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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE JUARA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA

NAIARA DA SILVA TEIXEIRA CASSIANO

A BRINCADEIRA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM


DA CRIANÇA: UM ESTUDO NA CRECHE THAYNÁ GABRIELLY OLIVEIRA
MORAIS

JUARA
2017
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE JUARA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA

NAIARA DA SILVA TEIXEIRA CASSIANO

A BRINCADEIRA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM


DA CRIANÇA: UM ESTUDO NA CRECHE THAYNÁ GABRIELLY OLIVEIRA
MORAIS

Trabalho de conclusão de curso apresentado a


Banca Examinadora do Departamento de
Pedagogia – UNEMAT, Campus Universitário de
Juara, como requisito parcial para obtenção do
título de Licenciada em Pedagogia.

Orientador: Prof. Dr. Jairo Luiz Fleck Falcão

JUARA
2017
Ficha catalográfica

CASSIANO, Naiara da Silva Teixeira.


55 p.
A brincadeira no processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança: Um
estudo na Creche Thayná Gabrielly Oliveira Morais/ Naiara da Silva Teixeira Cassiano-
Juara, MT 2017.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Pedagogia da


Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Mato Grosso, UNEMAT.

Palavras chaves: 1. Infância 2. Brincadeira 3. Aprendizagem


NAIARA DA SILVA TEIXEIRA CASSIANO

A BRINCADEIRA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM


DA CRIANÇA: UM ESTUDO NA CRECHE THAYNÁ GABRIELLY OLIVEIRA
MORAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca


Examinadora do Departamento de Pedagogia – UNEMAT,
Campus Universitário de Juara/ MT.

Defesa realizada em (___/_____/_____)

BANCA EXAMINADORA

---------------------------------------------------------------------------------------
Prof. Dr. Jairo Luiz Fleck Falcão
Orientador
UNEMAT – Campus Universitário de Juara

--------------------------------------------------------------------------------------
Profa. Dra. Albina Pereira de Pinho Silva
Avaliadora
UNEMAT – Campus Universitário de Juara

------------------------------------------------------------------------------------
Profa. Esp. Eliane Maria de Jesus
Avaliadora
UNEMAT – Campus Universitário de Juara

------------------------------------------------------------------------------------
Profa. Dra. Lisanil da Conceição Patrocínio Pereira
Coordenadora de TCC
UNEMAT – Campus Universitário de Juara

------------------------------------------------------------------------------------
Profa. Ma. Ariele Mazoti Crubelati
Coordenadora do Curso
UNEMAT – Campus Universitário de Juara

JUARA
2017
DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho em primeiro lugar a


Deus pela a oportunidade, por ter
iluminado meu caminho durante esta
caminhada, aos meus Pais e familiares
que não mediram esforços para que eu
chegasse até esta etapa de minha vida, ao
meu esposo pela compreensão e carinho
em todos os momentos de dificuldade.
Ao meu querido professor orientador
sempre prestativo e disposto a me
orientar, para a conclusão desta
monografia.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por mais essa conquista em minha vida, mesmo com as
dificuldades encontradas no meio do caminho, não me fizeste desistir, mas me manteve
forte para prosseguir. Pela astúcia, e dedicação em cada etapa trilhada, até chegar à
conclusão deste trabalho.
Sou grata, aos meus pais que sempre estiveram comigo, me incentivando e
proporcionando coragem para fazer meu melhor. A minha mãe que sempre me orientou
a seguir o caminho correto, e esteve ao meu lado com todo seu amor materno.
Ao meu esposo, compreensivo e amoroso que sempre me incentivou aos
estudos, e esteve comigo nas horas difíceis me trazendo tranqüilidade para cada etapa
realizada deste trabalho.
Ao meu querido professor, Jairo Luiz Fleck Falcão que com toda sua paciência
me orientou, pelos seus incentivos por acreditar em meu potencial, e a todos os
professores pelos ensinamentos, que fizeram parte da minha trajetória acadêmica meus
sinceros agradecimentos.
E as amizades do curso, e além dele, sempre apoiando uma a outra,
compartilhando os momentos alegres e de tristeza, um ato de amor, em meio às
improbabilidades, essas pessoas que fizeram com que este trabalho fosse concluído.
Muito obrigada a cada um de vocês.
Amai a infância; favorecei seus jogos, seus prazeres, seu amável instinto. Quem de vós
não se sentiu saudoso, às vezes, dessa idade em que o riso está sempre nos lábios e a
alma sempre em paz. Por que arrancar destes pequenos inocentes o gozo de um tempo
tão curto que lhe escapa, de um bem tão precioso de que não se podem abusar?
(Rousseau)
RESUMO

O trabalho intitulado “A Brincadeira no Processo de Desenvolvimento e Aprendizagem da


Criança: um estudo na creche Thayná Gabrielly Oliveira Morais” tem como objetivo conhecer
as potencialidades das brincadeiras no desenvolvimento e aprendizagem das crianças;
identificar os tipos de brincadeiras e como as crianças interagem com elas; analisar como as
brincadeiras são representadas nas vozes e nas ações pedagógicas de professores que atuam na
Educação Infantil em uma creche Municipal de Juara. Partiu-se das seguintes questões: como
as brincadeiras são representadas nas vozes e nas ações pedagógicas dos professores? Que
brincadeiras são cotidianamente inseridas nas ações pedagógicas e como as crianças
interagem com elas? Qual é o potencial que as brincadeiras exercem no processo de
aprendizagem e desenvolvimento das crianças da Educação Infantil? Para desenvolver a
pesquisa, de abordagem qualitativa, foram utilizadas as técnicas da observação participante,
diário de campo, entrevista com a professora regente da turma estudada e, por fim a análise de
conteúdo. Os resultados da pesquisa apontam que a educadora valoriza o brincar e, utiliza
com assiduidade momentos lúdicos em sua ação pedagógica visando à aprendizagem e o
desenvolvimento das crianças de uma forma prazerosa.

PALAVRAS-CHAVE: Infância, Brincadeira, Aprendizagem


ABCTRACT

The present work entitled The Role of Play in the Process of Child Development and
Learning: a study in the Thayná Gabrielly Oliveira Morais day care center, aims to know the
potential of children's learning through play; Identify types of play and how children interact;
To analyze how the games are represented in the voices and in the pedagogical actions of
teachers who work in Early Childhood Education in a municipal day care center in Juara. It
started from the following questions: how the games are represented in the voices and the
pedagogical actions of the teachers? What games are daily inserted in the pedagogical actions
and how the children interact with them? What is the potential that the jokes play in the
process of learning and development of children in Early Childhood Education? To develop
the research, with a qualitative approach, the techniques of participant observation, field
diary, interview with the regent teacher of the studied class and, finally, content analysis were
used. The results of the research indicate that the educator values playing and, with assiduous
use playful moments in their pedagogical action aiming at the learning and development of
children in a pleasurable way.

KEYWORDS: Childhood, Just kidding, learning


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 11

I – METODOLOGIA E CONTEXTO DA PESQUISA........................................................ 14

II – A BRINCADEIRA NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA ........................................... 22


2.1- A criança e o Brincar.......................................................................................................... 24
27
2.2- Brincar em diferentes épocas ...............................................................................................

2.3- Momento da brincadeira e da aprendizagem para uma nova concepção sobre o papel do
brincar....................................................................................................................................... 29

III - TIPOS DE BRINCADEIRAS E INTENCIONALIDADE PEDAGÓGICA ................ 33


3.1- Potencialidade das Brincadeiras.......................................................................................... 33
3.2- Ludicidade no âmbito Educacional.................................................................................... 36
3.3- Intencionalidade das Brincadeiras na Educação Infantil: Olhar reflexivo e pedagógico... 38
3.4- Brincadeiras Livres x Brincadeiras Dirigidas..................................................................... 41
3.5- Jogos Online na Educação Infantil..................................................................................... 48

CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................... 51

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 53
11

INTRODUÇÃO

O tema de pesquisa aborda um estudo sobre a brincadeira e a educação,


especificamente a importância da brincadeira no processo de aprendizagem e
desenvolvimento da criança na Educação Infantil.
O estudo tem por objetivo, compreender como os professores trabalham as
brincadeiras no espaço escolar, os métodos utilizados no processo de aprendizagem da criança
da Educação Infantil, a representação que o professor faz do brincar infantil, os estímulos
presentes, por meio dos objetos, dos espaços e do tempo disponíveis para as crianças, e como
as crianças se organizam para brincar, etc.
Analisar como as brincadeiras são representadas nas vozes e nas ações pedagógicas
dos professores que atuam na Educação Infantil. Conhecer as potencialidades da
aprendizagem das crianças da Educação Infantil por meio das brincadeiras. Identificar os tipos
de brincadeiras e como as crianças se interage com elas. Analisar como os professores da
Educação Infantil inserem a brincadeira na ação pedagógica.
O foco investigatório da pesquisa está em analisar a brincadeira na ação pedagógica na
Educação Infantil em uma creche municipal de Juara, Mato Grosso. Para atingir esse objetivo
analisaremos como, quando e onde os professores trabalham as brincadeiras, qual a
intencionalidade que permeiam o brincar na Educação Infantil. Observar e examinar a
participação das crianças nas brincadeiras, os espaços físicos adequados, os equipamentos
disponibilizados pela escola, e o planejamento de professores e da própria escola com relação
às atividades lúdicas.
Ao pensar sobre o tema “A Brincadeira no processo de desenvolvimento e
aprendizagem da criança: Um estudo na creche Thayná Gabrielly Oliveira Morais”
destacamos que as brincadeiras fazem parte da vida das crianças, sejam elas em casa, nas
escolas, brincadeiras de rua, com participação do adulto, ou mesmo, entre as próprias
crianças. Mas, com o mundo em grandes transformações e a explosão da tecnologia, algumas
vezes o brincar passa a ser visto como passa tempo, como não sério na vida da criança. Pais e
educadores não exploram as brincadeiras com as crianças como ação educativa, por falta de
tempo, de incentivo, a correria do dia-a-dia. Seguem rotinas de tarefas que as crianças têm
que executar, e esquecem que o brincar é essencial na vida de uma criança.
O interesse pelo tema surgiu a partir de estágios de observação e intervenção
realizados em semestres anteriores e, como futura pedagoga, observo a necessidade de estudar
12

o assunto, pois é de suma importância trabalhar as brincadeiras com as crianças, na Educação


Infantil interligando-a como um momento prazeroso e ao mesmo tempo, um processo que
favorece a aprendizagem e desenvolvimento em vários aspectos.
Portanto, identifica-se a necessidade e importância do tema, visto que por meio da
brincadeira a criança descobre o mundo, compartilha experiências com outras crianças e
interage com o meio físico, social e cultural.
De acordo com Kishimoto (2014, p. 68), a brincadeira é muito importante para a
criança, uma vez que o

desenvolvimento humano neste período, por ser a auto-ativa representação


do interno, a representação da necessidade e impulsos internos. A
brincadeira dá alegria, liberdade, contentamento, descaso externo e interno,
paz com o mundo. A criança que brinca sempre, com determinação auto-
ativa, perseverando, esquecendo as fadiga física, pode certamente tornar-se
um homem determinado, capaz de auto-sacrifício para a promoção do seu
bem e de outros. O ato de brincar em qualquer tempo não é trivial, é
altamente sério e de profunda significação.

Sabemos que os pais, com a carga horária sobrecarregada de trabalho, acabam por não
acompanhar os filhos conforme suas necessidades. A disponibilização do tempo acaba sendo
pequena para interagir e intervir nas brincadeiras, sendo desmotivados ao momento de
aprendizagem com seus filhos. Com essa lacuna vinda da família, cabe ao professor da
Educação Infantil, orientar e trabalhar com o lúdico, onde as crianças possam estar inseridas
nas brincadeiras, visando à aprendizagem e o desenvolvimento.
Quando a criança ingressa na creche, ela já leva consigo conhecimentos prévios,
conhecimentos que adquiriram com as inúmeras experiências que tiveram da família, o
professor não deve descartar esses conhecimentos, tem que saber utilizá-los, e inseri-lo no
brincar. Segundo Vygotsky (2007, p. 94), “o aprendizado das crianças começa muito antes de
elas frequentarem a escola. Qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta
na escola tem sempre uma história prévia”.
A brincadeira tem de ser vista pelos pais e educadores como uma etapa de suma
importância na vida de uma criança, e tendo consciência e respeitando seus limites e não
julgar, como alguns dizem que brincar é “perda de tempo”, mas quando a criança brinca ela
ganha, acumula forças internas para poder enfrentar o mundo que ás vezes tanto preocupa os
adultos.
Com base nas leituras sobre o tema pesquisado, surgiram as seguintes questões: Como
as brincadeiras são representadas nas vozes e nas ações pedagógicas dos professores que
13

atuam no contexto da Educação Infantil? Que brincadeiras são cotidianamente inseridas nas
ações pedagógicas da Educação Infantil e como as crianças interagem com elas? Qual é o
potencial que as brincadeiras exercem no processo de aprendizagem e desenvolvimento das
crianças da Educação Infantil?
Neste sentido, o objetivo central deste estudo é analisar a importância do brincar no
processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, sobretudo na Educação Infantil,
primeira etapa da Educação Básica. Na metodologia iremos apresentar as abordagens teóricas
em que se demostra a descrição do sujeito da investigação, as estratégias utilizadas para a
coleta dos dados, bem como o modo que foi tratado.
Pensando nesse processo de aprendizagem e desenvolvimento, o presente estudo está
dividido da seguinte forma. Em um primeiro momento relatamos a introdução em seguida,
foram abordados à metodologia e contexto da pesquisa. No segundo foi discutido sobre a
brincadeira na aprendizagem da criança. Posteriormente, a discussão abordara sobre os tipos
de brincadeiras e intencionalidade pedagógicas. Por fim as considerações finais.
CAPÍTULO I
METODOLOGIA E CONTEXTO DA PESQUISA

A pesquisa pretende atender os objetivos propostos, tendo em vista relatar aspectos


encontrados na realidade vivenciada no ambiente escolar. A abordagem utilizada nesta
pesquisa foi de cunho qualitativo, por meio de coleta de informações que foram descritas e
analisadas.
Segundo Chizzotti (2005, p. 79), a abordagem qualitativa;

Parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o


sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um vinculo
indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. O
conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados, conectados por uma
teoria explicativa; o sujeito-observador é parte integrante do processo de
conhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes um significado.

Dentre os procedimentos metodológicos, utilizamos a Pesquisa bibliográfica e a


Pesquisa de Campo. A pesquisa bibliográfica aborda estudos de autores que articulam a
temática da brincadeira, do lúdico, da educação, da aprendizagem em diferentes perspectivas
Vygotsky; Lúria; Leontiev (2001), Amaral (2014), Antunes (2004), Benjamin (1984),
RCNEI, Brougère (2006), CF/1998, Chizzotti (2005), Dhome (2003), Gil (2008), Horn
(2007), Kishimoto (2014), Wajskop (2005), Lacatos; Marconi (2011), Minayo (2011), Moyles
(2002), Triviños (2010), Wallon (2005), entre outros.
As ferramentas utilizadas foram livros, artigos e revistas. Para pesquisar livros
utilizamos a biblioteca da UNEMAT/Juara e também livros encontrados em textos, sites e
bibliotecas virtuais. Para a seleção de artigos e revistas utilizamos sites como Scielo, Google
acadêmico e site de Universidades e Faculdades.
De acordo com Gil (2008, p. 50), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Reside no fato
de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que
aquela que poderia pesquisar diretamente”.
Para compor os dados dessa monografia sobre o desenvolvimento e aprendizagem do
brincar na educação Infantil, utilizamos a pesquisa de campo.
De acordo com Marconi e Lakatos (2011, p. 69) a Pesquisa de Campo “é aquela que
utiliza com objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema
15

para a qual se procura uma resposta, ou uma hipótese que se queria comprovar, ou ainda,
descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”.
As etapas da pesquisa foram à observação participante, entrevista direcionada a
professora regente da turma estudada, análise documental e bibliográfica.
Realizamos a pesquisa em uma creche de Educação Infantil, sendo o segmento
maternal II no município de Juara os sujeitos estudados foram às crianças e a professora
regente da turma.
Na observação participante “realizamos os registros descritivos sobre os fatos
analisados em situações dentro e fora da sala de aula, que estavam ligados ao problema da
pesquisa. Visando observar os sujeitos em seus aspectos pessoais e particulares, o local e suas
circunstâncias, o tempo e suas variações, as ações e suas significações, os conflitos e a
sintonia de relações interpessoais e sócias, e as atitudes e os comportamentos diante da
realidade” (CHIZZOTTI, 2005).
Ludke e André (1986, p. 26) enfatizam a observação como,

o principal método de investigação ou associada a outras técnicas de coletas,


a observação possibilita um contato pessoal e estreito do pesquisador como o
fenômeno pesquisado, o que apresenta uma série de vantagens. Em primeiro
lugar, a experiência direta é sem dúvida o melhor teste de verificação da
ocorrência de um determinado fenômeno. “Ver para crer” diz o ditado
popular.

A observação participante é uma estratégia de campo que combina respectivamente a


análise documental, a entrevista de respondentes e informantes, a participação e a observação
direta.
Como instrumento de coleta de dados, utilizamos o caderno de campo, que consiste
em registros de atividades de pesquisa, que promove hábitos de observações com atenção,
descrevendo os fatos com precisão e refletindo sobre os acontecimentos no decorrer da
pesquisa. As anotações realizadas no caderno de campo podem ser entendidas como todo o
processo de coleta e análise de informações, isto é, compreenderiam descrições de fenômenos
sociais, explicações levantadas sobre os mesmos e a compreensão da totalidade da situação
em estudo ou em andamento.
Triviños (2010, p. 154) enfatiza as anotações de campo,

por um lado, como todas as observações e reflexões que realizamos sobre


expressões verbais e ações dos sujeitos, descrevendo-as, primeiro, e fazendo
comentários críticos, em seguida, sobre as mesmas. Neste sentido, as
16

anotações de campo podem referir-se, principalmente, ás entrevistas


individuais e coletivas e à observação livre.

A entrevista teve por finalidade responder a problematização pesquisada, por meio da


comunicação entre o entrevistador (pesquisador) e o entrevistado (informante). Temos três
tipos de entrevistas, a “Livre”, a “estruturada” e a “semiestruturada”. Para nossa pesquisa
conteve mais resultados a entrevista semiestruturada.
Segundo Ludke e André (1986, p. 64), a entrevista semiestruturada,

se desenrola a partir de um esquema básico, porém não aplicado


rigidamente, permitindo que o entrevistador faça as necessárias adaptações.
Na entrevista a relação que se cria é de interação, havendo uma atmosfera de
influencia recíproca entre quem pergunta e quem responde. Especificamente
na entrevista não totalmente estruturadas, onde não há a imposição de uma
ordem rígida de questões, o entrevistado discorre sobre o tema proposto com
base nas informações que ele detém e que no fundo são a verdadeira razão
da entrevista.

Em seguida realizamos o levantamento documental de informações factuais, usando


como base as questões problemas do estudo. Conforme Gil (2008, p. 51), “a pesquisa
documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que
ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa”.
Sobre análise de dados, Ludke e André (1986, p. 45) “enfatizam que, analisar os dados
qualitativos significa “trabalhar” todo o material obtido durante a pesquisa, ou seja, os relatos
de observação, as transcrições de entrevista, as análises de documentos e as demais
informações disponíveis”.
Os documentos constituem uma fonte estável e rica. As vantagens são que podem ser
consultadas várias vezes, não podem ficar menosprezado, pois fornecem informações e,
fundamentam todos os dados recolhidos durante o tempo de pesquisa.
A Creche Municipal selecionada para a realização da pesquisa foi a Creche Municipal
Thayná Gabrielly Oliveira de Morais1, recentemente instituída no município de Juara/MT,
localizada “na Rua Mondai Nº621 N, Bairro Porto Seguro, Zona Urbana, foi inaugurada no
dia 22 de maio de 2015 [...], e as aulas tiveram início no dia 25 de maio de 2015, recebendo as
crianças que a partir daí ocupariam seus espaços nesta instituição para iniciar sua formação
social” (CRECHE THAYNÁ, 2015a, p. 4).
De acordo com o Projeto Político Pedagógico – PPP

1
Para fins de referência denominaremos Creche Thayná.
17

O prédio foi construído por uma empreiteira por meio de licitação, mas
dependendo do empenho da prefeitura para chegar a sua conclusão. Ela
ocupa uma área ampla, de visão privilegiada por estar na região ainda não
povoada ao seu redor, de frente para algumas chácaras que tem além da
visão maravilhosa que oferece de frente para vegetação, também a circulação
do ar que não tem impedimento para adentrar seu espaço (CRECHE
THAYNÁ, 2015a, p. 4).

A Creche Thayná situada no Bairro Porto Seguro, entre o Jardim América e o Portal
das Flores, atende as crianças de ambos os bairros, mas também de bairros distantes.
Conforme o PPP, as crianças atendidas pela creche estão na faixa etária “de quatro meses a
cinco anos de idade, nas modalidades de berçário I e II, maternal I e II e Pré I, sendo estes,
berçários I e II e maternais I e II integrais com 40 horas semanais, e berçário II e maternais I e
II parciais 25 horas semanais” (CRECHE THAYNÁ, 2015a, p. 6).
Segundo o PPP, ao se referir a o posicionamento da creche, o bairro é bem simples,
suas casas a maioria de madeiras e as ruas sem asfalto e sem calçada. Mesmo tendo alguns
comércios, indústrias e oficinas, energia elétrica, rede de água, mas ainda há carência de
infraestrutura. Nas proximidades da creche há poucas construções e parte são áreas não
colonizadas, então não há qualquer tipo de construção, dando uma visa de escola do campo
(CRECHE THAYNÁ, 2015a, p. 13).
Visto que a Creche é nova suas condições físicas estão em perfeito estado, mais ainda
conta com algumas dificuldades nas partes de matérias pedagógicas, equipamentos, etc.
A creche Municipal Thayná Gabrielly está inserida no contexto social, atendendo
crianças independentemente de sua classe social, visando o cuidar, educar e o brincar para a
aprendizagem e experiências culturais das crianças nela inserida, sendo que principalmente
pela brincadeira que a criança aprende, priorizam ações individuais e coletivas.
Para o PPP trabalhar com crianças de Creche significa ter uma “concepção integrada
de desenvolvimento e Educação Infantil que dê a mesma importância às ações de cuidado e
educação e as mantenham articuladas em rotinas - horários e espaços - demarcadas pela
necessidade e demandas infantis” (CRECHE THAYNÁ, 2015a, p. 22).
O processo de desenvolvimento da criança está ligado com as relações sociais em que
a mesma está inserida. Considerando essa perspectiva a ação pedagógica na Educação
Infantil, deve visar momentos prazerosos e desafiadores, instigando à aprendizagem da
criança.
Segundo Vygotsky (1998, p. 103) as concepções correntes da relação entre
desenvolvimento e aprendizado em crianças podem ser reduzidas em três grandes posições
teóricas.
18

A primeira teoria diz que o processo do desenvolvimento acorre independentemente


da aprendizagem. Cada criança tem sua aprendizagem que é algo meramente exterior, que não
está ligado diretamente no desenvolvimento. As crianças antes mesmo de irem para a creche,
já chegam com desenvolvimentos advindos da família, como a compreensão, a dedução,
evoluções das noções do mundo, etc.
De acordo com Vygotsky (1998, p. 103), “[...] o desenvolvimento é sempre um pré-
requisito para o aprendizado e que, se as funções mentais de uma criança (operações
intelectuais) não amadureceram a ponto de ela ser capaz de aprender um assunto particular,
então nenhuma instrução se mostrará útil”.
Podemos notar que essa teoria baseia-se na concepção de que o aprendizado segue a
linha do desenvolvimento, visto que o desenvolvimento se adianta ao aprendizado. Nesta
visão o aprendizado precede o desenvolvimento.
Segundo Vygotsky (1998, p. 105) “[...] a segunda grande posição teórica é a que
postula que a aprendizagem é desenvolvimento. Essa identidade é a essência de um grupo de
teorias que, na sua origem, são completamente diferentes”.
Nesta teoria de Vygotsky (1998), “o aprendizado está estritamente ligado ao
desenvolvimento, à criança vai aprender e, com essa aprendizagem ela irá se desenvolver.
Citamos um exemplo do conceito do reflexo, onde o desenvolvimento é visto como domínio
de reflexos condicionados, dessa forma não importa o processo de aprendizado da criança,
pois ao aprender automaticamente ela ira se desenvolver”.
De acordo com Vygotsky (1998, p. 106), “[...] a terceira posição teórica entre
aprendizado e desenvolvimento tenta superar os extremos das outras duas, simplesmente
combinando-as”.
Observamos que na terceira teoria o processo de maturação se prepara para um
processo específico do aprendizado. A criança na fase da aprendizagem estimulará a
maturação, tendo uma ampla atribuição ao aprendizado no desenvolvimento.
Considerando esse assunto a partir das perspectivas, entre aprendizagem e
desenvolvimento, complementaremos discutindo sobre os níveis de desenvolvimento Real e
Proximal. O nível de desenvolvimento real de uma criança define funções que já
amadureceram, ou seja, os produtos finais do desenvolvimento. Podemos dizer que a criança
só vai fazer tal coisa, se o processo de maturação estiver nela desenvolvido. O nível de
desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que
estão no processo de maturação.
De acordo com Vygotsky (1998, p. 117-118),
19

propomos que um aspecto essencial do aprendizado é o fato de ele criar a


zona de desenvolvimento proximal; ou seja, o aprendizado desperta vários
processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente
quando a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em
cooperação com seus companheiros. Uma vez internalizados, esses
processos tornam-se parte das aquisições do desenvolvimento independente
da criança.

Neste sentido Vygotsky (1998) afirma que, o aspecto essencial nessa hipótese é de que
os processos de desenvolvimento não coincidem com os processos de aprendizado. Neste
sentido, o processo de desenvolvimento floresce de maneira mais lenta e atrás do processo de
aprendizado, desta continuação derivam as zonas de desenvolvimento proximal. Com esse
fator, notamos que mesmo que o aprendizado esteja intrinsecamente relacionado com o
desenvolvimento da criança, eles não são realizados na mesma medida ou em paralelo.
Ainda segundo Vygotsky (1998, p. 118) enfatiza que o,

[...] aprendizado não é desenvolvimento; entretanto, o aprendizado


adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em
movimento vários processos de desenvolvimento, que, de outra forma,
seriam impossíveis de acontecer. Assim, o aprendizado é um aspecto
necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções
psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas.

Na perspectiva Vygotskyana, o professor assume o papel de mediador no processo de


ensino-aprendizagem propondo desafios às crianças e auxiliando-as na resolução dos
problemas propostos. O professor deve promover atividades que possibilitem avanços no
desenvolvimento das crianças, trabalhando juntamente com o que ela já sabe realizar sozinha,
que é a zona de desenvolvimento real, e fornecer informações, pistas, promover situações que
incentivam a curiosidade das crianças.
Na teoria de Wallon (2002), “o desenvolvimento da criança é visto como integração de
novos desempenhos e aquisições anteriores, ao contrário da maneira linear e contínua. Na
primeira etapa, denominada por Wallon de estágio impulsivo, os atos da criança têm a
intencionalidade de chamar a atenção do adulto por meio de gestos, gritos e expressões, para
que ele atenda suas necessidades. Cada criança se desenvolve das disposições que ela recebe
desde o momento da sua primeira formação”.
De acordo com Dourado e Prandini apud Wallon (2002, p. 27),

no estágio Sensório-Motor, a criança aprende a conhecer os outros como


pessoas em oposição à sua própria existência. É o tempo dos jogos
espontâneos de alternância, do interesse por atos que unem duas pessoas ou,
20

principalmente, papéis diferentes, como, por exemplo, o jogo de dar e


receber tapinhas, de esconder e ser escondido pela almofada etc.

Desta forma, as brincadeiras dispõem novos horizontes e vivências com outras


crianças, dependendo da brincadeira, a criança se vê capaz de participar de vários grupos, e
graus de estágios diferentes, essa etapa é muito importante na vida da criança, visando o
desenvolvimento de aptidões intelectuais e sociais.
Após reunir os dados procede-se a análise, para essa pesquisa teve ênfase a análise de
conteúdo, tratando os documentos obtidos durante a pesquisa de forma sistemática.
Análise de conteúdo procura conhecer aquilo que esta por trás das palavras sobre as
quais se debruça, sendo está uma busca de outras realidades através das mensagens. De
acordo com Bardin (1977, p. 42), a análise de conteúdo é,

um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por


procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis
inferidas) destas mensagens.

A análise de conteúdo tem por objetivo identificar os principais conceitos ou os


principais temas abordados em um determinado texto. A utilização da análise de conteúdo
será com ênfase nas mensagens escritas, entrevista realizada com a professora da turma
pesquisada.
Triviños (2010) relata que “o método da análise de conteúdo, possui objetivos
estáveis, que pode ser revisado quantas vezes necessárias”.
Realizamos três etapas básicas na pesquisa a partir da análise de conteúdo. Embasados
em Bardin (1977, p. 161 e 162) apresentaremos resumidamente cada uma das três etapas da
análise: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados,

[...] na pré-análise será recolhido os materiais a ser estudado, tais como, as


observações descritas no diário de campo e as entrevistas semiestruturadas,
com objetivo, de sistematizar as ideias inicias de maneira a desenvolver um
esquema das intervenções sucessivas. Na segunda etapa exploração do
material, o mesmo que será coletado, terá um estudo aprofundado, orientado
em princípio pelas hipóteses e referenciais teóricos, seria como constatar que
direção os materiais irão tomar. Os procedimentos como a codificação, a
classificação e a categorização são básicos nesta instância do estudo.

Conforme Bardin (1977, p. 104) “A codificação é o processo pelo qual os dados brutos
são transformados sistematicamente e agregados em unidades, as quais permitem uma
descrição exata das características pertinentes do conteúdo”. Categorização (1977, p. 117),
21

classificação de elementos constitutivos de um conjunto, por diferenciação e analogia, com


critérios previamente definidos e as Classificação ainda segundo Bardin (1977, p. 118),

[...] classificar elementos em categorias, impõe a investigação do que cada


um deles tem em comum com os outros. O que vai permitir o seu
agrupamento, é a parte comum existente entre eles. Podem ser semânticas –
ex: todo tema que significam ansiedade, ficam agrupados na categoria
<ansiedade>. Sintáticas – Os verbos, ou adjetivos. Léxicas – Classificação
das palavras segundo o seu sentido, com emparelhamento dos sinônimos e
dos sentidos próximos. Expressivas – categorias que classificam as diversas
perturbações da linguagem.

Na terceira etapa, realizamos o tratamento dos resultados obtidos e a interpretação,


neste sentido, os resultados finais, foram tratados de modo a serem significativos e válidos.
Segundo Bardin (1977, p. 101) “ressalta que o analista, tendo a sua disposição resultados
significativos e fiéis, pode então propor inferências e adiantar interpretações a propósito dos
objetivos previstos, ou que digam respeito a outras descobertas inesperadas”.
Sobre a inferência Minayo (2011, p. 89), define que, “a mesma, quando deduzimos de
maneira lógica algo do conteúdo que está sendo analisado. Para que possamos fazer
inferências, é importante partimos de premissas já aceitas a partir de outros estudos acerca do
assunto que estamos analisando”.
O nosso objetivo final da análise de conteúdo é fornecer respostas aos objetivos da
pesquisa. Nesta perspectiva, interpretar os resultados obtidos relacionando-os ao próprio
contexto de produção da pesquisa e aos objetivos das crianças. Finalizaremos a pesquisa com
os resultados obtidos por meio da análise de Conteúdo.
CAPÍTULO II
A BRINCADEIRA NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA

O referencial teórico abordará a temática A Brincadeira na Aprendizagem da Criança:


Um estudo na Educação Infantil. Utilizarei alguns autores como Kishimoto (2014), Brougère
(2006), Wajskop (2005), Benjamin (1984), Vygotsky; Lúria; Leontiev (2001), entre outros,
para uma melhor compreensão e discussão da temática.
O referencial teórico deste capítulo foi estruturado em três tópicos, sendo o primeiro
“A Criança e o Brincar”, em que abordarei o brincar na vida da criança, evidenciando as
brincadeiras, analisando a imitação que a criança faz a partir do brincar, enfatizando as zonas
de desenvolvimento. No segundo momento, abordarei o “Brincar em diferentes Épocas”, o
brincar da época passada, com o brincar atual, os brinquedos como eram produzidos
antigamente e a fabricação nos dias de hoje, destacando a aprendizagem no momento lúdico.
No terceiro tópico, “Momento da brincadeira e da aprendizagem para uma nova concepção
sobre o papel do brincar”, enfatizo a importância das brincadeiras para desenvolvimento
significativo da criança, tornando a partir do brincar, um momento prazeroso e de
aprendizagens.
Vygotsky, Lúria, e Leontiev (2001, p. 103) enfatizam a aprendizagem como

um processo puramente exterior, paralelo, de certa forma, ao processo de


desenvolvimento da criança, mas que não participa ativamente neste e não o
modifica absolutamente: a aprendizagem utiliza os resultados do
desenvolvimento, em vez de se adiantar ao seu curso e de mudar a sua
direção.

A criança constrói sua cultura lúdica brincando. Por meio das brincadeiras, elas criam
situações de vivências, o que elas presenciam no seu dia a dia. Por meio da interação com o
meio e outras crianças, constrói seus conhecimentos.
Na brincadeira, a criança vivencia situações de alteridade, pois ao estabelecer o limite
com o outro e o eu, constrói a sua identidade. Conforme Kishimoto (2010, p. 13), “Ao brincar
com coisas que conhece que aprendeu com a família e amigos do seu grupo, étnico/racial, a
criança aprende a construir sua identidade e compreende que outras crianças brincam de
forma diferente.
Com as rápidas transformações sociais, econômicas e culturais provocadas pelo
avanço das ciências e da tecnologia, muitas brincadeiras que faziam parte da vida das crianças
23

de antigamente, tais como amarelinha, bets, esconde-esconde, não são cultivadas na


atualidade. Foram perdendo espaço para os computadores, TVs, celulares, vídeo games e
diversos tipos de jogos virtuais. Nogueira (2013, p. 120) relata que,

o jogo é uma grande fantasia, uma grande aventura, na qual a criança penetra
sem medo, vivendo as personagens. Uma fantasia na qual as regras e as
estruturas preestabelecidas devem ser descobertas; uma grande quantidade
de informação deve ser distinguida e selecionada. Por outro lado, o jogo
eletrônico, muitas vezes, dispensa parceria: torna-se individual uma
atividade há tempos coletiva. E essa é a grande crítica feita pelos adultos: a
falta de socialização.

Entretanto, os jogos virtuais muitas vezes, disponibilizam conteúdos, que não são
próprios à faixa etária da criança. E a criança que não tem orientação de um adulto, acaba
fazendo uso desses jogos, que contém violência, com isso a criança, acaba por imitar as ações
que presenciam nesses jogos. Tornando-se crianças mais agressivas, agitadas, rudes. A partir
dessas situações, pais e educadores têm de trabalhar os conceitos desses jogos, ensinando e
explicando para as crianças, os que contribuirão para seu desenvolvimento, e quais serão
prejudiciais.
Com relação à imitação, Amaral (2014, p. 99) contribui ao enfatizar:

Consequentemente, enquanto jogos imitativos são de grande valor


educacional no modo de ensinar a criança a observar seu meio e alguns dos
processos necessários ao seu desenvolvimento, se o meio não for bom, a
criança aprende maus hábitos e maneiras erradas de pensar e julgar. Tais
modos são muito difíceis de corrigir, porque foram fixados ao serem
vivenciados em situação de brincadeira.

Conforme o Art. 205 da Constituição Federal de 1988, “A educação, direito de todos e


dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988).
Como citado anteriormente no artigo 205 da Constituição Federal de 1988, “cabe aos
pais e professores da Educação Infantil, em conjunto educar as crianças, tendo como base os
cuidados, ao inserir as brincadeiras como meio de aprendizagem e desenvolvimento delas”.
Com essa pesquisa, espero contribuir para o futuro das crianças que passam pela
Educação Infantil, e refletir que o brincar faz sim parte do aprendizado e desenvolvimento por
isso exerce função fundamental na vida de uma criança. Por meio desta, podemos notar que o
24

Brincar está inserido no cotidiano das crianças e, como futuros pedagogos, devemos cultivar e
buscar novos métodos a partir do brincar.
O brincar passou por grandes mudanças nesses últimos tempos, ao comparar com o
brincar do século passado. Observamos que no século XXI, com a expansão da sociedade da
informação, as crianças vivenciam uma nova era de brincadeiras, que são os jogos virtuais em
celulares, games em computadores, etc. E a televisão tem sido um veículo de informação que
as crianças passam a maior parte do tempo, assistindo a séries, desenhos, filmes e programas,
sendo alguns desses educativos, mas têm aqueles que são prejudiciais ao desenvolvimento da
criança, os pais têm de estar atentos a esse fator, e intervir quando necessário.
Segundo Amaral (2014, p. 99 - 100),

[...] para evitar que a criança fixe hábitos indesejáveis, as escolas,


principalmente os jardins de infância, devem usar dentro do horário escolar
os mesmos tipos de jogos que são exercitados fora da escola, não somente
como método de tornar o trabalho interessante para a criança, mas pelo valor
educacional das atividades envolvidas, permitindo oferecer ás crianças ideias
e ideais corretos e adequados sobre a vida quotidiana.

Os professores juntamente com auxílio dos pais, tem que procurar trabalhar em
conjunto para a aprendizagem da criança, para assim buscar melhorias consideráveis no
processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças.

2.1- A Criança e o Brincar

Quando ouvimos a palavra brincar, quais imagens passam em nosso pensamento?


Criança, prazer, correria, alegria, encontros, fantasias, etc. Quais brincadeiras faziam parte de
nossa infância? Pular corda, amarelinha, brincar de casinha, pega-pega, bandeira, bets. Quais
eram os brinquedos preferidos? Boneca, bola, carrinhos, corda, pipas. Essas e outras
lembranças podem ser ocasionadas ao presente momento a partir de um verbo vivido com
toda a intensidade por infâncias de outras épocas: O brincar. Essas lembranças nos permitem
ter o seguinte questionamento, se as crianças de hoje estão brincando igual às crianças de duas
ou três décadas passadas.
Segundo Camargo e Rosin (2009, p. 59), “parece-nos que não, pois na atualidade a
maioria das crianças está desprovida de situação que favoreçam o brincar, suas agendas
privilegiam outras atividades, obedecendo ao desejo dos pais e a pressão da sociedade”.
25

São vários os fatores, que dificultam a criança o momento de brincar, está entre elas, à
falta de tempo, pois muitas crianças estão ocupadas, com outras tarefas. A falta de espaço, a
falta de companhia, brincar sozinha também não é boa ideia, na cabeça das crianças. A
desvalorização das brincadeiras e do brincar, junto com essa série de fatores faz com que surja
o amadurecimento precoce das crianças. Podemos notar que cada vez mais cedo, as crianças
estão desenvolvendo suas capacidades e se inserindo no mundo dos adultos.
Segundo Camargo e Rosin (2009, p. 60), “um dos fatores que associamos à falta de
brincadeiras entre os adultos e as crianças, na atualidade, pode ser o advento dos brinquedos
industrializados”;

antigamente, o que marcava o início da brincadeira era a própria confecção


dos brinquedos, que evidenciava (ou reforçava) a proximidade dos que se
propunha a brincar: criança com criança e criança com adulto. Parece que
era mais comum flagra adultos cortando e empinando papagaio (pipa ou
pandora), rodopiando o pião, confeccionando roupas de bonecas e
envolvendo-se com as atividades infantis.

A brincadeira é um espaço social, uma vez que não é criada espontaneamente, mas em
consequência de uma aprendizagem. No momento da brincadeira, as crianças podem
relacionar o brincar com seu mundo concreto ou abstrato, dependendo do tipo de brincadeira.
Conforme Brougère (2006, p. 105),

a criança brinca com substâncias materiais e imateriais que lhe são


propostas. Ela brinca com o que tem na mão e com o que tem na cabeça. O
educador pode, portanto, construir um ambiente que estimule a brincadeira
em função dos resultados desejados. Não se tem certeza de que a criança vá
agir, com esse material, como desejaríamos, mas aumentamos, assim, as
chances de que ela o faça; num universo sem certezas, só podemos trabalhar
com probabilidades.

As crianças têm uma vasta criatividade, nós como professores temos de trabalhar de
maneiras para instigar essa criatividade nelas, deixando-as livres para apresentarem propostas
de atividades e brincadeiras. Visto que quando a criança se prende na frente da televisão, ela
se priva de criar sua própria criatividade em brincadeiras, que passam a ser reproduzidas, às
vezes, de uma forma não educativa.
A partir do que as crianças assistem na televisão, em determinados canais ela vai
assimilar com a realidade e transformar em brincadeiras, sendo a imitação de personagens, a
reprodução de objetos. Mas, não pode ser uma mera brincadeira sem significado, tem de haver
participação, elaboração das crianças com ajuda de um adulto. Em sala, o professor pode estar
questionando-os sobre como e a partir do que brincam em suas casas, e dessa forma, trazer
26

para sala de aula essas brincadeiras, adequá-las e transformá-las conforme a criatividade e


interesse das crianças.
De acordo com Vygotsky (2007, p. 101),

as crianças podem imitar uma variedade de ações que vão muito além dos
limites de suas próprias capacidades. Numa atividade coletiva ou sob a
orientação de adultos, usando a imitação, as crianças são capazes de fazer
muito mais coisas. Esse fato, que parece ter pouco significado em si mesmo,
é de fundamental importância na medida em que demanda uma alteração
radical de toda a doutrina que trata da relação entre aprendizado e
desenvolvimento em crianças.

Podemos entender a zona de desenvolvimento proximal, utilizando como ferramenta o


desenvolvimento, com esse processo podemos dar conta não somente dos ciclos e processos
de maturação que já foram completados, mas, também daqueles processos que estão em
estado de formação, ou seja, que estão começando a amadurecer e a se desenvolver.
Conforme Vygotsky (2007, p. 98),

a zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não


amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que
amadureceram, mas que estão presentemente em estado embrionário. Essas
funções poderiam ser chamadas de “brotos” ou ”flores” do desenvolvimento,
em vez de “frutos” do desenvolvimento. O nível de desenvolvimento real
caracteriza o desenvolvimento mental respectivamente, enquanto a zona de
desenvolvimento proximal caracteriza o desenvolvimento mental
prospectivamente.

Na brincadeira, a criança pode tanto aderir a regras existentes como construí-las. Nas
brincadeiras simbólicas, (Faz-de-conta como; assumir papel do pai, da mãe, do professor na
brincadeira), por exemplo, não existem regras, mas a criança pode construir de acordo com
desenvolvimento da brincadeira. Essa regra passa a ter valor somente se for aceita, pelas
crianças e durante a brincadeira.
Conforme Brougère (2006, p. 78), “a brincadeira aparece como um meio de escapar
da vida limitada da criança, de se projetar num universo alternativo excitante, onde a
iniciativa é possível onde à ação escapa das obrigações do cotidiano”.
O brincar é uma atividade muito importante na e da infância, ele favorece o
desenvolvimento humano por significar as representações das necessidades e impulsos
internos. Além de atividade representativa, o brincar da criança é como fonte libertadora de
prazer e autodeterminação.
27

De acordo com Wajskop (2005, p. 20), “A valorização da brincadeira infantil apoia-se,


portanto, no mito da criança portadora de verdade, cujo comportamento verdadeiro e natural,
por excelência, é o seu brincar, desprovido de razão e desvinculado do contexto social”.
É a partir das brincadeiras que a criança vai compreendendo o mundo e descobrindo as
respostas para todas as situações que se deparar. O papel do professor é inserir o brincar na
ação pedagógica, para potencializar no processo de desenvolvimento das crianças. Com isso,
ela vai se sentir curiosa e incentivada, na busca do próprio conhecimento.

2.2- Brincar em diferentes épocas

Conforme Horn, Silva e Pothin (2007), “antigamente a criança era considerada um


adulto em miniatura, e não havia distinção das brincadeiras entre adultos e crianças, somente
no século XVIII que o brincar teve um significado na infância”.
Existe uma grande diferença das brincadeiras de antigamente para as de hoje em dia.
Antigamente, as crianças brincavam com brinquedos produzidos pelos pais em sua própria
casa, ou por elas mesmas, exemplos; de casinha, carrinhos, fazendo comidinha de barros,
plantas, bonecas, subir em árvores, e tinham mais tempo para brincar.
De acordo com Benjamin (1984, p. 93),

os brinquedos de todos os povos descendem da indústria doméstica. A


primitiva riqueza de formas do povo baixo, dos camponeses e artesãos,
estabelece até os dias de hoje uma base segura para o desenvolvimento do
brinquedo infantil.

Atualmente, com a presença das tecnologias nos cenários sociais os brinquedos e as


brincadeiras tiveram mudanças, as crianças não conseguem ficar muito tempo envolvidas em
uma brincadeira, e optam ficarem assistindo a desenhos, filmes, séries na TVs, jogando em
Notebooks, tabletes, e assim não exercitam a imaginação, a criatividade e o corpo. Porém, o
brincar está sendo visto de uma maneira fugaz, das atividades didáticas, visto que na escola a
criança só brinca se der tempo, ou se fez a tarefa, usando sua ausência como uma forma de
punição. Conforme Araújo (s/a):

A mídia vem substituindo o lugar do brincar que as crianças poderiam estar


realizando em comunhão com seus pares ou com aqueles que estão próximos
a ela. Por conta do dia-a-dia atarefado das pessoas em busca da
sobrevivência, esse brincar com a criança, ou oferecer subsídios para que ela
o faça, vai ficando cada vez mais em segundo plano. (S/a, p.2).
28

Ao deparar com essas realidades, a professor (a) em sala de aula tem de sugerir
brincadeiras para que as crianças mobilizem suas capacidades, e desenvolvam-se partindo do
brincar. O brincar na Educação Infantil é um elemento fundamental, visto que possibilita que
as crianças vão se descobrindo por meio das brincadeiras e aprendem habilidades para seu
desenvolvimento.
Para Horn (2007, p. 15),

o brincar é veículo de crescimento da criança, as rodas que lhes permitem


explorar o mundo a sua volta e o mundo adulto, do qual irá tornar-se parte. A
escola cabe proporcionar um ambiente que estimule o olhar curioso da
criança, desenvolva um real interesse por tudo, ensinando-lhe a explorar e a
experimentar novas formas de agir. Tudo isso, vivido no seu cotidiano,
proporcionando-lhe o cultivo dos valores de respeito pelo outro e pelas
coisas que a cercam, pode ser mais importante, no seu desenvolvimento, do
que muitas horas de trabalho dirigido.

Nas escolas, nos deparamos com a falta de autonomia das crianças, os professores não
exercem essa capacidade, pois está sempre impondo que a criança faça “isso” ou “aquilo”, o
momento em que deixa espaço livre, as crianças sentem dificuldades de escolher o que fazer,
esse fator se torna o causador do fracasso do desenvolvimento ativo da criança.
A aprendizagem da criança pequena está ligada a vários fatores, um deles é que no
brincar, ela pode estar desenvolvendo o equilíbrio, controle, agilidade, coordenação dos olhos,
cérebro e músculos, podendo ter domínio do seu próprio corpo e descobrir dessa forma, seus
valores pessoais. Uma criança pequena não consegue ficar parada por muito tempo, como um
adulto ouvindo ou fazendo tarefas, ela sempre está em movimentos, isso envolve a parte da
aprendizagem e desenvolvimento.
Nesta perspectiva, Vygotsky, Lúria e Leontiev (2001, p. 115), argumentam que

a aprendizagem não é em si mesma, desenvolvimento, mas uma correta


organização da aprendizagem da criança conduz ao desenvolvimento mental,
ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta ativação não
poderia produzir-se sem a aprendizagem. Por isso, a aprendizagem é um
momento intrinsecamente necessário e universal para que se desenvolvam na
criança essas características humanas não-naturais, mas formadas
historicamente.

Isso implica que quando a criança está brincando, ela tem o domínio da linguagem
simbólica. E faz comparações do que já vivenciou em sua vida com sua prática de brincar e
tem a consciência entre o imaginário e o real. Isto adverte que a brincadeira é uma
29

reprodução transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente
vivenciada pela criança.
Moyles (2002, p. 100) afirma que “o brincar é um processo e não um assunto é dentro
dos assuntos que devemos ver o brincar como um meio de ensinar e aprender, e não como
uma entidade separada. O brincar deve estar impregnado nas atividades de aprendizagem
apresentadas às crianças, em vez de ser considerado um estorvo ou uma atividade residual”.
Atualmente, as crianças brincam muito com brinquedos “fabris” que são de fábricas
que os pais os presenteiam, a maioria desses brincar sejam eles em casa, é praticamente
isolador visto que não visa o desenvolvimento integral da criança. O papel da escola é integrar
o brincar na sala de aula, dialogar com as crianças sobre o brincar, e praticar brincadeiras
livres e dirigidas para que a criança possa se desenvolver. E os professores devem sempre se
atualizar conforme as mudanças e usar a criatividade, trazendo novas brincadeiras para um
brincar integrador de modo que todas as crianças possam estar envolvidas.
De acordo com Kishimoto (2014, p. 145),

nas brincadeiras, as crianças têm inúmeras oportunidades de explorar e,


quando necessário, com pequena supervisão do adulto solucionam
problemas. Bruner entende supervisão como um sistema de trocas
interativas. O supervisor procede conforme sua compreensão daquele que
aprende a fim de engajá-lo na ação, reduzindo os graus de liberdade da tarefa
aos limites adequados, mantendo a orientação para a resolução de
problemas, assinalando características determinantes, controlando a
frustação e mostrando soluções possíveis. Embora valorize a ação livre e
iniciada pela criança, a exploração requer ambiente que propicie estímulo e
orientação.

Cumpre ao educador desempenhar um importante papel no decorrer das brincadeiras,


distinguindo o momento em que deve apenas observar, em que deve intervir na organização
da brincadeira, ou em que deve interagir com os participantes da mesma. Interpretando, assim,
as capacidades das crianças a partir do brincar. Analisamos que a brincadeira tem de ser
cultivada na história da criança. Mesmo tendo passado por mudanças, o brincar tem de ser
vivido na infância da criança, com os prazeres das brincadeiras juntamente com o
aprendizado.

2.3- Momento da brincadeira e da aprendizagem para uma nova concepção sobre o


papel do brincar
30

A brincadeira que é controlada pelo professor, que dita às regras que a criança tem de
seguir, não estimula a criança a pensar e a ter suas próprias decisões sobre a brincadeira.
Diferentemente daquela que o professor planeja junto com a criança instigando a pensar,
quais métodos, que podem ser utilizados para a tal brincadeira.
A criança ao chegar à escola já traz consigo um repertório de conhecimentos prévios.
O professor tem de relacionar o aprendizado em sala de aula, juntamente com o que as
crianças já conhecem sobre a brincadeira a ser desenvolvida, isso se torna um ponto positivo,
pois as crianças terão voz ativa podendo ter participação na elaboração da brincadeira.
Segundo Horn (2007, p. 62),

o professor, ao elaborar sua proposta de trabalho, deveria refletir sobre os


objetivos que a define, a importância atribuída ao ato de brincar e que o
espaço reservado para esta atividade relevante. Privar a criança de viver
intensamente em favor de um treinamento mecânico é represar sua energia, é
não aproveitar suas capacidades, é podar-lhe a curiosidade, sua abertura para
explorar o meio em que vive, é substituir a aprendizagem significativa pelo
condicionamento, enfim, impedi-la de ser criança enquanto criança.

A criança começa a ter estímulos a partir das brincadeiras, desde seu nascimento, no
âmbito familiar, particularmente vinda da mãe ou de quem delas cuida. Uma criança não
aprende a brincar sozinha, ela precisa da ajuda de um adulto para esse momento. A partir do
brincar, a criança vai fazendo descobertas sobre o ‘’mundo desconhecido’’ que a cerca.
De acordo com Kishimoto (2014, p. 151) a brincadeira,

tem que ser valorizada desde o nascimento da criança, como elemento


constitutivo de ações sensórios-motoras, que respondam pela estruturação
dos primeiros conhecimentos construídos a partir do que domina saber-fazer.
Pela brincadeira a criança aprende a se movimentar, falar e desenvolver
estratégias para solucionar problemas. A brincadeira tem papel
preponderante na perspectiva de uma aprendizagem exploratória, ao
favorecer a conduta divergente, a busca de alternativas não usuais,
integrando o pensamento intuitivo.

Nesta perspectiva, Wallon (2005), enfatiza que

as brincadeiras dispõem novos horizontes e vivências com outras crianças,


dependendo da brincadeira, a criança se vê capaz de participar de vários
grupos, e graus de estágios diferentes, essa etapa é muito importante na vida
da criança, visando o desenvolvimento de aptidões intelectuais e sociais.

Conforme Antunes (2004, p. 31),


31

jamais se brinca sem aprender e, caso se insista em uma separação, esta seria
a de organizar o que se busca ensinar, escolhendo brincadeiras adequadas
para que melhor se aprenda. Brincando a criança desenvolve a imaginação,
fundamenta afetos, explora habilidades, na medida em que assume múltiplos
papeis, fecunda competência cognitivas e interativas.

Quando a criança está envolvida na brincadeira, mesmo sendo imaginária, elas


atribuem personagens diversificados a cada uma delas, juntamente com os objetos, exemplos,
uma cadeira pode ser considerada pela criança um cavalo, um balanço pode ser um avião, ela
pode se passar por um adulto, entre outras coisas, vejamos que assim elas criam significados
as suas brincadeiras.
Para Benjamin (1984, p. 70),

A criança quer puxar alguma coisa e torna-se cavalo, brincar com areia e
torna-se padeiro, quer esconder-se e torna-se ladrão ou guarda. Para
completar, nós conhecemos alguns instrumentos de brincar arcaicos, os quais
desprezam toda máscara imaginária (na época possivelmente vinculados a
rituais): a bola, o arco, a roda de penas, o papagaio, autênticos brinquedos,
“tanto mais autênticos quanto menos o parecem ao adulto”. Pois quanto mais
atraentes (no sentido corrente) forem os brinquedos, mais distantes estarão
de seu valor como “instrumento” de brincar; quanto ilimitadamente a
imitação anuncia-se neles, tanto mais desviam-se da brincadeira viva.

O brincar para a criança é fonte de conhecimento e libertação, por meio das


brincadeiras, ela expõe e adquire ideias construindo sua aprendizagem. Ao brincar, as crianças
criam seu próprio mundo, cercadas de sonhos, desejos. Quando gosta da brincadeira, ela não
quer brincar apenas uma vez, e sim, várias vezes.
Conforme Benjamin (1984, p. 75), “repetir a mesma coisa seria o elemento
verdadeiramente comum. A essência do brincar não é um ‘fazer como se’, mas um ‘fazer
sempre de novo’, transformação da experiência mais comovente em hábito”.
Segundo Araújo (s/a, p.5), além das muitas utilidades por meio das quais o brinquedo
pode ser usado, uma delas é a brincadeira, que possui suas características próprias. Nela o que
se faz só tem sentido e valor num espaço e em um tempo delimitado. Esse universo só pode
ser construído a partir da decisão de quem brinca, sem imposições diante dessa atividade. É
importante destacar que nem todo contato com o brinquedo transforma-se em uma
brincadeira. E também nem toda brincadeira vai depender dos artefatos da indústria dos
brinquedos.
No ato de brincar, a criança vai se deparar com desafios do seu cotidiano, ela mesma
vai procurar uma resposta para tal acontecimento, quando houver mais de uma criança terá a
interação de diferentes pontos de vista sobre a brincadeira, entre elas vão criar as regras. Na
32

brincadeira, a criança desenvolve a imaginação como estabelece fatos reais, podendo ser
modificados.
De acordo com Wajskop (2005, p. 35),

a brincadeira é uma situação privilegiada de aprendizagem infantil onde o


desenvolvimento pode alcançar níveis mais complexos, exatamente pela
possibilidade de interação entre os pares em uma situação imaginária e pela
negociação de regras de convivência e de conteúdos temáticos.

Do ponto de vista do desenvolvimento da criança, a brincadeira traz vantagens sociais,


culturais, cognitivas e afetivas, visto que as crianças sozinhas ou em grupos, procuram
explorar o mundo que as cercam e as ações humanas nas quais estão inseridas diariamente.
CAPÍTULO III
TIPOS DE BRINCADEIRAS E INTENCIONALIDADE PEDAGÓGICA

Para compreendermos a importância da brincadeira no processo de desenvolvimento e


aprendizagem da criança que frequenta a Educação Infantil especificamente a creche, neste
capítulo será abordada a pesquisa de campo que foi realizada na Creche Thayná Gabrielly
Oliveira Morais, realizada na turma Maternal II C, vespertino, no ano de 2016.
Nesse sentido, contemplaremos a monografia com as observações realizadas no
período da pesquisa juntamente com a entrevista realizada com a professora regente da sala
estudada. A professora é formada em pedagogia e, tem especialização em Educação Infantil,
atua no magistério desde o ano de 2007, já exerceu o magistério em diversas áreas do ensino.
De acordo com o Orientativo Pedagógico da Secretaria de Estado e Educação “A
Educação Infantil tem por objetivo o desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos
físico, afetivo, psicológico, intelectual, social, complementando a ação da família e da
comunidade” (MATO GROSSO, 2016, p. 9).
O objetivo da análise é responder aos objetivos da pesquisa, pois isso, interpretamos
os resultados obtidos relacionando-os ao próprio contexto de produção da pesquisa e aos
objetivos, apontamos resultados por meio da Análise de Conteúdo.
Portanto, organizamos todos os materiais obtidos durante a pesquisa, sendo estes, as
observações registradas no diário de campo, e a entrevista realizada com a professora.
Elaboramos um esboço da entrevista por meio das codificações e, chegamos as seguintes
unidades de análise, Brincadeiras livres, Brincadeiras dirigidas, Jogos Online e Ludicidade, a
partir da junção dessas unidades chegamos as seguintes categorias: potencialidades das
brincadeiras, ludicidade no âmbito educacional, intencionalidade das brincadeiras na
Educação Infantil: olhar reflexivo e pedagógico, Brincadeiras livres x Brincadeiras dirigidas,
Jogos online na Educação Infantil.

3.1- Potencialidade das brincadeiras

A brincadeira pertence ao mundo da criança, uma vez que, o brincar assume papel
fundamental no processo de aprendizagem e desenvolvimento, de forma prazerosa,
34

proporcionando à socialização, desenvolvimento por meios imaginários, e a autonomia. Neste


item discutiremos, a respeito das potencialidades das brincadeiras na Educação Infantil, assim
como a participação da família em relação às brincadeiras.
Sobre a importância das brincadeiras para as crianças na faixa etária de 0 a 3 anos de
idade, a professora entrevistada considera essencial para o desenvolvimento infantil, visto que
a ação de brincar

vem desde 0 (zero) meses, a criança já se desenvolve brincando com ela


mesma, conhecendo seu corpo, interagindo com o ambiente que está ali
socializada juntamente com isso as brincadeiras proporcionam o
desenvolvimento integral da criança, a expressão corporal. Através da
brincadeira, a criança ela aprende a se desenvolver a sua coordenação
motora a parte da questão da própria criatividade que ela cria meios
imaginários para estar desenvolvendo essas brincadeiras. Então,
independente da brincadeira que ela exerce ela vai estar contribuindo para
o desenvolvimento psicomotor, tanto físico, mental, cognitivo da criança.

Essas assertivas que emergem nas vozes da professora vão ao encontro com as ideias de
Vygotsky (1998, p. 40) quando ele afirma que, “desde os primeiros dias de desenvolvimento
da criança, suas atividades adquirem um significado próprio num sistema de comportamento
social e, sendo dirigidas a objetivos definidos, são refratadas através do prisma do ambiente
da criança”.

O caminho do objeto até a criança e desta até o objeto passa através de outra
pessoa. Essa estrutura humana complexa é o produto de um processo de
desenvolvimento profundamente enraizado nas ligações entre história
individual e história social (VYGOTSKY, 1998, p. 40).

A família constitui-se como a primeira instituição social para a criança, visto que desde seu
nascimento ela recebe estímulos, vivenciam experiências que faz perceber como funciona o
mundo, baseados em suas regras e leis.
Dessa forma, a professora menciona que de qualquer modo independentemente se a
brincadeira é livre/dirigida;

com os pais, que o pai ou a mãe esteja ali socializando e ensinando a


criança, a própria brincadeira com a colher na hora de comer do
aviãozinho, ajuda a criança a ter atenção, está prestando atenção alí na
hora de comer, Olha o aviãozinho vai vir, vai comer. Então, independente
dos pais estar dirigindo ou não, ela vai estar de alguma forma contribuindo
para esse desenvolvimento dessa criança.

Segundo o Projeto Político Pedagógico, na instituição de Educação Infantil:


35

A forma de interação com a comunidade se dará por meio de reuniões de


pais, eventos realizados pela escola, palestras a comunidade, oficinas e
cursos que forem possíveis. Também a comunidade será convidada a
apreciar exposições de trabalhos das crianças que serão realizados no
trabalho diário de sala (CRECHE THAYNÁ, 2015a, p. 27).

Sobre o potencial das brincadeiras no processo de aprendizagem e desenvolvimento das


crianças na Educação Infantil, a concepção da professora entrevistada é de que

desenvolve todas as habilidades possíveis... porque cada brincadeira traz


um objetivo, desenvolve uma determinada habilidade. São várias
potencialidades: psicomotora, coordenação motora fina/grossa, a
percepção visual, a atenção, agilidade, a flexibilidade, lateralidade... São
vários os conceitos que uma brincadeira proporciona...

Com relação a essa questão, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(RCNEI) destaca que:

Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das


capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais,
afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a
formação de crianças felizes e saudáveis (BRASIL, 1998, p. 23, vol. 1).

Neste mesmo sentido da importância dos jogos e brincadeiras como potencial para a
aprendizagem e desenvolvimento da criança, a professora entrevistada diz que,

na Educação Infantil utiliza-se do lúdico propriamente, por isso, que um


único jogo pode proporcionar várias potencialidades na criança, se você
está desenvolvendo sempre alÍ na sala de aula, questão do desenvolvimento
é óbvio que eles vão aprender de uma forma mais agradável, do que estar
com uma atividade atrás da outra, dá uma atividade, dá outra, dá outra...
tem escola de Educação Infantil e têm professores que dão cinco atividades
em um dia – digo isso porque já vi e já presenciei. O objetivo da Educação
Infantil não é quantidade, mas sim a qualidade do ensino.

Oliveira (2002, p. 124) afirma que “o educador deve conhecer não só as teorias sobre
como cada criança reage e modifica sua forma de sentir, pensar, falar e construir coisas, mas
também o potencial de aprendizagem presente em cada atividade realizada na instituição de
educação infantil”.
A partir das atividades lúdicas, as crianças se deparam com diversas formas de
desenvolvimento, sendo assim, cabe ao professor proporcionar momentos lúdicos dando
oportunidade para as crianças se expressarem através de brincadeiras e jogos.
Segundo Santos (2012, p. 03), a palavra lúdico,
36

vem do latim ludus e significa brincar. A atividade lúdica surgiu como nova
forma de abordar os conhecimentos de diferentes formas e também uma
atividade que favorece a interdisciplinaridade. O lúdico é reconhecido como
elemento essencial para o desenvolvimento das várias habilidades em
especial a percepção da criança (SANTOS, 2012, p.03).

Na concepção da professora, as brincadeiras são de suma importância para o


desenvolvimento e aprendizagem das crianças, por isso, ela desenvolve frequentemente
momentos lúdicos em suas aulas, visando os aspectos necessários para uma aprendizagem
significativa de cada criança.
Ao considerarmos a relevância do lúdico para aprendizagem e desenvolvimento da
criança, no próximo item abordaremos sobre o conceito e a importância do lúdico na voz da
professora entrevistada.

3.2- Ludicidade no âmbito educacional

As atividades lúdicas estão presentes em diversas realidades das crianças, deferindo


certas curiosidades, instigadas do mundo real e imaginário. Por meio dessas atividades, elas
criam, desenvolvem, compreendem, aprendem, expressam, o que antes era algo novo,
diferente e que não conheciam, assume, assim, uma ponte entre o real e o imaginário.
Em relação ao lúdico, obtivemos a seguinte resposta pela professora entrevistada:

Ludicidade para mim no meu conceito são os jogos as brincadeiras uma


forma que não seja essa convencional, da uma atividade da outra atividade,
e assim por diante, de se estar aprendendo de estar desenvolvendo a
aprendizagem, uma forma não convencional de desenvolver a aprendizagem
da criança.

Referente ao lúdico, o Orientativo Pedagógico da SEDUC destaca que “a educação


deve ser essencialmente lúdica, prazerosa, fundada nas mais variadas experiências e no prazer
de descobrir a vida, colocando as crianças em contato com uma variedade de estímulos e
experiências que propiciem a ela seu desenvolvimento integral” (MATO GROSSO, 2016, p.
39).
Na concepção da professora entrevistada, ludicidade

são formas de brincadeiras, jogos, meio que você desenvolve ali para estar
buscando alcançar algum objetivo ou algum conteúdo específico. Então,
depende a forma que o professor utiliza-se um jogo... Faz um bingo do
alfabeto com as crianças para ver quem consegue encontrar aquela
37

determinada vogal, objetivo da criança ele vai aprender o alfabeto de uma


forma mais prazerosa.

Notamos na fala da professora que as brincadeiras e jogos favorecem, na


aprendizagem e desenvolvimento da criança, de maneira prazerosa. Visto que, nos momentos
de brincadeiras as crianças através das vivências adquiridas nos jogos e no brincar criam sua
própria personalidade, suas manifestações sobre ela mesma, conseguem expressar o que
sentem e o que pensam. Surgindo, assim, um desenvolvimento integral de si mesma.
Na percepção de Horn (2007, p. 68), “Desafiar as crianças a criar situações novas nas
brincadeiras incentivá-la a explorar todos os espaços de forma lúdica, tanto os naturais quanto
os construídos, tudo isso a ajudará a abrir caminhos para a criatividade, para a fantasia e a
aventura”.
Em entrevista com a professora, indagamos sobre a importância do lúdico para a
aprendizagem da criança, adquirimos a seguinte resposta:

[...] é a parte mais importante para a aprendizagem da criança é o lúdico, a


primeira forma de ela desenvolver sua aprendizagem é na socialização e
brincando consigo própria até na faixa dos 2 (dois) anos, vai ser apenas
com ela própria, a socialização com os outros não vai ocorrer de uma forma
tão esperada possível, de estar socializando e tudo mais, que até os dois
anos ele tem mais a concepção de estar querendo tudo para si, tudo para
eles, eles não se importam, eles são mais solitários nesse sentido só que eles
não deixam de estar brincando e desenvolvendo, é um processo, é todo um
processo eles começam solitariamente, aos poucos interagindo e vão
conforme interagem mais conhecimento, eles vão se apropriando nessa
interação com os colegas.

Cabe ao educador proporcionar atividades que envolvam o lúdico como ferramenta


pedagógica, promovendo assim uma aprendizagem significativa. Professores precisam se
preocupar em planejar os momentos em que as brincadeiras têm objetivos significativos,
importantes para a aprendizagem e desenvolvimento das crianças da Educação Infantil. E
dessa forma, conhecem, aprendem, conscientizam-se acerca do que antes era desconhecido,
visto que, passam a serem sujeitos e construtores das suas próprias histórias.
Segundo o Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil (BRASIL, 1998,
p. 29, vol. 1):

Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de


maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidades de
escolherem temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou os
jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoal e
independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais.
38

Nesse contexto, percebemos que as brincadeiras lúdicas estão inseridas no cotidiano


das crianças, sejam elas em casa ou na instituição de Educação Infantil, notamos a
importância em refletir a presença do lúdico, visando à aprendizagem e desenvolvimento da
criança, abrangendo os aspectos, cognitivos, físicos, sociais e mentais.

3.3- Intencionalidade das brincadeiras na Educação Infantil: olhar reflexivo e pedagógico

O brincar na Educação Infantil é um elemento fundamental, visto que as crianças vão


se descobrindo por meio das brincadeiras e dos jogos, tendo possibilidades de encontrar
respostas aos acontecimentos do dia-a-dia, com isso vão marcando sua existência. Desse
modo, o brincar abre caminhos para integração, para curiosidades, para a autoestima, para o
conhecimento de seus limites.
Com relação à aprendizagem da criança, a professora entrevistada relata que utilizando
momentos lúdicos fica mais prazeroso “mais gostoso deles aprenderem um determinado
conceito... conteúdo. A brincadeira proporciona de uma forma mais prazerosa o
conhecimento para a criança”.
Dessa forma Dhome (2003, p. 114) relata que,

Normalmente utiliza-se do lúdico porque dá prazer e, por isso, é bem


recebido pela criança. Esta situação pode dar uma sensação de estar em
oposição a uma situação séria, de aprendizado. Mas, pelo contrário, a
situação de dar prazer e alegria colabora com o processo educacional porque
coloca o aluno em uma situação de boa receptividade; ele está fazendo algo
que gosta, se dispersa menos e concentra-se para aproveitar ao máximo estes
momentos.

Sobre a questão das intencionalidades das brincadeiras na Educação Infantil, a


professora entrevistada considera que utilizar jogos e brincadeiras nas atividades com as
crianças,

é um meio mais prazeroso dela estar se desenvolvendo, de você estar


desenvolvendo a criança... porque a criança na Educação Infantil não está
propriamente preparada para [...] trabalhar-se a escrita, a linguagem
escrita, é mais a linguagem oral, a questão da percepção visual, a
autonomia, a expressão corporal e o desenvolvimento psicomotor... A
brincadeira proporciona trabalhar todos esses conteúdos de uma só vez.
39

No que se refere à fala da professora aponta para a não necessidade do trabalho com a
linguagem escrita, porém sem eximir-se dos letramentos, que são aspectos próprios da
sociedade letrada.
De acordo com Oliveira e Almeida (2016, p. 96),

desde cedo é importante promover o letramento na perspectiva das práticas


de leitura e escrita por intermédio da contação de histórias, leitura de
histórias, escrita espontânea, desenho livre; por meio do planejamento e
organização do tempo pedagógico com intencionalidade, oportunizando às
crianças o acesso e a inserção na cultura letrada.

Na visão de Vale apud Vygotsky (2011, p. 37),

A linguagem é social e não se torna social. O que configura a existência da


linguagem, muito mais que a expressão oral, é a troca de compreensões dos
significados (por gestos, olhares, choro ou palavras). Assim, a linguagem
está em construção antes mesmo de a criança aprender a falar.

O letramento simultâneo ao lúdico auxilia no desenvolvimento das crianças,


contemplando seus conhecimentos adquiridos antes de ingressar a creche, cabe ao professor
instigar momentos lúdicos visando à autonomia, e uma aprendizagem significativa à criança.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 62,
vol. 2) defende que “todas as atividades permanentes do grupo contribuem, de forma direta ou
indireta, para a construção da identidade e o desenvolvimento da autonomia, uma vez que são
competências que perpassam todas as vivências das crianças”.

Algumas delas, como a roda de conversas e o faz-de-conta, porém,


constituem-se em situações privilegiadas para a explicitação das
características pessoais, para a expressão dos sentimentos, emoções,
conhecimentos, dúvidas e hipóteses quando as crianças conversam entre si e
assumem diferentes personagens nas brincadeiras (BRASIL, 1998, p. 62,
vol. 2).

No decorrer da entrevista a professora cita um exemplo, de uma brincadeira dirigida com


regras, sendo essa a dança da cadeira; discorre que ao realizar tais brincadeiras, as crianças
têm dificuldades, em compreender que uma criança pode ganhar, e a outra perder, o fato de
perder acaba inibindo a criança do ato de brincar. Vejamos a seguir a resposta da professora;

[...] embora na idade que eles se encontram, ocorre de alguma criança


chorar de não querer entrar na brincadeira, por que, às vezes, não gosta,
por que têm regras, então até eles se apropriarem das regras, das normas,
eles ainda vão ter esse receio de algumas brincadeiras que tem alguns que
não gostam de perder [...] a fulana (referindo-se a uma determinada criança
que observei) mesmo não sei se você reparou ela saiu da brincadeira,
40

porque ela não gosta de sair no momento que está tendo ali e ela ter que
sair, então ela já nem entra, então porque eles estão se apropriando ainda
das regras dos jogos com regras.

Mais adiante, a professora menciona os pontos positivos da brincadeira citada


anteriormente, dando ênfase ao desenvolvimento e aprendizagem;

[...] então a brincadeira em si ali na dança da cadeira, voltando está


trabalhando a atenção, a questão da criança estar tendo agilidade, a
musiquinha se ele está prestando atenção no ritmo que está andando a fila,
então trabalha várias conceitos em uma só brincadeira, então a importância
da brincadeira é essa, além de estar sendo um jeito legal dele estar se
divertindo, eles estão aprendendo mesmo sem ter essa noção de que estão
aprendendo, eles estão se desenvolvendo sem saber.

Nesse contexto, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil enfatiza a


importância da ação do professor de Educação Infantil, como mediador das relações entre as
crianças e os diversos universos sociais nos quais elas interagem, uma vez que

possibilita a criação de condições para que elas possam, gradativamente,


desenvolver capacidades ligadas à tomada de decisões, à construção de
regras, à cooperação, à solidariedade, ao diálogo, ao respeito a si mesmas e
ao outro, assim como desenvolver sentimentos de justiça e ações de cuidado
para consigo e para com os outros. Em relação às regras, além de se manter a
preocupação quanto à clareza e transparência na sua apresentação e à
coerência das sanções, é preciso dar oportunidade para que as crianças
participem do estabelecimento de regras que irão afetar-lhes diretamente
(BRASIL, 1998, p. 43, vol. 2).

Sobre as principais dificuldades que a professora encontra ao trabalhar com as


brincadeiras no cotidiano escolar, ela destaca que o trabalho com brincadeiras dirigidas
envolve mais atenção por parte das crianças e, neste sentido, dependendo se a brincadeira
ocupar um período longo, as crianças se dispersam com facilidade, portanto o cuidado ao
planejar essas atividades, como explica a professora em entrevista concedida a autora,

[...] a atividade livre não tem dificuldade nenhuma, você vai lá e fala olha
vamos brincar de casinha, na casinha ou no parque, elas comandam a gente
não interfere as deixamos brincarem ao modo delas. Só que no caso as
brincadeiras para que o professor encontre uma dificuldade ele tem que
estar dirigindo essa brincadeira, pelo menos no meu ponto de vista, a
dificuldade as crianças que não têm muita atenção. Então, uma criança é o
suficiente para dispersar as demais, no caso as dificuldades são essas
crianças que têm mais desenvoltura não tem muita concentração, elas
perdem a concentração com facilidade, então, é onde que um acaba
dispersando o outro e acaba-se parando sem finalizar a brincadeira na
maioria das vezes.
41

Portanto, no próximo tópico analisaremos as brincadeiras livres e, as brincadeiras


dirigidas, descritas no caderno de campo, bem como na concepção da professora entrevistada.
Discorrendo sobre a importância de ambas para a aprendizagem e desenvolvimento da
criança.
Dessa forma, verificamos que o ato de brincar está predominantemente ligado ao
desenvolvimento e aprendizagem da criança, dado que o professor em sua ação pedagógica
tem um papel fundamental, em propor experiências com brincadeiras diversificadas, desta
forma, a criança vai aos poucos entendendo este mundo e aprendendo quais respostas pode
dar a cada situação.

3.4- Brincadeira livres x Brincadeiras dirigidas

Assim que as crianças chegam à escola, elas já vão se enturmando com crianças de
outras salas, podemos notar uma relação de afinidade, logo na chegada elas brincam com
alguns brinquedos que ficam disponíveis no pátio sendo estes, escorregador, gangorra jacaré,
alguns correndo um atrás dos outros.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) destaca que para
se desenvolver, portanto,

as crianças precisam aprender com os outros, por meio dos vínculos que
estabelece. Se as aprendizagens acontecem na interação com as outras
pessoas, sejam elas adultos ou crianças, elas também dependem dos recursos
de cada criança. Dentre os recursos que as crianças utilizam, destacam-se a
imitação, o faz-de-conta, a oposição, a linguagem e a apropriação da imagem
corporal (BRASIL, 1998, p. 22, vol. 2).

O primeiro momento Lúdico que podemos notar em sala, é onde todas as crianças
ficam em circulo em pé, na hora da oração, após a oração são realizadas cantigas. Na creche
onde foi realizada a pesquisa, as crianças vão todos os dias ao solar (parte descoberta de piso
bruto, aos fundos de cada sala de aula), e ao parque, nota-se que é a hora preferida delas.
Também em alguns dias da semana vão à brinquedoteca da escola.
Diante disso, em entrevista com a professora, indagamos se na prática docente ela tem
utilizado brincadeiras e, com qual frequência, dentro e fora de sala de aula? Obtivemos a
seguinte resposta:

São realizadas todos os dias, logicamente a maioria delas são livres, porque
a idade que eles se encontram eles têm preferência pela brincadeira livre, de
42

0 (zero) a 3 (três) anos a criança ainda está na fase do egocentrismo que ela
quer tudo para si, então ela ainda não consegue se apropriar de regras tão
bem quanto uma criança com mais de 4 (quatro) anos.

Visto que, a hora das brincadeiras é bastante almejada pelas crianças, ao chegar o
momento do brincar elas ficam todas alvoroçadas. Na hora que a professora pede para formar
a fila, é escolhida uma criança para ajudar a organizar a mesma, tomando a frente, elas vão
cantando até o pátio.
De acordo com o Regimento Municipal da creche Thayná Gabrielly Oliveira Morais
(2015b, p. 17 e 18) Art. 28,

As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a


criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos
que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua
identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende,
observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e
a sociedade, produzindo cultura (CRECHE THAYNÁ, 2015b).

Durante o primeiro momento de observação a professora liberou as crianças para


brincarem no solar, foram brincadeiras livres, onde a professora disponibilizou brinquedos
(bonecas, carrinhos, letras, telefones, panelinhas, etc.) para as mesmas brincarem. As crianças
se organizaram em grupos onde cada grupo tinha entre três a quatro crianças, e começaram a
brincarem entre si.
Nos momentos de brincadeiras livres, a professora regente e a TDI sempre faziam
intervenções, para evitar brigas, ou até mesmo em certas brincadeiras (como ficar se
mordendo), pois alguns meninos começaram a imitar cachorrinhos, e ficavam latindo e
queriam morder um ao outro, nesse momento as professoras, interviam na brincadeira e
explicava as crianças, que o ato de morde não podia, pois iria machucar o outro colega.
Sobre o brincar livre, Moyles (2002, p. 33) enfatiza que,

por meio da brincadeira livre dirigido, elas têm outra dimensão e uma nova
variedade de possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro
daquela área ou atividade. Por meio do brincar livre subsequente e ampliado,
as crianças provavelmente serão capazes de aumentar, enriquecer e
manifestar sua aprendizagem.

Nas brincadeiras vivenciadas por algumas meninas, elas estavam fazendo “imitações”
como, falar por telefone e, dizer, estou falando com minha mãe. Nesses momentos de
brincadeiras livres tiveram algumas brigas, visto que duas crianças queriam um mesmo
brinquedo, neste momento a professora fez a intervenção.
43

Uma criança brincava com uma sacola, correndo de um lado para outro, e fui indaga-la
do que estava brincando ela me disse que era de aviãozinho, ao ver esse momento todas as
crianças também queriam brincar de aviãozinho.
Nesse sentido, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil ressalta que,

na fase dos dois aos três anos a imitação entre crianças pode ser uma forma
privilegiada de comunicação e para brincar com outras crianças. [...]. A
imitação é resultado da capacidade de a criança observar e aprender com os
outros e de seu desejo de se identificar com eles, ser aceita e de diferenciar-
se. É entendida aqui como reconstrução interna e não meramente uma cópia
ou repetição mecânica. As crianças tendem a observar, de início, as ações
mais simples e mais próximas à sua compreensão, especialmente aquelas
apresentadas por gestos ou cenas atrativas ou por pessoas de seu círculo
afetivo. A observação é uma das capacidades humanas que auxiliam as
crianças a construírem um processo de diferenciação dos outros e
consequentemente sua identidade (BRASIL, 1998, p. 21, vol. 2).

Segundo momento de brincadeiras livres, realizadas no pátio da escola, algumas


crianças brincavam de casinha com personagens de faz-de-conta, de quem morava na casinha
e que vinha visitar. Brincadeiras essas lançando mão da imaginação e fantasia. A professora
liberou as “motoquinhas” no pátio, disse que como a maioria das crianças é de classe baixa
não tiveram acesso a esse brinquedo fora da instituição, praticamente nem sabiam andar, mas,
com orientação da professora e da TDI, as crianças desenvolveram suas habilidades,
coordenação motora á partir desse brinquedo.
Nesse momento do brincar livre, nota-se que algumas crianças estavam imitando a
vida real, de estacionar de frente de ré, perto das casinhas, faziam sons com a boca, fazendo
papel de papai e filhinho.
Em entrevista com a professora regente da sala, indagamos a seguinte pergunta, em
sua opinião “Quais os tipos de brincadeiras mais utilizados? E quais as crianças mais
gostam?” Obtivemos a seguinte resposta:

No caso mais utilizado eles gostam das brincadeiras livres, só que brincar
ali com os coleguinhas socializando os brinquedos, agora não tem briga,
mas no começo que nem eu digo a fase do egocentrismo para eles é mais
prático eles brincar livre, que é daí aonde a gente até observa e vê aquela
criança que tem, digamos que assim mais caraterística de liderança, dai
aqueles que tomam a liderança, toma a frente e o resto segue e vai
brincando atrás, eles gostam muito de brincar com os brinquedos, eles se
entretêm bastante com os brinquedos e aqui no parque eles gostam também
bastante. Então o que eles mais gostam parque, os brinquedos, e o pula-pula
na verdade eles gostam de tudo só que o pula-pula a maioria prefere, só que
é um tempo muito curto para eles estarem utilizando 15 (quinze) minutos só
á meia hora.
44

Conforme o Orientativo Pedagógico da SEDUC,

Nesse período etário, mais do que em qualquer outro, as interações e as


brincadeiras, em especial as de faz-de-conta, são os principais mediadores
das aprendizagens da criança e se fazem presentes em todo o tipo de
situação: nas explorações de objetos e de elementos da natureza, no
reconhecimento dos comportamentos dos parceiros, no acompanhamento de
uma apresentação musical ou de uma história sendo contada (MATO
GROSSO, 2016, p. 29).

No termino da aula, a professora entregou giz para as crianças desenharem no solar,


desenhos livres, desenharam vários desenhos, como bonecas, carinhos, árvores, peixes, robôs,
folhas, jacaré. Nesse momento elas brincavam dentro de um mundo de imaginações, momento
de diversão, conversas, aprendizagem e desenvolvimento.
Nesse sentido a professora entrevistada enfatiza que o brincar livre,

[...] no caso é a brincadeira que a criança faz por conta própria utilizando-
se da sua imaginação da sua criatividade, pega as pecinhas monta e fala
que... é mais a imaginação da criança, então ela brinca por conta própria
sem intervenção do professor. Entra o faz de conta também.

Percebe-se que a criança cria uma situação imaginária e é a partir desse momento que
ela constrói sua aprendizagem significativa juntamente com conhecimento físico e social
sobre o mundo que a cerca. Dessa forma, é na brincadeira, que a criança passa a reconhecer o
mundo através das suas representações, ampliando o seu desenvolvimento.
Em relação ao tempo disponível para as crianças brincarem, em entrevista a professora
diz que;

[...] as brincadeiras elas são tidas com frequências claro que tem as livres
as dirigidas, tanto dentro como fora de sala de aula, todos os dias de
preferência tem um modo de brincar dentro da sala de aula seja no solar,
seja ali dentro da própria sala, dependendo da disponibilidade do parque,
para eles estar brincando tanto dentro como fora no parque, no pula-pula
no balanço, realizando algumas brincadeiras dirigidas na areia, embora
alguns pais não gostem.

Durante a observação das brincadeiras dirigidas que na maioria continham regras a


professora disse que, “por ser período vespertino e ser muito quente na creche, as crianças
ficam bastante agitadas”.
A primeira brincadeira foi à dança das cadeiras a professora começou a cantar cantigas
e, ao parar as crianças tinham que sentar, e na hora de tirar uma cadeira elas não queriam
45

deixar, pois pensavam que iam ficar sem lugar para sentar na próxima rodada e ficavam
preocupadas em ocupar um lugar.
Segundo Vygotsky (1998, p. 125) “Regras são, essencialmente, jogos com situações
imaginárias. Da mesma forma que uma situação imaginária tem que conter regras de
comportamento, todo jogo com regras contém uma situação imaginária”.
Conforme registro das observações no Caderno de Campo (2016) “a brincadeira
relatada foi realizada duas vezes, a segunda vez onde ficou duas meninas para disputar quem
ganhou, as duas sentaram ao mesmo tempo na cadeira, então a professora disse que as duas
tinham ganhado em primeiro lugar”.
De acordo com Caderno de Campo (2016) a segunda brincadeira dirigida foi lenço
atrás.

Observei que as crianças tiveram um pouco de dificuldade com essa


brincadeira, e a TDI disse que eles não brincavam direto, então ficaram um
pouco perdidas. Quando a professora colocou um lenço atrás de uma criança,
todas elas levantaram, e não entendiam que só podia levantar para queimar
aquela que estava com lenço atrás, mas com a intervenção da professora elas
estavam entendendo a brincadeira. Como elas ficavam focadas no lenço atrás
elas corriam atrás das outras crianças mais se esquecia de queima-la.

A regra que a professora aderiu, promoveu que quando a criança era queimada, ela iria
novamente colocar lenço atrás de outra criança. Essa regra para crianças maiores
normalmente, é quando ela é queimada vai para dentro da roda.
Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 28,
vol. 1) “o brincar apresenta-se por meio de várias categorias de experiências que são
diferenciadas pelo uso do material ou dos recursos predominantemente implicados”.

Essas categorias incluem: o movimento e as mudanças da percepção


resultantes essencialmente da mobilidade física das crianças; a relação com
os objetos e suas propriedades físicas assim como a combinação e associação
entre eles; a linguagem oral e gestual que oferecem vários níveis de
organização a serem utilizados para brincar; os conteúdos sociais, como
papéis, situações, valores e atitudes que se referem à forma como o universo
social se constrói; e, finalmente, os limites definidos pelas regras,
constituindo-se em um recurso fundamental para brincar (BRASIL, 1998,
p. 28, vol. 1).

Outras brincadeiras dirigidas realizadas durante a pesquisa foram acertar a bola no


cesto. Primeiro momento a professora pediu para fazerem fila, e entregou a bola para o
primeiro da fila, elas tinham que acertar a bola dentro do cesto, em uma distancia razoável
para elas. Algumas crianças não respeitaram as regras, de ficar atrás da linha, sempre davam
46

alguns passos para frente ao jogar a bola, e tentar acertar o cesto de todo jeito, e também
questão da fila eles queria ficar cortando fila um do outro para jogarem de novo, mesmo com
a professora do lado. Ao decorrer da brincadeira várias crianças conseguiram acertar a bola no
cesto, mas ouras tinham pouca noção de jogar a bola, sempre ia para outro lado, e a professora
fazia as intervenções para auxiliar as crianças.
Em uma fala da professora ela disse que “com brincadeiras de regras as crianças se
dispersam muito rápido, que elas preferem as brincadeiras livres”.
De acordo com a entrevista realizada com a professora, o brincar dirigido é onde se
centra uma brincadeira, organiza e, tem as normas,

a criança principalmente de creche de 0 (zero) a 3 (três) anos, eles vão ter


mais dificuldades em estar prestando atenção, de estar desenvolvendo a
brincadeira, que como eu disse a fase que eles se encontram do
egocentrismo eles querem tudo para eles, querem tudo do jeito deles,
querem a atenção para eles, então no momento que você está fazendo um
dirigido, que lá que forma uma filinha, igual nós fizemos aquela brincadeira
da bola, alguns vão querer chamar a atenção, vão começar a pular, subir no
muro e vão dispersar com facilidade, então a criança nesse período no
dirigido eles brincam [...] brincam mais é por um tempo muito curto, é de 5
(cinco), 10 (dez), 15 (quinze) minutos no máximo depois eles começam a se
dispersar, eles perdem a atenção com facilidade, atividades, historinhas se
for muito longa eles vão dispersando e já separa ali o objetivo da coisa.

Comtemplando as brincadeiras dirigidas, as crianças brincaram de queima, na hora de


queimar, elas queriam pegar a bola ao invés de desviar dela, ou corriam a favor da bola, e
eram queimados, mas a todo o momento a professora fazia intervenções para promover o
espirito da brincadeira. Momento do pula-pula eu e a professora regente entramos com as
crianças, foi realizada a brincadeira de batata-quente com uma bolinha, mas, algumas crianças
dispersão rápido, e ao invés de brincar de batata-quente preferiam ficar pulando. Depois foi
colocado mais bolinhas e começaram a pular, jogar as bolinhas, observei que as crianças
ficaram felizes com esse momento e adoram o pula-pula.
Segundo o Orientativo Pedagógico da SEDUC,

Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também se


apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas. O
trabalho com movimento contempla a multiplicidade de funções e
manifestações do ato motor, propiciando um amplo desenvolvimento de
aspectos específicos da motricidade das crianças; refletir sobre as atividades
no cotidiano acerca das posturas corporais (MATO GROSSO, 2016, p. 42).

No dia das crianças teve gincana entre os dois maternais, brincadeiras que visavam à
atenção, equilíbrio, coordenação, etc.
47

Dessa forma o Caderno de Campo (2016) diz que, a primeira brincadeira foi a Corrida
de saco, visto que,

duas crianças de cada sala disputava a corrida do saco teve o primeiro e


segundo lugar, as crianças estavam empolgadas e agitadas com essa
brincadeira, mas com sorrisos nos rostos de quem estavam gostando da
brincadeira, todas as crianças participaram, observei que algumas crianças
tiveram mais dificuldades em pular, uma criança da sala não pulou e sim
andou, outra pulou com as pontas dos pés.

De acordo com Caderno de Campo (2016) segunda brincadeira- brincadeira de encher


o litro:

Cada criança tinha que encher o litro com um copo da mesma medida, quem
enchesse primeiro dos grupos ganhava. No começo de cada fila foi colocado
um balde com água a primeira criança tinha que pegar água no balde correr
ou andar e despejar na garrafa, e voltar entregar para próximo colega da fila.
Observei que a crianças ficaram cuidando das garrafas umas das outras, para
ver se estava enchendo, outras pegavam bem pouca água do balde, e
algumas não tinham muito coordenação em despejar no balde, e derrubavam
toda água fora do balde, nessa brincadeira foi trabalhada atenção, agilidade,
coordenação, equilíbrio.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma


visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada
uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens,
assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais
que dispõem (BRASIL, 1998, p. 28, vol. 1).

Brincadeira dirigida pelas professoras, através da dança da bexiga na barriga, as


crianças tinham que tentar estourar, à professora organizou de dois em dois, e enchemos os
balões e entregamos para as crianças e a brincadeira começou, eles adoraram a brincadeira,
mas como a bexiga era muito dura, não conseguiram estourar, todas as crianças participaram.
Nesse sentido Bueno (2010, p. 27) enfatiza que “por meio da brincadeira a criança se
desenvolve sua própria liberdade e sua expressão, na interação com o meio constrói seus
conhecimentos, ou seja, através das atividades lúdicas dentro das suas variedades, elaborando
e reelaborando”.
Com base nesses aspectos notamos que as crianças não entendem e, tem dificuldade
em aceitar as regras de algumas brincadeiras, e se perderem não aceita, ficam emburradas, não
querem mais brincar. Em conversa com a professora, ela disse que estava tentando realizar
frequentemente brincadeiras com regras para reverter essa situação.
48

3.5- Jogos Online na Educação Infantil

O jogo desperta a curiosidade e o interesse em determinadas atividades expostas para


as crianças, na medida em que a criança joga ela vai se conhecendo melhor, construindo
interiormente o mundo que a cerca. O professor fica responsável em criar situações de jogos
em que as crianças, desenvolvam seu pensamento, sua linguagem, a socialização com outras
crianças, visando à formação integral da mesma.
Com base nos estudos de Bueno (2010, p. 25) aponta que o “o jogo é uma atividade
que contribui para o desenvolvimento da criatividade da criança tanto na criação como
também na execução. Os jogos são importantes, pois envolvem regras como ocupação do
espaço e a percepção do lugar”.
Diante disso, em entrevista com a professora, indagamos no século em que estamos se
a tecnologia atrapalha ou não o brincar infantil? Obtivemos a seguinte resposta,

Olha eu sou a favor e ao mesmo tempo contra a tecnologia, depende da


forma como o professor utiliza-se dela uma escola que trabalhei lá os
alunos de 4 (quatro) a 5(cinco) anos na Educação infantil, tinham acesso
aos computadores, a biblioteca de computadores pra que? Pra jogar
joguinhos infantis! Tinha um determinado horário para cada sala ir até lá e
jogar jogos infantis, jogos de concentração, de igual e diferente, de juntar as
pecinhas então é onde a criança ela aprende a se desenvolver tanto quanto
numa atividade ou em uma brincadeira normal sem tecnologia.

Nesse contexto, Savi e Ulbricht (2008, p. 9), destaca que

jogos educacionais bem projetados podem ser criados e utilizados para unir
práticas educativas com recursos multimídia em ambientes lúdicos a fim de
estimular e enriquecer as atividades de ensino e aprendizagem [...]. Os
benefícios e potencialidades desse tipo de mídia são variados e continuam a
ser estudados por educadores e pesquisadores. Desafios de ordem técnica e,
principalmente pedagógicos, ainda precisam ser tratados para os jogos
educacionais serem adotados com maior facilidade pelos professores como
eficientes materiais didáticos (SAVI E ULBRICHT, 2008, p. 9).

Notamos que professora entrevistada, apoia o uso da tecnologia e dos jogos no espaço
escolar, visando o desenvolvimento e aprendizagem da criança, até certo momento, vejamos a
seguir o exemplo que a mesma cita durante a entrevista:

[...] eu sou a favor dos jogos, da tecnologia até o ponto que não se torne um
vicio, porque nós mesmos adultos temos o vicio do celular, uma pessoa hoje
49

já não sai mais sem celular, se esquece em casa, volta para buscar, é um
vicio isso, às vezes nem usa mas está com ele. [...] atrapalha até o momento,
como por exemplo, nós temos dois alunos que já tem tablet, com 3 (três)
anos?! Que é o caso do fulano e fulana, se eles [...] começarem a trazer
esses tablets para a escola, então até que momento isso atrapalha!? Onde já
se viu uma criança de três anos trazer tablet para ficar na escola brincando,
então é onde já não tem... já se perde ali o objetivo da tecnologia.

Desta forma Oriênte et al. (2013, p. 4) afirmam a importância em se trabalhar com a


tecnologia em sala de aula

Diante da necessidade de ser trabalhada a utilização dessas tecnologias em


sala de aula e a opção que os educadores têm da aplicação delas para
melhorar o desempenho dos estudantes, foi observado que os jogos online
podem oferecer um auxílio diferenciado tanto para aluno quanto para
professor. Disponibilizados na internet, esses jogos trabalham a coordenação
motora, a rapidez, agilidade, e auxiliam no desenvolvimento cognitivo dos
alunos, entre outras coisas.

Ainda de acordo com a entrevistada, o adulto precisa estabelecer um limite à criança,


naquilo que ela necessita da tecnologia como meio para seu desenvolvimento e evitar que se
torne um vício que o deixe dependente dela,

a tecnologia é importante sim para a criança estar utilizando. Tem vários


estudos que demostram que as crianças que jogam jogos de estratégias, um
pouquinho maiores, entre 5(cinco) 10 (dez) 12 (doze) anos - esses jogos de
estratégias online - tem um desenvolvimento muito melhor no conhecimento
matemático, conseguem calcular tempo, hora, transformar em minutos. São
jogos que exigem muito dessas habilidades e faz com que desenvolvam essas
potencialidades com mais facilidade. Sem falar que é mais prazeroso.

Em relação à aprendizagem de matemática de forma prazerosa e lúdica por meio dos


jogos, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil aponta que,

A educação infantil, historicamente, configurou-se como o espaço natural do


jogo e da brincadeira, o que favoreceu a idéia de que a aprendizagem de
conteúdos matemáticos se dá prioritariamente por meio dessas atividades. A
participação ativa da criança e a natureza lúdica e prazerosa inerentes a
diferentes tipos de jogos têm servido de argumento para fortalecer essa
concepção, segundo a qual aprende-se Matemática brincando (BRASIL,
1998, p. 210-211, vol. 3).

Com relação a utilizar a tecnologia em favor do desenvolvimento integral da criança com


cautela para não se tornar excessivo, tanto nas escolas como em casa, a professora
entrevistada aponta que das escolas de Juara,
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só essa escola que eu trabalhei essa outra, que tinha a sala de informática e
a Educação Infantil podia ter acesso, as demais não têm. Eu acho que seria
interessante [...], não se deve ser algo constante, porque tem crianças que
ficam em casa só no computador, a mãe tem que auxiliar nesse processo
para que não atrapalhe o desenvolvimento, por que o vício, a partir do
momento que se tornou vicio já é difícil tirar, é difícil a gente controlar.

Portanto, podemos notar que a utilização dos jogos online pode proporcionar para a
criança momentos que estimulem sua aprendizagem e desenvolvimento, os professores podem
explorar uma gama de atividades que envolvam jogos lúdicos por meio dos computadores,
tablet, telefones e demais dispositivos móveis que podem contribuir para a formação humana,
estimulando aspectos como a motricidade, o raciocínio lógico, a cooperação e a cognição,
uma vez que envolve o prazer e o desenvolvimento.
Por meio da análise dos dados constatamos que as brincadeiras estão cotidianamente
inseridas na ação pedagógica da professora pesquisada, por meio de momentos livres e,
conduzidos, com ênfase a vários tipos de brincadeiras e jogos. O brincar na voz da professora
assume papel solene no processo de aprendizagem e desenvolvimento na fase em que as
crianças se encontram.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste trabalho nota-se que o brincar é vital na vida das crianças,
possibilitando o acesso ao desenvolvimento e a aprendizagem de uma forma mais prazerosa.
É brincando que a criança constrói sua cultura, amplia seus conhecimentos com relação a
novas descobertas, desenvolvendo suas habilidades cognitiva, motoras, social e emocional.
A pesquisa inicial abordou como as brincadeiras são representadas na voz e na ação
pedagógica da professora observada e entrevista, quais as potencialidades que as brincadeiras
exercem no processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, a intencionalidade que
permeiam o brincar na Educação Infantil, e quais brincadeiras são inseridas nas ações
pedagógicas e, como as crianças se interagem.
Neste aspecto, no decorrer da pesquisa, abordamos no levantamento bibliográfico
sobre a expansão da tecnologia e, os meios de jogos online, visto que, está presente no dia a
dia das crianças, em relação a este ponto na análise da pesquisa constata-se que a professora é
a favor da tecnologia, desde que não se torne algo excessivo.
Nas brincadeiras de faz-de-conta as crianças ingressam no mundo das imaginações,
das fantasias, podendo atribuir diversos personagens ao momento do brincar, com
características de seu meio ou algo que instigou sua curiosidade, dado que essa brincadeira é
fundamental na aprendizagem da criança.
Durante a pesquisa campo, a professora disponibilizava momentos para as
brincadeiras livres, uma vez que as crianças se interagiam uma com as outras, nota-se que este
tipo de brincadeira, favorece a autonomia, desenvolve a criatividade, visto que, as crianças
adoravam o momento de realizar sua própria brincadeira, visando à aprendizagem
significativa da criança. Com relação às brincadeiras dirigidas, a professora desenvolvia
atividades com regras, trabalhando a atenção, coordenação motora fina/grossa, lateralidade e
agilidade, e também o fato da criança ganhar ou perder durante as brincadeiras.
Também se discutiu sobre a importância do lúdico, segundo a análise da professora
entrevistada, as atividades lúdicas são essenciais na Educação Infantil, envolvem os jogos e as
brincadeiras elaborados de forma prazerosa, idealizando novas experiências que possibilitem
o desenvolvimento e a aprendizagem integral das crianças.
52

Os resultados da pesquisa nos mostram que as brincadeiras são frequentemente


inseridas nas ações pedagógicas da professora estudada, sendo estas, livres ou dirigidas,
visando à aprendizagem e o desenvolvimento de uma forma significativa. Podemos notar que
através das atividades lúdicas realizadas durante o período da pesquisa, são várias as
potencialidades que as brincadeiras, brinquedos e os jogos desenvolvem nas crianças.
Compreendemos que é de suma importância a valorização das brincadeiras na Educação
Infantil, que o professor tem que explorar juntamente com as crianças todas as formas de
aprendizagem/desenvolvimento por meio das brincadeiras.
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