ampla e busca designar quem


trabalha por conta própria e sem vínculo empregatício. O termo “profissional liberal” está
normalmente associado a uma profissão regulamentada por uma Ordem ou Conselho
Profissional, o que lhe confere exclusividade e responsabilidade legal no exercício da
atividade. O profissional liberal geralmente possui nível universitário ou técnico, podendo
empregar outra pessoa apenas para exercer atividade de apoio à sua atividade. Entram na
lista dos profissionais liberais os médicos, dentistas, advogados, jornalistas, dentre outras
categorias profissionais.

5) O profissional liberal ou autônomo precisa solicitar a isenção na Prefeitura?

Não. A concessão da isenção prevista na Lei nº 14.864/2008 será adotada de forma


automática pela Prefeitura, com base nos dados constantes no Cadastro de Contribuintes
Mobiliários (CCM), não sendo necessário qualquer requerimento por parte do contribuinte.

6) O profissional liberal ou autônomo precisa atender a algum requisito para


beneficiar-se da isenção?

Sim. O requisito básico para a concessão da isenção prevista na Lei nº 14.864/2008 é a


regular inscrição no Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM).

78
Direito Tributário

7) Os profissionais liberais e autônomos estão dispensados da inscrição e


atualização de seus dados no Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM)?

Não. A Lei nº 14.864/2008 não exime os profissionais liberais e os autônomos da inscrição


e da atualização de dados cadastrais no CCM, nem do cumprimento das demais obrigações
acessórias definidas em regulamento.

8) O que acontece se o profissional liberal ou autônomo não providenciar a sua


inscrição no Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM)?

O tomador do serviço fica obrigado à retenção na fonte e recolhimento do ISS, caso não
seja fornecido o número da inscrição no Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM) do
profissional liberal ou autônomo.

9) A partir de quando, os profissionais liberais e autônomos estão isentos do


pagamento do ISS?

A Lei nº 14.864/2008 concede isenção do pagamento do ISS aos profissionais liberais


e autônomos, que tenham inscrição como pessoa física no Cadastro de Contribuintes
Mobiliários (CCM), a partir de 01 de janeiro de 2009.

10) Como ficam os débitos do ISS relativos aos exercícios anteriores a 2009?

A isenção de que trata a Lei nº 14.864/2008 não alcança os débitos do ISS anteriores a
2009, ou seja, os débitos devem ser quitados na forma do regulamento.

ITBI – Imposto sobre transmissão de bens imóveis

Legislação – art. 156, II, da CF e arts. 35 e seguintes do CTN.

Fato gerador

O fato gerador desse imposto está definido no artigo 35 do CTN, bem como no art. 156, II, da CF, nos
seguintes termos:

Compete aos Municípios instituir imposto sobre:

[...]

III. a transmissão, inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de


bens imóveis por natureza ou acessão física e de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua
aquisição.

79
Unidade II

Há que ser oneroso o ato de transmissão do bem imóvel para que seja devido o ITBI.

Alguns municípios, por meio das suas leis ordinárias, previram outras hipóteses de incidência,
como promessa de compra e venda (isso não caracteriza a transmissão de bem imóvel; portanto, não é
constitucional).

Também se deve ter em mente os artigos 36 e 37, do CTN, que descrevem situações que não podem
ser tributadas pelo ITBI, uma vez que não caracterizam transmissão de bem imóvel. Exemplo: quando
ocorre mudança do tipo societário (fusão, cisão etc.), não há transferência de bem imóvel. Também não
pode ser tributada a venda de participações societárias.

Sujeito ativo

Tem competência tributária para instituir o ITBI, o município da situação dos bens imóveis
e diretos a eles relativos, os quais serão transmitidos de forma onerosa. Por exemplo, se João
comprar um imóvel em Passo Fundo/RS, poderá fazer a escritura de compra e venda do imóvel em
São Paulo, mas deverá registrar esse imóvel em Passo Fundo e recolher o imposto a este município
(Art. 156, § 2º, II, CF).

Sujeito passivo

O art. 42 do CTN deixou a critério de cada entidade política a eleição do contribuinte, que poderá ser
qualquer uma das partes na operação tributada.

Em São Paulo, temos a Lei nº 11.154, de 30 de dezembro de 1991, a qual considera como contribuinte
do imposto o adquirente em relação à transmissão de bens ou direitos, e o cedente, em relação à
cessão de direitos decorrentes de compromissos de compra e venda. A maioria dos municípios seguiu a
mesma orientação.

Base do cálculo

Segundo o art. 38 do CTN, a base de cálculo desse imposto é o valor venal dos bens ou
direitos transmitidos. O art. 7º da nossa lei municipal dispõe no mesmo sentido. Entretanto,
o art. 8º da lei impõe a observância de um valor piso, representado pelo valor venal do imóvel
para efeito de lançamento do IPTU, atualizado desde 01 de janeiro até a data do instrumento de
transmissão ou cessão.

Isso significa que, quando o contribuinte for registrar a escritura de compra e venda no
Registro Público de Imóveis, deverá declarar o valor de transmissão para o tabelião, e esse valor
nunca poderá ser inferior ao valor venal considerado pelo município para fins de IPTU. Porque,
afinal, é sobre o valor da transmissão do bem que recai a alíquota para cálculo do ITBI.

80
Direito Tributário

Alíquota18

Cabe ao município determinar a(s) alíquota(s) para fins de cálculo do ITBI. Em São Paulo, as alíquotas
são de 0,5%, no caso de uso de financiamento SFH, e 2% como regra.

Dúvida comum dos contribuintes

Incide o imposto sobre a aquisição da propriedade por usucapião?

Pela doutrina dominante, a transmissão pressupõe uma vinculação decorrente da vontade ou da lei
entre o titular anterior (promitente) e o novo titular (adquirente). No usucapião não há transmissão,
porque não há um alienante voluntário. Inexiste vínculo entre aquele que perde a propriedade e o que o
adquire. Daí a originalidade da aquisição, isto é, o direito do usucapiente não se funda no título anterior.
Por isso, o STF considera inconstitucionais as leis que exigem o imposto nas aquisições por usucapião.

5.2 Impostos estaduais

ITCMD

Competência

Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir o ITCMD, conforme art. 155, I, CF. O imposto que
recai sobre heranças e doações é de competência estadual.

Art. 155, § 1o, CF:

a) Relativamente a imóveis e direitos a eles inerentes, o imposto pertence aos estados onde os
imóveis estiverem localizados.
b) Relativamente aos móveis, títulos e créditos, o imposto pertence ao estado onde se processar o
inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador.

Observação
Se o doador tivesse domicílio no exterior, ou se o inventário for
processado no exterior, cabe à Lei Complementar regulamentar.

Local onde será devido o ITCMD

• Bens imóveis: pertence ao Estado da situação do bem.

18
Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/1400/imposto-sobre-transmissao-de-bens-imoveis-itbi>.
Acesso em: 10 mai. 2012.
81
Unidade II

• Bens móveis, títulos e créditos: pertence ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento,
ou tiver domicílio o doador.

Vamos exemplificar? José faleceu no Rio de Janeiro e seu inventário foi feito em Minas Gerais. Ele
possuia um apartamento em São Paulo e um automóvel no Rio Grande do Sul. Como ficará o ITCMD
recolhido quanto ao carro e ao imóvel? Recolhe-se o ITCMD para São Paulo quanto ao imóvel e, para
Minas Gerais, quanto ao carro.

Lembrete
O momento do fato gerador se dá no registro da escritura de transmissão,
no caso dos imóveis.

Fato gerador

Esse imposto tem incidência sobre transmissão de bens móveis e imóveis, e também sobre transmissão
de direitos, a título não oneroso.

O ITCMD incide sobre a transmissão de qualquer bem ou direito havido:

a) Por sucessão legítima ou testamentária, inclusive a sucessão provisória

A formalização dessa transmissão de propriedade ocorre mediante o processo de inventário e, no


âmbito desse imposto, é lançado pela autoridade competente e pago pelos interessados (o objeto da
transmissão é a herança).

Nota: no caso de aparecimento do ausente, fica assegurada a restituição do imposto recolhido pela
sucessão provisória.

b) Por doação

A doação também opera transmissão da propriedade de bens, sejam móveis ou imóveis. Tratando-se
dos últimos, a escritura de doação deverá ser registrada no Registro de Imóveis (antes deste se recolhe
o ITCMD).

No tocante à vigência e aplicação das normas relativas ao ITCMD, são aplicadas as seguintes regras:

• para fins de tributação, será aplicável a lei vigente à época do fato gerador;
• no ato do arrolamento de bens, posterior formal de partilha, e também na escritura pública de
doação, os herdeiros ou os doadores deverão se dirigir à Agência de Rendas do Estado Competente,
requerer a emissão da Guia de recolhimento do ITCMD19.

19
Disponível em: <http://www.idtl.com.br/artigos/176.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2011.
82
Direito Tributário

Contribuinte do ITCMD

Na ausência de disposição constitucional a respeito, o legislador estadual tem liberdade para definir
o contribuinte desse imposto. Em relação à herança, o contribuinte é logicamente os herdeiros ou
legatários. Mas tratando-se de doação, poderá ser qualquer uma das partes:

• na transmissão causa mortis: o herdeiro ou o legatário;

• na doação: o donatário.

Se o donatário não pagar o imposto, poderá ser responsável o doador pelo tributo devido20.

Base de cálculo do ITCMD

Regras gerais

A base de cálculo do ITCMD é o valor venal do bem ou direito transmitido, expresso em moeda
nacional. Com efeito, considera-se valor venal o valor de mercado do bem ou direito na data da
abertura da sucessão ou da realização do ato ou contrato de doação. Compete ao fisco a verificação
da verdade.

Segundo o art. 10, Lei nº 10.705 de 28 de dezembro de 2000:

O valor do bem ou direito na transmissão “causa mortis” é o atribuído na


avaliação judicial e homologado pelo juiz.

§ 1º – Se não couber ou for prescindível a avaliação, o valor será o declarado


pelo inventariante, desde que haja expressa anuência da Fazenda [...].

Bem móvel e demais direitos

No que tange ao bem móvel, a base de cálculo do ITCMD é o valor corrente de mercado do bem,
título, crédito ou direito, na data da transmissão ou do ato translativo.

Caso não haja valor correspondente no mercado, o fisco admite o que for declarado pelo
interessado, hipótese em que tal valor fica sujeito à revisão do lançamento pela autoridade
competente.

Não são dedutíveis na base de cálculo do ITCMD as dívidas do espólio, bem como as despesas para
efetivar a transmissão dos bens e direitos. Ou seja, da herança – apuram-se os valores dos bens e dessa
base de cálculo se aplica a alíquota cabível. Lógico que se deve observar se há possibilidade de alguma
isenção.

20
Disponível em: <http://www.xuletas.es/fichá/obrigacao-tributaria>. Acesso em: 10 mai. 2012.
83
Unidade II

Alíquota – cálculo do imposto

A alíquota do ITCMD máxima fixada pelo Senado é de 8% – resolução do Senado 9/92.

Resolução nº 9 – de 05 de maio de 199221

Faço saber que o Senado Federal aprovou, nos termos do inciso IV, do § 1º,
do artigo 155 da Constituição, e eu, Mauro Benevides, presidente, promulgo
a seguinte Resolução:

Art. 1º: A alíquota máxima do Imposto de que trata a alínea “a”, inciso I, do
art. 155 da Constituição Federal será de oito por cento, a partir de 1º de
janeiro de 1992.
Art. 2º: As alíquotas dos Impostos, fixadas em lei estadual, poderão ser
progressivas em função do quinhão que cada herdeiro efetivamente receber,
nos termos da Constituição Federal.

A alíquota pode ser progressiva, mas deve ter como teto a alíquota máxima fixada pelo Senado. É
uma forma de realizar o princípio da capacidade contributiva.

E mais, deverá levar em conta o valor do quinhão, do legado ou dos bens transmitidos, pois a
capacidade contributiva a ser considerada é a daqueles a quem se destinam os bens, e não a do autor
da herança ou doador.

Observação

No estado de São Paulo, atualmente, a alíquota é fixa de 4%.

Saiba mais
No link a seguir, acesse mais informações a respeito do ITCMD.
<http://pfe.fazenda.sp.gov.br/itcmd.shtm>

ICMS

Legislação – art. 155, II, CF, § 2o, XII – este inciso aborda diversas situações que deverão ser tratadas
por Lei Complementar – LC 87/96 e LC 114/2002.

Disponível em: <http://app1.sefaz.mt.gov.br/0325677500623408/07FA81BED2760C6B84256710004D3940/2CD5F43


21

072B7AA2A03256812004E0415>. Acesso em: 10 mai. 2012.

84
Direito Tributário

Competência e sujeito ativo

Estados e Distrito Federal poderão regulamentar o ICMS, respeitando os limites já disciplinados pela
Constituição Federal.

Sujeito passivo

Segundo o art. 4o, da LC 87/96 – contribuinte seria qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize com
habitualidade ou em volume, que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria
ou prestação de serviço de transporte ou de comunicação, ainda que as operações e prestações de
serviço iniciem no exterior.

A LC 114/2002, porém, incluiu também pessoas que, mesmo sem habitualidade, importem
mercadorias; sejam destinatárias de serviços prestados no exterior; adquiram produtos em licitação; e
adquiram lubrificantes ou combustíveis para consumo:

• pessoas que pratiquem operações relativas à circulação de mercadorias;


• importadores de bens de qualquer natureza;
• prestadores de serviços de transporte interestadual e intermunicipal;
• prestadores de serviços de comunicação.

Há possibilidade de figurar, no polo passivo da relação, o responsável tributário.

Fato gerador

O principal fato gerador é a circulação de mercadoria ou prestação de serviços interestadual


ou intermunicipal de transporte e de comunicação, ainda que iniciados no exterior22.

A LC 87/96, em seu art. 2o, aborda as hipóteses de incidência. O fato gerador pode constituir:

a) As operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentos e


bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares.

É a mudança de titularidade jurídica do bem que caracteriza a circulação de mercadorias. Não


são mercadorias as coisas que o empresário adquire para uso ou consumo próprio, mas somente
aquelas adquiridas para revenda ou venda.

b) Prestação de serviços de transporte (interestaduais e intermunicipal) por qualquer via, de pessoas,


coisas ou valores.

22
Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2154491/nova-sumula-432-do-stj-dispoe-que-as-
empresas-de-construcao-civil-nao-estao-obrigadas-a-pagar-icms-sobre-insumos-adquiridos-em-operacoes-interest‑
aduais>. Acesso em: 7 mai. 2012.
85
Unidade II

Prevalece na determinação do local da prestação, para o qual deve haver o recolhimento do


tributo, em relação aos serviços de transporte. É simples: vale o local onde tenha início a prestação
do transporte.

c) Na prestação onerosa de serviço de comunicação (telefone, internet).

d) A entrada de mercadoria ou bens importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que
não seja contribuinte habitual do imposto (LC 114/2002).

Qual é o momento em que a obrigação nasce?

Art. 12, da LC 87/96, dispõe que o fato gerador ocorreu no momento:

[...]

I. da saída da mercadoria do estabelecimento do contribuinte;

II. do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal;

III. do ato final de transporte iniciado no exterior;

IV. do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do


exterior;

V. do recebimento pelo destinatário de serviços prestados no exterior;

VI. da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados


do exterior e apreendidos ou abandonados;

VII. da entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive


lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e
de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à
industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o
imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente.

[...]

Base de cálculo

A base de cálculo pode ser:

• o valor da operação, tratando-se de operação de circulação de mercadoria;


• o preço do serviço, tratando-se de transporte e de comunicação;

86
Direito Tributário

• o valor da mercadoria ou bem importado, constante de documento de importação, convertido em


moeda nacional pela mesma taxa de câmbio utilizada para cálculo do imposto de importação e
acrescido do IPI, do próprio II, e das despesas aduaneiras.

Alíquotas

Operações interestaduais: são aquelas em que o vendedor e o comprador encontram-se em


estados diferentes.

A fixação das alíquotas de ICMS nessas operações compete ao Senado Federal, que deverá promovê-
la por meio de Resolução, aprovada por maioria absoluta.

Operações internas: são aquelas em que o vendedor e o comprador encontram-se no mesmo estado.
Nestas, o Senado Federal apenas irá fixar alíquotas mínimas e máximas, com intuito de evitar a guerra fiscal.

Alíquotas internas: utilizadas nas operações internas, isto é, naquelas operações em que o vendedor
e o adquirente da mercadoria encontram-se situados no mesmo estado23.

Normalmente, as alíquotas internas são superiores às alíquotas interestaduais. No entanto, no que


tange ao ICMS, temos a aplicação do princípio da seletividade, que permite variar as alíquotas de acordo
com a essencialidade do produto (de 7% até 25%).

As alíquotas internas costumam ser 17% – 18%, dependendo do estado.

Nas operações interestaduais em que o comprador não seja contribuinte do ICMS, a operação será
tributada completamente no estado do vendedor.

Quando a operação ocorre entre estados, e tanto o vendedor quanto o comprador são contribuintes
do ICMS, a receita será repartida.

Nas operações interestaduais, as alíquotas serão de 7% ou 12%, de acordo com o estado de origem
(onde se localiza o vendedor) e o estado de destino (onde se situa o comprador).

As alíquotas para os estados do sul e sudeste são de 12%. Para os estados do norte, nordeste, centro-
oeste e Espírito Santo, a alíquota será de 7%.

Vale lembrar que o critério que define a aplicação da alíquota não é o estado de origem, mas o
estado do destino.

As alíquotas interestaduais foram estabelecidas com o objetivo de privilegiar as regiões com menor
desenvolvimento econômico.

23
Disponível em: <http://www.pontodosconcursos.com.br/admin/imagens/upload/4245_D.pdf>. Acesso em: 7 dez.
2011.
87
Unidade II

Exemplos de aplicação

Conforme os conceitos estudados até aqui, analise e responda às questões a seguir:

1. a) Se o destinatário da mercadoria não for contribuinte, e sim uma pessoa física, o imposto caberá
integralmente ao estado de origem da operação, devendo ser calculado pela alíquota interna. Exemplo:
uma loja de Campinas/SP vende um eletrodoméstico no valor de R$ 1.000,00 para uma pessoa física de
Guaxupé/MG. Quanto o vendedor deverá recolher de ICMS, sabendo que a alíquota interna do estado
de São Paulo é de 18%?

b) Se o destinatário da mercadoria for contribuinte, um comerciante, produtor, industrial ou


equiparado, o imposto caberá aos estados de origem e de destino, incidindo duas vezes, da seguinte
forma:

1º) Cobra-se o imposto no estado de origem pela alíquota interestadual.

2º) Cobra-se o imposto no estado de destino pela diferença entre alíquota interna e alíquota
interestadual. Exemplo: um estabelecimento atacadista na cidade de Campinas vende um lote de
aparelhos eletrodomésticos por R$ 100.000,00 a um estabelecimento varejista da cidade de Guaxupé-
MG. Calcule o ICMS, sabendo que as alíquotas dos impostos são:

• alíquota interna de SP 18%;


• alíquota interna de MG 17%;
• alíquota interestadual 12%.

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Outro exemplo

• Vendedor: empresa A – situada no RS.


• Comprador: empresa B – situada em SP.
• Ambos contribuintes do ICMS.
• Valor da operação – R$ 1.000.000,00.
• Alíquota interestadual aplicável na região sudeste – 12% (destino).
• Alíquota interna aplicável – 18% SP.

88
Direito Tributário

• Operação interestadual.
• ICMS no estado do vendedor – R$ 120.000,00.
• Revenda por R$ 1.000.000,00 (hipótese sem lucro).
• ICMS, alíquota interna 18%.
• ICMS no estado do comprador R$ 180.000,00 – 120.000,00 (que já foi pago no RS).

Será pago o valor de R$ 60.000,00 para o estado de São Paulo.

Respostas

1. a) Base de cálculo = valor da mercadoria = R$ 1.000,00 x 18% = 180,00.

Explicação: o ICMS será pago pela alíquota interna do estado de origem, nesse caso São Paulo.

b) Para o estado de origem, São Paulo, paga-se o imposto na alíquota de 12%, interestadual, e para
Minas Gerais recolhe-se a diferença da alíquota interna para a interestadual, ou seja, 17% - 12% = 5%.

Vejamos:

• base de cálculo – R$ 100.000,00;


• vendedor – SP – recolhe sobre 100.000,00 – alíquota interestadual – 12% = R$ 12.000,00;
• o comprador é varejista, quando ele revender a mercadoria deverá pagar o ICMS que ficou
faltando. Se vender pelo mesmo valor, R$ 100.000,00, recolhe a diferença entre a alíquota
interestadual e a interna de seu estado. Nesse caso, a alíquota interna é de 17% em Minas
Gerais. 17 - 12 = 5% sobre R$ 100.000,00. Assim, irá recolher 5.000,00 para o estado de
Minas Gerais.

A CF no art. 155, § 2o, X – elenca hipótese de não incidência do ICMS

Princípio da não cumulatividade

O ICMS é um imposto que incide nas diversas etapas da circulação da mercadoria, sendo não
cumulativo. Com isso, em cada etapa de sua circulação, é permitido abater-se o imposto pago nas
etapas anteriores.

Será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação
de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas etapas anteriores pelo mesmo
estado ou outro estado ou DF.

89
Unidade II

IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

Competência – art. 155 da CF/88:

Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir imposto sobre:

[...]

III – propriedade de veículos automotores.

A receita do IPVA é partilhada entre o estado (50%) e o município (50%) onde o veículo é licenciado
e destina-se ao financiamento de serviços básicos à população (saúde, educação, transporte, segurança,
habitação etc.).

Sujeito passivo

O contribuinte do imposto é o proprietário de veículo, pessoa física ou jurídica.

Fato gerador

O fato gerador do IPVA é a propriedade do veículo automotor. O imposto incide sobre a propriedade
de veículos automotores de qualquer espécie, devendo ser pago anualmente pelo proprietário ou
responsável.

Base de cálculo

A Sefaz – Secretaria da Fazenda Pública Estadual deve apresentar até 31 de outubro do exercício
anterior ao da cobrança do imposto uma tabela com os valores dos veículos automotores, estabelecendo
modelo, marca e ano de fabricacão e correspondente valor do veículo, isto se tratando de veículo
usado. Estes valores servirão de base de cálculo para o imposto que é lançado todo dia 1º de janeiro
de cada ano.

Veículo novo

• O valor do documento relativo à aquisição, incluindo opcionais e acessórios.


• O valor do documento de importação, acrescido dos tributos das despesas decorrentes da
importação, na importação direta.
• O valor do custo de aquisição ou de fabricação, na incorporação de veículo ao ativo permanente
do fabricante ou do revendedor.
• O somatório dos valores relativos à aquisição de parte e peça, e do serviço prestado, quando o
veículo foi montado pelo próprio consumidor.

90
Direito Tributário

Veículo usado

• O valor médio de mercado divulgado em tabela elaborada pela Sefaz, observando-se, no mínimo,
a marca, o modelo, a espécie e o ano de fabricação.

Alíquotas

O Senado Federal, por meio de resolução, trará as alíquotas mínimas cobradas pelos estados, que o
farão mediante lei ordinária estadual; nesse caso, não há alíquotas máximas.

O IPVA poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e da utilização do veículo, como no
caso dos utilitários e dos carros de passeio no estado de São Paulo (nesse caso, entende-se que a função
da progressividade é extrafiscal, assumindo função regulatória).

Há também a isenção de IPVA para veículos utilizados em atividade de interesse socioeconômico


específico (agroindústria, transporte público de passageiros, terraplenagem).

Quanto aos veículos das pessoas jurídicas de Direito Público, dos templos e das instituições de
educação e assistência social, não há que se falar em isenção, mas sim em imunidade.

Alíquotas no estado São Paulo

A tabela deve ser publicada até o dia 31 de dezembro do exercício anterior ao da cobrança do
imposto.

• Na impossibilidade da aplicação da tabela, deve-se adotar o valor:


— de veículo similar constante da tabela ou existente no mercado;

— arbitrado pela autoridade administrativa na inviabilidade da aplicação da regra precedente.

• É irrelevante para determinação da base de cálculo o estado de conservação do veículo


individualmente considerado.

Art. 9º: A alíquota do imposto, aplicada sobre a base de cálculo atribuída ao


veículo, será de:

I. 1,5% (um inteiro e cinquenta centésimos por cento) para veículos de


carga, tipo caminhão;

II. 2% (dois por cento) para:

a) ônibus e micro-ônibus;

91
Unidade II

b) caminhonetes cabine simples;

c) motocicletas, ciclomotores, motonetas, triciclos e quadriciclos;

d) máquinas de terraplenagem, empilhadeiras, guindastes, locomotivas,


tratores e similares.

III. 3% (três por cento) para veículos que utilizarem motor especificado
para funcionar, exclusivamente, com os seguintes combustíveis: álcool, gás
natural veicular ou eletricidade, ainda que combinados entre si;

IV. 4% (quatro por cento) para qualquer veículo automotor não incluído
nos incisos I a III deste artigo (Lei nº 13.296, de 23 de dezembro de
2008)24.

Lembrete
É importante atentar-se que as alíquotas podem variar de estado
para estado e, ainda que as leis que prevêm tais exações, também prevêm
isenções fiscais. Verifique a lei de seu estado!

Saiba mais

Sobre o tema, leia o seguinte texto:

BERNARDES, F. C.; MELO, J. P. F. de A. O principio da capacidade


contributiva e a justa tributação do IPVA. Disponível em: <http://www.
conpedi.org.br/manaus/arquivos/anais/brasilia/07_760.pdf>.

5.3 Impostos federais

IR – Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer Natureza

Competência – arts. 153, III, CF e art. 43, CTN.

Segundo o art. 153, III, CF:

Compete à União instituir imposto sobre:

24
Disponível em: <http://info.fazenda.sp.gov.br/NXT/gateway.dll/legislacao_tributaria/leis/lei13296.htm?f=templates&fn=
default.htm&vid=sefaz_tributaria:vtribut>. Acesso em: 11 mai. 2012

92
Direito Tributário

[...]

III – renda e proventos de qualquer natureza [...]

Já o art. 43, CTN:


O imposto, de competência da União, sobre renda e proventos de qualquer
natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica
ou jurídica:

I. de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou de ambos;

II. de proventos de qualquer natureza, assim entendidos acréscimos


patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.

[...]

Fato gerador

É a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer


natureza.

Definição de renda: é sempre o resultado/produto do trabalho. Exemplos: salários, honorários, comissões.

Renda de capital: aluguel, royalties, participação nos lucros, bonificações.

Proventos de qualquer natureza: são acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de


renda. Exemplos: aposentadorias, pensões, ganhos em loteria etc.

Sujeito passivo

É a pessoa física ou jurídica, titular de renda ou proventos de qualquer natureza – aqueles que têm
acréscimo patrimonial. Ainda, a pessoa jurídica estrangeira que figura no Brasil deverá pagar IR sobre
os acréscimos patrimoniais.

Base de cálculo

É a soma de fatores algébricos positivos e negativos que se agregam ao patrimônio, conforme art.
44, CTN:

A base de cálculo é o montante, real, presumido ou arbitrado, da renda ou


proventos tributáveis.

A incidência ocorre sobre o crédito líquido do contribuinte, ou seja, sobre a diferença entre a renda
ou proventos brutos auferidos e os encargos admitidos em lei, como gastos com dependentes, planos
de saúde etc.
93
Unidade II

A base de cálculo varia de acordo com o tipo de contribuinte. Tratando-se de:

• pessoa física – o imposto incide sobre a renda líquida;


• pessoa jurídica – a base de cálculo é o lucro. O lucro, por sua vez, poderá ser presumido ou real.

a) Lucro real: pode ser entendido como o acréscimo real do patrimônio em determinado período. É
o lucro contábil, ajustado por meio de adições e exclusões.

Lucro líquido é apurado mediante escrituração contábil, todas as receitas, todos os custos e despesas.

A apuração pelo lucro real é obrigatória para empresas indicadas na Lei nº 9.718/98.

Pessoas jurídicas obrigadas ao lucro real

Segundo a Lei 9.718/1998, art. 14, a partir de 199925:

Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas:

I. cuja receita total, no ano-calendário anterior seja superior ao limite de


R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional
ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses;
(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002);

II. cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos,


bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de
crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito
imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e
câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de
arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros
privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

III. que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

Nota: o limite anterior é válido a partir de 1/1/2003.

Período de apuração

O imposto será determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por períodos de
apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro
de cada ano-calendário.

25
Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/2680615/art-14-da-lei-9718-98>. Acesso em: 11
mai. 2012.
94
Direito Tributário

No caso da apuração com base no lucro real, o contribuinte ainda tem a opção de apurar anualmente
o imposto devido, devendo, entretanto, recolher mensalmente o imposto por estimativa26.

Opção pelo sistema de apuração: a opção pelo lucro real anual, lucro real trimestral ou lucro presumido
será manifestada pelo pagamento da 1ª quota de qualquer um dos regimes, mediante Darf, sendo que a
legislação não permite mudar a forma de tributação durante o ano-calendário (art. 13, Lei nº 9.718/98).

b) Lucro presumido: trata-se de um sistema opcional pela pessoa jurídica não obrigada por lei à
apuração do lucro real.

Consiste na presunção legal de que o lucro da empresa é aquele por ela estabelecido com base
na aplicação de um percentual sobre a receita bruta (faturamento), no respectivo período de
apuração (trimestral).

Percentuais aplicados sobre o valor de faturamento27

O lucro presumido será determinado aplicando-se sobre a receita bruta de vendas de mercadorias,
produtos e/ou da prestação de serviços, apurada em cada trimestre, os percentuais constantes do
quadro a seguir, conforme a atividade geradora (RIR/1999, art. 518 e art. 519, parágrafo único; Instrução
Normativa SRF nº 93/1997, art. 3º, §§ 1º e 2º, e art. 36, I).

Quadro 1

Percentuais aplicáveis
Espécies de atividades geradoras de receita sobre a receita
Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico 1,6%
carburante e gás natural.
Venda de mercadorias ou produtos (exceto revenda de combustíveis para consumo);
transporte de cargas; serviços hospitalares; atividade rural; industrialização; atividades
imobiliárias; construção por empreitada, quando houver emprego de materiais próprios,
em qualquer quantidade; qualquer outra atividade (exceto prestação de serviços) para 8%
a qual não esteja previsto percentual especificado; industrialização de produtos em que
a matéria-prima, ou o produto intermediário ou o material de embalagem tenham sido
fornecidos por quem encomendou a industrialização.

Serviços de transporte (exceto o de cargas); serviços (exceto hospitalares, de


transporte e de sociedades civis de profissões regulamentadas) prestados com 16%
exclusividade por empresas com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00.

Serviços em geral para os quais não esteja previsto percentual específico, inclusive os
prestados por sociedades civis de profissões regulamentadas (que, de acordo com o novo
Código Civil, passam a ser chamadas de sociedade simples); intermediação de negócios; 32%
administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza;
serviços de mão de obra de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais
de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra.

Fonte: <http://www.cmpcontabil.com.br/lucropresumido.html>. Acesso em: 7 dez. 2011.

26
Disponível em: <http://www.maph.com.br/ler_capitulo.php?products_id=48>. Acesso em: 7 dez. 2011.
27
Disponível em: <http://www.cmpcontabil.com.br/lucropresumido.html>. Acesso em: 7 dez. 2011.
95
Unidade II

c) Lucro arbitrado: é aquele apurado pelo fisco, nos casos previstos em lei, a exemplo de
irregularidades na escrita fiscal.

Alíquota do IRPJ – seja para lucro real ou presumido

A alíquota do IRPJ é de 15% sobre o lucro, aplicando-se um adicional de 10% sobre o lucro excedente
a R$ 240.000,00/ano ou 20.000,00/mês.

As alíquotas aplicadas serão as mesmas, independente da forma de apuração. Assim, se o lucro


anual da pessoa juridical for de R$ 200.000,00, a alíquota do IR será de 15%. Entretando, caso o
lucro anual dessa empresa seja de R$ 300.000,00, deverá ser aplicada a alíquota de 15% sobre o
montante total, aplicando-se ainda alíquota de 10% sobre o que exceder os R$ 240.000,00.

Alíquotas das pessoas físicas – Lei nº 11.945/2009

As alíquotas são progressivas quando o contribuinte é pessoa física, o que significa dizer que as
alíquotas variam/progridem de acordo com a capacidade contributiva do sujeito passivo.

Tabela 3 – Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto de


Renda de pessoa física a partir do exercício de 2012, ano-calendário de 201128

Base de cálculo anual em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$


Até 18.799,32 –
De 18.799,33 até 28.174,20 7,5 1.409,95
De 28.174,21 até 37.566,12 15,0 3.523,01
De 37.566,13 até 46.939,56 22,5 6.340,47
Acima de 46.939,56 27,5 8.687,45

II – Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros

Competência – art. 153, I, CF.

Compete à União a sua instituição.

§ 1o: Compete ao Poder Executivo, atendidas as condições e limites


estabelecidos pela lei, alterar as alíquotas do imposto de importação.

Fato gerador

O art. 19, do CTN, determina que o fato gerador ocorre com a entrada da mercadoria em território
nacional, e a legislação aduaneira estabelece o aspecto temporal como o momento do desembaraço
28
<Disponível em: < http://www.receita.fazenda.gov.br/aliquotas/TabProgressiva2012a2015.htm >. Acesso em: 10
mai. 2012.
96
Direito Tributário

aduaneiro. Este se consuma com a entrada real do produto estrangeiro no território nacional. Exemplo:
na prática, é o momento do início do despacho aduaneiro, ou seja, o momento da apresentação ou
declaração de importação ou documento similar perante autoridade competente (Receita Federal) para
a liberação da mercadoria.

Para efeitos de cálculo do imposto, os valores em moeda estrangeira devem ser convertidos
em moeda nacional, à taxa do câmbio vigente no momento da entrada no país da mercadoria
importada.

O imposto só se aplica às mercadorias importadas que permanecem no Brasil. Por exemplo:


mercadorias trazidas ao país para uma feira ou exposição não pagarão imposto de importação.

Sujeito passivo

Art. 21, CTN:

Podem ser sujeitos passivos:

I. o importador (PF ou PJ que promova a entrada de mercadoria


estrangeira em território brasileiro a fim de permanecer de forma
definitiva);

II. o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados;

III. o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo


remetente.

Alíquotas

Existem duas espécies de alíquota:

a) Alíquota específica – expressa por uma quantidade específica, em função da unidade de


quantificação dos bens importados. Por exemplo: o imposto corresponderá a tantos reais por
cada metro ou quilo, ou outra unidade qualquer de medida.

b) Alíquota ad valorem – indicada em porcentagem a ser calculada sobre o valor do bem,


percentual sobre o valor da mercadoria. Existem alíquotas variadas para cada produto
específico.

Art. 153, § 1o, CF: o Poder Executivo pode nos limites alterar as alíquotas do inciso II, a fim de ajustá-
lo aos objetivos de política cambial e do comércio exterior. A alteração das alíquotas há que ser feita por
ato fundamentado.

97
Unidade II

Base de cálculo – art. 20, CTN.

A base de cálculo do imposto é:

I. quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela


lei tributária;

II. quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou


seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em
condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de
entrada do produto no País;

III. quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a


leilão, o preço da arrematação.

Quando falamos em importação, estamos tratando de comércio exterior; então é importante ressaltar que
o Brasil é signátario de vários tratados internacionais a fim de estabelecer alíquotas padronizadas. Dessa forma,
é possível evitar inúmeros conflitos entre ordenamentos jurídicos diferentes e, inclusive, evitar a bitributação.

Exemplos de tratados que disciplinam o comércio internacional são:

• TEC (Tarifa Externa Comum): tratado assinado entre os países do Mercosul o qual impõe aliquotas
para as operações comerciais consagradas entre os signatários.

• GAT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio): acordo fixado na Suíça, do qual o Brasil é signatário,
sendo o GAT caracterizado como pacto que visa estabelecer e administrar regras de procedimento
no comércio internacional. Este também estabelece alíquotas a serem seguidas (abrange um
grande numero de países da Europa principalmente).

Lembrete

Sobre o valor da importação, incide o II.

Sobre o valor da importação + II, incide o IPI.

Sobre o valor da importação + II + IPI, incide o ICMS.

E, sobre o valor de todos, passou a incidir o PIS e o Cofins.

IE – Imposto sobre a Exportação para o Exterior de Produtos Nacionais ou Nacionalizados

Competência – da União instituir e cobrar o IE de produtos nacionais e nacionalizados. Art. 153, II,
CF, art. 23 e seguintes do CTN.
98
Direito Tributário

§ 1o: Cabe ao Executivo estabelecer as alíquotas.

Fato gerador

É a saída do território nacional para o exterior de produtos nacionais ou nacionalizados


indicados em lista aprovada pelo Poder Executivo. Se o produto não estiver na lista, não haverá
incidência tributária.

Decreto 1.578/77, art. 1o, § 1o: Considera-se ocorrido o fato gerador no momento da expedição da
guia de exportação ou documento equivalente.

Observação

Produtos nacionais são aqueles produzidos em território brasileiro; já


produtos nacionalizados são aqueles que foram importados e agora serão
exportados (exemplo: produtos que vêm da China).

Sujeito passivo – art. 27, CTN e art. 5o, do DL 1.578/77

O sujeito passivo é o exportador – qualquer pessoa que promova a saída do produto nacional ou
nacionalizado do território nacional. Não se faz necessário que o exportador seja empresário, pode ser
uma pessoa comum, sem intuito comercial.

Base de cálculo será:

a) a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida indicada na lei, quando a alíquota for
específica. Exemplo: teremos um imposto de R$ 40,00 por tonelada – art. 20, I, CTN.

b) o valor monetário do produto exportado, o preço normal – quando a alíquota for ad valorem.

Alíquotas:

a) específicas – valor em dinheiro que incide sobre a unidade de medida prevista em lei. Por exemplo,
R$ 12,00 a tonelada de soja.

b) ad valorem – aplicação de alíquota sobre o valor da mercadoria exportada.

Atualmente, essa alíquota é de 30%, facultado ao Poder Executivo aumentá-la ou reduzi-la, para
atender aos interesses da economia nacional (Lei nº 9.716/98).

A alíquota máxima não pode ultrapassar 150% o valor da mercadoria. As alterações de alíquota
fixadas pelo Executivo devem ser justificadas, sob a pena de vício de inconstitucionalidade.

99
Unidade II

ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural

Competência – art. 153, VI, CF – União.

Legislação – Lei nº 9.393/96 e Decreto nº 4.382/02.

Segundo o art. 153, § 4o, I, CF:

I. imposto é progressivo, conforme a produtividade ou não da propriedade;

II. o imposto não incidirá sobre pequenas glebas rurais (até 50 hectares), definida em lei, quando as
explore o proprietário que não possua outro imóvel;

III.cabe ao Município optar pela fiscalização e cobrança do ITR – ficando com 100% da receita
arrecadada.

Objetivo: desestimular propriedades improdutivas.

Sujeito passivo – art. 5o, do Decreto nº 4.382/02:

• proprietário – aquele que tem o domínio exclusivo/pleno;


• titular do domínio útil – enfiteuse e usufrutuário;
• possuidor – aquele que tem a posse, podendo pedir usucapião.

No caso de existirem proprietário e possuidor (arrendamento rural), quem paga é o proprietário.

Fato gerador

Art. 29, CTN: é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da
zona urbana do município.

Conceito de bem imóvel por natureza: é o solo nu e seus agregados da própria natureza (vegetação,
árvores) sem considerar o cultivo ou construções, compreendendo as árvores e os frutos pendentes, o
espaço aéreo e o subsolo.

Conceito de zona urbana – art. 32, § 1o, CTN: é aquela delimitada por lei municipal, sendo necessário
para caracterizar a presença de pelo menos dois requisitos entre os mencionados neste artigo.

• meio fio ou calcamento, com canalização de águas pluviais;


• abastecimento de água;
• sistema de esgoto sanitário;

100
Direito Tributário

• rede de iluminação pública;


• escola primária ou posto de saúde, a uma distãncia de, no máximo, 3 km do imóvel considerado.

Assim, zona rural é um conceito por exclusão.

Base de cálculo

Conforme o art. 30, CTN c/c art. 8o, da Lei nº 9.393/96 e art. 32, Dec. nº 4.382/02: é o valor fundiário
do imóvel, é o valor da terra nua, sem construções, cultivos etc.

Considera-se, como tal, a diferença entre o valor venal do imóvel e o valor dos bens incorporados ao
imóvel, declarados pelo contribuinte e não impugnado pela administração, ou a própria administração
poderá fazer a avaliação da terra.

Valor de mercado apurado em 01 de janeiro.

Alíquotas

São proporcionais e progressivas, segundo o grau de utilização da área rural. A fixação das alíquotas
é feita baseada na Lei nº 9.393/96, podendo variar de 0,03% até 20%.

A seguir, um questionário de frequentes perguntas realizadas no site da Receita Federal:

Perguntas e respostas – cálculo do imposto29

Base de cálculo

Qual a base de cálculo do ITR?

A base de cálculo do ITR é o Valor da Terra Nua Tributável – VTNT (Lei nº 9.393, de 1996,
art. 11; RITR/2002, arts. 32 e 33; IN SRF nº 256, de 2002, arts. 32 e 33).

Cálculo

Como se calcula o valor do ITR?

O valor do ITR a ser pago é obtido mediante a multiplicação do VTNT pela alíquota
correspondente, considerados a área total e o grau de utilização (GU) do imóvel rural (Lei nº
9.393, de 1996, art. 11; RITR/2002, art. 35; IN SRF nº 256, de 2002, art. 35).

29
Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/itr/2005/pergresp/pr165a182.htm>. Acesso em: 7 mai.
2012.

101
Unidade II

O que é grau de utilização30?

Grau de utilização é a relação percentual entre a área efetivamente utilizada pela


atividade rural e a área aproveitável do imóvel rural; constitui critério, juntamente com a
área total do imóvel rural, para a determinação das alíquotas do ITR (Lei nº 9.393, de 1996,
art. 10, § 1º, VI; RITR/2002, art. 31; IN SRF nº 256, de 2002, art. 31).

Como será calculado o GU do imóvel na hipótese de inexistência de área aproveitável, depois


de deduzidas as áreas não tributáveis e as áreas ocupadas com benfeitorias úteis e necessárias?

Na hipótese de inexistir área aproveitável depois de excluídas as áreas não tributáveis


e as áreas ocupadas com benfeitorias úteis e necessárias, serão aplicadas as alíquotas
correspondentes aos imóveis rurais com grau de utilização superior a 80%, observada a
área total do imóvel (Lei nº 9.393, de 1996, art. 11, § 1º; RITR/2002, art. 35, § 1º; IN SRF nº
256, de 2002, art. 35, § 1º).

O que se entende por terra nua, para efeito do ITR?

Terra nua é o imóvel por natureza ou acessão natural, compreendendo o solo com sua
superfície e a respectiva mata nativa, floresta natural e pastagem natural. A legislação do
ITR adota o mesmo entendimento da legislação civil (CC, art. 79)31.

Como determinar o valor da terra nua, para efeito do ITR?

O Valor da Terra Nua (VTN) é o valor de mercado do imóvel, excluídos os valores de


mercado relativos a:

I - construções, instalações e benfeitorias;

II - culturas permanentes e temporárias;

III - pastagens cultivadas e melhoradas;

IV - florestas plantadas (Lei nº 9.393, de 1996, arts. 8º, §§ 1º e 2º, e 10, §1º, I; RITR/2002,
art. 32; IN SRF nº 256, de 2002, art. 32).

O VTN é o valor de mercado do imóvel em que data?

O VTN refletirá o preço de mercado de terras, apurado em 1º de janeiro do ano


a que se referir à DITR, e será considerado autoavaliação da terra nua a preço de

30
Disponível em: <http://www.vtn.com.br/cambio/impostovtn.php>. Acesso em: 7 mai. 2012.
31
Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/itr/2006/ITR2006PerguntasRespostasITR.pdf>. Acesso
em: 11. mai. 2012.
102
Direito Tributário

mercado (Lei nº 9.393, de 1996, art. 8º, § 2º; RITR/2002, art. 32, § 1º; IN SRF nº 256, de
2002, art. 32, § 2º).

O contribuinte adquiriu nesse exercício uma área de terra que nunca fora declarada pelo
vendedor. Qual o valor a ser atribuído à terra nua desse imóvel?

O VTN é o preço de mercado da terra nua apurado em 1º de janeiro do ano a que se


referir à DITR (Lei nº 9.393, de 1996, art. 8º, § 2º; RITR/2002, art. 32, § 1º; IN SRF nº 256, de
2002, art. 32, § 2º).

O que se entende por construções, instalações e benfeitorias para efeito de


exclusão do VTN?

Incluem-se no conceito de construções, instalações e benfeitorias, para efeito de


exclusão do VTN, prédios, depósitos, galpões, casas de trabalhadores, estábulos, currais,
mangueiras, aviários, pocilgas e outras instalações para abrigo ou tratamento de animais,
terreiros e similares para secagem de produtos agrícolas, eletrificação rural, abastecimento
ou distribuição de águas, barragens, represas, tanques, cercas e, ainda, as benfeitorias não
relacionadas à atividade rural (RITR/2002, art. 32, § 2º; IN SRF nº 256, de 2002, art. 32, § 3º).

Como é obtido o valor do imposto a ser pago?

O valor do imposto a ser pago é obtido mediante a multiplicação do VTNT pela alíquota
correspondente, considerados a área total e o grau de utilização do imóvel rural (Lei nº
9.393, de 1996, art. 11; RITR/2002, art. 35; IN SRF nº 256, de 2002, art. 35).

Existe valor mínimo para o ITR?

Existe. Em nenhuma hipótese o valor do imposto devido será inferior a R$ 10,00 (Lei nº
9.393, de 1996, art. 11, § 2º; RITR/2002, art. 35, § 2º; IN SRF nº 256, de 2002, art. 35, § 2º).

Quem deve apurar o ITR?

A apuração do ITR deve ser efetuada pelo contribuinte ou responsável, independentemente


de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela
Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se à homologação posterior (Lei nº 9.393, de 1996, art. 10).

IOF – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou sobre Operações Relativas a
Títulos ou Valores Imobiliários

Competência: União – art. 153, V, CF, e art. 63, CTN, Decreto nº 6.306/07.

Sujeito Passivo: segundo o art. 66, CTN, e o Decreto nº 6.306/07, são contribuintes: quaisquer das
partes na operação tributada, ficando a cargo do legislador ordinário essa indicação.
103
Unidade II

Fato gerador

Art. 63, CTN – o FG é a operação de crédito, câmbio, seguro ou com títulos e valores mobiliários. Para
ocorrer o FG, deve haver umas das operações.

Operação de crédito: é uma prestação presente contra uma promessa de prestação futura (por
exemplo, entrega do montante da obrigação ou sua colocação à disposição do interessado).

Operação de câmbio: entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente


(por exemplo, troca de moedas).

Operação de seguro: é o contrato pelo qual se garante algo contra risco de eventual dano (por
exemplo, emissão da apólice).

Operação relativa a títulos e valores mobiliários: implica emissão, transferência, pagamento ou


resgate de títulos ou valores mobiliários, na forma da lei.

Base de cálculo – art 64, CTN:

• quanto às operações de crédito: o montante da operação + juros;


• quanto às operações de câmbio: o montante da operação em moeda nacional recebido, entregue;
• quanto às operações de seguro: o valor do prêmio;
• quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários:
— na emissão, o valor nominal mais ágil, se houver;
— na transmissão, o preço ou valor nominal ou valor da cotação em bolsa;
— no pagamento ou resgate, o respectivo preço.

Alíquotas: a lei que regula a matéria deve fixar os limites das alíquotas – Decreto nº 6.339/08:

• operações de crédito – máximo de 1,5% ao dia;


• operações de câmbio – máximo de 25%;
• operações de seguro – 25%;
• operações relativas a títulos ou valores mobiliários – máximo de 1,5% ao dia;
• operações com ouro – alíquota de 1%.

Cabe ao Poder Executivo fixar as alíquotas que serão aplicadas sobre as operações financeiras,
respeitando os limites em lei.

104
Direito Tributário

IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados

Competência – art. 153, IV, CF, e art. 46, CTN – União.

§ 1o: possibilidade de o Poder Executivo alterar as alíquotas;


§ 3o, I: o imposto será seletivo, em função da essencialidade do produto:

II – será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante
cobrado nas anteriores;

III – não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

Sujeito passivo – art. 51, CTN.

O contribuinte será:

• o importador;
• o industrial;
• o comerciante de produtos sujeito ao imposto;
• o arremantante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.

Fato gerador – art. 46, CTN.

O IPI tem por fato gerador:

• o desembaraço aduaneiro, com relação a produtos de procedência estrangeira;


• a saída destes do estabelecimento do contribuinte, quanto a produtos de produção nacional;
• a sua arrematação, quando apreendidos e levados a leilão.

Base de cálculo

• produto industrializado nacional – valor da operação de saída do produto do estabelecimento do


contribuinte (preço do produto + valor do frete + outras despesas – art. 47, II, CTN);
• mercadoria importada – o preço da mercadoria convertida em moeda nacional + imposto de
importação + taxas aduaneiras + encargos cambiais – art. 47, I, CTN;
• produto leiloado – preço da arrematação.

Alíquotas: sua alíquota varia conforme a grandeza econômica tributada (proporcional):

• seletividade – variando de 0% a 365,3% (cigarro).

105
Unidade II

Existe uma tabela em que constam as alíquotas conforme o produto desejado – Tipi – Tabela do
Imposto sobre Produtos Industrializados.

Princípio da não cumulatividade – art. 153, § 3o, II, CF.

O IPI será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação, com o montante
cobrado nas anteriores.

Por exemplo:

a) Faz-se o registro, como crédito, do valor do IPI relativo à entrada de matérias-primas, produtos
intermediários, materiais de embalagem e outros insumos que tenham sofrido a incidência do
imposto ao saírem do estabelecimento de onde vieram.

b) Faz-se o registro, como débito, do valor do IPI calculado sobre os produtos que saírem
“industrializados” do estabelecimento.

c) No final do mês, é feita a apuração. Se o débito é maior, o saldo devedor corresponde ao valor a
ser recolhido. Se o crédito é maior, o saldo credor é transferido para o mês seguinte.

Exemplo de aplicação

Conforme os conceitos estudados até aqui, analise e responda às questões a seguir:

1) Qual é o momento que caracteriza o fato gerador do imposto sobre a importação?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

2) A alíquota do II pode ser alterada por decreto? Explique.


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

3) Quais são os impostos que podem incidir numa importação? Fundamente.


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
106
Direito Tributário

______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

4) Qual o fato gerador do imposto sobre exportações?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
5) Qual a diferença entre produtos nacionais e nacionalizados?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

6) O II e o IE estão sujeitos ao princípio da anterioridade? Justifique.


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

7) Quais os fatos geradores do IPI?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

8) Como é concretizada a “seletividade em função da essencialidade do produto”? Fundamente.


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Respostas

1) O fato gerador do II é a entrada de mercadoria em território nacional. Na prática, o fato gerador


fica consumado com o desembaraço aduaneiro.

107
Unidade II

2) As alíquotas do II podem ser alteradas por decreto, que consiste em ato normativo do Presidente
da República. Isso se justifica porque o II é um imposto de finalidade extrafiscal; sendo assim, faz-
se necessário poder alterar as alíquotas com maior facilidade e rapidez, uma vez que com essas
alterações teremos reflexos imediatados na economia.

3) Numa importação teremos a incidência dos seguintes impostos: II, IPI, ICMS e PIS/COFINS.

4) O fato gerador do IE é a saída de determinadas mercadorias do território nacional. Esse fato se


consuma quando o contribuinte preencher a guia de exportação ou documento equivalente.

5) Produtos nacionais são os produzidos pela indústria brasileira; já os nacionalizados foram


importados e depois de nacionalizados serão exportados para outros países.

6) Em nosso sistema jurídico tributário, temos dois princípios da anterioridade, ou seja, o princípio
da anterioridade genérica – pelo qual, quando houver alteração da lei de determinado imposto,
deve-se publicar num ano, e os efeitos desta somente iniciam-se no próximo exercício financeiro;
o princípio da anterioridade nonagesimal, pelo qual se faz necessário aguardar 90 dias entre a
publicação de uma lei e sua eficácia. No caso dos impostos II e IE, nenhum dos princípios será
observado, ou seja, publicadas as leis com supostas alterações, estas valerão a partir da publicação.

7) São fatos geradores do IPI:

• a produção de produtos nacionais;

• a importação de mercadoria do exterior;

• a arrematação de produtos via leilão.

8) O IPI respeita o princípio da seletividade, o que significa dizer que as alíquotas irão variar para
cima ou para baixo em função da essencialidade do produto. As alíquotas podem começar em 0%
e chegar até 365,5%, isso depende do tipo de produto que estiver sendo tributado. Produtos de
cesta básica costumam ter alíquotas menores, já cigarros e bebidas alcoólicas têm alíquotas bem
elevadas.

6 Administração Tributária

Agora passaremos ao estudo da administração tributária. Você já pensou como se dá a administração


tributária? Então vamos lá compreender como ela se dá. Administração tributária pode ser entendida
em dupla acepção, conforme Costa (2009, p. 308).

Em sentido subjetivo, compreende o aparelhamento burocrático mantido pelos autorizados a


tributar, composto por múltiplos órgãos, incumbidos de arrecadação e fiscalização de tributos.

108
Direito Tributário

Em sentido objetivo, a administração tributária traduz a atividade administrativa destinada a realizar


a aplicação da lei fiscal, visando ao atendimento às finalidades de interesse público consubstanciadas na
proteção dos direitos dos contribuintes e na arrecadação tributária.

Podemos entendê-la como toda a parte operacional da máquina tributária, ou seja, é por meio dela
que temos o lançamento tributário (quando necessário), a fiscalização e a arrecadação de tributos,
envolvendo ainda atividades como emissão de certidão de regularidade fiscal em nome do contribuinte,
orientação e esclarecimentos aos contribuintes para o cumprimento da legislação tributária.

O CTN divide o tópico da administração tributária em três títulos: fiscalização, dívida ativa e
certidões negativas. Vejamos:

6.1 Fiscalização

A fiscalização tributária é um poder-dever do Estado. Sabe-se que o dever de pagar tributos decorre
de lei, por este motivo, cabe ao fisco exercer, compulsoriamente, o controle sobre o comportamento dos
sujeitos passivos, no sentido de adimplirem suas obrigações.

A atividade fiscalizatória há de ser adequadamente documentada, mediante a lavratura de termos


e autos, de acordo com as normas aplicáveis referentes a cada esfera administrativa, a fim de garantir
a segurança jurídica.

O CTN regula esta matéria nos arts. 194 a 20032.

O art. 195, do CTN, dispõe:

Para efeitos da legislação tributária, não tem aplicação quaisquer


disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar
mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais
ou fiscais, dos comerciantes, industriais ou produtores, ou da obrigação
destes de exibi-los.

O art. 145, parágrafo 1o, da CF, faculta:

[...] a administração tributária, especialmente para conferir a esses objetivos,


identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Com base nesses artigos, pode-se concluir que os livros e documentos mercantis poderão ser
examinados pelas autoridades administrativas, a fim de investigar se as obrigações tributárias estão
sendo corretamente cumpridas pelos contribuintes.

32
Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/codtributnaci/ctn.htm>. Acesso em: 14
mai. 2012.
109
Unidade II

O art. 196, do CTN, aborda os aspectos formais da fiscalização, determinando:

A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências


de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início
do procedimento… e que fixará o prazo máximo para a conclusão daquelas.

A Lei Complementar nº. 105/2001, em seu artigo 6o, determina:

As autoridades e os agentes fiscais da União, dos Estados, do DF e dos


Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de
instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e
aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado
ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados
indispensáveis pela autoridade administrativa competente.

Parágrafo único: O resultado dos exames, as informações e os documentos a que


se refere o artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária.

Há doutrinadores que entendem ser inconstitucional esse dispositivo legal, porquanto ofende a
intimidade e a privacidade e, sem o devido processo legal, impõe decisão judicial para a quebra de sigilo
bancário. Mas há outra corrente alegando que o art. 145, § 1o., CF, fundamenta o direito da administração
pública de prosseguir com a quebra de sigilo desde que presentes os requisitos citados na lei.

Por fim, o art. 199, do CTN, determina que as fazendas públicas da União, Estados, DF e Municípios
podem prestar-se mutuamente assistência para fiscalização dos tributos respectivos e permuta de
informações, devendo ser mantido o sigilo entre os órgãos.

Saiba mais

Sobre o tema, leia o seguinte texto:

BERTOLUCCI, A. V.; NASCIMENTO, D. T. do. O custo de arrecadação de


tributos federais. Rev. contab. finanç., São Paulo, v. 17, n. spe, ago. 2006.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S
1519‑70772006000400004&lng=pt&nrm=iso>.

6.2 Dívida ativa

O art. 201, do CTN, declara:

Constitui dívida ativa tributária proveniente de crédito dessa natureza,


regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois

110
Direito Tributário

de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final
proferida em processo regular.

A constituição em dívida ativa visa à constituição de título executivo, o qual será destinado à
cobrança judicial de créditos não pagos. Com inscrição do crédito não pago no Livro da Dívida Ativa, é
possível extrair a Certidão de Dívida Ativa (CDA).

De acordo com o art. 202, do CTN, o termo de inscrição de dívida ativa conterá:

I – o nome do devedor, domicílio e também corresponsáveis, se for o caso;

II – quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;

III – a origem e a natureza do crédito, fundamento legal;

IV – a data da inscrição;

V – se for o caso, o número do processo administrativo.

6.3 Certidões negativas

A certidão é ato administrativo enunciativo, segundo Costa (2009, p. 324), e sua obtenção é direito
constitucionalmente assegurado, nos termos do art. 5o, XXXIII, CF.

Mas em que consiste a certidão negativa de débito tributário? A certidão negativa de débito tributário
é documento probatório da regularidade de situação fiscal, requisito exigido para participar de licitações
e operações de financiamento.

A certidão positiva com efeitos negativos ou certidão de regularidade fiscal, conforme o art. 206, do
CTN, considera o contribuinte em situação regular, mesmo havendo débito tributário no órgão público,
desde que a obrigação correspondente esteja com a exigibilidade suspensa, ou em relação a qual haja
execução garantida por penhora.

Por fim, é importante mencionar que, segundo o art. 208 do CTN:

A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra
a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir,
pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos.

7 ILÍCITOS TRIBUTÁRIOS

As obrigações tributárias supõem a possibilidade de descumprimento. É


possível que o destinatário da norma, por diversas razões, proceda de forma
diversa da querida pela norma (AMARO, 2009, p. 431).
111
Unidade II

Dessa forma, tem-se que infração ou ilícito é uma conduta contrária à norma:

Sanção é o meio pelo qual se vale a ordem jurídica para desestimular o


comportamento ilícito. Pode limitar-se a compelir o responsável pela
inobservância da norma ao cumprimento de seu dever, e pode consistir num
castigo, numa penalidade a este cominada (MACHADO, 2009, p. 488).

A ação de execução é a sanção destinada a obter do responsável pela inobservância da norma o


adimplemento de seu dever. A penalidade pode ser pessoal (pena privativa de liberdade) ou patrimonial
(multas).

7.1 Ilícitos administrativos

De acordo com Hugo de Brito Machado (2009, p. 487), ilícitos administrativos são os comportamentos
que implicam inobservância de norma tributária. Implica inadimplemento de obrigação tributária, seja
principal ou acessória.

As leis tributárias geralmente estabelecem penalidades específicas para o descumprimento de


obrigação acessória (por exemplo, não emitir nota fiscal), com valores fixos ou com indicações
de valores mínimos e máximos, mas sem vinculação com o imposto. São as chamadas infrações
formais.

As multas proporcionais ao valor do tributo somente se justificam nos casos em que o dever de
pagar o tributo não foi cumprido (obrigação principal). Se o contribuinte não cumpriu nenhuma
das obrigações principal e acessória, aí sim cabe a multa proporcional ao valor do tributo acrescido
da multa fixa.

7.2 Ilícitos penais – Crimes contra a Ordem Tributária – Lei nº 8.137/1990

Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo,


ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:

I. omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades


fazendárias;
II. fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou
omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro
exigido pela lei fiscal;
III. falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou
qualquer outro documento relativo à operação tributável;
IV. elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba
ou deva saber falso ou inexato;

112
Direito Tributário

V. negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento


equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço,
efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.

Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no


prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da
maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao
atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.

Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:

I. fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos,


ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de
pagamento de tributo;
II. deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição
social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de
obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;
III. exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário,
qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de
imposto ou de contribuição como incentivo fiscal;

IV. deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo


fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de
desenvolvimento;
V. utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita
ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil
diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Saiba mais

No link a seguir, é possível encontrar um artigo que discorre sobre o


Princípio da Insignificância em crimes tributários.

<http://jus.com.br/revista/texto/21644/aplicacao-do-principio-da-
insignificancia-em-crimes-tributários>

113
Unidade II

Saiba mais

Sobre o tema, leia também os seguintes textos:

DE ROSSI, A. et al. Processo administrativo tributário: da necessidade à


efetividade dos postulados constitucionais pró‑contribuinte. Revista eletrônica
do Curso de Direito da UFSM, Santa Maria, v. 2, n. 2, p. 62‑74, jul. 2007.
Disponível em: <http://bdjur.stj.gov.br/xmlui/bitstream/handle/2011/18569/
Processo_administrativo_tribut%c3%a1rio.pdf?sequence=2>.

SIQUEIRA, M. L.; RAMOS, F. S. Evasão fiscal do imposto sobre a renda:


uma análise do comportamento do contribuinte ante o sistema impositivo
brasileiro. Econ. Apl., Ribeirão Preto, v. 10, n. 3, set. 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413‑8050200
6000300006&lng=pt&nrm=iso>.

8 Sanção administrativa e sanção penal

Inexiste distinção essencial entre ilícito civil, penal ou administrativo. Por esse motivo, também
não há distinção sobre as sanções aplicadas. A distinção seria apenas valorativa. A sanção penal ficaria
reservada àqueles que cometem condutas mais graves, que ofendem mais seriamente a ordem social, de
acordo com os ensinamento de Hugo de Brito Machado (2009, p. 488-489)33.

Os atos de descumprimento de leis tributárias continuam ensejando as sanções administrativas – as


multas. E ensejam também sanções penais quando não constituem puro e simples inadimplemento da
obrigação principal, sem qualquer prática tendente a ocultar ou retardar a exteriorização de seu fato gerador.

8.1 Extinção da punibilidade pelo pagamento

O Supremo Tribunal Federal já consagrou o entendimento segundo o qual, em face da Lei nº


10.684/2003, o pagamento do débito tributário a qualquer momento extingue a punibilidade de
qualquer dos crimes contra a ordem tributária, mesmo depois de recebida a denúncia.

A rigor, a extinção da punibilidade nos crimes contra a ordem tributária opera-se como decorrência
de qualquer das causas de extinção do crédito tributário.

No âmbito administrativo, a questão se resolve nos termos do art. 138, do CTN: se o pagamento é
feito com a denúncia espontânea da infração, nenhuma penalidade pode ser aplicada. Se, todavia, é
feito em face de exigência formalizada em ação fiscal, o pagamento do crédito tributário feito no prazo

33
Disponível em: <http://www.sejubra.org.br/6/002%20IL%C3%8DCITO%20TRIBUT%C3%81RIO.pdf>. Acesso em:
14 mai. 2012.
114
Direito Tributário

estabelecido para a impugnação do auto de infração, ou no prazo para recurso administrativo, implica
redução do valor da multa, que geralmente vem estabelecido na lei específica de cada tributo.

Essa redução do valor da multa, nas hipóteses em que o contribuinte renuncia ao direito de impugnar
ou recorrer, constitui uma forma oblíqua de punir o sucumbente.

Saiba mais

Sobre o tema, leia o seguinte texto:

PEREIRA, F. V. Limites à imposição de sanções administrativas. Multas


pecuniárias tributárias. Revista AJUFERGS, Porto Alegre, n. 3, p. 309‑337, 2007.
Disponível em: <http://bdjur.stj.gov.br/xmlui/bitstream/handle/2011/18464/
Limites_%c3%a0_Imposi%c3%a7%c3%a7%c3%a3o_de_
San%c3%a7%c3%b5es_Administrativas.pdf?sequence=2>.

Exemplo de aplicação

Conforme os conceitos estudados até aqui, analise e responda às questões a seguir:

1) De que forma nascem a obrigação e o crédito tributário?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

2) No que consiste o lançamento tributário?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

3) Quais são os tipos de lançamento existentes no direito brasileiro?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

115
Unidade II

4) Com relação ao IPI, ICMS, IR, II e IE, quais são os lançamentos utilizados para constituir o crédito
tributário?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

5) No que consiste a isenção?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

6) Qual a diferença entre isenção e imunidade tributária?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

7) Qual a diferença entre remissão e anistia do crédito tributário?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

8) De que forma pode ser feito o pagamento do crédito tributário?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

9) Quem é o sujeito passivo de uma obrigação tributária?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

116
Direito Tributário

10) Menor de idade pode realizar fato gerador descrito na norma?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

11) Se uma determinada pessoa comprar um veículo e houver IPVA atrasado, quem irá assumir a
conta a pagar: o antigo proprietário ou o novo?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

12) Numa importação de mercadorias do exterior, quem fica responsável pelo pagamento dos
tributos? Quais são os tributos que irão incidir sobre essa importação?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

13) O ICMS é um imposto não cumulativo, o que isso significa?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

14) Um atacado de São Paulo vendeu um lote de televisores para um varejo de Cuiabá. O valor do lote
foi de R$ 20.000,00. O varejista, após receber a mercadoria, revendeu o mesmo lote por R$ 40.000,00.
Como se calcula o valor a ser pago de ICMS? E para qual(is) estado(s) serão devidos tal tributo?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

15) Imagine a seguinte situação tributária com relação ao IRPJ: a sociedade ‘José Mendança Ltda.’
apura o lucro com base no sistema do lucro presumido; dessa forma, irá declarar o lucro e efetuar
o pagamento do respectivo imposto trimestralmente para a Receita Federal. No primeiro trimeste, a

117
Unidade II

PJ lucrou R$ 40.000,00; no segundo, R$ 50.000,00; no terceiro, R$ 100.000,00 e no quarto somente


R$ 10.000,00. Aplique as alíquotas do IRPJ, seja 15% ou o adicional de 10% se for o caso. Faça o
demonstrativo para verificar quanto essa empresa pagou de IR no ano respectivo.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

16) A empresa ‘Caloi’ comprou 100 pedais, 50 bancos, 100 freios, 100 pneus e rodas no mês de setembro,
a fim de montar bicicletas. As indústrias que fabricaram esses produtos intermediários já recolheram IPI
relativo a essas produções no valor de R$ 5.000,00. No final do mês de setembro, a Caloi conseguiu
produzir 30 bicicletas, vendendo esse lote para alguns varejistas. O IPI relativo à produção dessas bicicletas
é de R$ 6.000,00. Qual valor deverá ser recolhido pela Caloi no mês de setembro? Explique.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

17) Incide IPVA sobre aeronaves e embarcações? Explique.


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

18) Havendo proprietário e locatário de um mesmo imóvel urbano, quem deverá pagar a conta do IPTU?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

19) Na prestação de serviços de transporte intermunicipal e interestadual, qual imposto deverá ser
pago sobre esse serviço?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

118
Direito Tributário

20) Com relação ao ISS, qual município é competente para o recolhimento do imposto?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Respostas

1) A obrigação tributária nasce quando o sujeito passivo realiza o fato gerador descrito na norma. No
entanto, a obrigação tributária é ilíquida. Já o crédito tributário nasce com o lançamento. Importante
lembrar que o crédito consiste na obrigação liquidada.

2) Lançamento tributário é um procedimento administrativo formal pelo qual a autoridade


administrativa deverá identificar o sujeito passivo; verificar se realmente ocorreu o fato gerador;
e calcular o valor do tributo a ser pago. Só assim deverá notificar o sujeito passivo para efetuar o
pagamento.

3) Os lançamentos podem ser direto, por declaração ou por homologação.

4) IPI e ICMS – lançamento por homologação, porque nesses impostos é o próprio sujeito passivo
quem declara a matéria tributável, apura o valor a ser pago e faz o pagamento. Resta à administração
pública efetuar a homologação.

II e IE – lançamento por declaração, porque o sujeito passivo declara os bens ora importados, ora
exportados e seus valores. Com base nisso, a autoridade administrativa calcula o valor dos impostos a
serem recolhidos.

5) Isenção é causa de exclusão do crédito tributário, consiste na dispensa do pagamento de


determinado tributo. Exemplo: veículos fabricados há mais de 20 anos, no estado de São Paulo, ficam
dispensados do pagamento do IPVA.

6) A diferença entre isenção e imunidade é que a isenção decorre de lei, enquanto a imunidade vem
prevista na Constituição Federal.

7) Remissão é causa de extinção do crédito tributário, consiste no perdão do crédito tributário.


Já anistia é causa de exclusão do crédito tributário e consiste no perdão relativo às penalidades
pecuniárias.

8) O pagamento do crédito tributário pode ser feito em dinheiro ou cheque, devendo esperar a
devida compensação, ou em títulos da dívida pública ou agrária, desde que exigíveis. O pagamento deve
ser feito até a data de vencimento.

119
Unidade II

9) O sujeito passivo pode ser o contribuinte ou o responsável. Contribuinte é aquele que realizou o
fato gerador. O responsável não teve contato com o fato gerador, mas em virtude de lei fica responsável
pelo recolhimento do tributo.

10) Menor de idade pode realizar fato gerador, sim. Por exemplo, é possível que um menor de idade
seja proprietário de imóveis, carros (imagine que recebeu em doação); porém, será o responsável legal
quem irá arcar com o pagamento dos tributos relativos.

11) No caso referido, o novo proprietário do veículo deverá pagar o IPVA atrasado, esta responsabilidade
decorre de lei. Por isso, é muito importante verificar a situação do bem com relação aos impostos,
quando se realiza uma compra.

12) Numa importação o importador é o responsável pelo pagamento dos tributos que incidirem
sobre a operação. Sobre o valor da mercadoria irá incidir II, IPI, ICMS e PIS/COFINS.

13) Não cumulatividade significa que o que já foi pago nas operações anteriores deverá ser
descontado nas seguintes. É o sistema de créditos e débitos.

14)

• vendedor: São Paulo;


• comprador: Cuiabá;
• valor de venda: R$ 20.000,00;
• alíquota interestadual para Cuiabá (destino da mercadoria): 7%;
• vendedor irá recolher R$ 20.000,00 x 7% = R$ 1.400,00 para o estado de São Paulo;
• comprador revendeu a mercadoria por R$ 40.000,00;
• alíquota interna do estado de Mato Grosso: 17%;
• sobre R$ 40.000,00 x 17% = R$ 6.800,00;
• na operação anterior, porém, já foi recolhido o valor de R$ 1.400,00 e este deve ser deduzido;
• finalmente, o comprador de Cuiabá deverá recolher R$ 5.400,00 para o estado de Mato Grosso.

15) IRPJ:

• 1o trimestre – lucro R$ 40.000,00 x 15% = R$ 6.000,00;


• 2o trimestre – R$ 50.000,00 x 15% = R$ 7.500,00;
• 3o trimestre – R$ 100.000,00 x 15% = R$ 15.000,00;
• sobre o que exceder R$ 60.000,00 por trimestre, calcular mais 10% – R$ 40.000,00 x 10% = R$
4.000,00. Assim, no 3o trimestre foi recolhido R$ 19.000,00;
120
Direito Tributário

• 4o trimestre – R$ 10.000,00 x 15% = R$ 1.500,00;


• no ano a empresa lucrou R$ 200.000,00 – como esse valor está abaixo de R$ 240.000,00, deveria
ter incidido somente 15%;
• R$ 200.000,00 x 15% = R$ 30.000,00 a ser recolhido relativo a este ano.
• ocorre que, como os recolhimentos são trimestrais, não havia como saber do lucro final; assim foi
recolhido, no total, R$ 34.000,00;
• nesse caso, a empresa recolheu R$ 4.000,00 a mais e, portanto, ficará com um crédito para o
pagamento do próximo trimestre.

16) IPI – A indústria Caloi deve ter um livro contábil para escriturar tudo que entra no mês e tudo
que sai da fábrica. No mês de setembro, foram comprados vários produtos intermediários para a futura
montagem das bicicletas. Relativo a essas compras, as indústrias responsáveis já recolheram R$ 5.000,00
de IPI. Foram produzidas, em setembro, apenas 30 bicicletas, sendo vendidas para o varejo; o IPI relativo
a essa produção é de R$ 6.000,00. Existe um crédito no mês de R$ 5.000,00. Dessa forma, a Caloi só
deverá recolher R$ 1.000,00 (crédito – débito).

17) IPVA – O correto é que o imposto somente incida sobre a propriedade de veículos automotores,
ou seja, aqueles que circulam em vias públicas. No estado de São Paulo, isso é respeitado. Infelizmente,
há estados que cobram de forma ilegal esse imposto de aeronaves e embarcações. Trata-se de uma
afronta constitucional, e pode claramente ser discutido na justiça.

18) O proprietário é o sujeito passivo do IPTU e, portanto, cabe a esse pagar o imposto. O que ocorre,
na prática, é que o proprietário, por meio de contrato de locação, passa a obrigação para o locatário. Se
não houver disposição contratual entre as partes, a obrigação fica com o proprietário.

19) ICMS.

20) ISS – A regra geral é que esse imposto deverá ser recolhido para o município onde estiver
localizada a empresa prestadora de serviço ou o profissional autônomo. Excepcionalmente, será recolhido
no município onde for prestado o serviço.

Resumo

Nesta unidade, conhecemos melhor os impostos municipais, estaduais e


federais. Vimos suas particularidades a partir da descrição detalhada de cada um.

Os impostos municipais são o IPTU, o ISS e o ITBI; os impostos estaduais


são o ICMS, o ITCMD e o IPVA; já os impostos federais são o IR, IPI, o II, o
IE, o IOF e o ITR.

121
Unidade II

Por fim, estudamos a administração tributária, cuja função consiste em


fiscalizar os sujeitos passivos e inscrevê-los quando preciso na dívida ativa, bem
como emitir certidões negativas ou positivas. Os atos dos funcionários públicos
têm fé pública, podendo ser responsabilizados pelas falsas informações.

Exercícios

Questão 1. Mario Guelerico é proprietário de um imóvel em São Paulo, localizado na área central
da cidade. O imóvel tem 57 anos de existência e fica ao lado de um prédio público que foi invadido
por moradores sem‑teto. A Prefeitura está negociando a saída dos sem‑teto de forma pacífica, mas
o problema se estende há dois anos e não há perspectiva de uma solução. No início deste ano, Mario
Guelerico recebeu o carnê de IPTU e ficou revoltado porque houve aumento significativo no valor. Em
contato com a Prefeitura, ele foi informado que o aumento decorria da localização e do tamanho do
próprio imóvel, que é grande. Mario Guelerico não se satisfez com a resposta. Por isso, ele deve:

a) Contratar um advogado para tentar reverter a situação, sob a alegação de que o imóvel é pequeno
e o bairro não é tão valorizado assim.
b) Apresentar à Prefeitura Municipal um laudo com avaliação contraditória para provar que o bairro
não se valorizou e, ao contrário, perdeu valor por causa da invasão dos moradores sem‑teto e a
indefinição da própria Prefeitura em solucionar o problema de forma adequada.
c) Pagar o imposto e aguardar que os sem‑teto saiam do prédio invadido para que o bairro possa se
valorizar.
d) Parar de pagar os valores do IPTU como forma de demonstrar a sua insatisfação.
e) Aguardar que a Prefeitura ingresse com a ação de cobrança para poder discutir seus argumentos.

Resposta correta: alternativa B.

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: não basta contratar um advogado, é preciso possuir argumentos objetivos. A lei prevê
que nesse caso o argumento objetivo é a apresentação de uma avaliação contrária àquela feita pela
Prefeitura. Portanto, é preciso ter um laudo pericial elaborado por um profissional com competência
específica para isso (um perito técnico), para provar que a avaliação da Prefeitura foi excessiva.

B) Alternativa correta.

Justificativa: em conformidade com o disposto no artigo 148 do Código Tributário Nacional, o


contribuinte pode contrariar a determinação da autoridade lançadora, no caso a Prefeitura Municipal,
122
Direito Tributário

por meio de uma avaliação contraditória, ou seja, um documento com fundamentação técnica que
contrarie o valor da avaliação realizada pela Prefeitura e identifique o valor real do imóvel para que o
imposto possa ser calculado de forma justa.

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: essa não é uma alternativa legal porque o simples fato de os moradores sem‑teto
saírem do local não terá o condão de adequar a situação tributária criada pela Prefeitura Municipal.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: cessar o pagamento do tributo sem tomar medidas judiciais ou extrajudiciais que
autorizem a sua suspensão é incorreto e certamente sujeitará o contribuinte a ser processado, o que é
sempre inconveniente.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: o contribuinte tem meios de modificar a decisão da Prefeitura, não sendo preciso
esperar o ajuizamento da ação de cobrança. A apresentação da avaliação contraditória não precisa
ser feita em ação judicial; ao contrário, pode ser feita com o intuito de evitar que a ação aconteça,
levando‑se em conta que é sempre um inconveniente ser acionado judicialmente.

Questão 2. O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores pode ser cobrado pelo(s)
_________, tem como fato gerador a _________, e a destinação de sua arrecadação é para _________,
_________ e _________.

Assinale a alternativa cujos itens completam corretamente as lacunas da frase:

a) Estados e Distrito Federal; existência de um veículo automotor; saúde; educação; obras do Governo
Federal.

b) Municípios e estados; existência de um veículo automotor de uso particular; saúde; educação;


obras públicas estaduais.

c) Municípios e Federação; existência de veículos familiares; ministérios; universidades; estádios da


Copa.
d) Estados e Distrito Federal; propriedade de veículo automotor; saúde; educação; segurança.

e) Estados e Distrito Federal; propriedade de veículo automotor; Bolsa Família; Bolsa Escola;
programas sociais federais.

Resolução desta questão na plataforma.

123
REFERÊNCIAS

Textuais

ÁLVARES, B. E.; FERREIRA, L. Imposto sobre transmissão de bens: ITBI e ITCMD – um estudo
comparativo. Disponível em: <http://www.idtl.com.br/artigos/176.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2011.

AMARO, L. Direito Tributário Brasileiro. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

ARAUJO, S. M. L. de. A ética na relação jurídica tributária: a questão da transparência fiscal como
instrumento de orientação aos contribuintes. In: Anais do XXI Encontro Nacional do Conpedi.
Florianópolis: Fundação Boiteux, 2012. Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/
publicacao/?evento=37#DIREITO%20TRIBUT%C3%81RIO>. Acesso em: 14 maio 2013.

BALEEIRO, A. Direito tributário brasileiro. 11. ed. São Paulo: Forense, 2006.

BERNARDES, F. C.; MELO, J. P. F. de A. O princípio da capacidade contributiva e a justa tributação do


IPVA. Disponível em: <http://www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/anais/brasilia/07_760.pdf>. Acesso
em: 14 maio 2013.

BERTOLUCCI, A. V.; NASCIMENTO, D. T. do. O custo de arrecadação de tributos federais. Rev.


contab. finanç. , São Paulo, v. 17, n. spe, ago. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519‑70772006000400004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso
em: 20 maio 2013.

BONES, T. F. F. A aplicação de alíquotas progressivas no IPTU. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/


texto/8812/a‑aplicacao‑de‑aliquotas‑progressivas‑no‑iptu>. Acesso em: 6 dez. 2011.

BRANCO, L. G. F. de A. Sistema Constitucional Tributário: a competência tributária para instituição das


contribuições sociais e as modificações introduzidas na Lei 8.212/91 pela Lei 11.941/09. In: Anais do XX
Encontro Nacional do Conpedi. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2011, p. 6927‑6946. Disponível em:
<http://www.conpedi.org.br/anais/XXcongresso/Integra.pdf>. Acesso em: 14 maio 2013.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.


gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 14 maio 2013.

___. Decreto‑lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto‑lei/Del4657compilado.htm>. Acesso em:
22 maio 2013.

___. Decreto‑lei nº 1.578, de 11 de outubro de 1977. Institui imposto sobre exportação, e dá outras
providencias. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto‑lei/del1578.htm>. Acesso
em: 22 maio 2013.

124
___. Decreto‑lei nº 4.382, de 19 de setembro de 2002. Regulamenta a tributação, fiscalização,
arrecadação e administração do imposto sobre a propriedade territorial rural – ITR. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4382.htm>. Acesso em: 22 maio 2013.

___. Decreto nº 6.306, de 14 de dezembro de 2007. Regulamenta o imposto sobre operações de


crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários – IOF. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007‑010/2007/Decreto/D6306.htm#art68>. Acesso em: 22 maio
2013.

___. Decreto nº 6.339, de 3 de janeiro de 2008. Altera as alíquotas do imposto sobre operações de
crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários – IOF. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007‑2010/2008/Decreto/D6339.htm>. Acesso em: 22 maio 2013.

___. Lei complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970. Institui o Programa de Integração Social, e dá


outras providências. Disponível em: <http://www.portaltributário.com.br/legislacao/lc7.htm>. Acesso
em: 22 maio 2013.

___. Lei complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o imposto dos Estados e do
Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, e dá outras providências (Lei Kandir).
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp87.htm>. Acesso em: 22 maio 2013.

___. Lei complementar nº 114, de 16 de dezembro de 2002. Altera dispositivos da Lei Complementar
nº 87, de 13 de setembro de 1996, que dispõe sobre os imposto dos Estados e do Distrito Federal
sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, e dá outras providências. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp114.htm>. Acesso em: 22 maio 2013.

___. Lei complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. Dispõe sobre imposto sobre serviços de
qualquer natureza, de competência dos municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp116.htm>. Acesso em: 22 maio 2013.

___. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui
normas gerais de Direito Tributário aplicáveis à União, Estados e municípios. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. Acesso em: 22 maio 2013.

___. Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988. Institui contribuição social sobre o lucro das pessoas
jurídicas e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7689.
htm>. Acesso em: 22 maio 2013.

___. Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Define crimes contra a ordem tributária, econômica
e contra as relações de consumo, e dá outras providências. Disponível: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l8137.htm>. Acesso em: 22 maio 2013.

125
___. Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o imposto sobre a propriedade territorial
rural – ITR, sobre pagamento da dívida representada por títulos da dívida agrária e dá outras
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9393.htm>. Acesso em: 22
maio 2013.

___. Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003. Altera a legislação tributária, dispõe sobre parcelamento de
débitos junto à Secretaria da Receita Federal, à Procuradoria‑Geral da Fazenda Nacional e ao Instituto
Nacional do Seguro Social e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/2003/l10.684.htm>. Acesso em: 22 maio 2013.

___. Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998. Altera a Legislação Tributária Federal. Disponível em:
<http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/leis/Ant2001/lei971898.htm>. Acesso em: 22 maio
2013.

___. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 22 maio 2013.

___. Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. Dispõe sobre a não cumulatividade na cobrança da
contribuição para os Programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor
Público (Pasep), nos casos que especifica; sobre o pagamento e o parcelamento de débitos tributários
federais, a compensação de créditos fiscais, a declaração de inaptidão de inscrição de pessoas jurídicas,
a legislação aduaneira, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/2002/l10637.htm>. Acesso em: 22 maio 2013.

___. Ministério da Fazenda. Secretaria da Receita Federal. Imposto sobre a propriedade territorial
rural (ITR). Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/itr/2006/
ITR2006PerguntasRespostasITR.pdf>. Acesso em: 11 maio 2012.

___. Previdência Social. Tabela de contribuição mensal. 2013. Disponível em: <http://www.mps.gov.br/
conteudoDinamico.php?id=313>. Acesso em: 10 maio 2012.

___. Receita Federal. Tabela progressiva para cálculo anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física
– a partir do exercício de 2012. [s.d.]. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/aliquotas/
TabProgressiva2012a2015.htm>. Acesso em: 10 maio 2012.

___. Resolução nº 9, de 5 de maio de 1992. Estabelece alíquota máxima para o Imposto sobre
Transmissão “Causa Mortis” e Doação, de que trata a línea “a”, inciso I, e § 1º, inciso IV do artigo 155 da
Constituição Federal. Disponível em: <http://app1.sefaz.mt.gov.br/0325677500623408/07FA81BED276
0C6B84256710004D3940/2CD5F43072B7AA2A03256812004E0415>. Acesso em: 10 maio 2012.

CÁLCULO de Imposto VTN. [s.d.]. Disponível em: <http://www.vtn.com.br/cambio/impostovtn.php>.


Acesso em: 11 maio 2012.

CASSONE, V. Direito tributário. São Paulo: Atlas, 2008.


126
CASTRO, A. A. de; RIBEIRO, M. de F. Princípios constitucionais tributários, imunidades e isenções e
as limitações ao poder de tributar. In: SILVEIRA, V. O. da; ROVER, A. J. (Coord.). Direito tributário.
Florianópolis: Funjab, 2012. p. 355‑385. Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/publicacao/
livro.php?gt=71>. Acesso em: 14 maio 2013.

CASTRO, C. B. Triste fim da obrigação tributária pelo adimplemento. Revista SJRJ, Rio de Janeiro, v. 19,
n. 33, p. 33‑67, abr. 2012. Disponível em: <http://www4.jfrj.jus.br/seer/index.php/revista_sjrj/article/
viewFile/322/270>. Acesso em: 14 maio 2013.

CORREIA, A. V. Lançamento para prevenir decadência diante de uma das causas de suspensão da
exigibilidade do crédito tributário prevista no artigo 151 do CTN. Revista da Emerj, Rio de Janeiro, v.
13, n. 51, p. 281‑292, 2010. Disponível em: <http://bdjur.stj.gov.br/xmlui/handle/2011/54248>. Acesso
em: 14 maio 2013.

COSTA, R. H. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2009.

___. Contribuição previdenciária dos servidores públicos federais. Inconstitucionalidade da Lei


9.783/99. Revista do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. São Paulo, n. 38, p. 81‑93, abr./jun. 1999.

DE ROSSI, A. et al. Processo administrativo tributário: da necessidade à efetividade dos postulados


constitucionais pró‑contribuinte. Revista eletrônica do Curso de Direito da UFSM, Santa Maria, v. 2,
n. 2, p. 62‑74, jul. 2007. Disponível em: <http://bdjur.stj.gov.br/xmlui/bitstream/handle/2011/18569/
Processo_administrativo_tribut%c3%a1rio.pdf?sequence=2>. Acesso em: 14 maio 2013.

FABRETTI, L. C. Código tributário nacional: comentado. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

FABRETTI, L. C.; RAMOS, D. Direito tributário para os cursos de administração e ciências contábeis. 6.
ed. São Paulo: Atlas, 2007.

GOVERNO prorroga IPI reduzido para veículos até junho. O Estado de São Paulo, São Paulo, 30 mar. 2009.
Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/economia,governo‑prorroga‑ipi‑reduzido‑para‑veiculos‑
ate‑junho,347141,0.htm>. Acesso em: 4 maio 2012.

HACK, E. Noções preliminares de direito administrativo e Direito Tributário. 3 ed. Curitiba: Ibpex, 2011.

HARADA, K. Imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI). Disponível em: <http://jus.com.br/
revista/texto/1400/imposto‑sobre‑transmissao‑de‑bens‑imoveis‑itbi>. Acesso em: 10 maio 2012.

ICHIHARA, Y. Direito tributário. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

KFOURI JR., A. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2010.

LOPES, M. R. L. Direito tributário brasileiro. 2 ed. Rio de Janeiro: Impetus. 2009.

127
MACHADO, H. B. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Malheiros, 1997.

MARTINS, S. P. Manual de Direito Tributário. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

NISHIYAMA, A. M.; FEDERIGHI, W. J. Direito tributário. v. 11. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

NOVAES, P. L. P. A Lei complementar e sua aplicabilidade no sistema tributário constitucional brasileiro.


In: Anais do XVIII Encontro Nacional do Conpedi. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2009. Disponível
em: <http://www.conpedi.org.br/anais/36/09_1422.pdf>. Acesso em: 14 maio 2013.

PEIXE, L. S. Aplicação do princípio da insignificância em crimes tributários. 2012. Disponível em:


<http://jus.com.br/revista/texto/21644/aplicacao‑do‑principio‑da‑insignificancia‑em‑crimes‑tributários>.
Acesso em: 11 maio 2012.

PEREIRA, F. V. Limites à imposição de sanções administrativas. Multas pecuniárias tributárias.


Revista Ajufergs, Porto Alegre, n. 3, p. 309‑337, 2007. Disponível em: <http://bdjur.stj.gov.br/
xmlui/bitstream/handle/2011/18464/Limites_%c3%a0_Imposi%c3%a7%c3%a7%c3%a3o_de_
San%c3%a7%c3%b5es_Administrativas.pdf?sequence=2>. Acesso em: 14 maio 2013.

PRADO, T. A. T. do. Isenção tributária do IPI: crédito presumido e não cumulatividade. In: SILVEIRA, V.
O. da; ROVER, A. J. (Coord.). Direito tributário. Florianópolis: Funjab, 2012. p. 245‑264. Disponível em:
<http://www.publicadireito.com.br/publicacao/livro.php?gt=71>. Acesso em: 14 maio 2013.

RECKZIEGEL, A. R. G.; RECKZIEGEL, T. R. S. Imposto predial e territorial urbano – IPTU: aspectos


relacionados com a base de cálculo. In: Anais do XIX Encontro Nacional do Conpedi. Florianópolis:
Fundação Boiteux, 2010. Disponível em: <http://www.conpedi.org.br/conteudo.php?id=2>. Acesso em:
14 maio 2013.

REGIANI, R. C. D. Um panorama para modernizar o sistema tributário nacional. Curitiba: UFP, 2009. 86
p. Dissertação (Mestrado em Economia) – Setor de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do
Paraná, Curitiba, 2009.

REGO, A. G. A origem do crédito tributário. Disponível em: <http://www.esaf.fazenda.gov.br/esafsite/


biblioteca/monografias/adriana_gomes_rego.pdf>. Acesso em: 22 maio 2013.

REZENDE, A. J.; PEREIRA, C. A.; ALENCAR, R. C. Contabilidade tributária. São Paulo: Atlas, 2010.

SABBAG, E. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2009.

SÃO PAULO. Prefeitura de São Paulo. Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento


Econômico. Autônomos e profissionais liberais: isenção a partir de 2009. [s.d.]. Disponível em:
<http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/financas/servicos/iss/index.php?p=5845>.
Acesso em: 6 dez. 2011.

128
SÃO PAULO. Governo do Estado de São Paulo. Secretaria da Fazenda. Lei nº 13.296, de 23 de dezembro
de 2008. Estabelece o tratamento tributário do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
– IPVA. Disponível em: <http://info.fazenda.sp.gov.br/NXT/gateway.dll/legislacao_tributaria/leis/
lei13296.htm?f=templates&fn=default.htm&vid=sefaz_tributaria:vtribut>. Acesso em: 11 maio 2012.

SIQUEIRA, M. L.; RAMOS, F. S. Evasão fiscal do imposto sobre a renda: uma análise do comportamento
do contribuinte ante o sistema impositivo brasileiro. Econ. Apl., Ribeirão Preto, v. 10, n. 3, set. 2006.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413‑80502006000300006
&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 14 maio 2013.

SIQUEIRA, R. B. de et al. O custo marginal social da tributação indireta no Brasil: identificando


direções de reforma. Econ. Apl., Ribeirão Preto, v. 16, n. 3, set. 2012. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413‑80502012000300001&lng=pt&nrm=iso>.
Acesso em: 14 maio 2013.

TAXAS e tributos. São Caetano do Sul, 2009. Disponível em: <http://www.investesaocaetano.com.br/


index.php?option=com_content&view=article&id=35&Itemid=65>. Acesso em: 10 maio 2012.

YOSHIKAWA, D. P. P. Nova Súmula 432 do STJ dispõe que as empresas de construção civil não estão
obrigadas a pagar ICMS sobre insumos adquiridos em operações interestaduais. [s.d.]. Disponível em:
<http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2154491/nova‑sumula‑432‑do‑stj‑dispoe‑que‑as‑empresas‑de‑
construcao‑civil‑nao‑estao‑obrigadas‑a‑pagar‑icms‑sobre‑insumos‑adquiridos‑em‑operacoes‑
interestaduais>. Acesso em: 10 maio 2012.

129
130
131
132
133
134
135
136
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

You might also like