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COMO UTILIZAR ESSA APOSTILA?

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Apostila CNPI - cb
sumário
MÓDULO 0
CONHECENDO A PROVA 10

MÓDULO 1
CONCEITOS BÁSICOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 13
CONCEITOS BÁSICOS DO SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL 14
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL - CMN 16
BANCO CENTRAL DO BRASIL - BACEN 17
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM 18
BANCO DO BRASIL 19
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 20
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL 21
CONSELHO DE RECURSOS DO SFN 22
PARTICIPANTES: BANCOS COMERCIAIS 22
PARTICIPANTES: MÚLTIPLOS 23
PARTICIPANTES: DE INVESTIMENTO E DE DESENVOLVIMENTO 25
PARTICIPANTES: COOPERATIVAS E SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO 26
PARTICIPANTES: COMPANHIAS HIPOTECÁRIAS 27
PARTICIPANTES: CORRETORAS E DISTRIBUIDORAS 28
PARTICIPANTES: SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING) 28
DESENHO DO NOVO SPB: CONCEITOS. 30
CLEARINGS 30

MÓDULO 2
MERCADO DE CAPITAIS 31
RISCO, RETORNO 31
TEORIA DO PORTFÓLIO 32
BETA 33
CAPM 34
APM 35
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 36
B3: ATIVOS NEGOCIADOS E CARACTERÍSTICAS. 37
OPERAÇÕES EM BOLSA: MARGEM DE GARANTIA 38
OPERAÇÕES EM BOLSA: LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA 39
OPERAÇÕES EM BOLSA: TAXAS DE CORRETAGEM 40
OPERAÇÕES EM BOLSA: CUSTÓDIA 40
Apostila CNPI - cb
sumário
OPERAÇÕES EM BOLSA: ENTREGA DE ATIVOS 41
OPERAÇÕES EM BOLSA: EMOLUMENTOS. 41
TIPOS DE OPERAÇÃO: DAY TRADE 42
TIPOS DE OPERAÇÃO: COMPRA E VENDA. 42
ÍNDICES DE AÇÕES: IBOVESPA 43
ÍNDICES DE AÇÕES: IBRX E FGV-100. 43
ÍNDICES DE AÇÕES: ÍNDICES SETORIAIS. 44
AÇÕES PREFERENCIAIS E ORDINÁRIAS: DEFINIÇÃO, DIREITOS E
CARACTERÍSTICAS. 45
CLASSE DE AÇÕES. 46
CONTROLE E ACORDO DE ACIONISTAS 47
ADR E BDR: DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS. 49
REMUNERAÇÃO DO ACIONISTA: DIVIDENDOS, JUROS
SOBRE CAPITAL PRÓPRIO, BONIFICAÇÃO - PT 1 50
REMUNERAÇÃO DO ACIONISTA: DIVIDENDOS, JURO
SOBRE CAPITAL PRÓPRIO, BONIFICAÇÃO - PT 2 51
RECOMPRA DE AÇÕES E DIREITO DE RETIRADA 53
DIREITO DOS MINORITÁRIOS DE AÇÕES ORDINÁRIAS E PREFERENCIAIS. 53
TRIBUTAÇÃO PARA GANHO DE CAPITAL EM OPERAÇÕES COM AÇÕES: ALÍQUOTA,
BASE DE CÁLCULO E PAGAMENTO - PESSOA FÍSICA E JURÍDICA.
INCIDÊNCIA DE OUTROS IMPOSTOS NAS OPERAÇÕES COM AÇÕES. 54
DEBÊNTURES E NOTAS PROMISSÓRIAS: DEFINIÇÃO, CARACTERÍSTICAS E GARAN-
TIAS. 56
TIPOS DE DEBÊNTURES: SIMPLES, CONVERSÍVEIS. 57
TIPOS DE DEBÊNTURES: SISTEMA NACIONAL DE DEBÊNTURES - SND:
FUNÇÕES. 58
NEGOCIAÇÃO COM DEBÊNTURES E NOTAS PROMISSÓRIAS. 58
AGENTE FIDUCIÁRIO E ASSEMBLEIA DE DEBENTURISTAS. 59
BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO: DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS. 60
BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO: DILUIÇÃO E PREFERÊNCIA. 60
TRIBUTAÇÃO EM OPERAÇÕES COM DEBÊNTURES, NOTAS PROMISSÓRIAS OU
BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO: ALÍQUOTA. 61
TRIBUTAÇÃO EM OPERAÇÕES COM DEBÊNTURES, NOTAS PROMISSÓRIAS OU
BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO: BASE DE CÁLCULO E PAGAMENTO. 62
Apostila CNPI - cb
sumário
TRIBUTAÇÃO EM OPERAÇÕES COM DEBÊNTURES, NOTAS PROMISSÓRIAS OU
BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO: INCIDÊNCIA DE OUTROS IMPOSTOS NAS OPERAÇÕES
COM DEBÊNTURES. 62
COMPANHIAS ABERTAS E FECHADAS. 62
DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES AO MERCADO. 63
ABERTURA DE CAPITAL. 64
REGISTRO NA CVM E DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES. REGISTRO PARA NEGOCIA-
ÇÃO EM BOLSA 65
OFERTA PÚBLICAS: DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA DE VALORES MOBILIÁ-
RIOS. 65
OFERTA PÚBLICAS: IPO. 66
PAPEL DO COORDENADOR DA OFERTA E DEMAIS INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS:
OBRIGAÇÕES, ANÁLISE, TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES E RESPONSABILIDA-
DES. 67
TIPOS DE OFERTA: FIRME E MELHORES ESFORÇOS. 68
SISTEMAS DE OFERTA: BOOKBUILDING, LEILÃO, RATEIO. 70
FECHAMENTO DE CAPITAL E OFERTA DE COMPRA AÇÕES (OPA) 71
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: DEFINIÇÃO E IMPLICAÇÕES PARA A EMPRESA. 72
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: PREFERÊNCIA DOS CREDORES E ACIONISTAS. 72
RATING:CONCEITOS. 73
AGÊNCIAS DE RATING E SUAS FUNÇÕES. 73
TIPOS DE RATING: SOBERANO, CORPORATIVO, OPERAÇÕES ESTRUTURADAS 74
FUNDOS DE INVESTIMENTO: CONCEITOS E TIPOS DE FUNDOS 74
FUNDOS DE INVESTIMENTO: ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS DE TERCEIROS 75

MÓDULO 3
MERCADO DE RENDA FIXA 77
REGIME DE CAPITALIZAÇÃO: CONTÍNUA E DESCONTÍNUA 78
JUROS SIMPLES VERSUS JUROS COMPOSTOS: VALOR FUTURO E VALOR ATUAL 79
TAXAS PROPORCIONAIS E TAXAS EQUIVALENTES 82
TAXA NOMINAL E TAXA REAL 84
ANUIDADES 85
TAXA INTERNA DE RETORNO E COMPARAÇÃO COM VALOR PRESENTE 87
MEDIDAS DE RETORNO: MÉDIA ARITMÉTICA E GEOMÉTRICA 89
MEDIDAS DE DISPERSÃO: DESVIO PADRÃO E VARIÂNCIA 91
Apostila CNPI - cb
sumário
CÁLCULO DE CORRELAÇÃO E COVARIÂNCIA 93
TÍTULOS PÚBLICOS: CARACTERÍSTICAS, MERCADOS PRIMÁRIO (LEILÕES) E SECUN-
DÁRIO. 94
TESOURO DIRETO. 95
TÍTULOS PRIVADOS: CBD, LC, LH: CARACTERÍSTICAS E CÁLCULO DA
RENTABILIDADE. 96
CARREGAMENTO DIÁRIO. 97
MARCAÇÃO A MERCADO: METODOLOGIA E CURVA DO PAPEL 98
PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS. 100
ESTRUTURA A TERMO. 100
NOÇÕES DE DURATION. 102
TRIBUTAÇÃO. 103

MÓDULO 4
MERCADO DE DERIVATIVOS 105
ASPECTOS GERAIS SOBRE A NEGOCIAÇÃO NO MERCADO DE DERIVATIVOS 106
FUNÇÃO ECONÔMICA CONCEITUAÇÃO DO MERCADO DERIVATIVO 106
CONTRATOS A TERMO. 107
CONTRATOS A FUTURO. 107
CONTRATOS DE OPÇÕES. 108
CONTRATOS DE SWAPS. 109
DERIVATIVOS DE DERIVATIVOS. 110
HEDGERS. 111
ESPECULADORES. 111
ARBITRADORES. 111
CAPTADORES/APLICADORES DE RECURSOS (OPERAÇÕES DE TESOURARIA). 111
MARKET MAKERS. 112
MANIPULADORES. 112

MÓDULO 5
CONCEITOS ECONÔMICOS 113
BASE MONETÁRIA, MEIOS DE PAGAMENTOS, METAS DE INFLAÇÃO, COPOM. 114
BALANÇO DE PAGAMENTOS E REGIMES CAMBIAIS. 116
SUPERÁVITS PRIMÁRIO E NOMINAL. 118
DIVIDA INTERNA E EXTERNA. 118
INDICADORES DE ATIVIDADE ECONÔMICA. 120
CONTAS NACIONAIS. 121
Apostila CNPI - cb
sumário
CONCEITOS DE MICROECONOMIA E MACROECONOMIA BÁSICA (OFERTA,
DEMANDA, EQUILÍBRIO, CONCORRÊNCIA PERFEITA, CONCORRÊNCIA MONOPOLÍS-
TICA, OLIGOPÓLIO, MONOPÓLIO, ELASTICIDADE PREÇO E RENDA, BENS SUBSTITU-
TOS E COMPLEMENTARES, EXTERNALIDADES, ETC.) 122
ÍNDICES DE PREÇOS: IGP-M.IGP-DI, INPC, IPCA, FIPE, IGP-10 E OUTROS 126
ÍNDICES ECONÔMICOS: PIB, PELA ÓTICA DA OFERTA E DA DEMANDA, PRODUÇÃO
INDUSTRIAL E OUTROS 128
ÍNDICES DE REFERÊNCIA: CDI, TR, TJLP, PTAX, SELIC E OUTROS 130

MÓDULO 6
CONDUTA E RELACIONAMENTO 132
CÓDIGO DE CONDUTA. 133
CONFLITOS DE INTERESSE. 133
RISCO DE IMAGEM. 134
MANEJO E DIVULGAÇÃO INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS 135
SEGREGAÇÃO DE ATIVIDADES. 135
CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO. 136
RELACIONAMENTO DA INSTITUIÇÃO COM O CLIENTE . 137
A ATIVIDADE DE ANALISTA DE VALORES MOBILIÁRIOS 138
NORMAS DE CONDUTA, RESPONSABILIDADES E VEDAÇÕES À INSTRUÇÃO CVM Nº
598/18. 138
FISCALIZAÇÃO E SUPERVISÃO DA ATIVIDADE 139

MÓDULO 7
GOVERNANÇA CORPORATIVA 142
GOVERNANÇA CORPORATIVA: CONCEITOS; SEGMENTOS ESPECIAIS DA B3; ÍNDICES
IGC E ITAG. 143
RELAÇÃO COM INVESTIDORES: PRINCÍPIOS E PRÁTICAS 146

MÓDULO 8
INTEGRAÇÃO DE QUESTÕES AMBIENTAIS, SOCIAIS E DE GOVERNANÇA CORPORA-
TIVA (ASG) 147
EVOLUÇÃO DAS QUESTÕES ASG NO AMBIENTE CORPORATIVO 148
PRINCIPAIS DESAFIOS SOCIOAMBIENTAIS E DE GOVERNANÇA 148
CONCEITOS DE RESPONSABILIDADE CORPORATIVA 149
Apostila CNPI - cb
sumário

DRIVERS DE RISCO E OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO 150


INTEGRAÇÃO ASG NO MERCADO DE INVESTIMENTOS 151
OS PRINCÍPIOS PARA O INVESTIMENTO RESPONSÁVEL 151
ACORDOS VOLUNTÁRIOS E INICIATIVAS DA INDÚSTRIA DE INVESTIMENTO 151
ÍNDICES DE SUSTENTABILIDADE 152
REGULAÇÃO DAS QUESTÕES ASG 152
O DEVER FIDUCIÁRIO E AS QUESTÕES ASG 152
RESOLUÇÕES E INSTRUÇÕES (RESOLUÇÃO 4.661/2017, 4.327/2014, INSTRUÇÃO CVM
552/2015, 586/2017) 153
ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO RESPONSÁVEL 153
Módulo 0
conhecendo a prova
Este módulo foi criado e dedicado especialmente para
você poder conhecer basicamente como a prova CNPI
funciona e conhecer algumas técnicas de estudos.
CONHECENDO A PROVA
O Programa de Certificação da Apimec é um programa de qualificação para profissionais
de investimentos orientados para os mercados financeiro e de capitais no Brasil. De uma
maneira geral, os participantes deste programa possuem, ou pretendem desenvolver,
experiência profissional nas seguintes áreas:

⯀ Administração de Recursos
⯀ Consultoria
⯀ Análise e Pesquisa Financeira
⯀ Investment Banking
⯀ Finanças Corporativas
⯀ Administração de Riquezas
⯀ Relações com Investidores
⯀ Vendas e Operações nos Mercados Financeiros e de Capitais

Os exames são oferecidos pela Apimec, em geral em tempo contínuo, e são realizados nos
Centros de Testes da FGV distribuídos em praticamente todo território nacional.

A certificação está dividida em três categorias: CNPI para o analista fundamentalista,


CNPI-T para o analista técnico e CNPI-P para o analista pleno (fundamentalista e técnico).

Para obtenção da certificação o profissional deve ser aprovado nos seguintes exames:

CB - Conteúdo Brasileiro - fase comum para o


analista fundamentalista, técnico e pleno.
Uma prova de duas horas de duração com 60 questões de múltipla escolha contendo
as seguintes matérias: Sistema Financeiro Nacional, Mercado de Capitais, Mercado de
Renda Fixa, Mercado de Derivativos, Conceitos Econômicos, Conduta e Relacionamento,
Governança Corporativa, Relações com Investidores e Sustentabilidade.

CG1 - Conteúdo Global 1 - fase para o analista fundamentalista.


Uma prova de duas horas de duração com 60 questões de múltipla escolha contendo as
seguintes matérias:

⯀ Análise e Avaliação de Ações e Finanças Corporativas: 30 questões;


⯀ Contabilidade Financeira e Análise de Relatórios Financeiros: 30 questões

11
CT1 - Conteúdo Técnico 1 - fase para o analista técnico.
Uma prova de duas horas de duração com 60 questões de múltipla escolha contendo
as seguintes matérias: Fundamentos da Análise Técnica; Teoria de Dow, Conceito de
Tendência, Figuras Gráficas, Teoria das Ondas de Elliott, Padrões Candlestick; Indicadores,
Gerenciamento de Risco, Estratégias Operacionais e Trading Systems..

⯀ O profissional aprovado no CB e CG1 será certificado com o CNPI (recomendações


através de relatórios de análise fundamentalista).
⯀ O profissional aprovado no CB e CT1 será certificado com o CNPI-T (recomendações
através de relatórios de análise gráfica).
⯀ O profissional aprovado no CB, no CG1 e no CT1 será certificado com o CNPI-P (reco-
mendações através de relatórios de análise fundamentalista e/ou gráfica.

O candidato poderá se inscrever separadamente em qualquer dos exames pelo site www.
fgv.br/certapimec. O candidato terá o prazo de 12 (doze) meses, contados da data da reali-
zação do primeiro exame em que foi aprovado, para ser aprovado no outro exame. A perda
deste prazo implicará em nova inscrição e aprovação nos exames. Os exames poderão ser
agendados em diferentes datas.

12
Módulo 1
Conceitos Básicos do Sistema
Financeiro Nacional
O objetivo deste capítulo é apresentar a
estrutura o Sistema Financeiro, quem são seus integrantes e
quais são as principais funções por eles desempenhadas.
CONCEITOS BÁSICOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
SFN, ou melhor, Sistema Financeiro Nacional é o tema que será apresentado hoje. Falamos
de toda a rede de instituições e entidades presentes no governo que nos permitirão o
controle e também a integração daquilo que tem relação com o mercado financeiro.

Não obstante, o seu objetivo é integrar o mercado financeiro com a economia, realizando
todo o controle, regulamentação e fiscalização. São vários entes e várias partes que inte-
gram essas “instituições e entidades” visando funcionar de maneira adequada dentro do
sistema nacional.

Essa estrutura surgiu e foi regulamentada no de 1964, em lei, chamada de Lei da Reforma
Bancária, sendo responsável por direcionar tudo que envolve a relação do mercado finan-
ceiro com a economia.

Sua estrutura pode ser subdividida em entidades:

⯀ Normativas;
⯀ Supervisoras;
⯀ Operacionais.

Normativas
Entidades responsáveis pelas políticas e diretrizes gerais do sistema financeiro. Define
quais são as políticas e o direcionamento necessário. São elas colegiadas, com atribuições
específicas e utilizam-se de estruturas técnicas de apoio para a tomada de decisões.

⯀ Conselho Monetário Nacional – CMN;


⯀ Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP;
⯀ Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC.

Supervisoras
Essas assumem as funções executivas, tais como fiscalização das instituições, regulamen-
tação das decisões tomadas pelas entidades normativas ou atribuições outorgadas a elas
diretamente pela lei. São elas:

⯀ Banco Central do Brasil – BCB;


⯀ Comissão de Valores Mobiliários – CVM;
⯀ Superintendência de Seguros Privados – SUSEP;

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⯀ Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC.

Operacionais
Referimos a todas as demais instituições financeiras, monetárias ou não, oficiais ou não,
como também demais instituições auxiliares, responsáveis, entre outras atribuições, pelas
intermediações de recursos, entre poupadores e tomadores ou pela prestação de serviços.

⯀ Bancos Comerciais;
⯀ Cooperativas de Créditos;
⯀ Corretoras de Valores Mobiliários.

Considerações Finais
O conceito necessário a ser aprendido nessa aula é que o SFN é um conjunto de institui-
ções financeiras e de instrumentos financeiros, que visam transferir recursos dos agentes
econômicos – sendo esses agentes, as pessoas, as empresas e o governo -, fazendo essa
transferência entre agentes superavitários para os deficitários, sendo essa a relação comum.

Esse sistema financeiro foi instituído e organizado por lei, como já mencionado. Essas
informações precisam estar em mente na hora da prova.

Exemplo:

Quem são os entes desse sistema? Nós, os bancos e o governo. A característica desse grupo
é a de movimentar dinheiro. Se temos uma empresa de fabricar chinelos, por exemplo,
somos um agente movimentador de dinheiro, localizados em Caxias do Sul, e no RJ existe
uma empresa de lanches, qual será a nossa relação para com essa empresa? Se somos
um agente superavitário e o lanche foi deficitário, então, as instituições financeiras irão
fazer essa integração entre as empresas por meio de um investimento nas instituições
financeiras que irá nos pagar, já a empresa do RJ, terá de pegar dinheiro emprestado
para tentar equalizar a sua situação, eles pagando taxas e nós recebemos uma taxa por
emprestarmos à instituição.

CONCEITOS BÁSICOS DO SISTEMA


FINANCEIRO INTERNACIONAL
Basicamente, o SFI é o sistema financeiro nacional atuando em conjunto com entidades
internacionais. Logo, falamos das relações de troca ou negócios entre moedas, atividades,

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fluxos monetários, financeiros, empréstimos, pagamentos, aplicações financeiras interna-
cionais, entre bancos, bancos centrais, governos, empresas ou organismos internacionais.

Foi criado em 1944, com uma conferência realizada e intitulada “Bretton Woods”, se tor-
nando o símbolo na organização econômica mundial. Onde foi criado duas instituições
importantes:

⯀ Fundo Monetário Internacional (FMI);


⯀ Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD).

O FMI é uma instituição de grande projeção que influencia todo o sistema financeiro inter-
nacional. Sendo suas funções:

⯀ Garantir a estabilidade do mercado de câmbio;


⯀ Evitar grandes oscilações na cotação entre as moedas;
⯀ Passa a desenvolver essa atividade a partir do padrão dólar-ouro (manutenção dos
fluxos de comércio).

O BIRD, criado em 1944 e começou a atuar em 1947, tendo as suas principais funções em:

⯀ Inicialmente, prover a reconstrução da Europa, sua recuperação econômica. Tem


papel secundário devido à presença do Plano Marshall;
⯀ Promoção do desenvolvimento internacional. É onde ganha a sua maior projeção.

CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL - CMN


Órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional, essa é a melhor definição do
CMN. Ele aconselha e não executa, apenas tem funções normativas. Vale lembrar que ele
foi criado pela Lei 4.595/1964, iniciando efetivamente em 31 de março de 1965.

Sendo composto por três membros:

⯀ Ministro da Economia;
⯀ Presente do Banco Central;
⯀ Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia

É importante saber que são três membros e de onde eles vêm.

Esse órgão cria e regulamenta as principais diretrizes do funcionamento do SFN, isso sig-
nifica que essas instituições estão sob essa direção.

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Principais Atribuições do CMN
⯀ Adequar o volume dos meios de pagamento às necessidades de economia;
⯀ Regular o valor interno da moeda através da definição da meta da inflação, para evitar
o desequilíbrio que reflete no poder de compra do consumidor;
⯀ Equilibrar o valor externo da moeda para utilizar de forma adequada os recursos
estrangeiros;
⯀ Direcionar o emprego do capital em instituições financeiras públicas e privadas para
oferecer desenvolvimento às diferentes regiões do país;
⯀ Incentivar o aprimoramento de instrumentos do sistema e mobilidade de recursos
apropriadamente;
⯀ Prezar pela liquidez, que é a capacidade de sacar o dinheiro a qualquer momento;
⯀ Coordenar as políticas de crédito, monetária, orçamentária, da dívida pública e fiscal;
⯀ Autoriza a emissão de papel-moeda;
⯀ Aprova os orçamentos elaborados pelo Banco Central;
⯀ Disciplinar crédito para evitar o endividamento excessivo do consumidor;
⯀ Limitar descontos, taxas de juros, comissões e mais;
⯀ Regulamentar as operações.

BANCO CENTRAL DO BRASIL - BACEN


Autarquia federal que tem como principal missão institucional assegurar a estabilidade do
poder de compra da moeda nacional e um sistema financeiro sólido e eficiente. O Bacen foi
criado em 1964, com a promulgação da Lei de Reforma Bancária (Lei n. 4.595 de 31/12/64).

Para a prova precisamos saber o que o Bacen faz, se aconselha, executa ou dá diretrizes.
Por exemplo, se o CMN nos diz que a meta de inflação será de 5% para 2022, logo o Bacen
irá buscar atingir essa meta inflacionária. Outra coisa importante, é saber que o Bacen é
conhecido como o banco dos bancos.

A partir da constituição de 1988, a emissão de moeda ficou a cargo exclusivo do Bacen. O


presidente do Bacen e os seus diretores são nomeados pelo Presidente da República após
a aprovação prévia do Senado Federal, que é feita por uma arguição pública e posterior
votação secreta.

Suas principais atribuições?


⯀ Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional e da solidez do SFN;
⯀ Executar a política monetária mediante utilização de títulos do Tesouro Nacional;

17
⯀ Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas de um dia, conhecidas
como taxa SELIC;
⯀ Controlar as operações de crédito das instituições que compõem o SFN;
⯀ Formular, executar e acompanhar a política cambial e de relações financeiras com
o exterior;
⯀ Fiscalizar as instituições financeiras;
⯀ Emitir papel-moeda;
⯀ Executar os serviços do meio circulante para atender à demanda de dinheiro neces-
sária às atividades econômicas;
⯀ Manter o nível de preços (inflação) sob controle;
⯀ Manter sob controle a expansão da moeda e do crédito e a taxa de juros;
⯀ Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e de redesconto;
⯀ Executar o sistema de metas para a inflação;
⯀ Divulgar as decisões do CMN;
⯀ Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação nos mercados de câmbio;
⯀ Administrar as reservas internacionais brasileiras;
⯀ Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras nacionais;
⯀ Conceder autorização para o funcionamento das instituições financeiras.

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM


Basicamente, a CVM atua livremente, seguindo uma diretriz normativa apenas. Falamos
de uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Economia,
com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa
independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus
dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.

Com isso em mente, precisamos saber que ela foi criada em 07/12/1976 pela Lei 6.385/76,
com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores
mobiliários no Brasil.

É administrada por um presidente e quatro diretores, nomeados pelo Presidente da


República e aprovados pelo Senado. Formando um colegiado, onde os integrantes têm
mandato de cinco anos. Esse colegiado define as políticas e estabelece as práticas a serem
implantadas e desenvolvidas pelas superintendências, as instâncias executoras.

Atribuições:
⯀ Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários;

18
⯀ Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de valores, do mercado
de balcão e das bolsas de mercadorias e futuros;
⯀ Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra
emissões irregulares de valor mobiliários e contra atos ilegais de administradores de
companhias abertas ou de carteira de valores mobiliários;
⯀ Evitar ou coibir modalidade de fraude ou de manipulação que criem condições arti-
ficiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado;
⯀ Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados
e sobre as companhias que os tenham emitido;
⯀ Assegurar o cumprimento de práticas comerciais equitativas no mercado valores
mobiliários;
⯀ Assegurar o cumprimento, no mercado, das condições de utilização de crédito fixa-
das pelo CMV;
⯀ Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de auditores independentes,
administradores de carteiras de valores mobiliários, agentes autônomos, entre outros;
⯀ Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de investimento;
⯀ Apurar mediante inquérito administrativo, atos ilegais e práticas não-equitativas de
administradores de companhias abertas e de quaisquer participantes do mercado
de valores mobiliários, aplicando as penalidades previstas em lei;
⯀ Fiscalizar e disciplinar as atividades dos auditores independentes, consultores e ana-
listas de valores mobiliários.

Considerações Finais
Nós precisamos entender que a CVM é quem fiscaliza as empresas e instituições finan-
ceiras, para que nós, os investidores, tenhamos a segurança para investir. Essa fiscalização
nos protegerá de fraudes e manipulações de valores, para que nosso dinheiro não seja
perdido; com isso, entendemos que o objetivo principal da CVM é que haja a possibilidade
de colocar, com segurança, dinheiro nos valores mobiliários.

BANCO DO BRASIL
Falamos do mais antigo banco comercial do Brasil, que foi criado em 12 de outubro de
1808, pelo príncipe D. João. Sendo uma sociedade de economia mista de capitais públi-
cos e privados. Uma empresa aberta que possui ações cotadas na Bolsa de Valores de SP
(BM&FBOVESPA).

Ele opera como agente financeiro do Governo Federal e é o principal executor das políticas

19
de crédito rural, industrial e de banco comercial do Governo. Basicamente, ele possui três
funções principais, sendo a primeira delas a de ser agente financeiro; a segunda, a função
de ser um banco comercial; e, por fim, a terceira função, que é ser um banco de investi-
mento em desenvolvimento.

Possui conceituados programas nas áreas da saúde, previdência, capitalização e seguros.


Atendendo as pessoas de baixa renda com a criação do BPB (Banco popular do Brasil) à
partir de 2003, oferecendo uma conta corrente simplificada, empréstimos a juros reduzidos,
cartões de débito, poupança e cartões de crédito. Está presente em diversos segmentos
culturais e artísticos, e até esportivos.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL


A Caixa é uma empresa, ao contrário do Banco do Brasil, completamente pública e não
possui ações em bolsa. Foi criada em 12 de janeiro de 1861, por Dom Pedro ll, com o pro-
pósito de incentivar poupança e de conceder empréstimos sob penhor. É a instituição
financeira responsável pela operacionalização das políticas do Governo Federal (Minha
Casa Minha Vida) para habitação popular e saneamento básico.

Além dessas atividades, precisamos saber que a Caixa também atende crédito educa-
tivo, financiamento habitacional, pagamento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço), PIS (Programa de Integração Social) e seguro-desemprego e aos beneficiários de
programas sociais e apostadores das Loterias – das quais detém o monopólio desde 1961.

Por exemplo, a Caixa cuidará dos pagamentos de FGTS e seguro-desemprego para quem
foi demitido sem justa causa. E também, daqueles que querem jogar nas loterias.

BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO


ECONÔMICO E SOCIAL
BNDES, ou melhor, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Foi criado
em 1952, como autarquia federal, hoje é uma empresa pública vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com personalidade jurídica de direito
privado e patrimônio próprio.

Sendo ele o responsável pela política de investimento a longo prazo do Governo Federal
necessário ao fortalecimento da empresa privada nacional. Conta com algumas linhas de
apoio para financiamento de longo prazo a custos competitivos, para o desenvolvimento

20
de projetos de investimentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos
novos, fabricados no país, bem como para incremento das exportações brasileiras, com
o objetivos de fortalecer a estrutura de capital das empresas privadas e desenvolvimento
do mercado de capitais.

Ou seja, ele faz uma gestão de apoio para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Não obstante, ele conta com duas subsidiárias integrais, a FINAME (Agência Especial de
Financiamento Industrial) e a BNDESPAR (BNDES Participações), criadas com o objetivo
de financiar a comercialização de máquinas e equipamentos: e de possibilitar a subscrição
de valores mobiliários no mercado de capitais brasileiro. As três empresas, juntas, com-
preendem o chamado “Sistema BNDES”.

CONSELHO DE RECURSOS DO SFN


Órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério da Economia,
servindo para julgar em última instância administrativa, os recursos contra as sanções
aplicadas pelo BACEN e CVM, nos processos de lavagem de dinheiro, as sanções aplica-
das pelo COAF, SUSEP e demais autoridades competentes. É procedimento de recorrer às
decisões, não tendo nada de penal e judiciária.

Constituído por:

⯀ Um representante do Ministério da Economia;


⯀ Um representante do Banco Central do Brasil;
⯀ Um representante da Secretaria de Comércio Exterior;
⯀ Um representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
⯀ Quatro representantes das entidades de classe dos mercados afins, por estas indi-
cados em lista tríplice.

Totalizando, então, oito representantes que formam o Conselho de Recursos do Sistema


Nacional Financeiro.

Entidades de classe que integram o CRSFN:

⯀ Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas);


⯀ Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento);
⯀ CNBV (Comissão de Bolsas de Valores);
⯀ Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos);
⯀ Abel (Associação Brasileira das Empresas de Leasing);

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⯀ Adeval (Associação das Empresas Distribuidoras de Valores);
⯀ AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).

Logo, as quatro primeiras entidades têm assento no Conselho como membros-titulares.


Sendo nomeadas pelo Ministro da Economia. Essas informações caem na hora da prova,
nossa sugestão é para que saibam a quantidade de conselheiros e as entidades de cabeça.

PARTICIPANTES: BANCOS COMERCIAIS


Falamos de uma instituição financeira constituída obrigatoriamente sob a forma de
Sociedade Anônima; exceto o Banco do Brasil.

Sendo o seu objetivo proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos neces-
sários para financiar a curto e médio o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de
serviço e as pessoas físicas. Em suma, são intermediários financeiros que recebem recur-
sos de quem tem e distribuem através do crédito seletivo a quem necessita de recursos.

As prestações de serviços dos Bancos Comerciais:

⯀ Pagamentos;
⯀ Recebimentos;
⯀ Transferências de Fundos e de Ordem de Pagamento;
⯀ Cobranças Diversas;
⯀ Tributos Públicos: imposto e tarifa;
⯀ Aluguel de Cofre e Custódia de Valores;
⯀ Serviços de Câmbio (troca de moeda).
⯀ Principais operações ativas dos Bancos Comerciais:
⯀ Concessão de Créditos: pessoal, rural e empresarial;
⯀ Recursos para as instituições de: assistência financeira, operação de câmbio e spread
bancário.

Lembrando, em toda concessão o Banco cobra juros para o conceber, dessa maneira o
banco vai ganhando dinheiro e arrecadando valores para si. Os bancos oferecem diversos
produtos, de diversas modalidades para captar clientes.

PARTICIPANTES: MÚLTIPLOS
São instituições financeiras que realizam as operações e acessórias das diversas institui-
ções financeiras, por meio das:

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⯀ Carteiras Comerciais;

◇ De investimento;
◇ De crédito imobiliário;
◇ De arrendamento mercantil;
◇ De crédito;
◇ De financiamento.

Assim, é claro, por meio destas instituições é possível obter todos os serviços que um
banco tradicional oferece. Esses bancos podem oferecer diversas modalidades de carteiras
e produtos, a ideia é de ter multiplicidade de possibilidades.

No Brasil, temos como principais bancos múltiplos:

⯀ Santander;
⯀ Banco do brasil;
⯀ Itaú;
⯀ Bradesco;
⯀ Caixa Econômica Federal.

Lembrando, em dois desses bancos, nós possuímos a presença do governo em sua atua-
ção. Para a prova, se faz necessário entender que para ser múltiplo ele terá de ter algo de
banco comercial e de investimento, e que eles visam a eficiência operacional e redução
de custos.

Existe, também, a questão da publicação de balanços, onde um banco múltiplo nos pro-
porciona uma redução de custos na hora dessa publicação de balanços. Sendo mais fácil
quando os bancos não são tão segmentados.

PARTICIPANTES: DE INVESTIMENTO E DESENVOLVIMENTO


Bancos de Investimento
De acordo com o Banco Central, são aquelas instituições financeiras de caráter privado
que possuem especialização em participação societária em caráter temporário em outras
empresas.

Estas empresas têm como finalidade básica o financiamento de atividades produtivas


através de empréstimos de capital fixo ou de giro. Também realizam ainda a administra-
ção de recursos de terceiros.

23
Não obstante, elas devem também ser obrigatoriamente constituídas sob forma de socie-
dade anônima (sociedade por ações). Além disso, é necessário que adotem em seu nome a
denominação “Banco de Investimento”. Só será um Banco de Desenvolvimento se estiver
disposto em seu nome essa classificação.

Os Bancos de Investimento são diferentes dos bancos comerciais, pois não possuem cap-
tação de depósitos à vista (contas correntes). Não é possível depositar em conta corrente.

Principais serviços:

⯀ Oferta Inicial de Ações;


⯀ Administração de Fundos de Investimentos;
⯀ Administração de Recursos;
⯀ Debêntures;
⯀ Leasing Financeiro;
⯀ Assessoria Financeira;
⯀ Clubes de Investimento.

Bancos de Desenvolvimento
São instituições financeiras controladas pelos governos estaduais. Por exemplo, o BNDES é
considerado um banco de desenvolvimento, mas é organizado por uma empresa pública
federal, portanto não é de desenvolvimento.

Eles têm como função fornecer linhas de crédito para programas e projetos que visam
promover o desenvolvimento econômico e social do respectivo Estado.

Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, com sede na capital do
Estado. Logo, obrigatoriamente deve ter em sua denominação social a expressão “Banco
de Desenvolvimento”.

Fazem operações ativas que são empréstimos e financiamentos, dirigidos prioritariamente


ao setor privado.

Principais Bancos de Desenvolvimento:

⯀ Bandes (Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo);


⯀ BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais);
⯀ BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul).

Percebam que todos eles possuem sua classificação no nome, então, não tem como errar

24
na hora da prova!

PARTICIPANTES: COOPERATIVAS E
SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO
Cooperativas de Crédito
Nada mais são do que instituições financeiras sem fins lucrativos, fundadas pela associação
voluntária de um projeto. Uma cooperativa pode fazer muita coisa que um banco comum
faz. Ela pode realizar TEDs, DOCs, aplicações financeiras, ou seja, tudo o que um banco
comum pode fazer. Não é porque ela não possui fins lucrativos que ela não terá resultados,
seu lucro é substituído por superávit, e o seu prejuízo será déficit.

Não obstante, por serem um modelo de negócio, as cooperativas se tornam atrativas


frente às outras instituições financeiras, visto que, podem apresentar taxas mais baratas,
atendimentos personalizados, maior automação e o mais legal: buscam o desenvolvimento
regional junto com a participação dos associados.

Principais delas:

⯀ Sicred;
⯀ Unicred;
⯀ Cresol.

Sociedades de Crédito Imobiliário


São instituições das quais o seu foco consiste no financiamento para construção de habi-
tações, na abertura de crédito para compra ou construção de casa própria e no finan-
ciamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de
material de construção.

Uma vez que, podem conceder recursos a uma pequena parte dos participantes, ela pos-
sui uma atuação mais discreta, concentrando o seu foco em operações em programas
habitacionais como “Minha Casa, Minha Vida” – ou seja, nada mais é do que um programa
de uma sociedade de crédito.

Características de uma Sociedade de Crédito Imobiliário:

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⯀ Devem ser constituídas sob forma de sociedade anônima;
⯀ Devem ter em seu nome a denominação “Crédito Imobiliário”;
⯀ Devem ser integrantes do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo);
⯀ Devem seguir as regras do Banco Central do Brasil (BACEN);
⯀ Normalmente, estão ligadas a um Banco Múltiplo;
⯀ São integrantes do Sistema Financeiro de Habitação.

Suas funções principais são a captação de recursos e o fornecimento desses recursos aos
agentes deficitários para, como mencionado, viabilizar a construção da casa própria. Além
disso, as principais formas de captação de recursos de uma delas se dá por:

⯀ Cadernetas de Poupança;
⯀ Letras de Cédulas Hipotecarias (LH);
⯀ Depósitos Interfinanceiros (DI): empréstimos que vem de outra instituição financeira;
⯀ Repasses de financiamento de fundos nacionais, dinheiro subsidiado através do
BNDES pelo Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social;
⯀ Empréstimo provindos do exterior.

PARTICIPANTES: COMPANHIAS HIPOTECÁRIAS


Elas foram as primeiras instituições financeiras a serem criadas a partir da resolução 2.122,
do Conselho Monetário Nacional, isso no ano de 1994. Estas instituições têm o intuito de
estimular e promover os financiamentos imobiliários além dos limites do SFN.

As companhias hipotecárias têm como objetivo a captação e concessão de crédito por


financiamento imobiliário, podem ser comerciais ou residenciais, e são caracterizadas por
apresentar uma garantia forte. Isso acontece porque este financiamento estará atrelado
a uma.

Então, caso o sujeito não pague e se torne inadimplente, a instituição poderá retomar o
bem para si, como pagamento do crédito. Essas instituições captam recursos em Letras
Hipotecárias, Debêntures emitidas no mercado financeiro, Letras de Crédito Imobiliário
(LCI), empréstimos e financiamentos do país e do exterior. Mas atenção, as CHs não cap-
tam recursos por poupança.

A hipoteca acontece quando um indivíduo devedor entrega, ou devolve seus bens ao


credor, como forma de pagamento da dívida. Isso ocorre no dia-a-dia, pois seria a mesma
situação se estivéssemos devendo para o banco e colocássemos nossa casa/carro como
garantia do compromisso que estamos assinando com o banco, caso contrário, esses bens
nos serão retirados. Se hipotecamos um carro, teremos de preencher um registro com os

26
nomes do credor e os dados do bem hipotecado e financiado.

Por exemplo, se solicitamos um empréstimo e não conseguimos mais pagar, então, hipo-
tecamos nosso carro como garantia, se não pagarmos a hipoteca, o carro nos será retirado
também. No direito brasileiro, é contra a lei qualquer ente tomar a moradia, pois fere nossa
garantia de moradia garantida em constituição.

PARTICIPANTES: CORRETORAS E DISTRIBUIDORAS


Vale lembrar, que os conteúdos desta aula e das anteriores, são baseadas nos editais que
foram liberados para as suas provas.

Corretoras
Falamos de instituições financeiras que efetuam a intermediação financeira nos pregões
das bolsas de valores. Podendo elas realizar:

⯀ Promoção ou participação de lançamentos públicos de ações;


⯀ Administram e custodiam as carteiras de títulos e valores mobiliários;
⯀ Organizar e administrar fundos e clubes de investimentos;
⯀ Efetuar operações de intermediação de títulos e valores mobiliários, por conta própria
e de terceiros;
⯀ Efetuar operações de compra e venda de metais preciosos;
⯀ Operar, como intermediadora, na compra e venda de moeda estrangeira (operação
de câmbio);
⯀ Prestar serviço de assessoria técnica em operações inerentes ao mercado financeiro.

Basicamente, essas são as atividades que essas corretoras podem realizar. Na hora da
prova, temos de ter as atividades em mente.

Distribuidoras
São também instituições intermediadoras de títulos e valores mobiliários, cujos objetivos
básicos se assemelham bastante aos das corretoras. Entre as operações típicas dessas
distribuidoras, destacam-se:

⯀ Aplicação em títulos e valores mobiliários de renda fixa e variável;


⯀ Operação no mercado aberto;

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⯀ Participação em lançamento público de ações.

PARTICIPANTES: SOCIEDADES DE
ARRENDAMENTO MERCANTIL
Também conhecido como “Leasing”. As sociedades de arrendamento mercantil são consti-
tuídas sob forma de sociedade anônima, devendo constar obrigatoriamente na sua deno-
minação social a expressão “Arrendamento Mercantil”. Facilitando possíveis diferenciações.

Elas são supervisionadas pelo BACEN, conforme resolução da comissão monetária, número
2.309/96. Logo, ela realiza arrendamento de bens móveis adquiridos por ela, segundo as
especificações das arrendatárias (cliente), para fins de uso próprio desta.

Não são consideradas instituições financeiras, mas sim entidades equiparadas a instituições
financeiras. Não obstante, o arrendamento mercantil, permite usufruir de determinado
bem sem ser proprietário dele. É um contrato de aluguel com opção de compra no final.

Exemplo: as partes desse contrato são denominadas “arrendador” e “arrendatário”, conforme


sejam, de um lado um banco ou sociedade de arrendamento mercantil, e o do outro lado, o
cliente. O objeto do contrato é a aquisição, por parte do arrendador, de bem escolhido pelo
arrendatário para sua utilização. O arrendador é, portanto, o proprietário do bem, sendo
que a posse e o usufruto durante a vigência do contrato, são do arrendatário. O contrato
de arrendamento mercantil pode prever ou não a opção de compra, pelo arrendatário, do
bem de propriedade do arrendador.

Vale lembrar, que propriedade é diferente de posse. Alguém pode ter a propriedade de um
bem, mas não ter a sua posse, a posse pode estar sob a responsabilidade de outra pessoa.

Desenho do Novo SPB – Conceitos


Em primeiro lugar, SPB, se refere ao Sistema de Pagamento Brasileiro. Ele compreende
o conjunto de regras, procedimentos e operações financeiras e de valores mobiliários
que, integrada eletronicamente possibilitam a movimentação de recursos entre os mais
variados agentes econômicos em território nacional. Sejam estes em moeda nacional ou
moeda estrangeira.

Não obstante, aqui estão inclusas as mais variadas operações financeiras como TED, DOC,
compras com cartões de crédito, saques, depósitos, pagamentos de títulos, assim como as
operações realizadas na Bolsa de Valores e muitas outras. Basicamente, existe um funil de

28
todos os variáveis agentes econômicos em território nacional; tudo vai para um único lugar.

Essa estrutura de pagamento pensa na redução do prazo entre as transferências de recur-


sos, assim como a sua transparência e segurança. Por exemplo, o PIX, que visa diminuir
esse prazo de realização das transações.

Para que tal objetivo torne-se viável há o gerenciamento de riscos executado através das
câmaras de liquidação (clearing houses) que atuam como uma contraparte central mini-
mizando os riscos através de operações multilaterais ou bilaterais.

Por sua vez, o sistema de pagamentos brasileiros está baseado no sistema de transferência
de reserva, o SRT. A principal característica do STR é o funcionamento através do Sistema
Liquidação Bruta em Tempo Real, LBTR. Basicamente, se trata de uma caixa e movimenta
o valor para outra coisa em tempo real.

Esse sistema é integrado por serviços de:

⯀ Compensação de cheques;
⯀ Compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de crédito;
⯀ Transferência de fundos e de outros ativos financeiros;
⯀ Compensação e liquidação de operações com títulos e valores mobiliários;
⯀ Compensação e liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de
futuros e outras entidades.

Características Importantes
O sistema de pagamento brasileiro apresenta altíssimo grau e automação, esta eficiência
decorre principalmente de quase a totalidade dos títulos negociados no Brasil serem de
forma escritural, ou seja, eletronicamente.

Logo, este sistema é viabilizado através da conta de reservas bancárias que representa a
movimentação de recursos das instituições financeiras monetárias ou não junto ao BACEN.

É o conjunto de entidades, sistemas e mecanismos relacionados com o processamento e


a liquidação de operações de transferência de fundos, de operações com moeda estran-
geira ou com ativos financeiros e valores mobiliários.

Com a reforma do SPB em 2002, houve a interligação dos sistemas dos participantes do
mercado. Sendo que pessoas físicas, empresas, governos e instituições financeiras pas-
saram a poder realizar transferências de dinheiro para pagamentos, cobertura de saldos,

29
aplicações e outras finalidades com muito mais segurança e rapidez.

CLEARING HOUSES
São sistemas de câmaras de liquidação, onde as coisas funcionam do jeito certo e ninguém
será roubado. Podemos definir como sistemas e câmaras de liquidação e compensação.
São os responsáveis por trazer segurança para o mercado financeiro e de capitais.

Elas são responsáveis desde o cálculo do valor das obrigações dos ativos adquiridos, até o
repasse dos ativos aos novos adquirentes e o crédito dos valores aos vendedores.

Não obstante, viabiliza o SPB. E tem como objetivo garantir a segurança, velocidade e
transparência nas operações do mercado financeiro e de capitais. Atualmente, temos dois
sistemas independentes, responsáveis por custodiar e liquidar as transações.:

⯀ SELIC: Sistema Especial de Liquidação e Custódia, responsável pela custódia e liqui-


dação de títulos públicos federais negociados no mercado interbancário ou mercado
de balcão;
⯀ Clearing da B3: responsável por custodiar a liquidar ativos negociados no ambiente
da Bolsa de Valores, bem como o registro de títulos de renda fixa e derivativos no
mercado de balcão.

Basicamente, esse “guardar” mantém um lugar confiável, onde as coisas funcionem do


jeito certo, viabilizando o Sistema de Pagamento Brasileiro.

30
Módulo 2
Mercado de Capitais
O objetivo deste capítulo é apresentar de forma mais ampla um outro
segmento do sistema financeiro, voltado à capitalização de empresas.
RISCOS E RETORNO
Introdução ao Mercado de Capitais
Antes de tudo, precisamos compreender a ideia de mercado de capitais, do contrário,
será impossível a compreensão de risco e retorno, propriamente ditos. Falamos de um
segmento do sistema financeiro, voltado à capitalização de empresas e é responsável por
intermediar as negociações entre quem precisa obter recursos e quem quer investir.

Não obstante, é através do mercado de capitais que as empresas captam recursos para
financiar projetos e que o investidor, investe nas empresas e compra os seus títulos de
crédito privado.

Um de seus objetivos para o funcionamento do mercado de capitais é a disponibilização


de recursos financeiros, para a indústria, comércios e outras atividades econômicas. O mais
conhecido dos seus objetivos é a negociação de ações, onde ele acaba movimentando
capital e fomentando desenvolvimento econômico. Ele movimenta a riqueza. Lembrando
que esse processo é feito via Bolsa de Valores.

Ele é constituído por:

⯀ Corretora de Valores;
⯀ Bolsas de Valores;
⯀ Instituições financeiras autorizadas.

Quais são os principais ativos mobiliários negociados no mercado de capitais? Em primeiro


lugar, as ações que são títulos que representam uma participação em uma empresa de
capital aberto; quem a compra, torna-se sócio de determinado negócio. Em segundo lugar,
temos os Debêntures que são conhecidos como títulos de dívida, eles são emitidos por
sociedades anônimas para captar recursos com o objetivo de proporcionar investimento
ou financiamento de capital de giro; onde esse investidor receberá uma remuneração.
Temos também, os Commercial Papers, que são títulos privados de curto prazo, emitidos
por empresas para captar recursos, sendo o direito advindo dos bancos; com seu retorno
entre 30 dias no mínimo e 360 dias no máximo.

Introdução às Finanças Corporativas


É a área responsável por tomar todas as decisões financeiras de um negócio, utilizando
ferramentas e análises para isto. Basicamente, entre os seus objetivos está maximizar o
valor de uma empresa para seus acionistas e administrar com eficiência todos os riscos

32
envolvidos na administração financeira de um negócio.

Definições de Risco e Retorno


Risco se refere àquilo que implica nas chances que se tem de perder ou ganhar dinheiro.
Isso será proporcional ao valor investido, assim como, o tipo de ativo em que pretende
investir. Já o retorno refere-se à rentabilidade que se tem expectativa de obter com os seus
investimentos. Os retornos podem variar bastante de um ativo para outro.

Ambos são diferentes, porém, estão interligados em alguma medida. O risco de um ativo
também pressupõe uma rentabilidade, sendo essa rentabilidade o retorno, por assim dizer.

Por exemplo, não há risco quando existe a probabilidade 100% de que o evento ocorra,
mas quando temos um evento totalmente seguro, não há risco. Mas se houver 1% de pro-
babilidade de que o evento não ocorra, aí nós já temos o risco.

O equilíbrio entre risco e retorno do investimento é fundamental para que o investidor


tenha sucesso em suas aplicações, para ter uma rentabilidade maior, deverá, correr um
risco mais elevado também. Logo, uma carteira de investimentos é uma combinação de
ativos, por exemplo: títulos públicos federais, ações, commodities, fundos de investimento,
que pertence a um investidor.

A funcionalidade de uma carteira é reduzir os riscos através da diversificação, e pela apli-


cação da relação entre risco e retorno é possível.

TEORIA DO PORTFÓLIO
Nascida em 1995, iniciada por Harry Markowitz, denominando sua teoria como Teoria Moderna
do Portfólio, que trata da diversificação de ativos e mostra porque diversificar é fundamental
para minimizar riscos.

É um modelo de definição de portfólios, por meio da análise de grandes quantidades de


dados, mas principalmente dos riscos e da correlação entre os diferentes ativos disponíveis.

O conceito de TPM é baseado na análise dos riscos, nada mais do que formar portfólios de
ativos que maximizam a possibilidade de retorno para um dado nível de risco. Onde seu
modelo matemático identifica, entre infinitas possibilidades de combinações de diversos
ativos, aqueles ativos mais eficientes, uma espécie de curva que unifica as carteiras eficien-
tes – que se refere a determinado nível de risco.

33
Alguns conceitos importantes:
Retorno esperado: é quanto um investidor espera receber de acordo com um dado nível
de risco que ele assume. Por exemplo, o retorno esperado ao investir em ações é maior do
que o esperado ao investir em títulos de renda fixa, pois ações são mais arriscadas e histo-
ricamente apresentam resultados superiores.

Risco: por sua vez, mede essa variável como o desvio padrão de cada componente da carteira
em relação ao seu retorno médio. Logo, ativos mais arriscados são aqueles que apresentam
um maior nível de volatilidade, ou seja, que oscilam mais em relação à média.

Correlação: mede como os ativos se movem de forma conjunta, podendo variar de -1 até
1. Onde uma correlação próxima a -1 que os ativos têm comportamentos opostos, quando
um se valoriza o outro desvaloriza e vice-versa. Já uma correlação próxima a 1 indica que se
movem conjuntamente.

Para aplicar a TPM é preciso diversificar os recursos do investidor de diversas maneiras, e


obter a melhor correlação entre os componentes da carteira. Temos como opções as ações,
moedas estrangeiras, títulos de renda fixa, fundos de investimento imobiliário, entre outros.

Beta
O Índice Beta é um indicador que irá medir a sensibilidade de um ativo em relação ao com-
portamento de uma carteira de investimentos. Sendo utilizado para se colocar em evidência
o comportamento do ativo no mercado financeiro, durante um certo período de tempo,
através do nível de risco.

Ele permite identificar a direção que a rentabilidade do ativo varia, frente a alterações de um
índice do mercado, como o índice Bovespa, por exemplo.

Fórmula:

É calculado pelo Beta a variação da rentabilidade de um ativo ou título que se quer analisar,
com a variação da rentabilidade de todo o mercado. Sendo B o Beta, o Ra o Retorno do Ativo
e Rp o Retorno do Portfólio (podendo vir a ser Rm, Retorno de Mercado).

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Se o índice for maior do que 1, significa que o ativo é de alto risco, sua rentabilidade varia
mais que o proporcional ao mercado. Se menor do que 1, significa que o ativo é de baixo
risco, pois sua rentabilidade varia menos que o proporcional ao mercado. Se igual a zero,
indica que o ativo é indiferente às variações do mercado. Já se ele for negativo, indica um
ativo que rende em direção oposta ao mercado, como o caso dos metais preciosos que se
valorizam em épocas de crises financeiras.

CAPM
Falamos do Capital Asset Price Market, ou Modelo de Precificação de Ativos de Capital. É
um método que analisa a relação entre risco e retorno que é esperado de um investimento.
Uma balança entre risco e retorno.

Começa com uma análise de como os investidores constroem portfólios eficientes. Este
modelo calcula o equilíbrio entre o risco e a rentabilidade e, com isso, precifica os ativos com
risco de uma carteira de investimentos.

Fórmula:

Basicamente, ele é calculado a partir dos riscos dos investimentos com a parte livre dos riscos,
ou o menos arriscado possível. Sendo o E(R) o retorno esperado que o modelo CAPM busca
calcular. Rf se refere a taxa de juros livre de risco; o B se refere ao índice beta, que indica o
risco associado ao investimento; Rm é a taxa de remuneração do mercado.

O resultado da equação RM – RF é conhecido como o prêmio pelo risco, é o que receberemos


por correr o risco. Isso acontece porque o resultado desta equação nada mais é do que o
quanto o investidor ganha acima da taxa livre de risco. O CAPM utiliza também a rentabili-
dade do mercado como um todo. Pode-se utilizar a rentabilidade IBovespa.

Exemplo prático:

35
Para encontrar o Beta é simples:

Imagine que temos uma ação com as características acima, em um determinado período.
Se o resultado for maior que 1, significa que o ativo é de alto risco, pois sua rentabilidade
varia mais que o proporcional ao mercado.

Para encontrar o CAPM basta aplicarmos a fórmula:

Resumidamente, o investidor exige um retorno de 43,27% para investir em uma ação no


próximo período.

APM
Falamos da Arbitrage Pricing Model ou Teoria de Arbitragem de Preços. Uma espécie de
teoria geral de precificação de ativos. Foi proposta pelo economista Stephen Ross, em 1976.

Se baseia no pressuposto que não há como haver preços diferentes para dois ativos com o
mesmo fluxo de caixa, caso houvesse, a diferença seria eliminada pelo processo de arbitragem.

A taxa de retorno derivada do modelo APM é utilizada para precificar o ativo corretamente,
onde o preço do ativo deve ser igual ao preço esperado no final do período, descontando a
taxa implícita pelo modelo.

A estrutura do modelo de fator linear do APM é usada como base para muitos dos sistemas
de risco comercial empregados por gestores de ativos. APM diz qual é a sensibilidade do

36
retorno da ação a um risco sistemático.

Análise das Demonstrações Financeiras


O principal conceito das análises das demonstrações financeiras é o estudo da situação
financeira ou patrimonial de uma empresa ou entidade, consiste em uma avaliação minu-
ciosa dos dados financeiros disponíveis com o objetivo de extrair informações que darão
apoio a tomada de decisões.

São apresentados em forma de relatórios que incluem uma análise da estrutura, a compo-
sição do patrimônio e um conjunto de índices e indicadores.

As empresas estão obrigadas a preencher três tipos de demonstrações, independentemente


do tipo societário. Sendo elas:

⯀ Balanço patrimonial;
⯀ Demonstração de resultados do exercício;
⯀ Demonstração de fluxo de caixa.

Com isso em mente, podemos compreender que é por meio delas que uma empresa
comprova sua saúde financeira, sua liquidez e sua capacidade em cumprir com seus com-
promissos. Cumprir com seus compromissos, por exemplo, é honrar com o pagamento de
um empréstimo solicitado ao banco para o decorrer de cinco anos.

Balanço Patrimonial: detalha a situação financeira da empresa e mostra como está o


patrimônio, os ativos e os passivos. Detalhar como estão os dois pilares, ativos x passivos,
comparando-os para obter as informações necessárias sobre aquela empresa. Lembrando
que o total dos ativos tem de ser igual ao valor dos passivos.

Demonstração dos Resultados do Exercício: nos mostrará o desempenho do empreen-


dimento durante determinado período, de modo líquido, sendo lucro ou prejuízo. Todos os
custos, receitas e despesas estarão detalhados nessa demonstração – independente das
datas do acontecimento e da sua efetivação. Quando a empresa dá prejuízo ela é deficitária,
já quando ela der lucro, será considerada superavitária.

Demonstração de Fluxo de Caixa: ela analisa todas as movimentações ocorridas em um


determinado período. Através dela é possível saber as origens dos recursos e onde eles
foram aplicados. Assim, pode-se fazer um planejamento preciso sobre os recursos neces-
sários para cada movimentação financeira. Pode ainda, verificar aplicações e os retornos
esperados por elas.

A análise das demonstrações financeiras requer aplicação técnica para avaliação de riscos,

37
desempenho, saúde financeira, estrutura e perspectivas futuras. É aplicando essas técnicas
que se obtém o diagnóstico que fundamenta a tomada de decisões.

Análise Vertical: é calculada com o objetivo de obter o percentual de cada conta em relação
ao total, é uma técnica de verificação da proporção percentual de cada item da demonstra-
ção. Ela é importante para controlar os gastos e as receitas.

Análise Horizontal: permite a comparação percentual do valor de cada conta, ou de um


grupo delas em relação a um determinado período. A finalidade é analisar a variação da
conta em uma série de período com sua evolução no tempo, e com base nisso, indicar as
tendências.

Análise dos Indicadores Financeiros e Econômicos: têm como função medir o desem-
penho da empresa no que se refere a sua liquidez, o seu ciclo operacional, ao seu grau de
endividamento, sua rentabilidade e atividade. São calculados com base nas informações
financeiras apresentadas no balanço patrimonial e nas demonstrações do resultado do
exercício da empresa.

B3: ATIVOS NEGOCIADOS E CARACTERÍSTICAS


Brasil, Bolsa e Balcão
B3 nada mais é do que Brasil, Bolsa e Balcão. É a maior e mais famosa bolsa de valores bra-
sileira. Tem sua sede em São Paulo (SP), com unidades no Rio de Janeiro (RJ) e Barueri (SP),
e escritórios de representação em Xangai (China) e em Londres (Inglaterra).

Ela foi criada em 2017, em março, após a fusão da Central de Custódia e de Liquidação
Financeira de Títulos (CETIP), com bolsa de valores, mercadorias e futuros de São Paulo (BM
& FBovespa).

Combinando os pontos fortes de ambas as companhias: a BM & FBovespa era uma refe-
rência na negociação de ativos e derivativos, enquanto a CETIP era líder em custódia e em
sistemas de registros, especialmente de renda fixa.

A B3 é a bolsa de valores brasileira, onde se negocia ações, contratos, mini-contratos e toda


sorte de ativos e derivativos do mercado brasileiro. Na B3, os investidores compram e ven-
dem ações de companhias como Vale, Petrobras, Itaú Unibanco e outras empresas.

Os Ativos
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Ações: são as menores partes do capital social de uma empresa de capital aberto, quando
se compra uma ação, compra-se um pequeno pedaço de uma companhia, tornando-se
acionista ou sócio.

Opções de Ações: são papéis que dão o direito de comprar ou vender ações em um prazo
determinado, com um preço fixo. Por exemplo, imagine que você tem 5k de ações de uma
empresa e teme que elas possam sofrer uma queda excessiva, você comprará opção de
venda que nos dará o direito de vender suas ações a um preço superior a uma eventual queda.

Remunerar a Carteira: lançamos opções de compra para ações e recebemos dinheiro. Se


o preço da ação estiver abaixo do preço alvo das opções elas não serão exercidas, afinal,
ninguém iria exercer o direito de comprar ações por um preço mais caro. É denominada
como lançamento coberto de opções. As opções dão uma infinidade de possibilidades de
estratégias complexas para se ganhar dinheiro.

Minicontratos: existem dois tipos de minicontrato, os de dólar e os de índice. Ao negociar


minicontratos está se apostando na alta ou na queda do dólar ou do índice. Quando se
compra um minicontrato e o valor do índice futuro sobre eu ganho dinheiro. Se vender e
ele cair, também; e da mesma forma com o dólar.

Mercado Futuro: ele mantém a negociação de minicontratos cheios de dólar ou índice,


outras moedas, juros, taxas e commodities (ouro, soja, milho, açúcar, etanol e muito mais).

Fundos de Investimento: são cotas de fundos de investimentos fechados. Por exemplo:


fundos imobiliários. Representam uma pequena parcela do patrimônio de um fundo admi-
nistrado por um gestor profissional. Onde quase todos eles têm taxa de administração.

OPERAÇÕES EM BOLSA – MARGEM DE GARANTIA


A margem de garantia é um valor depositado para cobrir operações no mercado financeiro.
Esse valor serve como garantia de que, havendo prejuízos, terá como cobrá-los.

Investidores que operam no mercado futuro são obrigados a depositar uma garantia para
cobrir as suas operações alavancadas. Isso diminui as chances de inadimplências, trazendo
segurança para o mercado.

A margem de garantia garante a solvência, que nada mais é que a capacidade de paga-
mento, do mercado. Como podemos trabalhar no mercado futuro, sem que tenhamos a

39
capacidade de cobrir esse trabalho? A solvência tem total importância.

OPERAÇÕES EM BOLSA – LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA


É o processo realizado no momento em que o montante é creditado ou debitado na conta
do cliente.

Esse processo inclui:

⯀ Pagamento (por parte do comprador, do valor total da operação);


⯀ Recebimento da quantia pelo vendedor;
⯀ Transferência das ações.

Essa compensação e liquidação são de responsabilidade da Câmara de Ações da B3. É


feito em D+2, ou, no segundo dia útil após a negociação em pregão que se dá a liquidação
financeira.

Durante esse processo a corretora assume o papel de agente de compensação sendo res-
ponsabilizada diante da Câmara de Ações da B3por entregar os ativos e pelo pagamento
das quantias resultantes da compensação das operações negociadas.

OPERAÇÕES EM BOLSA – TAXAS DE CORRETAGEM


A taxa de corretagem é o valor cobrado pelas instituições financeiras para realizar as nego-
ciações de compra e venda dentro do mercado financeiro. Cada instituição financeira possui
suas próprias regras em relação às cobranças, incluindo os valores das taxas cobradas.

Esse valor sempre incidirá sobre as operações realizadas pelo investidor. Podendo ela ser
cobradas das seguintes maneiras:

⯀ Valor fixo, que consiste num valor fixo, independente da quantia movimentada;
⯀ Valor variável, o valor a ser pago varia de acordo com a quantia movimentada;
⯀ Valor fixo + porcentagem, cobra-se o valor fixo acrescido de porcentagem sobre o
valor negociado para as taxas de corretagem;
⯀ Incidência de ISS, é o imposto Sobre Serviços.

OPERAÇÕES EM BOLSA – CUSTÓDIA


40
Falamos de um valor que o investidor paga para sua corretora ou banco para manter seus
investimentos na instituição. Essa taxa é cobrada para que a instituição consiga manter os
dados referentes aos investimentos feitos, além de atualizá-los conforme necessário.

As ações não possuem cobrança de custódia até o montante de R$300 mil investidos. Acima
deste valor passa a ser cobrado uma pequena taxa para a custódia, que vai diminuindo
conforme o valor for sendo acrescido.

O valor da taxa de custódia surgiu quando era necessário emitir e guardar documentação.
Agora com bancos e corretoras digitais, não é mais necessário emitir documentos, pois são
feitos registros eletrônicos. Logo, bancos digitais e corretoras, normalmente, zeram a sua
taxa de custódia.

OPERAÇÕES EM BOLSA – ENTREGA DE ATIVOS


Duas tabelinhas são importantes para a hora da prova. A primeira delas é que temos de
seguir para a compra de ativos:

Lembrando que o D é o Dia da Operação, e que mediante essa determinação de D +, pode-


remos compreender o funcionamento da entrega de ativos quando nos referimos a compra.

Por sua vez, essa é tabela explicativa para a venda de ativos:

Ela segue exatamente a mesma ideia e estrutura da tabela de compra, porém, se refere ao
processo de venda. A maior diferença é que para a venda temos uma multa caso não seja
entregue os ativos.

OPERAÇÕES EM BOLSA – EMOLUMENTOS


41
Basicamente, os Emolumentos são taxas sobre serviços prestados. A B3, cobra os emolu-
mentos que servem para remunerar a bolsa de valores pelos serviços prestados ao registrar,
catalogar e guardar informações de compra e venda.

Todo tipo de transação efetuada na B3 é guardado pela Câmara de Ações da B3, com a fina-
lidade de gerar maior segurança para os investidores. O valor desses Emolumentos, incide
sobre cada compra e venda de ações. A taxa é equivalente a um percentual do volume total
da operação. A bolsa faz o cálculo dependendo do tipo de operação.

Podem sofrer alteração quando:

⯀ A operação é normal ou se é iniciada e encerrada no mesmo dia (day trade);


⯀ Conforme o perfil de quem investe (PF ou Fundos);
⯀ Valor investido.

A apuração do valor dos emolumentos é feita sempre após o pregão. Após definir o percentual
da taxa no dia da operação, a B3 repassa a informação à corretora. Assim, é possível deduzir
os emolumentos na nota de corretagem. Posteriormente, o valor é recolhido e repassado
da corretora para a B3.

Sendo a cobrança de emolumentos acompanhada na nota de corretagem emitida na


compra ou venda de ações, caso queiram. O valor é um dos itens do resumo financeiro da
operação/aplicação.

TIPOS DE OPERAÇÃO – DAY TRADE


Esta operação consiste em comprar e vender ações no mesmo dia. Tudo o que acontece no
mesmo dia, se configura como Day Trade. São operações de curtíssimo e curto prazo, em
que o investidor compra e vende a mesma quantidade de ações no mesmo dia, na mesma
corretora, com o objetivo de lucrar com as oscilações diárias de preços.

É considerada uma operação de alto risco, indicada para investidores que tenham um perfil
mais agressivo e que estejam preparados emocionalmente para lidar com perdas e ganhos
bem significativos.

Maiores vantagens são:

⯀ Rapidez das operações;


⯀ Possibilidade de operar de forma alavancada: limite disponibilizado pela corretora
para que o investidor possa operar com um valor bem maior do que o seu capital
disponível.

42
Funciona com base na análise técnica, onde se estuda o comportamento da ação no pas-
sado, e tenta prever se ela irá subir ou descer.

A tributação é feita a partir de uma alíquota de 20% de IR (Imposto de Renda) sobre os


ganhos com uma alíquota de 1% retido na fonte.

Importante: o Day Trade não é um investimento e sim especulação!

TIPOS DE OPERAÇÃO – COMPRA E VENDA


Quando uma S/A opta por vender ações, ela entra para a Bolsa de Valores. No Brasil, temos
a B3. Onde estão concentrados os investidores e os ativos financeiros para investimento.
Deste modo, quem deseja realizar a compra e a venda de ações, precisa acessar o sistema
da B3. Nos dias de hoje, todas as operações são realizadas de virtualmente, através do home
broker, plataforma que integra o investidor aos investimentos disponíveis na B3. Para ter
acesso ao home broker, o investidor deve ter uma conta de investimentos em uma corretora.

Long & Short é uma operação casada, na qual o investidor mantém uma posição vendida
em um ativo e comprada em outro. É uma operação de mercado neutro, pois teoricamente,
é realizada com financeiro perto de zero, sem a necessidade de “desembolsar” dinheiro
para operação no propósito de obter um residual financeiro (lucro ou prejuízo) da operação
quando liquidá-la. Esta operação proporciona alavancagem financeira.

Venda a descoberto, operar vendido ou short selling é o tipo de operação que corresponde
na venda de um determinado ativo que o investidor não possui em sua carteira por um
preço mais alto e depois compra por um valor mais baixo.

Esse tipo de operação pode ser realizada tanto no Day Trade quanto em outras modalidades
da Bolsa.

ÍNDICES DE AÇÕES - IBOVESPA


Ibovespa significa Índice de Bolsa de Valores de São Paulo. Ele é o principal indicador de
desempenho médio das ações listadas na B3.

Criado em 1968, é referência para investidores de todo o mundo. Esse índice é composto
por uma carteira teórica de ações com os papéis de maior volume financeiro da Bolsa de
Valores do Brasil por um determinado período – seja ele, 30 dias, 60 dias etc.

43
Ele ajuda na hora de fazer o acompanhamento da rentabilidade média dessas ações impor-
tantes. A sua carteira teórica é atualizada nos períodos de janeiro a abril, de maio a agosto,
e setembro à dezembro, ou seja, a cada quatro meses.

Essa reavaliação torna possível adicionar ou excluir as ações que passaram a atender ou
deixaram de respeitar alguns dos critérios preestabelecidos. Sendo eles:

Volume de negócio maior ou igual a 0,1% nos últimos 12 meses;

Participação em, no mínimo 95% dos pregões, dos últimos 12 meses;

Não ser considerada uma “penny stock” – que são ações com cotação média abaixo de R$1;

Não estar em recuperação judicial ou extrajudicial, regime especial de administração tem-


porária, ou intervenção.

IBOVESPA é uma espécie de termômetro que irá nos dizer como anda o mercado de ações
no Brasil. A Bolsa de Valores varia bastante, e essas oscilações são causadas por diversos
fatores ligados ao entendimento dos investidores, daí o rendimento dos investimentos feitos
nela serem ligados à tão falada renda variável.

Logo, uma ação se valoriza quando há mais investidores interessados em comprá-la e cai
quando há mais pessoas querendo vendê-la do que comprar.

ÍNDICES DE AÇÕES – IBRX E FGV-100


IBrX
É conhecido também com o Índice Brasil, e é um indicador de desempenho que mede
o valor médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do
mercado de ações brasileiro.

Basicamente, ele segue as mesmas regras da carteira do IBOVESPA. Sendo os ativos analisados:

⯀ IBrX 100: mede desempenho médio das cotações dos 100 ativos de maior negocia-
bilidade e representatividade da B3;
⯀ IBrX 50: foca no desempenho médio das 50 ações com maior negociabilidade da B3;
⯀ IBRA: avalia o desempenho médio das cotações de todos os ativos negociados no
mercado à vista da B3. Sendo que esses ativos devem atender a critérios mínimos
de liquidez e presença no pregão.

44
FGV-100
É um índice composto pelas 100 ações mais negociadas na B3, excluindo empresas estatais
e bancos. A carteira teórica é composta apenas por ações de empresas privadas e não-fi-
nanciadas, levando-se em consideração os critérios de qualidade da empresa e de liquidez
ou volume financeiro negociados em Bolsas de Valores.

O Índice FGV-100, é calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação


Getúlio Vargas (FGV).

ÍNDICES DE AÇÕES – ÍNDICES SETORIAIS


São índices organizados pela própria B3, que reúnem empresas de um mesmo segmento
da economia. Fazendo a reunião de vários segmentos para chegar ao resultado.

Sendo os segmentos:

Índice Utilidade Pública – UTIL: as principais ações de utilidade pública, como companhias
de energia elétrica, água e saneamento e gás.

Índice de Materiais Básicos – IMAT: empresas mais importantes e negociadas do setor


de Materiais Básicos, que produzem insumos de construção, materiais para infraestrutura.
Siderúrgicas, entre outras.

Índice Financeiro – IFNC: ações das empresas mais negociadas do setor financeiro, repre-
sentando instituições como bancos, intermediários financeiros, seguros e previdência.

Índice Imobiliário – IMOB: principais ações do setor imobiliário, como empresas de cons-
trução civil, negociação imobiliária e exploração de imóveis.

Índice Consumo – ICON: ações das principais companhias dos setores de consumo cíclico
e não cíclico, como empresas de varejo, alimentação, saúde e educação.

Índice Industrial – INDX: setor industrial, seja de produção de produtos básicos, materiais
industriais, ou itens de consumo, refletindo o comportamento da indústria nacional como
um todo.

Índice de Energia Elétrica – IEE: reúne as ações das empresas com maior representatividade

45
do setor de energia elétrica. Parte das ações desse grupo também estão no índice ÚTIL.

AÇÕES PREFERENCIAIS E ORDINÁRIAS – DEFINIÇÃO,


DIREITOS E CARACTERÍSTICAS DAS CLASSES DE AÇÕES
Ações Preferenciais (PN)
As ações preferenciais, são aquelas com preferência na distribuição de lucros, mas sem
direito a voto. Esse tipo de ativo tem preferência nas distribuições realizadas pela empresa.

Dentro das preferenciais, ainda existe uma diferenciação entre Classe A, que gera o código
PNA, e também, da Classe B que gera o código PNB. As características destas classes, como
vantagens e desvantagens, são determinadas pela própria empresa no seu estatuto social.
Geralmente, a classe A possui mais preferências frente às outras. Mas, é importante saber o
que diz o estatuto da empresa.

Ações Ordinárias (ON)


Elas, por sua vez, possuem direito a voto. Mas é necessário ter certa quantidade de ações de
uma empresa para poder exercer o seu direito de voto. Os detentores dessas ações podem
receber os dividendos de maneira similar aos investidores de ações preferenciais, porém
sem prioridade.

PN x ON
O “N” de ambas as ações, significa Ação Nominativa Digital, que é basicamente o fato de
termos essa ação em nosso nome. As ON nos garantem direito a voto, é importante lembrar.

Já as PN, nos prometem dividendos em até 10% e também há a possibilidade de receber


antes; por conta do código A.

As ON, por exemplo, PETR3, VALE3, DBBL 3, ITUB3, normalmente elas terminam com o
código 3. Nas PN temos o exemplo da PRT4, VALE5, BBDC4 e ITUB4, terminando normal-
mente com o código 4.

Se quisermos apenas nós mesmos termos o controle da empresa, posso colocar apenas
ações preferenciais? Não podemos, pois sabemos que é necessário cumprir a regra que as
PN sejam comercializadas em até 49% e as ON no mínimo 51%. Mas o acionista que entrar,

46
para ter direito a voto, tem que possuir no mínimo 25% das ações ordinárias +1.

CONTROLE E ACORDO DE ACIONISTAS


Baseamos esses primeiros comentários na Lei 6.404/76, que se refere às Sociedades por
Ações. Essa aula, de maneira prática, será uma apresentação daquilo que nós temos como
base legal para o controle e acordo de acionistas.

Deveres
Determinação Legal:
Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de
pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que:

a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos
nas deliberações da assembleia-geral e o poder de eleger a maioria dos administradores
da companhia; e

b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento
dos órgãos da companhia.

Parágrafo único. O acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a companhia
realizar o seu objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e responsabilidades para
com os demais acionistas da empresa, os que nela trabalham e para com a comunidade
em que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar e atender.

Determinação Legal Atualizada:


Art. 116-A. O acionista controlador da companhia aberta e os acionistas, ou grupo de acionis-
tas, que elegerem membro do conselho de administração ou membro do conselho fiscal,
deverão informar imediatamente as modificações em sua posição acionária na companhia
à Comissão de Valores Mobiliários e às Bolsas de Valores ou entidades do mercado de balcão
organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da companhia estejam admitidos à
negociação, nas condições e na forma determinadas pela Comissão de Valores Mobiliários.

Responsabilidade

47
Determinação Legal:
Art. 117. O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados com
abuso de poder.

§ 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:

a) orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao interesse nacional,
ou levá-la a favorecer outra sociedade, brasileira ou estrangeira, em prejuízo da participação
dos acionistas minoritários nos lucros ou no acervo da companhia, ou da economia nacional;

b) promover a liquidação de companhia próspera, ou a transformação, incorporação, fusão


ou cisão da companhia, com o fim de obter, para si ou para outrem, vantagem indevida,
em prejuízo dos demais acionistas, dos que trabalham na empresa ou dos investidores em
valores mobiliários emitidos pela companhia;

c) promover alteração estatutária, emissão de valores mobiliários ou adoção de políticas


ou decisões que não tenham por fim o interesse da companhia e visem a causar prejuízo
a acionistas minoritários, aos que trabalham na empresa ou aos investidores em valores
mobiliários emitidos pela companhia;

d) eleger administrador ou fiscal que sabe inapto, moral ou tecnicamente;

e) induzir, ou tentar induzir, administrador ou fiscal a praticar ato ilegal, ou, descumprindo
seus deveres definidos nesta Lei e no estatuto, promover, contra o interesse da companhia,
sua ratificação pela assembleia-geral;

f) contratar com a companhia, diretamente ou através de outrem, ou de sociedade na qual


tenha interesse, em condições de favorecimento ou não equitativas;

g) aprovar ou fazer aprovar contas irregulares de administradores, por favorecimento pessoal,


ou deixar de apurar denúncia que saiba ou devesse saber procedente, ou que justifique
fundada suspeita de irregularidade.

Acordo de Acionistas
Determinação Legal:
Art. 118. Os acordos de acionistas, sobre a compra e venda de suas ações, preferência para
adquiri-las, exercício do direito a voto, ou do poder de controle deverão ser observados pela
companhia quando arquivados na sua sede. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

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§ 1º As obrigações ou ônus decorrentes desses acordos somente serão oponíveis a terceiros,
depois de averbados nos livros de registro e nos certificados das ações, se emitidos.

§ 2° Esses acordos não poderão ser invocados para eximir o acionista de responsabilidade
no exercício do direito de voto (artigo 115) ou do poder de controle (artigos 116 e 117).

§ 3º Nas condições previstas no acordo, os acionistas podem promover a execução específica


das obrigações assumidas.

§ 4º As ações averbadas nos termos deste artigo não poderão ser negociadas em bolsa ou
no mercado de balcão.

§ 5º No relatório anual, os órgãos da administração da companhia aberta informarão à


assembleia-geral as disposições sobre política de reinvestimento de lucros e distribuição de
dividendos, constantes de acordos de acionistas arquivados na companhia.

§ 6o O acordo de acionistas cujo prazo for fixado em função de termo ou condição resolutiva
somente pode ser denunciado segundo suas estipulações.

§ 7o O mandato outorgado nos termos do acordo de acionistas para proferir, em assembléia


geral ou especial, voto contra ou a favor de determinada deliberação, poderá prever prazo
superior ao constante do § 1o do art. 126 desta Lei.

§ 8o O presidente da assembleia ou do órgão colegiado de deliberação da companhia não


computará o voto proferido com infração de acordo de acionistas devidamente arquivado.

§ 9o O não comparecimento à assembléia ou às reuniões dos órgãos de administração da


companhia, bem como as abstenções de voto de qualquer parte de acordo de acionistas
ou de membros do conselho de administração eleitos nos termos do acordo de acionistas,
assegura à parte prejudicada o direito de votar com as ações pertencentes ao acionista
ausente ou omisso e, no caso de membro do conselho de administração, pelo conselheiro
eleito com os votos da parte prejudicada.

§ 10. Os acionistas vinculados a um acordo de acionistas deverão indicar, no ato de arquiva-


mento, representante para comunicar-se com a companhia, para prestar ou receber infor-
mações, quando solicitadas.

§11. A companhia poderá solicitar aos membros do acordo esclarecimento sobre suas cláusulas.

ADR E BDR, DEFINIÇÕES E CARACTERÍSTICAS

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Em primeiro lugar, para a hora da prova, precisamos ter claro em nossa mente que o ADR
é o BDR para os americanos.

Brazilian Depositary Receipts – BDR


Em português, são mais conhecidos como CDVM, que é o Certificado de Depósito de Valores
Mobiliários. Estes valores mobiliários nada mais são do que direitos representativos de valores
mobiliários de empresas no exterior que, por meio de uma instituição financeira confiável
no Brasil, negociam títulos em nosso país. Vale lembrar, que são fiscalizados pela CVM.

Ou seja, na prática funciona como se fossem ações de empresas de outros países negocia-
das dentro do mercado brasileiro. Por causa das BDRs, agora muitas pessoas têm a opor-
tunidade de investir em algumas multinacionais que não são negociadas no Brasil, como
Apple e Google.

American Depositary Receipts – ADR


Elas são para os norte-americanos os direitos representativos de valor mobiliários de
empresas que não se situam nos Estados Unidos. Basicamente, seria o nosso BDR para os
norte-americanos.

Isso significa que por meio de uma instituição financeira confidencial nos EUA estes valores
mobiliários podem ser negociados dentro de corretoras de valores situadas no mercado de
valor mobiliários americanos.

REMUNERAÇÃO DO ACIONISTA – DIVIDENDOS, JUROS


SOBRE CAPITAL PRÓPRIO E BONIFICAÇÃO – PARTE 1
Dividendos
São uma pequena parte dos lucros de uma empresa que é recebida pelos acionistas. Sempre
que uma empresa de capital aberto tem lucro, parte do valor é destinado aos sócios que
recebem uma porcentagem correspondente com as suas ações.

No Brasil, temos uma lei importante a respeito disso, que torna obrigatório que o pagamento
de dividendos seja no mínimo de 25% do lucro da empresa. Isso com base na Lei 6.404/76.

Como eles são pagos? A empresa pode optar por um pagamento semestral, trimestral ou

50
anual. Devendo ser declarado oficialmente o dia de pagamento pelo conselho de adminis-
tração da empresa.

Dividend Yield: é um conceito, onde o seu retorno do investimento em ações de uma


empresa pode ser calculado por meio do dividend yield da ação. Basicamente, representa
os dividendos pagos aos acionistas comparado ao preço das ações em determinado período.
O cálculo é feito pela divisão do dividendo anual por ação pelo valor atual da ação.

O valor recebido irá depender de quantas ações a empresa tem. Digamos que cada ação irá
pagar 1.00 e o investidor possui 100 ações. Então o investidor vai receber 100,00.

Existem as seguintes características de dividendos:

REMUNERAÇÃO DE ACIONISTAS – DIVIDENDOS, JUROS


SOBRE CAPITAL PRÓPRIO E BONIFICAÇÃO – PT 2
Juros Sobre Capital Próprio
Outra forma de pagamento de proventos em dinheiro é através dos juros sobre capital pró-
prio, ou, o JCP. Para o acionista, a grande diferença é que ele tem que pagar 15% de imposto
de renda na fonte.

Para a empresa, muitas vezes o uso do JCP é vantajoso do ponto de vista fiscal. Com isso,
ela reduz o lucro tributável, diminuindo o IR a ser pago pela empresa.

E, é claro, a grande vantagem é que a empresa pagaria impostos maiores sobre o lucro, na
faixa de 25%, do que os acionistas, que pagam 15% sobre os JCP.

Bonificações
51
Elas acontecem, normalmente, quando o retorno ao investir se dá no repasse de ações, não
de dinheiro. Isso porque podem existir bonificações em dinheiro de maneira eventual, caso
seja do interesse da empresa.

As bonificações geralmente são resultado da incorporação de reservas ao capital social da


empresa quando repassadas aos acionistas de acordo com a quantidade de ações em seus
nomes.

O valor a ser recebido como bonificação pelo acionista deve ser deliberado em assembleia
geral, quando o repasse é feito em forma de ação, passa a representar um aumento de
capital social da companhia.

RECOMPRA DE AÇÕES E DIREITO DE RETIRADA


Recompra de Ações
Forma pela qual a empresa compra suas próprias ações no mercado a fim de cancelá-las
ou custodiá-las em sua tesouraria. Isso acontece quando ela considera que suas ações estão
sendo vendidas abaixo do valor esperado. A subvalorização de ações advém tanto de perí-
odos de queda quanto de análises incorretas do mercado.

A recompra de ações pode ser também executada quando uma companhia qualquer esteja
querendo reduzir os gastos com dividendos ou até mesmo distribuir ações entre seus pró-
prios executivos, pelo sistema de “opções de ações”.

Para o mercado, a recompra de ações pode ser um claro sinal de que a empresa acredita
no potencial de suas ações. Como já mencionado anteriormente, a recompra acontece
geralmente em momentos de queda de mercado. Com ações “canceladas”, por exemplo, o
número de acionistas da empresa não aumenta, e inclusive pode diminuir. Isso faz com que
o lucro total não seja extremamente diluído. Já as ações “custodiadas” podem ser mantidas
e relançadas num momento futuro de melhora de mercado.

Direito de Retirada
Garante ao acionista a sua de retirada de uma empresa com reembolso total do valor de
suas ações — desde que o pedido de retirada seja feito em até 30 dias posteriores à data de
publicação da ata da assembleia geral que aprova as matérias referidas nos incisos de I a IV
do artigo 136 da lei de nº 6.404/76.

52
Para que o direito de retirada seja aplicado, algumas hipóteses são elencadas pela Lei das
Sociedades por Ações:

⯀ Criação de ações preferenciais ou aumento de classes existentes;


⯀ Alteração nas preferências, vantagens, condição de resgate e amortização de uma
ou mais classes de ações;
⯀ Redução dos dividendos obrigatórios;
⯀ Fusão da companhia, incorporação ou participação em grupo de sociedades;
⯀ Mudança de objeto da companhia de modo a restringi-lo ou ampliá-lo;
⯀ Transformação da sociedade anônima em sociedade por quotas de responsabilidade
limitada;
⯀ Operações societárias que resultem em fechamento da companhia;
⯀ Incorporações de ações;
⯀ Transferência de controle acionário para o poder público.

DIREITO DOS MINORITÁRIOS DE AÇÕES


ORDINÁRIAS E PREFERENCIAIS
Acionista minoritário é aquele investidor que possui ações ordinárias ou preferenciais em
número inferior ao do controlador da empresa. A sua influência sobre as decisões da com-
panhia é pequena ou nula, mas participa dos lucros e prejuízos do negócio como qualquer
um dos demais sócios.

Os direitos do acionista minoritário estão garantidos pela Lei das Sociedades por Ações (lei
nº 6.404/76). Ele pode participar das assembleias da empresa, tem preferência na aquisição
de mais ações e também alguns outros direitos que constam na referida lei.

Conforme rege o artigo 109 da lei nº 6.404/76, é direito dos acionistas minoritários:

Participação nos lucros: é direito essencial dos acionistas a participação nos lucros sociais
da empresa. As companhias são obrigadas a destinar parte dos lucros aos acionistas em
forma de dividendos. Vale ressaltar aqui que os acionistas preferenciais têm, justamente,
“preferência” no recebimento dos dividendos;

Bonificação: direito de recebimento das ações distribuídas gratuitamente pela empresa,


sendo que o número deve ser proporcional à sua participação;

Preferência de venda e compra: os acionistas têm preferência tanto de venda (“tag along”)
quanto de compra (subscrição).

53
“Tag along” é um mecanismo de proteção aos acionistas minoritários que garante-lhes o
direito de deixar a sociedade caso o controle dela seja adquirido por investidor que até então
não era um sócio.

Subscrição é um direito de preferência que os acionistas têm de comprarem as novas


ações que eventualmente sejam emitidas pela companhia. Protege-os assim da redução
de participação.

Fiscalização: todo acionista minoritário tem direito a fiscalizar a gestão e os acionistas


majoritários;

Voto: cada ação ordinária corresponde a 1 (um) voto nas deliberações da assembleia geral.
O acionista deve levar em consideração os seus interesses e também aquilo que for melhor
para a empresa;

Informação: a empresa é obrigada a fornecer informações aos acionistas e ao mercado sobre


quaisquer atos ou fatos relevantes que se relacionem com a companhia.

TRIBUTAÇÃO PARA GANHO DE CAPITAL EM OPERAÇÕES


COM AÇÕES: ALÍQUOTA, BASE DE CÁLCULO,
PAGAMENTO E INCIDÊNCIA DE IMPOSTOS
Alíquota
⯀ As alíquotas de imposto de renda são diferentes para cada tipo de operação:
⯀ Operações comuns (“swing trade”): 15% sobre o ganho (para operações de vendas de
ações acumuladas no mês, acima de R$ 20.000,00);
⯀ Operações diárias (“day trade”): 20% sobre o ganho, além disso, há incidência de
imposto na fonte com alíquota de 1% sobre o lucro, que é retido pela corretora e
repassado para a Receita Federal.

Existem também as alíquotas ou taxas cobradas na compra e venda de ativos, cujas descrições
encontram-se na nota de corretagem gerada em cada operação executada. Já a retenção
do imposto de renda é de 0,005% do valor das vendas, de modo que a receita federal tome
conhecimento das movimentações de cada contribuinte.

Base de Cálculo
54
É o resultado positivo entre o valor de venda do ativo e o seu custo de aquisição. O cálculo
é feito pela média ponderada dos ganhos unitários apurados nas operações realizadas em
cada mês considerando-se a dedução dos custos e despesas incorridos na realização das
operações.

Pagamento de Imposto de Pessoas Físicas


Toda pessoa física que investe em ações deve expor tal fato na declaração anual de imposto
de renda. O cálculo de retenção de imposto de renda é feito utilizando-se o valor de venda
subtraído dos custos de compra e despesas operacionais.

A pessoa física possui um benefício fiscal que a isenta de pagamento de imposto de renda
em operações comuns, desde que a soma das vendas mensais não ultrapasse o valor de
R$20.000.

PAGAMENTO DE IMPOSTO DE PESSOAS JURÍDICAS


Pessoa jurídica “simples nacional”:
A lei complementar nº 123/2006 veda a participação de empresas enquadradas no “sim-
ples nacional” no capital de outra pessoa jurídica. Isto significa que uma empresa “simples
nacional” não pode adquirir ações de outras empresas. Caso isso ocorra, o enquadramento
de tributação será o mesmo que é usado para pessoas físicas.

Pessoa jurídica “lucro presumido”:


Empresas assim categorizadas têm recolhidos trimestralmente tanto o Imposto de Renda
(IR) como a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Todo lucro gerado em ações
deverá ser calculado como receita financeira e somados à base de cálculo sobre o fatu-
ramento. Empresas de “lucro presumido” não possuem isenção de imposto para vendas
inferiores a 20 mil reais por mês.

Pessoa jurídica “lucro real”:


Empresas optantes pelo modelo “lucro real” recolhem o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica
(IRPJ) e a CSLL com frequência que pode ser mensal, trimestral ou anual. As demais regras
de tributação são iguais às da categoria “lucro presumido”, porém ressaltamos que na opção
mensal de tributação incidirá mais 10% de cobrança para valores que ultrapassarem a casa

55
dos R$20.000 em lucros.

Incidência de Outros Impostos


Em pessoas jurídicas dos tipos “lucro presumido” e “lucro real”, além do Imposto de Renda
(IR) é cobrada também a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

DEBÊNTURES E NOTAS PROMISSÓRIAS


(“COMMERCIAL PAPERS”)
Debêntures
São títulos de dívida de empresas que oferecem direitos de crédito ao investidor, remune-
rando-o por meio de juros pré-fixados ou pós-fixados. As debêntures funcionam como fer-
ramenta de captação de recursos que as empresas utilizam para financiamento de projetos
e gestão de dívidas.

A deliberação sobre a emissão de debêntures é de exclusividade da assembleia geral dos


acionistas, a qual define as condições e critérios do processo. Para isso, a elaboração de um
documento chamado escritura de emissão de debêntures, onde devem constar direitos e
deveres da emissora e dos debenturistas, é obrigatória. O documento deve contar obrigato-
riamente com a intervenção de um agente fiduciário dos debenturistas e pode ser emitido
por empresas abertas, desde que estas não sejam instituições financeiras.

O agente fiduciário representa os interesses dos debenturistas e deve elaborar periodica-


mente relatórios de acompanhamento. Nas ofertas públicas de distribuição de debêntures
o registro deve ser feito na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e todas as informações
de emissão devem ser encontradas no prospecto de distribuição, o qual é disponibilizado
aos investidores no ato da oferta.

Tipos de debêntures:
⯀ Debêntures sem garantia:
⯀ Quirografárias;
⯀ Subordinadas.

Em ambos os casos, o debenturista não terá nenhuma garantia ou preferência em caso de

56
eventual liquidação da companhia em que investiu.

Debêntures com garantia:


Garantia real: envolve o comprometimento de bens ou direitos que não poderão ser nego-
ciados sem a aprovação dos debenturistas.

Garantia flutuante: assegura privilégio geral sobre o ativo da emissora, mas não impede a
negociação dos bens que o compõem.

NOTAS PROMISSÓRIAS OU “COMMERCIAL PAPERS”


São documentos que atestam a promessa de pagamento de uma dívida. Trata-se de um
título de crédito que pode ser utilizado na aquisição de produtos e serviços para garantir
a quitação de débito com o credor. Portanto, as notas promissórias facilitam e consolidam
garantias durante transações de troca ou câmbio que ocorrem, por exemplo, via títulos
cambiários.

As notas promissórias são compostas por dois agentes. Um é o subscritor ou emitente, e o


outro é o tomador ou beneficiário. Enquanto o emitente é a parte devedora, o beneficiário
é a parte credora e tem a garantia de que receberá o que emprestou através da promessa
de pagamento futuro. Em suma, notas promissórias são títulos extrajudiciais que são utiliza-
dos principalmente em ocasiões em que há empréstimos sem intermediação de empresas
financeiras ou instituições bancárias. Destacamos, porém, que o documento possui valor
legal. Caso o devedor não efetue o pagamento até o prazo determinado, o credor poderá
recorrer à justiça para recebê-lo.

Quadro comparativo entre debêntures e notas promissórias:

57
TIPOS DE DEBÊNTURES
Debênture Simples
São o tipo mais comum de debêntures e podem também ser chamadas de “não-conver-
síveis”. Os seus rendimentos são pré ou pós-fixados, a depender do título e o pagamento é
periódico e com juros estabelecidos na escritura de emissão. O investimento, vale lembrar,
não poderá ser convertido em ações da companhia.

Debêntures Conversíveis
Esse tipo oferece a possibilidade ao investidor de transformar o crédito a receber em ações
da companhia. Por elas, a conversão de aplicação em ações faz a renda fixa tornar-se em
renda variável. Todos os detalhes como vencimento, resgate e rendimento devem constar
na escritura de emissão.

Sistema Nacional de Debêntures (SND)


O Sistema Nacional de Debêntures (SND) é responsável pela manutenção de registros e
cadastros de todas as debêntures emitidas e negociadas no mercado. Ele faz parte da B3.

Funcionamento:
Por meio de processamentos eletrônicos das transações são registradas todas as operações
de compra, venda, caução, “comprometimento” e antecipação das debêntures. Em sua
constituição encontram-se separadamente os módulos de custódia, negociação, liquidação
e informações, os quais funcionam de modo integrado com o objetivo de garantir eficácia e
confiabilidade ao sistema. Fazem parte do SND as instituições financeiras, as pessoas jurídi-
cas não financeiras, os investidores institucionais e as companhias emissoras de debêntures.

NEGOCIAÇÃO COM DEBÊNTURES E NOTAS


PROMISSÓRIAS (“COMMERCIAL PAPERS”)

58
Debêntures
Tanto a compra quanto a venda desse tipo de documento deverão ser feitas por uma insti-
tuição financeira. As negociações podem ser realizadas nas seguintes modalidades:

⯀ Pré-fixada: a rentabilidade do título é acordada no momento da emissão. O rendi-


mento será uma taxa de juros combinada antecipadamente;
⯀ Pós-fixada: a rentabilidade do título é relacionada a um indexador, como o Certificado
de Depósitos Interbancários (CDI) ou à taxa SELIC;
⯀ Híbrida: possui características de ambas as modalidades anteriores.

Notas Promissórias ou “Commercial Papers”


O credor pode fazer a emissão de uma nota promissória em qualquer negociação em que
haja uma dívida a ser paga. O documento tem o mesmo valor de um boleto bancário ou
qualquer outro título de pagamento. Se a efetuação do pagamento não for feita até a data
negociada, poderá haver protesto em cartório. Ressalta-se que o título aqui tratado é autô-
nomo e não há necessidade de causa específica para a origem da dívida. Qualquer nego-
ciação pode ser feita via notas promissórias.

AGENTE FIDUCIÁRIO E ASSEMBLEIA DE DEBENTURISTAS


Agente Fiduciário
A lei nº6404/76 institui que a escritura de emissão de debêntures, por instrumento público
ou privado, distribuídas ou admitidas em negociação no mercado terá obrigatoriamente o
intermédio de agente fiduciário dos debenturistas. Este, por sua vez, trata-se de uma insti-
tuição financeira ou companhia autorizada pelo Banco Central (BACEN) que acompanhará
os pagamentos e solicitações relacionadas ao referido documento.

Em suma, o profissional do cargo de agente fiduciário representa a união dos debenturistas.


Para este fim, tem deveres e poderes específicos para defender os direitos e interesses dos
representados, assumindo também algumas outras responsabilidades e atribuições deter-
minadas por lei e regulamentações. Entre suas atividades estão a execução das garantias
dos documentos e o requerimento da decretação de falência da companhia emissora em
caso de não haver garantias aos debenturistas.

A regulamentação desses profissionais é feita pela instrução 583/16 da Comissão de Valores

59
Mobiliários (CVM) e estabelece que suas nomeações e consequente aceitação para o exer-
cício da função devem constar na escritura de emissão. Neste documento encontramos
pontos que tratam dos deveres e responsabilidades do agente, remuneração, condições
de substituição etc.

Assembleia de Debenturistas
É a reunião de investidores que possuam debêntures emitidas por uma mesma companhia.
Nela são deliberados os assuntos de seus interesses, considerando os dispositivos da legis-
lação e da escritura de emissão.

Em assembleia, por meio de voto unitário (um por debênture), alguns pontos do contrato
podem ser alterados:

⯀ Data de vencimento;
⯀ Remuneração do título;
⯀ Condições de resgate;
⯀ Garantias.

BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO
São títulos negociáveis emitidos por sociedades por ações que entregam aos seus titulares,
nas condições constantes no certificado, o direito de subscrever ações do capital social da
companhia dentro dos limites de capital autorizados pelo estatuto. O bônus de subscrição
pode ser atribuído como vantagem aos subscritores de emissão ações e debêntures.

Ressaltamos que o bônus de subscrição é diferente do direito de subscrição, visto que este
é atribuído por lei e garante aos acionistas o poder de subscrever ações ou títulos acionários
conversíveis em novas emissões. Já a decisão de bônus de subscrição fica a critério da pró-
pria empresa, e a sua principal finalidade é beneficiar o acionista que já investe na empresa
por meio da oferta de novas ações em caráter preferencial.

Diluição e Preferência do Bônus de Subscrição


Ao receber um bônus de subscrição, o acionista passa a ter preferência de subscrição, isto
é, prioridade na compra de novas ações que eventualmente sejam disponibilizadas pela
empresa emissora. Neste caso, as condições de compra, como prazo e preços, são pré-es-
tabelecidas antes da oferta.

60
A organização precisa divulgar as seguintes informações aos seus investidores:

⯀ Data de vigência dos títulos;


⯀ Preço do exercício;
⯀ Data limite para negociação.

Após receber o bônus, o acionista pode tomar três decisões:

⯀ Vender os títulos no mercado secundário;


⯀ Exercer o direito de subscrição;
⯀ Não fazer nada. Assim, o direito deixa de existir e o papel perde seu valor.

TRIBUTAÇÃO EM OPERAÇÕES COM DEBÊNTURES,


NOTAS PROMISSÓRIAS E BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO
Alíquota de Debêntures
Em ações de alienação, resgate, cessão, repactuação ou conversão de debêntures em ações,
deverá haver recolhimento de Imposto de Renda (IR) sobre o rendimento produzido. A maioria
das debêntures não têm vencimento inferior a 5 anos, ou seja, o investidor provavelmente
terá retenção de 15% do IR (a menor das alíquotas).

As alíquotas referentes a cada prazo de resgate estão abaixo listadas:

⯀ 22,5%: até 180 dias;


⯀ 20,0%: de 181 a 360 dias;
⯀ 17,5%: de 361 a 720 dias;
⯀ 15,0%: acima de 720 dias.

Observação: quanto maior o prazo da aplicação, menor é a alíquota incidida sobre o ren-
dimento produzido.

TRIBUTAÇÃO EM OPERAÇÕES COM DEBÊNTURES,


NOTAS PROMISSÓRIAS E BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO
Fato Gerador e Base de Cálculo
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As alíquotas são decrescentes em função do prazo de aplicação. Também o pagamento de
juros e rendimentos periódicos e o valor dos juros e dos rendimentos são fatores geradores.
Deve-se aplicar a alíquota adequada e prevista em lei (22,5%, 20%, 17,5% ou 15%) conforme
a data de aquisição da debênture ou nota promissória.

TRIBUTAÇÃO EM OPERAÇÕES COM DEBÊNTURES,


NOTAS PROMISSÓRIAS E BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO
Incidência de Outros Impostos nas
Operações com Debêntures
Haverá incidência de outros impostos como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
sobre o ganho, além do Imposto de Renda (IR), quando ocorrerem negociações antes de se
completar 30 dias de posse da debênture sobre uma mesma custódia.

Tabela regressiva da alíquota do IOF:

COMPANHIAS ABERTAS E FECHADAS


Diferenças entre Companhias Abertas e Fechadas
Na constituição de uma empresa categorizada como Sociedade por Ações (S.A), o capital
social não está atribuído a um nome específico, mas dividido em ações. Portanto, o lucro
deve ser distribuído aos acionistas.

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Existem dois tipos de Sociedades por Ações:

⯀ Abertas: captam recursos junto ao poder público e são fiscalizadas pela Comissão
de Valores Mobiliários (CVM);
⯀ Fechadas: captam recursos junto a investidores privados.

A principal diferença entre as duas consiste na possibilidade de os valores mobiliários de


emissão serem ou não admitidos em negociação no mercado. A lei que regulamente essa
questão é a lei nº 6.404/76, e diz que apenas os valores mobiliários emitidos por compa-
nhia registrada na CVM podem ser negociados no mercado de valores mobiliários e
que não deverá ocorrer distribuição pública de valores mobiliários no mercado sem registro
prévio na CVM.

A CVM pode classificar as companhias abertas em alguns grupos, principalmente levando


em conta a espécie e a classe de valores mobiliários às quais a empresa pertence.

DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES AO MERCADO


Conforme consta no artigo 157 da lei nº 6.404/76, é obrigação do administrador da compa-
nhia aberta declarar informações pedidas por acionistas, que representem pelo menos 5%
do capital social, por meio de assembleia-geral ordinária. As informações obrigatórias são:

⯀ Número dos valores mobiliários de emissão da companhia: adquiridos ou alienados


diretamente ou através de outras pessoas no exercício anterior;
⯀ Opções de compra de compra: contratadas no exercício anterior;
⯀ Benefícios ou vantagens do administrado: indiretos ou complementares que recebeu
ou esteja recebendo da companhia;
⯀ Condições dos contratos de trabalho: especialmente aqueles que tenham sido fir-
mados pela companhia com os diretores e empregados de alto nível;
⯀ Quaisquer outros fatores relevantes.

Os administradores também são obrigados a comunicar imediatamente à bolsa de valores


e divulgar pela imprensa qualquer deliberação da assembleia-geral ou dos órgãos de admi-
nistração da companhia e qualquer fato relevante ocorrido em negociações e que possam
influir na decisão de compra ou venda dos investidores da companhia.

Os fatos abaixo são exemplos que relevantes e que devem ser divulgados:

⯀ Assinatura de acordo ou contrato de transferência do controle acionário da compa-


nhia, mesmo que sob condição suspensiva ou resolutiva;

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⯀ Mudança de controle da companhia, inclusive por meio de celebração, alteração ou
rescisão de acordo de acionistas;
⯀ Ingresso ou saída de sócios que mantém com a companhia contratos ou colaboração
profissional operacional, financeira, tecnológica ou administrativa;
⯀ Autorização para negociação de valores mobiliários emitidos pela companhia em
mercados nacionais e internacionais;
⯀ Decisão de promover o cancelamento de registro da companhia aberta;
⯀ Incorporação, fusão ou cisão envolvendo a companhia e empresas a ela relacionadas;
⯀ Transformação ou dissolução da companhia;
⯀ Renegociação de dívidas;
⯀ Aprovação de plano de outorga de opção de compra de ações;
⯀ Alteração nos direitos e vantagens dos valores mobiliários emitidos pela companhia;
⯀ Aprovação, alteração ou desistência de projeto ou atrasos em implantações;
⯀ Modificação de projeções que foram divulgadas pela companhia;
⯀ Pedidos de concordata, requerimento, confissão de falência ou propositura de ação
judicial que possam afetar a situação econômico-financeira da companhia.

Sempre que possível, a divulgação dos atos ou fatos relevantes deve ser feita antes do início
ou após o encerramento dos negócios na bolsa de valores e nas entidades de mercado de
balcão organizado.

ABERTURA DE CAPITAL
A abertura de capital é uma forma de captação de dinheiro, trazendo assim mais liquidez
para a empresa e ofertando publicamente suas ações. Para abrir o capital a empresa pre-
cisa ser uma Sociedade Anônima (S/A) e protocolar um pedido de registro na Comissão de
Valores Mobiliários (CVM). Esta, por sua vez, é o órgão que regula e fiscaliza o mercado de
capitais brasileiro.

O processo completo leva em torno de 10 semanas e começa com as seguintes ações:

⯀ Análise de conveniência da abertura;


⯀ Escolha do auditor independente;
⯀ Escolha do coordenador-líder.
⯀ Para obtenção do registro de companhia aberta emitido pela CVM, a companhia
deverá apresentar alguns documentos, dentre eles:
⯀ Principais atos societários;
⯀ Últimas demonstrações financeiras;

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⯀ Parecer de auditor independente e outros documentos.

REGISTRO NA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS


(CVM) E DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES
Registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
Como regra, toda oferta pública deve ser registrada na CVM. Entretanto, o registro poderá ser
dispensado considerando-se as características específicas de uma determinada oferta. Por
exemplo: a oferta pública de valores mobiliários emitidas por microempresas ou empresas
de pequeno porte.

As ofertas públicas de distribuição primária e secundária precisam ser realizadas por intermé-
dio de instituições financeiras que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários,
como por exemplo: bancos de investimentos ou corretoras de valores mobiliários.

Divulgação de Informações
O ofertante, juntamente com a instituição, submete-se a elaborar e disponibilizar informa-
ções relevantes ao público que eventualmente pretenda investir no projeto da oferta. O
documento informativo deve conter dois grandes grupos de informações:

⯀ Informações relativas ao emissor: documento atualizado periodicamente e que con-


tém todas as informações sobre a companhia.
⯀ Informações relativas à oferta: tratam dos valores mobiliários que são objeto da oferta
e também das circunstâncias que os envolvem. O prospecto é imprescindível como
fonte de informação para a tomada de decisão dos investidores.

OFERTAS PÚBLICAS: DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA


E SECUNDÁRIA DE VALORES MOBILIÁRIOS
Ofertas Públicas de Valores Mobiliários
Devem ser obrigatoriamente registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A com-
panhia emissora deverá contratar um ou mais intermediários financeiros, que irão atuar

65
como líderes na distribuição.

Distribuição Primária
Ocorre quando uma companhia emite e vende ações novas no mercado. No caso, o ven-
dedor é a própria companhia emissora. Assim, os recursos obtidos na distribuição acabam
sendo levados diretamente para o caixa da empresa.

Distribuição Secundária
Diferentemente do modelo primário, o responsável pela venda de ações na distribuição
secundária é alguém que já detenha certa quantidade de ações primárias emitidas pela
companhia. Portanto, as ações já existentes estão sendo revendidas. Os valores arrecadados
ficam exclusivamente com o vendedor.

Oferta Pública “Initial Public Offering” (IPO)


Representa a primeira vez que uma empresa realiza oferta de ações no mercado. É impor-
tante saber que a IPO configura-se como mercado primário — todas as subsequentes se
enquadrarão no mercado secundário.

Na primeira vez que uma empresa faz oferta pública de ações, o processo deve ocorrer com
intermediação de um banco de investimentos ou corretora. Emitir ações é uma das maneiras
que as empresas encontram para levantar recursos para o financiamento de investimentos
e crescimento corporativo.

PAPEL DO COORDENADOR DA OFERTA


E DAS DEMAIS INSTITUIÇÕES
Descrição
O coordenador de oferta pública é uma instituição que se responsabilizará pela organização
de ofertas públicas de ações, debêntures, notas promissórias comerciais e demais valores
mobiliários de uma empresa. O papel de coordenação entra em vigor quando uma determi-
nada companhia decide abrir o seu capital para levantar recursos. O coordenador receberá
uma comissão sobre as vendas dos produtos financeiros e deverá trabalhar com outros
bancos de investimentos a fim de formar um consórcio de subscritores, criando assim uma
alavanca inicial de vendas para os valores ofertados.

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Obrigações, Responsabilidades, Análises
e Tratamento das Informações
O primeiro ato do coordenador é decidir o tipo de oferta a ser feita — venda de ações, títulos
ou qualquer outro tipo de ativo passível de negociação em bolsa. Além disso, o coorde-
nador-líder pode formar um sindicato com outros coordenadores, visando a obtenção de
melhores resultados.

O sindicato é formado em casos em que haja grandes ofertas. Nesses casos os riscos são
maiores e as operacionalizações são mais complexas. É de responsabilidade do coordena-
dor-líder montar e gerenciar o sindicato durante toda a oferta.

Fazer a análise das finanças da empresa (demonstrativos contábeis) e das condições atuais
de mercado para chegar ao valor e quantidade inicial adequada de ativos a serem negocia-
dos também é uma obrigação do coordenador.

A análise para a definição de preço e quantidade de ativos da oferta inicial deve conter:

⯀ Analisar os fundamentos financeiros e econômicos: saúde financeira da empresa —


endividamento, patrimônio líquido, receita líquida, margem financeira e outros;
⯀ Analisar a facilidade de títulos ao público e liquidez do mercado financeiro: ou seja,
quanto menores forem as taxas de juros nos curto e longo prazos e melhores forem
as perspectivas de mercado, maiores serão as quantidades disponíveis de dinheiro
(o que virtualmente facilita a venda de ativos);

As definições de prélio são realizadas entre o coordenador-líder e a empresa emissora dos


valores. Depois de estabelecido os valores, o sindicato se reúne para determinar quantas
ações e outros valores mobiliários serão vendidos durante a oferta. Por fim, os ativos são dis-
tribuídos entre várias instituições financeiras que participam do processo e posteriormente
oferecidos aos investidores.

TIPOS DE OFERTA
Oferta de Garantia Firme
Ao divulgar ações no mercado primário, uma empresa pode ter a oferta de seus títulos
garantida por uma instituição financeira: nisso consiste o recurso garantia firme, também
conhecido por “underwriting” firme.

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Quando a empresa abre o seu capital e lança ações no mercado financeiro por meio de uma
“Initial Public Offering” (IPO) são definidos o intermediário financeiro e também o perfil da
operação e o contrato de distribuição de ações. Entre outras informações, o contrato deve
conter o tipo de garantia oferecida pelo intermediário financeiro.

Na garantia firme a instituição financeira assume o risco da operação e garante a subscrição


de todas as ações lançadas efetuando o pagamento diretamente à empresa emissora. Dessa
forma, o intermediário subscreve e garante a operação revendendo as ações ao público em
geral no mercado primário.

Oferta de Garantia de Melhores Esforços


O termo “melhores esforços” é de comum aplicação em processos de oferta pública no mer-
cado financeiro. É necessário para isso que seja válido um intermediário financeiro respon-
sável pela organização e precificação dos ativos e também pela relação com os investidores.
Esse intermediário pode ser um banco de investimentos, uma sociedade distribuidora ou
uma sociedade corretora — conhecidos no processo por “underwriter”.

Existe também a garantia residual que é um tipo de subscrição pública, também conhecida
como stand-by underwriting. Nesse cenário, a companhia que opta em fazer esse processo
não se atribui sozinha de emitir as ações no mercado.

Isto é, a instituição financeira e a companhia se unem para fazer a subscrição das ações. Dessa
maneira, a função da garantia residual está ligada a captação de recursos das empresas.

Entre o “underwriter” e a emissora é necessário a celebração de um contrato, o qual deve


conter todas as responsabilidades especificadas e as garantias oferecidas. No modelo de
garantia de melhores esforços o intermediário fica em uma posição mais confortável do que
no caso de garantia firme porque não precisará garantir a subscrição dos papéis, ficando os
riscos exclusivamente com a companhia emissora.

SISTEMAS DE OFERTAS
“Bookbuilding”
É um processo que tem como objetivo a definição de um preço justo para uma oferta
pública de valores mobiliários antes de seu lançamento e com base em análises de demanda
realizadas pelo coordenador-líder em colaboração com os investidores institucionais. Esse
mecanismo ajuda não só no estabelecimento do preço, mas também na escolha do número

68
e do tipo de títulos a serem oferecidos.

O bookbuilding é utilizado tanto para ofertas primárias quanto para secundárias de emis-
sões de títulos como debêntures, “bonds”, títulos privados e cotas de fundo. As suas fases
são as seguintes:

⯀ Apresentação da oferta e consulta de interesse dos potenciais investidores;


⯀ Delimitação de um intervalo de preços (piso e teto) das ofertas feitas por meio de
análises da empresa e do momento do mercado;
⯀ Contato com os investidores institucionais de modo que eles indiquem suas intenções
de compra em quantidade e valor;
⯀ Definição do preço justo feita pelo coordenador da oferta juntamente com o ofertante.

Importante: quanto maior a demanda, mais próxima a precificação tende a ficar do teto
oferta e vice-versa. Caso a demanda supere a oferta, deverá haver rateio. Nesse caso os
investidores terão menos papéis do que desejavam.

Leilões
As regras de negociações dos mercados de bolsa estabelecem as variações de preços e
de quantidades ofertados em seus sistemas de negociação. Sempre que a quantidade ou
o preço de um ativo atingir os limites pré-determinados, a negociação passa a seguir um
procedimento especial estabelecido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A bolsa de valores regulamenta as operações por intermédio de leilões, nos quais são reali-
zados negócios específicos. O enquadramento das operações para utilização dos procedi-
mentos especiais em leilões leva em consideração os parâmetros de quantidade, cotação
momentânea e último preço negociado.

⯀ Quanto à quantidade, os limites são determinados em relação à média negociada


nos últimos 30 pregões ou em relação ao capital social da empresa.
⯀ Quanto à cotação, estipulam-se limites para as variações dos ativos considerando o
último preço negociado.
⯀ Quanto à negociabilidade para ações não negociadas nos últimos 5 pregões ou ações
debutantes na bolsa de valores, a operação deverá se realizar em leilão de 15 minutos.

Rateio
É um conceito associado à Oferta Pública Inicial (OPI) de ações de uma empresa e também
ao “bookbuilding”. O rateio lida com a demanda excedente, ou seja, em situações em que
a procura é maior do que a oferta desejada pela empresa.

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O processo de “bookbuilding” permite aos investidores fazer uma reserva de compra para
as ações que pretendem adquirir. Assim, pode ocorrer que o volume de reservas de ações
seja superior ao que a empresa pretendia vender. Haverá então necessidade de se fazer o
rateio das ações.

FECHAMENTO DE CAPITAL E OFERTA


PÚBLICA DE COMPRA DE AÇÕES (OPA)
Para realizar o fechamento de capital de uma empresa, o acionista controlador ou a própria
companhia deve efetuar a Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA). É por meio dela
que serão compradas as ações dos acionistas minoritários, garantindo ao ofertante maior
participação no controle da empresa.

Uma empresa (geralmente um banco) é contratada para elaborar um laudo de avaliação


da companhia, indicando o valor justo de cada ação e garantido assim que os investidores
não saiam prejudicados na negociação.

Em casos assim, a opção dos acionistas são as seguintes:

⯀ Abstenção: não informando à corretora que deseja participar do leilão de OPA;


⯀ Aceitação da oferta: informando à corretora que deseja participar do leilão e irá acei-
tar o preço justo;
⯀ Não aceitação da oferta: informando à corretora que deseja participar do leilão somente
se as ações forem vendidas por um preço superior ao que foi oferecido;
⯀ Aceitação do fechamento de capital: informando à corretora que deseja continuar
com as ações da companhia e concorda com o fechamento;
⯀ Reunião de assembleia com os demais acionistas: desde que o grupo detenha mais
de 10% das ações em circulação no mercado. Pode-se então realizar novas avaliações
sobre a companhia.

O requerimento para essas novas avaliações deve conter os questionamentos relacionados


ao método utilizado no laudo anterior e deve também ser enviado em até 15 dias após o
anúncio da OPA.

Caso o preço da nova avaliação seja igual ou inferior ao da OPA, esses acionistas deverão
arcar com todos os custos da assembleia. Caso o preço seja maior que o dado anteriormente,

70
o ofertante pode desistir da OPA ou aceitar o novo valor.

RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Definição
A Recuperação Judicial (RJ) é um recurso previsto na Lei de Falências e Recuperação de
Empresas (LFRE — lei nº 11.101/2005) e utilizado por companhias em dificuldades financeiras
com o objetivo maior de evitar o caminho da falência.

O pedido de RJ deve ser protocolado na justiça e a empresa deve cumprir alguns requisitos:

⯀ A companhia deverá estar exercendo suas atividades a mais de 2 anos;


⯀ A companhia não pode estar falida;
⯀ A companhia não pode ter feito pedidos de RJ nos últimos 5 anos;
⯀ A companhia não deve possuir como administrador ou sócio controlador alguém
que tenha sido condenado por crime falimentar.

As principais situações de recuperação judicial são:

⯀ Incapacidade de geração de valor;


⯀ Problemas tributários e fiscais.

A negociação do plano de recuperação não interessa apenas ao devedor, que deseja evitar a
falência, mas também aos credores. A RJ é uma forma de garantir um melhor entendimento
entre credores, empregados e empresários.

O processo de recuperação judicial é dividido em 3 etapas:

⯀ Postulatória: nesta fase a empresa já desistiu de negociar amigavelmente com seus


credores, devendo então solicitar a recuperação na justiça. Aqui inicia-se a petição inicial
com as informações do pedido de RJ. Após a análise dos documentos, o juiz decide
pelo deferimento ou não do pedido. Em caso positivo, inicia-se a fase deliberativa;
⯀ Deliberativa: nesta fase será decidido se a empresa entrará ou não de fato em recu-
peração judicial. Caso confirme-se o pedido, o juiz deve então nomear um adminis-
trador-judicial que suspenderá todas as ações contra a empresa. Aqui também será
elaborado e apresentado pela empresa um plano de recuperação judicial num prazo
de até 60 dias. Caso contrário, será decretado falência.

Já se o plano for feito corretamente, deve-se então apresentá-lo aos credores para que estes

71
se posicionem, em até 180 dias, a favor ou contra os termos propostos. Se os credores não
aprovarem, será decretado falência. Caso aprovem, a empresa entra oficialmente em pro-
cesso de recuperação judicial;

Executiva: nesta fase o plano é colocado em prática. Compete ao judiciário e aos credores
a fiscalização do cumprimento do plano. Caso o plano seja executado integralmente, o juiz
decretará o encerramento do período de recuperação. Mas se uma das etapas não for con-
cluída, será decretado falência.

PREFERÊNCIA DOS CREDORES E ACIONISTAS


EM RECUPERAÇÕES JUDICIAIS
A hierarquia dos credores que encontramos abaixo, definida pela lei nº 11.101/2005, trata das
preferências ou prioridades no recebimento de obrigações de uma empresa em processo
de recuperação judicial.

⯀ Créditos trabalhistas: dívidas com empregados limitadas a 150 salários-mínimos ou


decorrentes de acidentes de trabalho;
⯀ Créditos com garantia: até o limite do valor do bem;
⯀ Créditos relacionados à dívida ativa: impostos e encargos devidos ao governo.

Os acionistas, em especial os minoritários investidores do mercado de capitais são excluídos


do processo de hierarquização. Eles recebem apenas o eventual saldo de liquidação dos ati-
vos após o pagamento de todos os credores. Não haverá também nenhum incentivo para
que os investidores aportem novos recursos na empresa em recuperação. Vale destacar
também que os acionistas não votam nas assembleias de credores.

O plano de recuperação pode conter algumas soluções que provoquem o direito de recesso
dos acionistas nos termos da lei societária — cisão, fusão, incorporação ou mudança de
objeto social. Nesses casos, o reembolso das ações poderia comprometer a recuperação da
empresa, prejudicando assim o direito dos acionistas.

CONCEITOS DE “RATING”
O “rating” é uma nota que as agências de classificação de risco de crédito atribuem a um
emissor quanto ao cumprimento de sua dívida, seja o objeto de análise um país, empresa
ou banco. Serve para que os investidores saibam o nível de risco dos títulos de dívida que
estão adquirindo.

72
Cada agência de classificação utiliza métricas e níveis próprios para atribuir pontuações de
“rating”. No geral, as avaliações levam em conta fatores como:

Balanço patrimonial, fluxo de caixa e projeções estatísticas: considera-se também elementos


externos à empresa, como o cenário de negócios, a situação do setor e a legislação.

Agências de “Rating”
Originaram-se nos Estados Unidos e expandiram-se pelo mundo no século XIX. As primei-
ras agências de “rating” tinham o objetivo de fornecer aos comerciantes informações sobre
a capacidade de pagamento dos clientes e ajudar os investidores a buscar cada vez mais
dados para aplicar com segurança o seu dinheiro.

As primeiras agências oficiais a atuarem no ramo foram:

⯀ Fitch Ratings;
⯀ Moody’s;
⯀ Standard & Poor’s Global (S&P Global).

Observação: elas continuam sendo as três maiores agências em atuação no mercado mun-
dial nos dias de hoje.

Tipos de “Rating”
“Rating” Soberano
É um parecer da agência de “rating” sobre o potencial de pagamento das dívidas de um país
em uma visão de longo prazo. Os fatores de curto prazo só influenciam no “rating” soberano
caso influenciem nas perspectivas futuras.

“Rating” de Crédito Corporativo e Operações Estruturadas


Esse tipo de “rating” avalia a qualidade de crédito de uma organização.

Exemplificando: os “ratings” de crédito corporativo da Standard & Poor’s avaliam a qualidade


de crédito de empresas públicas e privadas, independentemente da emissão de títulos nos
mercados públicos de dívida.

As avaliações consistem na posição quanto às condições de um emissor de títulos de honrar

73
seus compromissos financeiros no prazo esperado (pagamento de juros e dividendos). Além
disso, são aplicáveis a uma vasta quantidade de emissores e emissões, incluindo: países,
estados, municípios, operações estruturadas, instituições financeiras, empresas, títulos de
dívida, ações preferenciais e empréstimos bancários.

Elas medem também a capacidade de empresas seguradoras e de garantidores de honra-


rem com suas obrigações. “Ratings” de créditos são utilizados por investidores como indi-
cadores seguros de retorno de seu capital respeitando os termos acordados na ocasião de
realização do investimento.

FUNDOS DE INVESTIMENTO
Conceitos de Fundos de Investimentos
Fundo de investimento é uma união de recursos, captados por pessoas físicas ou jurídicas, com
o objetivo de obter ganhos financeiros a partir de aplicação em títulos e valores mobiliários.

Um fundo de investimento é uma maneira, portanto, de se realizar aplicações financeiras de


modo coletivo. O dinheiro aplicado fica sob o comando de um gestor, que realiza operações
rentáveis para o fundo. O investidor do fundo passa a ter uma carteira com diversos ativos,
o que promove rentabilidade pelo modelo variado.

Os fundos são divididos em contas (pequenas partes do patrimônio total), e para investir
neles é preciso a aquisição de pelo menos uma dessas cotas. Uma financeira responsável
administra todo o capital por meio de gestores especializados, que realizam investimentos
em ativos financeiros com perfis que se combinem com os dos investidores do fundo.

Tipos de Fundos de Investimentos


Fundos de Renda Fixa: as suas cotas são destinadas a títulos de renda fixa com taxas pré-
-fixadas ou pós-fixadas e são ideais para investidores mais conservadores, que procuram
riscos menores;

Fundos de Ações: os gestores utilizam o capital para a compra de ações da bolsa de valo-
res com perspectiva de rendimento aos cotistas. É recomendado para investidores que se
arriscam mais em trocas com potencial de rentabilidade;

Fundos Multimercado: com aplicações em diferentes tipos de investimentos, toma formas


conservadores e agressivas sucessivamente e conforme a gestão do fundo;

74
Fundos Referenciados: abarcam os famosos fundos DI.

Fundos Cambiais: a rentabilidade é atrelada às variações de preços de uma moeda estran-


geira ou a cupons cambiais;

Fundos de Curto Prazo: destinam-se a investimentos conservadores (títulos públicos apli-


cados a curto prazo);

Fundos Imobiliários: a rentabilidade das contas está ligada ao mercado imobiliário.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS DE TERCEIROS


Consiste na gestão profissional de recursos ou valores mobiliários confiada a um administra-
dor fiscalizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e com autorização para comprar
ou vender títulos e valores mobiliários. Estes profissionais são responsáveis pela gestão dos
recursos, pela carteira de fundos de seus clientes e pelas decisões sobre os tipos de ativos
financeiros que farão parte da carteira que administram, estabelecendo a proporção entre
eles e considerando os riscos das aplicações e as políticas de investimento.

A atividade do administrador é regulamentada e fiscalizada pela CVM por meio da instrução


normativa nº 306 de 1999. Para ser um administrador é necessário:

⯀ Autorização: concedida somente a pessoa natural e domiciliada no Brasil;


⯀ Graduação: o administrador deve possuir curso superior em instituição nacional ou
internacional reconhecida oficialmente;
⯀ Experiência profissional: pelo menos 3 anos em atividade específica diretamente
relacionada à gestão de recursos de terceiros no mercado financeiro, ou no mínimo
5 anos e meio no mercado de capitais exercendo atividade que evidencie sua aptidão
para a gestão de recursos de terceiros;
⯀ Reputação ilibada;
⯀ Tenha como objetivo social o exercício da administração de carteira de valores mobi-
liários e esteja regularmente constituído e registrado no CNPJ;
⯀ Atribua a responsabilidade pela administração de carteira de valores mobiliários a
um diretor, gerente-delegado ou sócio-gerente autorizados a exercerem atividades
pela CVM;
⯀ Constitua e mantenha departamento técnico especializado em análises de valores
mobiliários.

O intuito das normas é assegurar que os administradores de carteira tenham as competên-


cias necessárias para o desempenho da função. Vale ressaltar que são também levados em

75
consideração critérios de reputação e outras exigências, com o fito de minimizar as chances
de atuações mal-intencionadas.

76
Módulo 3
mercado de renda fixa
O objetivo deste capítulo é apresentar a renda fixa os componentes
desse tipo de investimento.
REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO: CONTÍNUA E DESCONTÍNUA
Capitalização é o processo pelo qual os juros são incorporados ao capital. Juros correspondem
à remuneração do capital, e na capitalização ambos são somados conjuntamente.

Capitalização Contínua
Funciona quando a variável tempo tende ao infinito. Assim, na capitalização contínua, o
tempo é considerado infinitesimal (pode ser dividido em infinitas partes menores). Numa
parcela de tempo infinitamente pequena, a taxa de juros é considerada como sendo uma
taxa de juros instantânea.

Fórmula:

FV = Valor futuro ou Montante

PV = Valor Presente ou Capital Inicial

e = Número de Euler (número irracional 2,718281828...)

i = Taxa de Juros

n = Tempo ou Período

Exemplo:

Determinado banco paga juros de 2,5% ao mês, em um regime de capitalização contínua.


Quanto um cidadão deve investir para que daqui a dez anos possa retirar R$1.000.000,00?

Resolução:

FV= R$ 1.000.000,00 i = 2,5% ao mês = 0,025 n = 120 meses

FV = PV × e

1.000.000 = PV × 2,72

PV = 1.000.000 / 20,08554 = R$ 49.787,07

78
As informações oferecidas são: o valor futuro é de 1 milhão de reais; a taxa de capitalização
é de 2,5% ao mês; e o período é de 10 anos (10 anos correspondem a 120 meses. Atenção
para a correta correspondência entre taxa de capitalização e período. Ambas devem ser
empregadas com a mesma unidade de tempo).

Depois de colhidas as informações iniciais, basta fazermos as substituições na fórmula e


depois efetuarmos os cálculos matemáticos. Atenção para resolver cada uma das partes da
equação obedecendo as regras fundamentais de aritmética.

Resolução com Calculadora HP-12C:

Capitalização Descontínua
Neste modelo, os juros só são incorporados ao capital no final do período referente à capi-
talização. Assim, os rendimentos ocorrem de maneira descontínua, ou seja, em um único
momento do período (diferentemente da capitalização contínua, que se distribui ao longo do
período). Na capitalização descontínua existem os regimes de juros simples e juros compostos.

JUROS SIMPLES VERSUS JUROS COMPOSTOS:


VALOR ATUAL E VALOR FUTURO
O valor atual (PV - “Present Value”) corresponde ao valor inicial do montante de pagamentos.
Já o valor futuro (FV – “Future Value”) corresponde ao valor inicial do montante de pagamen-
tos acrescido dos juros até a data de vencimento.

De forma geral, os juros simples são calculados de acordo com o valor total da operação,
e aparecem mais frequentemente em transações diárias. Por sua vez, os juros compostos
(também chamados de “juros sobre juros”) são calculados sobre o valor total da operação

79
somado ao valor dos juros simples, e aparecem mais frequentemente em investimentos
de longo prazo.

Juros Simples
É também conhecido por regime de capitalização simples. Nesse sistema, os juros crescem
de forma linear ao longo do tempo e incidem somente sobre o capital inicial da operação,
aplicação ou empréstimo.

Fórmula:
Completa

Juros

Onde

FV: valor futuro ou montante

PV: valor presente ou capital inicial

i: taxa

n: período

J: juros

Resolução com HP-12C:

80
Juros Compostos
Neste regime, diferentemente do regime de juros simples, os juros incidem não no começo
do período, mas no saldo devedor do período anterior, havendo assim uma composição de
juros.

Sempre os juros compostos incidem sobre o saldo devedor ou montante do período ime-
diatamente anterior. Isso é muito importante de se lembrar. A relação entre montante e
valor inicial em juros compostos é uma relação exponencial.

Fórmula:

FV = Valor Futuro ou Montante

PV = Valor Presente ou Capital Inicial

i = Taxa de Juros

n = Tempo ou Período

81
Exemplo:
Um capital de R $7.247,61 foi aplicado a juros compostos durante um quadrimestre, a uma
taxa de 2,5% ao mês. Qual o montante obtido?

Resolução:
FV = PV x (1 + i) n

PV= 7.247,61

i= 0,025

n= 4 (passaremos o quadrimestre a meses)

FV= 7.247,61 x (1+0,025)4 = R$ 8.000,00

Resolução com HP-12C:

TAXAS PROPORCIONAIS E TAXAS EQUIVALENTES


Taxas Proporcionais
Em se tratando de juros simples, a taxa é proporcional à operação.

Exemplificando: se a taxa for de 3% ao mês, o valor trimestral corresponderá a 9%. Isto


significa que a taxa mensal e a taxa trimestral são proporcionais. Elas proporcionam a
igualdade dos montantes de um mesmo capital ao final de um determinado período de
tempo. Sendo assim, um capital de 80 mil reais produz exatamente o mesmo valor final,

82
independentemente de a taxa de juros ser de 3% ao mês ou 9% ao trimestre.

Taxas Equivalentes
Em se tratando de juros compostos, a taxa é equivalente à operação. Nesse processo há
diferenças tanto na fórmula quanto na própria taxa de juros. Por relacionar-se à capitalização
exponencial, a expressão da taxa equivalente composta é a média geométrica da taxa de
juros do período inteiro.

Observação: Em um plano cartesiano de período por montante, o gráfico para juros sim-
ples corresponderá a uma reta crescente e constante. Já para os juros compostos, a linha
gráfica terá o formato de curvatura exponencial. A comparação entre os dois gráficos (de
juros simples e de juros compostos) nos mostra que com os juros compostos o aumento
relativo do montante se dá em intervalos de tempos cada vez menores.

Fórmula:

Exemplo:
A taxa equivalente composta mensal de 10,3826% ao semestre é de 1,66% ao mês. Confira
abaixo estes dados aplicados na fórmula:

É interessante, para a melhor compreensão das diferenças de comportamento entre as


taxas de juros simples e compostas, que sejam feitas tabelas de longo prazo envolvendo um
mesmo montante inicial. Repare a velocidade com que os valores aumentam, a quantidade
de vezes que o montante inicial é “produzido” pelos juros etc.

TAXA NOMINAL E TAXA REAL


83
Taxa Nominal
A taxa nominal de juros é aquela costumeiramente adotada nas operações correntes de
mercado, e que inclui os efeitos inflacionários previstos para o prazo da operação. Sendo
assim, trata-se de uma taxa prefixada de juros que incorpora as expectativas de inflação.

É importante separar de forma clara a taxa nominal de juros (que mede o resultado de uma
operação em valor corrente) e a taxa nominal (que indica descapitalização dos juros de forma
proporcional).

Taxa Real
O termo “real” em operações de matemática financeira mostra sempre o resultado livre dos
efeitos inflacionários. Ou seja, aquilo que se ganhou ou se perdeu de modo genérico, sem
considerar a interferência das variações verificadas nos preços. O objetivo do cálculo da taxa
real é retirar a indexação da taxa total de juros de modo a expressar os juros reais.

Fórmula:

Exemplo:
Uma pessoa aplicou R$400.000,00 em um título por 3 meses, à taxa nominal de 6,5% a.t.
Sendo de 4,0% a inflação desse período, demonstrar os rendimentos nominal e real auferidos
pelo aplicador, assim como as respectivas taxas de retorno.

Resolução:
Nominal

Valor a ser resgatado: 400.000,00 x 1,065 = 426.000,00

Valor aplicado (400.000,00)

Rendimento nominal 26.000,00

Rentabilidade nominal (i): 26.000 = 6,5% a.t

84
400.000

Real

Taxa real (r) = 1 + taxa nominal (i) - 1 r=1+i -1

1 + taxa de inflação (I) 1+I

r = 1 + 0,065 - 1 = 2,4 % a.t

1 + 0,04

Percebemos que o ganho real do período, descontados os efeitos inflacionários, será obtido
usando-se no cálculo o valor da taxa de juros real. Assim, os ganhos obtidos correspondem
a R$9.600,00.

ANUIDADES
As anuidades são séries de pagamentos ou recebimentos destinados a liquidar dívidas ou
compor capitais. As anuidades podem ser também chamadas de rendas quando se rela-
cionam a empréstimos e financiamentos. O princípio continua o mesmo: uma sequência
de pagamentos (parcelas) é efetuada para arrecadar fundo de poupança, quitar dívidas,
financiar imóveis etc.

As principais características das anuidades ou rendas são:

⯀ Número de parcelas da anuidade ou renda (n): corresponde ao número de pagamen-


tos ou recebimentos;
⯀ Valor dos termos da anuidade ou renda (PMT): valor referente a cada pagamento ou
recebimento que compõe a renda;
⯀ Vencimentos da anuidade ou renda: sucessivas datas de pagamento ou recebimento
de cada uma das parcelas.
⯀ Forma de pagamento: diz respeito a quando o pagamento é realizado. As anuidades
ou rendas podem ser antecipadas, postecipadas ou diferidas.

Rendas ou anuidades antecipadas


Os pagamentos são feitos obrigatoriamente no início de cada período, contando a partir do
momento zero.

85
Rendas ou anuidades postecipadas
Os pagamentos são feitos apenas ao final de cada um dos períodos.

Rendas ou anuidades diferidas


O prazo de pagamento começa depois do primeiro período, criando assim um intervalo de
carência.

Fórmula

PV = Valor Presente da Renda

FV = Valor Futuro da Renda

PMT = Valor dos Termos da Renda (período)

n = Número de Pagamentos

i = Taxa

Exemplo:
Um contribuinte deseja parcelar sua dívida no valor à vista de R$1.350,00, em quatro prestações

86
mensais, iguais e sucessivas, com o primeiro pagamento se dando depois de decorridos 30
dias de ajuste. Qual o valor das prestações mensais devidas, se a taxa de juros for 5% a.m?

Resolução:
PV = 1.350,00 i = 5% a.m n = 4

PMT = 1350 x 0,05 x ( 1 + 0,05) 4 = R$ 380,71

( 1 + 0,05 ) 4 - 1

O valor obtido com a fórmula corresponde ao pagamento mensal que o contribuinte deve
fazer pelo período de quatro meses.

Resolução com HP-12C:

TAXA INTERNA DE RETORNO E VALOR PRESENTE


A Taxa Interna de Retorno (TIR) apresenta diversas aplicações financeiras práticas e pode
ser considerada como um dos mais importantes instrumentos de avaliação em matemática
financeira. Em resumo, ela é uma taxa de juros que iguala, numa única data, os fluxos de
entrada e de saída de caixa produzidos por uma operação financeira (aplicação ou captação).

O Valor Presente Líquido (VPL) representa o resultado final de um fluxo de caixa trazido
ao valor presente a determinada taxa. Normalmente a taxa aplicada é a Taxa Mínima de
Atratividade (TMA), entendida como a menor taxa de retorno possível vinculada às possibi-
lidades do mercado.

Pelo critério da taxa interna de retorno, um projeto só se torna viável se o custo de oportunidade
ou taxa mínima de atratividade for menor que ela. Já em relação ao valor presente líquido, o

87
projeto só faz sentido se forem considerados valores, tempo e positividade numérica do VPL

Fórmulas:
Valor Presente Líquido

Taxa Interna de Retorno

Exemplo:
Gustavo recebeu a seguinte proposta de investimento: aplicar R$1.000.000,00, tendo como
retorno, nos próximos três anos, R$400.000,00, R$500.000,00 e R$300.000,00, respectiva-
mente. Sabendo-se que o seu custo de oportunidade é de 12% ao ano, o investimento deve
ser realizado?

Resolução:

Fluxo de caixa:

i = 12% a.a

Para avaliar esse investimento é necessário trazer os retornos a valores presentes:

VPL = - 1.000.000 + (400.000 / (1,12)) + (500.000 / (1,12)2) + (300.000 / (1,12)3)

VPL = – R$ 30.726,13

Resolução com HP-12C (Cálculo do VPL):


88
Resolução com HP-12C (Cálculo da TIR):

Como o valor presente líquido e a taxa interna de retorno não alcançaram os critérios esta-
belecidos, o investimento não é recomendado.

MEDIDAS DE RETORNO: MÉDIA ARITMÉTICA


E MÉDIA GEOMÉTRICA
Média Aritmética
Para calculá-la, basta somar todos os elementos de um conjunto e dividir isto pela quanti-
dade total de elementos.

Fórmula:

89
A média aritmética preserva a soma dos elementos da lista ou conjunto de números.

Exemplo:

A média diária do número de funcionários que faltaram ao trabalho tanto na segunda quanto
na sexta-feira supera a média diária do número de funcionários que faltaram na terça, quarta
e quinta-feira em quantas unidades?

a) 7

b) 8

c) 9

d) 10

e) 11

Resolução:
A primeira média, correspondente aos faltantes na segunda e na sexta-feira, é igual a 13 +
23 / 2 = 18. A segunda média, correspondente aos faltantes nos outros três dias da semana,
é igual a 9 + 6 + 18 / 3 = 11. A diferença entre 18 e 11 é igual a 7.

Média Geométrica
Para calculá-la, basta multiplicar todos os elementos de um conjunto e colocar isso em uma
radiciação cujo índice corresponda à quantidade de elementos que foram multiplicados.

90
A média geométrica preserva o produto dos elementos da lista de números.

Exemplo:

Qual a média geométrica entre 4 e 16?

Resolução:

Exemplo:

Qual a média geométrica entre 2, 5 e 40?

Resolução:

Fatorando em números primos, uma segunda resposta seria:

MEDIDAS DE DISPERSÃO: DESVIO PADRÃO E VARIÂNCIA


Desvio Padrão
É uma medida de dispersão, ou seja, indica o quanto um conjunto de números é uniforme.
Quando o desvio padrão é baixo, os valores analisados estão próximos da média. Caso seja
alto, os valores analisados estão mais distantes da média.

Fórmula:

⯀ DP = Desvio Padrão
⯀ MA = Média Aritmética do Conjunto
⯀ xi = Elemento (posição i)
⯀ n = Quantidade de Elementos

91
Observação: o somatório dentro da raiz quadrada aponta que deve-se somar cada um dos
dados, desde a posição 1 até a posição n, e subtraindo cada um deles da média do conjunto
e elevando essa diferença ao quadrado.

Variância
Esta também é uma medida de dispersão. Indica quanto um conjunto de dados encontra-se
distante do valor medial esperado.

Fórmula:

V = Variância

MA = Média Aritmética do Conjunto

xi = Elemento (posição i)

n = Quantidade de Elementos

Observação: a variância corresponde ao quadrado do desvio padrão.

Exemplo:

Os dados da tabela abaixo informam os resultados (receitas menos despesas) de uma empresa
nos quatro primeiros meses do ano. Com base nisso, calcule o desvio padrão e a variância.

Resolução:
Primeiramente precisamos calcular a média aritmética dos valores.

MA = 10.000 + 30.000 + 90.000 + 30.000 / 4 = 40.000

Posteriormente calcularemos as informações pedidas: desvio padrão e variância.

92
Lembremos que a variância é igual ao desvio padrão ao quadrado. Sendo assim, conhecendo
o valor do desvio padrão, a variância é calculada simplesmente elevando-o ao quadrado
(sem necessariamente aplicar dados à fórmula).

Normalmente, na área financeira, tanto o desvio padrão quanto a variância são medidas
utilizadas para calcular possíveis riscos de retorno dos ativos. O risco, notamos, está direta-
mente associado ao comportamento dos cálculos oferecidos por elas.

Cálculo de Correlação e Covariância


Covariância
É uma medida que avalia a maneira pela qual as variáveis “x” e ”y” se interrelacionam line-
armente. Isto é, analisa como se dá a variação de “y” dada uma variação em “x”.

Covariância positiva: as duas variáveis tendem a moverem-se na mesma direção. Se uma


aumenta ou diminui, a outra apresentará o mesmo comportamento.

Covariância negativa: as duas variáveis tendem a moverem-se em direções opostas. Se


uma aumenta ou diminui, a outra apresentará o comportamento contrário.

Quanto mais próximo de zero for o valor da covariância, menor a possibilidade de identifi-
cação do comportamento de interdependência entre as variáveis.

A covariância entre duas variáveis pode ser obtida por meio de dados da variância.

Fórmula:

Var(x) = Variância do ativo “x”

Var(y) = Variância do ativo “y”

Var(x+y) = Soma das Variâncias dos Ativos “x” e “y”

93
a = constante

b = constante

Correlação
É uma medida que indica o quanto dois ativos diferentes se relacionam. De certa forma, a
correlação é explicada pela covariância. Uma de suas principais aplicações é voltada para o
entendimento do que acontece com um determinado ativo quando um outro ativo a ele
relacionado se “move” numa direção qualquer.

A correlação varia de -1 até 1.

Se a correlação entre dois ativos for igual a 1: os ativos são perfeitamente correlacionados.
Isto é, eles se movimentam na mesma direção e com proporções iguais.

Se a correlação entre dois ativos for igual a -1: os ativos são inversamente correlacionados.
Isto é, eles se movimentam em direções opostas e com proporções iguais.

Se a correlação entre dois ativos for igual a 0: os ativos não possuem relação entre si.

Fórmula:

Diversificação Correlativa
É um indicador que aponta o quanto uma carteira de investimentos é diversificada.

⯀ Quanto mais próximo de 1 for a correlação da carteira, menor será a eficiência da


diversificação.
⯀ Quanto mais próximo de -1 for a correlação da carteira, maior será a eficiência de sua
diversificação.

TÍTULOS PÚBLICOS: CARACTERÍSTICAS, MERCADO


PRIMÁRIO (LEILÕES) E MERCADO SECUNDÁRIO
94
Títulos Públicos
É uma das formas que o governo utiliza para captar recursos e financiar assim as suas
atividades — saúde, segurança, infraestrutura e outras. Esses títulos representam a dívida
mobiliária da união e são resgatados com valor (fixo ou atualizado por índices de mercado)
e data pré-determinados.

Os principais títulos públicos brasileiros são:

⯀ Notas do Tesouro Nacional (NTN): são títulos pós-fixados surgidos em 1991 pela lei nº
8.177.

◇ NTN-B: atualizadas pelo valor do IPCA e com pagamento semestral dos juros.
◇ NTN-B Principal: pagamento de todos os rendimentos no vencimento do título
(juros + inflação). Sendo assim, não paga juros semestrais.
◇ NTN-F: título pré-fixado com pagamento semestral dos juros.

⯀ Letras Financeiras de Tesouro (LFT): títulos de médio e longo prazos pós-fixados e


com rentabilidade associada à Selic.
⯀ Letras do Tesouro Nacional (LTN): títulos com rentabilidade pré-fixada e definida no
momento da compra.

Mercado Primário e Mercado Secundário


Mercado primário é onde ocorre a negociação direta entre o emitente e o adquirente dos
títulos. As colocações primárias dos títulos públicos costumam acontecer por meio de
leilões periódicos, os quais são coordenados pelo Banco Central, que estabelece, por sua
vez, as características da oferta, quantidade de títulos colocados em circulação, etc.

Mercado secundário é onde ocorre a transferência ou renegociação indireta dos títulos


adquiridos no mercado primário. Aqui não existe negociação direta entre o órgão público
emitente e a organização adquirente.

TESOURO DIRETO
É um programa que foi criado pelo Tesouro Nacional para permitir o investimento em títulos
públicos. Na prática, é um empréstimo de dinheiro para o governo tendo a rentabilidade
como contrapartida. Esse tipo de investimento é geralmente a porta de entrada para muitos

95
agentes no mercado financeiro pois o capital demandado e os riscos são baixos.

Os principais tipos de tesouro direto brasileiro são:

⯀ Tesouro Selic: possui liquidez diária e rendimento associado à taxa Selic. Muitas vezes
utilizado como reserva de emergência.
⯀ Tesouro do Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA): é um intermediário
entre os modelos pré-fixado e pós-fixado. Sua rentabilidade varia de acordo com o
IPCA. Além disso, é acompanhado de um rendimento fixo. Portanto, ao investir nessa
modalidade, haverá ganhos fixos e ganhos relacionados à inflação do período.
⯀ Tesouro pré-fixado: investimento com rentabilidade anual fixada no momento da
compra.

TÍTULOS PRIVADOS: CARACTERÍSTICAS


E CÁLCULO DA RENTABILIDADE
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Trata-se de um investimento de renda fixa e está entre os mais seguros do mercado. Sua
emissão é feita por instituições bancárias e funciona para a captação de recursos para
operações de crédito em geral. O CDB tem rendimento variável e depende do banco
emissor. Cada instituição tem sua própria política de valores para captação e empréstimo
de dinheiro.

O investidor que aplica no CDB recebe uma taxa de juros fixa. Ao final do prazo de venci-
mento do título, o valor recebido corresponde ao investimento mais a rentabilidade dos
juros previamente estabelecidos. Vale lembrar que existem diferentes prazos de venci-
mentos para os CDBs. Alguns possuem liquidez diária, por exemplo.

Letra de Câmbio (LC)


É uma ordem de pagamento à vista ou a prazo de um emissor de títulos dirigida para
um pagador, com o objetivo de que este destine o pagamento a um terceiro elemento,
denominado genericamente por tomador.

As letras de câmbio estão geralmente associadas a títulos normativos com prazo de venci-
mento determinado, emitidos pelos financiados dos contratos de crédito e sendo aceitos
pelas instituições financeiras participantes da operação. Posteriormente, são vendidos a

96
investidores e funcionam como um dos principais métodos de levantamento de capital
para financiamentos de bens duráveis realizados pelas instituições financeiras (crédito
direto ao consumidor).

Letras Hipotecárias (LH)


É um título de crédito emitido por instituições financeiras que concedem financiamentos
imobiliários com recursos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

Suas principais características são que não possuem Imposto de Renda para investidor do
tipo pessoa física e o prazo mínimo de retirada é de no mínimo 180 dias. Não é permitida a
emissão de LHs com prazo de vencimento superior aos créditos hipotecários que servem
de garantia.

Rentabilidade dos Títulos Privados


Todos os títulos privados que estudamos até aqui têm três formas de cálculo de rentabilidade:

Pré-fixada: o investidor tem a chance de saber, já no momento da compra, qual será o


rendimento do investimento. Isto significa que a rentabilidade independerá da taxa Selic
ou da inflação.

Pós-fixada: é o tipo mais comum de Certificados de Depósito Bancário. Trata-se de uma


aplicação que tem a taxa de remuneração atrelada ao valor do Certificado de Depósito
Interbancário (CDI).

Híbrida: é uma mistura entre as formas pré-fixada e pós-fixada. Sua rentabilidade é, portanto,
a soma de um fator prefixado e de um fator financeiro (geralmente o índice de inflação).

CARREGAMENTO DIÁRIO
O investidor que adquire títulos de renda fixa considera sempre a rentabilidade pré-defi-
nida no momento da compra. Em títulos dessa modalidade, há também uma data final
de investimento mesmo para aqueles que garantem liquidez diária. Nesta data, o acordo é
encerrado e o dinheiro do investidor é devolvido de acordo com o rendimento combinado.

É válido notarmos que o preço de mercado de cada título varia diariamente, o que faz
com que o valor investido também seja atualizado. No caso de resgates antecipados do
dinheiro, o rendimento estará sujeito a ter rentabilidade menor do que aquela do prazo

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de vencimento. Isso ocorre devido à diferença, na hora da venda antecipada, dos preços
de aquisição e de mercado.

Obedecendo a lei da oferta e da procura, a taxa de juros e os valores de títulos de renda


fixa podem variar diariamente.

MARCAÇÃO A MERCADO: METODOLOGIA


E CURVA DO PAPEL
Marcação a Mercado
A marcação a mercado acontece quando o valor do título é contabilizado pela cotação
atual em mercado. Assim, o preço a mercado é também o preço atual do título (valor
de mercado do dia). Esta marcação é interessante nos casos em que o título pode ficar
permanentemente disponível para negociação. Graficamente, a curva de marcação a
mercado corresponde a uma linha ascendente ou descendente que oscila crescente ou
decrescentemente.

Curva do Papel
É adequada aos títulos que permanecem na carteira até o vencimento. O papel é conta-
bilizado pela taxa de juros de aquisição. Graficamente, a curva do papel é algo como uma
linha reta que acompanha o sentido da curva de marcação a mercado.

Precificação de Títulos
A precificação de títulos de renda fixa nada mais é que uma forma de se encontrar o valor
presente de todos os fluxos de caixa futuros esperados e somá-los conjuntamente para se
obter o valor presente do título.

Os seguintes fatores devem ser levados em conta para que possamos precificar os títulos:

⯀ Determinar o fluxo de caixa de cada um dos títulos;


⯀ Estabelecer a taxa de desconto apropriada, baseando-se na incerteza do recebimento
do fluxo de caixa estimado;
⯀ Somar o valor presente dos fluxos de caixa estimados multiplicando o fluxo de caixa
de um título pelos valores de descontos estabelecidos.

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Fórmula:

VP = Valor Presente

C(n) = Fluxo de Caixa (período n)

K = Taxa de Descontos

P = Principal

n = Períodos

Exemplo:

Um título de renda fixa público prefixado com cupons semestrais de 30,00, um valor de
face de R$1.000,00, rendimento anual de 10% e prazo de 5 anos, deve custar…?

Resolução:
Transformar a taxa de ano para semestre:

Outra dica importante é que o desenho do fluxo de caixa seja feito. Não tenha medo de
fazê-lo. Marque em cada divisão semestral os cupons de 30 reais.

Observemos que as unidades de tempo devem ser iguais. A taxa de juros foi convertida
para semestral. Assim, o período também deve seguir a mesma orientação. O resultado
da transformação nos dará um período de 10 semestres (correspondentes a 5 anos).

Resolução com HP-12C:

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O título deve custar aproximadamente R$854,00.

ESTRUTURA A TERMO
Estrutura a Termo de Taxas de Juros
É uma curva que relaciona as taxas de juros com os mesmos riscos de crédito para diferentes
prazos. Existem taxas de juros diferentes para os mais diversos níveis de risco de crédito e
também para os mais variados indexadores.

Exemplificando: Há Estruturas a Termo de Taxas de Juros (ETTJs) da taxa pré-fixadas para


diferentes riscos de crédito: cupom cambial, cupom de IPCA, cupom de IGPM e outros.
Essas curvas gráficas servem para descobrir e analisar os preços de ativos que porventura
não estejam sendo negociados no mercado, determinando assim qual deveria ser os seus
respectivos preços de negociação.

Noções de “Duration”
“Duration” é a medida da taxa de risco gerada pela taxa de juros. Assim, é possível medir
as influências que a taxa de juros, devido aos impactos de flutuações, causa nos preços e
índices do mercado financeiro.

É uma medida de sensibilidade de um determinado título em relação à taxa de juros através


da razão entre variação de preço e variação de juros.

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Representa a vida média de uma carteira.

É essencial para a imunização de carteiras contra a flutuação de mercado.

Taxa Forward
Existe também a Taxa Forward que é um tipo de taxa que será aplicada em um contrato
financeiro começando em data futura. É o mesmo conceito aplicado pela taxa a termo,
caracterizando uma operação futura, é uma taxa muito utilizada para contratos em datas
futuras, acontece bastante em negociações de commodities, moedas ou mesmo no mer-
cado de opções e derivativos.

Um exemplo seria firmar um contrato começando no dia 15 (D+15) com vencimento para
mais trinta dias. Ou seja, o resgate ocorreria em 45 dias a partir de hoje (D+45).

Fórmula Macaulay “Duration”:


Média ponderada dos fluxos de caixa em relação ao Valor Presente (VP), para carteiras de
médio prazo.

Fórmula “Modified Duration”:


Usada para avaliar a sensibilidade da carteira.

Lembre-se de que a variação de uma unidade é o seu valor final menos o seu valor inicial.

Exemplo de Macaulay “Duration”:


Calcular a Macauley duration de um título com vencimento em 3 anos, que paga cupons
anuais de 10%, no vencimento um principal de R$1.000,00, e sua YTM é 8,97%..

Resolução:

VP = 100 + 100 + 100 = 1.026, 09

(1,0897) 1 (1,0897) 2 (1,0897) 3

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Macaulay duration = ( 100 x1+ 100 x 2 + ( 1.100 x 3)

(1,0897) 1 (1,0897) 2 (1,0897) 3

1.026,09

YTM = “Yield to Maturity” (taxa interna de retorno).

Pelos cálculos, a Macaulay “Duration” será equivalente a 2,74 anos (prazo médio de recebi-
mento de todos os fluxos de caixa).

Lembremos sempre que a Macaulay “Duration” estará sempre vinculada ao prazo médio
da carteira.

Exemplo de “Modified Duration”:


Ela reflete o percentual de mudança no preço do título pela alteração da taxa de juros.

Modified duration = macaulay duration

(1 + YMT)

Um título tem uma Duration de 8,4. Se a taxa de juros cair de 9,3% para 8,9%, qual será o
percentual no preço?

Resolução:
Modified duration = (-) (∆P)

(∆ i)

8,4 = - ∆P

(8,9 - 9,3)

8,2 = - ∆P

-0,4

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∆P = 3,36 % o preço da carteira subiu em 3,36%

Observemos que a taxa de juros e o preço do ativo têm comportamentos opostos.

TRIBUTAÇÃO
Antes de adentrarmos ao estudo da tributação em si, é necessário sabermos quais os inves-
timentos são tributáveis.

⯀ Títulos públicos: LFT, LTN, NTN-F e NTN-B;


⯀ Títulos privados: CDB, RDB, LC, CP, NP, CCB, debêntures e outros;
⯀ Operações “swap”;
⯀ Caderneta de poupança;
⯀ Títulos de agronegócio e títulos imobiliários;
⯀ Mercado a termo: venda coberta (financiamento);
⯀ Empréstimo de ações;
⯀ Certificado de Operações Estruturadas (COE).

Tabela regressiva do IOF que incide antes do IR e ele só é cobrado caso você peça o resgate
antes de 30 dias da aplicação.

A tabela abaixo relaciona o tempo de permanência de investimento de um ativo com o


desconto a ser feito no montante quando houver a liquidação:

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Pessoas físicas são isentas de tributação sobre os rendimentos da poupança, de títulos imo-
biliários, de títulos do agronegócio e de debêntures de infraestrutura.

Fatores Geradores de Tributação


São os eventos que ocorrem e provocam a incidência de tributos: imposto, descontos etc.
O responsável pelo recolhimento é a pessoa jurídica que paga o rendimento.

Ato de resgatar, vender, repactuar ou ceder qualquer título com rendimento;

Vencimento de operações conjugadas com rendimento pré-fixado;

Exemplo:
Eis um caso de diferença positiva de rendimento: valor de renda e de aplicação líquidos do IOF.

Um investidor aplicou R$101.500,00 em um título por 21 dias e resgatou R$103.500,00

Resolução:
IOF = 2000,00 x 40% = 800,00

IRRF = (2000,00 - 800) x 22,50% = 270,00

Valor líquido do resgate= 101.500,00 + 2000,00 - 800,00 - 270,00

R$ 102.430,00

Os cálculos exigem a observação da tabela regressiva apresentada anteriormente. O valor


líquido de resgate corresponde aos R$101.500,00 investidos inicialmente mais R$2.000 de ren-
dimento, menos R$800 de IOF e menos R$270 de IRRF. Assim, o valor final é de R$102.430,00

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Módulo 4
MERCADO DE DERIVATIVOS
O objetivo deste capítulo é explicar o funcionamento do mercado de
derivativos.
ASPECTOS GERAIS SOBRE A NEGOCIAÇÃO
NO MERCADO DE DERIVATIVOS
Derivativo é um instrumento financeiro cujo preço origina-se de um ativo ou de algum
instrumento financeiro de referência (ativo-objeto). Faz parte de um mercado chamado
de mercado de liquidação futura.

Os derivativos podem ser divididos em:

⯀ Futuro e Termo: surgidos na idade média, com o objetivo de atender as necessidades


de fixação de preços entre negociações agrícolas;
⯀ Swap: acordo entre duas partes para trocar fluxos de caixa no futuro e que define as
datas e a maneira pela qual a troca ocorrerá;
⯀ Opção: assemelha-se aos seguros que conhecemos hoje em dia, mas tem origem
bem antiga. O comprador paga um prêmio para ter direito futuro ante um determi-
nado cenário.

Os itens do mercado de derivativos são costumeiramente negociados na Bolsa e no


Mercado de Balcão.

Função Econômica e Conceituação


do Mercado Derivativo
O derivativo é um instrumento financeiro cujo preço depende ou é associado a um ou
mais ativos. Estes últimos são chamados ativos-objeto (podem ser preços, índices, taxas
e outros).

O derivativo é um contrato que contém as seguintes características:

⯀ Seu preço tem variação conforme os preços ou taxas do ativo-objeto;


⯀ Geralmente não há investimento inicial. Quando existe um pagamento para adesão
de contrato, este valor é bem menor do que o investimento que seria necessário para
adquirir o ativo-objeto;
⯀ Sua liquidação se dá em datas futuras.

CONTRATOS A TERMO
Trata-se de um contrato particular de compra e venda de um ativo em uma data futura e

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com um preço previamente estabelecido. As partes negociantes (instituições financeiras
e/ou clientes) acordam entre si, os valores e as características do ativo e de seu vencimento.

As principais características dos contratos a termo são:

⯀ O preço é estabelecido acrescentando-se a expectativa de juros ao preço à vista;


⯀ A negociação ocorre no mercado de balcão. Portanto, sem ajuste diário, mas com
risco de crédito da contraparte;
⯀ A reversão total só ocorre quando se dá a liquidação antecipada do contrato;
⯀ Requerem depósito de garantia na Câmara de Ações:
⯀ Cobertura: depósito efetuado pelo vendedor correspondente à totalidade do ativo-
-objeto contratado;
⯀ Margem: percentual do valor do contrato.

Fórmula:
Precificação:

Soma-se o preço à vista do ativo-objeto a uma taxa de juros de mercado para o prazo do
contrato:

VT = Valor do Contrato a Termo

V spot = Valor à Vista do Ativo-Objeto

t = Tempo de Contrato

R = Taxa de Mercado para o Prazo de Contrato

CONTRATOS A FUTURO
É um acordo entre comprador e vendedor para a entrega e recebimento de uma determi-
nada quantidade de ativos a um preço estabelecido mutuamente e com liquidação prevista
em data futura. A negociação do ativo-objeto aqui é feita sem movimentação financeira.

As principais características dos contratos a futuro são:

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⯀ Contratos negociados e padronizados em Bolsa;
⯀ Contratos com encerramento programado:
⯀ Liquidação financeira: pagamento ou recebimento da diferença de preços do ativo;
⯀ Liquidação física: entrega efetiva do ativo.

Fórmula:

O preço futuro (F) = preço à vista (S – spot) acrescido da taxa de juros livre de risco.

Considera-se que a taxa de juros livre de risco (i) é constante e igual para todos os venci-
mentos em (t).

Observemos que esta fórmula apresentada é semelhante à fórmula de valor futuro.

Os contratos a futuro são negociados nos seguintes termos:

Local: “Clearinghouse” ou Câmara de Compensação, sendo que todo vendedor vende apenas
para a “Clearinghouse” ao passo que todo comprador compra apenas da “Clearinghouse”;

Margem de garantia: os investidores devem depositar a margem de garantia para cobri-


rem suas obrigações;

Ajustes diários: marcação de mercado e redução do risco de crédito.

Os principais contratos a futuro negociados na B3 são:

⯀ DOL: contratos futuros em dólar e que tem como ativo subjacente a taxa de câmbio
de real para dólar norte-americano;
⯀ DI1: contrato que tem como ativo subjacente a taxa de juros negociada no mercado
interbancário (CDI) com prazo de um dia.

CONTRATO DE OPÇÕES
São contratos bilaterais que oferecem ao comprador (titular) o direito não-coercitivo de
negociar um ativo-objeto por um preço previamente estabelecido até que se chegue à
certa data no futuro. Assim, o titular de uma opção tem sempre o direito, e o lançador
tem sempre as obrigações. Vale ressaltar que o mercado de opções negocia os direitos
de compra ou venda, mas não os ativos diretamente.

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Os principais tipos de contratos de opções são:

⯀ Opção de compra (“call”): o titular tem o direito de comprar um ativo por um valor
específico desde que a operação seja feita dentro de um período pré-estabelecido;
⯀ Opção de venda (“put”): o titular tem o direito de vender um ativo por um valor
específico desde que a operação seja feita dentro de um período pré-estabelecido.
⯀ Compra de opção de compra (“long call”): aquisição de opções de compra de um
determinado ativo a fim de que ele se valorize.
⯀ Venda de opção de compra (“short call”): opções que oferecem certo lucro ao
investidor que acredita na estabilidade do mercado.
⯀ Opção coberta: lançador deposita a totalidade dos ativos-objetos em garantia;
⯀ Opção descoberta: o lançador não efetua o depósito da totalidade dos ativos-objetos,
e deve atender às normas da margem exigida pela Câmara dos Ativos.
⯀ Compra de opção de venda (“long put”): quando o investidor adquire opções de
venda com o intuito de se beneficiar com a queda do preço à vista do ativo-objeto e
com a valorização do prêmio;
⯀ Venda de opção de venda (“short put”): serve para investidores que, acreditando
em uma alta do mercado, procuram receber rendas adicionais.

PRECIFICAÇÃO
O valor pode ser dividido em duas partes:

⯀ Intrínseco: (preço do ativo – preço de exercício);


⯀ Temporal: (valor real – valor intrínseco).

Eis abaixo os fatores que mais afetam o preço das opções:

⯀ O preço corrente do ativo-objeto (S)


⯀ O preço do exercício (x)
⯀ O tempo até o vencimento da opção (t = T- t)
⯀ A volatilidade do ativo-objeto (s)
⯀ A taxa de juros livre de risco (r)
⯀ Os dividendos esperados durante a vida da operação (D)

CONTRATOS DE “SWAPS”
Trata-se de uma operação na qual as partes trocam fluxos de caixa entre si por um valor

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previamente acordado e datado. Estes contratos estabelecem trocas de fluxo de caixa e
risco entre empresas e investidores. Os valores e datas iniciais são negociados livremente
entre as partes. Já a liquidação deve ser feita somente no vencimento com ajuste periódico.

Os contratos de “swaps” são oferecidos pela B3, com ou sem garantias.

⯀ Nos contratos com garantia é necessário que seja feito o depósito do valor corres-
pondente na própria bolsa;
⯀ Nos contratos sem garantia as negociações são feitas no mercado organizado e
administradas pela B3.

Os principais tipos de trocas “swap” são:

⯀ De taxa de juros;
⯀ De moedas;
⯀ De índices;
⯀ De commodities.

As principais características dos contratos de “swaps” são:

⯀ Possibilidade de serem considerados como carteira de contratos a termo;


⯀ Completam outros instrumentos de gestão de risco, como contratos a futuro e opções;
⯀ Podem trocar dois fluxos de caixa em várias datas futuras;
⯀ Precificação

No início as taxas são definidas por equilíbrio financeiro. Já no vencimento, calcula-se a


variação dos indexadores (ativos e passivos) e a liquidação se dá pela diferença entre os
fluxos envolvidos.

Fórmula:

DERIVATIVOS DE DERIVATIVOS
Conceitos e Definições Fundamentais
“Hedge”: proteção de posições já existentes, com o objetivo de zerar os riscos de mercado;

Posicionamento: colocação de posições com base em uma tendência, com o objetivo de

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comprar e vender constantemente;

Arbitragem: tem por finalidade a negociação múltipla em vários mercados evitando os


riscos;

“Trading”: operações de benefícios com os movimentos a curto prazo de mercado, com


o objeto de obter pequenos e frequentes ganhos diários;

Operações financeiras: operações mais eficientes, com o objetivo de correr menos riscos
de crédito e ter maior liquidez.

OS PARTICIPANTES DO MERCADO
“Hedgers”
O objetivo do “hedger” é proteger-se da oscilação dos preços, garantir o preço de compra
ou de venda de determinada mercadoria em data futura, eliminando o risco de variações
adversas de preço.

Especuladores
O objetivo dos especuladores é a obtenção de lucro em contratos futuros com o ganho
do diferencial entre os preços — seja na compra, seja na venda. Diferem-se dos “hedgers”
porque não têm nenhum tipo de negociação no mercado físico. Os especuladores também
não têm nenhum tipo de interesse ou relação com o ativo-objeto. Sua presença é funda-
mental no mercado futuro pois é o único agente que assume os riscos do mercado, viabi-
lizando a contrapartida das operações de “hedge” e proporcionando liquidez ao mercado.

Arbitradores
O objetivo dos arbitradores é o lucro. Buscam distorções dos preços de mercado e disso
tiram proveito financeiro. A estratégia do arbitrador é comprar no mercado em que o preço
está menor e vender no mercado em que o preço encontra-se maior, lucrando assim com o
diferencial. O arbitrador não assume praticamente nenhum risco porque sabe exatamente
por quanto irá comprar e também por quanto irá vender.

Captadores e Aplicadores de Recursos


Estes agentes são os responsáveis pelas operações de tesouraria (captação e aplicação

111
de recursos). Portanto, sendo os operadores de tesouraria, têm a função de administrar o
fluxo de caixa das instituições, buscando captar recursos a taxas baixas e aplicá-los poste-
riormente a taxas altas, além de também compatibilizar os prazos de captação e aplicação.

“Market Makers”
São instituições especializadas em determinadas ações ou ativos, com a finalidade prin-
cipal de proporcionar liquidez aos mercados. Essas instituições se comprometem a fazer
propostas de compra e venda aos demais participantes do mercado.

Se uma corretora faz o papel de “market maker” de determinada ação, qualquer membro
que tenha dificuldades de negociação pode recorrer a ela imediatamente. A corretora
então torna-se obrigada a abrir um “spread” (revelar o preço de compra e de venda da
referida ação).

Manipuladores
Os manipuladores alteram artificialmente o preço de um ativo com o objetivo de obter
lucro com a variação de preço. É importante considerar que essa ação só tem efeitos sig-
nificativos quando os agentes manipuladores possuem relevância de mercado. Entre os
métodos menos ortodoxos de manipulação encontram-se a divulgação de notícias falsas
e a contratação de analistas que emitem propositalmente pareceres e opiniões falsas a
respeito de um ativo-objetivo ou de um conjunto de ativos-objetivo.

112
Módulo 5
conceitos econômicos
O objetivo deste capítulo é fazer uma revisão sobre os principais con-
ceitos econômicos.
BASE MONETÁRIA, MEIOS DE PAGAMENTOS,
METAS DE INFLAÇÃO E COMPOM
Base Monetária
Refere-se ao volume de dinheiro em moeda (em papel ou metal) criado pelo Banco Central
e também às reservas bancárias em poder das entidades financeiras e às depositadas
no Banco Central. Apoiando-se sobre a base monetária, o sistema bancário, por meio de
concessão de crédito, produz moeda escritural — aumentando assim a oferta da moeda.

Meios de Pagamento
Dizer oferta de moeda é o mesmo que dizer meios de pagamento (estoque de moeda
disponível a qualquer momento para uso coletivo). Os chamados agregados monetários
são as medidas quantitativas da oferta de moeda. Cada país os classifica de uma forma,
mas geralmente o critério é por ordem de liquidez.

No Brasil, consideramos cinco tipos de agregados monetários:

⯀ M0 (base monetária restrita): moeda emitida (em papel ou metal) + reservas bancárias
(moeda em poder das entidades financeiras e depósitos no Banco Central);
⯀ M1: moeda em poder do público + depósitos à vista em bancos comerciais. Corresponde
ao total de moeda com liquidez imediata e que não rende juros;
⯀ M2: M1 + depósitos a prazo (depósitos para investimentos, depósitos de poupança,
fundos de aplicação financeira e de renda fixa a curto prazo) + títulos governamentais
em poder público;
⯀ M3: M2 + depósitos de poupança;
⯀ M4: M3 + títulos privados (depósitos em letras de câmbio).

Observe que cada um dos agregados posteriores, contanto a partir do M1, corresponde à
soma de todos os agregados anteriores. Assim, M4 = M3 + M2 + M1 + M0.

Metas de Inflação
Metas de inflação nada mais são que um tipo de política econômica, cujo principais obje-
tivos são a manutenção da inflação em níveis aceitáveis ou redução da inflação a níveis
baixos. Para isso, os países emitem anúncios prévios de metas para a inflação esperada
para determinado prazo, e se comprometem por meio de suas instituições financeiras

114
(geralmente o Banco Central) a cumprir o que fora estabelecido.

Eis os principais instrumentos utilizados pelo Banco Central do Brasil para alcançar as
metas de inflação:

⯀ Taxa de juros;
⯀ Crescimento da base monetária;
⯀ Taxas de câmbio.

No Brasil, a meta de inflação é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e é de


responsabilidade do Banco Central a tomada de decisões e a implantação de medidas que
façam a meta ser cumprida. O índice de preços utilizado nos cálculos é o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). A nossa meta refere-se à inflação acumulada no ano.

Em linhas gerais, as metas de inflação servem para a coordenação de expectativas dos


agentes econômicos e também para a transparência na condução da política monetária
nacional.

COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA (COPOM)


Responsabiliza-se por definir a taxa de juros SELIC e a sua meta. Além disso, tem por
objetivo delinear e acompanhar a política monetária do país estabelecendo diretrizes a
respeito das taxas de juros.

Atualmente é composto pela diretoria colegiada do Banco Central (BACEN). O presidente


do BACEN tem a responsabilidade de tomar as decisões.

O COPOM funciona seguindo algumas normas:

⯀ Calendário com 8 encontros ao ano;


⯀ Duas reuniões por trimestre, geralmente às terças e quartas-feiras. O primeiro encontro
é destinado para a apresentação de dados e discussões, enquanto que no segundo
ocorre a votação e definição da taxa de juros;
⯀ Divulgação da ata de reunião;
⯀ Caso a inflação medida pelo IPCA ultrapasse a meta estabelecida, caberá ao presidente
do BACEN a explicação dos motivos do descumprimento do acordo inflacionário.

BALANÇO DE PAGAMENTOS E REGIMES CAMBIAIS


115
Balanço de Pagamentos
Trata-se de uma ferramenta da contabilidade nacional, relacionada à descrição das rela-
ções comerciais de um país com o restante do mundo. É o “lugar” onde são registradas
as transações econômicas realizadas pelo país, permitindo assim a avaliação da situação
econômica local comparada com a situação econômica mundial.

As contas que compõem o balanço de pagamento são as seguintes:

⯀ Conta corrente: abrange a balança comercial, conta de serviços e rendas e também


transferências unilaterais;
⯀ Conta de capitais;
⯀ Conta financeira.

Conta Corrente
A conta corrente é composta por quatro outras contas:

⯀ Balança comercial: comércio de bens importados ou exportados;


⯀ Superávit comercial: mais exportações que importações.
⯀ Déficit comercial: mais importações que exportações.
⯀ Contas de serviços e contas de rendas: comércio de bens, fretes e seguros, receitas
e despesas com viagens internacionais, aluguel de equipamentos, serviços governa-
mentais, juros e dividendos;
⯀ Transferências unilaterais: saldo líquido nas remessas de recursos entre residentes
no Brasil e estrangeiros.

Conta de Capitais
Configura o saldo líquido entre compras de ativos estrangeiros por residentes no Brasil e
também a venda de ativos nacionais a estrangeiros.

Conta Financeira
Configura o somatório dos valores líquidos dos investimentos diretos, dos investimentos
em carteira, dos derivativos e de outros instrumentos.

De maneira geral, temos:

⯀ Balança comercial: importação + exportação;

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⯀ Conta corrente: Balanças comercial, de serviços e rendas + transferências unilaterais;
⯀ Balanço de pagamentos: contas corrente, de capitais e financeira.

REGIMES CAMBIAIS
O câmbio é uma operação financeira identificada pela troca de moeda de um país pela
moeda de outro. É um componente do sistema monetário internacional responsável pela
facilidade de transações entre países.

Os principais tipos de regimes cambiais são:

Câmbio fixo: o valor da moeda estrangeira é fixado pelo governo nacional. Consequentemente,
a moeda nativa passa a ter um valor fixo em relação a essa moeda-base exterior. A van-
tagem desse modelo é a facilidade no controle da inflação, ao passo que a desvantagem
é que pode ocorrer valorização excessiva da moeda nacional, acarretando a redução das
exportações e aumento das importações.

Câmbio flutuante: o mercado estabelece os valores das taxas de câmbio influenciado


pela lei da oferta e da procura. Podem ocorrer grandes variações de taxas de câmbio em
curtos intervalos de tempo. A vantagem desse modelo é que o próprio mercado estabe-
lece as taxas de câmbio, evitando-se assim distorções cambiais na economia, ao passo
que a desvantagem é que a desvalorização das moedas estrangeiras pode acarretar em
inflações enquanto que a valorização das moedas estrangeiras pode provocar queda das
exportações.

Banda cambial: a autoridade monetária do país libera a variação das taxas de câmbio desde
que ela ocorra dentro de limites pré-estabelecidos, os quais são chamados de “bandas”.
A vantagem desse modelo é que ocorre a viabilização cambial sem que haja valorizações
ou desvalorizações abruptas, garantido assim maior previsibilidade ao mercado financeiro.

117
Já a desvantagem do modelo de bandas é que em muitos dos casos as determinações
governamentais podem criar artificialismo cambial, prejudicando assim o agente econô-
mico nacional.

SUPERÁVIT PRIMÁRIO E SUPERÁVIT NOMINAL


O superávit existe quando o valor arrecadado de um recurso é maior do que o projetado.
Em economia, um superávit ocorre quando o ganho for maior do que o gasto, mostrando
assim um resultado positivo. Já em contas públicas, ele acontece quando o governo arre-
cada mais com tributos do que gasta com o seu funcionamento. Em suma, o superávit
primário ocorre quando as despesas com juros não são consideradas. Já o superávit nominal
as considera por completo em seus cálculos.

Superávit primário
O superávit é classificado como primário quando o governo alcança, durante certo período,
mais arrecadação do que gastos públicos. Este saldo não considera as despesas com os
juros da dívida pública. Quando ele acontece, isso significa que o governo obteve recursos
para pagar, com mais tranquilidade, os juros dos títulos que emitiu.

Superávit nominal
O superávit é classificado como nominal quando a arrecadação do governo é maior do
que todas as suas despesas, incluindo os juros da dívida pública. Quando ele acontece, isso
significa que o país conseguiu pagar os juros da dívida e ainda pôde reduzir uma parte da
dívida. Com o superávit nominal, o governo pode investir mais, optar por reduzir impostos
e emitir títulos com juros menores que os anteriores.

DÍVIDAS INTERNA E EXTERNA


Dívida Pública Federal
O governo faz previsões de receitas que entram por via tributária e define assim as des-
pesas que irá realizar em cada setor de acordo com a Lei Orçamentária Anual (LOA). Caso
receitas suficientes para suprir os gastos não sejam arrecadadas, haverá o que chamamos
de déficit orçamentário. Sendo assim, será necessário captar recursos de outros lugares
para financiar esse desbalanço — dando origem à dívida pública.

118
A captação de recursos ocorre por meio de emissões de títulos públicos ou pela assinatura
de contratos. Os títulos públicos federais são mecanismos financeiros de renda fixa emi-
tidos pelo governo federal. Já os contratos ocorrem relacionados a organizações como o
Banco Mundial ou o Banco Interamericano de Desenvolvimento, por exemplo.

Por fim, chama-se de dívida pública interna aquela que foi feita com a moeda corrente do
país, enquanto que dívida pública externa é a que envolve transações em moeda estrangeira.

Ao longo de 2020, governos e bancos centrais, emprestaram e subsidiaram dinheiro em


economias para tentar minimizar o impacto econômico da covid-19, e isso teve como
consequência, na maior parte dos casos, o aumento das dívidas, a relação dívida bruta
pública em relação ao produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos estava em 100,79%,
ultrapassando a casa dos 100%, o que não ocorria desde a 2.ª Guerra Mundial, esse aumento
é resultado direto dos pacotes da ajuda aprovados como uma tentativa de minimizar o
impacto da pandemia. Além dos EUA, a relação entre dívida bruta e PIB exibida pelo Japão
(269,62%), Grécia (233,28%), Reino Unido (108,08%), França (116,35%), Itália (162,30%) e Canadá
(109,72%), ou seja, todos com endividamento maior que a produção doméstica. Entre os
países emergentes, os níveis são historicamente mais baixos por causa das condições
internas da economia dos países, mas o patamar de Argentina (73,91%) e México (72,88%),
por exemplo, também preocupa. No caso do Brasil, pela estimativa do governo federal, a
dívida em 2020 foi de 91% do PIB, no final do ano passado, estava em 74,3%.

Dívida Externa
É um dos componentes da economia que engloba os saldos de dívida que os setores
público e privado possuem com o exterior. No Brasil, a dívida externa diz respeito às dívidas
que o governo, as empresas nacionais ou os brasileiros em geral têm com outros países,
empresas ou estrangeiros.

A dívida externa pode surgir das seguintes maneiras:

⯀ Empréstimos angariados junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI);


⯀ Pagamento de dívida pública feito em moeda estrangeira;
⯀ Escassez de recursos, serviços e tecnologia no mercado interno que supram as neces-
sidades econômicas do país.

Dívida Interna
Ocorre com credores nacionais e em moeda própria. O Tesouro emite títulos públicos
em reais à população. Todo endividamento público propicia ao governo gastos além das

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arrecadações, possibilitando investimentos em diferentes áreas.

INDICADORES DE ATIVIDADE ECONÔMICA


Os indicadores mostram a variação dos preços, o grau de atividade e as contas fiscais e
externas de um país.

Produto Interno Bruto (PIB)


Abrange a mensuração de todas as riquezas produzidas dentro de um país. Corresponde
também ao valor em moeda dos bens e serviços finais produzidos, em determinado período
de tempo, dentro de um país. Uma observação importante é que o cálculo do PIB subtrai
os rendimentos exteriores recebidos, considerando apenas a riqueza interna.

Fórmula:
PIB = CF + GG + IE + EL

CF = Consumo das Famílias

GG = Gastos Líquidos do Governo

IE = Investimentos das Empresas

EL = Exportações Líquidas

INFLAÇÃO
A inflação também é um indicador de atividade econômica, e corresponde a um aumento
geral no nível de preços. As causas do processo inflacionário são diversificadas, indo desde
fatores microeconômicos até os macroeconômicos.

Existem muitos indicadores de inflação. Dentre os principais estão:

⯀ Índice Geral de Preços do Mercado da Fundação Getúlio Vargas (IGP-M/FGV):


serve para corrigir os contratos bancários. Corresponde à média ponderada dos
seguintes índices:
⯀ Índice de Preços no Atacado (IPA): contempla o preço dos produtos no mercado

120
atacadista, e representa 60% do IGP-M.
⯀ Índice de Preços ao Consumidor (IPC): analisa a inflação sofrida pelas famílias que
têm renda entre 1 e 33 salários mínimos, e representa 30% do IGP-M.
⯀ Índice Nacional de Construção Civil (INCC): considera os preços no setor de cons-
trução civil, e representa 10% do IGP-M.
⯀ Índice de Preços ao Consumidor Ampliado do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IPCA/IBGE): compõe-se de informações sobre as famílias que ganham
entre 1 e 40 salários mínimos. É o índice oficial do governo brasileiro e serve de parâ-
metro para o sistema de metas de inflação desde julho de 1999;
⯀ Índice Nacional de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (INPC/IBGE): é calculado mensalmente pelo instituto. Analisa as famílias
que ganham entre 1 e 5 salários mínimos. Foi o índice oficial de inflação no período
que foi de 1979 a 1986;
⯀ Taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Taxa SELIC): é composta da
média ponderada e ajustada das operações de financiamento diárias, distribuídas em
títulos públicos federais na forma de operações compromissadas. Corresponde à taxa
básica da economia, sendo usada para a definição das demais taxas do mercado —
tanto as relacionadas ao retorno de aplicações em renda fixa quanto as relacionadas
com os empréstimos.
⯀ Taxa dos Certificados de Depósitos Interfinanceiros (CDI): a taxa CDI é anualizada,
exponencial e a base utilizada é de 252 dias úteis. É divulgada diariamente, com apu-
ração feita pela B3.
⯀ Taxa de Longo Prazo: principal custo financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) desde o primeiro dia de 2018. É composta por taxas de juros reais pré-fixados
e pela inflação medida pelo IPCA. A TLP-pré é calculada mensalmente pelo Banco
Central, sendo baseada na média dos últimos 3 meses da taxa de juros real do título
público NTN-B de 5 anos.
⯀ PTAX: é uma média aritmética das taxas de compra (PTAX compra) e de venda (PTAX
venda) fornecidas pelos “dealers”. Geralmente os contratos de câmbio são liquidados
com base na PTAX divulgada para o dia útil imediatamente anterior. Observação: em
alguns casos, no cálculo da PTAX, são descontados os dois valores maiores e os dois
menores, a fim de que o cálculo seja menos discrepante.

CONTAS NACIONAIS
A principal tarefa do Sistema de Contas Nacionais (SCN) é conciliar os fluxos entre os agen-
tes que caracterizam a atividade econômica, relacionando-os em uma estrutura contábil
que representa completamente o funcionamento de toda a economia. Desta forma, o

121
SCN retrata os acontecimentos fundamentais da vida econômica de um país: produção,
consumo de bens e serviços e geração e distribuição de renda.

As contas nacionais englobam os seguintes indicadores:

⯀ Produto Interno Bruto (PIB);


⯀ Produto Interno Bruto per capto;
⯀ Renda Nacional Bruta.

O cálculo das contas nacionais utiliza as recomendações internacionais sobre a compilação


de dados econômicos, expressas no manual “System of National Accounts” (SNA).

CONCEITOS BÁSICOS DE MICROECONOMIA


E MACROECONOMIA
Microeconomia
Em microeconomia analisa-se o indivíduo, as empresas, outros agentes do microprocesso
econômico e suas ações econômicas. As principais teorias relacionadas à microeconomia
são:

Teoria do consumidor: procura entender o comportamento econômico das pessoas;

Teoria da empresa: procura entender as corporações no âmbito das relações de trabalho


e capital;

Teoria da produção: procura entender minuciosamente a evolução do processo produtivo.

Macroeconomia
O mercado macroeconômico é composto de cinco outros mercados menores:

⯀ Mercado de bens e serviços;


⯀ Mercado de trabalho;
⯀ Mercado monetário;
⯀ Mercado de títulos;
⯀ Mercado de divisas.

Os principais objetivos de estudo da macroeconomia são o crescimento da economia, o

122
pleno emprego, a estabilidade dos preços e também o controle inflacionário.

Demanda
Representa a procura e a quantidade de bens ou serviços que os consumidores desejam
adquirir em determinado período.

Oferta
Representa a quantidade disponível de determinados bens ou serviços. Enquanto a
demanda é o desejo, a oferta é aquilo que se tem a oferecer para realizar o desejo. Diz a
lei geral da oferta que a quantidade ofertada dos bens e serviços varia diretamente com
o preço. A expressão latina coeteres paribus significa que à medida que o preço varia, a
quantidade ofertada pelos produtores e vendedores também varia.

Curvas de Oferta e de Demanda


A lei da oferta e da demanda tem um formato que descreve como se formam os preços
e as quantidades de equilíbrio em determinados mercados. Nessas curvas podem haver
deslocamentos, visto que o mercado varia de acordo com a inflação, taxa de juros e tam-
bém com a taxa de desemprego.

Exemplificando: Uma empresa fabrica televisores e os vende a R$3000,00. De que adianta


o preço ser bom para a empresa se os consumidores, num cenário de crise, não terão
dinheiro para comprar os produtos? Por isso que mudanças acontecem no mercado real
e se refletem nos gráficos.

Equilíbrio
Situação de preço de mercado em que a quantidade procurada é igual à quantidade ofer-
tada. Neste caso, o preço do bem é exatamente igual ao seu preço de equilíbrio.

Alguns conceitos importantes em equilíbrio são:

⯀ Peso morto: causado quando os excedentes do produtor e do consumidor não são


maximizados. Nesse cenário pode haver subprodução (produção abaixo do ponto
ótimo) e superprodução (produção acima do ponto ótimo).
⯀ Preço de equilíbrio: quando o preço, em quantidades de demandas ofertadas, se
iguala;

123
⯀ Excesso de oferta: quando o preço está acima do equilíbrio, a quantidade que os
produtores oferecem é necessariamente superior à quantidade que os consumidores
necessitam;
⯀ Excesso de demanda: quando o preço está abaixo do equilíbrio, a quantidade “neces-
sitada” pelos consumidores é superior à quantidade oferta.

Concorrência Perfeita
A concorrência perfeita praticamente não existe no mercado real. Trata-se apenas de um
conceito teórico. As principais características do estado de concorrência perfeita são:

Mercado atomizado: disponibilidade infinita de produtores, vendedores e compradores,


de modo que agentes isolados não consigam alterar as condições de preço do mercado;

Produtos homogêneos: todas as empresas oferecem produtos semelhantes e em quan-


tidades iguais;

Mobilidade de empresas: não há barreiras para o ingresso de empresas no mercado;

Racionalidade: os empresários sempre maximizam os lucros e os consumidores sempre


maximizam a satisfação;

Transparência de mercado: produtores, vendedores e consumidores têm acesso a todas


as informações relevantes (preços, qualidade, custos, receitas e lucros).

Ainda em concorrência perfeita, não existem lucros exacerbados, apenas lucros normais
e padronizados.

Concorrência Monopolística
As principais características do estado de concorrência monopolística são:

⯀ Muitas empresas produzindo um bem ou serviço;


⯀ Cada empresa produz um produto diferenciado, mas com produtos substitutos
próximos;
⯀ Cada empresa tem um poder sobre os preços, dado que os produtos são diferencia-
dos entre si e que o consumidor tem opções preferenciais de escolha.

Ainda na concorrência monopolística, os lucros extraordinários a curto prazo atraem novos


concorrentes para o mercado, de modo que a oferta do produto aumente até que se che-
gue a um ponto em que os lucros se estabilizem.

124
Monopólio
As principais características do estado de monopólio são:

⯀ Uma única empresa produz o bem ou serviço demandado pelo mercado;


⯀ Não há produtos substitutos próximos;
⯀ Existem barreiras à entrada de empresas concorrentes.
⯀ Quanto às barreiras de acesso, elas podem ocorrem nos seguintes moldes:
⯀ Monopólio puro ou natural: surge devido à alta escala de produção exigida, bem como
aos grandes investimentos e custos envolvidos no processo produtivo;
⯀ Patentes;
⯀ Controle de matérias-primas essenciais;
⯀ Domínio estatal ou institucional protegido por legislação.

Oligopólio
O estado de oligopólio se dá em duas maneiras principais:

⯀ Oligopólio concentrado: pequeno número de empresas no setor;


⯀ Oligopólio competitivo: pequeno número de empresas que domina um setor repleto
de outras empresas do mesmo ramo.

Quanto à tipologia, os oligopólios podem ser relacionados a produtos homogêneos e


também a produtos diferenciados. No longo prazo, os lucros extraordinários permanecem
porque existem barreiras à entrada de novas empresas no mercado.

No oligopólio, as empresas podem atuar concorrendo entre si por meio da competição de


preços e promoções, ou formando cartéis (organização de produtores de um determinado
setor que determina a política mercadológica de preços e distribuição de atuação).

Elasticidade de Preço e de Renda


Elasticidade é a alteração percentual em um objeto analisado. É sinônimo de sensibilidade,
resposta ou reação de uma variável qualquer antes de mudanças de mercado e situações
imprevistas. As elasticidades são classificadas da seguinte forma:

⯀ Elasticidade-preço da demanda;
⯀ Elasticidade-renda da demanda;
⯀ Elasticidade-preço cruzada da demanda;
⯀ Elasticidade-preço da oferta.

125
Bens Substitutos
São aqueles que podem ser consumidos em lugar de um outro bem principal. No mundo
real é difícil encontrar bens substitutos perfeitos. Existem muitas diferenças de funciona-
lidades e também fatores subjetivos que afetam a “substitucionalidade” de um produto.

Bens Complementares
São aqueles que, quando utilizados em associação, satisfazem a necessidade do cliente.
Por exemplo: combustível e automóveis.

Um bem é considerado complementar perfeito quando pode ser consumido em conjunto


com o bem principal e satisfazer completamente a necessidade do consumidor.

Externalidades
São alterações de custos e benefícios para a sociedade derivadas da produção, da empresa
ou de alterações de custos e receitas, dívidas e outros fatores externos ao produtor.

As externalidades são classificadas como:

⯀ Externalidades positivas: favorecem o produtor do bem ou serviço;


⯀ Externalidades negativas: desfavorecem o produtor do bem ou serviço.

Índices de Preços
Índices de preços são indicadores econômicos ligados à inflação. Os principais deles estão
listados abaixo.

ÍNDICE GERAL DE PREÇOS DO MERCADO (IGP-M)


É calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e faz correções de alguns
títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e também de depósitos bancários pós-fixados.
Tradicionalmente é utilizado para reajustes de contratos de aluguel, indexação de tarifas
públicas etc. Como já dito anteriormente, o IGP-M é composto de outros 3 índices: 60%
pelo Índice de Preços por Atacado (IPA), 30% pelo Índice de Preços do Consumidor (IPC)
e 10% pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

⯀ IGP-M: mede a variação dos preços entre os dias 21 do mês imediatamente anterior

126
a análise até o dia 20 do mês de referência;
⯀ IGP-10: mede a variação dos preços entre os dias 11 do mês imediatamente anterior
a análise até o dia 10 do mês de referência;
⯀ IGP-DI: mede a variação dos preços entre os dias 01 do mês imediatamente anterior
a análise até o dia 30 do mês de referência.

ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO (IPCA)


É calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e considera o custo
de vida de famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Este índice é utilizado pelo
Banco Central (BACEN) para buscar a meta de inflação.

ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR (INPC)


Também calculado pelo IBGE, considera o custo de vida de famílias com renda entre 1 e
5 salários mínimos e é sensível a produtos consumidos nessa faixa de poder aquisitivo.

Para o setor empresarial, o cálculo de reajustes é feito com mais de um índice de preços
(cesta de índices). O INPC pode estar a 4,2%, o IPCA a 3,9% e o IGPM a 4,35%. Assim, os
dados podem ser obtidos por meio de médias ou outros cálculos mais complexos.

Índice de Preços ao Consumidor da


Fundação Getúlio Vargas (IPC/FGV)
Considera as despesas habituais de famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos nas
7 principais capitais do país.

Índice Nacional de Custos da Construção (INCC)

Calculado desde 1944 e publicado pela FGV, acompanha a evolução dos custos no setor
da construção civil: materiais, mão-de-obra, equipamentos e outros serviços.

Índice de Preços por Atacado (IPA)


Também calculado pela FGV, mede a variação dos preços no mercado atacadista, especial-
mente de produtos agropecuários e industriais em etapas anteriores à do consumidor final.

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Índice de Preços da Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas (FIPE)
A FIPE é um órgão de suporte institucional do departamento de economia. A tabela FIPE
indica o preço médio de alguns produtos, como carros e caminhões.

PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) PELAS ÓTICAS DA


OFERTA, DEMANDA E PRODUÇÃO INDUSTRIAL
O PIB nada mais é que a riqueza gerada dentro de um país e em determinado cenário
econômico. Ele pode ser calculado tanto pela ótica da oferta quanto pela da demanda.
Vale ressaltar que ambos os cálculos devem ter o mesmo valor final, isso é invariável.
Desde 1990, o cálculo e a divulgação do PIB brasileiro são feitos pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).

PIB pela Demanda


É calculado contemplando as despesas em bens e serviços de utilização final adquiri-
dos pelos agentes econômicos. Ele corresponde às despesas internas totais de um país,
incluindo as familiares e estatais, empresariais e também as de investimento em bens de
capital, matérias-primas e produtos finais.

A utilização de despesas internas deve também levar em conta a soma das exportações
e importações do país durante o período de apuração. A despesa interna é destinada não
só aos bens produzidos no país, mas também aos que foram importados (não devem ser
incluídos no PIB). Por outro lado, as exportações, ainda que não sejam consumidas no país,
devem ser consideradas no cálculo.

Fórmula:

Onde:

C = CONSUMO PRIVADO

G = CONSUMO PÚBLICO

128
O = INVESTIMENTO = FBCF + VEST

Q = EXPORTAÇÃO

M = IMPORTAÇÃO

Onde:

FBCF = FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO

VEST = VARIAÇÃO NOS ESTOQUES

PIB pela Oferta


Aqui o valor do PIB é calculado com base no valor gerado em cada uma das empresas que
operam na economia. Esse número é obtido pelo no indicador chamado Valor Acrescentado
Bruto (VAB), que representa a diferença entre o valor da produção e os consumos inter-
mediários de cada uma das empresas. Conhecendo-se o VAB delas, pode-se calcular o
PIB como sendo a soma de todos os valores gerados. Para a obtenção do valor do PIB a
Preços de Mercado (PIBPM) é necessário realizar a soma dos impostos sobre o consumo.

Fórmula:

Onde:

∑ VABI = Soma do VAB de cada uma das empresas da economia

Empresas estrangeiras com atuação na região ou país avaliados também são consideradas
neste tipo de cálculo do PIB.

Produção Industrial
A Pesquisa Industrial Mensal da Produção Física (PIMPF) gera, desde 1970, indicadores de
curto prazo (relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e trans-
formativa) e é feita pelo IBGE. O principal objetivo desse índice de produção industrial é
servir como uma medida de curto prazo da evolução do valor adicionado da indústria.

129
Índices de Referência
Índices de referência são também chamados de “benchmarks” e funcionam como impor-
tantes medidas de comparação para avaliação do desempenho dos investimentos e tam-
bém como meio de determinação de taxas de remuneração pré e pós-fixadas na área de
renda fixa. Podem referir-se simplesmente a uma taxa fixa ou a algum índice de mercado,
como o CDI ou Ibovespa.

Taxa do Certificado de Depósitos Interbancários (CDI)


Emissão de títulos por instituições financeiras com o objetivo de transferir recursos entre si.
A taxa CDI “Over” é obtida por meio da média ponderada de todas as taxas de transações
realizadas na B3 entre instituições de grupos diferentes.

Taxa do Sistema Especial de


Liquidação e Custódia (SELIC)
A taxa SELIC “Over” é a média estudada dos financiamentos diários analisados pelo Sistema
Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), utilizada pelo Banco Central para comprar e
vender títulos federais em operações diárias.

Já a taxa SELIC “Meta” é definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) com base
na Meta de Inflação. Regula a taxa SELIC “Over” e todas as outras taxas do Brasil.

Taxa de Referência (TR)


É utilizada para controlar a inflação e permite que diversos títulos sejam corrigidos diaria-
mente, evitando que os valores sejam defasados pelo aumento geral de preços. É definida
pelo BACEN, pesquisando mensalmente a média ponderada das Letras Nacionais do
Tesouro (LNTs) para calcular a Taxa Básica Financeira.

Fórmula:

130
Taxa de Juros a Longo Prazo (TJLP)
É fixada trimestralmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e divulgada pelo BACEN.
Foi criada com o objetivo de estimular e regulamentar os investidores infraestruturais
(portos, aeroportos, sistemas de comunicação e rodovias) no longo prazo.

Para o cálculo da TJLP utiliza-se a Meta de Inflação medida proporcionalmente pelo IPCA
nos últimos 12 meses e uma espécie de prêmio de risco.

PTAX
Diz respeito a moedas estrangeiras e a forma pela qual elas se relacionam com a moeda
nacional (taxa de câmbio). No Brasil, essa taxa não segue limites pré-determinados, sendo
assim livremente acordadas.

As taxas de câmbio equivalem à média aritmética das taxas de compra e de venda do dia.
(taxa PTAX de fechamento).

Um dos cálculos da PTAX é o que envolve as relações entre o real e o dólar. Com relação
às outras moedas, o BACEN apenas fornece informações superficiais.

131
Módulo 6
conduta e relacionamento
O objetivo deste capítulo é falar sobre o código de conduta da APIMEC,
que determina normas relativas à atuação do analista de valores mo-
biliários no exercício da profissão.
CÓDIGO DE CONDUTA
O código de conduta da APIMEC determina normas relativas à atuação do analista de
valores mobiliários no exercício da profissão e o conjunto de portadores dos certificados
CNPI, CNPI-P e CNPI-T.

Os principais objetivos do código de conduta que aqui referimos são:

⯀ Fortalecer a profissão do analista incentivando:


⯀ A capacitação técnica contínua;
⯀ O comprometimento com a autonomia e objetividade das análises;
⯀ O empenho na administração das atividades buscando excelência em todos os
mercados;
⯀ O respeito aos outros analistas, suas opiniões e análises;
⯀ A demonstração de respeito ao investidor, focando em seus interesses.
⯀ Adesão às normas de atuação do analista;
⯀ Fortalecimento da autorregulação;
⯀ Integridade dos mercados de capitais e dos seus integrantes.
⯀ Os princípios zelados pelo código estão também listados abaixo:
⯀ Probidade, boa fé e ética profissional: elaborando de relatórios com cuidado e
responsabilidade;
⯀ Honestidade, equidade e integridade: conservando da confiança dos investidores,
observando padrões estabelecidos;
⯀ Prudência e diligência: desenvolvendo as atividades com cuidado, diligência e pru-
dência, compatibilizando-as com as devidas funções e interesses do investidor;
⯀ Independência de objetividade: melhorando o quanto for possível o juízo das situa-
ções, sem sofrer influências ou pressões por benefícios eventualmente oferecidos;
⯀ Competência profissional: aprimorando as capacidades profissionais;
⯀ Cumprimento das leis e normas.

CONFLITOS DE INTERESSE
São consideradas tipos de conflitos de interesse as seguintes situações:

Emissão de relatórios de análise com intuito de obter vantagens para si ou para outrem;

Omissão de informações;

⯀ Negociação, em nome próprio ou de terceiros, de valores mobiliários que foram

133
objeto de relatórios de análise num período de 30 dias anteriores e 5 dias posteriores
à divulgação.
⯀ Negociação, em nome próprio ou de terceiros, em sentido contrário às recomenda-
ções ou conclusões de relatórios precedentes, num período de 6 meses (contados a
partir da divulgação dos mesmos) ou até que novas divulgações relatoriais de análise
sejam feitas sobre o mesmo emissor ou valor mobiliário envolvidos.
⯀ Participação direta ou indireta em qualquer oferta pública relacionada à oferta pública
de distribuição de valores mobiliários;
⯀ Participação na construção de ativos financeiros e valores mobiliários;
⯀ Participação em qualquer atividade de consultoria financeira em fusões e aquisições
de empresas.

Divulgação do resultado de análises antes de sua devida publicação ou distribuição oficial


para pessoas que não integram a equipe de análise.

Existem também algumas vedações, que descreveremos abaixo. Ressalta-se que elas não
se aplicam à negociação de cotas de fundos de investimento e atividades com intuito de
educação financeira.

Fica vedado ao analista aceitar benefícios que, de alguma forma, possam influenciar as
suas análises, como:

⯀ Recebimento de presentes que não estejam dentro da política específica da insti-


tuição em que atua;
⯀ Recebimento de qualquer tipo de benefício ou compensação diferentes dos estabe-
lecidos no contrato profissional;
⯀ Recebimento de privilégios.

Fica vedado ao analista a desinformação dos investidores em situações em que haja con-
flito ou aparência de conflito de interesses, como:

⯀ Situações categorizadas pela CVM como sendo conflitos de interesses;


⯀ Outras situações, como assentos em conselhos de companhias emissoras; partici-
pação relevante em companhias concorrentes das emissoras; contratos relevantes
firmados indevidamente com companhias emissoras.

RISCO DE IMAGEM
O risco de imagem está ligado à reputação de uma instituição financeira em relação aos
órgãos governamentais, outras instituições concorrentes e clientes com os quais se relaciona.

134
Alguns fatos alteram a credibilidade da instituição frente aos clientes e à sociedade. Eles
aparecem das seguintes maneiras:

⯀ Com boatos envolvendo a saúde financeira da empresa e grandes perdas em fundos


alavancados durante períodos de crise;
⯀ Envolvimento em processos de lavagem de dinheiro;
⯀ Remessas de divisas ilegais.

MANEJO E DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS


Relacionamento com Clientes, Lavagem de
Dinheiro e Uso de Informações Privilegiadas
Para que uma informação seja considerada “privilegiada” é preciso que se cumpra os
requisitos abaixo:

⯀ Restrição: não deve ter caráter público nem divulgação no mercado;


⯀ Relevância: deve ter poder de impactar os valores de ações e investimentos.

É vedado ao analista financeiro, portanto, abordar funcionários ou quaisquer pessoas vin-


culadas ao emissor em busca de informações privilegiadas. Ele deve saber diferenciar a
divulgação ao público da divulgação a um conjunto restrito de pessoas. Assim, algumas
circunstâncias relacionadas à exposição a informações privilegiadas, de maneira involun-
tária, devem seguidas:

⯀ Abstenção de tomada de decisões baseada na informação;


⯀ Comunicação com emissor ao qual a informação se relaciona e estimulação à devida
publicação dela de maneira clara e detalhada.

O analista não deve expor seu relatório de análise. Durante elas, ou a partir de contato com
os emissores, o profissional poderá chegar a conclusões sobre a situação do emissor que
impactem sobre decisões de investimentos. Nesse caso, tais conclusões não devem ser
consideradas como “privilegiadas”, ainda que sejam advindas do julgamento do analista.

Segregação de Atividades
A segregação de atividades é também conhecida no meio financeiro por “muralha da
China”. Trata-se de procedimentos e políticas internos de uma instituição com o fim de

135
criar uma barreira de comunicação entre seus diferentes integrantes e setores. O princi-
pal objetivo, portanto, é evitar situações em que haja conflitos de interesses ou interesses
concorrentes, cumprindo assim todos os termos da legislação vigente.

Exemplificando: Uma empresa vende ações, e seus gestores e diretores as compram


diretamente.

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO


Lavagem de dinheiro é uma infração penal que resulta em pena de reclusão ou detenção
associada ou não à multa. Em linhas gerais, “lavar dinheiro” é uma maneira de disfarçar a
origem ilegal de determinados recursos, integrando-os na economia e evitando suspeitas
e investigações da polícia ou receita federais.

Caracteriza situação de lavagem de dinheiro as seguintes ações:

⯀ Captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, tanto em


moeda nacional quanto em moeda estrangeira;
⯀ Compra e venda de moeda estrangeira e ouro de modo a torná-los ilegalmente ativos
financeiros ou instrumentos cambiais;
⯀ Custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação e administra-
ção ilegal de títulos e valores mobiliários.

Geralmente, a lavagem de dinheiro ocorre nas três etapas que abaixo listamos:

⯀ Colocação ou omissão: movimentação de dinheiro com o objetivo de ocultar a sua


origem verdadeira;
⯀ Cobertura ou ocultação: intenção de dificultar o rastreamento contábil dos recursos
ilícitos para esconder as evidências de ilegalidade antes que ocorram investigações
a esse respeito;
⯀ Integração: incorporação formal dos ativos ao sistema econômico.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e a Unidade de Inteligência


Financeira (UIF) do Brasil têm autonomia técnica e operacional para atuar em todo o terri-
tório nacional. Ambas as instituições são vinculadas administrativamente ao Banco Central
do Brasil. Suas principais atribuições giram em torno da produção e gerenciamento de
informações de inteligência financeira para a prevenção e combate à lavagem de dinheiro e
também a promoção do diálogo institucional entre corporações nacionais e internacionais.

A lei nº 9.613/98 dispõe sobre os crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos

136
e valores e sobre a prevenção do uso do sistema financeiro para os atos ilícitos acima
mencionados. Aliás, esta é a lei que deu origem à COAF. Em seu artigo primeiro, rege
que configura-se crime: ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição,
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores de modo direto ou indireto. Já
a lei nº 12.683/12 alterou a lei de 1998 para tornar mais eficiente a persecução e penalização
dos crimes de lavagem de dinheiro.

RELACIONAMENTO DA INSTITUIÇÃO COM O CLIENTE


Segundo a instrução 539 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os consultores de valo-
res mobiliários não podem recomendar produtos, realizar operações ou prestar serviços
sem antes verificar a adequação dos mesmos com os perfis dos clientes.

A análise de perfil do investidor é uma metodologia que orienta quanto à adequação de


produtos e investimentos. As regras são aplicáveis a diversos investimentos e produtos,
por meio de contato direto.

Para determinar o perfil de um cliente, deve-se verificar os seguintes pontos:

⯀ Produto, serviço ou operação que melhor contribuam com os objetivos do contratante;


⯀ Analisar a situação financeira do contratante verificando se há compatibilidade com
o produto, serviço ou operação pretendidos;
⯀ Informar ao contratante todos os riscos relacionados na compra ou investimento;
⯀ Analisar o valor das receitas regulares declaradas pelo contratante;
⯀ Analisar o valor e os ativos que integram o patrimônio do contratante;
⯀ Respeitar a necessidade futura de recursos do contratante;
⯀ Analisar os tipos de produtos, serviços e operações com os quais o contratante tem
familiaridade;
⯀ Analisar a natureza, o volume e a frequência de operação realizadas anteriormente
pelo contratante;
⯀ Analisar questões pessoais do contratante, como a formação acadêmica e a profissional;
⯀ Classificar em categorias os produtos ou serviços pretendidos, identificando assim
os pontos que possam afetar a compatibilidade com o perfil do contratante.

A recomendação de investimento ou compra fica vedada em casos nos quais:

⯀ O perfil do cliente não seja compatível com o investimento ou compra que se pre-
tende fazer;
⯀ As informações obtidas na determinação do perfil do contratante sejam insuficientes
para a sua categorização;

137
⯀ As informações relativas ao perfil do contratante estejam desatualizadas.

Considerando tudo o que acima foi exposto, o relacionamento da instituição com o cliente
consiste em encontrar a melhor forma de trabalho, respeitando os interesses e as possibi-
lidades de cada cliente. Não condiz com os princípios éticos que uma pessoa que busque
estabilidade financeira seja orientada pela instituição financeira a adquirir produtos e
investimentos de risco elevado, por exemplo.

A ATIVIDADE DO ANALISTA DE VALORES MOBILIÁRIOS


Considera-se analista de valores mobiliários qualquer pessoa natural ou jurídica que, em
caráter profissional, elabora relatórios financeiros analíticos destinados à publicação e
divulgação a terceiros. As regulamentações fundamentais dessa profissão encontram-se
na instrução 398/18 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O relatório de análise pode ser texto, acompanhamento, estudos, apresentações, vídeos


ou análises de qualquer natureza sobre valores mobiliários específicos ou sobre emissores
de valores mobiliários, desde que o objetivo seja auxiliar os investidores no processo de
tomada de decisão de investimento.

NORMAS DE CONDUTA: RESPONSABILIDADE


E VEDAÇÕES DA INSTRUÇÃO 498/18 DA
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM)
Obrigações:
⯀ É obrigatório o credenciamento, nos termos do artigo 3º da instrução nº 598 da
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de 03/05/2018, de todos os analistas de valo-
res mobiliários; de todas as instituições integrantes do sistema de distribuição que
exerçam atividade de analista de valores mobiliários; e de qualquer pessoa jurídica
que exerça a atividade de analista de valores mobiliários.
⯀ É obrigatória a adoção do código de conduta profissional;
⯀ É obrigatória a fiscalização do cumprimento do código de conduta profissional e
também de todos os dispositivos da instrução;
⯀ É obrigatória a punição de infrações cometidas pelos analistas credenciados;
⯀ É obrigatória a aferição, por meio de exames de ética e qualificação técnica, a

138
capacitação dos analistas no exercício da profissão (para pessoa natural);
⯀ É obrigatória a aferição de adequação estrutural e de cumprimento dos dispositivos
regulatórios (para pessoa jurídica);
⯀ É obrigatório a composição de programas de educação financeira continuada;
⯀ É obrigatória a manutenção em arquivo de todos os documentos que comprovem o
atendimento das exigências contidas na instrução inicialmente citada por um perí-
odo de 5 anos;
⯀ É obrigatória a manutenção atualizada do cadastro de todos os analistas de valores
mobiliários;

No exercício de suas atividades, o analista deve agir com probidade, boa fé e ética profis-
sional, aplicando assim o cuidado e a diligência esperados de um profissional da área. Os
analistas que são pessoa jurídica devem tomar todas as medidas necessárias para que
suas equipes de análises sejam compostas por, no mínimo, 80% de analistas de valores
mobiliários credenciados em entidades autorizadas pela CVM.

Vedações:
⯀ É vedada a formulação de relatórios de análise com a finalidade de obter para si ou
para outrem vantagens indevidas;
⯀ É vedado a ocultação de informações sobre conflitos de interesses nas informações
e comunicações;
⯀ É vedada a negociação direta ou indireta, em nome próprio ou de terceiros, num
período que vai de 30 dias anteriores a 5 dias posteriores à divulgação, de valores
mobiliários ou derivativos que sejam objetos dos relatórios de análise;
⯀ É vedada a negociação direta ou indireta, em nome próprio ou de terceiros, num
período que vai de 6 meses (contados a partir da data de divulgação) até a data de
uma nova publicação, de valores mobiliários ou derivativos e emissores de valores
mobiliários que sejam objetos dos relatórios de análise;
⯀ É vedada a participação direta ou indireta em qualquer atividade relacionada à oferta
pública de disposição de valores mobiliários;
⯀ É vedada a participação na estruturação de ativos financeiros e valores mobiliários;
⯀ É vedada a participação direta ou indireta em qualquer atividade ligada à consultoria
financeira em operações de fusão ou aquisição de empresas;
⯀ É vedada a divulgação completa ou em partes do relatório de análise a pessoas que
não integrem a equipe de análise.

Fiscalização e Supervisão da Atividade


Tanto o funcionamento da supervisão do analista e de seus relatórios quanto a apuração

139
de eventuais descumprimentos do código, julgamentos e penalidades estão dispostos no
código de processos da APIMEC.

O objetivo é disciplinar a abertura de procedimentos de apuração de irregularidades de


processos administrativos e ajustar o funcionamento dos itens organizacionais da autor-
regulação da APIMEC para o analista de valores mobiliários. Abrange obrigatoriamente o
analista de valores mobiliários no exercício da profissão e o grupo dos portadores de CNPI,
CNPI-P e CNPI-T.

Os componentes organizacionais são:

⯀ Superintendência de Supervisão do Analista de Valores Mobiliários (SSA): composta


pelo superintendente de supervisão (estratégico)e também por analistas de super-
visão (operacionais).
⯀ Conselho de Supervisão do Analista de Valores Mobiliários (CSA), que subdivide-se
em várias turmas.

Composição do CSA:
Nove membros, os quais são divididos em duas categorias:

⯀ 03 membros internos: representantes dos analistas de valores mobiliários seleciona-


dos pelo conselho diretor da APIMEC nacional;
⯀ 06 membros externos: sendo quatro deles indicados pelas entidades do mercado, e
até três podendo ser independentes — desde que contem com vasta experiência no
mercado de capitais, sejam indicados pela APIMEC, mas desvinculados dela.

Composição das turmas do CSA:


Três membros, os quais são selecionadas da seguinte forma:

⯀ 01 membro sorteado dentre os membros internos do CSA;


⯀ 02 membros sorteados dentre os membros externos do CSA.

As competências da SSA são:

⯀ Recebimento de denúncias;
⯀ Manutenção de procedimentos rotineiros e eventuais de supervisão;
⯀ Decisão acerca da necessidade de instauração de procedimento de apuração de
irregularidades;
⯀ Condução de diligências;

140
⯀ Determinação de abertura de processo administrativo.

As competências das turmas do CSA são:

⯀ Julgamento em primeira instância dos processos abertos pela SSA;


⯀ Recebimento e avaliação do termo de compromisso;
⯀ Decisão a respeito da aceitação de propostas de termo de compromisso;
⯀ Firmamento das decisões das turmas quanto ao arquivamento de processos e acei-
tação de termos de compromisso;
⯀ Julgamento em segunda instância dos processos administrativos, mediante apela
das partes envolvidas;
⯀ Emissão de deliberações normativas no que se referir à autorregulação do analista
de valores mobiliários.

141
Módulo 7
Governança Corporativa
O objetivo deste capítulo é apresentar o sistema de princípios, políti-
cas, procedimentos, responsabilidades e prestação de contas utilizado
pelas partes para superar conflitos de interesses
GOVERNANÇA CORPORATIVA
Conceitos
A governança corporativa pode ser definida como o sistema de princípios, políticas, pro-
cedimentos, responsabilidades e prestação de contas claramente estabelecido e utilizado
pelas partes interessadas em superar conflitos de interesses ligados ao modelo corporativo
envolvendo as relações entre administradores, empregados, acionistas e credores de uma
empresa. Seus principais objetivos são o aumento de rendimento da empresa, a facilitação
do acesso ao mercado de capitais e também a contribuição com as conquistas e com a
perpetuação da empresa no mercado.

Foram criados pela Bovespa três segmentos especiais de listagem para as companhias:

⯀ Nível 1: neste nível, as empresas sem comprometem com melhorias na prestação


de informações ao mercado e com a dispersão acionária;
⯀ Nível 2 neste nível, além dos compromissos anteriores, as empresas adotam um
conjunto mais amplo de práticas de governança e de direitos acionais para os acio-
nistas minoritários;
⯀ Novo Mercado: neste nível, as empresas se comprometem, voluntariamente, com
a adoção de práticas de governança corporativa e com a divulgação adicional van-
guardista de informações não exigidas pela legislação. Aqui, empresas com ações
preferenciais não são admitidas.

Características dos Níveis ou Segmentos


Especiais de Governança
Características das ações emitidas:
⯀ Nível 0 e nível 1: permite-se a existência de ações ordinárias e ações preferenciais;
⯀ Nível 2: permite-se a existência de ações ordinárias e ações preferenciais com direitos
adicionais;
⯀ Novo mercado: permite-se a existência apenas de ações ordinárias.

Percentual mínimo de ações em circulação (“free float”):


⯀ Nível 0: não há regras;
⯀ Nível 1 e nível 2: no mínimo 25%;

143
⯀ Novo mercado: 25% em casos gerais e 15% nos casos em que o “Average Daily Trading
Volume” (ADTV) seja superior a 25 milhões de reais.

Distribuições públicas de ações:


⯀ Nível 0: não há regras;
⯀ Nível 1 e nível 2: esforços de divulgação acionária;
⯀ Novo mercado: esforços de divulgação acionária, exceto para ofertas ICVM 476.

Vedação às disposições estatutárias:


⯀ Nível 0 e nível 1: não há regras;
⯀ Nível 2 e novo mercado: limitação de voto inferior a 5% do capital, quórum qualifi-
cado (50% + 1) e cláusulas pétreas ou imutáveis.

Composição do conselho de administração:


⯀ Nível 0: mínimo de 3 membros (conforme legislação);
⯀ Nível 1 mínimo de 3 membros, com mandato unificado de até 2 anos (conforme
legislação);
⯀ Nível 2: mínimo de 5 membros, dos quais pelo menos 20% devem ser independentes
e com mandato unificado de até 2 anos;
⯀ Novo Mercado: mínimo de 3 membros, sendo independentes ao menos 2 membros
ou 20% do total.

Vedação à acumulação de cargos:


⯀ Nível 0: não há regras;
⯀ Nível 1 e nível 2: o cargo de presidente do conselho e o de diretor-presidente ou exe-
cutivo principal podem ser ocupados pela mesma pessoa (com carência de 3 anos
a partir da adesão);
⯀ Novo Mercado: o cargo de presidente do conselho e o de diretor-presidente ou
executivo principal podem ser ocupados pela mesma pessoa. Em caso de vacância
que culmine em acumulação involuntária de cargos, são obrigatórias determinadas
divulgações.

Obrigações do conselho administrativo:


⯀ Nível 0 e nível 1: não há regras;
⯀ Nível 2 e novo mercado: manifestação sobre qualquer oferta pública de aquisição

144
de ações da companhia.

Demonstrações financeiras:
⯀ Nível 0: não há regras;
⯀ Nível 2: traduzidas para o inglês;
⯀ Novo mercado: estar em conformidade com a legislação.

Reunião pública anual e calendário de eventos corporativos:


⯀ Nível 0: facultativos;
⯀ Demais níveis: obrigatórios.

Divulgação adicional de informações:


⯀ Nível 0: não há regras;
⯀ Demais níveis: política de negociação de valores mobiliários e código de conduta.

Concessão de direito de proteção aos


acionistas minoritários (“tag along”):
⯀ Nível 0 e nível 1: 80% para ações ordinárias (conforme legislação);
⯀ Nível 2: 100% das ações ordinárias e ações preferenciais;
⯀ Novo mercado: 100% das ações ordinárias.

Saída do segmento e oferta pública de aquisição de ações:


⯀ Nível 0 e nível 1: inaplicável;
⯀ Nível 2: realização de oferta pública de ações de no mínimo o valor econômico, em
casos de cancelamento de registro ou saída de segmento (exceto se houver migração
para a categoria “novo mercado”);
⯀ Novo mercado: realização de oferta pública de ações por preço justo, com quórum de
aceitação à saída de segmento com mais de 1/3 dos titulares das ações em circulação.

Adesão à câmara de arbitragem do mercado:


⯀ Nível 0: facultativa;
⯀ Demais níveis: obrigatória.

145
Comitê de auditoria, auditoria interna e “compliance”:
⯀ Novo mercado: obrigatórias;
⯀ Demais níveis: facultativas.

Índices de Governança Corporativa e de “Tag Along”


Estes índices ajudam a visualizar o desempenho das empresas de acordo com o nível de
governança

⯀ Índices de Governança Corporativa


⯀ Índice de Ações com Governança Corporativa (IGC): mede o desempenho das empre-
sas do novo mercado e níveis 1 e 2;
⯀ Índice de Ações com Governança Corporativa Trade (IGCT): abrange as empresas do
IGC que atendam aos critérios de alta liquidez;
⯀ Índice de Governança Corporativa do Novo Mercado (IGC-NM): considera apenas
empresas do novo mercado.

Índice de “Tag Along”


⯀ Índice de Ações com “Tag Along” Diferenciado (ITAG): leva em consideração apenas
as empresas com “tag along” maior que 80%.

RELAÇÃO COM INVESTIDORES: PRINCÍPIOS E PRÁTICAS


A função das relações com investidores está conectada com a criação de valor em uma
empresa. Ela fornece aos investidores e acionistas informações precisas para que possam
melhor avaliar a organização, aumentando a transparência e estreitando a relação com a
empresa. Além disso, molda também as expectativas de mercado, favorecendo um melhor
entendimento do desempenho histórico do negócio e dos fatores macroeconômicos e
políticos.

Espera-se das relações com investidores impactos positivos no preço das ações da empresa
dentro dos limites considerados justos. Os preços não cambiáveis são acompanhados de
ajustes bruscos e de alta volatilidade. A longo prazo, na maioria das vezes, é prejudicial ao
investidor que o preço da ação fique muito acima do seu valor “justo”.

146
Módulo 8
Integração de Questões
Ambientais, Sociais e de
Governança Corporativa (ASG)
Este capítulo é voltado para o voltado para as questões ambientais, do
meio ambiente, do ambiente de trabalho e do impacto social da em-
presa.
EVOLUÇÃO DAS QUESTÕES ASG NO
AMBIENTE CORPORATIVO
Hoje em dia, quem quer se sair bem no mercado de trabalho, tem de estar a todo momento
voltado para as questões ambientais, do meio ambiente, do ambiente de trabalho e do
impacto social da empresa. Mas, normalmente, boa parte das pessoas pensam que o que
importa é apenas trabalhar e lucrar – esquecendo-se dos riscos e das oportunidades que
abrem mão.

Entramos agora nos conteúdos referentes às questões Ambientais, Sociais e de Governança


Corporativa, ASG.

As questões ambientais e sociais são cada vez mais relevantes e são determinantes na
avaliação dos riscos e oportunidades das empresas. No aspecto interno da empresa, a
ética, reputação e governança corporativa entram na pauta das discussões.

Como ficam as ações de uma empresa que realiza desmatamento? Poluição do meio
ambiente? Todos esses fatores influenciam nas análises de investimento.

No ano de 2006, Kofi Annan o então secretário-geral das Nações Unidas, lançou os prin-
cípios para o investimento responsável (PRI).

Levando em conta as seguintes questões:

⯀ Ambientais: tem relação a quantidade do funcionamento do meio ambiente e


ecossistemas;
⯀ Sociais: direitos, segurança e interesses de pessoas e comunidades;
⯀ Governança Corporativa: governança das empresas listadas.

PRINCIPAIS DESAFIOS SOCIOAMBIENTAIS


E DE GOVERNANÇA
Os problemas vivenciados são reflexos da interferência humana no planeta e nos ecossistemas.

Sendo assim, os desafios socioambientais são: a proteção do meio ambiente, a gestão e


a educação ambiental, as questões hídricas e de energias renováveis, as construções sus-
tentáveis, a conservação da fauna em Unidade de Conservação, a urbanização urbana, os
ecossistemas subterrâneos e os sistemas ambientais.

148
Por sua vez, os procedimentos de governança corporativa vêm ganhando a importância
de organizações em todo o mundo. Desta maneira, cada vez mais as empresas estão
reconhecendo a importância dessas práticas para a estratégia da empresa.

Principais desafios:

⯀ Integração do compliance;
⯀ Gerenciamento de riscos;
⯀ Cumprimento do Código de Ética e Conduta;
⯀ Correlação de Infrações;
⯀ Comunicação e Treinamento;
⯀ Análise de dados e tecnologia.

Por exemplo, num shopping center, é necessário ter bem estabelecido os procedimentos
em situações de risco físico, os incêndios. Na hora de um problema, a governança tem de
já ter criado uma estrutura para lidar com o eventual risco, ainda que sejam assaltados e
não incendiados.

E, com a aceleração da era digital, nunca se viu tantos dados gerados e em tão pouco
tempo, mas o importante é saber como utilizar essas informações. E, na maioria dos casos,
grandes empresas produzem planilhas e planilhas que não levam a lugar algum. Na mesma
medida em que produzimos dados, temos de produzir capacitação para quem os utilizará.

CONCEITOS DE RESPONSABILIDADE CORPORATIVA


As atividades sociais de caráter assistencial, estão geralmente sob responsabilidade das
áreas de suporte da empresa.

Temas socioambientais e de governança corporativa estão cada vez mais nas conversas da
administração das empresas até mesmo em pautas de reuniões executivas e de Conselho
de Administração.

O avanço do debate sobre a integração das questões Ambientais, Sociais e de Governança


na estratégia e gestão de empresas reverteu-se na proposta de variados modelos de inte-
gração, destacando-se:

⯀ Triple Botton Line (TBL): relacionando o Ambiental, Social e de Governança;


⯀ The Natural Step (TNS): mostra uma visão entre as questões ambientais, sociais e
econômicas, que preserva o pensamento no meio ambiente, economia e sociedade
como três níveis alinhados e autônomos.

149
Há também, as adesões de melhores práticas, que têm a ver com operações, relaciona-
mentos e resultados, encontrando-se de maneira alinhada.

Estágios deste avanço:

⯀ Pré-compliance: etapa em que as companhias tentam não ser pegas em casos de


saída à legislação ou práticas que trapaceiam os mercados que atuam;
⯀ Compliance: cumprimento dos padrões trabalhistas, ambientais e de saúde e segu-
rança do trabalho;

Além do compliance: adesão da possibilidade de reduzir custos e obter vantagens à partir


da adoção e incentivo de novas regulações;

⯀ Estratégia Integrada: a companhia aproveita as vantagens competitivas por suas


práticas relacionadas a ASG;
⯀ Propósito/Paixão: operam desta maneira, pelo valor e propósito de seus fundadores
e executivos.

DRIVERS DE RISCO E OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO


Os impactos dos drivers de risco são predominantemente vistos como drives de risco e
geração de valor de longo prazo, porém, podem impactar a empresa e seus resultados a
curto prazo.

Longo prazo:

⯀ Degradação Ambiental;
⯀ Poucos Recursos;
⯀ Gestão dos Recursos Humanos;
⯀ Ética nos Negócios;
⯀ Hábitos Ruins de Governança.

Curto Prazo:

⯀ Incidentes Ambientais;
⯀ Eventos Extremos;
⯀ Relações Trabalhistas;
⯀ Suborno e Corrupção;
⯀ Mudanças Regulatórias.

As oportunidades de negócio estão atreladas a adoção de melhores práticas. E passamos

150
a adquirir vantagens competitivas da integração ASG à estratégia e gestão. Sendo elas:

⯀ Contratação e Retenção de Talentos;


⯀ Aumento da Produtividade;
⯀ Redução do Custo Operacional;
⯀ Redução do Custo em Postos Operacionais;
⯀ Aumento na Receita/Market Share.

INTEGRAÇÃO ASG NO MERCADO DE INVESTIMENTOS


Essa integração aconteceu na década de 80, quando fundos de investimento começa-
ram, por meio de estratégias, a considerar temas ASG em seu processo de decisão de
investimentos.

A partir do lançamento do índice de sustentabilidade empresarial (ISE), no ano de 2005,


diversas instituições lançaram fundos referenciados nas questões ASG, no mercado brasileiro.

Os Princípios para o Investimento Responsável


Basicamente, são seis princípios para o investimento responsável:

⯀ Incorporação às questões ASG na análise e processo de tomada de decisão de


investimento;
⯀ Os proprietários ativos e incorporação às questões ASG nas políticas e práticas dos
acionistas;
⯀ É buscado à divulgação de informações adequados às questões ASG entre as orga-
nizações que são investidas;
⯀ Promovida à aceitação e implementação dos princípios nas indústrias de investimento;
⯀ É trabalhado em conjunto para aumentar a eficiência na implementação dos príncipio;
⯀ É reportado individualmente as atividades e progressos na implementação dos
princípios.

ACORDOS VOLUNTÁRIOS E INICIATIVAS


DA INDÚSTRIA DE INVESTIMENTOS
Apesar do setor financeiro considerar-se mais ou menos um ambiente amigável em ter-
mos de emissões de poluentes e degradação ambiental, foi a partir da década de 90 que

151
os principais acordos voluntários aconteceram.

Sendo eles:

⯀ Protocolo Verde: assinado inicialmente em 1995 pelos bancos públicos junto ao


Ministério do Meio Ambiente, foi estendido em 2009 aos bancos privados associados
à FEBRABAN, considerando as questões socioambientais nas atividades e operações
das instituições financeiras;
⯀ Princípios do Equador: acordo internacional de 2003, trata de um framework de
financiamento a grandes projetos.

Estes dois são acordos voluntários e foram feitos por intermédio da indústria de investimentos.

ÍNDICES DE SUSTENTABILIDADE
Servem como referências para os investidores na integração dos temas de ASG ao processo
de decisão de investimentos, sendo os principais nos mercados internacionais e brasileiro:

⯀ Dow Jones Sustainability (DJSI);


⯀ Financial Times Stocks Exchange Sustainability Index (FTSE4Good);
⯀ Johannesburg Stock Exchange – Socially Responsible Investment Index –JSE SRI Index);
⯀ S&P Carbon Efficient;
⯀ Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE);
⯀ Índice Carbono Eficiente (ICO2).

REGULAÇÃO DAS QUESTÕES ASG


Quando entramos nesse assunto, o mais que podemos dizer é que essa regulação é um
debate sobre:

⯀ A responsabilidade das corporações e seus financiadores sobre os danos socioambientais;


⯀ Atenta aos reguladores para progresso de normas e procedimentos que minimizem os
riscos e aumentam a força do sistema financeiro em âmbito nacional e internacional.

O DEVER FIDUCIÁRIO E AS QUESTÕES ASG


Análises concluem que é uma falha do dever fiduciário errar em considerar drivers da

152
ASG de valor de longo prazo, que incluem questões ambientais, sociais e de governança
corporativa, na prática de investimentos.

RESOLUÇÕES E INSTRUÇÕES (RESOLUÇÃO 4.661/2017,


4.327/2014, INSTRUÇÃO CVM 552/2015, 587/2017)
Resolução CMN 4.661/18: diretrizes de aplicação dos recursos garantidores dos planos
administrados pelas entidades fechadas de previdência complementar.

Resolução Bacen 4.327/2014: diretrizes de implementação da Política de Responsabilidade


Socioambiental pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas.

Instrução CVM 552/2015: exige que companhias listadas divulguem seus riscos socioam-
bientais, e ainda que comuniquem se atendem de forma específica as questões ASG ao
mercado.

Instrução CVM 586/2017: exige as companhias abertas à divulgar informações sobre a apli-
cação das práticas de governança corporativa previstas no Código Brasileiro de Governança
Corporativa.

ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO RESPONSÁVEL


Visam sempre as questões ASG à análise e implementação dos portfólios de investimentos.
Essas estratégias são definidas pelo European Sustainable Investment Forum (EUROSIF):

⯀ Exclusões: consiste na remoção de setores ou empresas do universo de investimentos.


⯀ Fundos Temáticos: buscam encorajar a transição para uma economia embasada no
desenvolvimento sustentável.
⯀ Best-in-class: a escolha dos melhores de cada setor no que se refere à integração
das questões ASG.
⯀ Integração: trata-se da inclusão evidente de riscos e oportunidades derivados das
questões ASG.
⯀ Engajamento: usa o ativismo acionário para induzir à adesão de melhores práticas
ASG.
⯀ Screening Baseado em Normas: se baseia na avaliação das questões ASG de com-
panhias investidas com base em critérios ou princípios específicos.
⯀ Investimento de Impacto: termo definido em 2007, nada mais é do que natureza
privada feita em fundos, organizações e empresas, com objetivo geral, além de retorno

153
financeiro, impacto social ambiental dimensionável.
⯀ Foca principalmente nos problemas sociais nas áreas de saúde, educação, microcré-
dito e habitação.

154
GLOSSÁRIO
Este glossário possui os principais termos que
você deve conhecer para poder se preparar
para a prova e sua vida profissional.
Ações: frações ideais do capital social de empresas. Títulos que representam para o acio-
nista direito de participação na sociedade e, de maneira indireta, direito sobre os ativos e
sobre os resultados financeiros da empresa.

Ações ordinárias: ações que conferem a seus detentores os direitos patrimoniais garan-
tidos em lei; especificamente, são ações que conferem a seus detentores o direito a voto
nas assembleias de acionistas das empresas.

Ações preferenciais: ações que conferem a seus detentores a prioridade no recebimento


de dividendos distribuídos pela companhia e no reembolso do capital.

Administração Fiduciária: é o conjunto de serviços relacionados direta ou indiretamente


ao funcionamento e à manutenção do Fundo, desempenhada por pessoa jurídica autori-
zada pela Comissão de Valores Mobiliários.

Agência de classificação de risco: entidade responsável por analisar o risco de crédito


deemissores e de emissões de títulos de renda fixa e por emitir opinião por meio de uma
nota de crédito (rating).

Agente autônomo de investimento (AAI): é a pessoa natural que atua na prospecção e


captação de clientes, recepção e registro de ordens e transmissão dessas ordens para os
sistemas de negociação ou de registro cabíveis e na prestação de informações sobre os
produtos oferecidos e sobre os serviços prestados pela instituição integrante do sistema
de distribuição de valores mobiliários pela qual tenha sido contratado.

Agentes econômicos deficitários: indivíduos ou entidades cujas despesas superam suas


receitas.

Agentes econômicos superavitários: indivíduos ou entidades cujas receitas superam


suas despesas.

Agente fiduciário: é quem representa a comunhão dos debenturistas perante a compa-


nhiaemissora, com deveres específicos de defender os direitos e interesses dos debentu-
ristas, entre outros citados na lei.

ANBIMA: Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.

Aplicação: compra de um ativo financeiro na expectativa de que, no tempo, produza


retornofinanceiro.

Apreçamento: consiste em precificar os ativos pertencentes à carteira dos Veículos de


Investimento, pelos respectivos preços negociados no mercado em casos de ativos líqui-
dos ou, quando este preço não é observável, por uma estimativa adequada de preço que

156
o ativo teria em uma eventual negociação feita no mercado.

Atividade de Compliance: conjunto de medidas direcionadas a verificar e garantir que


osdiversos setores de uma companhia observam regras e padrões impostos pelas normas
legais e regulatórias.

Audiência pública: reunião pública para comunicação e discussão de determinados


assuntosentre diversos setores da sociedade e as autoridades públicas.

Autorregulação: estabelecimento ou verificação de regras feitas pelas pessoas ou enti-


dades que serão alvo de regulação.

B3 S.A.: Brasil, Bolsa, Balcão (atual Denominação Social da antiga BM&FBovespa S.A. –
Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros após fusão com a Cetip S.A.). É uma empresa de
infraestrutura do mercado financeiro brasileiro.

BACEN: Banco Central do Brasil.

Banco de Dados da ANBIMA: é o conjunto de informações cadastrais enviadas para a


ANBIMA pelas instituições participantes que são armazenadas de forma estruturada.

Benchmark: termo em inglês para processo de comparação de produtos, serviços e prá-


ticasempresariais. Índice de referência.

Beneficiário: pessoa física (ou pessoas físicas) indicada livremente pelo participante para
receber os valores de benefício ou resgate, na hipótese de seu falecimento, de acordo com
a estrutura do plano de previdência ou seguro e na forma prevista pela legislação e pelo
desejo do participante.

Benefício: pagamento que os beneficiários recebem em função da ocorrência do evento


gerador durante o período de cobertura, ou seja, é o período do recebimento da renda
propriamente dita, em que o participante de um plano de previdência optará pelo rece-
bimento de uma renda temporária ou vitalícia.

Beneficiário final: a pessoa natural em nome da qual uma transação é conduzida ou a


pessoa natural que, em última instância, de forma direta ou indireta, possui, controla ou
influencia significativamente a entidade em nome da qual a transação é conduzida.

Bonificação: distribuição, por parte da companhia, de ações aos seus acionistas por conta
dacapitalização das reservas de lucro.

Cadastros de crédito: bancos de dados que armazenam informações sobre o histórico


de crédito de pessoas e empresas, a fim de possibilitar que determinada decisão sobre

157
conceder ou não um crédito seja mais bem fundamentada.

Caderneta de poupança: modalidade de investimento de baixo risco que credita rendimentos


mensalmente, na data equivalente à data de aplicação (data-base). Seus rendimentos são
isentos de imposto de renda para pessoa física e os depósitos possuem garantia do FGC.

Canais Digitais: canais digitais ou eletrônicos utilizados na distribuição de produtos de


investimento, que servem como instrumentos remotos sem contato presencial entre o
investidor ou potencial investidor e a instituição participante.

Capital de terceiros: recursos levantados pela companhia junto a terceiros na forma de


dívida, para fins de financiamento de suas atividades.

Capital próprio: patrimônio líquido da empresa, ou seja, o dinheiro aplicado pelos acio-
nistas e quaisquer lucros retidos pela companhia ao longo do tempo.

Capitalização composta: regime de capitalização de juros em que o montante inicial é


acrescido de juros a cada período, para fins de cálculo dos juros dos períodos subsequentes.

Capitalização simples: regime de capitalização de juros em que o montante inicial serve


como base de cálculo para os juros de todos os períodos.

Carência: prazo preestabelecido durante o qual o participante de um plano de previdência,


ou investidor, não tem acesso aos seus recursos.

Carta de recomendação: proposta elaborada pela área de Supervisão da ANBIMA para


uma instituição participante visando à correção ou compensação de uma infração de
pequeno potencial ofensivo.

Certificado de Depósito Bancário (CDB): título de renda fixa que representa depósito a
prazo realizado por investidores em uma instituição financeira.

Clube de investimento: comunhão de recursos de pessoas físicas; é criado com o objetivo


de investir no mercado de títulos e valores mobiliários. Deve ter no mínimo 3 e no máximo
50 cotistas e ao menos 67% do seu patrimônio líquido devem estar investidos em instru-
mentos de renda variável como ações.

COAF: Conselho de Controle de Atividades Financeiras, órgão ligado ao Banco Central


que tem como missão produzir inteligência financeira e promover a proteção dos setores
econômicos contra a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo.

Colocação privada: venda de valores mobiliários emitidos por uma companhia para um
grupo selecionado de investidores, sem que haja distribuição pública.

158
Come-cotas: recolhimento semestral do Imposto de Renda (IR) incidente sobre os rendi-
mentos obtidos nas aplicações em determinados fundos de investimento.

Comitê de Política Monetária (COPOM): comitê criado no âmbito do Banco Central do


Brasil e incumbido de implementar a política monetária, definir a meta para a Taxa Selic
(e seu eventual viés) bem como analisar o Relatório de Inflação. É formado pelo presidente
e pelos diretores do Banco Central.

Commodities: palavra em inglês para mercadoria. No mercado financeiro e de capitais,


geralmente refere-se a matérias-primas e produtos agrícolas, como minério de ferro, petró-
leo, carvão, sal, açúcar, café, soja, alumínio, cobre, arroz, trigo, ouro, prata, paládio e platina.

Competências: poderes específicos dados a determinado agente para que cumpra as


atribuições a ele designadas.

Compliance: função de cumprimento das políticas, procedimentos, controles internos e


regras estabelecidas pela regulação vigente.

Cota: menor fração de um fundo de investimento.

Cotista: investidor de fundos de investimento.

Crédito Privado: títulos de renda fixa de emissores (empresas) privados.

Custos de transação: conceito econômico utilizado para representar o dispêndio de recur-


sos necessários para participar de uma determinada transação, envolvendo, mas não se
limitando ao custo de planejar, redigir, adaptar e monitorar o cumprimento de contratos,
por exemplo.

CRI: Certificados de Recebíveis Imobiliários.

CTVM: sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, que desempenham papel de


intermediação de negócios entre os investidores e o mercado. São instituições autorizadas
a operar em bolsa de valores, recebendo as ordens dos clientes e colocando as ofertascor-
respondentes no ambiente da bolsa.

CVM: Comissão de Valores Mobiliários.

Debêntures: títulos de renda fixa emitidos por sociedades por ações de capital aberto ou
fechado; representam um direito de crédito do investidor sobre a companhia emissora.
São consideradas “simples” quando não oferecem ao investidor a opção de conversão em
ações (ver debêntures conversíveis).

159
Debêntures conversíveis: conferem aos debenturistas a opção de convertê-las em ações
da mesma empresa emissora das debêntures, a um preço pré-especificado, em datas
determinadas ou durante um período de tempo.

Debêntures incentivadas: títulos de renda fixa emitidos por companhias ou por sociedade
de propósito específico para financiar investimentos, especialmente em áreas prioritárias
para o Governo Federal; oferecem isenção de imposto de renda sobre seus rendimentos
para investidores pessoas físicas e não residentes, desde que preencham os requisitos
legais para receberem tal incentivo tributário.

Debêntures permutáveis: conferem aos debenturistas a opção de convertê-las em ações


de outra empresa que não a empresa emissora das debêntures, a um preço pré-especi-
ficado, em datas determinadas ou durante um período de tempo.

Deflação: redução geral no nível de preços de uma economia. Corresponde a uma taxa
de inflação negativa.

Desdobramento: concessão de uma ou mais novas ações para cada ação existente; tam-
bém conhecido como split.

Dever de diligência: obrigação imposta a alguns agentes que operam em nome e benefício
de terceiros de atuar com a prudência e o zelo que se esperariam de alguém na adminis-
tração de seus próprios negócios.

DI: Depósito Interfinanceiro.

Direito creditório: direito a determinado crédito e títulos representativos deste direito.

Distribuidor: instituição financeira que tem como atividade principal ou acessória a inter-
mediação de operações nos mercados regulamentados de títulos e valores mobiliários.

Diversificação: técnica de alocação de capital em diferentes ativos, setores ou mercados,


com o objetivo de reduzir a exposição do investidor ao risco particular de cada um dos ativos.

Dívida externa: somatório dos débitos de um país, resultantes de empréstimos e finan-


ciamentos contraídos no exterior pelo próprio governo, por empresas estatais ou privadas.

Dividendos: remuneração paga aos acionistas de uma companhia como distribuição


parcial ou integral dos lucros obtidos em um exercício.

DTVM: sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários. Desempenham papel


similar às CTVM e são a elas equiparadas para todos os fins práticos. Ver CTVM.

160
Economia de escala: eficiência econômica obtida por meio da intensificação de deter-
minada atividade.

Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC): é a entidade ou sociedade


seguradora autorizada a instituir planos de previdência complementar aberta. Estes
podem ser individuais, quando contratados por qualquer pessoa, ou coletivos, quando
garantem benefícios a indivíduos vinculados, direta ou indiretamente, a uma pessoa jurí-
dica contratante.

Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC): são conhecidas como fun-


dos de pensão. São instituições sem fins lucrativos que mantêm planos de previdência
coletivos, organizadas pelas empresas para seus empregados, com o objetivo de garantir
pagamento de benefícios a seus participantes. Podem também ser organizadas por asso-
ciações, sindicatos ou entidades de classes.

Escritura de emissão: principal documento legal de uma emissão de debêntures, do qual


constam todas as características dos títulos, incluindo prazo até o vencimento, taxa de
remuneração, uso dos recursos e obrigações da companhia emissora.

Fatores de risco: fatos ou condições que tornam a concretização de um problema mais


provável.

Fundo Garantidor de Crédito (FGC): entidade civil privada, sem fins lucrativos, criada em
1995 com o objetivo de administrar mecanismos de proteção aos credores de instituições
financeiras. Oferece garantia para créditos de até R$ 250.000,00 por pessoa física ou jurí-
dica, por conglomerado financeiro, limitado a R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para
garantias pagas para cada CPF ou CNPJ.

FIDC: Fundo de Investimento em Direitos Creditórios.

FII: Fundos de Investimento Imobiliários.

Fonte da riqueza: maneira pela qual o patrimônio de um investidor foi ou é obtido.

Fundo aberto: fundos que permitem a entrada (aplicação) e saída (resgate) de cotistas.

Fundo Exclusivo: fundo destinado exclusivamente a um único investidor profissional, nos


termos da Regulação em vigor;

Fundo de Investimento Especialmente Constituído (FIE): fundos cujos únicos cotistas


são, direta ou indiretamente, sociedades seguradoras e entidades abertas de previdência
complementar, cuja carteira seja composta em conformidade com as diretrizes estabeleci-
das pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na regulamentação que disciplina a aplicação

161
dos recursos das reservas, das provisões e dos fundos das sociedades seguradoras, das
sociedades de capitalização e das entidades abertas de previdência complementar.

Fundo fechado: fundo em que a entrada (aplicação) e a saída (resgate) de cotistas não é
permitida e que as cotas são resgatadas ao término do seu prazo de duração.

Fundo Reservado: fundo destinado a um grupo determinado de investidores que tenham


entre si vínculo familiar, societário ou que pertençam a um mesmo conglomerado ou
grupo econômico, ou que, por escrito, determinem essa condição;

Ganho de capital: representado pela diferença positiva entre o preço de venda e o preço
de compra de um ativo.

Gestão de Riscos: atividade de identificar, mensurar, avaliar, monitorar, reportar, controlar


e mitigar os riscos atribuídos à atividade específica de uma determinada organização.

Grupamento: é o inverso da operação de desdobramento e consiste na transformação de


duas ou mais ações existentes em uma única ação nova; também conhecido como inplit.

Hedge: operação que visa reduzir ou eliminar os riscos de oscilações inesperadas nos
preços de ativos.

Heterorregulação: atividade regulatória desenvolvida por um agente externo ao


ambienteregulado.

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Ibovespa: Índice da Bolsa de Valores de São Paulo. É o principal indicador de desempe-


nho das empresas listadas na bolsa e composto pelas maiores e mais negociadas ações
da B3 S.A.

IBX: Índice Brasil. Índice que avalia o retorno de uma carteira composta pelas ações mais
negociadas na B3 S.A., selecionadas pelo critério de liquidez e ponderadas pelo valor de
mercado do free-float.

Índice de referência: indicador que serve como base de comparação para a avaliação do
desempenho relativo de um instrumento financeiro ou de uma carteira de ativos.

Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M): índice de preços calculado pelo Instituto
Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). É uma média ponderada
de outros três

índices da FGV: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA, com peso de 60%), o Índice de

162
Preços ao Consumidor (IPC, com peso de 30%) e o Índice Nacional de Custo da Construção
(INCC, com peso de 10%).

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): índice de preços divulgado


pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Busca medir a variação de preços
de forma bastante ampla, contemplando os gastos de famílias cujo rendimento mensal
seja de 1 a 40 salários mínimos e residentes em áreas urbanas.

Inflação: conceito econômico que designa o aumento continuado e generalizado dos


preços de bens e serviços.

Instituição Participante: as instituições que são associadas à ANBIMA ou que tenham


aderido, voluntariamente, a qualquer um dos seus códigos de autorregulação.

Instrução CVM: ato normativo regulatório emitido pela CVM.

Intermediação financeira: a atividade de captar recursos dos agentes superavitários,


mediante algum tipo de contrapartida, e disponibilizá-los para agentes deficitários, mediante
a cobrança de juros.

Investidores: agentes econômicos superavitários que buscam remuneração para seu


capital por meio de aplicações em produtos financeiros.

Investimento: aplicação de capital em meios de produção ou nos mercados financeiro


e de capitais.

IOF: Imposto sobre Operações Financeiras.

IOSCO: International Organization of Securities Commissions (Organização Internacional


das Comissões de Valores Mobiliários).

IPO: sigla do inglês Initial Public Offering. É a Oferta Pública Inicial de Ações, processo por
meio do qual os investidores têm acesso a novas ações emitidas no mercado primário.

IR: Imposto de Renda, conforme regulado pela Secretaria da Receita Federal.

Juros sobre capital próprio: remuneração paga aos acionistas como distribuição de lucros
retidos em exercícios anteriores.

Letra de Crédito do Agronegócio (LCA): título de dívida emitido por instituição financeira
e lastreado em créditos do agronegócio de propriedade da instituição emissora.

Letra de Crédito Imobiliário (LCI): título de dívida emitido por instituição financeira e
lastreado em créditos imobiliários de propriedade da instituição emissora.

163
Letra do Tesouro Nacional (LTN): título público federal que oferece ao investidor um
retorno predefinido (caso seja mantido até o seu vencimento) no momento da compra;
não há pagamentos de juros periódicos e não há atualização do valor nominal por índice
de preços

Letra Financeira do Tesouro (LFT): título público federal cuja rentabilidade é pós-fixada e
dada pela Taxa Selic acumulada no período de investimento, acrescida de ágio ou deságio
registrado no momento da compra do título; não há pagamento de juros periódicos ao
investidor e não há atualização do valor nominal do título por índice de preços.

Liquidez: grau de facilidade com que um ativo pode ser comprado ou vendido no mercado
a um preço adequado ou justo.

Marcação a mercado (MaM): atualização do preço de um ativo utilizando o preço verifi-


cado no mercado em determinado dia.

Medida da riqueza: tamanho do patrimônio acumulado por um investidor.

Mercado primário: mercado onde ocorrem os lançamentos de novas ações e títulos de


renda fixa, para a primeira aquisição por parte de investidores. É nesse mercado que as
empresas emissoras de valores mobiliários captam recursos para se financiar.

Mercado secundário: mercado onde os ativos financeiros já existentes são negociados e


transferidos entre investidores.

Meta para a Taxa Selic: taxa de juros definida pelo Comitê de Política Monetária como
objetivo para a taxa básica da economia.

Nota de crédito: opinião resumida a respeito de um emissor ou de uma emissão de títulos


de renda fixa, publicada por uma agência de classificação de risco. Também conhecida
como rating.

Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B): título público federal cuja rentabilidade é com-
posta por uma taxa de juros predefinida no momento da compra do título, acrescida da
variação do IPCA; há pagamento de juros semestrais a uma taxa de cupom fixa de 6% a.a.

Nota do Tesouro Nacional Série B Principal (NTN-B Principal): título público federal cuja
rentabilidade é composta por uma taxa de juros predefinida no momento da compra do
título, acrescida da variação do IPCA; não há pagamento de juros semestrais.

Nota do Tesouro Nacional Série F (NTN-F): título público federal que oferece ao investi-
dor uma rentabilidade fixa (caso o título seja mantido até o seu vencimento), definida no
momento da compra; há pagamento de juros semestrais a uma taxa de cupom fixa de

164
10% a.a., sem atualização do valor nominal do título por índice de preços.

Objetivo de retorno: taxa de retorno requerida e desejada pelo investidor.

Objetivo de risco: tolerância do investidor ao risco, composta pela capacidade e pela


disposição para assumir riscos.

Oferta pública: modalidade de oferta regida pela Instrução CVM 400/03, que permite a
ampla distribuição de valores mobiliários para o público investidor, desde que satisfeitas
todas as exigências especificadas na norma.

Oferta pública com esforços restritos: modalidade de oferta regida pela Instrução CVM
476/09, que permite a distribuição de valores mobiliários para o público investidor de maneira
restrita e com a liberação de algumas exigências impostas no caso de uma oferta ampla.

Oferta pública primária: oferta em que as ações são ofertadas pela primeira vez. Os recur-
sos captados são canalizados para a companhia emissora das ações.

Oferta pública secundária: oferta em que as ações são ofertadas por atuais acionistas
da companhia. Os recursos captados são canalizados para os acionistas que vendem suas
ações, e não para a companhia emissora das ações.

Operação compromissada: aplicação financeira por meio da qual o investidor adquire um


título de renda fixa vendido por uma instituição financeira, que assume o compromisso
de recompra do título em um prazo determinado.

Ordem a mercado: em uma oferta de ações, ordem por meio da qual o investidor indica
à instituição intermediária que deseja adquirir ações a qualquer que seja o preço final de
lançamento.

Ordem limitada: em uma oferta de ações, ordem por meio da qual o investidor comunica
à instituição intermediária o preço máximo que deseja pagar por cada ação a ser adquirida.

Participante: pessoa física que contrata ou, no caso de contratação sob a forma coletiva,
adere a um plano de previdência complementar aberta.

Perfil de personalidade: descrição das características pessoais e padrões de compor-


tamento do investidor que podem influenciar suas decisões a respeito das diferentes
alternativas de

investimento.

Perfil situacional: documento que resume as características do investidor e descreve suas

165
preferências, suas circunstâncias pessoais e financeiras, seus desejos e seus objetivos de
vida.

Período de carência: é o período em que não serão aceitas solicitações de resgate ou de


portabilidade por parte do participante de um plano de previdência.

Período de pagamento do benefício: período em que o assistido (ou os assistidos) fará


jus ao pagamento do benefício, sob a forma de renda, podendo ser vitalício ou temporário.

Período de reserva: em uma oferta pública de ações, é o período determinado para que
os potenciais investidores registrem junto às instituições intermediárias da oferta o seu
interesse em adquirir as ações a serem distribuídas.

Pessoas politicamente expostas: os agentes públicos que desempenham ou tenham


desempenhado, nos últimos cinco anos, no Brasil ou em países, territórios e dependências
estrangeiras, cargos, empregos ou funções públicas relevantes, assim como seus repre-
sentantes, familiares e estreitos colaboradores.

Plano de continuidade de negócios:é o conjunto de planos e sistemas de prevenção e


recuperação elaborados para lidar com ameaças operacionais aos negócios da empresa,
garantindo a continuidade dos negócios mesmo em uma situação operacional adversa.

Plano de negócios: documento escrito que detalha como uma empresa pretende atingir
seus objetivos.

Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL): produto de previdência complementar, de


contratação opcional que tem como objetivo complementar a aposentadoria oficial. Sem
garantia de rendimento mínimo, o participante recebe integralmente o resultado financeiro
obtido pelo plano. Oferece benefício fiscal em determinadas circunstâncias, pois permite
ao participante deduzir o valor das contribuições anuais da base de cálculo do imposto de
renda na Declaração Anual de Ajuste do IR.

Poder de compra: valor de uma moeda em termos da quantidade de bens e serviços que
uma unidade monetária pode adquirir. O poder de compra da moeda reduz-se quando
há inflação de preços.

Política de investimento: documento que estabelece as diretrizes estratégicas que devem


ser observadas na gestão dos recursos do investidor.

Política monetária: política econômica por meio da qual a autoridade monetária de um


país exerce controle sobre a oferta de moeda e busca manter a estabilidade dos preços.

Portabilidade: é o direito que o participante tem de transferir os recursos financeiros

166
acumulados na sua provisão de um plano de previdência complementar para outro plano
de benefício previdenciário operado por outra entidade de previdência complementar.

Práticas não equitativas: conduta vedada e combatida pela CVM consistente na prática
de atos que resultem em colocar uma parte em posição de desequilíbrio ou desigualdade
indevida em relação aos demais participantes da operação.

Prazo de diferimento: período compreendido entre a data da contratação do plano de


previdência complementar pelo participante e a data escolhida por ele para o início da
concessão do benefício, podendo coincidir com o prazo de pagamento das contribuições.

Prazo médio ponderado: medida de tempo médio para recebimento de um fluxo de


pagamentos, incluindo os valores de principal e de juros. Os prazos para recebimento de
cada fluxo são ponderados pelo valor presente do respectivo pagamento.

Processo de suitability: processo adotado para verificar a adequação de determinados


produtos, serviços ou operações realizadas nos mercados financeiro e de capitais ao perfil
de um investidor.

Produto Interno Bruto (PIB): soma de todos os bens e serviços finais, em termos mone-
tários e a valor de mercado, produzidos em determinada região durante um certo período
(normalmente um ano).

Produtos automáticos: produtos financeiros de aplicação e resgate automático, destina-


dos, exclusivamente, aos correntistas da instituição.

Prospecto de distribuição: documento informativo a respeito de uma emissão de debên-


tures, distribuído aos potenciais investidores e que contém as características relevantes da
oferta, bem como informações detalhadas sobre a companhia emissora, o uso pretendido
dos recursos captados, os custos da emissão e os fatores de risco envolvidos no investi-
mento nos títulos, entre outras.

Proventos: remunerações recebidas por detentores de ações; incluem dividendos, juros


sobre capital próprio e bonificações.

Rating: classificação de risco de crédito emitida por agência de classificação de risco (como
Moody’s Investor Services, S&P e Fitch Ratings).

Relação fiduciária: a relação de confiança e lealdade que se estabelece entre investidores


e instituições financeiras intermediárias.

Renda: série de pagamentos periódicos a que tem direito o assistido (ou assistidos), de
acordo com a estrutura do plano de previdência complementar.

167
Renda fixa: classe de ativos que inclui títulos públicos federais, títulos de emissão de ins-
tituições financeiras (ver CDB, LCI e LCA), títulos emitidos por empresas (ver debêntures)
e outros papéis que oferecem taxa de juros pré-especificada, seja ela prefixada ou pós-
-fixada. Os títulos representam uma promessa de pagamento (uma dívida) de uma parte
para outra.

Renda variável: classe de ativos que inclui ações preferenciais e ações ordinárias (ver
ações) e tipicamente composta por instrumentos que oferecem a seus detentores uma
participação no capital social de companhias.

Rentabilidade: retorno obtido em um investimento.

Rentabilidade absoluta: retorno total obtido em um investimento e expresso na forma


de percentual sobre o valor investido.

Rentabilidade bruta: retorno total obtido em um investimento.

Rentabilidade líquida: é o retorno obtido em um investimento, descontados os impostos


e as taxas aplicáveis.

Rentabilidade relativa: é o retorno obtido em um investimento, descontado o retorno


obtido por um benchmark (índice de referência).

Risco: chance de se verificar uma perda em uma aplicação financeira. Em investimentos


é a possibilidade de alguma variável imprevista impactar negativamente uma aplicação.
Essa interferência pode levar à perda de parte, todo o valor investido originalmente ou até
mesmo um valor superior a ele, caso haja alavancagem.

Risco cambial: risco originado pela oscilação das taxas de câmbio, isto é, do preço de uma
moeda em relação a outra.

Risco de crédito: risco de o investidor registrar uma perda em seu investimento por conta
do aumento do spread de crédito requerido por investidores nesse investimento ou pelo
efetivo descumprimento, por parte do emissor de um título de renda fixa, das obrigações
referentes ao pagamento de juros e de principal nesse título.

Risco de default ou risco de inadimplência: risco de o investidor não reaver, de maneira


integral ou parcial, o seu investimento original em um título de dívida.

Risco de downgrade: possibilidade de perda em um título de renda fixa causada por


redução, por parte de uma agência de classificação de risco, na nota de crédito do emissor
ou do próprio título.

168
Risco geopolítico: possibilidade de perdas em um investimento por conta de alterações
adversas no cenário político em um país ou uma região.

Risco legal: risco de perdas em um investimento devido ao não cumprimento da legislação


local do país onde o investimento acontece ou devido a problemas jurídicos na elaboração
de contratos.

Risco de liquidez: risco de ocorrência de perdas para o investidor por conta da negociação
de um ativo por um preço distante do seu preço justo.

Risco não sistemático: é o risco específico de cada empresa, que pode ser reduzido por
meio de diversificação da carteira de investimentos.

Risco de mercado: risco de se verificar perdas causadas pelos movimentos dos preços
dos ativos no mercado.

Risco do mercado de ações: possibilidade de perda advinda das flutuações observadas


nos preços dos ativos negociados no mercado acionário.

Risco de spread: possibilidade de perda advinda de flutuação no preço de um papel de


renda fixa, causada pela variação no spread de crédito requerido pelo mercado.

Risco regulatório: possibilidade de perda em um investimento por conta do não cum-


primento de regras e instruções das autoridades locais no que se refere à negociação de
instrumentos financeiros em determinado país.

Risco sistemático ou risco não diversificável: risco advindo de fatores gerais e comuns
ao mercado; chance de se verificar perdas em um ativo ou carteira de ativos por conta
de eventos ou elementos que afetam a economia ou o mercado como um todo, também
conhecido como risco de mercado.

Risco de taxa de juros: possibilidade de perda advinda da flutuação dos preços de títulos
de renda fixa causada por alterações nas taxas de juros.

Risco total: em um ativo ou carteira de ativos, é a soma dos riscos sistemático e não
sistemático.

Risco tributário: possibilidade de que, sobre os rendimentos obtidos em uma aplicação


financeira, venham a incidir impostos e taxas não previstos originalmente. Risco de mudan-
ças nas regras tributárias.

Selic: Sistema Especial de Liquidação e de Custódia do Banco Central do Brasil. É um sis-


tema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro

169
Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações com esses títulos.

Selo ANBIMA: marca visual composta da logomarca da ANBIMA seguida de uma série de
dizeres padronizados utilizada para demonstração do compromisso das instituições parti-
cipantes com o cumprimento e a observância das regras de autorregulação da ANBIMA.

Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB): conjunto de entidades, sistemas e mecanismos


relacionados com o processamento e a liquidação de operações de transferência de fun-
dos, de operações com moeda estrangeira ou com ativos financeiros e valores mobiliários.

Sistema Financeiro Nacional (SFN): conjunto de instituições – aí incluídos órgãos norma-


tivos, supervisores e operadores – e instrumentos que viabilizam o fluxo financeiro entre
os poupadores e os tomadores na economia.

Sobredemanda: em uma oferta de ações, é o excesso de demanda verificado quando o


volume financeiro desejado pelos investidores é superior ao volume financeiro disponível
em ações a serem distribuídas.

Spread de crédito: diferencial entre o retorno requerido em um título de renda fixa de


emissor privado e o retorno oferecido por um título público federal de mesmo prazo, em
uma mesma moeda.

Subscrição: operação em que ocorre aumento do capital social (capitalização) de uma


companhia por meio da venda de ações; uma oferta inicial de ações por meio de subscri-
ção pública é conhecida como IPO (ver IPO).

Superintendência de Seguros Privados (Susep): órgão responsável pelo controle e pela


fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.

Taxa de administração: taxa percentual cobrada dos fundos para a prestação dos serviços
de administração, gestão profissional dos recursos e pagamento dos prestadores de serviço.

Taxa de câmbio spot: taxa para compra e venda imediata de dólares, conhecida no Brasil
como “dólar pronto”. Taxa pela qual os participantes do mercado de câmbio estão dispos-
tos a comprar e a vender a moeda estrangeira em determinado momento da sessão de
negociação.

Taxa de câmbio: preço de uma moeda em termos de outra moeda. É a razão de conversão
entre duas moedas distintas.

Taxa de carregamento: percentual incidente sobre as contribuições pagas pelo participante,


para fazer face às despesas administrativas, às de corretagem e às de comercialização de
um plano de previdência complementar.

170
Taxa de corretagem: valor cobrado pela corretora por meio da qual o investidor realiza
a compra e a venda de ativos; é o valor pago pelo investidor pelo serviço prestado pela
corretora na intermediação entre a ordem do cliente e a execução da oferta junto à bolsa
ou no mercado de balcão.

Taxa de custódia: taxa cobrada por corretoras e bancos pelo serviço de manutenção dos
ativos em uma conta de custódia própria.

Taxa de juro: definida como a razão percentual entre os juros, cobrável ou pagável, no fim
de um período e o dinheiro devido no início do período.

Taxa de juros equivalente: em regime de capitalização composta, duas taxas de juros


são consideradas equivalentes quando geram valores iguais ao ser aplicadas sobre um
mesmo montante e por um mesmo período de tempo.

Taxa de juros nominal: taxa de juros contratada em uma operação financeira ou deter-
minada pelo mercado. Não é ajustada para remover o efeito da inflação.

Taxa de juros proporcional: em regime de capitalização simples, duas taxas de juros são
consideradas proporcionais quando geram valores iguais ao ser aplicadas sobre um mesmo
montante e por um mesmo período de tempo.

Taxa de juros real: taxa de juros que remove o efeito da inflação. É calculada descontando
a taxa de inflação da taxa de juros nominal obtida em um investimento e considerando o
mesmo período de tempo.

Taxa DI: nome comumente dado à Taxa DI-Cetip Over (Extra-Grupo), calculada pela B3 S.A.
e divulgada em percentual ao ano, base 252 dias. Essa taxa reflete as taxas de juros cobra-
das entre instituições do mercado interbancário nas operações de emissão de Depósitos
Interfinanceiros (DI) prefixados, com prazo de um dia útil, registradas e liquidadas pelos
sistemas da B3.

Tesouro IPCA+: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para a Nota do Tesouro Nacional
Série B Principal (NTN-B Principal).

Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para a
Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B).

Tesouro Prefixado: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para a Letra do Tesouro


Nacional (LTN).

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para
a Nota do Tesouro Nacional Série F (NTN-F).

171
Taxa PTAX: média das cotações do dólar no mercado em determinado dia, calculada
pelo Banco Central do Brasil por meio de uma metodologia própria, com base em quatro
janelas de consulta ao longo de cada dia.

Taxa Referencial (TR): taxa calculada pelo Banco Central do Brasil com base na média
das taxas de juros das LTN (Letras do Tesouro Nacional). Utilizada no cálculo do rendi-
mento das cadernetas de poupança e dos juros dos empréstimos do Sistema Financeiro
da Habitação (SFH).

Taxa Selic Over: taxa média das operações de financiamento de um dia (compromissa-
das), lastreadas em títulos públicos federais, realizadas no Selic, ponderadas pelo volume
das operações.

Termo de compromisso: documento escrito proposto por um ente regulado a fim de


corrigir ou compensar alguma infração regulatória.

Tesouro Direto: programa de negociação de títulos públicos para pessoas físicas.

Tesouro Nacional: caixa do governo, o conjunto de suas disponibilidades e, ao mesmo


tempo, designa também o órgão público responsável pelo gerenciamento da dívida
pública do país.

Tesouro Selic: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para a Letra Financeira do Tesouro
(LFT).

Títulos privados: títulos emitidos por empresas e instituições financeiras para a captação
de recursos para financiar suas atividades.

Títulos públicos: títulos emitidos pelo Tesouro Nacional como forma utilizada para a cap-
tação de recursos para financiar atividades do Governo Federal.

Títulos públicos federais: títulos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional, compostos
por letras e notas de características distintas, para fins de financiamento do setor público.

Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL): modalidade de seguro de pessoas que


combina os tradicionais seguros de vida com características dos planos de previdência
complementar. É um plano de seguro de pessoas com cobertura por sobrevivência, cuja
principal característica é a ausência de rentabilidade mínima garantida durante a fase de
acumulação dos recursos ou período de diferimento (podendo inclusive apresentar ren-
tabilidade negativa). A rentabilidade da provisão é idêntica à rentabilidade do fundo em
que os recursos estão aplicados.

Volatilidade: grau de variação dos preços de um ativo em determinado período, medido


pelo conceito estatístico de desvio-padrão dos retornos logarítmicos. Mede o quanto
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oscilam os retornos de um ativo.

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