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Esta obra foi publicada pela primeira vez em 2020 por Ramiro Marques Inchuauspe. Direitos
autorais © 2020 por Ramiro Marques Inchauspe. Todos os direitos reservados.

ISBN (Registro Biblioteca Nacional): 978-65-00-02427-2

As informações incluídas neste livro são apenas para fins educacionais. Não se destina ou

está implícito como substituto do aconselhamento médico profissional. O leitor sempre deve

consultar seu médico/ nutricionista/ fisioterapeuta / psicólogo/ treinador, para determinar a

adequação das informações para sua própria situação ou se tiver alguma dúvida sobre uma

condição médica ou plano de tratamento.

A leitura das informações deste livro não constitui uma relação médico-paciente.

O autor / proprietário não reivindica nenhuma responsabilidade a qualquer pessoa ou

entidade por qualquer responsabilidade, perda ou dano causado ou supostamente causado direta

ou indiretamente como resultado do uso, aplicação ou interpretação das informações aqui

apresentadas.
RAMIRO MARQUES INCHAUSPE

MANUAL DA BANDAGEM FUNCIONAL

1ª Edição

Porto Alegre / RS - 2020

ISBN: 978-65-00-02427-2
Sobre o Autor

Desde muito jovem se destacou no âmbito esportivo como atleta de Handebol, chegando a

defender as seleções brasileiras de base sub 16 e sub 17. Na faculdade cursou Fisioterapia e

Educação Física, com bolsa atleta integral. Desde os primeiros semestres conciliou aulas,

treinamento e participação em projetos de pesquisa e extensão, onde encontrou sua paixão a

reabilitação e treinamento. Durante a graduação participou como estagiário das Olimpíadas

Escolares com a delegação do Rio Grande do Sul, Jogos Universitários Brasileiros e Projeto Brasil

Olímpico 2016.

Em meio a todos estes projetos realizou o curso de formação de oficiais de basquetebol

promovido pela Federação Gaúcha de Basquetebol. Em pouco menos de um ano foi promovido a

árbitro nacional da modalidade e convidado a participar do Novo Basquete Brasil – NBB, o segundo

maior campeonato das américas atrás apenas da NBA norte-americana. Já no ano de 2014 foi

indicado para fazer parte da Federação Internacional de Basketball – FIBA, conseguindo a

aprovação e o título de árbitro internacional.

Inquieto, esta é a palavra para definir nosso autor. Após terminar a graduação, buscou

imediatamente continuar os estudos através de especialização em treinamento neuromuscular e

fisioterapia desportiva, mestrado em saúde da criança e do adolescente e doutorado em ciências


da reabilitação. Novamente, junto aos estudos, outros projetos estavam por vir, a criação do

departamento de Aptidão Física Junto a Confederação Brasileira de Basketball – CBB e,

posteriormente, foi convidado para realizar o mesmo projeto junto a Federação Internacional de

Basketball – FIBA (Órgão máximo do esporte mundial). Junto a esses novos desafios vieram convites

para lecionar em cursos de Graduação e Pós-Graduação, participar de grandes eventos científicos,

coordenar o controle de aptidão física nos Jogos Pan Americanos Lima 2019 e Campeonato

Mundial de Basquetebol China 2019.

No doutorado em Ciências da Reabilitação visou a criação de uma metodologia de

reabilitação e treinamento: Cinesioterapia Funcional - Reabilitação e Treinamento Funcional, tendo

artigos e livro publicados sobre o tema. Nosso autor buscou formação internacional nas áreas da

reabilitação e do treinamento físico e treinamento funcional, com diversos cursos como: Kettlebell

junto a Kettlebell Academics, Strongfirst, CORE 360, FIFA, Polar Team Pro Analysis, além da

formação nos métodos de bandagem funcional (MacConnell e Kinesio Taping by Kenzo) além de

toda sua experiência de quase dez anos trabalhando com essa ferramenta fantástica.

***

O intuito deste projeto inovador é levar o conhecimento deste conceito e metodologia

incrível ao maior número de pessoas possíveis. A ideia é passar um pouco do conhecimento teórico

e prático e os fundamentos e conceitos necessários para o entendimento e aplicação. O livro ilustra

e define muito bem todos os conceitos, métodos, protocolos e técnicas, mas é fundamental que o

profissional leitor realize e principalmente pratique todo o conteúdo que aprendeu antes de iniciar

com seu paciente ou aluno, pois, é a prática que leva a perfeição.


Conteúdo
introdução _______________________________________________________________________________ 3
Metodologia Cinética _______________________________________________________________________ 4

capítulo 1 ________________________________________________________________________________ 7
HISTÓRIA ________________________________________________________________________________ 7

CAPÍTULO 02 ______________________________________________________________________________ 13

CONCEITOS E MÉTODOS ________________________________________________________________________ 13


SPIRAL TAPING ___________________________________________________________________________ 14
MCCONNEL TAPING _________________________________________________________________________ 16
WHITE ATHLETIC TAPING______________________________________________________________________ 18
KINESIO TAPING ___________________________________________________________________________ 20
Cinética bandagem funcional _________________________________________Error! Bookmark not defined.

CAPÍTULO 03 ______________________________________________________________________________
sd 25

ANATOMIA E FISIOLOGIA FUNCIONAL ________________________________________________________________ 25


ENTENDENDO NOSSOS SISTEMAS _________________________________________________________________ 26
CONHECENDO A PELE________________________________________________________________________ 27
DERME ________________________________________________________________________________ 32
PLASTICIDADE ____________________________________________________________________________ 41
CAPACIDADE SENSORIAL ______________________________________________________________________ 50

CAPÍTULO 04 ______________________________________________________________________________ 59

Aspectos BIOMECÂNICOS ______________________________________________________________________ 59


CONHECENDO AS BANDAGENS __________________________________________________________________ 60
TERAPÊUTICA ____________________________________________________________________________ 64
Função muscular_________________________________________________________________________ 66
articular ______________________________________________________________________________ 71
linfática ______________________________________________________________________________ 72
Resumo________________________________________________________________________________ 78

CAPÍTULO 05 ______________________________________________________________________________ 79

Bandagem funcional ________________________________________________________________________ 79


Indicações _____________________________________________________________________________ 80
Contraindicações ________________________________________________________________________ 81
Tipos de cortes __________________________________________________________________________ 82
A
Tipos de Aplicações _______________________________________________________________________ 84
Preparo para aplicação ____________________________________________________________________ 86
MATERIAIS ______________________________________________________________________________ 89

CAPÍTULO 06 ______________________________________________________________________________ 93

Relembrando _____________________________________________________________________________ 93

CAPÍTULO 07 _____________________________________________________________________________ 120

APLICAÇÕES ______________________________________________________________________________ 120


Prevenção, estabilidade e lesões_____________________________________________________________ 121
Estimulação / ATIVAÇÃO MUSCULAR ____________________________________________________________ 138
INIBIÇÃO / relaxamento MUSCULAR ____________________________________________________________ 155
LINFÁTICAS / drenagem de edema _____________________________________________________________ 164
RESPIRAÇÃO ____________________________________________________________________________ 173
Especiais – crianças______________________________________________________________________ 180
Especiais – gestantes _____________________________________________________________________ 187
Especiais – face _________________________________________________________________________ 189
CONSIDERAÇÕES FINAIS _____________________________________________________________________
sd 191

REFERÊNCIAS _____________________________________________________________________________ 192

B
introdução
A obra em questão é a primeira edição do livro Bandagem Funcional

– Teoria e Aplicações, sendo fruto do sucesso de uma edição piloto que

demonstrou grande procura pelos profissionais da área da reabilitação e

treinamento, deixando muito claro a necessidade de fazer uma obra mais

completa pra preencher e sanar duvidas


sd sobre a bandagem funcional

elástica e rígida na reabilitação e no treinamento.

3
Metodologia e conceito
A metodologia de trabalho foi desenvolvida pelo expert Ramiro

Inchauspe com base nos fundamentos básicos da anatomia, fisiologia e

biomecânica, e também nos conceitos já existes sobre as bandagens.

Depois de realizar formações em algumas metodologias e cursos já

conhecidos, e quase 10 anos de experiência no esporte (Jogos Olímpicos,

Pan Americanos e Campeonatos Mundiais), Ramiro sentiu a necessidade

de uma abordagem diferente e principalmente um consenso sobre a


sd
aplicação das técnicas de maneira clara e objetiva.

Após anos de estudos e prática acerca do uso das bandagens

funcionais nosso Expert começou a missão de preencher a lacuna entre

teoria e prática existente no âmbito das bandagens funcionais. Outro

importante fator verificado ao longo dos 5 anos de docência é o

desconhecimento da fundamentação teórica das técnicas por parte de

estudantes e profissionais. A maioria simplesmente aplica bandagens

baseados em imagens ou figuras, sem em momento buscar alguma

certificação em um método ou sequer cursos de curta duração.

A bandagem funcional ainda é pouco explorada em toda a sua

plenitude, conceitos e métodos. Pensando nisso foi colocado ao longo do


4
livro muito mais que informações sobre aplicações das bandagens, e sim

informações sobre biomecânica, controle motor e plasticidade neural e

muscular, complexos sensoriais e a neurofisiologia da dor. O maior

entendimento dos conceitos que abordaremos irá possibilitar a escolha da

melhor técnica de aplicação com a bandagem que mais seja de acordo

com o seu tratamento ou treinamento e principalmente para os diferentes

problemas. Vale ressaltar que a bandagem é uma ferramenta que pode e

deve ser utilizada com auxílio de outras técnicas, assim o seu sucesso será

ainda maior.
sd

Uma das maiores motivações para a produção deste material foi

demonstrar algumas experiências de vida com pacientes e atletas e,

principalmente, a resposta de cada um deles com o uso da bandagem.

Queremos passar para todos os leitores que a bandagem funcional é um

recurso de baixo custo, fácil aplicação e pode auxiliar muito na

continuidade dos estímulos que buscamos em nosso tratamento

O uso da bandagem funcional é cada vez maior, e o recurso está cada

vez mais presente não só no esporte como no âmbito clínico. Hoje, além

dos profissionais da fisioterapia e educação física, temos dentistas,

fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais usando as bandagens.

5
Espero realmente que esta obra possa auxiliá-lo a entender melhor os

conceitos, métodos e aplicações da bandagem funcional, nas diferentes

patologias ou tratamentos, e principalmente que você tenha mais uma

ferramenta que vai ajudar no tratamento e reabilitação dos seus alunos e

pacientes.

Ramiro Marques Inchauspe

sd

6
capítulo 1
HISTÓRIA
O uso de bandagens é muito mais antigo do que podemos imaginar,

desde os tempos antigos esse instrumento


sd já era utilizado para o auxílio de

técnicas. Hipócrates por exemplo as utilizava após realizar uma

manipulação para corrigir um pé torto congênito, com o intuito de manter

o posicionamento do membro e prologar o efeito da manipulação.

Ambroise Paré também trabalhava com a terapia manual associada as

bandagens para correções articulares, já Nicholas Andry utilizava

bandagens umedecidas para tratar lesões de ligamentos articulares.

Talvez o uso de bandagens mais famoso do mundo se fazia no Egito

antigo, na mumificação, para a conservação dos corpos após a morte. Já

no século XVIII, o dermatologista Paul Gerson, desenvolveu as famosas

meias elásticas de compressão, utilizadas para comprimir a perna no


7
tratamento de úlceras de origem venosa, e que até hoje é muito utilizada

para tratamentos de controle de edema de membros inferiores.

As bandagens funcionais podem ser feitas de material elástico ou

rígido, que utilizam como auxílio externo o corpo humano. As elásticas

apresentam a capacidade de se estirar, já as rígidas não se alteram. São

feitas a partir de componente químico com aderência e na maioria das

vezes não causando alergia a quem está utilizando.

Há muitas marcas de bandagens elásticas em todo o mundo. Na

década de 1970, surgiu na Ásia uma das primeiras, a Kinesio Taping®,


sd

criada por Kenso Kase. Durante anos, outras foram aparecendo, como, por

exemplo, Cure Tape® (Espanha), K. Taping® (Alemanha), Sport Tex®

(Coreia do Sul) e Physio Taping® (China). Elas foram desenvolvidas para

proporcionar maior liberdade de movimento, uma vez que as primeiras

bandagens eram rígidas.

Visando o tratamento e correções articulares, Jenny Mcconnel

apresentou em 1984 um conceito de bandagem funcional rígida, e

publicou seu estudo em 1986. Inicialmente usada para corrigir posições

patelares anormais em atletas com síndrome de dor patelofemoral.

8
Outro modo de aplicação, proposto por Kenzo Kase, em 1986,

consiste na aplicação de uma fita adesiva de algodão hipoalérgica que

pode ser deformada até 140% do seu tamanho original, tornando-se

altamente elástica e resultando em menos esforço de mecanismo, em

comparação com um tape convencional.

Considera-se que o Kinesio Taping aumenta a propriocepção,

fornecendo uma estimulação aferente constante através da pele. De

acordo com seu criador, o Kinesio Taping proporciona estímulos cutâneos

que modulam o movimento, facilitam a função muscular normal, corrigem


sd

os possíveis desalinhamentos articulares aliviando a tensão muscular,

reduzem a dor, melhoraram a circulação sanguínea e linfática, e auxiliam

na redução do edema.

Devido a grande exposição da bandagem funcional, a aquisição do

produto se tornou muito fácil. Devido as informações de diferentes

veículos de comunicação e muitas opiniões pessoas e pouca pesquisa, o

uso se tornou fácil e rápido com um custo baixa. Basicamente qualquer

pessoa pode comprar um rolo de bandagem, colocar em um site de vídeos

e se auto aplicar. Porém, assim o uso da bandagem funcional está sendo

9
feito de maneira empírica e sem nenhuma avaliação, critério ou até mesmo

profissional apto para o mesmo.

Grande parte das pessoas que utilizam as bandagens profissionais

desconhecem para que ou até o porque de sua utilização, principalmente

no que se refere a parte fisiológica da bandagem. Para o uso dessa

metodologia é necessário um conhecimento aprofundado sobre,

anatomia, fisiologia, biomecânica, dor, efeito placebo, mecanismos de

lesão, tipos de tecido entre outro. As técnicas não devem ser aplicadas por

pessoa que não sejam profissional da área da saúde e que não seja
sd

qualificada. Os profissionais precisam ter a clareza de que, se aplicada com

sabedoria e de maneira correta poderá produzir melhoras, porem do

contrário poderá causar danos.

Desde os anos 2000 as bandagens funcionais estão cada vez mais

populares e cada vez mais rápido vemos pessoas e atletas fazendo o uso

das mesmas sem um controle ou acompanhamento profissional

adequado. A bandagem funcional se tornou febre entre os amantes do

esporte após o astro do futebol David Beckham levantar a camiseta e estar

em suas costas a aplicação.

10
Figura: David Beckham, jogador de futebol.

Atualmente, a bandagem funcional é reconhecida como um

instrumento essencial para todossd os envolvidos no tratamento e

reabilitação de lesões. É amplamente utilizado não apenas para lesões

esportivas, mas também para muitas outras condições, como desequilíbrio

muscular, articulações instáveis e controle neural prejudicado. Durante o

tratamento e a reabilitação, a aplicação da bandagem ajuda no processo

de cicatrização, apoiando e protegendo as estruturas lesionadas de mais

lesões ou estresse, reduzindo assim a necessidade de tratamento

prolongado e afastamento do trabalho.

Novas técnicas estão sendo desenvolvidas constantemente para a

prevenção de lesões, que também podem ser usadas na prática geral e no

ambiente hospitalar para a população não esportiva. Uma vez dominadas

11
as técnicas básicas, cabe aos profissionais modificar, alterar e desenvolver

eles mesmos novas técnicas, sempre aderindo aos fundamentos da

bandagem.

A medicina esportiva se inclina para a mobilização precoce por meio

de terapia funcional, e a imobilização total em moldes de gesso está se

tornando menos comum. Em vez disso, é usado um suporte removível,

para permitir que a terapia continue durante toda a fase de recuperação.

Usar o método em um membro ou parte do corpo é como aplicar um

'molde flexível' que ajuda na prevenção de mais lesões e repousa a parte


sd

afetada. Moldes de fita flexíveis limitam a amplitude de movimento e

podem ser usados em muitos esportes onde suportes rígidos não são

permitidos.

12
CAPÍTULO 02
CONCEITOS E MÉTODOS
Neste capítulo vamos apresentar os conceitos e metodologias já

descritas na literatura sobre bandagem funcional. Hoje encontramos

diversos métodos de aplicações de bandagens, cada uma com suas


sd
individualidades e especificidades dependendo muito dos princípios

básicos que a norteiam. Foram encontrados quatro principais métodos na

literatura, sendo eles: Spiral Taping, McConnel Taping, Kinesio Taping,

Athletic Taping.

O mais importante é conhecer o seu paciente e saber o que ele

precisa. Assim, tendo um conhecimento geral de cada metodologia e suas

particularidades, você terá várias opções na hora de tomar a decisão e

saber qual delas será melhor para a situação específica.

13
SPIRAL TAPING
Em 1980, o Japonês Nobutaka Tanaka, médico acupunturista e

técnico em ortopedia, quando trabalhava em sua clínica, usando

bandagens em lesões no corpo de atletas, percebeu que de acordo com

a direção do enfaixamento, se para direita ou esquerda, a dor da lesão

aumentava ou diminuía. Foi então, por meio dessas experiências que,

pesquisando a relação entre músculo e articulação, percebeu que o

equilíbrio do local a ser tratado estava relacionado com o ponto


sd
correspondente do lado inverso a cada articulação ultrapassada. Com isso,

ao utilizar sua descoberta, obteve excelentes resultados em tratamentos

de doenças crônicas como as lombalgias.

Com colagem de fitas adesivas, em lugares determinados e com

formatos específicos, provoca-se um estímulo no sistema nervoso,

havendo a liberação de substâncias relaxantes musculares, analgésicas e

anti-inflamatórias, fazendo com que essa terapia seja indicada para

doenças osteomusculares.

Em 1985, concluiu que ao utilizar uma simples fita de esparadrapo,

comum ou especial, adotando alguns critérios ou testes, onde se

observava os fluxos da energia: se para direita ou esquerda, largura das


14
fitas, checagem da dose do estímulo, muscular ou articular, anterior

posterior, etc. ele podia atenuar ou eliminar dores e até restabelecer, por

completo, o equilíbrio físico e energético de partes do corpo lesionadas,

dos seus pacientes. Finalmente, por meio de estudos, chegoh-se a

conclusão que a técnica possui embasamento científico.

Finalmente em 1994, a Spiral Taping se tornou conhecida no Japão

em virtude da competição HAKONE EKI-DEN (maratona de revezamento

mais famosa e tradicional desde 1920) A Universidade de Yamanash

ganhou a competição, estabelecendo um novo recorde com a ajuda da


sd

Spiral Taping.

Essa técnica vem ganhando espaço no tratamento para alívio da dor,

na reabilitação neuromuscular e até em harmonização energética do

organismo. Trata-se de aplicação de tiras de esparadrapo, com larguras

específicas, de forma estratégica e sem medicamentos, nas áreas afetadas,

tendo efeito anti-inflamatório, analgésico, de sinergismo muscular e

proporcionando equilíbrio energético. Essa técnica tem como vantagem

não ser invasiva, apresentar baixo custo, facilidade na aplicação, rápido

resultado e acessibilidade do material usado.

15
Figura: Método Spiral Taping

MCCONNEL TAPING sd

O método McConnel Taping, foi criado na Austrália pela

fisioterapeuta Jenny McConnel, que durante anos utilizou as bandagens

rígidas na sua prática clínica, como um conjunto de técnicas para o

tratamento da condromalácia patelar. Sua pesquisa foi publicada no ano

de 1986, constatando que a técnica era eficaz no controle da dor. Em

pouco tempo seus métodos foram se popularizando pelo mundo, além de

ter sua aplicabilidade expandida para outras partes do corpo como coluna,

ombros e tornozelos.

O objetivo dos procedimentos de McConnel é atuar na recuperação

biomecânica e proativa de articulações, corrigir o deslocamento patelar

16
anormal para permitir que o paciente realize movimentos e exercícios,

diminua a dor, altere a biomecânica, abordando um dos quatro

componentes do desalinhamento que talvez precisem ser corrigidos. Estes

são; deslizamento medial, inclinação medial, inclinação anterior e rotação.

Essa técnica utiliza uma bandagem super rígida de algodão com um

adesivo forte e uma pré-bandagem sem látex (Leuko tape® com Cover-

Roll®, ou uma fita Endura®Sports com uma fita Endura®FIX) ou até mesmo

o popular esparadrapo é uma ótima alternativa para aplicação do método.

São usadas para disfunções biomecânicas articulares, como síndromes


sd

femuropatelares, por exemplo. Permanecem no paciente por mais de 12

horas e geralmente não mais do que 24 a 36 horas.

Esta foi a primeira técnica envolvendo bandagens funcionais descrita

na literatura, com certeza a que abriu portas para muitos outros métodos.

Logo, é uma técnica muito conhecida na reabilitação e no esporte,

principalmente por fisioterapeutas, profissionais de educação física e

atletas. Sua aplicação mais famosa são as botas de esparadrapo no

tornozelo.

17
Figura: Método MacConnel Taping.

WHITE ATHLETIC TAPING


sd

A bandagem Athletic é comumente confundida com o método

McConnel, por ser muito semelhante a este e possivelmente foi

desenvolvida através do mesmo. Já foi a bandagem mais utilizada

mundialmente; rígida, geralmente requer uma pré-bandagem para não

agredir a pele. É conhecida como Bandagem Funcional, que, apesar do

nome, não promove efetivamente a função devido à falta de elasticidade.

Aplica-se adequadamente a imobilizações articulares e a limitações de

movimentos não funcionais ou patológicos.

18
Figura: White Athletic Taping

As principais desvantagens sãosdo curto período de permanência na

pele, ficando geralmente, de 24 a 48 horas no paciente. Existe a

possibilidade de reação alérgica resultante da presença de látex, podendo

até causar feridas na pele.

Os objetivos gerais são; restringir o movimento de uma articulação

lesionada, comprimir tecidos moles para reduzir o inchaço, apoiar

estruturas anatômicas envolvidas na lesão, servir como uma tala ou

proteger uma tala, curativos ou curativos seguros, proteger a articulação

lesada contra novos ferimentos e durante o processo de cicatrização.

19
KINESIOTAPING
O método Kinesio Taping, foi criado no Japão no ano de 1986, pelo

quiropraxista Kenzo Kase. Utilizando bandagem funcional elástica, Kenzo

revolucionou as técnicas existentes, uma vez que, além de exercer as

funções básicas de outras bandagens, permitia também que o paciente

não perdesse a amplitude de movimento e tão pouco a função dada ao

seguimento afetado.

Quando o Kenzo Kase estava desenvolvendo


sd a técnica, após anos de

pesquisa com diversos materiais, desenvolveu um tipo de fita aderente

com características semelhantes a pele humana, com relação a

elasticidade e a textura, em resposta as limitações que ele encontrava no

tratamento de seus pacientes com o tradicional método de bandagens

rígidas.

Desde então, já foram desenvolvidos mais de vinte tipos de

bandagens, chegando à atual, a Kinesio Tex Tape Gold. Comparada as

bandagens tradicionais, é fina e complacente (pode ser estendida de 40%

a 60% do seu comprimento original), apresentando elasticidade

semelhante à da pele. Assim, vem sendo aplicada com grande eficiência

20
em atletas de alto desempenho e também na população em geral, de

recém-nascidos a idosos.

sd

A técnica foi apresentada internacionalmente pela primeira vez nas

olimpíadas de Seul em 1988. Porém, a porta de entrada para o ocidente

ocorreu somente em 1995 nos EUA e no ano seguinte na Europa. Mais

recentemente, vimos a maciça dessa técnica em diversos medalhistas nas

Olimpíadas de Athenas, Pequim e Londres. Hoje, está presente em centros

olímpicos, e reabilitação e em clínicas e consultórios espalhados por todo

o mundo.
21
Dentro os inúmeros benefícios que este método pode proporcionar,

podemos citar exemplificadamente; redução do quadro álgico por

estímulo sensorial cutâneo, correção da biomecânica articular e de funções

musculares, alinhamento de tecidos moles, como pele e aponeuroses,

melhora da circulação dos fluidos orgânicos (sangue e linfa), otimização da

reparação de lesões teciduais, alívio da compressão de tecidos moles; e

facilitação ou limitação dos movimentos, drenagem linfática, dentre

outros.

Esta é com certeza a técnica que mais despertou o interesse mundial


sd

pelo tema das bandagens e, com certeza, é atualmente a mais conhecida

entre os profissionais das saúdes e esporte.

Conceito funcional
O método foi desenvolvido no ano de 2019, pelo Fisioterapeuta e

Profissional de Educação Física Ramiro Inchauspe, com o propósito de

elaborar uma nova metodologia de trabalho onde fosse possível reunir a

reabilitação e o treinamento e que atendesse as inúmeras e diferentes

22
necessidades dos estudantes e profissionais da fisioterapia e educação

física para o uso das bandagens funcionais.

Conseguimos incluir o que consideramos de melhor em cada

metodologia e conceito sobre as bandagens funcionais chegando muito

próximo do que seria uma metodologia ideal das aplicações de

bandagens Elásticas e Rígidas.

sd

O método não é baseado apenas na colocação de uma de uma ou

mais bandagens apenas pelo fato de colocar, e sim em todo um processo

de conhecimento dos fatores fundamentais que são a base para qualquer

23
aplicação de bandagem funcional. É imprescindível a avaliação individual

e específica de cada caso, buscando o maior número de informações

sobre a causa da disfunção e os tecidos envolvidos. Saber entender, avaliar

e diagnosticar os problemas apresentados e, a partir desse conhecimento,

identificar a forma específica de aplicação com a devida tensão, direção e

correção.

Importante ressaltar que não se pode garantir que as aplicações

apresentadas neste livro resolverão as condições abordadas em qualquer

pessoa. Mesmo em situações clínica e patológicas similares, diversos


sd

possíveis desequilíbrios e disfunções podem estar presentes de diferentes

formas. Porém, as bandagens são instrumentos muito úteis e benéficos, se

utilizadas de maneira consciente e adequada.

A elaboração e aplicação de uma Bandagem Funcional deve fornecer

a adequada “dose” frente as possibilidades de resposta ao estímulo e

garantir adaptações ótimas em relação aos critérios de eficácia e

funcionalidade.

(Ramiro Marques Inchauspe, 2019)

24
CAPÍTULO 03
ANATOMIA E FISIOLOGIA FUNCIONAL
Neste capítulo vamos apresentar alguns conceitos básicos sobre

anatomia e biomecânica, para que o entendimento sobre aplicação da

bandagem funcional possa ser cada vez mais amplo e fundamentado.


sd

25
ENTENDENDO NOSSOS SISTEMAS
O corpo humano, ao longo dos milhões de anos, buscou adaptar-se

aos diferentes ambientes, desenvolvendo seu potencial físico e

psicológico. Todas as adaptações do corpo humano se dão por meio do

ambiente que ele vive, seus funcionamentos e suas manifestações. O

corpo é constituído por diversos sistemas que possibilitam melhor

integração entre ele e o ambiente, para que suas funções sejam as mais

adequadas possíveis. A integração do


sd corpo humano se dá pelos ajustes

corporais frente a estímulos sensoriais que captam informações e as

transmitem ao sistema nervoso central, as quais são interpretadas e

enviadas como resposta ao sistema osteomuscular.

Para os autores Mello (1998) e Gardne (2006) a formação dos sistemas

corporais acontece desde a vida intrauterina. À medida que o embrião se

desenvolve no útero materno, os sistemas corporais são formados ao

longo dos 9 meses, reunindo todas as informações genéticas herdadas dos

pais para a constituição física da criança. Mesmo que cada indivíduo

apresente características morfológicas distintas (variações anatômicas),

estas não se traduzem necessariamente em prejuízo funcional. Tais

26
diferenças fazem com que cada um se distinga do outro (raça, sexo,

biotipo, idade) mesmo que as funções corporais sejam iguais para todos.

Para Moore (2007), os sistemas corporais são totalmente inter-

relacionados, ou seja, dependem uns dos outros para o bom

funcionamento do corpo humano. Cada sistema, cada órgão é responsável

por uma ou mais atividades, possibilitando ao indivíduo atitudes

diferenciadas como resposta aos diversos estímulos.

Milhares de reações químicas acontecem a todo instante em nosso

corpo, seja para captar energia para a manutenção da vida, movimentar os


sd

músculos, recuperar-se de ferimentos e doenças ou manter a temperatura

adequada. O corpo humano funciona de maneira complexa promovendo

a interação de inúmeros elementos químicos, mas, ao mesmo tempo,

pode ser interpretado de modo simples porque é constituído na medida

certa. Todas as partes que o constituem funcionam de maneira integrada,

em harmonia e sincronia, para que maximizem sua potencialidade.

CONHECENDO A PELE
Sempre que prensamos na aplicação de uma bandagem, logo

buscamos identificar as alterações biomecânicas ou patologicas, e na


27
maioria das vezes não levamos em consideração um fator importante a

Pele. Para que qualquer um dos métodos seja compreendido, se torna

indispensável o conhecimento e o comportamento da pele com intuito de

melhorar os processos terapêuticos. Logo é imprescindível saber

identificar fatores que podem alterar as propriedades físicas da pele,

como: etnia, idade, peso, hábitos alimentares, genética, sexo, regiões do

corpo, disposição do colágeno, elastina e outros.

sd

Figura: Imagem emblemática sobre a pele de Valverde de Hamusco, 1556.

28
O médico belga Andreas Vesalius, considerado por muitos um ícone

da anatomia moderna, foi um dos primeiros a fazer referências sobre

estudos de pele.

A pele sadia tem a capacidade de ser extensível, a fim de não limitar

qualquer movimento ao sistema musculoesquelético. Assim, todas as

vezes que ocorre um movimento articular, a pele deve acompanhá-lo,

estirando-se na mesma direção. Na maioria das regiões, ela se estende

mais em determinadas direções que em outras; isso também se dá com a

força de tensão. Com o passar dos anos, a habilidade da matriz de tecido


sd

elástico de retornar a pele do estado estendido ao completamente

relaxado (deformação elástica) é gradualmente perdida, e a

extensibilidade é substituída por flacidez (deformação plástica), que

cumpre a mesma função de viabilizar a liberdade de movimentos.

As tensões submetidas à pele podem ser de origem estática ou

dinâmica. As estáticas são as naturalmente existentes na pele e

dependentes das características estruturais cutâneas de cada indivíduo. As

linhas de clivagem descrevem esse tipo de tensão predominante em

determinado local sem nenhuma referência às influências dinâmicas do

sistema musculoesquelético. As tensões dinâmicas são oriundas da

29
combinação de forças relacionadas com as ações musculares voluntárias,

como o movimento articular e a expressão facial. Além disso, a força da

gravidade também exerce grande influência nos dois tipos de tensão, pois

altera a magnitude e a direção das tensões locais.

sd

30
Linhas de Clivagem:

I. São as linhas de tensão ou de Langer.

II. Longitudinalmente espirais nos membros e transversais no pescoço

e no tronco.

III. Estão relacionadas à direção predominante de fibras colágenas na

pele.

sd

31
Figura: Linha de Clivagem, indicam a direção predominante das fibras colágenas na derme.

Ocorre variação de tensões na pele nos diferentes locais anatômicos

e em direções distintas, e, conforme ocorre o envelhecimento biológico, a

tensão da pele diminui. Contudo, sob a ação de uma força constante

mantida ao longo do tempo, a pele continua a estirar, como observado em

técnicas de expansão tecidual, como na gestação ou na obesidade.

DERME
sd

O primeiro conceito que vamos apresentar é sobre a derme (Pele). Se

refletirmos, essa seria toda a base para as bandagens funcionais, porém,

este conceito vai muito além de simplesmente entender a pele, mas tudo

que envolver esse sistema e suas funções.

A Derme pode ser conhecida por ser o sistema analgésico, resultante

de ações sensoriais da bandagem funcional sobre mecanoreceptores, por

meio de pressão, tensão, elevações, descompressões e trações

relacionadas a pele. Portanto, devido ao estímulo tátil superficial, acontece

a ativação dos nervos periféricos que estão presentes na pele,

proporcionando um efeito de analgesia, de acordo com a teoria das

32
comportas medulares de Melzack e Wall (1965). Segundo os autores, a

condução das informações de dor aguda e crônica transmitidas

respectivamente, pelas fibras A-Delta e Tipo C, ambas possuem um menor

diâmetro, poderiam ser inibidas pela atividade de fibras aferentes

periféricas do tipo A- Beta de maior diâmetro, ou pela atividade de vias

descendentes do cérebro relacionadas a modulação da dor.

Então, os efeitos analgésicos podem ser relacionados como um

mecanismo de (fechamento das comportas) na medula espinhal, associada

a liberação de opióides endógenos sd


a nível encefálico e medular, uma vez

alcançado determinando grau de estímulo. Desse modo, o simples contato

das bandagens, associado ao deslizamento, a pressão e a tensão da pele

permitem o alívio da dor e a sensação de desconforto local e em tecidos

subjacentes. Entretanto, o estímulo cutâneo não é a principal fonte de

analgesia por meio da bandagem funcional, mas sim, a abertura de espaço

desencadeada a nível de derme e epiderme por meio das circunvoluções

que serão apresentadas adiante.

Mecanoreceptores cutâneos: as sensações exteroceptivos incluem

tato, pressão e vibração. Embora sejam frequentemente classificadas

33
como sensações distintas, são detectadas pela mesma classe de

receptores chamados mecanoreceptores.

sd

Figura: Efeitos Terapêuticos Exteroceptivos.

Existem pelo menos seis tipos de mecanoreceptores e podemos citar

cinco como os principais exteroreceptores: Terminações de Ruffini, Discos

34
de Merkel, Corpúsculos de Meissner, Receptor do Folículo Piloso e

Terminações de Pacini.

sd

Figura: Derme e suas terminações.

Adaptação lenta -> Terminações de Ruffini e Discos de Merkel:

Respondem durante a aplicação do estímulo e continuam emitindo

PA (potencial de ação) durante a presença do estímulo (redução gradual

da frequência), detectam intensidade e duração do estímulo.

35
Figura: exteroreceptores adaptação lenta.

Terminações de Ruffini sd

Têm por característica principal a adaptação lenta a uma tensão

constante. Desse modo, se tornam indispensáveis para a sinalização de

estados contínuos de deformação da pele e dos tecidos profundos, como

sinais intensos e contínuos de tato e sinais de pressão. Já nas articulações,

atuam na sinalização do grau de rotação articular.

36
sd

Figura: Corpúsculo de Ruffini e Discos de Merkel.

Terminações multi-ramificadas situadas em camadas mais profundas

da pele e tecidos profundos. Adaptam-se muito pouco, importantes para

detecção de estados contínuos de deformação da pele e de tecidos

profundos. Presente em grande quantidade nos ligamentos periodontais.

Discos de Merkel

37
Estão localizados nas pontas dos dedos e na epiderme. São os

responsáveis por detectarem as pressões contínuas, são importantes na

determinação de texturas.

Receptores táteis de extremidades expandidas presentes em grande

quantidade na pele glaba (polpa dos dedos).

Adaptam-se lentamente. Com os Corpúsculos de Meissner, são

responsáveis pela localização exata do estímulo e pelo reconhecimento da

textura, do contorno, da forma dos objetos tocados. São mais superficiais


sd
que os receptores de Ruffini.

Adaptação Rápida -> Corpúsculo de Meissner, Receptor do Folículo

Piloso e Corpúsculo de Pacini:

Respondem durante a aplicação do estímulo e continuam emitindo

PA durante a presença do estímulo (redução gradual da frequência),

detectam intensidade e duração do estímulo.

38
Figura: Exteroreceptores adaptação rápida.
sd

Corpúsculos de Meissner

Adaptam-se rapidamente após o estímulo, sendo muito sensíveis ao

movimento de objetos leves sobre a superfície da pele e também à

vibração de baixa frequência.

Terminações nervosas em espirais.

Detectam velocidade (adaptam-se rápido, 1 segundo).

Encontrados na pelo glaba (polpa dos dedos, lábios e outras áreas).

Movimentos leves sobre a pele e vibração de baixa frequência.

39
Não respondem a estímulos de pressão contínua.

Receptores do Folículo Piloso

Estão associados com todos os pelos. Em animais concentram-se nas

vibrissas. Adaptam- se muito rapidamente.

Corpúsculos de Paccini

Também conhecidos como Adaptação Muito Rápida, estão

localizados nas camadas mais profundas da pele, estimulados por


sd
movimentos rápidos dos tecidos, vibrações e mudanças de pressões.

Respondem em um intervalo de tempo pequeno e detectam a vibração

dos tecidos ou outras alterações rápidas do estado mecânico.

Localizam-se abaixo da pele e em tecidos profundos.

Emitem apenas 1 ou 2 potenciais de ação para cada estímulo.

Adaptam-se em milissegundos.

Respondem à vibração.

40
PLASTICIDADE
O sistema nervoso é uma pedra angular no estudo de neurociências

e desde sempre exerceu grande fascínio sobre cientistas e até leigos. Um

dos temas recorrentes estudados nas neurociências é a neuroplasticidade

ou plasticidade neural, principal assunto deste capítulo. Consista em

flexibilidade e maleabilidade de neurônios e circuitos neurais para

alterações estruturais e funcionais, em resposta a uma experiência (Sale et

al., 2014).
sd

Representa uma função constante e um recurso do sistema nervoso,

que ocorre diariamente e determina a capacidade desse sistema de

adaptar-se às mudanças nas condições do ambiente, desde uma alteração

nos processos de aprendizado e memorando vasculares, desmielinizantes,

degenerativas e tumorais. Apresenta diversas configurações que, em

geral, fundamentam a capacidade do sistema nervoso de modificar sua

organização a partir de numerosas e complexas etapas temporárias que

ocorrem desde níveis moleculares, sinápticos, eletrofisiológicos e

estruturais.

41
As possibilidades de adaptação são inúmeras, e as mudanças podem

ser transitórias, com duração de alguns segundos (curto prazo) ou até

permanentes (longo prazo). Quando se consegue um prazo longo, são

capazes de produzir alterações fisiológicas adicionais que podem ser

anatômicas, como, por exemplo, uma remoção de conexões sinápticas

preexistentes e novas. Esse fenômeno ocorre desde embriogênese,

também em condições patológicas e, de modo mais significativo, em

resposta a diversas experiências e aprendizados. Na formação do cérebro

em desenvolvimento, uma experiência interativa com informações


sd

genéticas de modo que ou o fenótipo final seja uma combinação de

recursos, as habilidades serão cada uma de sua própria individualidade,

incluindo a era do bi.

Funções e células do sistema nervoso

O sistema nervoso, em conjunto com o sistema endócrino, coordena

todas as funções orgânicas. Receba estímulos recebidos dentro de um

fórum e responda a eles para manter o indivíduo em homeostase

completa. Comanda desde eventos como sensibilidade e motricidade até

fenômenos psíquicos complexos, como memória e comportamento

42
emocional. Suas células características, que operam sincronicamente, são

os neurônios e as células da glia (neuroglia ou gliócitos).

Neurônios

São unidades morfofuncionais fundamentais do sistema nervoso com

função de recebimento, processamento e envio de informações.

Altamente excitáveis, comunicadas entre si ou com células efetoras como

células musculares ou glandulares.

Apresentam duas propriedades


sd exclusivas: excitabilidade e

condutibilidade, funcionando como unidades de informação. São dotados

de: corpo celular contendo núcleo, com material genético, e citoplasma,

como as organelas citoplasmáticas; dendritos, com prolongamentos

múltiplos e ramificados, especializados na recepção da informação

(aferências); e axônio, com prolongamento delgado e extenso,

especializado na transmissão de informações (eferências). Este último, a

partir das profundezas ramificadas no seu terminal (telodendro), contém

as vesículas sinápticas, que, por sua vez, compõem o mecanismo de

neurotransmissores. Vale ressaltar a existência de microtúbulos no interior

do axônio, estruturas fundamentais para o transporte axoplasmático

43
anterógrado e retrógrado, quais são as possíveis substâncias químicas que

são causadas, respectivamente, do corpo celular ao terminal do axônio.

Os neurônios operam em circuitos ou redes neurais a partir de sinais

quimioelétricos. Apresenta vários tipos e tamanhos e pode ter ou não

bainha de mielina, ou que determina a velocidade de condução dos sinais

elétricos.

Células da glia, neuróglia ou gliócitos

São as células predominantessd do sistema nervoso. Derivada da

palavra grega glia, que significa “cola”, e forma uma matriz complexa que

fornece agregação e sustentação aos neurônios. No entanto, as estatísticas

atuais apontam que suas funções são muito mais complexas e essenciais

para o bom funcionamento do sistema nervoso. Caracterizam-se de

acordo com seu tamanho (macros e micróglia) e também em acordo com

suas funções. Pertencem ao grupo de macros os seguintes tipos de

celulares: astrócitos, células ependimárias, oligodendrócitos no sistema

nervoso central (SNC) e células de Schwann no sistema nervoso periférico

(SNP).

Dentre as células da macro e suas funções, destacadas:


44
Astrócitos: células gliais predominantes no SNC; os pés astrocíticos

ligam neurônios a capilares sanguíneos, desempenhando a função

nutritiva. Em embriogênese, apresentando papel importante no

desenvolvimento inicial do SNC, por fornecer uma via para neurônios em

reprodução, já que se estende da superfície dos ventrículos ao córtex

cerebral revestido pela pia. Adicionalmente, regule a concentração de íons

e neurotransmissores nas secções de neurônios, viabilizando, para estes,

ou restabelecendo mais rapidamente o gradiente eletroquímico normal.

Por fim, após lesões do sistema


sd nervoso, há proliferação dessas

células no tornozelo das lesões, promovendo uma cicatrização glial

(gliose), que resulta na reorganização da estrutura do tecido para

isolamento físico da área das lesões. Nesse contexto, essas células são

capazes de produzir fatores neuroprotetores como citocinas

antiinflamatórias e fatores neurotróficos, contribuindo para a sobrevivência

de neurônios.

Oligodendrócitos: responsáveis pela produção da bainha de mielina

no SNC. Um fato curioso que será abordado mais adiante na rede central,

o bloqueio por essas células, contém moléculas proteicas que bloqueiam

a capacidade regenerativa dos axônios centrais.


45
Células ependimárias: revestidas como cavidades ventriculares, o

aqueduto cerebral do mesencéfalo e o canal central da medula espinal.

Constituem os plexos corióideos e são responsáveis pela produção do

líquido cefalorraquidiano.

Células de Schwann: são responsáveis pela produção da bainha de

mielina no SNP. Em caso de lesão dos nervos periféricos, use um suporte

de apoio aos cones de crescimento regenerativo. Nessas condições

também são capazes de fagocitar e limpar o ambiente neural e os fatores

neurotróficos, auxiliar no processo de


sd regeneração.

Fenômenos plásticos

Os fenômenos plásticos podem ser classificados em: plasticidade

somática, plasticidade dendrítica, plasticidade axônica e plasticidade

sináptica (Doretto, 1996; Cohen, 2001; LundyEkman, 2008; Quaresma,

2010).

Plasticidade somática

46
Uma plasticidade somática pode ser compreendida como uma

possibilidade de alteração da capacidade proliferativa ou da morte de uma

população de neurônios em resposta a interferências do ambiente

externo. Entretanto, não apenas o controle da proliferação como também

a morte celular, ambos exercitados durante o desenvolvimento, têm um

componente genético forte e estão sujeitos a influências apenas do

microambiente neural. O mundo exterior, até onde se sabe atualmente,

não interfere nesses processos.

No entanto, pesquisas recentessdmostram que alguns neurônios têm

capacidade proliferativa (chamadas “célulastronco”) e são capazes de

disseminar e diferenciar números de tipos celulares, sejam gliócitos ou

neurônios. Esse fenômeno já foi mostrado em epítopos sensoriais, como o

olfatório, o auditivo e o otolítico, e em regiões situadas em torno dos

ventrículos laterais, que geram neurônios para hipocampo e outras áreas

encefálicas, como hipotálamo, retina, negra e amígdala.

Plasticidade dendrítica

Existem substâncias que apontam para a plasticidade estrutural ou

morfológica dos dendritos, sugerindo que o período ontogênico ocorra a

47
plasticidade nos troncos e espinhas dendríticas, e, na fase adulta, ela se

restrinja às espinhas, pode modificar os dendritos, então, por ação do

ambiente. Esse modelo plástico é de grande importância, pois é

fundamental para o estabelecimento e recuperação da memória, uma vez

que os experimentos recentes registram esses achados no hipocampo.

Plasticidade axônica

A plasticidade axônica dividida em brotamento colateral e

brotamento regenerativo. O primeiro ocorre quando um alvo desnervado


sd
é reinervado por ramificações de axônios intactos, conforme Figura 4.3. O

segundo, como resultado de lesão sobre um axônio, caracteriza-se pelo

recrutamento do coto proximal do mesmo axônio (Figura 4.4).

Plasticidade sináptica

Uma plasticidade sináptica é o maior componente da

neuroplasticidade. Sua presença na resposta ao padrão de atividade

elétrica foi postada pelo psicólogo canadense Donald Hebb, que

introduziu o conceito de que o padrão de atividade elétrica é importante

para induzir mudanças na sináptica. A Hebb incorporou, em particular, a

noção de que a atividade correlacionada entre os neurônios pré-pós-


48
sinápticos promove uma potencial atividade sináptica, ou a atividade não

correlacionada promove a interatividade-sináptica, as alterações

dinâmicas e funcionais.

sd

49
CAPACIDADE SENSORIAL
Sabemos que a seguinte afirmação será um pouco controversa para

alguns leitores, explicando em seguida: “O sistema nervoso central não

tem nenhuma ideia do que acontece na periferia!” Ao analisar os estímulos

externos como, por exemplo, ondas sonoras, ondas de luz, temperatura

etc., é possível perceber que o SNC não pode interpretar diretamente.

Torna-se necessário o auxílio de um sistema que possa codificar em


sd
atividade neural. Esse sistema se chama sistema sensorial, o qual traduz

tais estímulos na atividade eletroquímica de um neurônio, ou seja, na

linguagem compreendida pelo SNC.

Vale ressaltar a diferença entre os termos de atividade neural e

processamento neuronal. O primeiro se refere à atividade eletroquímica

de um neurônio, e o segundo, ao processamento, ou qual envolve uma

rede de neurônios. Assim, esse processamento é algo mais complexo e

aberto, não apenas como trocas de informações entre neurônios

circunvizinhos, mas também entre distintas e distantes áreas do SN.

50
sd

Imagem: Transferência de estímulo.

51
sd

Figura: Resposta cerebral a estimulação.

Um objetivo primordial dos terapeutas é que seus pacientes tenham

condições de realizar movimentos cada vez mais eficientes sem vista,

evidentemente, a individualidade de cada um. Assim, é preciso contar com

um aparelho locomotor adequado, comandado por um sistema motor, ou

receber os resultados cruciais dos processos neuronais, que ocorreram

devido a atividades neurais. Estas, por sua vez, iniciam com codificação

52
(transdução), pelo sistema sensorial, dos estímulos biofísicos em sinais

eletroquímicos. Destarte, a maioria dos trabalhos terapêuticos tem seu

início no sistema sensorial, uma porta de entrada para o universo

neurológico do paciente.

sd

Figura: Modelo de BiofeedBack Sensorial pela Bandagem Funcional.

53
É importante enfatizar e descrever ainda mais o sistema sensorial

como contribuição indispensável para o bom funcionamento do motor.

Como mencionado anteriormente, os estímulos biofísicos devem ser

capturados pelos receptores, que codificam como informações recebidas

na periferia em atividade neural. Evidentemente, não faria sentido essas

informações recém-codificadas ficariam no nível periférico, pois, para que

possam ser processados, devem ter acesso ao SNC. Assim, inicia-se a

segunda etapa: o transporte para uma parte central do SN.

Há outro processo extremamente


sd importante a ser observado: a

integração das distintas informações oriundas de variados canais

sensoriais. O SNC tem uma capacidade inestimável de integrar

informações sensoriais para arquivamentos e recrutamentos quando

necessário. Além disso, o córtex cerebral confere uma outra significante, a

percepção. Assim, arquivar e recrutar faz parte do processo de memória,

não somente o que diz respeito à memória cognitiva (p. Ex., quanto ao

conhecimento da capital de um país ou nome de um objeto), mas também

à memória neuromuscular.

Vejamos como essas integrações são importantes: imagine uma

criança cega ou com paralisia cerebral. Ela é privada de informações


54
sensoriais essenciais ao controle do motor e tem grande dificuldade para

desenvolver os sensores sensoriais homogêneos. Uma variabilidade de

informações é primordial para uma integração adequada, ou seja, o SN é

uma variável de variação, pois, existe uma maneira de aprender se há algo

para comparar; finalmente, é necessária alguma diferença.

O SN atendimento de diferenças; por isso, um dos objetivos

terapêuticos deve basear-se em fornecer uma variabilidade das

informações ao SN dos pacientes. Nesse contexto, associado, de modo

qualitativo, diferentes instrumentos terapêuticos


sd favorecem a recuperação

do paciente.

O sistema sensorial influencia o sistema motor de duas maneiras

concomitantes: (1) por retroalimentação (feedback), informações se os

movimentos intencionados pelo córtex seguem seus rumos corretos e (2)

por antecipação (feedforward) seja, antes de que os movimentos tenham

sido realizados / finalizados.

Feedback | Reativo, adaptativo

Análise uma situação hipotética: ao tentar remover os óculos, sua mão

toca a bochecha esquerda. Nesse momento, os receptores (p. Ex., Pressão


55
e pressão) informam ao SN que a mão não se encontra onde deve estar,

ocorreu um erro. Estruturas como o próprio córtex, o cerebelo e a

formação reticular, podem comparar a intenção inicial cortical e, em

seguida, ativar mecanismos neuronais para corrigir os movimentos;

ocorrer uma reprogramação do sistema motor e você mover, muito

provavelmente, a mão em direção aos óculos sobre o nariz. Essa correção

ocorre depois de uma primeira tentativa de chegar aos óculos. Ela é, então,

algo reativo, adaptativo, é uma retroalimentação.

Feedforward | Previamente, proativo,sdantecipadamente

Veja outro exemplo: você está jogando tênis e seu adversário bate

forte com uma raquete na bola. Você acompanha a trajetória inicial da bola

e pode, de acordo com suas experiências, prever onde ela tocará o chão e

para onde se direcionar. Nesse momento, todos os seus movimentos

podem contribuir para que você se posicione em um lugar adequado no

fim de um jogo de bola de boliche para o outro lado da quadra, onde

encontrar ou outro jogador. Nesse momento, o adversário lança uma bola

de tênis com efeito, de modo que ela toca o chão no local previsto, mas,

infelizmente, não segue a trajetória que você imagina. Sendo assim, você,

56
que já estava se posicionando em determinado lugar, viu que seguiu outro

caminho.

O sistema de informações visuais únicas ao SN que move, ainda que

não concluído (porque uma bola ainda não foi atingida pela volta para o

outro lado da quadra), será corrigido antecipadamente. Esse novo ajuste

motor é um somatório entre os dados do sistema visual (informações para

corrigir) e os dados informados há pouco pelos controladores (cerebelo

[CB], núcleos da base [NB] e formação reticular [FR]). Está claro que há

outros sistemas que obtêm informações


sd para corrigir e / ou adequar os

movimentos. Esses outros sistemas são o sistema auditivo, o vestibular e o

límbico, que controlam as emoções. Juntos, eles participam do controle

motor pelo mecanismo de avanço.

Neste capítulo mostramos aspectos gerais da pele e de cinco

receptores cutâneos que dão ao sistema musculoesquelético capacidade

de identificar estímulos apostos a pele, em pequenas ou grandes áreas ou

de pequena ou longa duração. Estes são os principais responsáveis,

quando estimulados corretamente, pelos efeitos benéficos da bandagem

funcional, ou seja, pela homeostase tecidual e corporal nos níveis

superficiais e profundos do corpo, portanto, todos estes aspectos são de


57
grande importância para ao profissional que deseja trabalhar com as

bandagens funcionais.

sd

58
CAPÍTULO 04

Aspectos BIOMECÂNICOS
sd

59
CONHECENDO AS BANDAGENS
A bandagem funcional elástica é composta de um adesivo

hipoalergênico, é a prova de água, sensível ao calor e não contém

qualquer substância medicamentosa impregnada. É composta de 100%

algodão com adesivo 100% acrílico termoativo.

Foi desenvolvida para permitir uma elasticidade longitudinal com

cerca de 15% a 80% de alongamento do seu comprimento em repouso,


sd
tendo espessura e textura similares às da pele. Não apresenta elasticidade

no sentido transversal. Contém linhas que representam a distribuição da

cola adesiva à imagem de impressões digitais, a fim de simular os diversos

sentidos da elasticidade da pele humana.

Em seu processo de fabricação, as bandagens funcionais elásticas

recebem uma tensão de 10%. Assim, quando removida do papel e

aplicada diretamente sobre a pele do paciente, já́ se encontra com 10% de

tensão. Em geral, a bandagem é aplicada por um período de 1 a 3 dias, de

acordo com o objetivo e a técnica a ser utilizada.

60
A bandagem funcional rígida é composta de um adesivo

hipoalergênico, é a prova de água, sensível ao calor e não contém

qualquer substância medicamentosa impregnada. É composta de adesivo

100% acrílico termoativo. Não tendo nenhuma capacidade de

alongamento. É comumente utilizada com uma pré-tape para que não

cause alergias ou marcas na pele em decorrência do seu adesivo potente.

Utiliza-se muito como alternativa a bandagem rígida, o esparadrapo.

As técnicas de bandagem funcional vêm sendo utilizadas

globalmente por diversos profissionais


sd da área da saúde. Dentro de cada

especialidade, há métodos e técnicas de avaliação específicas. Porém,

para um bom aproveitamento da técnica, conhecimentos em anatomia,

fisiologia, biomecânica, anatomia palpatória, testes de função, de força

muscular e de amplitude de movimento tornam-se essenciais. Portanto,

além de todo conhecimento musculoesquelético, é necessário aplicar a

técnica específica adequada à disfunção em questão.

O uso das técnicas de bandagem funcional pode ser aplicado, nas

articulações, na circulação linfática, nas fáscias, na derme, em tendões e

ligamentos. Sendo assim, é primordial o diagnóstico do componente

específico envolvido na causa da disfunção, que pode ser de origem


61
neurológica, muscular, articular, fáscial ou aponeurótica, dérmica,

circulatória, linfática, etc. O sucesso da aplicação está diretamente

relacionada com esses conhecimentos semiológicos e da aplicação correta

da bandagem.

A grande maioria das bandagens funcionais tem uma elasticidade

que varia de 15% a 80% do seu comprimento em repouso, sendo a

elasticidade máxima conhecida como 100% de tensão da bandagem.

Quando liberada do papel a 10%, 15% de tensão e retorna a seu

comprimento de repouso, a tensão remanescente


sd é classificada como 0%

(normotensão ou sem tensão). Por exemplo, ao cortar uma faixa de

bandagem elástica de 10 cm de comprimento e estica-lá até a sua tensão

máxima, esta aumentará em torno de 4 a 6 cm, alcançando 14 a 16 cm de

comprimento total. Isso representa 100% de tensão da mesma. Portanto,

ao aplicar à pele do paciente com uma tensão de 50%, deve-se dar um

acréscimo de 2 a 3 cm, levando a aproximadamente 12 a 13 cm de

comprimento.

62
sd

• Na maior parte das aplicações são utilizadas tensões abaixo de 50%.

Assim, quanto menor a tensão, mais efeitos sensitivos são

desencadeados; quanto maior, mais efeitos mecânicos.

63
TERAPÊUTICA
De maneira geral sempre que fizermos a aplicação de uma bandagem

funcional devemos ter alguns pontos obrigatórios, que são âncoras ou

pontos fixos, nos quais sempre devem ser aplicadas 0% de tensão. Em

geral, estão localizadas nas extremidades da bandagem (em algumas

aplicações a âncora será colocado no centro da bandagem). Entre elas,

localiza-se a zona terapêutica, local da bandagem que recebe a tensão de

tratamento para o tecido alvo. sd

64
O ideal é utilizar âncoras sem economizar, pois, âncoras pequenas

tracionam as extremidades da bandagem


sd
sobre a pele, podendo causar

irritações, microlesões, aumento do edema e até mesmo de hemorragias.

Geralmente, indica-se âncoras de 3 a 5 cm nas aplicações abaixo de

40% de tensão. Acima de 50% de tensão, são necessárias âncoras maiores

(dependendo do local). Além da tensão empregada, outro fator que

determina o tamanho da âncora é o comprimento da zona terapêutica.

Portanto, quanto maior a zona terapêutica, maior a ancoragem. Toda

ancoragem, inicial ou distal sempre deve possuir 0% de tensão. Também,

deve-se levar em consideração o uso excessivo de técnicas de bandagens,

pois intensificam o estímulo de mecânoceptores, causando processos de

dor e irritação tecidual.

65
A direção da aplicação, ou seja, a direção terapêutica da Kinesio Tex,

interfere diretamente sobre os tecidos alvos. Isso deve-se principalmente

a um efeito mecânico da bandagem conhecido como recuo, efeito que

traciona a bandagem em direção à âncora inicial. Sendo assim, o recuo

sempre será́ oposto ao sentido da direção terapêutica.

Função muscular
Seu objetivo é desencadear efeitos
sd diretamente sobre a musculatura,

estimulando e ativando um músculo ou um grupo muscular, durante o

movimento. Desse modo, é possível melhorar a contração sinérgica de um

músculo enfraquecido, inibido, hipotônico e desequilibrado, estatísticas

de fadiga, contratações, espasmos e lesões musculares.

Quando aplicada para facilitar, melhora a força muscular corrigindo a

função, ao fortalecer músculos fracos ou inativos. Como as pesquisas que

revelaram este efeito muscular, o aumento do bônus e o recrutamento de

unidades motoras podem ser explicados por um efeito reflexo sobre o

sistema nervoso.

66
Há também o aumento da atividade bioelétrica muscular, provada

através da eletromiografia, bem como da estimulação cutânea e a

comunicação com os tecidos mais profundos fornecidos pela bandagem

ao executar nos receptores mecânicos da pele e da epiderme.

Por outro lado, esse método também pode ser usado em condições

em que músculos se mostram hiperativos, hipertônicos e excessivamente

fortes. Nesse caso, a bandagem desenvolve efeitos inibitórios, relaxantes,

isoladamente, como hiperatividades musculares.

Para cada função muscular, excitatória ou inibidora, há uma aplicação


sd

específica. Por questões didáticas, serão descritas, a seguir, como formas

de empregar a bandagem, conforme o efeito permitido.

Função Muscular Ativação

Aplicação de Proximal para Distal ou Origem (Ponto Fixo) para a

inserção (Ponto Móvel) Muscular: neste caso, uma bandagem será aplicada

para ativar a musculatura que apresenta fraca, hipotrófica, hipotônica,

intuitiva, frequentemente encontrada em afecções crônicas. Deve-se

posicionar uma âncora proximal ou inicial adjacente à origem do músculo,

fixando uma zona terapêutica sobre ou ao redor do ventre muscular com

67
uma tensão de 15% até 80% da tensão máxima, finalizando com uma

âncora distal ou final seguinte ou após a inserção muscular.

Na figura abaixo, observa-se a bandagem preta aplicada com

ancoragem inicial na origem do músculo deltóide, direção terapêutica

centrífuga e ancoragem distal na inserção desse mesmo músculo. Assim,

verifica-se o recuo, representado pela seta no sentido oposto à direção da

tensão aplicada, ou seja, direção centrípeta.

sd

Figura. Direção da Tensão e Direção do Recuo da Bandagem.

68
Função Muscular Inibição

Aplicação de Distal para Proximal ou Inserção (Ponto Móvel) para uma

origem (Ponto Fixo) muscular: neste caso, uma bandagem deve ser

aplicada para inibir os músculos excessivamente fortes, ativos,

hipertônicos, comuns em condições agudas como os espasmos

musculares. Deve-se posicionar uma âncora inicial na inserção do músculo

ou antes dessa, passando com uma zona terapêutica ou ao redor do ventre

muscular e das junções musculares com uma tensão 10% a 15% no máximo

25% da tensão máxima, finalizando com


sd a âncora final próxima ou após a

origem muscular.

69
sd

Figura. Direção da Tensão e Direção do Recuo da Bandagem.

Para músculos lesionados no período agudo, a aplicação é realizada

desde o ponto de fixação até o início do músculo para suprimir sua função.

Para fraqueza muscular crônica, o objetivo é aliviar as contrações

musculares na direção oposta. Quando a bandagem do ponto de fixação

70
ao início do músculo, 15-25% de tensão é usada com um adesivo (ou seja,

a tensão com a qual é colada pelo fabricante na base de papel). Lembre-

se de que o déficit de tensão é muito melhor que o excesso de tensão.

Quando a bandagem é iniciada desde o início do local de fixação

muscular, 25-50% da tensão do adesivo (com esse grau, é visível a fácil

separação das fibras elásticas).

articular
sd

A função articular resulta de melhorias da dessalinização biomecânica

e da instabilidade das estruturas osteomusculares, desencadeadas com

frequência por disfunções de movimento, que, em geral, estão

relacionadas a uma atividade constante e repetitiva, a manutenções

posturais estáticas e desequilíbrios musculares (encurtamento, fraqueza,

tensão, perda de rigidez, distonias, entre outras condições). Nestas

situações, uma faixa diretamente sobre o alinhamento articular, facilitando

a relação e o equilíbrio entre os músculos agonistas, antagonistas e

sinergistas, e possibilitando o controle dos movimentos patológicos e a

reeducação motora.

71
Uma normalização biomecânica desencadeia ou controla o bônus

muscular, promove uma ação muscular, aumenta a ADM (amplitude de

movimento), reduz as dores articulares e melhora a propriocepção local.

Para um resultado positivo da técnica deve avaliar e constatar onde

está o desequilíbrio primário (muscular, fáscia, tendinoso, ligamentar ou

articular), e é anterior, posterior, lateral ou médio.

Nas bandagens articulares ou de estabilização pode-se usar

bandagens rígidas ou até 100% da tensão da bandagem elástica.


sd

linfática
Aplicações linfáticas são usadas em distúrbios da drenagem linfática.

A aplicação linfática provoca elevação da pele. O espaço entre a pele e o

tecido subcutâneo é aumentado, estimulando assim os coletores linfáticos

a retomar sua função. Os coletores são os sistemas ativos de transporte

vascular do corpo humano. Para evitar um refluxo da linfa, existem válvulas

no sistema de transporte que garantem um fluxo central. O segmento

entre duas válvulas é chamado de linfa nódulo e, através de suas

contrações, pode impulsionar a linfa para a frente.

72
Além disso, através do levantamento pela fita, em combinação com o

movimento corporal, a pele e o tecido subjacente são esticados. O

resultado disso é que as pontes fibrosas podem ser afrouxadas e/ou

evitadas.

Linfo nódulos

Com cadeias linfonodais intactas, as fitas são aplicadas na maioria dos

casos com uma base comum a partir da qual são cortadas quatro tiras

longitudinais estreitas, irradiando para fora da base.


sd

A base comum cria uma zona de baixa compressão que fornece à linfa

um canal de drenagem claramente definido.

Cadeia de linfonodo defeituosa: Essa técnica também é usada com

cadeias linfonodais defeituosas; neste caso, no entanto, fitas individuais

cortadas em tiras estreitas são usadas com mais frequência. Na região das

extremidades, essas tiras longas e estreitas são aplicadas radialmente na

zona a ser drenada, levando a uma drenagem extensa, com a vantagem da

conexão do tecido para impedir a formação de fibrose.

73
As bacias hidrográficas são zonas baixas em vasos linfáticos que

separam os grupos individuais de linfonodos (áreas tributárias = área de

drenagem dos linfonodos) um do outro. No entanto, não são barreiras

intransponíveis, uma vez que uma rede capilar linfática superficial e sem

valor cobre todo o corpo.

Da mesma forma, existem canais pré-linfáticos (junções entre o

sangue e os capilares linfáticos) que fazem a ponte entre as bacias

hidrográficas linfáticas. Em certos pontos entre os grandes vasos linfáticos

da parede do tronco, também existem


sd junções aos coletores de territórios

adjacentes (anastomoses interaxilares entre as axilas direita e esquerda na

área do esterno e as escápulas e anastomoses axilinguinais na área do

flanco entre axila e virilha).

A distribuição das bacias hidrográficas dá origem a quatro territórios

linfáticos, também conhecidos como quadrantes, no tronco. Duas bacias

hidrográficas correm horizontalmente, uma na altura do umbigo, a outra

na altura das clavículas, e uma bacia corre verticalmente no eixo central do

tronco. Na área das nádegas, existe uma bacia hidrográfica da "calça", que

forma um território dorsomedial e dorsolateral da coxa.

74
Quando a cadeia linfonodal não está intacta, os capilares linfáticos e

os canais pré-linfáticos, bem como as anastomoses, são usados, por meio

da bandagem, para transportar a carga linfática obrigatória acumulada

para um quadrante saudável com linfonodos intactos.

Causas de linfostase

Os edemas têm várias causas. Eles são diferenciados em insuficiência

de alto volume, insuficiência de baixo volume e insuficiência de válvula de

segurança.
sd

Insuficiência de alto volume

Na insuficiência de alto volume, os vasos linfáticos são saudáveis e a

capacidade de transporte do sistema linfático é normal. No entanto, a

carga linfática obrigatória (líquido linfático) é superior à capacidade de

transporte possível. Isso leva ao edema extracelular.

Existem várias razões para isso, e.g. trauma e doença orgânica. O

trauma causa lesão aos vasos linfáticos e, nas doenças orgânicas,

predominantemente o coração (insuficiência venosa crônica - estágio I, IVC

I) e os rins (hiperproteinúria) estão comprometidos. Consequentemente,

75
há excesso de fluido por diferenças de pressão. A doença orgânica deve

ser adequadamente controlada com medicação para que a terapia seja

realizada.

sd

Figura: sistema vascular linfático superficial com bacias hidrográficas relevantes à terapia, uma

visão ventral e dorsal. 1. bacia vertical ventral, 2. bacia vertical dorsal, 3. bacia transversal, 4.

76
divisor de águas na altura clavicular, 5. "assento da calça" divisor de águas, 6. anastomose

interaxilar ventral; 7. Anastomose axilo-inguinal;

sd

Figura: diagrama da parede do tronco com as bacias hidrográficas e direção da drenagem da

linfa; as vias anastomóticas são mostradas em verde, 1a anastomose interaxilar ventral, 1b

anastomose interaxilar dorsal, 2a anastomose interinguinal ventral, 2b anastomose interinguinal

dorsal, 3 anastomoses axilinguinal.

77
Resumo
O fluxograma abaixo demonstra de uma forma clara e objetiva os

sistemas e algumas funções que a bandagem funcional tem em cada um

deles.

sd

Imagem: Fluxograma sistemas e funções.

78
CAPÍTULO 05
Bandagem funcional
A partir de agora vamos falar como podemos utilizar as bandagens

para que nossos alunos e pacientes tenham sucesso no seu tratamento ou


sd
melhora na sua performance.

79
Indicações
• Contusões;

• Contraturas musculares;

• Fissuras óssea: exemplo costelas;

• Lesões ligamentares;

• Lesões tendinosas;

• Lesões musculares;

• Lesões articulares;
sd
• Luxações;

• Lesões capsulares;

• Fraturas;

• Edema;

• Retirada Pós-retirada do Aparelho Gessado para Início da

Reabilitação;

80
Contraindicações
• Fraturas completas e recentes;
• Lesões não diagnosticadas;
• Ruptura completa dos tendões sem tratamento;
• Ruptura completa dos ligamentos;
• Grandes ferimentos abertos;
• Alergia a materiais adesivos;
• Problemas circulatórios de Retorno; Ações Alterações sensitivas;

sd

81
Tipos de cortes
Uma bandagem funcional mais encontrada comercialmente é de 5 cm

de largura, dimensão que permite realizar diferentes cortes para cobrir as

estruturas desejadas . Ao optar por determinar o tamanho e o formato da

bandagem, devemos considerar que a tensão gerada pelas zonas

terapêuticas é dissipada pelas âncoras, criando assim áreas com menores

pressões.

Sempre que para aplicar uma bandagem, remover os cantos, deixar


sd
os arredondados. Isso evita ou desativa antecipadamente a bandagem

pelo contato dessas pontas com roupas e outros objetos junto à pele.

Abaixo, veja os principais tipos de cortes realizados com sua

respectiva referência:

82
Imagem: Tipos de cortes de bandagem funcional.

sd

83
Tipos de Aplicações
O tipo de aplicação A é modo mais comum e é também o mais fácil.

Após medir o comprimento da bandagem no local a ser aplicado, o

profissional irá marcar as duas pontas das bandagens com âncoras de

aproximadamente 4 dedos e rasgar o papel se danificar a bandagem. Em

seguida irá destacar uma das âncoras e aplicar no local desejado. Após a

primeira âncora estar firme, poderá então retirar o papel da zona

terapêutica e dar a tensão segurandosdpela outra âncora ainda com o papel.

Após dar a tensão desejada prenda a bandagem na pele, e então retire o

papel da segunda âncora fixando-a na pele.

Figura: Tipo de aplicação A.

84
O tipo de aplicação B, é um pouco mais raro de ser visto e muita vezes

é esquecid. Após medir o comprimento da bandagem no local a ser

aplicado, o profissional irá marcar as duas pontas das bandagens com

âncoras de aproximadamente 4 dedos e rasgar o papel sem danificar a

bandagem. Irá então retirar o papel da zona terapêutica e segurar com a

bandagem pelas suas extremidades, realizando a tensão com as suas

mãos, colocando a bandagem no local desejado, prendendo primeiro a

zona terapêutica e por ultimo as âncoras.

sd

Figura: Tipo de aplicação B.

85
Preparo para aplicação
É necessária a preparação da pele para uma execução adequada da

técnica. Verifica-se a existência de descontinuidades ou lesões cutâneas,

como feridas, calosidades ativas, irritações e fístulas. Essas áreas devem ser

evitadas. Em seguida, quando necessário, deve-se fazer uma limpeza da

pele, pois é aconselhável que esteja livre de hidratantes, óleos ou cremes.

Caso a pele seja fraca e fraca, como no caso de crianças, idosos e pessoas

de pele muito clara, indica-se lavar asdmesma com hidróxido de magnésio

(leite de magnésia) para evitar possíveis irritações.

A bandagem deve ser aplicada em uma postura que favorece o

alongamento da pele e tecidos adjacentes, de forma a promover pouca

tensão na bandagem durante os movimentos. Nos casos de aplicação em

tecido não estirado, colocar uma tensão mais suave na bandagem, quanto

menor a limitação da amplitude de movimento, menor será a tensão

empregada.

A bandagem é aplicada com tensão moderada ou severa apenas

quando se realiza como técnicas corretivas.

86
Após a aplicação, lembre-se de friccionar bem a bandagem, pois a cola

é ativada pelo calor.

Limitações da Bandagem

Para melhorar a aderência das bandagens em regiões do corpo onde

há muitos pelos, deve ser realizada a tricotomia, caso contrário, a

bandagem pode sair com facilidade, e os estímulos podem ser

prejudicados. Nunca utilize giletes, pois pode cortar a pele; Aparelhos de

cabelo são mais seguros.


sd

Em situações em que o indivíduo tenha hiperidrose ou pratique

atividades esportivas extenuantes e aquáticas, deve-se aplicar a bandagem

30 minutos antes da prática, para permitir a melhor utilização da cola

acrílica. Esse período também é o mínimo para obter melhores resultados

pelos mecanismos estimuladores. Para esses atletas, também pode ser

usado um pré-aplicador, para reforçar a aderência à pele.

Cuidado com o uso de outras soluções, como, por exemplo, o benjoim

puro, pois, quando usado de forma inadequada, pode causar

dependência, provocar lesões cutâneas, irritações e até mesmo avulsão da

pele durante a retirada da bandagem. Por isso, busque diluir o máximo

87
possível e utilizar em situações muito necessárias. Contraindicado para

crianças, idosos, pessoas que não são atletas, de pele oleosa ou com muita

sudorese.

É importante ressaltar sobre a conscientização do paciente quanto aos

cuidados com a bandagem, ao seu período de uso e possíveis alérgicas.

sd

Imagem: Aplicação.

88
MATERIAIS
Álcool 70%

sd

Tintura de beijoim ou Spray pré-taping

89
Aparelho para tricotomia

sd

Algodão ou gaze

90
Tesoura

sd
Pré tape

91
Bandagem Funcional Elástica

Bandagem Funcional
sd Rígida

92
CAPÍTULO 06
Relembrando
Neste capítulo, antes de darmos início as aplicações práticas vamos

relembrar a origem, inserção e ação dos músculos e grupos musculares,

para que tenhamos mais segurança e eficiência nas aplicações.


sd

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CAPÍTULO 07

APLICAÇÕES
sd

120
Prevenção, estabilidade e lesões
Estabilização do Ombro
Material: Bandagem Elástica – 1 pedaço em Y e 1 pedaço em I. Tensão 100%.

Passo 1: Prenda a âncora da bandagem em Y próxima a cicatriz vacinal, depois

tencione a bandagem anterior e posterior contornando o ombro até

aproximadamente o trapézio.

Passo 2: Coloque a bandagem em I acima da ancora da bandagem em Y, utilize uma

ancora central e tencione anterior e posterior.

sd

Postural

121
Material: Bandagem Elástica - 2 pedaços em I. Tensão 100%.

Passo 1: Prenda a âncora central no ponto médio da coluna próximo a coluna.

Passo 2: Você poderá pedir ao seu aluno ou paciente realizar uma leve inclinação do

tronco, coloque a bandagem acima dos músculos paravertebrais, tencione a parte

superior da bandagem, e depois a parte inferior até a linha capilar e até o sacro.

sd

122
Epicondilite Lateral
Material: Bandagem Elástica - 2 pedaços em I.

Passo 1: Prenda a âncora na parte lateral do cotovelo próximo ao epicôndilo lateral,

e tencione de forma cruzada próximo ao punho. Tensão de 20 a 50%.

Passo 2: Coloque a bandagem sobre o epicôndilo lateral utilizando a âncora central

e tencione as extremidades com 100%.

sd

123
Epicondilite Medial
Material: Bandagem Elástica - 2 pedaços em I.

Passo 1: Prenda a âncora na parte lateral do cotovelo próximo ao epicôndilo medial,

e tencione de forma cruzada próximo ao punho. Tensão de 20 a 50%.

Passo 2: Coloque a bandagem sobre o epicôndilo medial utilizando a âncora central

e tencione as extremidades com 100%.

sd

Síndrome do Túnel do Carpo e Estabilidade do Punho

124
Material: Bandagem Elástica - 2 pedaços em I.

Passo 1: Prenda a âncora na próxima a articulação do cotovelo e tencione em direção

ao punho com a tensão de 20 a 50%.

Passo 2: Coloque a bandagem acima da articulação do punho com a ancora central

e tencione as extremidades contornando o punho com tensão de 100%.

sd

125
Material: Bandagem Elástica - 2 pedaços em I.

Passo 1: Prenda a âncora na próxima a articulação do cotovelo e tencione em direção

ao punho com a tensão de 20 a 50%.

Passo 2: Coloque a bandagem acima da articulação do punho com a ancora central

e tencione as extremidades contornando o punho com tensão de 100%.

sd

126
Estabilidade dos Dedos
Material: Bandagem Rígida – 8 pedaços em média.

Passo 1: Recorte o número desejado de pedaços, coloque duas âncoras laterais aos

dedos que você deseja aplicar a bandagem.

Passo 2: Coloque duas bandagens cruzadas sobre as falanges proximais, depois

coloque outras duas bandagens cruzadas sobre as falanges mediais, finalize com uma

bandagem reta sobre as bandagens cruzadas.

sd

127
Reposicionamento Patelar Inferior
Material: Bandagem Rígida – 2 Pedaços.

Passo 1: No ponto médio abaixo da patela sobre o tendão patelar “dobre” a

bandagem e depois prenda-a lateralmente e medialmente deixando uma ”aba” para

que você possa realizar o tensionamento para o lado desejado.

Passo 2: Prenda a outra bandagem sobre a aba e tencione para o lado que você

deseja reposicionar.

sd

128
Reposicionamento Patelar Medial
Material: Bandagem Rígida – 2 Pedaços.

Passo 1: No ponto médio da patela “dobre” a bandagem e depois prenda-a

lateralmente e medialmente deixando uma ”aba” para que você possa realizar o

tensionamento para o lado desejado.

Passo 2: Prenda a outra bandagem sobre a aba e tencione para o lado que você

deseja reposicionar. Você também pode fazer o processo duplicada para ter maior

aderência.

sd

129
Reposicionamento Patelar Bandagem Elástica
Material: Bandagem Elástica - 1 pedaço em I. Tensão 100%.

Passo 1 Lateral: Prenda a âncora da bandagem na parte medial do joelho próximo a

patela, cruze a bandagem em direção a parte lateral da perna.

Passo 1 Medial: Prenda a âncora da bandagem na parte lateral (tibial anterior) do

joelho próximo a patela, cruze a bandagem em direção a parte medial da perna

(gastrocnêmio).

sd

130
Joelho – Ligamento Colateral Lateral
Material: Bandagem Elástica - 2 pedaços em I. Tensão 80 a 100%.

Passo 1: Com o joelho levemente flexionado, prenda a primeira âncora na parte

lateral da coxa (tensor da fáscia lata) tencione em direção a perna (tibial anterior) no

sentido diagonal.

Passo 2: Prenda a segunda âncora na parte lateral da coxa (vasto lateral) tencione em

direção a perna (gastrocnêmio) no sentido diagonal.

sd

131
Joelho – Ligamento Colateral Medial

Material: Bandagem Elástica - 2 pedaços em I. Tensão 80 a 100%.

Passo 1: Com o joelho levemente flexionado, prenda a primeira âncora na parte

medial da coxa (bíceps femoral) tencione em direção a perna (tibial anterior) no

sentido diagonal.

Passo 2: Prenda a segunda âncora na parte medial da coxa (vasto medial) tencione

em direção a perna (gastrocnêmio) no sentido diagonal.

sd

132
Joelho – Ligamento Cruzado Anterior, Posterior e Menisco

Material: Bandagem Rígida e Elástica – 2 pedaços de cada em I. Tensão 100%.

Passo 1: Com o joelho flexionado em aproximadamente 90 graus, utilize a bandagem

rígida para fazer duas âncoras uma acima do joelho e outra abaixo.

Passo 2: Coloque as âncoras da bandagem elástica sobre a bandagem rígida, prenda

a bandagem na parte lateral (tibial anterior) aplique a tensão cruzando-a por baixo da

patela até o vasto medial. Depois coloque a segunda parte, prenda a bandagem na

parte medial (canela) aplique a tensão cruzando-a por baixo da patela até o vasto

lateral.

sd

133
Tornozelo – Bandagem Rígida Estabilidade

Material: Bandagem Rígida.

Passo 1: Coloque duas âncoras, primeira acima do tornozelo e depois próxima aos

dedos, contorne toda a área com âncora, depois colocar uma fixa inferior saindo da

parte lateral da âncora dos dedos passando atrás do calcanhar e prendendo na parte

medial, realize o mesmo procedimento com a ancora do tornozelo passando uma

faixa por baixo do calcanhar e prendendo no outro lado.

Passo 2: Coloque a primeira faixa cruzada partindo da região medial do ponto de

intersecção das faixas colocadas anteriormente cruzando sobre a articulação do

tornozelo até o outro ponto de intersecção,


sd realize o mesmo procedimento partindo

da região lateral.

134
Tendinite Patelar

Material: Bandagem Elástica - 2 pedaços em I. Tensão 100%

Passo 1: Prenda a âncora central logo abaixo da patela, tencione a bandagem

lateralmente e medialmente.

Passo 2: Prenda a segunda bandagem com a âncora central acima da primeira

bandagem, tencione uma das partes no sentido diagonal (medialmente e

lateralmente) e prenda sobre o vasto medial e vasto lateral.

sd

Estabilidade Patelar
135
Material: Bandagem Elástica - 1 pedaço em Y, 1 pedaço em I. Tensão 100%.

Passo 1: Prenda a âncora da bandagem em Y logo abaixo da patela sobre o tendão

patelar, contorne a patela e fixe-a na parte superior.

Passo 2: Aplique a segunda bandagem utilizando a âncora central sobre a primeira

âncora, tencione das partes lateralmente e medialmente.

sd

136
Fascite Plantar

Material: Bandagem Elástica - 1 em várias tiras e 2 pedaços em I.

Passo 1: Prenda a âncora da primeira bandagem no calcanhar, e tencione suas partes

em direção aos dedos. Tensão de 20 a 50%.

Passo 2: Você pode optar por uma ou duas faixas no arco plantar, dependendo do

tamanho do pé principalmente, prenda a âncora na região medial do pé e tencione

em direção a região lateral. Tensão de 80 a 100%.

sd

137
Estimulação / ATIVAÇÃO MUSCULAR
Relembrando -> Função Muscular Ativação

Aplicação de Proximal para Distal ou Origem (Ponto Fixo) para a

inserção (Ponto Móvel) Muscular: neste caso, uma bandagem será aplicada

para ativar a musculatura que apresenta fraca, hipotrófica, hipotônica,

intuitiva, frequentemente encontrada em afecções crônicas. Deve-se

posicionar uma âncora proximal ou inicial adjacente à origem do músculo,

fixando uma zona terapêutica sobre sd


ou ao redor do ventre muscular, com

uma tensão de 15% até 80% da tensão máxima, finalizando com uma

âncora distal ou final seguinte ou após a inserção muscular.

Na figura abaixo, observa-se a bandagem preta aplicada com

ancoragem inicial na origem do músculo deltóide, direção terapêutica

centrífuga e ancoragem distal na inserção desse mesmo músculo. Assim,

verifica-se o recuo, representado pela seta no sentido oposto à direção da

tensão aplicada, ou seja, direção centrípeta.

138
sd

Figura. Direção da Tensão e Direção do Recuo da Bandagem.

139
Esternocleidomastoideo
Material: Bandagem Elástica - 1 pedaço em I.

Passo 1: Prenda a âncora na origem do

músculo próximo a orelha.

Passo 2: Coloque a bandagem acima do

músculo, mantendo uma leve inclinação do

pescoço e prenda a âncora próximo a ao

acrômio ou mais anterior próximo ao osso do

esterno.

sd

140
Paravertebrais - Cervical
Material: Bandagem Elástica - 2 pedaços em I e 1 em Y.

Passo 1: Prenda a âncora em I lateralmente a região do

processo espinho entre C2 e C3. Prenda a âncora em Y

acima do processo espinhoso de C2 e C3.

Passo 2: Coloque a bandagem acima do músculo,

mantendo uma leve flexão da coluna e então prenda-a

próximo as vertebras torácicas T6 e T8.

sd

141
Paravertebrais – Torácica e Lombar
Material: Bandagem Elástica - 2 pedaços em I e 1 em

Y.

Passo 1: Prenda a âncora em I lateralmente a região

do processo espinho entre C2 e C3. Prenda a âncora

em Y acima do processo espinhoso de C2 e C3.

Passo 2: Coloque a bandagem acima da musculatura

dos paravertebrais, mantendo uma leve flexão da

coluna e então prenda-a próximo as vertebras torácicas T6 e T8.

sd

142
Quadrado Lombar
Material: Bandagem Elástica - 3 pedaços em I.

Passo 1: Deve-se utilizar o modo de aplicação B,

prenda as duas âncoras em uma linha imaginaria na

entre L2 e L4. Bandagem da cor preta horizontal e

bandagens em roxo na diagonal.

Passo 2: Coloque as bandagens sobre a

musculatura do quadrado lombar), e prenda a

âncora em direção a parte lateral do corpo.

sd

143
Trapézio
Material: Bandagem Elástica – A. 1 pedaço em I e

1 em Y. B. 2 pedaços em I.

Passo 1: A e B - Prenda a âncora na região

posterior do pescoço próxima a origem (osso

occipital). Mantendo uma leve inclinação e flexão

do pescoço

Passo 2: A – Inicie pela bandagem em Y, coloque

a primeira parte acima do ombro fazendo o contorno na musculatura do trapézio até

o seu final, segunda parte você irá traçar uma linha imaginaria pela escapula e então
sd
prender, depois aplique a bandagem em I entre a bandagem em Y. B – Coloque a

bandagem na extensão do ombro e prenda a âncora próximo ao acrômio.

Abdômen

144
Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços em I.

Passo 1: Prenda as âncoras logo abaixo do

processo xifoide, origem da musculatura do reto

abdominal. Mantendo uma leve extensão do

tronco.

Passo 2: Coloque a bandagem acima da

musculatura reto abdominal até o ponto máximo

que você conseguir aplicar e então prenda. Realizar do lado esquerdo e do lado

direito.

sd

145
Antebraço
Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços em I.

Passo 1: Prenda as âncoras na inserção do

músculo, tencione a bandagem em direção ao

punho.

Passo 2: Coloque uma segunda bandagem se

necessário.

sd

146
Bíceps
Material: Bandagem Elástica - 1 pedaço em I.

Passo 1: Prenda a âncora próxima a origem

do bíceps, mantendo o cotovelo estendido.

Passo 2: Coloque a bandagem sobre a

musculatura do bíceps, e prenda a âncora em

direção a articulação do cotovelo.

Obs.: É possível utilizar uma bandagem para

cada porção do bíceps.

sd

147
Tríceps
Material: Bandagem Elástica - 1 pedaço em I e 1 em Y.

Passo 1: A e B - Prenda a âncora próxima a linha axilar na

região do braço. A – Mantenha uma flexão de ombro e

cotovelo. B – Mantenha abdução do ombro e flexão do

cotovelo.

Passo 2: Coloque a bandagem sobre a musculatura do

tríceps (conforme as porções), e prenda a âncora em

direção ao olecrano. Obs.: É possível utilizar uma

bandagem para cada porção do tríceps.


sd

148
Peitoral
Material: Bandagem Elástica - 3 pedaços em I.

Passo 1: Prenda as âncoras próximo a origem da

porção do peitoral maio junto ao osso do esterno,

também poderá ser colocada junto a porção do

peitoral maior que tem como origem a clavícula.

Passo 2: Coloque a bandagem sobre a

musculatura do peitoral maior (conforme as

porções), e prenda a âncora em direção a parte

lateral do corpo.
sd

149
Deltoide

Material: Bandagem Elástica - 1 pedaço em I.

Passo 1: Realizando uma extensão do ombro,

prenda a âncora próxima a origem do

deltoide.

Passo 2: Coloque a bandagem sobre a

musculatura do deltoide, e prenda a âncora

em direção a sua inserção ou a cicatriz vacinal.

sd

150
Quadríceps
Material: Bandagem Elástica - 3 pedaços em I.

Passo 1:. Mantenha o joelho em extensão

coloque a primeira bandagem no vasto medial.

Passo 2: Coloque a segunda bandagem no

reto femoral e a terceira bandagem no vasto

lateral.

sd

151
Ísquios Tibiais

Material: Bandagem Elástica - 2 pedaços em I.

Passo 1: Mantenha o joelho em extensão coloque a

primeira bandagem no bíceps femoral.

Passo 2: Coloque a segunda bandagem no

semitendíneo.

sd

152
Gastrocnêmios

Material: Bandagem Elástica - 1 pedaço em I

e 1 pedaço em Y

Passo 1: Realizando uma extensão do joelho,

aplique primeiro a bandagem em Y com a sua

âncora próxima a fossa poplítea, utilize as

partes para contornar o gastrocnêmio até o

tendão de Aquiles.

Passo 2: Coloque a âncora da segunda


sd
bandagem sobre a primeira e tencione em direção ao tendão de Aquiles.

153
Tibial Anterior

Material: Bandagem Elástica - 1 pedaço em I.

Passo 1: Realizando uma extensão do joelho, coloque a

âncora próxima ao côndilo lateral e tencione em direção

a região anterior do tornozelo.

sd

154
INIBIÇÃO / relaxamento MUSCULAR
Relembrando -> Função Muscular Inibição

Aplicação de Distal para Proximal ou Inserção (Ponto Móvel) para uma

origem (Ponto Fixo) muscular: neste caso, uma bandagem deve ser

aplicada sem sentido para inibir os músculos excessivamente fortes, ativos,

hipertônicos, comuns em condições agudas como os espasmos

musculares. Deve-se posicionar uma âncora inicial na inserção do músculo

ou antes dessa, passando com uma zona


sd terapêutica ou ao redor do ventre

muscular e das junções musculares com uma tensão 10% a 15% no máximo

25% da tensão máxima, finalizando com a âncora final próxima ou após a

origem muscular.

• Todas as aplicações demonstradas para estimulação muscular

também podem ser utilizadas para inibição muscular, levando em

consideração os fundamentos, por isto serão mostradas aqui

apenas as que tem alguma outra forma de aplicação, utilize o

raciocínio clínico para as aplicações.

155
sd

Figura. Direção da Tensão e Direção do Recuo da Kinesio Tape.

156
Esternocleidomastoideo
Material: Bandagem Elástica - 1 pedaço

em Y ou I.

Passo 1: Prenda a âncora no processo

xifoide do osso do esterno ou próximo ao

acrômio.

Passo 2: Coloque a bandagem acima do

músculo, mantendo uma extensão ou

inclinação da coluna cervical e prenda a

âncora próximo a sua origem em direção a orelha.


sd

Paravertebrais - Cervical
157
Material: Bandagem Elástica - 2 pedaços

em I e 1 em Y.

Passo 1: Prenda a âncora em I

lateralmente a região do processo

espinho entre C2 e C3.

Passo 2: Coloque a bandagem acima do

músculo, mantendo uma leve flexão da

coluna e então prenda-a próximo as

vertebras torácicas T6 e T8.

sd

Trapézio e Paravertebral Cervical

158
Material: Bandagem Elástica - 2 pedaços

em I.

Passo 1: Prenda a âncora próxima ao

acrômio.

Passo 2: Coloque a bandagem acima do

músculo, mantendo uma inclinação e

flexão do pescoço e prenda a âncora

próximo a origem dos paravertebrais.

sd

159
Trapézio, Deltoide Posterior, Romboides
Material: Bandagem Elástica - 1 pedaço

em I e 1 em Y.

Passo 1: Prenda a âncora em I próxima a

região posterior do ombro.

Passo 2: Coloque a bandagem em

direção a coluna vertebral e então fixe-a.

Passo 3: Prenda a âncora em Y próxima a

região posterior do ombro.

Passo 4: Coloque a parte superior da bandagem em Y em direção a origem dos


sd
paravertebrais cervical. Coloque a outra parte da bandagem em Y traçando uma linha

imaginaria na borda inferior da escapula até a coluna torácica.

160
Bíceps
Material: Bandagem Elástica - 1 pedaço em

Y ou I.

Passo 1: Prenda a âncora na parte anterior

do cotovelo próximo a articulação do

cotovelo, mantendo o cotovelo estendido.

Passo 2: Coloque a bandagem acima do

músculo, mantendo o cotovelo estendido e

prenda a âncora em direção ao ombro.

sd

161
Ombro

Material: Bandagem Elástica - 1 pedaço de

em Y ou 2 em I.

Passo 1: Prenda a âncora próxima a inserção

do músculo.

Passo 2: Coloque a bandagem acima do

músculo (aplicando na parte posterior

realize uma flexão do ombro, e na parte

anterior uma hiperextensão do ombro), e sd


prenda a âncora próximo as suas origens.

162
Glúteos
Material: Bandagem Elástica - 3 pedaços em I.

Passo 1: Mantenha o joelho em extensão

coloque a primeira bandagem no vasto medial.

Passo 2: Coloque a segunda bandagem no

reto femoral e a terceira bandagem no vasto

lateral.

sd

163
LINFÁTICAS / drenagem de edema
Ombro

Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços em I. Defina sua Âncora e depois Corte em

4 ou 5 partes.

Passo 1: Prenda a primeira âncora em diagonal na região posterior do ombro e a

segunda âncora na região anterior do ombro também em diagonal.

Passo 2: Coloque as bandagens em direção a área que você quer realizar a

drenagem, você pode ir colando uma de sd


cada vez formando uma “teia de aranha”.

164
Antebraço

Material: Bandagem Elástica – 1 pedaços em I. Defina sua Âncora e depois Corte em

5 ou 6 partes.

Passo 1: Prenda a âncora próxima a musculatura do bíceps dando ênfase na área que

você quer atingir.

Passo 2: Coloque as bandagens em direção a área que você quer realizar a

drenagem, você pode ir colando uma de cada vez formando uma “teia de aranha”.

sd

165
Peitoral

Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços em I. Defina sua Âncora e depois Corte em

4 ou 5 partes.

Passo 1: Prenda a primeira âncora próxima a musculatura do

Esternocleidomastoideo, e a segunda âncora na região lateral do corpo próxima a

linha axilar.

Passo 2: Coloque as bandagens em direção a área que você quer realizar a

drenagem, você pode ir colando uma de cada vez formando uma “teia de aranha”.

sd

166
Intercostais

Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços em I. Defina sua Âncora e depois Corte em

4 ou 5 partes.

Passo 1: Prenda a primeira âncora próxima aos romboides na região das costas e a

segunda âncora na região do peitoral próxima a clavícula.

Passo 2: Coloque as bandagens em direção a área que você quer realizar a

drenagem (no caso da foto em diagonal), você pode ir colando uma de cada vez

formando uma “teia de aranha ou cruzando-as”.

sd

167
Isquiotibiais

Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços em I. Defina sua Âncora e depois Corte em

4 ou 5 partes.

Passo 1: Prenda a primeira âncora em diagonal na região da coxa próxima ao bicpes

femoral e a segunda âncora mais próxima a lateral (tensor da fáscia lata).

Passo 2: Coloque as bandagens em direção a área que você quer realizar a

drenagem (no caso da foto em diagonal), você pode ir colando uma de cada vez

formando uma “teia de aranha ou cruzando-as”.

sd

168
Adutores

Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços em I. Defina sua Âncora e depois Corte em

4 ou 5 partes.

Passo 1: Prenda a primeira âncora na parte anterior da coxa próxima ao vasto medial,

e a segunda âncora na parte interna da coxa próxima aos músculos adutores.

Passo 2: Coloque as bandagens em direção a área que você quer realizar a

drenagem (no caso da foto em diagonal), você pode ir colando uma de cada vez

formando uma “teia de aranha ou cruzando-as”.

sd

169
Joelho (lesões LCA, LCP, Meniscos, Tendão Patelar e outras)

Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços em I. Defina sua Âncora e depois Corte em

4 ou 5 partes.

Passo 1: Com o joelho em flexão, coloque a primeira âncora na região posterior

próxima a bíceps femoral e a segunda âncora próxima ao semitendíneo.

Passo 2: Coloque as bandagens em direção a área que você quer realizar a

drenagem (no caso da foto em diagonal), você pode ir colando uma de cada vez

formando uma “teia de aranha ou cruzando-as”.

sd

Gastrocnêmio

170
Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços em I. Defina sua Âncora e depois Corte em

4 ou 5 partes.

Passo 1: Prenda a primeira âncora na região posterior da perna próxima a fossa

poplítea e a segunda âncora do lado oposto.

Passo 2: Coloque as bandagens em direção a área que você quer realizar a

drenagem (no caso da foto em diagonal), você pode ir colando uma de cada vez

formando uma “teia de aranha ou cruzando-as”.

sd

Tornozelo

171
Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços em I. Defina sua Âncora e depois Corte em

4 ou 5 partes.

Passo 1: Prenda a primeira âncora na parte lateral do tornozelo próxima ao maléolo

lateral, prenda a segunda âncora na parte medial do tornozelo próxima ao maléolo

medial.

Passo 2: Coloque as bandagens em direção a área que você quer realizar a

drenagem (no caso da foto em diagonal), você pode ir colando uma de cada vez

formando uma “teia de aranha ou cruzando-as”.

sd

172
RESPIRAÇÃO
Nasal

Material: Bandagem Elástica – 1 pedaço em I.

Passo 1: Utilizando uma âncora central, prenda no ponto médio do nariz.

Passo 2: Coloque a tensão lateralmente para os dois lados, chegando próxima a 80%.

sd

173
Seios da Face e Sinusite

Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços em I. 1 pedaço em I com 4 partes.

Passo 1: Coloque a ancora da primeira bandagem entre as sobrancelhas (seios da

face), após coloque as partes nos pontos de maior congestionamento conforme o

paciente, com uma tensão de 10 a 25%.

Passo 2: Coloque a ancora próxima ao nariz e então tensione a bandagem em

direção a mandíbula, com tensão de 80%.

sd

Diafragma 1

174
Material: Bandagem Elástica – 3 pedaços em I.

Passo 1: Utilizando a âncora central prenda a primeira âncora acima do diafragma,

e tensione no sentido para cima e para baixo com tensão até 80%.

Passo 2: Utilizando a âncora central prenda a segunda e terceira âncora acima do

diafragma, e tensione no sentido diagonal com tensão de até 80%.

sd

175
Diafragma 2

Material: Bandagem Elástica – 1 pedaços em I.

Passo 1: Utilizando a âncora central prenda próxima ao diafragma.

Passo 2: Tensione as partes laterais em volta as costelas “caixa torácica” com uma

tensão próxima de 80%.

sd

Intercostais 1
176
Material: Bandagem Elástica – 3 pedaços em I.

Passo 1: Coloque a primeira bandagem (branca), com a sua ancora no sentido

inferior para superior com uma tensão de aproximadamente 80%.

Passo 2: Coloque as bandagens partindo da primeira bandagem até a linha

imaginaria do plano sagital.

sd

177
Intercostais 2

Material: Bandagem Elástica – 3 pedaços em I.

Passo 1: Prenda a primeira âncora na região das costas próxima a coluna torácica,

seguindo as fibras do grande dorsal em direção a linha imaginaria do plano sagital.

Passo 2: Realize o mesmo procedimento com as demais bandagens com uma

tensão de aproximadamente 80%.

sd

Intercostais 3

178
Material: Bandagem Elástica – 4 pedaços em Y.

Passo 1: Prenda a primeira âncora em próxima a linha imaginaria do plano sagital,

tensione em diagonal em direção a coluna torácica, com uma tensão aproximada de

20%.

Passo 2: Realize o mesmo procedimento com as demais bandagens do outro lado,

com uma tensão de aproximadamente 20%.

sd

179
Especiais – crianças
Atenção! Pacientes com maior sensibilidade!

Estudo de caso
- Uma criança de 7 meses de idade, nascido pré termo, sem

antecedentes na gestação e no parto, foi diagnosticado com

desenvolvimento motor atípico, hemiparesia esquerda.

- Durante observação clínica, a criança se mostra sem atenção para o


sd
lado esquerdo, com a mão fechada e com a extremidade esquerda

para o movimento de alcance inutilizada, o que nos leva a deduzir leve

ou moderada negligência sensorial na extremidade esquerda.

- Outro antecedente importante é uma displasia de quadril, o que

causou impacto profundo no desenvolvimento da extensão

antigravitacional e do equilíbrio muscular entre os músculos

extensores e flexores de tronco associado à problemática funcional

propiciou hiperatividade dos flexores do quadril, restringindo a

amplitude de movimento do tronco inferior do quadril para alcançar

a extensão.

180
sd

A. Técnicas de bandagem funcional pelo método Cinética como tentativa


de ativação do diafragma e dos oblíquos externos abdominais associada
a sequência de coativação de tronco com sobrecarga de peso no
hemitronco esquerdo.

181
Estudo de caso
- Criança de 7 meses com hemiparesia, que, na posição prona, mostra

um nível de controle não esperado para sua idade, evidenciando a

insuficiente extensão antigravitacional do tronco no plano sagital,

porém, não consegue transferência de peso no tronco esquerdo. A

assimetria na sobrecarga lateral em ambos os lados evidencia

problemas de controle corporal.

sd

A. Bandagem Funcional para o trapézio inferior e rotador externo de


ombro. B. Estratégia terapêutica combinando o trabalho de tronco no
182
plano sagital. C. Estratégia terapêutica combinando o trabalho de tronco
no plano frontal com sobrecarga no hemitronco esquerdo.

sd

Criança 10 anos hemiparesia a direita, bandagem funcional para


estimular o padrão de rotação externa.

183
Ativação e Conscientização Central

Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços em Y.

Passo 1: Coloque a âncora próxima a crista ilíaca antero superior e tencione no

sentido diagonal, a parte superior próxima a musculatura do peitoral e inferior as

últimas costelas.

Passo 2: Coloque a âncora próxima a crista ilíaca antero superior e tencione no

sentido diagonal, a parte superior próxima a musculatura do peitoral e inferior as

últimas costelas.

• Não colocar bandagem funcional sobre a cicatriz umbilical.


sd

184
Pé Plano (Arco
Plantar
Desabado)

Material: Bandagem

Elástica – 2 pedaços

em I. Tensão 100%.

Passo 1: Recorte a

primeira bandagem

conforme o tamanho

sd
desejado, e coloque-

a sobre o arco

plantar, mantendo

uma extensão dos

dedos.

Passo 2: Coloque a segunda bandagem partindo da região lateral do arco plantar e

contornando todo o pé, embora a tensão da bandagem seja de 100% muito

cuidado para não apertar demais.

Joelho Valgo

185
Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços em Y ou 2 pedaços em I.

Passo 1: Com o joelho em flexão coloque a primeira bandagem com sua âncora

próxima ao vasto medial passando-a sobre a patela até a origem do tibial anterior.

Passo 2: Coloque a segunda bandagem com sua âncora próxima a tíbia passando-a

sobre a patela até o vasto lateral.

sd

186
Especiais – gestantes
• Postural;
• Pernas e braços Edemaciados (Linfáticas);

Coluna Cervical (Já


mencionada)
sd

Ombros (Já mencionada)

187
Gestantes

Nesta imagem
vocês podem
observar vários
tipos de
bandagens para a
região abdominal
e para a coluna.

Material: Bandagem

Elástica.
sd
Passo 1: Defina seu

objetivo e função da

bandagem, lembre que a ideia desta bandagem é aliviar a carga “extra” que a

gestante tem, então pense em bandagens longas e largas.

Passo 2: Da mesma maneira a coluna.

188
Especiais – face
O trabalho fonoaudiológico descrito na literatura para minimizar essas

disfunções (Furkim e Duarte, 2013; Rodrigues et al., 2015) poderá́ envolver

estratégias, desde estimulações musculares e deglutição.

Músculo Obturador da Boca

Material: Bandagem Elástica – 2 pedaços

em I.
sd
Passo 1: Maxila, utilizando a âncora

central, tencione a bandagem

lateralmente para esquerda e para direita.

Passo 2: Da mesma forma realize o

procedimento na mandíbula.

189
Músculo da Face

Apenas aplicar os conceitos fundamentais para cada tipo de aplicação.

Músculos da face onde podemos aplicar os conceitos de estimulação e inibição;

sd

Músculos da face onde podemos aplicar os conceitos de drenagem linfática

para pós operatórios;

190
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente material tem o intuito de preencher uma enorme lacuna

entre os profissionais da saúde a respeito da bandagem funcional. A

Metodologia Cinética vem com um conceito claro e objetivo sobre as

aplicações da bandagem funcional nos diferentes âmbitos, locais e tipos

de aplicação, através de uma contextualização teórica fundamentada nos

aspectos que devem nortear qualquer profissional, anatomia, fisiologia e

biomecânica, assim o profissional poderá aplicar qualquer tipo de


sd
bandagem conforme sua necessidade pois terá todos os conhecimentos

para isto.

Esperamos que este material realmente mude o seu entendimento

sobre as bandagens funcionais seus conceitos e aplicações.

Muito sucesso!

191
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