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9 A INTELIGENCTA MILITAR E AS OPERACOES DE INFORMAGAO NOS CONFLITOS DA ATUALIDADE JOSE LEOPOLDINO E SILVA JUNIOR" RESUMO As Operagdes de Informagao foram desenvolvidas pelos Estados Unidos da America a fim de garantir a superioridade no campo da informagdo, dentro do modemo ambiente de combate advindo da “Era da Informagio”. A experiéncia obtida nos iiltimos conflitos bélicos ratificon a importincia da evolugao doutrinaria no campo das Operagées de Informagi. ‘No Brasil, a doutrina preconizada pelo Ministério da Defesa ainda nao produziu resultados coneretos no Ambito das Forgas Armadas. Reflexo disso, o Sistema de Informagdes do Exército nao permite a integragao dos diversos drgdos que compdent a estrutura operacional e administrativa da Forga Terrestre, Ao mesmno tempo em que as Operages de Informagao ganharam importincia no modemo ambiente de combate, a Inteligéncia Militar passou a soffer influéncia das novas tecnologias, sendo compelida a utilizar-se de novas fontes, novos métodos e sistemas de andlise cada vez mais complexos, a fim de possibilitar a produgao do conhecimento relevante com oportunidade. Assim, 0 objetivo deste trabalho & apresentar uma visio, baseada em aspectos doutrindrios empiricos, que possa sustentar im posicionamento acerea das Operagdes de Informagao e da Inteligéneia Militar no escopo do modemo ambiente de combate. Para tanto, sero abordadas algumas obras de autores com experigneia no assunto, além de manuais de campanha brasileiros € norte-americanos, sendo analisados, também, os principais eventos ocortidos em ambito nacional ¢ intemacional. 1INTRODUCAO A partir do final do Século XX, observou-se intensa evolugao no setor da Ciéneia e Tecnologia Esse ineremento. pemmitiu a indistria fabricar diversos produtos de elevado valor tecnologico * Oficial da Arma de Astilharia do Exército Brasileiro Bacharel em Cigncias Militares pela Academia Militar das Agullias Negras, Mestre em Operages Militares pela Escola de Aperfeigoamento de Oficiais e Mestre em Ciéncias Militares pela Escola de Comando e Estadlo-Maior do Exército agregado, que passaram a atuar efetivamente na transformagio da sociedade, Alvin e Heidi Toffler (1996) definiram 0 momento como a Era da Informagio. O ambiente do campo de batalha tem acompanhado as mmdangas, tendo igualmente softido profiundas alteragdes. 08 conflitos contemporaneos trouxeram visibilidade as novas formas de combate, nas quais as Operagbes de Informagdo (Op Info) agregam valor aos sistemas. operacionais convencionais, A importancia do tema motivou as Forgas Armadas dos Estados Unidos da EsIMEx - 1 Semestre de 2013 ® América (EUA) a desenvolverem uma doutrina de emprego militar no campo das Op Info. A Inteligéucia Militar (Intlg Mil), atividade que permeia todas as operagdes militares. acompanhou a evolugo tecnolégica, agregando a fonte humana outras fontes de obtengio de dados. como sinais, imagens e cibemética. Sua aplicagao. no contexto das Op Info, ganhou importancia face as novas possibilidades de acesso ao conhecimento Com isso, houve o incremento e maior participagio das fontes néo humanas na obtengao de dados. 2.0 EXERCITO DOS EUA E AS OPERACOES DE INFORMAC. Apés o insueesso na campanha do Vietna, 0 Exército dos EUA reconhecem a necessidade de ‘operar mudanga na doutrina de combate e criou, em 1973, 0 TRADOC, Comando de Treinamento ¢ Doutrina (Training and Doctrine Command). Eu 1995, 0 TRADOC criou a Forga Tarefa XXI. com o objetivo de associar a tecnologia da Era da Informagao a capacidade de guerra do Exército. Dentre as novas tecnologias experimentadas, as relacionadas a informagao receberam alta prioridade. No ano de 1996, entrou em vigor a doutrina norte-americana de Op Info, com a publicagao do manual FM 100-6 (dformation Operations). Nesse estagio de desenvolvimento doutrinario, a8 Op Info. i e Em 2003, a doutrina militar norte-americana introduziu importantes modificagdes, fruto das ligdes aprendidas com as agdes que se seguiram aos atentados de 11 de setembro de 2001. No Manual de Campanha FM 3-13, ganha destaque o acréscimo de duas capacidades centrais as ja existentes: as Relagoes Piblicas (RP) e 0s Assuntos Civis (As Ciy). As Op Info passaram a ser definidas como: [..] 0 emprezo dos recursos do niileo de guerra eletronica, operagbes de rede de computadores, operagdes psicoligicas, dissimulagao militar ¢ de operagdes de sewuranga, integradas por uma determinada capacidade de suporte afin, para afetar ow defender a informagao € os sistemas de informagao, & influenciar a tomada de decisio. (FM 3- 13, 2003, p.1-13). A seguir, buscar-se-a caracterizar ¢ identificar as ligdes aprendidas decorrentes do emprego das Op Info nas operagdes militares conduzidas pelos EUA € paises aliados, em alguns dos iiltimos conflitos délicos ocorridos no mundo, aps a Guerra do Golfo. 2.1 CONFLITO NA EX-IUGOSLAVIA a, Forgas Sérvias Foram empregadas Op Psc utilizando a midia estatal. A propaganda teve como piblico-alvo os proprios sérvios e objetivava cultivar o édio na etnia sérvia contra a etnia bésnia. Foram veieuladas mensagens falsas que levaram os. sérvios a acreditarem que lutavam pela sua sobrevivéncia como povo. b. Forgas Bosnias Apesar dos poucos recursos em midia disponiveis, beneficiaram-se do fato de grande parte dos jornalistas internacionais estarem situados em Sarajevo, cidade sitiada pelos sérvios. Por isso, as agruras vividas por uma populagao sitiada, num quadro de beligerancia, também foram viveneiadas pelos jornalistas presentes. A midia internacional restou a percepgao de que os bésnios eram vitimas, 0 que a fez divulgar essa viséo a0 mundo. EsIMEx - 1° Semestre de 2013 9 ¢. Forgas Norte-Americanas A missio atribuida 4 coalizao foi a de impor respeito aos termos do acordo de Paz de Dayton, celebrado em 1995. Como a populago foi predominantemente influenciada pelas Informagdes Piiblicas, essa capacidade acabou por ser incorporada as Op Info. Richter (2009) relata que havia uma agéncia de Guerra da Informagao* Tenrestre apoiando uma Divisio de Infantaria, a qual coube 0 encargo de estabelecer um Conselho de Op Info, destinado a reunir atores-chave para a disseminagdo de Informagées Piiblicas, Relagdes Piiblicas (RP), Operagdes, Op Pse ¢ As Civ. A Inteligéncia Militar recebeu a missio de buscar formas altemativas para compensar_as eventuais dificuldades enfrentadas, fiuto do tipo de atnagao da forga oponente. Segundo Meigs (2004), ainda que os sistemas tecnologicos estejam fomecendo cada vez mais processos automatizados para obtengao de dados, a foute humana nao deve ser desprezada 2.2 CONFLITO NO AFEGANISTAO (2009), a “Enduring Freedom’ fixou os seguintes objetivos Segundo Richter Operagio auilitaes iniciais: “a destruiggo de campos de treinamento ¢ infiaestrutura terroristas, a captura de lideres da Al-Qaeda, organizagao terrorista liderada por Osama Bin Laden, e a intermupgio das atividades terroristas no pais.” Houve o predominio do emprego da GE no inicio da operagao, visando atingir meios de A Guerra da Informagao (Information Warfare) ¢ 0 termo adotado pelos EUA para teconhecer uma série de agoes tomadas durante um conflito, com a finalidade de alcangar a superioridade de informacio sobre um adversirio. (FM 100-6. 1996, p. 2-2) Para Kuch (2003), € umn pequeno subconjuuto ddas Operagdes de Informago, Inclui mio $6 © campo militar mas também o campo politica @ economico, comunicagdes e de Defesa da Artilharia Antiaérea (DAAAe) do inimigo As ages relacionadas ao campo das Op Pse buscaram, inicialmente, 0 convencimento do oponente para que optasse pela rendigao. Ao povo afezdo, a ideia transmitida foi a de que os ataques foram realizados contra o Taliba, e nao contra a populagao. Posteriormente, as operagdes buscaram preparar as. bases para um futuro governo democritico afegio, exteriorizando oposigao a0 terrorismo e respeito aos direitos humanos. No campo extemmo, as Op Pse foram idealizadas para convencer a comunidade intemacional de que, apesar da violéncia, a coalizao estava fazendo todo © possivel para minimizar a perda da vida e da propriedade de civis afegaos. Richter (2009) aponta dbices encontrados. reflexo da deficigneia de estrutura doutrindria. A inobservaneia das caracteristicas e peculiaridades da cultura afega limitou a capacidade de influenciar a populagao. Nesses casos, cresce de importancia 0 estudo prévio da populagdo situada na area de operacdes. Lingua, religido e costumes devem ser estudados € compor, ainda na fase do planejamento, © Repertério de Conhecimentos Necessitios (RCN). 2.3 CONFLITO NO IRAQUE Forgas insurgentes Metz (2006) assinala que a forga insurgente mostrou-se “adaptavel, —implacavel tecnologicamente inteligente, que reconhece a rede global de informagdes como sua ferramenta mais eficaz para atacar o que considera ser nosso centro de gravidade: a opiniio piiblica, nacional intemacional”. Afirma que o inimigo & mais hibil que as tropas norte-americanas, pois domina a baseadas nas “integragio das —_operagdes. EsIMEx - 1 Semestre de 2013 ® informagdes, principalmente junto aos meios de comunicagaio em massa” b, Forgas norte-americanas As Op Info executadas no Iraque foram planejadas ¢ desenvolvidas nos niveis Corpo-de- Richter (2009) assinalou algumas falhas no planejamento e na Exército, Divisio e Brigada. exectigio das Op Info. Nao foram planejadas agdes com vistas a estabelecer um ambiente estivel, com proje¢dio da ideia de obtengao de paz duradoura. Limitaram-se, também, a0 apoio as operagdes de combate, em detrimento do dominio de todo o ambiente de informagio, incluindo a populace local € a opinido pitblica intemacional. Outro dbice apontado por Richter foi o emprego de soldados inexperientes, sem o conhecimento da cultura local. A tropa da coalizio, por vezes, antagonizon iraquianos, que poderiam ter fornecido dados sobre assumtos de interesse. Assim, a coalizio deixou de focar a populagao local como fonte de obtengao da informagao. No estudo da campanha militar norte- americana no Iraque, Metz (2006) compara as Op Info em dois momentos distintos: durante as operagdes Vigilant Resolve e Al-Fajr. 1) Operagao Vigilant Resolve Operagao desencadeada pela I* Forga Expediciondria do Corpo de Fuzileiros Navais (CEN) dos EUA, para restaurar o controle da cidade de Falluja. Metz entende que houve falha no planejamento da inteligéncia para a operacao, pois nao foram levantados dados —iniciais que possibilitassem “o engajamento de numerosos e variados lideres iraquianos, a remogio dos centros de informagies do inimigo e a disseminagio répida - de informagiio do campo de batalha para todos os meios de comunicagdes intemacionais.” 2) Operagio AL-Fajr A operagio foi desencadeada para eliminar a presenga dos insurretos da cidade de Fallujah. A missao dos planejadores era evitar que a derrota na fea da informagao ocomida na Operagio Vigilant Resolve se repetisse novamente. Portanto, o objetivo era “evitar o clamor produzido pelos meios globais de comunicagao e a condenagio intemacional que afetaram de operagdes"(METZ, 2006, p.81). A campanha exitosa do Corpo-de-Exército forma negativa —_nossas Multi-National Iraq ¢ da 1" Forga Expedicionatia do CEN foi planejada com base em linhas de agao visando concentrar os efeitos da informagao, por meio de maior intensidade das Op Info, a fim de criar mais espago para as agoes de combate em Fallujahh. As Op Info visaram a campanha de informagio inimiga, executando missdes para controlar as informagoes. 3. O EXERCITO BRASILEIRO E AS OPERACOES DE INFORMACAO 3.1 A EXPERIENCIA BRASILEIRA NA MINUSTAH Nos iltimos anos, 0 Estado brasileiro tem intensificado sua participagao em missdes de paz. oportunidade que vem sendo aproveitada para o adestramento de tropas no emprego em missio real sob a égide da Organizagiio das Nagbes Unidas (ONU). O MD regula os fimdamentos da participagao das Forgas Armadas em operagdes dessa natureza no manual MD34-M-02 (Manual de Operagao de Paz). Segundo a doutrina nacional, esto previstas as atividades de Intlg Mil em Operagdes de Paz, com a EsIMEx - 1° Semestre de 2013 5 9 finalidade de prover os conhecimentos necessirios para, dentre outros, a antecipagao de possiveis agdes hostis das partes em luta contra a forga de paz. Cousoante as experiéncias relatadas por oficiais norte-americanos, 0 manual prevé a necessidade de. no estudo do ambiente operacional, dedicar especial atengio 4 populagtio local, a fim de que a inteligéncia possa obter dados relativos aos contendores ou mesmo contribuir para a. protegio dos civis ameagados Dentre as missdes de paz, a Missio das Nagdes Unidas para a Estabilizagio no Haiti (MINUSTAH) é a que vem demandando maior esforgo por parte do Estado brasileiro. Sua Forga Militar vem sendo chefiada pelo Brasil desde a instituigdo, em 2004, A palestra “Operagdo de Paz no Haiti”, promovida pela Secretaria de Acompanhamento ¢ Estudos Institucionais (SAEI) do Gabinete de Seguranga Institucional da Presidéneia da Repiiblica (GSUPR), realizada no dia 14 de outubro de 2005, no Palacio do Planatto, foi proferida pelo entio Gen Div Augusto Heleno Ribeiro Pereira, primeiro Comandante da Forga Militar da MINUSTAH. O elucidativo contetdo da palestra, proferida por Oficial-General_ de comprovada experiéneia no tema € notério saber, servird de base para a elaboragao da resposta ao questionamento: “a Forga de Paz realizou Op Info no Haiti?” O estudo seri focado no periodo inicial de atuagdo da MINUSTAH (anos de 2004 ¢ 2005). Nao sero motivo de estudo, portanto, os eventos ocorridos posteriormente, em particular aqneles associados ao terremoto, ocomido no Haiti em janeiro de 2010. Segundo Pereia (2005), 0 quadro do Haiti caracterizava-se por problemas sociais, ecoldgicos € politicos. No quadro conturbado que se apresentava, a imprensa mantinha forte influéneia sobre a populagaio. Nesse sentido, coube a Forga de Paz atuar contra a violéucia e seus efeitos psicolégicos, amplificados pela atuagao de érgaos da imprensa Dentro desse ambiente, onde figuraram agdes estratégicas operacionais basieas da MINUSTAH, dbices estruturais do Haiti e ineficigneias politicas, a MINUSTAH cumpriu a miss4o recebida, utilizando os meios disponiveis. Listam-se, a seguir, alguns elementos que poderio servir de embasamento para responder a questdo objeto do presente estudo. - Foram realizadas ages pela MINUSTAH no sentido de se contrapor a influéncia da midia local sobre a populagao. ~ A missio realizou agoes civis e humanitarias, conjuntamente as operagdes militares, com o firme propésito de conquistar 0 apoio da populagao (Operagies, As Civ e Com Soc) - A tropa buscou 0 entrosamento com a populagao, a despeito das dificuldades advindas das diferengas idiométicas. Exemplo disso foi a realizagio de uma partida’ de __fintebol, confiatemizando militares ¢ representantes da populagao. = A paixdo dos haitianos pelo futebol da selegiio brasileira foi utilizada como instrumento de aproximagao entre as culturas. - No periodo de estudo considerado, 0 contingente da MINUSTAH sofien Op Info adversas, quando em juno de 2005 foi executada uma campanha utilizando meios de comunicagao local (radio jormal), faixas nas mas e adesivos nos carros contra a atuagio da MINUSTAH e contra 0 seui comandante. A campanha contou com ages que visavam desestabilizagio do govemo e da EsIMEx - 1 Semestre de 2013 ® MINUSTAH (sequestros ¢ incéndios com dbitos) e ataques a estabelecimentos comerciais e industriais. A tesposta da MINUSTAH foi a execugio de uma operagdo em Cité Soleil, populoso bairro de Porto Principe, para prender o principal chefe das gangues. Ao final, a operagao foi bem sucedida, OPERAGAO ARCANIO A Operagdo Arcanjo foi deseucadeada a partir do dia 28 de novembro de 2010, nas regides denominadas Complexo da Penha e do Aleméo. A operacgio envolveu policiais civis e militares, policiais federais e militares das Forgas Armadas. No Estado do Rio de Janeiro, a Politica de Seguranga Publica priorizon a instalagio de Unidades de Policia Pacificadora (UPPs), com o apoio das Forgas Armadas, a fim de restabelecer a presenga do Poder Pablico nessas comunidades Armadas foram A ago das Forgas embasadas nas experiéneias —colhidas na MINUSTAH e nas ligdes aprendidas pelas Forgas Armmadas dos EUA na campanha do Afeganistio. Naylor (2011) destacou algumas caracteristicas dessas antagdes, a seguir especificadas: - Houve grande preocupagio em realizar agdes que visavam a conquista do apoio da populagiio na area ocupada. Apesar da presenga da tropa, das prises efetuadas e das condigdes de seguranga proporeionadas, ainda persistia a ameaga dos traficantes sobre os moradores. Isso fz com que a populagdio mantivesse reserva em relagdo ao contato com a tropa, temendo softer represéilias aps © término da operagao. = As operagies realizadas buscaram a coordenagao e integragio com elementos de apoio, como a Com Soc, Op Psc e Inteligéncia, identificando e gerenciando os riscos.e - potencializando os efeitos das agdes _taticas realizadas ~ A Inteligéncia ressaltou a importancia da obtengio de conhecimentos ao coutar com a patticipagio da popnlagdo, que pode oferecer demincia por meio do “disque-dentincia” voltado exclusivamente as agdes da Forga de Pacificagio. Igualmente importante foi o emprego das patrulhas como fonte de obtengio de dados. Nesse aspecto, busca-se qualificar as fragdes de tropa como elemento apto a coleta de dados e difusto de informes - A. operagio, conduzida em ambiente urbano, expds a tropa aos riscos provenientes do contato muito proximo com a populagao. Dessa forma, ha a uecessidade de nao empregar, nas operagdes, militares que sejam moradores da area - © poder de policia das Forgas Armadas, exercido por pequenas fiagdes na execugio de patrullias, muitas vezes constatou a necessidade de realizar revista de pessoas. Nessas oportunidades, persistia a dificuldade de se contar com 0 apoio de piiblico feminino para a realizagao das revistas em mulheres - O envolvimento de menores de idade com 0 twifico de drogas continua sendo motivo de cuidados especiais. Isso toma necessiria a imediata commnicagio e 0 encaminhamento do caso as autoridades responsiveis (Conselho Tutelar e Juizado da Infancia e da Juventude) = As patrulhas realizadas em pequenos escaldes ratificaram 0 conceito de que € necessirio que todos os militares tenham perfeita compreensaio da “intengio do comandante”, conhecimento e dominio das regras de engajamento, nogdes de EsIMEx - 1° Semestre de 2013 ee ® téenicas da atividade de Commicagio Social e aspectos juridicos do emprego da tropa - Foi montada uma Central de Inteligéncia com elementos do Comando Militar do Leste (CML), com capacidade para reuir e integrar os conhecimentos produzidos pela Forga de Pacificagio, passando a fornecer elementos que possibilitaram a tomada de decisio em melhores condigdes. - A instalagio de um posto avangado da Delegacia de Policia Civil no interior da Area de Pacificagao deu agilidade aos encaminhamentos dos delitos, desonerando a topa dos aspectos téenicos e legais correlatos, de competéncia desse Orgao de Seguranga Pitblica (OSP), - A aplicagio de recursos do Govemo do Estado do Rio de Janeiro, revitalizando e disponibilizando areas de lazer e servigos essenciais para a populagao, concomitante 4 ocupagio, potencializou a veiculagdo de “idéias-forga" que destacaram os beneficios trazidos & populagao em fungio da presenga do Estado ua dea = O Programa C2 em Combate, instrumento do Sistema de Informagdes Operacionais Terrestre (SINFOTER), esti sendo usado apenas pelos Batalhdes de Comunicagdes 4 CONCLUSAO As Forgas Anmadas dos EUA acumularan sucessivas experigncias em Op Info nos iltimos anos, notadamente a partir de 1996, A pesquisa € 0 desenvolvimento de novas tecuologias aleangaram relevantes resultados. Os EUA demonstram competéncia ao vishumbrar, dentro de um cenario prospectivo, a importineia da introdugdo de novas teenologias e do reestudo da doutrina de emprego militar, Nesse quadro, as Op Info surgiram como nova capacidade, concebida para ampliar os resultados positives obtidos taticamente, controlar e influenciar a percepgao, minimizar eventuais efeitos adversos ¢ reforgar positivamente a estratégia de emprego da forga. Por seu tumo, a Inteligéncia Militar contima seudo fundamental em qualquer operagdo militar. A atnal complexidade e multiplicidade dos atores ameagas e variiveis do campo de batalha elevaram a Inteligéncia Militar a0 ceme das Op Info. As novas tecnologias empregadas na obtengdo de dados impdem o desafio de trabalhar de forma ainda mais sistémiea e integrada, a fim de possibilitar a produgo e divulgagao, ao agente decisor, do conhecimento relevante e oportuno. © estudo das recentes participagdes do EB, na MINUSTAH e na Operagao Arcanjo, demonstrou 6 esforgo do Comandante Titico em executar as Op Info. Esse esforgo, contudo, & realizado com algumas deficiéncias, dentre as quais se destacam a incipiente doutrina, ainda embrionaria_e nao consolidada, marcada pela inexisténcia de politicas e direttizes especificas, além da falta de estrutura de TI, automagao nos processos. de _produgio integragdo sistémica dos conhecimentos necessirios as Op Info no EB, Nesse sentido, com as devidas ressalvas relacionadas aos equipamentos e tecnologias empregadas, € possivel afimar que a doutrina norte-americana representa um pardmetto, que pode ser motivo de estudos nas aprofimdados, com a finalidade de testi-la e reagi-la com a realidade brasileima. Desse estudo poderdo. ser extraidas as bases douttinatias que virdo a fandamentar 0 que, de forma abreviada, j4 esti sendo executado pelos Comandos Operacionais quando empregados em situagio real. 8 EsIMEx - 1 Semestre de 2013 ® © presente trabalho, quais sejam, se o Exército Assim, aos questionamentos que originaram Brasileiro necessita reformular sua _ estrutura corganizacional, de forma a ajustar-se 4 doutrina de Op Info, levadas a efeito nas iiltimas experiéneias do Exéreito dos EUA e do proprio EB e, se eabera a Inteligéncia Militar 0 encargo de integrar as varias capacidades que somam esforgos nas Op Info, sio apresentadas as seguintes respostas: - hd a necessidade de reformular a atal estrutura organizacional do EB. Caberi ao EME. como: normatizador, 0 orgio estudo€ desenvolvimento da doutrina, alm — do estabelecimento de diretrizes que permitam a integragao das Op Info em nivel estratégico, consoante as definigdes estabelecidas pelo MD. Ao Comando de Operagdes Terrestres (CO Ter), drgiio gestor do SINFOTER, cabera a incluso das Op Info nas atividades de preparo e no emprego da Forga Temrestre, de acordo com a doutrina estabelecida pelo EME, Para tanto, deve-se considerar a necessidade de criagdo de uma segao especifica, voltada para a integracao das células de Op Info situadas nos Grandes Comandos e Grandes Unidades. As eélulas de Op Info deverdio contar com uma estrutura minima e ser integradas por atividades ¢ especialidades, conforme mostra a figura a seguir: Figura 2: OperagOes de Informagao - Foute: autor Sd Tendo a Inteligéncia como especialidade que iri definir a estrutura do Repertorio de Conhecimentos Necessarios (RCN) e orientar 0 esforgo operacional, a célula poder’ ser composta por elementos especializados em Operagdes Psicolégicas, Comunicagao Social ¢ Agao Civieo- Social. A GE, incluindo a Guerra Cibemética, por sua especificidade e alto custo, poderd ser um meio disponivel nos Comandos Militares de Area, capacitados a prestar 0 apoio aos escaldes subordinados quando necessitio. = no tocante a possibilidade da Inteligéncia Militar integrar as varias capacidades que somam esforcos nas Op Info, a resposta € negativa. A Tnteligéneia Militar _ possui vastos encargos, agravados elas necessidades impostas pela velocidade atual da informagao. Assim, mais funcional sera a célula de Op Info estar subordinada diretamente a 3* Sego do Grande Comando/Grande Unidade, integrando todas as capacidades de forma sincronizada, alimentada pelos conhecimentos de Inteligéncia. EsIMEx - 1° Semestre de 2013 ® REFERENCIAS ABRIL, Almanaque. Ed, Abril. Sao Paulo-SP, 2011. BRASIL. Ministério da Defesa. Decreto n° $484, de 30 de Junho de 2005. Politica de Defesa Nacional. Ministério da Defesa, MD31-D-03: Doutzina Militar de Comando e Controle, Brasiia-DF, 2006. 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