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A Brincadeira No Processo de Desenvolvimento
A Brincadeira No Processo de Desenvolvimento
JUARA
2017
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE JUARA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA
JUARA
2017
Ficha catalográfica
BANCA EXAMINADORA
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Prof. Dr. Jairo Luiz Fleck Falcão
Orientador
UNEMAT – Campus Universitário de Juara
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Profa. Dra. Albina Pereira de Pinho Silva
Avaliadora
UNEMAT – Campus Universitário de Juara
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Profa. Esp. Eliane Maria de Jesus
Avaliadora
UNEMAT – Campus Universitário de Juara
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Profa. Dra. Lisanil da Conceição Patrocínio Pereira
Coordenadora de TCC
UNEMAT – Campus Universitário de Juara
------------------------------------------------------------------------------------
Profa. Ma. Ariele Mazoti Crubelati
Coordenadora do Curso
UNEMAT – Campus Universitário de Juara
JUARA
2017
DEDICATÓRIA
Agradeço a Deus, por mais essa conquista em minha vida, mesmo com as
dificuldades encontradas no meio do caminho, não me fizeste desistir, mas me manteve
forte para prosseguir. Pela astúcia, e dedicação em cada etapa trilhada, até chegar à
conclusão deste trabalho.
Sou grata, aos meus pais que sempre estiveram comigo, me incentivando e
proporcionando coragem para fazer meu melhor. A minha mãe que sempre me orientou
a seguir o caminho correto, e esteve ao meu lado com todo seu amor materno.
Ao meu esposo, compreensivo e amoroso que sempre me incentivou aos
estudos, e esteve comigo nas horas difíceis me trazendo tranqüilidade para cada etapa
realizada deste trabalho.
Ao meu querido professor, Jairo Luiz Fleck Falcão que com toda sua paciência
me orientou, pelos seus incentivos por acreditar em meu potencial, e a todos os
professores pelos ensinamentos, que fizeram parte da minha trajetória acadêmica meus
sinceros agradecimentos.
E as amizades do curso, e além dele, sempre apoiando uma a outra,
compartilhando os momentos alegres e de tristeza, um ato de amor, em meio às
improbabilidades, essas pessoas que fizeram com que este trabalho fosse concluído.
Muito obrigada a cada um de vocês.
Amai a infância; favorecei seus jogos, seus prazeres, seu amável instinto. Quem de vós
não se sentiu saudoso, às vezes, dessa idade em que o riso está sempre nos lábios e a
alma sempre em paz. Por que arrancar destes pequenos inocentes o gozo de um tempo
tão curto que lhe escapa, de um bem tão precioso de que não se podem abusar?
(Rousseau)
RESUMO
The present work entitled The Role of Play in the Process of Child Development and
Learning: a study in the Thayná Gabrielly Oliveira Morais day care center, aims to know the
potential of children's learning through play; Identify types of play and how children interact;
To analyze how the games are represented in the voices and in the pedagogical actions of
teachers who work in Early Childhood Education in a municipal day care center in Juara. It
started from the following questions: how the games are represented in the voices and the
pedagogical actions of the teachers? What games are daily inserted in the pedagogical actions
and how the children interact with them? What is the potential that the jokes play in the
process of learning and development of children in Early Childhood Education? To develop
the research, with a qualitative approach, the techniques of participant observation, field
diary, interview with the regent teacher of the studied class and, finally, content analysis were
used. The results of the research indicate that the educator values playing and, with assiduous
use playful moments in their pedagogical action aiming at the learning and development of
children in a pleasurable way.
INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 11
2.3- Momento da brincadeira e da aprendizagem para uma nova concepção sobre o papel do
brincar....................................................................................................................................... 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................... 51
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 53
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INTRODUÇÃO
Sabemos que os pais, com a carga horária sobrecarregada de trabalho, acabam por não
acompanhar os filhos conforme suas necessidades. A disponibilização do tempo acaba sendo
pequena para interagir e intervir nas brincadeiras, sendo desmotivados ao momento de
aprendizagem com seus filhos. Com essa lacuna vinda da família, cabe ao professor da
Educação Infantil, orientar e trabalhar com o lúdico, onde as crianças possam estar inseridas
nas brincadeiras, visando à aprendizagem e o desenvolvimento.
Quando a criança ingressa na creche, ela já leva consigo conhecimentos prévios,
conhecimentos que adquiriram com as inúmeras experiências que tiveram da família, o
professor não deve descartar esses conhecimentos, tem que saber utilizá-los, e inseri-lo no
brincar. Segundo Vygotsky (2007, p. 94), “o aprendizado das crianças começa muito antes de
elas frequentarem a escola. Qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta
na escola tem sempre uma história prévia”.
A brincadeira tem de ser vista pelos pais e educadores como uma etapa de suma
importância na vida de uma criança, e tendo consciência e respeitando seus limites e não
julgar, como alguns dizem que brincar é “perda de tempo”, mas quando a criança brinca ela
ganha, acumula forças internas para poder enfrentar o mundo que ás vezes tanto preocupa os
adultos.
Com base nas leituras sobre o tema pesquisado, surgiram as seguintes questões: Como
as brincadeiras são representadas nas vozes e nas ações pedagógicas dos professores que
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atuam no contexto da Educação Infantil? Que brincadeiras são cotidianamente inseridas nas
ações pedagógicas da Educação Infantil e como as crianças interagem com elas? Qual é o
potencial que as brincadeiras exercem no processo de aprendizagem e desenvolvimento das
crianças da Educação Infantil?
Neste sentido, o objetivo central deste estudo é analisar a importância do brincar no
processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, sobretudo na Educação Infantil,
primeira etapa da Educação Básica. Na metodologia iremos apresentar as abordagens teóricas
em que se demostra a descrição do sujeito da investigação, as estratégias utilizadas para a
coleta dos dados, bem como o modo que foi tratado.
Pensando nesse processo de aprendizagem e desenvolvimento, o presente estudo está
dividido da seguinte forma. Em um primeiro momento relatamos a introdução em seguida,
foram abordados à metodologia e contexto da pesquisa. No segundo foi discutido sobre a
brincadeira na aprendizagem da criança. Posteriormente, a discussão abordara sobre os tipos
de brincadeiras e intencionalidade pedagógicas. Por fim as considerações finais.
CAPÍTULO I
METODOLOGIA E CONTEXTO DA PESQUISA
para a qual se procura uma resposta, ou uma hipótese que se queria comprovar, ou ainda,
descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”.
As etapas da pesquisa foram à observação participante, entrevista direcionada a
professora regente da turma estudada, análise documental e bibliográfica.
Realizamos a pesquisa em uma creche de Educação Infantil, sendo o segmento
maternal II no município de Juara os sujeitos estudados foram às crianças e a professora
regente da turma.
Na observação participante “realizamos os registros descritivos sobre os fatos
analisados em situações dentro e fora da sala de aula, que estavam ligados ao problema da
pesquisa. Visando observar os sujeitos em seus aspectos pessoais e particulares, o local e suas
circunstâncias, o tempo e suas variações, as ações e suas significações, os conflitos e a
sintonia de relações interpessoais e sócias, e as atitudes e os comportamentos diante da
realidade” (CHIZZOTTI, 2005).
Ludke e André (1986, p. 26) enfatizam a observação como,
1
Para fins de referência denominaremos Creche Thayná.
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O prédio foi construído por uma empreiteira por meio de licitação, mas
dependendo do empenho da prefeitura para chegar a sua conclusão. Ela
ocupa uma área ampla, de visão privilegiada por estar na região ainda não
povoada ao seu redor, de frente para algumas chácaras que tem além da
visão maravilhosa que oferece de frente para vegetação, também a circulação
do ar que não tem impedimento para adentrar seu espaço (CRECHE
THAYNÁ, 2015a, p. 4).
A Creche Thayná situada no Bairro Porto Seguro, entre o Jardim América e o Portal
das Flores, atende as crianças de ambos os bairros, mas também de bairros distantes.
Conforme o PPP, as crianças atendidas pela creche estão na faixa etária “de quatro meses a
cinco anos de idade, nas modalidades de berçário I e II, maternal I e II e Pré I, sendo estes,
berçários I e II e maternais I e II integrais com 40 horas semanais, e berçário II e maternais I e
II parciais 25 horas semanais” (CRECHE THAYNÁ, 2015a, p. 6).
Segundo o PPP, ao se referir a o posicionamento da creche, o bairro é bem simples,
suas casas a maioria de madeiras e as ruas sem asfalto e sem calçada. Mesmo tendo alguns
comércios, indústrias e oficinas, energia elétrica, rede de água, mas ainda há carência de
infraestrutura. Nas proximidades da creche há poucas construções e parte são áreas não
colonizadas, então não há qualquer tipo de construção, dando uma visa de escola do campo
(CRECHE THAYNÁ, 2015a, p. 13).
Visto que a Creche é nova suas condições físicas estão em perfeito estado, mais ainda
conta com algumas dificuldades nas partes de matérias pedagógicas, equipamentos, etc.
A creche Municipal Thayná Gabrielly está inserida no contexto social, atendendo
crianças independentemente de sua classe social, visando o cuidar, educar e o brincar para a
aprendizagem e experiências culturais das crianças nela inserida, sendo que principalmente
pela brincadeira que a criança aprende, priorizam ações individuais e coletivas.
Para o PPP trabalhar com crianças de Creche significa ter uma “concepção integrada
de desenvolvimento e Educação Infantil que dê a mesma importância às ações de cuidado e
educação e as mantenham articuladas em rotinas - horários e espaços - demarcadas pela
necessidade e demandas infantis” (CRECHE THAYNÁ, 2015a, p. 22).
O processo de desenvolvimento da criança está ligado com as relações sociais em que
a mesma está inserida. Considerando essa perspectiva a ação pedagógica na Educação
Infantil, deve visar momentos prazerosos e desafiadores, instigando à aprendizagem da
criança.
Segundo Vygotsky (1998, p. 103) as concepções correntes da relação entre
desenvolvimento e aprendizado em crianças podem ser reduzidas em três grandes posições
teóricas.
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Neste sentido Vygotsky (1998) afirma que, o aspecto essencial nessa hipótese é de que
os processos de desenvolvimento não coincidem com os processos de aprendizado. Neste
sentido, o processo de desenvolvimento floresce de maneira mais lenta e atrás do processo de
aprendizado, desta continuação derivam as zonas de desenvolvimento proximal. Com esse
fator, notamos que mesmo que o aprendizado esteja intrinsecamente relacionado com o
desenvolvimento da criança, eles não são realizados na mesma medida ou em paralelo.
Ainda segundo Vygotsky (1998, p. 118) enfatiza que o,
Conforme Bardin (1977, p. 104) “A codificação é o processo pelo qual os dados brutos
são transformados sistematicamente e agregados em unidades, as quais permitem uma
descrição exata das características pertinentes do conteúdo”. Categorização (1977, p. 117),
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A criança constrói sua cultura lúdica brincando. Por meio das brincadeiras, elas criam
situações de vivências, o que elas presenciam no seu dia a dia. Por meio da interação com o
meio e outras crianças, constrói seus conhecimentos.
Na brincadeira, a criança vivencia situações de alteridade, pois ao estabelecer o limite
com o outro e o eu, constrói a sua identidade. Conforme Kishimoto (2010, p. 13), “Ao brincar
com coisas que conhece que aprendeu com a família e amigos do seu grupo, étnico/racial, a
criança aprende a construir sua identidade e compreende que outras crianças brincam de
forma diferente.
Com as rápidas transformações sociais, econômicas e culturais provocadas pelo
avanço das ciências e da tecnologia, muitas brincadeiras que faziam parte da vida das crianças
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o jogo é uma grande fantasia, uma grande aventura, na qual a criança penetra
sem medo, vivendo as personagens. Uma fantasia na qual as regras e as
estruturas preestabelecidas devem ser descobertas; uma grande quantidade
de informação deve ser distinguida e selecionada. Por outro lado, o jogo
eletrônico, muitas vezes, dispensa parceria: torna-se individual uma
atividade há tempos coletiva. E essa é a grande crítica feita pelos adultos: a
falta de socialização.
Entretanto, os jogos virtuais muitas vezes, disponibilizam conteúdos, que não são
próprios à faixa etária da criança. E a criança que não tem orientação de um adulto, acaba
fazendo uso desses jogos, que contém violência, com isso a criança, acaba por imitar as ações
que presenciam nesses jogos. Tornando-se crianças mais agressivas, agitadas, rudes. A partir
dessas situações, pais e educadores têm de trabalhar os conceitos desses jogos, ensinando e
explicando para as crianças, os que contribuirão para seu desenvolvimento, e quais serão
prejudiciais.
Com relação à imitação, Amaral (2014, p. 99) contribui ao enfatizar:
Brincar está inserido no cotidiano das crianças e, como futuros pedagogos, devemos cultivar e
buscar novos métodos a partir do brincar.
O brincar passou por grandes mudanças nesses últimos tempos, ao comparar com o
brincar do século passado. Observamos que no século XXI, com a expansão da sociedade da
informação, as crianças vivenciam uma nova era de brincadeiras, que são os jogos virtuais em
celulares, games em computadores, etc. E a televisão tem sido um veículo de informação que
as crianças passam a maior parte do tempo, assistindo a séries, desenhos, filmes e programas,
sendo alguns desses educativos, mas têm aqueles que são prejudiciais ao desenvolvimento da
criança, os pais têm de estar atentos a esse fator, e intervir quando necessário.
Segundo Amaral (2014, p. 99 - 100),
Os professores juntamente com auxílio dos pais, tem que procurar trabalhar em
conjunto para a aprendizagem da criança, para assim buscar melhorias consideráveis no
processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças.
São vários os fatores, que dificultam a criança o momento de brincar, está entre elas, à
falta de tempo, pois muitas crianças estão ocupadas, com outras tarefas. A falta de espaço, a
falta de companhia, brincar sozinha também não é boa ideia, na cabeça das crianças. A
desvalorização das brincadeiras e do brincar, junto com essa série de fatores faz com que surja
o amadurecimento precoce das crianças. Podemos notar que cada vez mais cedo, as crianças
estão desenvolvendo suas capacidades e se inserindo no mundo dos adultos.
Segundo Camargo e Rosin (2009, p. 60), “um dos fatores que associamos à falta de
brincadeiras entre os adultos e as crianças, na atualidade, pode ser o advento dos brinquedos
industrializados”;
A brincadeira é um espaço social, uma vez que não é criada espontaneamente, mas em
consequência de uma aprendizagem. No momento da brincadeira, as crianças podem
relacionar o brincar com seu mundo concreto ou abstrato, dependendo do tipo de brincadeira.
Conforme Brougère (2006, p. 105),
As crianças têm uma vasta criatividade, nós como professores temos de trabalhar de
maneiras para instigar essa criatividade nelas, deixando-as livres para apresentarem propostas
de atividades e brincadeiras. Visto que quando a criança se prende na frente da televisão, ela
se priva de criar sua própria criatividade em brincadeiras, que passam a ser reproduzidas, às
vezes, de uma forma não educativa.
A partir do que as crianças assistem na televisão, em determinados canais ela vai
assimilar com a realidade e transformar em brincadeiras, sendo a imitação de personagens, a
reprodução de objetos. Mas, não pode ser uma mera brincadeira sem significado, tem de haver
participação, elaboração das crianças com ajuda de um adulto. Em sala, o professor pode estar
questionando-os sobre como e a partir do que brincam em suas casas, e dessa forma, trazer
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as crianças podem imitar uma variedade de ações que vão muito além dos
limites de suas próprias capacidades. Numa atividade coletiva ou sob a
orientação de adultos, usando a imitação, as crianças são capazes de fazer
muito mais coisas. Esse fato, que parece ter pouco significado em si mesmo,
é de fundamental importância na medida em que demanda uma alteração
radical de toda a doutrina que trata da relação entre aprendizado e
desenvolvimento em crianças.
Na brincadeira, a criança pode tanto aderir a regras existentes como construí-las. Nas
brincadeiras simbólicas, (Faz-de-conta como; assumir papel do pai, da mãe, do professor na
brincadeira), por exemplo, não existem regras, mas a criança pode construir de acordo com
desenvolvimento da brincadeira. Essa regra passa a ter valor somente se for aceita, pelas
crianças e durante a brincadeira.
Conforme Brougère (2006, p. 78), “a brincadeira aparece como um meio de escapar
da vida limitada da criança, de se projetar num universo alternativo excitante, onde a
iniciativa é possível onde à ação escapa das obrigações do cotidiano”.
O brincar é uma atividade muito importante na e da infância, ele favorece o
desenvolvimento humano por significar as representações das necessidades e impulsos
internos. Além de atividade representativa, o brincar da criança é como fonte libertadora de
prazer e autodeterminação.
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Ao deparar com essas realidades, a professor (a) em sala de aula tem de sugerir
brincadeiras para que as crianças mobilizem suas capacidades, e desenvolvam-se partindo do
brincar. O brincar na Educação Infantil é um elemento fundamental, visto que possibilita que
as crianças vão se descobrindo por meio das brincadeiras e aprendem habilidades para seu
desenvolvimento.
Para Horn (2007, p. 15),
Nas escolas, nos deparamos com a falta de autonomia das crianças, os professores não
exercem essa capacidade, pois está sempre impondo que a criança faça “isso” ou “aquilo”, o
momento em que deixa espaço livre, as crianças sentem dificuldades de escolher o que fazer,
esse fator se torna o causador do fracasso do desenvolvimento ativo da criança.
A aprendizagem da criança pequena está ligada a vários fatores, um deles é que no
brincar, ela pode estar desenvolvendo o equilíbrio, controle, agilidade, coordenação dos olhos,
cérebro e músculos, podendo ter domínio do seu próprio corpo e descobrir dessa forma, seus
valores pessoais. Uma criança pequena não consegue ficar parada por muito tempo, como um
adulto ouvindo ou fazendo tarefas, ela sempre está em movimentos, isso envolve a parte da
aprendizagem e desenvolvimento.
Nesta perspectiva, Vygotsky, Lúria e Leontiev (2001, p. 115), argumentam que
Isso implica que quando a criança está brincando, ela tem o domínio da linguagem
simbólica. E faz comparações do que já vivenciou em sua vida com sua prática de brincar e
tem a consciência entre o imaginário e o real. Isto adverte que a brincadeira é uma
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reprodução transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente
vivenciada pela criança.
Moyles (2002, p. 100) afirma que “o brincar é um processo e não um assunto é dentro
dos assuntos que devemos ver o brincar como um meio de ensinar e aprender, e não como
uma entidade separada. O brincar deve estar impregnado nas atividades de aprendizagem
apresentadas às crianças, em vez de ser considerado um estorvo ou uma atividade residual”.
Atualmente, as crianças brincam muito com brinquedos “fabris” que são de fábricas
que os pais os presenteiam, a maioria desses brincar sejam eles em casa, é praticamente
isolador visto que não visa o desenvolvimento integral da criança. O papel da escola é integrar
o brincar na sala de aula, dialogar com as crianças sobre o brincar, e praticar brincadeiras
livres e dirigidas para que a criança possa se desenvolver. E os professores devem sempre se
atualizar conforme as mudanças e usar a criatividade, trazendo novas brincadeiras para um
brincar integrador de modo que todas as crianças possam estar envolvidas.
De acordo com Kishimoto (2014, p. 145),
A brincadeira que é controlada pelo professor, que dita às regras que a criança tem de
seguir, não estimula a criança a pensar e a ter suas próprias decisões sobre a brincadeira.
Diferentemente daquela que o professor planeja junto com a criança instigando a pensar,
quais métodos, que podem ser utilizados para a tal brincadeira.
A criança ao chegar à escola já traz consigo um repertório de conhecimentos prévios.
O professor tem de relacionar o aprendizado em sala de aula, juntamente com o que as
crianças já conhecem sobre a brincadeira a ser desenvolvida, isso se torna um ponto positivo,
pois as crianças terão voz ativa podendo ter participação na elaboração da brincadeira.
Segundo Horn (2007, p. 62),
A criança começa a ter estímulos a partir das brincadeiras, desde seu nascimento, no
âmbito familiar, particularmente vinda da mãe ou de quem delas cuida. Uma criança não
aprende a brincar sozinha, ela precisa da ajuda de um adulto para esse momento. A partir do
brincar, a criança vai fazendo descobertas sobre o ‘’mundo desconhecido’’ que a cerca.
De acordo com Kishimoto (2014, p. 151) a brincadeira,
jamais se brinca sem aprender e, caso se insista em uma separação, esta seria
a de organizar o que se busca ensinar, escolhendo brincadeiras adequadas
para que melhor se aprenda. Brincando a criança desenvolve a imaginação,
fundamenta afetos, explora habilidades, na medida em que assume múltiplos
papeis, fecunda competência cognitivas e interativas.
A criança quer puxar alguma coisa e torna-se cavalo, brincar com areia e
torna-se padeiro, quer esconder-se e torna-se ladrão ou guarda. Para
completar, nós conhecemos alguns instrumentos de brincar arcaicos, os quais
desprezam toda máscara imaginária (na época possivelmente vinculados a
rituais): a bola, o arco, a roda de penas, o papagaio, autênticos brinquedos,
“tanto mais autênticos quanto menos o parecem ao adulto”. Pois quanto mais
atraentes (no sentido corrente) forem os brinquedos, mais distantes estarão
de seu valor como “instrumento” de brincar; quanto ilimitadamente a
imitação anuncia-se neles, tanto mais desviam-se da brincadeira viva.
brincadeira, a criança desenvolve a imaginação como estabelece fatos reais, podendo ser
modificados.
De acordo com Wajskop (2005, p. 35),
A brincadeira pertence ao mundo da criança, uma vez que, o brincar assume papel
fundamental no processo de aprendizagem e desenvolvimento, de forma prazerosa,
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Essas assertivas que emergem nas vozes da professora vão ao encontro com as ideias de
Vygotsky (1998, p. 40) quando ele afirma que, “desde os primeiros dias de desenvolvimento
da criança, suas atividades adquirem um significado próprio num sistema de comportamento
social e, sendo dirigidas a objetivos definidos, são refratadas através do prisma do ambiente
da criança”.
O caminho do objeto até a criança e desta até o objeto passa através de outra
pessoa. Essa estrutura humana complexa é o produto de um processo de
desenvolvimento profundamente enraizado nas ligações entre história
individual e história social (VYGOTSKY, 1998, p. 40).
A família constitui-se como a primeira instituição social para a criança, visto que desde seu
nascimento ela recebe estímulos, vivenciam experiências que faz perceber como funciona o
mundo, baseados em suas regras e leis.
Dessa forma, a professora menciona que de qualquer modo independentemente se a
brincadeira é livre/dirigida;
Com relação a essa questão, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(RCNEI) destaca que:
Neste mesmo sentido da importância dos jogos e brincadeiras como potencial para a
aprendizagem e desenvolvimento da criança, a professora entrevistada diz que,
Oliveira (2002, p. 124) afirma que “o educador deve conhecer não só as teorias sobre
como cada criança reage e modifica sua forma de sentir, pensar, falar e construir coisas, mas
também o potencial de aprendizagem presente em cada atividade realizada na instituição de
educação infantil”.
A partir das atividades lúdicas, as crianças se deparam com diversas formas de
desenvolvimento, sendo assim, cabe ao professor proporcionar momentos lúdicos dando
oportunidade para as crianças se expressarem através de brincadeiras e jogos.
Segundo Santos (2012, p. 03), a palavra lúdico,
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vem do latim ludus e significa brincar. A atividade lúdica surgiu como nova
forma de abordar os conhecimentos de diferentes formas e também uma
atividade que favorece a interdisciplinaridade. O lúdico é reconhecido como
elemento essencial para o desenvolvimento das várias habilidades em
especial a percepção da criança (SANTOS, 2012, p.03).
são formas de brincadeiras, jogos, meio que você desenvolve ali para estar
buscando alcançar algum objetivo ou algum conteúdo específico. Então,
depende a forma que o professor utiliza-se um jogo... Faz um bingo do
alfabeto com as crianças para ver quem consegue encontrar aquela
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No que se refere à fala da professora aponta para a não necessidade do trabalho com a
linguagem escrita, porém sem eximir-se dos letramentos, que são aspectos próprios da
sociedade letrada.
De acordo com Oliveira e Almeida (2016, p. 96),
porque ela não gosta de sair no momento que está tendo ali e ela ter que
sair, então ela já nem entra, então porque eles estão se apropriando ainda
das regras dos jogos com regras.
[...] a atividade livre não tem dificuldade nenhuma, você vai lá e fala olha
vamos brincar de casinha, na casinha ou no parque, elas comandam a gente
não interfere as deixamos brincarem ao modo delas. Só que no caso as
brincadeiras para que o professor encontre uma dificuldade ele tem que
estar dirigindo essa brincadeira, pelo menos no meu ponto de vista, a
dificuldade as crianças que não têm muita atenção. Então, uma criança é o
suficiente para dispersar as demais, no caso as dificuldades são essas
crianças que têm mais desenvoltura não tem muita concentração, elas
perdem a concentração com facilidade, então, é onde que um acaba
dispersando o outro e acaba-se parando sem finalizar a brincadeira na
maioria das vezes.
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Assim que as crianças chegam à escola, elas já vão se enturmando com crianças de
outras salas, podemos notar uma relação de afinidade, logo na chegada elas brincam com
alguns brinquedos que ficam disponíveis no pátio sendo estes, escorregador, gangorra jacaré,
alguns correndo um atrás dos outros.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) destaca que para
se desenvolver, portanto,
as crianças precisam aprender com os outros, por meio dos vínculos que
estabelece. Se as aprendizagens acontecem na interação com as outras
pessoas, sejam elas adultos ou crianças, elas também dependem dos recursos
de cada criança. Dentre os recursos que as crianças utilizam, destacam-se a
imitação, o faz-de-conta, a oposição, a linguagem e a apropriação da imagem
corporal (BRASIL, 1998, p. 22, vol. 2).
O primeiro momento Lúdico que podemos notar em sala, é onde todas as crianças
ficam em circulo em pé, na hora da oração, após a oração são realizadas cantigas. Na creche
onde foi realizada a pesquisa, as crianças vão todos os dias ao solar (parte descoberta de piso
bruto, aos fundos de cada sala de aula), e ao parque, nota-se que é a hora preferida delas.
Também em alguns dias da semana vão à brinquedoteca da escola.
Diante disso, em entrevista com a professora, indagamos se na prática docente ela tem
utilizado brincadeiras e, com qual frequência, dentro e fora de sala de aula? Obtivemos a
seguinte resposta:
São realizadas todos os dias, logicamente a maioria delas são livres, porque
a idade que eles se encontram eles têm preferência pela brincadeira livre, de
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0 (zero) a 3 (três) anos a criança ainda está na fase do egocentrismo que ela
quer tudo para si, então ela ainda não consegue se apropriar de regras tão
bem quanto uma criança com mais de 4 (quatro) anos.
Visto que, a hora das brincadeiras é bastante almejada pelas crianças, ao chegar o
momento do brincar elas ficam todas alvoroçadas. Na hora que a professora pede para formar
a fila, é escolhida uma criança para ajudar a organizar a mesma, tomando a frente, elas vão
cantando até o pátio.
De acordo com o Regimento Municipal da creche Thayná Gabrielly Oliveira Morais
(2015b, p. 17 e 18) Art. 28,
por meio da brincadeira livre dirigido, elas têm outra dimensão e uma nova
variedade de possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro
daquela área ou atividade. Por meio do brincar livre subsequente e ampliado,
as crianças provavelmente serão capazes de aumentar, enriquecer e
manifestar sua aprendizagem.
Nas brincadeiras vivenciadas por algumas meninas, elas estavam fazendo “imitações”
como, falar por telefone e, dizer, estou falando com minha mãe. Nesses momentos de
brincadeiras livres tiveram algumas brigas, visto que duas crianças queriam um mesmo
brinquedo, neste momento a professora fez a intervenção.
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Uma criança brincava com uma sacola, correndo de um lado para outro, e fui indaga-la
do que estava brincando ela me disse que era de aviãozinho, ao ver esse momento todas as
crianças também queriam brincar de aviãozinho.
Nesse sentido, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil ressalta que,
na fase dos dois aos três anos a imitação entre crianças pode ser uma forma
privilegiada de comunicação e para brincar com outras crianças. [...]. A
imitação é resultado da capacidade de a criança observar e aprender com os
outros e de seu desejo de se identificar com eles, ser aceita e de diferenciar-
se. É entendida aqui como reconstrução interna e não meramente uma cópia
ou repetição mecânica. As crianças tendem a observar, de início, as ações
mais simples e mais próximas à sua compreensão, especialmente aquelas
apresentadas por gestos ou cenas atrativas ou por pessoas de seu círculo
afetivo. A observação é uma das capacidades humanas que auxiliam as
crianças a construírem um processo de diferenciação dos outros e
consequentemente sua identidade (BRASIL, 1998, p. 21, vol. 2).
No caso mais utilizado eles gostam das brincadeiras livres, só que brincar
ali com os coleguinhas socializando os brinquedos, agora não tem briga,
mas no começo que nem eu digo a fase do egocentrismo para eles é mais
prático eles brincar livre, que é daí aonde a gente até observa e vê aquela
criança que tem, digamos que assim mais caraterística de liderança, dai
aqueles que tomam a liderança, toma a frente e o resto segue e vai
brincando atrás, eles gostam muito de brincar com os brinquedos, eles se
entretêm bastante com os brinquedos e aqui no parque eles gostam também
bastante. Então o que eles mais gostam parque, os brinquedos, e o pula-pula
na verdade eles gostam de tudo só que o pula-pula a maioria prefere, só que
é um tempo muito curto para eles estarem utilizando 15 (quinze) minutos só
á meia hora.
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[...] no caso é a brincadeira que a criança faz por conta própria utilizando-
se da sua imaginação da sua criatividade, pega as pecinhas monta e fala
que... é mais a imaginação da criança, então ela brinca por conta própria
sem intervenção do professor. Entra o faz de conta também.
Percebe-se que a criança cria uma situação imaginária e é a partir desse momento que
ela constrói sua aprendizagem significativa juntamente com conhecimento físico e social
sobre o mundo que a cerca. Dessa forma, é na brincadeira, que a criança passa a reconhecer o
mundo através das suas representações, ampliando o seu desenvolvimento.
Em relação ao tempo disponível para as crianças brincarem, em entrevista a professora
diz que;
[...] as brincadeiras elas são tidas com frequências claro que tem as livres
as dirigidas, tanto dentro como fora de sala de aula, todos os dias de
preferência tem um modo de brincar dentro da sala de aula seja no solar,
seja ali dentro da própria sala, dependendo da disponibilidade do parque,
para eles estar brincando tanto dentro como fora no parque, no pula-pula
no balanço, realizando algumas brincadeiras dirigidas na areia, embora
alguns pais não gostem.
deixar, pois pensavam que iam ficar sem lugar para sentar na próxima rodada e ficavam
preocupadas em ocupar um lugar.
Segundo Vygotsky (1998, p. 125) “Regras são, essencialmente, jogos com situações
imaginárias. Da mesma forma que uma situação imaginária tem que conter regras de
comportamento, todo jogo com regras contém uma situação imaginária”.
Conforme registro das observações no Caderno de Campo (2016) “a brincadeira
relatada foi realizada duas vezes, a segunda vez onde ficou duas meninas para disputar quem
ganhou, as duas sentaram ao mesmo tempo na cadeira, então a professora disse que as duas
tinham ganhado em primeiro lugar”.
De acordo com Caderno de Campo (2016) a segunda brincadeira dirigida foi lenço
atrás.
A regra que a professora aderiu, promoveu que quando a criança era queimada, ela iria
novamente colocar lenço atrás de outra criança. Essa regra para crianças maiores
normalmente, é quando ela é queimada vai para dentro da roda.
Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 28,
vol. 1) “o brincar apresenta-se por meio de várias categorias de experiências que são
diferenciadas pelo uso do material ou dos recursos predominantemente implicados”.
alguns passos para frente ao jogar a bola, e tentar acertar o cesto de todo jeito, e também
questão da fila eles queria ficar cortando fila um do outro para jogarem de novo, mesmo com
a professora do lado. Ao decorrer da brincadeira várias crianças conseguiram acertar a bola no
cesto, mas ouras tinham pouca noção de jogar a bola, sempre ia para outro lado, e a professora
fazia as intervenções para auxiliar as crianças.
Em uma fala da professora ela disse que “com brincadeiras de regras as crianças se
dispersam muito rápido, que elas preferem as brincadeiras livres”.
De acordo com a entrevista realizada com a professora, o brincar dirigido é onde se
centra uma brincadeira, organiza e, tem as normas,
No dia das crianças teve gincana entre os dois maternais, brincadeiras que visavam à
atenção, equilíbrio, coordenação, etc.
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Dessa forma o Caderno de Campo (2016) diz que, a primeira brincadeira foi a Corrida
de saco, visto que,
Cada criança tinha que encher o litro com um copo da mesma medida, quem
enchesse primeiro dos grupos ganhava. No começo de cada fila foi colocado
um balde com água a primeira criança tinha que pegar água no balde correr
ou andar e despejar na garrafa, e voltar entregar para próximo colega da fila.
Observei que a crianças ficaram cuidando das garrafas umas das outras, para
ver se estava enchendo, outras pegavam bem pouca água do balde, e
algumas não tinham muito coordenação em despejar no balde, e derrubavam
toda água fora do balde, nessa brincadeira foi trabalhada atenção, agilidade,
coordenação, equilíbrio.
jogos educacionais bem projetados podem ser criados e utilizados para unir
práticas educativas com recursos multimídia em ambientes lúdicos a fim de
estimular e enriquecer as atividades de ensino e aprendizagem [...]. Os
benefícios e potencialidades desse tipo de mídia são variados e continuam a
ser estudados por educadores e pesquisadores. Desafios de ordem técnica e,
principalmente pedagógicos, ainda precisam ser tratados para os jogos
educacionais serem adotados com maior facilidade pelos professores como
eficientes materiais didáticos (SAVI E ULBRICHT, 2008, p. 9).
Notamos que professora entrevistada, apoia o uso da tecnologia e dos jogos no espaço
escolar, visando o desenvolvimento e aprendizagem da criança, até certo momento, vejamos a
seguir o exemplo que a mesma cita durante a entrevista:
[...] eu sou a favor dos jogos, da tecnologia até o ponto que não se torne um
vicio, porque nós mesmos adultos temos o vicio do celular, uma pessoa hoje
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já não sai mais sem celular, se esquece em casa, volta para buscar, é um
vicio isso, às vezes nem usa mas está com ele. [...] atrapalha até o momento,
como por exemplo, nós temos dois alunos que já tem tablet, com 3 (três)
anos?! Que é o caso do fulano e fulana, se eles [...] começarem a trazer
esses tablets para a escola, então até que momento isso atrapalha!? Onde já
se viu uma criança de três anos trazer tablet para ficar na escola brincando,
então é onde já não tem... já se perde ali o objetivo da tecnologia.
só essa escola que eu trabalhei essa outra, que tinha a sala de informática e
a Educação Infantil podia ter acesso, as demais não têm. Eu acho que seria
interessante [...], não se deve ser algo constante, porque tem crianças que
ficam em casa só no computador, a mãe tem que auxiliar nesse processo
para que não atrapalhe o desenvolvimento, por que o vício, a partir do
momento que se tornou vicio já é difícil tirar, é difícil a gente controlar.
Portanto, podemos notar que a utilização dos jogos online pode proporcionar para a
criança momentos que estimulem sua aprendizagem e desenvolvimento, os professores podem
explorar uma gama de atividades que envolvam jogos lúdicos por meio dos computadores,
tablet, telefones e demais dispositivos móveis que podem contribuir para a formação humana,
estimulando aspectos como a motricidade, o raciocínio lógico, a cooperação e a cognição,
uma vez que envolve o prazer e o desenvolvimento.
Por meio da análise dos dados constatamos que as brincadeiras estão cotidianamente
inseridas na ação pedagógica da professora pesquisada, por meio de momentos livres e,
conduzidos, com ênfase a vários tipos de brincadeiras e jogos. O brincar na voz da professora
assume papel solene no processo de aprendizagem e desenvolvimento na fase em que as
crianças se encontram.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste trabalho nota-se que o brincar é vital na vida das crianças,
possibilitando o acesso ao desenvolvimento e a aprendizagem de uma forma mais prazerosa.
É brincando que a criança constrói sua cultura, amplia seus conhecimentos com relação a
novas descobertas, desenvolvendo suas habilidades cognitiva, motoras, social e emocional.
A pesquisa inicial abordou como as brincadeiras são representadas na voz e na ação
pedagógica da professora observada e entrevista, quais as potencialidades que as brincadeiras
exercem no processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, a intencionalidade que
permeiam o brincar na Educação Infantil, e quais brincadeiras são inseridas nas ações
pedagógicas e, como as crianças se interagem.
Neste aspecto, no decorrer da pesquisa, abordamos no levantamento bibliográfico
sobre a expansão da tecnologia e, os meios de jogos online, visto que, está presente no dia a
dia das crianças, em relação a este ponto na análise da pesquisa constata-se que a professora é
a favor da tecnologia, desde que não se torne algo excessivo.
Nas brincadeiras de faz-de-conta as crianças ingressam no mundo das imaginações,
das fantasias, podendo atribuir diversos personagens ao momento do brincar, com
características de seu meio ou algo que instigou sua curiosidade, dado que essa brincadeira é
fundamental na aprendizagem da criança.
Durante a pesquisa campo, a professora disponibilizava momentos para as
brincadeiras livres, uma vez que as crianças se interagiam uma com as outras, nota-se que este
tipo de brincadeira, favorece a autonomia, desenvolve a criatividade, visto que, as crianças
adoravam o momento de realizar sua própria brincadeira, visando à aprendizagem
significativa da criança. Com relação às brincadeiras dirigidas, a professora desenvolvia
atividades com regras, trabalhando a atenção, coordenação motora fina/grossa, lateralidade e
agilidade, e também o fato da criança ganhar ou perder durante as brincadeiras.
Também se discutiu sobre a importância do lúdico, segundo a análise da professora
entrevistada, as atividades lúdicas são essenciais na Educação Infantil, envolvem os jogos e as
brincadeiras elaborados de forma prazerosa, idealizando novas experiências que possibilitem
o desenvolvimento e a aprendizagem integral das crianças.
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