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Apresentação

Tiristores
Situação Prática

Conhecidos também como retificadores controlados, estes dispositivos


Tiristores
Tiristores
semicondutores podem ser utilizados para o controle da passagem de corrente e,
consequentemente, do nível de tensão a ser aplicado em determinadas cargas.
Resolução da
Situação Prática
Podem ser do tipo unidirecional ou bidirecional:
Referências
Bibliográficas Unidirecional (SCR – Silicon Controlled Rectifier ou retificador de silício controlado):
permite a passagem de corrente elétrica em um único sentido.

Bidirecional (TRIAC – Triode for Alternating Current Silicon Controlled Rectifier ou tríodo
para corrente alternada controlado por retificador de silício): permite a passagem de
corrente elétrica em ambos os sentidos.

Estes tiristores foram, por muito tempo, a única opção para controle de potência
fornecida para cargas industriais tais como motores de corrente contínua, motores de
corrente alternada, resistências de fornos e outros.

Hoje encontramos estes dispositivos em aplicações diversas, inclusive em residências,


no controle da velocidade de ventiladores ou mesmo no controle de iluminação de
ambientes.

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A figura exibe alguns modelos de tiristores.
Apresentação

Situação Prática

Tiristores

Resolução da
Situação Prática

Referências
Bibliográficas

Fig. 1 – Modelos de tiristores

SCR
O SCR, retificador controlado de silício, é um dispositivo unidirecional, ou seja, a
corrente elétrica flui em apenas um único sentido. Este componente eletroeletrônico
pertence a uma família de dispositivos semicondutores controlados que são
empregados em circuitos de potência, em eletrônica industrial. Possui três terminais
conforme ilustrado na figura 2, logo abaixo, que são anodo (A), catodo (K) e gatilho (G),
também conhecido como porta, ou gate.
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Simbologia: Estrutura Interna:
Apresentação A
A
Situação Prática

A - Anode - Anodo P
Tiristores K - Kathode - Catodo N
G - Gate - Porta ou Gatilho G P
Resolução da G N
Situação Prática
K
Referências
Bibliográficas
K
Fig. 2 – SCR: retificador controlado de silício

Perceba que a simbologia do SCR é semelhante a do diodo retificador e, sendo assim,


o símbolo em forma de flecha indica o sentido da corrente elétrica que seria do anodo
para o catodo, fazendo com que a polaridade de condução, ou seja, a polarização direta
ocorra quando a diferença de potencial (ou tensão) seja positiva no anodo em relação
ao catodo. Desde as válvulas, as denominações anodo (positivo) e catodo (negativo)
acompanham a evolução dos dispositivos eletrônicos, relacionando-os quanto ao
sentido de condução da corrente elétrica. No SCR não é diferente, na polarização
inversa (ou reversa), o SCR não irá conduzir.

O SCR possui funcionamento similar ao diodo retificador, ou seja, permite passagem


de corrente em um único sentido, de anodo para catodo, porém é possível controlar o
instante em que essa corrente irá circular.

Veja, a seguir, a curva característica de tensão por corrente e entenda o


funcionamento do SCR:

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A
IA IA
Apresentação

Situação Prática IGi > IG2 > IG1 > 0 VAK


IG
Características
Tiristores
G
IL IGi IG2 IG1 IG = 0
IH K
Resolução da
Situação Prática

Referências
0 VT VBO VAK
Bibliográficas

Fig. 3 – Curva característica do SCR

Podemos distinguir três regiões no gráfico da curva característica: polarização reversa


(em verde), polarização direta em bloqueio (em vermelho) e polarização direta em
condução (em azul).

Vamos entender alguns termos:


VAK – Tensão entre Anodo e Catodo
VBO – Breakover Voltage (tensão de disparo)
VT – Trigger Voltage (tensão direta de condução mínima para disparo por
corrente de gatilho)
IL – Latching Current (corrente de disparo)
IH – Holding Current (corrente de manutenção)
IGT – Gate Trigger Current (corrente de disparo do gatilho máximo)

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Na região de polarização reversa, não há passagem de corrente elétrica, havendo
um valor elevado na impedância entre os terminais de anodo e catodo funcionando,
Apresentação
praticamente, como uma chave aberta entre estes terminais. Na verdade, ocorre um
fluxo de corrente na polarização reversa de catodo para anodo, porém é de valor
Situação Prática extremamente pequeno, dependendo do SCR utilizado, variando de algumas dezenas
a centenas de microampères, tornando-se desprezível.
Características
Tiristores
Na região de polarização direta, há várias curvas parametrizadas pela corrente de
gatilho IG. Quando um valor de corrente de gatilho é suficiente para fazer com que
Resolução da o SCR saia da condição de polarização direta em bloqueio (em vermelho) para a
Situação Prática
condição de polarização direta em condução (em azul), dependerá apenas de quão
Referências
intenso for o valor de IG para determinado valor de tensão entre anodo e catodo
Bibliográficas (VAK). Ou seja, conforme aumenta o IG, necessita-se de um valor menor de VAK. Se
a corrente IG for igual a zero, mas a tensão VAK for tal suficiente a disparar o SCR,
passando de polarização de bloqueio para polarização de condução, dizemos que o
valor dessa tensão VAK é o seu VBO (Breakover Voltage ou tensão de disparo), o que
significa que o SCR irá disparar mesmo sem corrente IG, apenas devido à tensão VAK
atingir o valor de VBO.

Para que o SCR seja disparado por corrente IG, necessita-se ainda que se tenha um
mínimo valor de tensão VAK. Este mínimo valor é denominado VT, tensão mínima de
disparo, respeitando-se a corrente máxima de gatilho IGT.

Para o SCR entrar em condução, a corrente que circula pelo anodo deve atingir um
valor mínimo de disparo, caso contrário o SCR voltará ao estado de bloqueio, ou
seja, uma chave aberta. Chamamos esta corrente de IL (Latching Current ou corrente
de gatilho com disparo). Quando esta situação for satisfeita, ou seja, a corrente que
passa pelo SCR (IA) for maior ou igual a IL, a corrente de gatilho poderá ser removida,
mantendo o SCR disparado. Neste caso, após a corrente de gatilho ser removida, o SCR
deverá manter uma corrente mínima para permanecer em condução (chamada de IH

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– Holding Current ou corrente de manutenção). Caso o valor de IA fique abaixo do valor
de IH, o SCR voltará ao bloqueio.
Apresentação

TRIAC
Situação Prática

O TRIAC – Triode of Alternating Current, ou tríodo para corrente alternada, é um


Tiristores
dispositivo semicondutor que tem a mesma funcionalidade do SCR, porém opera nos
dois semiciclos da tensão alternada, ou seja, conduz corrente elétrica nos dois sentidos
e o terminal do gate controla o ângulo de disparo nos dois semiciclos.
Resolução da
Situação Prática
Para controlar o semiciclo superior (ou positivo), necessita-se pulsos de disparo
Referências de tensão positiva no gate. Já para o controle do semiciclo inferior (ou negativo),
Bibliográficas
necessita-se pulsos de disparo de tensão negativa no gate.

Simbologia:

A2
A1 - Anode 1 - Anodo 1
A2 - Anode 2 - Anodo 2
G - Gate - Porta ou Gatilho
G
A1
Fig. 4 – Simbologia do TRIAC

Observe a curva característica do TRIAC e perceba sua semelhança no funcionamento


com relação ao SCR.

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IA

Apresentação
IGi > IG2 > IG1 > 0

Situação Prática
IL IGi IG2 IG1 IG = 0
IH
IGT
Tiristores VBO VT
VAA 0 VT VBO VAA
IGT I
Resolução da L
Situação Prática IG = 0 IH
IG1 IG2 IGi

Referências
Bibliográficas IGi > IG2 > IG1 > 0

Fig. 5 – Curva Característica do TRIAC

Assista agora à videoaula sobre Tiristores – SCR e TRIAC.

Controle de Fase com SCR e TRIAC


Após o estudo de SCR e TRIAC, verificamos que os mesmos atuam como chaves e são
controlados de forma eletrônica.

Perceba que ao retirar a tensão de seus terminais (VAK para o SCR e VAA para
o TRIAC), ou ainda, esta tensão for a zero volts, o tiristor deixará de conduzir,
funcionando assim como chave aberta. Isso implica que toda vez que a tensão
alternada passar pelo ponto de zero volt, o tiristor necessitará de um novo pulso no
terminal do gate para voltar a conduzir. Sendo assim, consegue-se controlar a fase do
semiciclo e, consequentemente, o ângulo de disparo.
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Vejamos alguns circuitos de controle de fase e seus cálculos:
Apresentação
Controle de Fase com SCR
Situação Prática Tomemos como base o seguinte circuito:

Tiristores

R R
1 100Ω
Resolução da L
Situação Prática
Rede CA
Ra
Referências
R A
Bibliográficas 2
BT151
127Vef
G
K

RGK 1KΩ

Fig. 6 – Circuito de controle de fase com SCR

No circuito da figura 6, há um controlador de fase de carga resistiva, no caso esta


carga seria RL (Resistance Load ou carga resistiva), de 100 W.

O SCR empregado é o BT151, com IGT = 2 mA e VGT = 0,6 V. Faremos o cálculo das
resistências R1 e R2 para os ângulos de: 1°, 15°, 30°, 60° e 90°.

Para tanto, devemos considerar o circuito equivalente, no disparo do gate, com


representação em Thèvenin, conforme figura 7:

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Apresentação
R
100Ω
L
Rede CA
Situação Prática

BT151
Tiristores 127Vef IG
Rth
Resolução da VGT
Situação Prática Vth
RGK

Referências
Bibliográficas
Fig. 7 – Circuito de disparo do Gate

Do circuito da figura 7, pode-se analisar o seguinte:

Vrede • RGK e RGK • Ra


Vht = Rth =
RGK + Ra RGK + Ra

O valor da tensão de rede (Vrede) deve ser calculada considerando o instante em que
ocorre o disparo do tiristor, portanto:

Vp = Veficaz • √2
Vp = 127 • √2 = 179,6V
Vrede = Vp • sena

Onde a é o ângulo de disparo do tiristor.

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Desejamos calcular o valor da resistência equivalente Ra, formado pela soma de R1
com R2.
Apresentação
A corrente do terminal do gatilho fica da seguinte forma:

Situação Prática Vth - VGT Vth - 0,6


IG = =
Rth Rth
Tiristores
Substituindo-se Vth e Rth nesta última equação e isolando-se Ra temos:

Resolução da Vrede • RGK - 0,6 • RGK


Situação Prática Ra =
0,6 + RGK • IG
Referências
Bibliográficas Como RGK e IG são parâmetros característicos constantes do circuito e do tiristor
utilizado, respectivamente, então a equação neste caso ficou:

Vrede • 1000 - 0,6 • 1000 Vrede • 1000 - 600


Ra = = = Vrede • 385 - 231
0,6 + 1000 • 0,002 2,6

Ra = 385 (Vp • sena) - 231

Exemplo:

Para ângulo de 1° temos:

Ra = 974 W

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Desta forma, substituindo os valores propostos para o ângulo de disparo a temos os
resultados da Tabela 1:
Apresentação

Ângulo a (Graus) Vrede (V) Ra (Ω)


Situação Prática
1° 3,1 974
15° 46,5 17.664
Tiristores
30° 89,8 34.342

Resolução da
60° 155,5 59.651
Situação Prática
90° 179,6 68.915
Referências
Bibliográficas Tabela 1 – Valores de Ra para determinado ângulo a

Sendo assim, podemos inserir um resistor R1 no valor de 910 Ω e um potenciômetro R2


de 100 kW, formando Ra.

Veja na figura 8 como se comporta a tensão sobre a carga RL para os ângulos


calculados. Por estes gráficos, podemos entender porque o SCR é chamado de diodo
controlado, pois além de retificar a tensão alternada, controla a potência fornecida à
carga, que pode ser calculada da seguinte forma:

1 a sen 2a
Vef = Vp - +
4 4p 8p

Vp = 179,6V

Vef 2 Vef 2
P= = (Watt)
RL 100

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VRL (V) VRL (V)

179,6 179,6
Apresentação

46,5

Situação Prática 3,1 t (s) t (s)


0 0
1° 180° 360° 15° 180° 360°

Tiristores p/ α = 1° p/ α = 15°

- 179,6 - 179,6
Resolução da
Situação Prática VRL (V) VRL (V)

179,6 179,6
Referências 89,8
155,5

Bibliográficas

t (s) t (s)
0 0
30° 180° 360° 60° 180° 360°

p/ α = 30° p/ α = 60°

- 179,6 - 179,6

VRL (V)

179,6

t (s)
0
90° 180° 360°

p/ α = 90°

- 179,6

Fig. 8 – Formas de onda do controle de disparo

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Controle de Fase com TRIAC
Apresentação
Tomemos como base o circuito da figura 9.

Situação Prática RL
100Ω
Tiristores R
1 100Ω R
3
Resolução da Rede CA
Situação Prática
Ra
R A2
Referências 2
Bibliográficas BT137
127Vef
G C1
A1
-1µF

Fig. 9 – Circuito de controle de fase com TRIAC

Similarmente aos cálculos do SCR, verificaremos os ângulos de disparo do TRIAC e


seus efeitos nas tensões do circuito.

No circuito da figura 9, há um controlador de fase de carga resistiva, no caso esta


carga seria RL (Resistance Load ou carga resistiva), de 100 W.

O TRIAC empregado é o BT137, com IGT = 5 mA e VGT = 0,7 V. Faremos os cálculos


das resistências R1 e R2 para os ângulos de: 1°, 15°, 30°, 60° e 90°, porém devemos
considerar o valor do ângulo no semiciclo inferior, pois o TRIAC conduz em ambos os
sentidos. Para tanto a equação deve ser a seguinte:
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Vp • (sena) - VGT 127 • √2 • (sena) - 0,7
Ra = =
Apresentação
IGT 5 • 10-3
Ra = 35.921 • (sena) - 140
Situação Prática Para os valores dos ângulos propostos, podemos elaborar a tabela 2.

Tiristores Ângulo a (Graus) Ângulo a (Graus) Ra (W)


1° 181° 487
Resolução da
Situação Prática
15° 195° 9.157
30° 210° 17.821
Referências
Bibliográficas 60° 240° 30.969
90° 270° 35.781

Tabela 2 – Valores de Ra para determinado ângulo a

Desta forma, Ra pode ser formado pela associação de um resistor R1 no valor de 470 W
e por um potenciômetro R2 de 50 kW.

Veja na figura 10 como se comporta a tensão sobre a carga RL para os ângulos calculados.

Para se calcular a potência na carga RL deve-se seguir as equações abaixo:

1 a sen 2a
Vef = Vp - +
2 2p 4p

Vp = 179,6V

Vef 2 Vef 2
P= = (Watt)
RL 100
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VRL (V) VRL (V)

179,6 179,6
Apresentação
46,5

Situação Prática 3,1


181° 360° 195° 360°
0 180° 0
1° 15° 180°
- 3,1 t (s) t (s)

p/ α = 1°
Tiristores - 46,5
p/ α = 15 °

- 179,6 - 179,6
Resolução da VRL (V) VRL (V)
Situação Prática
179,6 179,6
155,5
89,8
Referências
Bibliográficas

210° 360° 240° 360°


0 180° 0
30° 60° 180°
t (s) t (s)

p/ α = 30°
p/ α = 60°

- 89,8
- 155,5
- 179,6 - 179,6

VRL (V)

179,6

360°
0
90° 180° t (s)

p/ α = 90°

- 179,6

Fig. 10 – Formas de onda do controle de disparo do TRIAC

Assista agora à videoaula sobre Tiristores – Controle de Fase.


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Situação Prática para Exercitar
Em uma determinada aplicação, foi extraído o seguinte esquemático eletrônico:

CH2 127V/100W

Lâmpada
CH1
Rede
220Ω R1 TIC 106
127 Vac

1kΩ R2

Devido aos seus conhecimentos, pode-se determinar que é um circuito que dispara o
tiristor ao acionar as chaves CH1 e CH2.

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Para bloquear o tiristor, além de abrir a chave CH2, qual seria outro fator que
proporciona o desligamento?
( ) a) A passagem de zero pela rede
( ) b) Abrir a chave CH1
( ) c) Um defeito em R1
( ) d) Um defeito em R2
( ) e) A abertura do terminal de Gate

Assista agora a vídeo aula sobre Tiristores – Situação Prática.

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Referências Bibliográficas

Se você deseja saber mais sobre Tiristores, consulte:

ALBUQUERQUE, Rômulo Oliveira. SEABRA, Antonio Carlos. Utilizando Eletrônica


com AO. 1. Ed. São Paulo: Érica, 2009.

ALMEIDA, J. L. A. Dispositivos semicondutores: tiristores – controle de potência em


CC e CA. 13.ed. São Paulo: Érica, 2014.

ELECTROLAB. SCR e Tiristores. Youtube, 2016. Disponível em: <https://www.youtube.


com/watch?v=bXPhtwLVcOs>. Acesso em: 25 abr. 2018.

ELECTROLAB. TRIAC. Youtube, 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/


watch?v=GBxwM8ROV7k> Acesso em: 25 abr. 2018.

ELETRICAMENTE ELTMT. Controle de fase com SCR e TRIAC. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=6mCk1WovuBQ> Acesso em 25 abr. 2018.

Se você ficou com alguma dúvida, acesse o Fale Conosco e pergunte a um especialista,
mencionando o assunto: Tiristores.

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