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CE MANOEL RODRIGUES DE BARROS - ATIVIDADE AVALIATIVA DE GEOGRAFIA – 2º BIMESTRE

Prof: Anderson Turma: 2001/2002 Valor: 10 Nota:


Aluno(a):..................................................................................................................................................................
Data:......./......./.......

O caráter estratégico da produção de alimentos


No século XIX, o economista inglês Thomas Malthus elaborou uma teoria segundo a qual a população mundial
cresceria em progressão geométrica ao passo que a produção de alimentos se elevaria em progressão aritmética.
Assim, com o passar do tempo, a produção de alimentos deixaria de atender às necessidades de toda a
humanidade, pois esta aumentaria em ritmo maior que a evolução da capacidade produtiva. As previsões de
Malthus não se concretizaram. A população cresceu menos do que o esperado, e a produção de alimentos, devido
aos avanços na ciência, teve um aumento muito maior do que se imaginava. Entretanto, mesmo existindo uma
capacidade de produzir
alimentos além do
necessário para toda a
população do globo, essa
produção não se dá de
forma homogênea, e o
acesso à alimentação não
é igualitário no mundo.
Existem áreas onde a
produção alimentícia gera
excedentes, ao passo que
há outras onde o
problema da fome e
subnutrição ainda é grave.
A aplicação de recursos
em pesquisa e desenvolvimento na agricultura tornou-se um quesito indispensável para o aumento planejado da
produtividade agrícola. Os países industrializados puderam investir na modernização agrícola, possibilitando
ampliar as safras sem depender da extensão das terras agricultáveis. Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreram
vários avanços tecnológicos na produção agrícola. Entre esses avanços estão o uso de defensivos (agrotóxicos) e
fertilizantes químicos, a mecanização de várias atividades agrícolas e, mais recentemente, a aplicação da
engenharia genética. A esse conjunto de técnicas e tecnologias atribui-se a designação de Revolução verde. Muitas
vezes, a adoção dessas novas tecnologias provoca o desmantelamento das práticas tradicionais nos países
subdesenvolvidos, levando-os a dependência tecnológica em relação aos países industrializados, onde são
produzidos os insumos da Revolução verde. Mesmo assim, nos últimos sessenta anos houve um aumento
significativo na produtividade agrícola de muitos países pobres, trazendo algumas melhoras para a população.
Contudo, essa modernização serviu principalmente para exportar alimentos e matérias-primas a baixos preços
para os países ricos.

Soberania e segurança alimentar


A soberania de um país tem relação direta com seu potencial produtivo, em que a obtenção
autônoma dos recursos necessários ao bem-estar da população cumpre um papel
fundamental. Atualmente, garantir sua segurança e soberania alimentar é cada vez mais
importante para os países. Por segurança alimentar entende-se a possibilidade de acesso
permanente a alimentos em quantidade e qualidade suficientes para promover a saúde da
população. A soberania alimentar reflete não apenas a capacidade dos povos de produzir e
tornar acessíveis os alimentos a toda a população, mas também de alcançar esses objetivos através de meios
sustentáveis, diversos e adequados às culturas locais. Portanto, tem relevância estratégica para os países a busca
de uma produção de alimentos que seja suficiente para manter a menor dependência possível do exterior, o que
contribui para fortalecer sua própria soberania como nação. Como no mundo contemporâneo os países não
dependem apenas dos alimentos advindos diretamente da agricultura, a soberania alimentar também espelha a
capacidade de processamento dos produtos agrícolas e das redes de distribuição.
Suprir as necessidades alimentares da população com base em suas próprias potencialidades técnicas e naturais confere
ao país a possibilidade de preservar com mais facilidade os aspectos culturais relacionados à alimentação.
Nas diferentes regiões do mundo, o meio físico, as tradições e até mesmo o nível de sofisticação tecnológico alcançado
se refletem na seleção dos produtos consumidos e no modo como são preparados. E o comércio internacional de
alimentos nem sempre contempla essas especificidades regionais. As discussões sobre uma alimentação mais saudável,
com menor uso de agrotóxicos ou hormônios, por exemplo, também tem se tomado mais frequentes na atualidade.
Antes, os produtos alimentícios ofertados em maior abundância no mercado mundial eram aqueles que ofereciam
maior resistência a deterioração, facilidade de transporte e estocagem e apelo comercial, requisitos que, em muitos
casos, colocavam em segundo plano opções mais saudáveis. A agrotecnologia apresenta-se hoje como uma alternativa
de produzir alimentos de forma menos danosa ao meio ambiente e com melhor qualidade para o consumo. Muitos
movimentos sociais têm tomado a agroecologia como bandeira, por entende-la como uma forma mais democrática e
responsável do uso da terra. Os movimentos camponeses na América Latina tiveram papel geopolítico importante na
luta contra os grandes monopólios estrangeiros do setor agroalimentar. A agricultura comercial já se mostrou capaz de
produzir alimentos suficientes para toda a população mundial. No entanto, na lógica do mercado, a função de gerar
lucro se sobrepõe a de suprir as necessidades humanas. Por esse motivo, o acesso aos alimentos ainda é bastante
irregular. Em contraposição ao mercado global, que absorve grande parte da produção dos países, os sistemas
produtivos locais são uma das principais garantias de soberania alimentar, pois, com eles, o abastecimento interno pode
ser mais eficaz.

Transgênicos e biotecnologia
Os transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGM) são seres vivos que tiveram seus caracteres
hereditários (genes) alterados por meio de material genético de outras espécies, obtendo-se, assim, características
diferentes das que se manifestariam naturalmente. As vantagens dos OGM é que eles podem tornar uma planta
resistente a pragas ou a certos
tipos de defensivos e aumentar
sua capacidade de adaptação
climática. Os principais
argumentos contrários ao uso
dos OGM e desvantagens dizem
respeito a dúvidas sobre a
segurança de seu consumo e a
possíveis riscos ao meio
ambiente. Além disso, o fato da
tecnologia dos transgênicos ser
dominada por poucas empresas
no mundo pode levar vários
países a ficarem dependentes
delas. As empresas de
biotecnologia cobram royalties
pelo uso de suas sementes
modificadas. Desse modo,
todos aqueles que as adquirem
são obrigados a pagar por seu uso e ficam impedidos de produzir suas próprias sementes para o plantio seguinte. O
controle exercido por essas empresas multinacionais pode fragilizar a soberania alimentar de um país. O governo
brasileiro, durante algum tempo, proibiu o cultivo da soja transgênica, o que foi revisto após grande pressão das
empresas que vendiam as sementes e dos agricultores que buscavam um aumento na produtividade. Outro ponto
importante e motivo de reivindicação é o direito do consumidor de saber quais alimentos são transgênicos ou os
contém em sua composição, o que poderia ser especificado no rótulo das mercadorias. Em defesa dos alimentos
transgênicos, as empresas de biotecnologia alegam que seriam uma alternativa aos problemas de sustentabilidade na
agricultura, pois poderiam ser empregados no combate à fome no mundo, em função da melhoria expressiva da
produtividade agrícola. Pregam ainda que a engenharia genética pode proporcionar melhor uso do solo e dos potenciais
biológicos na agricultura. No entanto, hoje o desenvolvimento na área de biotecnologia está concentrado em apenas 15
empresas de atuação mundial, das quais 13 são sediadas nos Estados Unidos. Outro fato a ser considerado é que a fome
não é, em essência, um problema decorrente da deficiência na produção alimentar, mas, sim, da escassez de renda para
obter alimentos. A produção mundial de alimentos é suficiente para alimentar a população mundial. No entanto, a
concentração de riquezas impede a superação da carência alimentar que acomete principalmente países da África
Subsaariana, da América Latina e de algumas regiões da Ásia.
Exercícios

1) Sobre a teoria malthusiana, complete.


a) No século XIX, o economista inglês_____________________, elaborou uma teoria segundo a qual a
população mundial cresceria em progressão______________________ao passo que a produção de alimentos
cresceria em progressão___________________.

b) As ___________________ de Malthus não se concretizaram. A ____________________ cresceu menos do


que o esperado, e a produção de __________________, devido aos avanços na _____________________,
teve um aumento muito maior do que se imaginava.

2) Quais foram os avanços na agricultura que permitiram o aumento das safras após a Segunda Guerra
Mundial?
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3) Quais foram as desvantagens que a Revolução verde trouxe para os países subdesenvolvidos?
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4) Observe o mapa da pág. 1 e responda se o Brasil esteve entre os países que mais tiveram crescimento na
produção agrícola.
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5) Por que o acesso aos alimentos no mundo ainda é irregular?


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6) Sobre os transgênicos, responda.


a) O que são?
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b) Cite as vantagens dos transgênicos.


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c) Cite as desvantagens dos transgênicos.


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d) Consulte o mapa da pág. 2 e cite os países que são os maiores produtores de transgênicos.
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