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Manual
Ana Espinha
Raquel Âmbar
Novembro de 2008
Uma produção
2
Entre as condições humanas é comum gostar-se de movimentos e de
mudanças. Viajar parece-me útil porque o espírito terá nisso um
contínuo exercício ao encontrar coisas novas e desconhecidas
Michel de Montaigne
3
ÍNDICE
Objectivos .................................................................................6
Preâmbulo .................................................................................7
2.5.2 A sinalética................................................................. 32
Caso Prático............................................................................. 63
Referências.............................................................................. 65
4
A quem se dirige este Manual
5
Objectivos
6
Preâmbulo
7
recursos económicos para o turismo, pois atraem visitantes e geram
empregos e impulsionam o crescimento económico de forma directa e
indirecta. Os itinerários turísticos formam um produto que utiliza
muito estes recursos e, ao mesmo tempo, servem para renovar os
produtos das agências de viagens, e também para criar imagens-
ícone de territórios, espaços e cidades.
8
circuitos turísticos não assegura que estes tenham procura suficiente
para garantir a sua viabilidade económica. Para tal é importante
transformá-los em verdadeiros produtos turísticos.
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eliminando logo à partida a esperança de sustentabilidade e
continuidade.
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1. Conceitos e Terminologias
Circuitos Turísticos
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Excursão
Excursionista
12
Grande Passeio
Guia Turístico
Guia-Intérprete
Itinerário turístico
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Itinerary Pad
Operador turístico
Estrutura comercial que tem por objecto vender produtos turísticos,
quer directamente através das suas próprias redes de distribuição,
quer através de retalhistas, quer ainda através de subcontratação a
outro operador turístico.
Pacote Turístico
14
Pequeno passeio
Percurso
Produto turístico:
Produtor turístico
1
Prontuário Turístico de Celestino Domingues
15
directamente ao consumidor final. Podemos dizer que este é o
fabricante (ex: hotéis, rent-a-car, animação, transportes..).
Rota
Sazonalidade
A Sazonalidade turística é um fenómeno causado pela instabilidade
entre a oferta e a procura em determinados períodos do ano, ou seja,
decorrem de tempos a tempos, diferenciando-se entre época baixa e
época alta. As estações do ano, férias escolares e de trabalho são
factores que influenciam fortemente a sazonalidade da procura
turística.
Seat Only
Visita
16
Visitante
17
2. Planeamento e Concepção de Itinerários Turísticos
18
Devemos destacar que os itinerários não têm de ser construídos só e
apenas para turistas ou excursionistas, pois os residentes podem ter
um papel importantíssimo no que toca à sua procura. Para além de
potenciais consumidores os habitantes locais também assumem um
papel relevante como parte integrante dos itinerários, quer tanto na
didáctica para os espaços como no auto-conhecimento da própria
cidade através de passeios de sociabilidade.
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nuclear, para que se possam efectuar as alterações atempadas que
se mostrem necessárias com o passar do tempo.
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No que se refere à avaliação dos recursos, esta implica, como já
referimos, o estabelecimento de hierarquias. Estas são função da
importância e singularidade de cada recurso, podendo este ser
classificado como tendo interesse internacional, nacional, regional ou
local. Para o cálculo destas hierarquias considera-se as várias
referências que cada recurso tem nos materiais promocionais, quer
os que se apresentavam em suporte electrónico (páginas web,
multimédia..), quer os disponíveis em papel (folhetos, roteiros,
guias..).
3. Recursos Etnográficos.
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actividades de animação e diversão..) e serviços de informação
turística que a região oferece e que perpetuam o desenvolvimento do
local.
1. Equipamento geral
Infra-estruturas
- telecomunicações e correios;
- diversos abastecimentos;
- comércio;
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- instalações e serviços comunitários (administração pública,
saúde, cultura, segurança e ordem pública, etc.);
- parques de estacionamento;
- portos e aeroportos;
Estruturas ou Superestruturas
- alojamento turístico;
- agências de viagens;
- operadores turísticos;
- restauração;
- animação;
- centros de congressos;
- comércio; etc.
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Acolhimento e cultura
- música;
- dança;
- gastronomia;
- vinhos;
- expressões de religiosidade;
- actividades desportivas;
- diversas outras actividades artísticas;
- outras formas de animação; etc.
Direcções
2 Terminologia técnica utilizada que significa deslocação dos fluxos de fora para dentro de um país.
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todos os serviços e respectivas tarifas e taxas. Nesta podemos incluir
também as agências de viagens, operadores turísticos e
intermediários virtuais, na medida em que são estas empresas que
contribuem, muitas vezes, para o sucesso de uma região turística.
Por muita oferta de recursos turísticos, infra-estruturas, estruturas
(equipamentos) e cultura que uma região possua, se não existir uma
comercialização intensa por parte daqueles intermediários todos estes
componentes não serão suficientes, por muito bons que sejam, para
atrair um número razoável de visitantes que permita uma
rentabilidade turística satisfatória.
25
1993), é nuclear a realização de uma avaliação preliminar do
potencial turístico da região.
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Os métodos de classificação e inventariação de recursos constituem
um primeiro passo na análise do potencial turístico, mas o valor real
do potencial de um território não se mede unicamente pelo número
de atractivos de que dispõe mas, igualmente, pela qualidade dos
mesmos. Esta é a função das técnicas de avaliação que, como
instrumentos de planeamento, têm por objectivo estabelecer uma
medida do valor sobre que fundamentar a tomada de decisões num
processo de planeamento.
Primeiro,
quem elabora os itinerários deve estar no contexto sociocultural no
qual se insere o itinerário, conhecer o funcionamento do grupo
humano que vai interpretar e os recursos potenciais. Isso pode
significar uma ajuda para uma melhor comunicação com os locais e
visitantes.
Segundo,
é muito importante estudar os visitantes, potenciais e reais, o seu
número, as suas expectativas, as suas motivações, o seu perfil
sociocultural, os seus rituais, as idades, a saúde dos participantes,
clima, alimentação e itinerários no local de destino. Porque ao
conhecermos melhor o consumidor teremos maior possibilidade de
desenhar um itinerário à medida dos seus desejos, bem como
escolher as melhores palavras para a descrição dos locais, e assim
satisfazê-lo e conquistá-lo.
Terceiro,
inventariar e diagnosticar muito bem todos os recursos turísticos
primários, secundários e complementares da região-destino, que
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permita o ajuste correcto e indicado entre produtos e serviços do
itinerário.
Quarto,
definir objectivos claros e precisos
Quinto,
desenhar um roteiro de acordo com um argumento ou uma temática
específica e entusiasmante.
Sexto,
Contactar e organizar atempadamente com todos os intervenientes
do itinerário, de forma directa (presencial ou telefónica) e por escrito,
sempre, no sentido de evitar surpresas desagradáveis com o
esquecimento por parte de algum destes agentes.
Sétimo,
Envolver a comunidade local no roteiro, estabelecendo acordos e
comprometimentos de demonstrada rentabilidade.
Oitavo,
tratar da comunicação e interpretação do itinerário, através de
diferentes suportes, desde um folheto até um cartaz ou uma página
web, por exemplo.
Nono,
preparar muito bem o texto a proferir no acompanhamento do grupo,
considerando que a interpretação do património cultural e natural
tem os seguintes objectivos:
fazer a apresentação relevante para a experiência do
visitante;
provocar positivamente e instruir o visitante;
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tornar agradável a experiência do visitante; e
estimular a curiosidade do mesmo.
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De um modo geral, o itinerário recorrerá a caminhos já existentes. É
raro um itinerário exigir a criação de um percurso a partir do zero,
salvo se existirem condições ou restrições excepcionais: necessidade
de ligar dois troços ou dois caminhos já existentes; desaparecimento
físico do caminho de origem devido à acção humana, ou por razões
naturais (deslizamento de terrenos). Se formos buscar o exemplo de
itinerários pedestres, serão necessárias obras de arranjo do caminho,
frequentes, para o adaptar à prática do passeio pedestre. Vejamos:
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2.5.1 A escolha do traçado
Exemplo
Na zona LEADER de West Cornwall (Inglaterra, Reino Unido), onde o
projecto de turismo de passeio pedestre visava os caminhantes não
assíduos, os circuitos não excedem 18 km, ou seja, meio dia de marcha. Os
itinerários foram concebidos de forma a passarem perto dos restaurantes e
dos sítios turísticos, a fim de favorecer a visita dos sítios à tarde, depois do
passeio. Por último, a repartição geográfica dos itinerários deve permitir
que cada visitante efectue vários passeios a partir do sítio do seu
alojamento, procurando incitá-lo a prolongar a sua estadia
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2.5.2 A sinalética
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A balizagem pode ser completada por outras sinaléticas, sobretudo
um painel colocado à partida dos itinerários com um plano geral do
circuito, o código de balizagem, a duração e a distância, as regras a
respeitar, as informações turísticas, etc. O itinerário turístico (ou a
região) deve dispor de um sistema de sinalização com uma
identidade e imagem gráfica homogénea, que permita ao consumidor
reconhecer em qualquer momento a informação que se oferece sobre
o itinerário. A sinalética dos itinerários turísticos deve ter em
consideração quatro tipos de sinalização para os consumidores destes
produtos:
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guia está sempre com o grupo, a missão deste acompanhante tem a
ver ao mesmo tempo com a orientação no terreno, a logística e a
animação. Se é verdade que é preciso possuir as competências
técnicas e o conhecimento do terreno, o mais importante é a
capacidade de relacionamento necessária à animação e gestão de um
grupo e, por vezes, ocupar-se de pessoas em situação de aflição
(cansaço, stress, afastamento de casa, etc.).
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Projectar uma imagem positiva da terra e das pessoas;
35
os riscos que o seu mercado envolve. A última confrontação destes
dois elementos (forças e fraquezas / oportunidades e riscos)
permitirá, então, determinar uma “posição estratégica de sucesso”
para o território.
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Experimentação na óptica da população
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financiadores eventuais, mesmo locais, que tendem a tomar em
consideração a sua evolução.
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suportes de informação;
serviço de transporte das bagagens;
alojamento e restauração;
guias, comentários, visita às curiosidades históricas;
viagens organizadas;
oferta combinada de transportes públicos;
actividades desportivas e de tempos livres;
certificado de caminhante, etc.
Exemplo:
Partindo de um tema cultural relativo à “região” ou à paisagem, operadores
locais do Havelland (Brandeburgo, Alemanha) conceberam um produto
turístico individualizado com base na vida do escritor Theodor Fontane
(1819-1898). A combinação “Fontane-Havelland” confere ao território um
atractivo exclusivo. Foi possível, a partir daí, construir uma imagem e
centrar a estratégia de comercialização turística em torno do tema
“Descobrir o Havelland seguindo as pegadas de Fontane”. Por sua vez, este
tipo de articulação pode ser enriquecido e transferido para outros
segmentos ou categorias de oferta, sempre com conteúdos específicos.
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3. Divulgação e Comercialização de um Itinerário
Turístico
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gosto dos mesmos. Por outro lado, temos as variáveis endógenas,
relacionadas com os factores em que o responsável pelo planeamento
pode ter uma influência mais ou menos directa. Neste conjunto estão
a variedade (quantidade) e tipos de fontes de informação relativos ao
destino, em cujo desenho/definição deveria estar o responsável pelo
planeamento. O papel deste agente é crucial, já que um esquema de
planeamento corresponde ou deveria corresponder a uma série de
objectivos concretos e a imagem projectada deveria ser muito similar
à desenhada ou procurada no processo de planeamento.
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se fotografa e, noutras situações, as imagens não estão relacionadas
com o texto que as acompanha. Relativamente aos idiomas
utilizados, os folhetos são escritos normalmente na língua local e em
inglês, embora já se encontre muito folhetos em vários idiomas.
Ainda no que toca ao conteúdo dos folhetos, estes devem apresentar
apenas informação precisa, acompanhada de fotos e mapas3. Pode
enriquecer-se um folheto com informação facilitada, ou seja, os
preços e horas de visita. Como conclusão, os pontos fracos dos
folhetos prendem-se com o facto destes serem essencialmente
informativos, com apresentação de informação básica e com a
ausência habitual de horários de funcionamento e preços. O seu
conteúdo não inclui dados, para podermos considerá-los como
invólucros do produto turístico. Por outro lado, os pontos fortes dos
folhetos são a qualidade e quantidade de informação útil que
oferecem dos locais, para além da presença de mapas e planos.
3
Orienta e contextualiza geograficamente a região. É também uma ferramenta de divulgação das
actividades e serviços oferecidos e estimula a visita dos municípios contemplados no Roteiro.
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divulgação (instrumentos) que visam aumentar a notoriedade dos
produtos e das marcas. Vejamos alguns deles.
Publicidade
Alvos de grande dimensão.
Mensagens curtas devido ao custo dos meios e ao pouco
espaço disponível;
Principais suportes: televisão, imprensa, rádio e cartazes
publicitários (outdoors).
Objectivos: notoriedade; estimula a compra; informativo.
Patrocínio e mecenato
Duas variáveis claramente adequadas à comunicação da
empresa.
Raramente utilizadas para uma marca específica.
Efeitos de médio e longo prazo.
As acções têm de ser escolhidas através da adequação
entre os públicos-alvo do evento ou entidade patrocinada,
e a estratégia de comunicação da empresa.
Objectivos: associar a marca à missão cultural; transmitir uma
imagem saudável e apoiante das questões socioculturais.
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Relações públicas
Variável mais utilizada para públicos internos ou grupos
de influência específicos do que para os consumidores
finais.
Efeitos de longo prazo.
Objectivos: trabalhar a imagem, credibilização e envolvimento do
consumidor com a marca. Este instrumento é muito importante em
épocas de crise.
Promoções de Venda
Planeamento e operação quase simultânea.
Gera resultados a curto prazo.
Muito utilizada para rodar stocks.
Pode sobrepor os objectivos de curto prazo à estratégia
global da marca.
(e.g. paga 1 entram 2; descontos; comissões...)
Objectivos: estimula a compra, a experimentação ou o escoamento.
Merchandising
Colocação do produto na loja.
Interage com o consumidor no local de compra.
Os resultados obtidos são, em regra, de muito curto
prazo.
Objectivos: estimula a compra ou a experimentação; “transporta” a
marca.
Literatura de vendas
Divulgação facilitada.
Gera resultados a curto prazo.
Atinge vários segmentos de mercado.
(e.g. brochuras, folhetos e catálogos).
Objectivos: Informativo; atracção de pessoas ao espaço.
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Visitas educacionais e de familiarização
Atinge líderes de opinião.
Divulgação através da experiência directa.
Criar familiarização entre o cliente e o produto/serviço.
Objectivos: Divulgar pelo empirismo; experimentação; Informativo;
atracção de pessoas ao espaço.
«Boca a orelha»
Variável de comunicação muito resultante, positiva e
negativamente.
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Variável não controlável.
Espalha-se morosamente.
Alvos não definidos e de dimensão média ou reduzida.
Presença em directórios
Variável de comunicação prestigiante.
Permite trabalhar a imagem da marca consoante o
âmbito do directório.
Alvo definido e muito específico.
Efeitos a médio prazo.
Objectivos: fidelização; informação dos produtos ou serviços;
estimulação da acção de compra; credibilização da marca.
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Fornece aos utilizadores subscritos a informação
desejada da sua empresa.
Anuncia novos produtos e serviços.
Campanhas de marketing
Nova forma de ganhar clientes.
Concursos online ou um jogo pode trazer imensa
publicidade e novos clientes.
Permite conhecer os resultados da campanha.
e-Mail Marketing
Forma de marketing muito popular e pode alcançar
resultados impressionantes.
Fornece agilidade e versatilidade como canal de
comunicação.
Deve ser praticada com o cliente que autorizou este
canal (Opt-in).
Permite conhecer melhor o cliente, atender as suas
necessidades e poder oferecer o produto/serviço
que este pretende.
e-Mail Marketing não é Spam (envio de e-mail para
listas não autorizadas).
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importância do orçamento necessário. Para uma campanha de
publicidade, os planificadores de meios privilegiam em geral as
revistas especializadas, mais acessíveis e que visam um público
específico. A imprensa regional pode constituir um apoio eficaz se se
pretender visar uma clientela de proximidade.
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3.2 A Informação
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Raramente a publicação de um guia do percurso é lucrativa, com
excepção dos que se referem a destinos e itinerários muito
procurados, que não têm necessidade de um plano de
desenvolvimento. Por conseguinte, é pouco provável que um editor
assuma o risco financeiro. A edição será então assegurada e
financiada pela estrutura encarregada do desenvolvimento do turismo
de passeio (é o caso de numerosos grupos LEADER). A edição
também pode ser confiada a um editor privado (que terá a vantagem
da experiência no que se refere à distribuição da obra), mas
mediante o pagamento de uma ajuda financeira.
50
caminhantes dos clubes existentes na região a deslocar-se, felizes por se
encontrarem nos abrigos de etapa. Progressivamente, o público foi-se
alargando e começou a funcionar a imaginação para renovar o prazer:
passeios sobre o tema da gastronomia, passeios nocturnos, passeios
subterrâneos, etc. Actualmente, o Festival tem duas edições anuais,
dirigidas a um público sempre em crescimento de vários milhares de
participantes. Em cada edição é programada uma centena de passeios.
Evitar guiar grupos muito grandes nas visitas, para não saturar a
capacidade de carga desses locais em receber visitantes e evitar os
impactos negativos do turismo de massas.
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Pensar o itinerário como uma forma de redistribuição territorial e
social da riqueza.
forma de vida;
comportamentos;
expressões de religiosidade;
museus;
espectáculos;
folclore;
gastronomia; etc.
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público desfrutar dos encantos naturais ou interesses culturais longe
da confusão cosmopolita, dando resposta ao aumento da procura e
desenvolvimento das actividades de ecoturismo. Como exemplos
temos:
itinerários pedestres
cicloitinerários
itinerários ornitológicos
Natureza (generalizada)
Áreas naturais não classificadas, quase sem intervenção humana.
Reservas naturais
Áreas classificadas como habitats de fauna e flora e onde o homem
intervém, de forma natural, a favor da manutenção das espécies;
Paisagem protegida
Área que possui paisagens naturais ou humanizadas de valor estético
regional ou local;
Jardins
Composto por elementos naturais organizados pelo homem
Parque Nacional
Área com ecossistemas pouco alterados pelo homem, amostras de
regiões naturais características, paisagens naturais ou humanizadas,
locais geomorfológicos ou habitats de espécies com interesse
ecológico, científico e educacional.
Parque natural
Áreas naturais quase sem intervenção humana, que apresenta uma riqueza
ímpar das suas paisagens e ecossistemas, revelando-se com elevado valor
ecológico, estético e científico.
Monumento natural
53
Aspecto natural de forte valor ecológico, estético, cultural ou científico,
devido à sua singularidade ou representatividade ambiental.
3.4 A Comercialização
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• Monitorizar um plano de contingência, para fazer face a
eventuais problemas que possam surgir, tanto com o próprio
produto como com o ambiente envolvente.
• População;
Redes de distribuição:
• Receptivos locais;
• Agências de viagem;
• Empresas;
• Escolas;
• Clientes directos.
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complexidade da sua colocação no mercado. Assim, é muito
importante conhecer os grandes princípios que presidem aos circuitos
de comercialização, que são relativamente complexos.
Produtor
Operador turístico
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agregados a uma rede de distribuição que integra operadores
turísticos. A sua forma de comercialização passa, quer pelo recurso
ao telefone, telemática e Internet, quer sob a forma de lojas físicas
instaladas nas regiões emissoras. Para além deste modelo, as
agências de viagens podem apresentar-se também como estruturas
institucionais ou com origem em instituições locais, que asseguram
por vezes a comercialização dos produtos relativos ao seu território
(associações turísticas regionais, por exemplo). A sua intervenção
está muitas vezes associada a um forte envolvimento prévio das
autarquias e dos agentes locais na montagem de itinerários turísticos.
57
correio, participação em feiras, etc.). O tempo consagrado a estas
tarefas e ao contacto com o cliente potencial também deve ser
tomado em consideração.
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A venda pelos operadores turísticos inicia, regra geral, com o
interesse manifestado pelos operadores turísticos generalistas nos
produtos “itinerários turísticos” da região, devido à sua peculiaridade.
Estes grandes generalistas compram directamente aos produtores (o
que é raro, porque preferem através de agências receptoras) ou
passam por outros operadores turísticos especializados, que
desempenham o papel de subcontratantes. Vendem através da sua
rede própria e/ou pelas redes de agências independentes. Os
operadores turísticos especializados vendem em parte eles próprios
(comercialização integrada) e actuam como subcontratantes de
outros operadores turísticos. Segundo um princípio normalmente
admitido, os preços de venda ao público são comparáveis,
independentemente do modo de comercialização. A única alteração
será a repartição da margem pelos diferentes intermediários.
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No que concerne à determinação dos preços de um produto turístico
revela-se sempre uma grande complexidade e nem sempre é fácil
encontrar o melhor valor. O preço não se impõe, sendo o resultado
de uma resolução antecipada, adoptada em função do preço de custo
do produto, das características da procura e da situação da
concorrência. A primeira coisa a fazer é calcular o preço de custo do
produto, integrando diferentes componentes. Para começar pelo mais
fácil, separam-se primeiro as despesas ligadas ao desenrolar ou à
própria existência do produto. Algumas despesas dependem do
número de clientes: a restauração ou a alimentação, o alojamento,
etc. Outras são fixas, qualquer que seja o número efectivo de
participantes: a remuneração do acompanhante, o aluguer do
veículo, etc. O cálculo será ainda mais fácil se estes custos forem
facturados por terceiros. As despesas de produção, de promoção e de
comercialização, ocorrendo a montante do acto de venda da
prestação (ou do produto), verificam-se em todos os casos. Se a
comercialização passar por um operador turístico ou por uma
agência, estes agentes chamarão a si estas acções. Se os prestadores
ou os produtores comercializarem directamente, não poderão fazer
essa economia. Para calcular adequadamente as despesas de
promoção e de comercialização, importa não só integrar as despesas
externas (o custo da publicidade por correio ou de um anúncio no
jornal local), mas também o tempo despendido com a
comercialização. Por último, as despesas de estrutura também fazem
parte do preço de custo do produto: na altura própria, será
necessário comprar um novo computador para elaborar os
orçamentos ou as fichas dos produtos, ou renovar a casa de jantar
para os hóspedes, etc.
60
específica. A margem prevista pode variar em função das
necessidades e dos objectivos do agente económico: criar um novo
mercado, aumentar o volume de negócios, remunerar melhor o seu
trabalho, etc. Na definição do preço de venda intervêm também
apreciações mais subjectivas sobre os níveis de preços aceitáveis pela
clientela e sobre o posicionamento em relação à concorrência. Assim,
definir um preço comportará sempre uma parte de jogo. A maior
parte das vezes o preço de venda não será único e imutável,
correspondendo antes a uma tabela de preços aplicada em função de
diversas variáveis:
61
A remuneração do retalhista varia entre 8 e 10% do preço de
venda.
62
Caso Prático
Dia 2: Valladolid
Pequeno-almoço às 9h00. Saída da unidade hoteleira às 9h30 para realizar
um percurso pelos locais mais emblemáticos da capital de Castilla y León. A
Praça Maior com os seus espaçosos e animados núcleos de vida
vallisoletana, nela se pode ver a Prefeitura em frente do Teatro Zorrilla e
entre ambos a estátua do fundador da Cidade de Valladolid, o Conde
Ansúrez; a bonita e iluminada Fonte Dourada, dedicada aos antigos ofícios.
Continuando o percurso passando pela Catedral construída no século XVI; a
Universidade presidida pela escultura de Miguel de Cervantes; e a Igreja de
Santa Mª da Antiga.
O almoço está marcado para as 14hoo no hotel. A tarde é livre.
Prosseguindo se o jantar e o regresso aos quartos.
63
monumentos mais importantes de Burgos, a Cartuja de Miraflores. Aqui
admiraremos o seu maravilhoso altar, repleto de baixo relevo bem como
dos túmulos do irmão e dos pais da Rainha Isabel, a Católica. Dentro do
recito podemos contemplar a singular figura de San Bruno. Terminaremos a
visita a Burgos ao realizar um passeio pelos locais mais emblemáticos,
começando pelo Parque de Espalón, ao qual se soma o antigo Arco de Santa
Maria, nele contemplamos várias esculturas entre elas a do Fundador de
Burgos, Diego Rodríguez Porcelos; O imperador Carlos I de Espanha e V de
Alemanha; e o juízes de Castilla. Após cruzar este arco, encontra-se a praça
da Catedral – as suas torres folhadas – após passagem por este local,
passará pelas suas ruas em formas de arco chegando assim à Praça Maior,
onde se encontra a Câmara Municipal da cidade. O regresso a Valladolid
está marcado para as 19h30, prosseguindo-se o jantar e o regresso aos
quartos.
Dia 5
Valladolid – Zamora – Parque natural de los Arribes del Duero – Valladolid
Após o pequeno-almoço inicia-se mais um dia de visita, desta vez por
Zaragosa, onde reza o dito popular que Zaragosa não se ganhou numa
hora’. Esta visita terá como principal objectivo conhecer as ruas da cidade e
as praças mais importantes. A praça de Viriato, onde se encontra o Palácio
dos Condes de Alva e Alister convertido hoje no Parador Nacional de
Turismo. Seguir-se-á para a Praça Maior do século XV onde almoçaremos
aprox. às 14:00 h. Pela tarde (às 17:00 h.) visitaremos o Parque Natural
dos Arribes do Douro, maravilhoso enclave onde conheceremos a fauna e
flora do lugar acompanhada de uma magnífica paisagem, realizaremos um
formoso passeio em barco para entrarmos nos impressionantes e abruptos
lugares graníticos que percorrem o rio, numa zona fronteiriça entre Espanha
e Portugal. Navegaremos entre duas águas e contemplaremos o enclave do
povo português, Miranda do Douro. Ao finalizar as nossas visitas do dia de
hoje regressaremos a Valladolid às 20:30 h. aprox., jantar e alojamento.
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Referências
65
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