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Bom dia e bem-vindos à teleconferência da Klabin.

Neste momento, todos os participantes estão


conectados apenas como ouvintes e posteriormente iniciaremos a Sessão de Perguntas e
Respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Pedimos a gentileza que, em benefício do
tempo, cada analista se limite a duas perguntas. Caso necessite de assistência durante a
teleconferência, por favor, digite (*) 0 em seu telefone. Cabe lembrar que esta teleconferência está
sendo gravada e também está sendo transmitida simultaneamente via webcast podendo ser
acessada pelo site de Relações com Investidores, onde se encontra disponível também a
apresentação. Eventuais declarações realizadas durante esta teleconferência, relativas às
perspectivas dos negócios da Companhia, projeções, metas operacionais e financeiras relativas ao
seu potencial de crescimento, constituem-se em meras previsões baseadas nas expectativas da
Administração em relação ao futuro da Klabin. Estas expectativas são altamente dependentes das
condições do mercado, do desempenho econômico geral do país, da indústria e dos mercados
internacionais, portanto sujeitas a mudanças. Estão presentes conosco hoje o Sr. Cristiano Teixeira,
Diretor Geral, Marcos Ivo, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, e os demais diretores
da Klabin. Inicialmente, o Sr. Cristiano e o Sr. Ivo farão comentários sobre o desempenho da
Companhia no primeiro trimestre de 2023. A seguir, os diretores responderão às questões que
eventualmente sejam formuladas. Gostaria agora de passar a palavra ao Sr. Cristiano. Cristiano
Teixeira: Sejam todos bem-vindos e bem-vindas à teleconferência de resultados da Klabin referente
ao primeiro trimestre de 2023. Diante de um cenário de mercado desafiador, com incertezas
macroeconômicas e geopolíticas, que gerou perda de rentabilidade nos mercados em função de
queda de preços dos produtos e inflação de custos para os produtores do setor de papel e
celulose, a Klabin alcançou EBITDA de R$1,9 bilhão, um aumento de 13% em relação ao mesmo
trimestre do ano anterior e 2% em relação ao quarto trimestre de 2022, o que reforça o nosso
dinamismo para enfrentar as mais diferentes conjunturas de Brasil e de mundo. No negócio
Celulose, o diferencial da Klabin por deter fibra longa se mostrou mais uma vez estratégico e
eficiente na diversificação do portfólio de produtos. Associado a isso, a Klabin privilegia contratos
de longo prazo e diversificação de mix geográfico, oferecendo diferentes soluções como fluff, fibra
longa e curta. Esse posicionamento estratégico garantiu solidez de margem e resiliência no
resultado negócio. Num contexto de um mercado global enfraquecido, nossos negócios de
embalagens e papéis container board, como Kraftliner, papéis reciclados isso e Sack Kraft,
trouxeram segurança e estabilidade ao resultados, mostrando a importância do modelo de negócio
integrado, modelo esse reforçado com início de operação da nova onduladeira em Horizonte,
Ceará, além de uma nova linha de sacos em Lages, Santa Catarina. Na divisão de Consumer, a
consolidação das vendas da Máquina 28, por meio de contratos de longo prazo e a ampliação do
portfólio para cartões brancos, traz boa expectativa para o mercado que se manteve aquecido no
primeiro trimestre, especialmente no segmento de Beverage, como cerveja, leite e alimentos
líquidos, o que se traduziu em melhora de rentabilidade no trimestre. Agora passo a palavra para o
Marcos Ivo, que vai trazer os detalhes financeiros sobre o primeiro trimestre. Marcos Ivo:
Obrigado, Cristiano. Bom dia a todos e a todas e obrigado por acompanhar a nossa
teleconferência. No primeiro trimestre de 2023, entregamos resultados consistentes, reafirmando
a força do modelo de negócio da Klabin. Dentre os destaques do período, menciono três: receita
líquida de R$4,8 bilhões, crescimento de 9% na comparação anual; EBITDA ajustado de R$1,9
bilhão, aumento de 13% versus o primeiro trimestre de 2022; e retorno sobre o capital investido,
medido pelo ROIC, de 19,4% nos últimos 12 meses. Na página quatro, o volume de vendas no
trimestre caiu 2% na comparação com o mesmo período de 2022. Essa queda é substancialmente
explicada pela menor demanda por Kraftliner no mercado externo. Já a receita líquida no período
foi de R$4,8 bilhões, aumento de 9% na comparação anual. Esse aumento é explicado pelos
reajustes de preços implementados ao longo dos últimos trimestres, que mais do que
compensaram a redução no volume de vendas, e a apreciação da moeda Brasileira em relação ao
dólar. Com isso, o EBITDA ajustado atingiu R$1,942 bilhão beneficiado pelo crescimento da receita
líquida, que mais do que compensou o aumento do custo caixa. Avançando ao slide cinco, a receita
líquida do negócio de celulose atingiu R$1,7 bilhão no primeiro tri deste ano. Destaca-se no
período, mais uma vez, o mix de vendas flexível entre geografias e o portfólio com três tipos de
fibras (fibra curta, fibra longa e fluff), que beneficiaram o preço médio e a receita líquida do
período. O custo caixa de produção de celulose foi de R$1.355,00 por tonelada no trimestre,
mesmo patamar do trimestre anterior. Alavancado pela receita líquida, o EBITDA ajustado de
segmento de celulose atingiu R$945 milhões no trimestre. Na página seis, no segmento de Papel
Cartão, que segue com demanda saudável, o volume de produção foi de 172.000 t no período. O
preço líquido por tonelada de cartão atingiu R$5.621,00 no primeiro trimestre deste ano, aumento
de 14% na comparação anual e 8% em relação ao quarto trimestre de 2022. Impulsionada pelos
reajustes de preços, a receita líquida de cartões atingiu R$965 milhões no primeiro trimestre de
2023, aumento de 11% na comparação anual. Indo para o slide sete, o fluxo de caixa livre ajustado,
que desconsidera fatores discricionários e projetos de expansão, foi positivo em R$872 milhões no
trimestre. Nos últimos 12 meses, o fluxo de caixa livre ajustado alcançou R$4,6 bilhões
representando um free cash flow yield de 20,6%. Passando para a página oito, ao final de março a
dívida líquida da Klabin era de R$21 bilhões, estável em relação a dezembro de 2022. A
alavancagem medida pelo indicador dívida líquida sobre EBITDA ajustado em dólares encerrou o
trimestre em 2,6 vezes, estável em relação ao trimestre anterior e próxima ao piso da política de
endividamento financeiro da companhia. Avançando à próxima página, a liquidez da Klabin
permanece robusta e encerrou o trimestre em R$9,6 bilhões. Essa liquidez é formada por R$7,1
bilhões em caixa e o restante em linha de crédito rotativo. A posição de caixa da Klabin é suficiente
para amortizar a dívida que vence nos próximos 47 meses. O prazo médio de vencimento da dívida
ao final de março de 2023 era de 105 meses, equivalente a quase nove anos. A companhia possui
financiamentos contratados e ainda não sacados em montante superior ao CapEx que ainda será
desembolsado até a conclusão do projeto Puma II, conforme detalhado no nosso release de
resultados. Passando à página dez, conforme aviso aos acionistas publicado ontem, a Klabin
aprovou o pagamento de dividendos no montante de R$389 milhões, a serem pagos no dia 16 de
maio. Na visão Competência, os proventos distribuídos aos acionistas nos últimos 12 meses
totalizaram R$1,671 bilhão. Esse montante representa um dividend yield de 7,8%, uma clara
evidência da capacidade da Klabin de aliar crescimento, pagamento de proventos e ao mesmo
tempo manter a disciplina na sua estrutura de capital. Na última página, a primeira etapa do
projeto Puma II, a Máquina 27, segue sua curva de aprendizado tendo alcançado a produção de
369.000 t nos últimos 12 meses. A segunda fase do projeto, que contará com uma máquina de
papel cartão, segue em construção dentro do cronograma, tendo atingido 92% da execução física
em medição realizada no dia 23 de abril e tem seu início de produção planejado para o mês de
junho. Desde o início do projeto, foram desembolsados R$11,6 bilhões, dos quais 521 milhões no
primeiro trimestre de 2023. Agora o Cristiano, demais diretores e eu estamos à disposição para a
sessão de perguntas e respostas. Sessão de Perguntas e Respostas Operador: Obrigado.
Iniciaremos agora a sessão de perguntas e respostas para analistas e investidores. Para fazer uma
pergunta, por favor, digitem *1, e para remover a pergunta da fila, digitem *2. A nossa primeira
pergunta vem de Rafael Barcelos, Banco Santander. Por favor, pode prosseguir. Rafael Barcelos:
Bom dia a todos e obrigado aí por pegar minhas perguntas. Acho que a minha primeira pergunta
seria para o Cristiano mais para entender aqui a visão de médio e longo prazo da companhia. A
gente tem visto um ciclo mais severo dado que as expectativas iniciais com Kraftliner e celulose aí
corrigindo de forma abrupta nos últimos meses, então eu gostaria mais de entender como que
esse ciclo e essa pressão recente pode afetar as decisões aí de investimento e alocação de capital
sobretudo da empresa. A minha segunda pergunta seria sobre Kraftliner. No release de vocês,
vocês comentam que os outros segmentos estão performando bem, então eu vou focar aqui em
entender acho que uma das partes mais sensíveis na nossa visão, que é a parte de Kraftliner, então
no release de vocês, vocês comentam algumas paradas mercadológicas em Kraftliner, então seria
interessante se vocês pudessem dar mais detalhes aqui sobre o tema só para entender como foi
feita essa parada, quais são essas condições e se essas condições de mercado seguem as mesmas
aqui no segundo trimestre. Além disso, a gente sabe que a Klabin tem essa flexibilidade entre
Kraftliner e conversão, mas eu entendo que a depender da queda de demanda do Kraftliner, a
parte de conversão não consegue absorver, então também seria interessante entender de vocês
como vocês estão planejando esse mix daqui para frente. Obrigado. Cristiano Teixeira: Obrigado,
Rafael. Eu vou começar com o segundo ponto da sua pergunta, tenho aqui comigo tanto o Flávio
quanto Douglas e se eles quiserem fazer qualquer observação aqui a linha está aberta, eles vão
entrar, mas isso é comum, essas paradas mercadológicas acontecem no mundo todo, vocês devem
acompanhar isso em calls de outras empresas, basicamente essa decisão ela se dá por uma visão
de – eu vou colocar assim – preços marginais. Quando você tem preços spot fora de contrato com
queda, você busca confrontar isso com os seus custos variáveis que você consegue administrar de
alguma forma, por exemplo, madeira de terceiros. Então, é uma combinação de quando você tem
uma combinação de preços fora de contratos em queda com matéria-prima, circunstancialmente
no caso da Klabin, no caso da madeira distante, a gente consegue tirar esse custo maior dessa
distância maior do transporte da madeira com o preço menor, e essa combinação ela basicamente
é uma conta de rentabilidade, obviamente que tem o contexto de diluição de custo fixo aí também,
e a própria integração na nossa unidade caixas. A gente tanto administra na integração eu posso
converter mais ou menos papel reciclado a depender do custo de produção em função do preço
das aparas, como também posso converter mais ou menos papel liner em função desses preços
spot que eu comentei. Então, é comum, claro, não vou dizer que é normal porque a gente só faz
isso em situações de mercado difíceis como a gente está enfrentando, mas é uma ferramenta na
qual a gente enxerga grande valor, que, na prática, é a flexibilidade que a gente tanto fala da Klabin
de ser integrado, ter a unidade embalagem para poder converter parte do papel a um preço de
transferência maior do que o preço marginal, e poder administrar a parte da produção com essa
redução fazendo a relação com o custo de madeira mais distante, essa flexibilidade preserva a
margem e o foco absoluto é sempre a preservação de margem. Agora voltando para o primeiro
ponto da sua pergunta, indo direto ao ponto, quanto à alocação de capital nesse mercado incerto
de taxa de juro alta, inflação pressionada ainda por não ter ainda o final desse contexto de
combate à inflação no mundo, ou seja, uma trajetória ainda, tivemos ontem o aumento da taxa de
juros de 10 anos nos Estados Unidos, ou seja, isso continua no Brasil e no mundo, então esse
contexto de política fiscal, eventual desvio ainda para cima de inflação, aumento de taxa de juro
para controlar, isso tudo tem provocado perda de renda no Brasil e no mundo, isso tem provocado
deterioração de preços, isso faz com que as empresas busquem a eficiência no limite das suas
operações, essa hora é aquela hora realmente que as dificuldades elas aparecem mais fácil no
resultado das empresas, as empresas que têm menos flexibilidade, então qualquer sinalização de
alocação de capital para grandes investimentos transformacionais estão prorrogados neste
momento. A Klabin não tem nenhuma visão a ser proposta para o Conselho de Administração de
investimentos neste momento. Rafael Barcelos: Está ótimo, obrigado, Cristiano. Operador: A
próxima pergunta vem de Tiago Lofiego, Bradesco BBI. Tiago Lofiego: Obrigado, bom dia a todos.
Duas perguntas. A primeira é em relação à dinâmica de custos da empresa como um todo. Vocês
vêm falando aí sobre um aumento no custo por tonelada para o ano por volta de 12-13% se não
me engano, e aí eu queria entender se vocês veem algum downside, como é que vocês estão
enxergando esse guidance de vocês, se tem algum potencial de ganho aqui. E aí a segunda
pergunta, para o Nicolini. Nicolini, como é que você está enxergando o mercado de celulose na
China especificamente? Na verdade, se puder falar um pouco como um todo, mas na China é a
gente entende que os estoques continuam baixos na mão dos papeleiros, mas mesmo nesse nível
mais baixo de preço a gente já obviamente tem visto que tem uma demanda marginalmente
melhor, mas até onde a gente entende os volumes ainda não estão super fortes no mercado como
um todo. Então, eu queria entender um pouco a sua perspectiva, o que que vocês têm visto no
mercado, se vocês acham que tem mais espaço para a correção, se de fato a gente já chegou num
botton. Queria entender um pouco a cabeça de vocês. Obrigado. Cristiano Teixeira: Obrigado,
Tiago. Vou colocar o Marcos Ivo aqui na sequência para falar de custo e depois o Nico. Marcos Ivo:
Tiago, em relação a custos, a gente segue enxergando o mesmo nível de incremento de custo de
produção por tonelada, CPV por tonelada, que nós indicamos lá no Klabin Day em dezembro, que
indicamos no call referente ao quarto tri, que é no patamar que você citou, 2 dígitos baixos. Então,
a gente continua enxergando isso para o ano. Olhando o primeiro trimestre, a gente teve coisas
melhores e piores, mas o que nos deixou nesse patamar. Então, alguns custos começaram a
arrefecer, como vocês viram combustíveis e químicos, em contrapartida, a gente acaba tendo um
pouco do efeito da menor diluição do custo fixo em função das paradas mercadológicas. Como a
gente está vendo o segundo trimestre deste ano com o mesmo nível de paradas mercadológicas
que nós tivemos no primeiro tri, tudo dentro da cesta, a segue com a mesma indicação de custo
para o ano de 2023. Alexandre Nicolini: Oi, Tiago, bom dia, obrigado pela pergunta. É o Nico aqui.
Como você tem acompanhado, o mercado segue bastante desafiador, o mercado vem se
deteriorando desde o final do primeiro trimestre com um pouco mais de intensidade agora para o
segundo tri principalmente na China, onde a gente sofreu uma queda mais abrupta de preços dado
todo um contexto de demanda mais reprimida, entrada de novas capacidades, toda a questão
macroeconômica também impactando o aumento dos custos de forma geral e a pressão
inflacionária, e isso tem feito com que o mercado permaneça desafiador do ponto de vista de
demanda. Como você sabe, a Klabin tem uma menor exposição para o mercado da China, o que
não significa que nós não vendemos pelo mercado da China, muito pelo contrário, mas dado todo
um contexto já de contratação dos volumes de produção do ano passado para esse ano, o foco
nosso foi concentrar as vendas em mercados maduros como Europa e Estados Unidos e a nossa
posição no Brasil, que é uma posição bastante relevante. De forma geral, olhando todo um
contexto de mercado da China, a gente enxerga os níveis de preços bastante deprimidos, abaixo do
custo marginal de produção, isso já levou alguns produtores integrados de papéis a interromperem
produção de celulose e passaram a comprar alguns volumes de celulose de mercado ainda tímidos
no meu ponto de vista, esse processo de estocagem ainda não aconteceu também na mão dos
principais produtores de papéis, embora os níveis de estoques nesses produtores sejam
considerado bastante baixos, mas esse processo de estocagem, na minha opinião, ele deve
acontecer nos próximos meses. Não sabemos ainda com que intensidade isso vai acontecer, mas a
perspectiva é que isso deve acontecer nos próximos meses. Mercado de Europa e Estados Unidos
segmento de imprimir e escrever segue ainda bastante desafiador, a gente enxerga ainda alguns
produtores integrados colocando algum volume de celulose ou concorrendo com os produtores
não integrados, isso tem colocado uma pressão adicional do ponto de vista de preço, porém, o
lado cheio do copo é que o segmento de tissue continua a operar com taxa de ocupação de
máquina bastante elevada, a gente tem uma concentração maior de vendas para esse segmento
de tissue e isso, de certa forma, tem ajudado as nossas vendas sem grandes problemas. Tiago
Lofiego: Perfeito, Nicolini. Só para entender, qual o nível de preço que está sendo vendido hoje o
eucalipto importado lá na China? Alexandre Nicolini: A China o nível hoje está entre US$470-480,
Tiago. Tiago Lofiego: E aí você enxerga pelo menos uma negociação ainda dura olhando para o
próximo mês desse nível? Alexandre Nicolini: Esse nível de preço gerou os volumes normais que
nós tínhamos alocado para esse mercado, agora vamos acompanhar como é que vai ser o mês de
junho. Tiago Lofiego: OK, obrigado. Obrigado Ivo, obrigado Nico. Cristiano Teixeira: Obrigado.
Tiago, eu vou pedir licença para você em cima da sua pergunta, uma vez que a nossa maior
exposição de China não é na celulose de fibra curta, então eu até vou fazer uma observação que eu
acho que é importante. Vou fazer uma matemática rápida com vocês, os nossos 4.7 milhões de
toneladas, incluindo já a Máquina 28 que entra agora no mês de junho, desses 4.7 milhões, 1.65
milhões de toneladas é a nossa celulose. No entanto, desse 1.65, vamos falar assim, 1.1 é fibra
curta e 550.000 t são de fibra longa, na qual a gente se dedica na maior parte da produção para o
mercado de fluff, então portanto é 1.1 milhão dentro de 4.7 milhões a nossa exposição em celulose
de fibra curta. Dentro dessa exposição de 1.1 milhão de toneladas de fibra curta, a exposição de
China é muito pequena uma vez que a gente trabalha com contratos de longo prazo oferecendo,
como vocês bem sabem, essa diversificação de fibras que a gente tem. Portanto, a maior exposição
de China para a Klabin está no cartão para líquidos, e aí dentro da exposição de China eu acho que
a gente consegue talvez corroborar um pouco com essa compreensão do mercado chinês também
dando um pouco da visão nesse momento dos contratos para os nossos clientes de alimentos
líquidos na China para LPB. Então, eu tenho o Flávio aqui que vai falar um minuto, portanto, eu
peço desculpas e na verdade licença aí, Tiago, para falar um pouco de China sobre onde a gente
tem exposição. Tiago Lofiego: Obrigado, Cristiano. Flávio Deganutti: Oi, Tiago, bom dia. De fato, se
a gente olha a China – e eu aqui vou me permitir incluir todos os países do Sudeste Asiático, lá é a
principal composição das nossas exportações do mundo liquid packaging aqui – lá é o mercado que
mais cresce, então substancialmente aqui já incorporando um pedaço da Índia onde a gente aloca
os volumes contratados recentemente aqui para os grandes players aí desse mundo. Então, nessa
lógica eu tenho Singapura, eu tenho Vietnã, eu tenho Tailândia e a própria grande China aí como
destinos importantes de volumes, que seguem crescentes. A Índia é um capítulo especial, a Índia é
um capítulo que se reforça nos últimos anos, é onde se instalam novas fábricas e que, portanto, a
gente mira para lá boa parte do que a gente vai produzir nessa Máquina 28 na combinação do que
eu já tenho, lembrando que a Klabin passa a ser um player de praticamente 1.2 milhão de
toneladas de cartões majoritariamente voltado para o mundo beverage, em grande parte cartões
especiais que levam fibra longa e que têm boa parte do contexto que a gente enxerga no mundo
da celulose e fluff. Tiago Lofiego: Perfeito, obrigado, pessoal. Operador: A próxima pergunta vem
de Daniel Sasson, Itaú BBA. Daniel Sasson: Olá, pessoal, bom dia a todos, obrigado pela
oportunidade. A minha primeira pergunta talvez na verdade um follow-up em relação à pergunta
anterior do Tiago sobre preços. Nicolini, você comentou sobre um preço de fibra curta, eu entendo
a menor relevância aqui para Klabin, de 470 a 480 na China, mas um dos grandes pontos aí de
resiliência que vocês mencionaram nos resultados e no call de vocês é exatamente o mix entre
fibras, inclusive a exposição geográfica a outras regiões, talvez menos concentrado em China
versus alguns peers de vocês. No FOEX a gente ainda não consegue ver, mesmo assumindo um
desconto maior aqui, uma correção de preços na Europa tão forte quanto a gente já viu no FOEX
China. Então, eu queria que você comentasse um pouquinho o preço, aí de repente o diferencial
de preço se ele existe no mercado real hoje entre Europa e China, quanto mais alto em dólares por
tonelada, por exemplo, vocês estão conseguindo vender na Europa versus os preços aí de 470 a
480 que você mencionou para a China. E a minha segunda pergunta, aí talvez por Cristiano, acho
que super claro o ponto de alocação de capital, acho que nesse momento não é uma provocação aí
ao Conselho em relação à aprovação de um novo projeto, não parece estar em pauta, vocês estão
mais focados aí em entregar e rampar a MP18, mas pensando de repente nessas condições macro
um pouco mais complicadas, um pouco mais difíceis, inclusive no Brasil no contexto aqui do
mercado doméstico, você vê oportunidades para a consolidação, por exemplo, M&A em caixa de
papelão seguindo o movimento aí que a gente já viu vocês fazendo num passado recente?
Obrigado, pessoal. Cristiano Teixeira: Obrigados, Sasson. Vou começar com o Nico então. Alexandre
Nicolini: Oi, Sasson, bom dia, obrigado pela pergunta. Veja, a gente tem um diferencial de preços
ainda importante na comparação entre os mercados maduros e China. Como eu comentei, a queda
de preço na China foi muito mais abrupta, muito mais rápido que o esperado dado todo um
contexto da situação econômica da China de forma geral com crescimento baixo, principalmente
pósAno-Novo Chinês, onde a gente esperava uma retomada de demanda e essa demanda ela não
aconteceu. Porém, na Europa, o índice de preços ele é uma referência, não significa que se segue
100% essa referência dado que a gente está competindo num mercado global de celulose. O que
eu posso te dizer é que a gente tem ainda um diferencial importante de preços entre essas regiões
e essa estratégia nossa de focar nesses mercados com contratos de longo prazo, que são contratos
inclusive de múltiplos anos, tem feito com que a gente conseguisse maximizar o resultado de
preços como um todo. Cristiano Teixeira: Obrigado, Nico. Daniel Sasson: Obrigado, Nico. Cristiano
Teixeira: Sasson, quanto à M&A, acho que você trouxe especificamente a área de papelão
ondulado, eu prefiro colocar dessa forma, a posição da Klabin é consistente quanto à integração e
à intenção de aumento na integração dos nossos papéis, especificamente eu estou falando dos
papéis para caixas, na área de sacos a gente basicamente já é 95% integrado. O quanto a gente vai
conseguir integrar, hoje acho que está da ordem de 70% - se esse número não estiver muito certo,
depois aqui o Douglas ou o Marcos me corrigem –, mas o quanto a gente consegue evoluir para a
ordem de 90-95% de integração em embalagens acho que é uma pergunta para o tempo aí, para
os próximos anos, eu acho que a intenção é chegar talvez num nível de integração da ordem de
80% ou 85%, mas esse número não há como cravar, mas é importante dar o guidance para vocês
de que a nossa intenção é ter mais integração. No entanto, a despeito de a gente ter ótimos
fabricantes de papelão ondulado no Brasil hoje, o nível de tecnologia de todos os fabricantes com
onduladeiras modernas, máquinas modernas, faz com que o Brasil se diferencie. Para quem
acompanha esse mercado há 30 anos, hoje os fabricantes de papelão ondulado brasileiro não
perdem para nenhum fabricante de papelão ondulado no mundo, inclusive os pequenos e médios,
empresas ainda familiares, gente de muita credibilidade e na qual a gente está sempre na
expectativa. Não há nada nesse momento, acho muito difícil a Klabin se dispor a olhar um M&A no
momento, mas do ponto de vista estrutural e conceitual do nosso negócio, a visão é sempre essa.
Daniel Sasson: Obrigado, Cristiano. Operador: A próxima pergunta vem de Guilherme Rosito, Bank
of America. Guilherme Rosito: Bom dia a todos, obrigado por pegaram a minha pergunta. A minha
primeira pergunta vai no custo da madeira. A gente viu nesse trimestre um aumento bem
expressivo, tanto na base de year-over-year quanto quarter-overquarter. Eu queria entender de
vocês se a ideia hoje nesse patamar de custo de madeira por tonelada de fibras em geral é
manutenção ao longo dos próximos semestres, vocês esperam algum tipo de queda o aumento,
assim, qual que é a atitude? E a minha segunda pergunta vai no mercado de container board. Se
vocês pudessem dar o outlook de demanda tanto no mercado doméstico quanto no mercado
internacional, e a gente tem visto precificação anda mais fraco, esse cenário de demanda mais
fraco, a gente pode esperar que a Klabin vai rodar um nível de conversão mais alta em 2023 do que
2022, por exemplo. Obrigado. Cristiano Teixeira: Obrigado, Guilherme. Eu vou passar para o
Marcos Ivo, temos aqui o nosso diretor florestal também, o Sandro Ávila, se ele achar necessário
ele complementa, mas o Marcos Ivo então fala agora sobre o custo da madeira. Marcos Ivo:
Guilherme, primeiro respondendo de forma direta à sua pergunta, o custo caixa total da Klabin, ou
o que eu prefiro CPV total, a gente segue com a indicação de um crescimento em 2023 versus 2022
de 2 dígitos baixo, como eu já explorei na primeira pergunta aqui do call. Desculpa, na pergunta do
Tiago Lofiego, e a madeira está dentro disso, OK? Aí dando só um pouco de detalhes na madeira, a
gente segue consistente na nossa explicação sobre madeira porque a gente vem de fato
trabalhando dentro do que a Klabin planejou e dentro do que a gente previu. Se você se recordar,
no Klabin Day em dezembro, o Sandro Ávila, nosso diretor florestal, fez uma apresentação
detalhada onde ele mostrou o mix de madeira própria e de terceiros da Klabin ao longo dos anos e
ali a gente enxerga claramente que o pico da participação de madeira de terceiros no sistema do
Paraná ele se dá em 23 e 24, então é aqui que nós teremos aí o pico do custo da madeira,
começando a cair a partir de 2025, em 2025 há um degrau relativamente pequeno de queda e essa
queda vem de forma mais acentuada a partir de 2026. E relembrando que a essência por trás disso
foi uma forma de termos eficiência na alocação de capital, portanto, todo o primeiro ciclo de
abastecimento do Puma II ele se dá com madeira de terceiros e a partir do segundo ciclo a gente
abastece com madeira própria, madeira própria essa que foi plantada em áreas que nós já
compramos e que estão mais perto da nossa fábrica. Então, a gente segue consistente, dentro do
planejado e otimista aí com o futuro de madeira. Cristiano Teixeira: Guilherme, o Douglas Dalmasi,
nosso diretor da área de embalagens, vai dar prosseguimento aqui à resposta à sua segunda
pergunta uma vez que você juntou – o que faz sentido – o container board com a parte de
embalagens, mas caso o Flávio Deganutti, que é o diretor de papéis, ache necessário, ele também
entra complementando. Douglas Dalmasi: Oi, Guilherme, bom dia. Obrigado pela pergunta. Vou
falar de conversão tanto sacos quanto papel ondulado, aproveitar a oportunidade. Sobre sacos, o
Cristiano já disse, a gente tem alto nível de integração, tivemos a startup da linha nova e o
comportamento de volumes deve ser similares ao que a gente viu no primeiro trimestre, a gente
trabalha com capacidade full e o comportamento vai se dar assim durante o ano. Então, casa cheia,
a gente tem volumes no mercado interno e mercado externo e comportamento vai seguir assim.
Sobre papelão ondulado, a gente também vê um comportamento bem similar ao que a gente viu
no primeiro tri de mercado, então teve um crescimento de 2% do mercado, a gente está olhando
dessa maneira para o restante do ano, inclusive é o sinal da Empapel e a gente deve seguir
acompanhando o crescimento de mercado. Então, eu vou repetir uma observação que eu fiz no
trimestre anterior, que a gente tem que olhar bastante agora não mais para toneladas quando a
gente olha o desempenho de papelão ondulado na Klabin, mas sim metros quadrados, e em
metros quadrados a gente teve um comportamento similar ao do mercado em crescimento. Então,
ou seja, a gente deve acompanhar para os próximos trimestres também o comportamento de
mercado e o crescimento de mercado, que deve chegar aí na casa 2%. Essa é nossa visão, e aí você
pode, com isso, medir o nível de integração nosso. Cristiano Teixeira: Eu vou fazer um
complemento, Guilherme, se você me permite, sobre a resposta do Douglas, que ele fez a relação
com metro quadrado, eu só queria eventualmente, para quem não tenha acompanhado, explicar
um pouco o mérito. A Máquina 27, como vocês sabem, foi o produto Eukaliner, um produto que a
Klabin se lançou a fazer o produto 100% de eucalipto e com equipamentos do estado da arte e,
portanto, foi um contexto de equipamentos de estado da arte, processos por meio de pessoas
altamente qualificadas e obviamente a fibra que nos proporcionou a chegar na unidade do Paraná
com 100% eucalipto nessa máquina. Essa máquina, portanto o Eukaliner, ele oferece de 10 a 15%
menos fibra por metro quadrado, portanto, a caixa feita com esse papel a sua estrutura é
preservada com menos matéria-prima. Portanto, está aí a competitividade do custo caixa desse
produto, e esse produto oferece também para os clientes, portanto, os fabricantes de caixa, outras
eficiências como redução no consumo de energia nas onduladeiras. Então, portanto, quando o
Douglas fala que a gente vai olhar sempre agora mais por metro quadrado porque a Klabin tem
reduzido a gramatura do Brasil com um papel mais tecnológico, o que tanto é importante do ponto
de vista de redução de custo quanto na emissão de CO2 por meio do transporte, ou seja,
caminhões com menos tonelada transportando com a mesma eficiência no transporte. Então, esse
é um contexto que eu me dei o direito aqui, espero que eu não tenha prejudicado a sua resposta
aí, Guilherme. Obrigado. Guilherme Rosito: A resposta foi super completa, pessoal. Muito
obrigado. Operador: A próxima pergunta vem de Márcio Farid, Goldman Sachs. Márcio Farid: Olá,
pessoal, bom dia. Obrigado pela oportunidade. A minha primeira pergunta é um pouquinho mais
estrutural talvez pensando nos mercados de cartão, também de Kraftliner do cenário competitivo
global, obviamente acho que tudo que a gente ouve e vê nos deixa também animados com a
perspectiva de demanda e eu acho que boa parte das empresas e também dos clientes de vocês
concordam com isso, e o que a gente tem visto aí nos últimos anos são anúncios e grandes
expansões de capacidade em todas as regiões de vocês aqui na América Latina, Estados Unidos,
Europa e principalmente China também. Então, eu acho que eu queria entender um pouquinho de
vocês aí como vocês estão vendo esse cenário, a demanda acho que é consensual aqui que a gente
deve ver um outlook otimista, mas eu acho que a gente começa a ficar um pouquinho preocupado
com o supply na medida que a China todo mês aqui tem 1 milhão de toneladas novo saindo de
cartão, tem Kraftliner na Rússia, na Europa, nos Estados Unidos como vocês aqui na América
Latina, então como é que a gente fecha essa conta aí, como a gente deve pensar nesse cenário
olhando para frente? E aí é uma segunda pergunta, talvez para o para o Marcos Ivo. Ivo, na parte
florestal, só para tentar entender um pouquinho aqui das condições de oferta e demanda e desses
trabalhos que vocês têm feito, se tem na margem pior ou menos tightened do que foi os últimos 2
anos aí? Eu sei que é um cenário talvez por uns bons motivos, o cenário competitivo no Brasil ficou
um pouco mais tight, mas quão satisfeitos vocês estão aí com o momento de formar essa base e se
dá para esperar alguma mudança significativa? E aí finalmente do lado de custo, eu sei que já
comentou bastante, mas a gente tem sido positivamente surpreendido aí com queda de preços de
petróleo e diesel, químicos, né, então acho que na teoria a gente talvez teria um cenário de custo
melhor hoje do que 3-4 meses atrás quando vocês deram o guidance. Dá para a gente esperar que
o restante dessas commodities mais baixas seja visto já nos resultados do segundo semestre talvez
e aí talvez melhorando um pouquinho o guidance que vocês têm passado para a gente? É isso,
obrigado. Cristiano Teixeira: Farid, eu vou te pedir uma gentileza, só para garantir que eu tenha
entendido para a gente seguir direito. A primeira parte da pergunta que você fez que você citou e
passou para o Marcos Ivo é em relação à madeira, e aí você falou do mercado mais tight, eu
entendi apertado aí, de oferta de madeira, é isso? Só confirma isso, por favor. Márcio Farid: É, na
verdade, eu tinha falado de madeira, mas também a primeira pergunta foi de cartão e Kraftliner, e
aí depois eu falei de madeira no Brasil, as condições. Cristiano Teixeira: Ah, perfeito. Não, agora
ficou, Farid, desculpa. Foi só para alinhar, obrigado. Vamos seguir aqui então, eu vou pedir para o
Flávio então discorrer um pouco sobre o mercado de cartões e aí a gente segue com a segunda
parte. Flávio Deganutti: Oi, Farid, eu vou me alongar um pouquinho aqui levando em consideração
a pergunta mais estrutural e separando bastante os mercados de consumer de cartão do mercado
de container board. O mercado de Kraftliner e container board ele passa sim por entrada de
capacidades importantes, especialmente de fibras recicladas, mas também passa, conforme até
anúncio muito recente, mais um anúncio recente, de fechamento dos ativos menos competitivos.
Então, hoje a oferta que entra menos as paradas mercadológicas equilibraram esse patamar de
preço que a gente enxerga hoje, que está lá no limite do custo caixa marginais. Portanto, é daí que
a gente tem, né, a gente tem o Brasil continuando sendo bastante competitivo, a gente vê uma
especialização de produtos, então a Klabin atuando principalmente no mercado de exportação
onde faz sentido, ou seja, frutas, legumes, verduras, exportação de proteína, mercados que
conversam diretamente com o negócio de fibra virgem, mas naturalmente tem agora um equilíbrio
mais difícil no horizonte dos próximos pelo menos 12 meses desse mercado com a facilidade da
Klabin estar atuando aqui e produzindo cartão bastante competitivo. Não vou repetir aqui a fala do
Cristiano em relação ao Eukaliner. Bom, agora vamos lá para o mercado de cartões. Você tocou em
vários pontos, primeiro a grande entrada de capacidade cartão chinesa, de fato, um cartão folding
box, especialmente ou em grande parte não integrado, então parte da aquisição de ou fibra ou
madeira de fora, portanto, essa capacidade entra lá no último quartil de custo caixa e compete no
mundo dos cartões mais gerais, de realmente de fibra curta e naturalmente a exportação é
dependente do que se encontra aí de possibilidade logística. E a Klabin ela está nesse 1.150, 1.2
milhões de toneladas de cartão colocando aqui para dentro da Máquina 28 no mercado de fibra
longa, cartão de fibra longa para alimento líquido, para Beverage, para exportação associada à
cerveja, a leite. É aí a sua essência. A gente também tem um outro pedaço importante que ganha
força que são os cartões com barreira, então o que você vê de cartão especial associado a alimento
industrializado, frigorificado, cadeias frias, é lá que cresce bem e é lá que a gente não tem uma
competição direta com o cartão típico que é produzido hoje no mundo. Vou somar aqui também
um elemento importante de demanda, então mesmo num mercado em que a demanda começa a
se acomodar, a gente tem uma substituição importante, então o principal ganhador para colocar
com cuidado esse tema da substituição de embalagens plásticas de uso único é o cartão. É esse
cartão que tem de fato ocupado um espaço importante e de novo no mundo de beverage. E para
trazer aqui um último elemento, a Klabin fez um investimento, está agora em curso a
transformação desse portfólio da Máquina 28 adicionando o último cartão que ela não tinha no
seu portfólio, que são os cartões brancos. Então, daqui a pouco a gente está atuando no mercado
de cartões especiais com fibra longa, mas também nesse cartão branco que apoia aí a gente
encaixar esses volumes. É daí que vem esse encaixe de contratos feitos antecipadamente em
relação à parte dessa máquina. Então, a gente não vê questões importantes nesse mundo que a
gente navega. Márcio Farid: Está ótimo, muito obrigado. Cristiano Teixeira: Farid, eu vou seguir
com a resposta aqui, eu vou iniciar essa parte da madeira e aí tanto o Marcos Ivo vai seguir depois
com a parte de inflação, eu devo comentar alguma coisa também aqui na minha fala aproveitando
uma viagem que a gente fez semana passada e a gente foi exatamente especular sobre inflação de
pares, e tem o Sandro aqui do meu lado também que pode me complementar na parte de
madeira. Então, eu vou iniciar aqui. Olha só, eu tenho uma visão relativamente controversa sobre
disponibilidade madeira no Brasil. Começando pela área de madeira plantada no Brasil, eu vejo
uma oportunidade – eu acho que eu já citei isso em alguma conferência – talvez depois da
produtividade – peço licença poética aqui para falar um pouco de assunto estrutural de país – mas
para mim o primeiro ponto de destravar valor num país sem dúvida é a produtividade e aí por
meio de educação e assim por diante, mas indo para, vamos falar, criar valor num país,
especificamente no Brasil com a nossa característica, eu vejo como trazer mais áreas plantadas
talvez como uma das principais formas de destravar valor do país por meio de plantio em área de
pasto. A produtividade de pasto no Brasil é baixíssima, baixíssima, e dessa mesma forma o Brasil é
um dos maiores produtores de proteína do mundo. A gente tem uma média, eu sei que o Brasil
tem uma área continental, cada região Brasileira tem uma realidade, mas pelo contexto de tempo
e a gente pode talvez em outra oportunidade falar melhor sobre isso, mas a produtividade
brasileira é de menos de 1 cabeça de gado por hectare. Esse número ele poderia certamente
triplicar ou quadruplicar na média do país. Dado só essa informação, nós temos 9 milhões de
hectares plantados no Brasil, dados do nosso setor IBA, a associação do nosso setor. O que a gente
pode prever simplesmente nessa visão desses 9 milhões de hectares plantados comparado, sem
citar nomes, mas o maior produtor de proteínas do Brasil, só ele administra na forma de compra
de gado dos seus fornecedores algo como 90 milhões de hectares, portanto, 10 vezes a área de
pasto utilizada, 10 vezes maior do que a área plantada no Brasil de árvores para o nosso setor e
para alguns outros setores como madeira industrializada e siderurgia. Eu trago esse ponto porque
estados como Mato Grosso do Sul, se eu não me engano o governador já falou que tem
expectativa de dobrar a área de plantio e tem outras oportunidades ainda em outras regiões do
Brasil. Então, o nosso setor é um setor extremamente seguidor da regulação, é um setor que
confere as certificações globais, é referência no mundo todo, qualquer player brasileiro hoje ou
estrangeiro que atua em território nacional tem comportamento de referência, benchmark global
no contexto de manejo de florestas e destravar esse valor, portanto, ganhar produtividade na
pecuária transferindo para área de florestas plantadas, vai trazer tanto produtividade para o
produtor atual de pecuária quanto traz a oportunidade realmente de área plantada no Brasil.
Então, eu vejo isso como, de forma estrutural, eu vejo como uma grande oportunidade do Brasil
nas próximas décadas e eu realmente acredito que a área plantada no Brasil para o nosso setor
deve dobrar. Isso não significa que no curto prazo a gente não possa sofrer alguma pressão de
custo circunstancial, e aí trazendo mais para a área da Klabin, a Klabin tem na região Sul do Brasil,
nós temos as 2 fibras, 50% é pinus, fibra longa, 50% é fibra curta, e a gente atua primordialmente
no estado de Santa Catarina e Paraná. Nessas regiões, o Brasil ainda centraliza exportação de
madeira serrada para os Estados Unidos, é bastante ligado aos números de construção civil ou de
housing starts como eles colocam nos Estados Unidos. Então, essa exportação de madeira
Brasileira da região Sul do Brasil, basicamente a madeira serrada, ela impacta sim na demanda,
portanto, no preço da madeira no Sul do Brasil, e a gente tem visto nessa previsão, vamos colocar
assim – todos torcem para que haja –, mas nessa previsão de uma diminuição na atividade
econômica nos mercados globais, inclusive nos Estados Unidos, talvez tenha uma oportunidade de
equilíbrio de preços de madeira de terceiros nos próximos 12 a 18 meses. Obviamente que isso
depende várias outras circunstâncias, eu levei o assunto de madeira no Brasil para a demanda de
construção civil nos Estados Unidos, mas certamente todos entenderam a correlação, mas dado
esse contexto, eu diria que para esse momento o pior passou do ponto de vista de preço do
produto de madeira e, no longo prazo, eu vejo uma oportunidade. O último ponto é que talvez a
gente também não se dê conta do fato, ou seja, sendo factual na questão do custo da madeira, o
custo da madeira ele obviamente tem a relação econômica do custo da terra – e isso eu não vou
entrar no mérito aqui agora que vai se prolongar –. Então, eu falei de custo econômico, custo da
terra e vamos para o lado da distância. A distância, portanto igual para todo mundo, a gente vê
essas novas unidades de celulose basicamente que são produto único indo buscar a madeira, a
capacidade de produção altíssima indo buscar madeira a distância longas e a distância longa acaba
se perpetuando porque são regiões de produtividade relativamente menor do que a do Sul do
Brasil e tem que buscar madeira distante estruturalmente para manter a sua produção nessa
dinâmica de máquinas maiores. No caso da Klabin, a gente tem falado para vocês constantemente
e a gente tem mostrado isso nos números, o Marcos basicamente acabou de falar sobre isso, a
gente na medida que vai buscar a madeira de terceiros na primeira rotação da madeira, e aí essa
primeira rotação portanto é madeira de terceiros indo buscar mais distante, portanto o custo
aumenta pela distância, mas nesse meio período, nesse interregno de tempo, a gente está
adquirindo (e já adquiriu na verdade) áreas próximas à Klabin na qual a gente já tem feito o
plantio, e para a segunda rotação esse custo estrutural cai basicamente pela distância, tá? Eu me
alonguei um pouco na resposta, Marcos e Sandro se quiserem complementar, mas eu quis dar essa
resposta, Farid, peço desculpa, mas é que eu acho que o debate sobre o preço de madeira no
Brasil ele se confunde um pouco com planejamento e eventualmente até oportunidades que ainda
existe no nosso setor. Vou passar para o Marcos para falar um pouco sobre a inflação. Marcos Ivo:
Não, só completar, Farid. A gente continua com a mesma indicação de aumento no CPV por
tonelada para o ano de 2023. Naturalmente, se tivermos uma redução de preços mais intensa nas
commodities que são matérias-primas para a Klabin, isso também se refletirá no nosso custo. Mas,
de momento, naquilo que enxergamos hoje, início de maio, a gente segue na indicação que
passamos aí no call anterior. E só também importante lembrar que compõem o custo por tonelada,
nós temos no segundo trimestre deste ano, tivemos em abril, a parada geral do nosso maior site,
que é a nossa fábrica de Ortigueira ou Puma, onde temos produção de celulose e o Puma II sendo
a primeira fase já em produção e que tivemos lá uma parada, conforme planejado, de escopo
maior, o que significa mais dias de parada e que isso naturalmente impactou o CPV por tonelada
porque você terá uma menor diluição de produção no custo fixo nesse segundo trimestre, tá.
Apenas como uma referência, a nossa parada geral na unidade do Puma teve 6 dias a mais do que
no ano passado, especialmente em função das interligações que estavam planejadas,
desgargalamento para a partida da Máquina 28. Cristiano Teixeira: Farid, só eu falei que ia
comentar algo que eu esqueci e aí sigo aqui na fala do Marcos sobre custos, inflação. Marcos e eu
estivemos semana passada na Europa, visitamos 6 dos principais pares do setor na Europa um
pouco para entender visão global de mundo, expectativas, ameaças, riscos geopolítico, como cada
empresa vê, a gente costuma fazer isso para manter essa relação republicana e saudável sobre
visão de mundo do setor, e nesse contexto a gente saiu com uma impressão – que não é diferente
da nossa – de uma preocupação de custo de mão-de-obra, europeus e americanos enfrentando
reajustes salariais que não era exatamente a, vamos falar, a rotina depois do período pós-guerra,
então é uma realidade, obviamente o custo energia e etc., e tudo isso se reflete aqui para nós
também. Então, a preocupação de inflação ela segue difícil para todos nós no setor mundo afora.
Márcio Farid: Muito obrigado, pessoal. Muito obrigado pelos detalhes, ficou super claro. Boa sorte
aí e bom trabalho no segundo trimestre. Operador: Obrigado. Encerramos a sessão de perguntas e
respostas. Seguimos com as considerações finais. Cristiano Teixeira: Quanto ao segundo trimestre
de 2023, nossa percepção se mantém de um mercado desafiador, com um cenário global de
inflação de continuidade na deterioração de preços em celulose e Kraftliner minimizados pelo
modelo de negócio integrado da Klabin na unidade embalagens e na demanda do segmento de
consumer. Adicionalmente, tivemos em abril, agora no início do segundo trimestre, a parada geral
da unidade de Puma, ela foi estendida, que o que reduziu volumes de produção, porém, tendo
realizado com sucesso a interligação com a nova máquina de cartões. Com isso, atingimos 92% do
cronograma de implantação da Máquina 28 com o startup previsto agora para o mês de junho
próximo, reforçando a posição da Klabin em segmentos altamente resilientes e com demanda
global crescente. Dado o contexto de mercado ainda complexo, nos manteremos vigilantes no foco
da eficiência operacional com controle de custos e otimização de mix de produtos e mercados.
Agradeço a participação de todos e espero vocês na próxima divulgação de resultados da Klabin.
Operador: A teleconferência da Klabin S/A está encerrada. Agradecemos a participação de todos.
Tenham um bom-dia

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