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Texto de Apoio de Sintaxe-Ii
Texto de Apoio de Sintaxe-Ii
3º ano/1º semestre
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UNIDADE TEMÁTICA I: A estrutura interna dos sintagmas (SN, SV, SPREP, SADJ, SADV)
Introdução
Caro estudante, na presente unidade temática abordaremos acerca da estrutura interna dos
sintagmas nomeadamente: Sintagma Nominal (SN); Sintagma Verbal (SV); Sintagma Adjectival
(SAdj); Sintagma Adverbial (SAdv) e Sintagma Preposicional (SP) mantendo – se presente de
que aprendemos nas classes/níveis ou ciclos anteriores.
Objectivos
No fim desta unidade temática, esperamos que o estudantes sejam capazes de:
♦ Reconhecer a estrutura interna dos sintagmas no Português Europeu (PE) padrão:
♦ Identificar a estrutura interna dos sintagmas no Português Europeu (PE) padrão;
♦ Diferenciar os tipos de sintagmas existentes no PE;
Sumário
Assim, de acordo com o tipo de unidade a qual é constituída, os sintagmas serão denominados
em:
1. 2 Sintagma Nominal
Os sintagmas nominais fazem referência a um nome e/ou aos seus respectivos envolventes. Em
grande parte, estes estarão representados por um sujeito ou respectivos complementos verbais
de uma dada oração.
Exemplo (1) : Os alunos liam os livros.
Então, na oração temos dois sintagmas, que são: [SN os alunos] cujo núcleo é “alunos” e o
complemento verbal representado pelo objecto directo, cujo núcleo é “livros”.
Portanto, não nos devemos esquecer que o núcleo de um sintagma é responsável pela
atribuição da etiqueta sintagmática ao respectivo sintagma, por exemplo, se o sintagma é
nominal (SN) então o nucelo deste sintagma tem como categoria gramatical ou lexical um
nome, caso de “alunos”.
1. 3 Sintagma verbal
O Sintagma Verbal (SV) envolve o predicado ou verbo da própria oração. Nele, o núcleo será o
próprio verbo. O exemplo abaixo especifica muito bem esta situação.
Constitui-se, assim, um sujeito “pais”; predicado “chegaram”, em que este será representado,
assim, o sintagma em evidência total.
1. 4 Sintagma Adjectival
Este tipo comporta o complemento nominal e seus referentes advérbios de modificação pelo
predicativo. Este, por sua vez, será introduzido por meio de um verbo de ligação.
1. 5 Sintagma Adverbial
Nesse tipo, há a formação a partir do advérbio e respectivos modificadores da oração. No
exemplo em questão é possível notar, em princípio, a sentença que inicia a frase.
Nesse caso, há a presença do advérbio de negação, representado pelo “jamais”. Este estará
referenciando um sintagma adverbial.
1. 6 Sintagma Preposicional
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Dentre os sintagmas, este talvez seja o mais complexo de ser observado. É constituído a partir
de uma locução prepositiva, a qual serve como modificadora de qualquer outro tipo de
sintagma da oração.
Introdução
Objectivos
No fim desta unidade temática, esperamos que o estudantes sejam capazes de:
♦ Compreender a estrutura dos constituintes frásicos;
♦ Identificar a estrutura das sentenças linguísticas;
♦ Distinguir as relações de dominância e precedência.
Sumário
A concepção crucial da sintaxe é a de que as orações estão dotadas de uma estrutura interna
que se rege por princípios de hierarquia e linearidade. Isso equivale a conceber a frase como
resultado de combinação de níveis distintos, unidades sintácticas inferiores (os constituintes).
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Raposo (1992) designa estrutura de constituintes como sendo “ a organização de uma frase em
grupos hierárquicos complexos construídos por uma inclusão sucessiva de elementos de nível
inferior e grupos maiores, começando pelos itens lexicais”
Segundo Hernanz & Brucart (1987:26) se a frase fosse uma mera justaposição de palavras, o
vínculo que manteria entre si todas as unidades lexicais que a formam seria idêntico. O
pensamento do autor acima equivale a dizer que não haveria nenhuma estrutura.
Assim, as regras da sintaxe determinam a ordem correcta das palavras numa frase. As palavras
dentro de uma frase podem ser divididas em dois ou mais grupos e dentro de cada grupo em
subgrupos, e assim, sucessivamente, até ficar apenas uma única palavra. Os grupos e subgrupos
constituem agrupamentos “naturais” de palavras.
SN 1 SN
Art N V SN2 SP
adj Art N
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No diagrama acima cada ponto em que a árvore se ramifica há um grupo de palavras que
formam uma parte de um constituinte estrutural. Para além de mostrar a ordem linear das
palavras e outras partes estruturais da frase, uma árvore de constituintes apresenta uma
estrutura hierárquica.
Em certos casos, as árvores de constituintes podem ser usadas para, explicitar certas
construções que se consideram ambíguas.
No diagrama acima, podemos notar que os constituintes mantém entre si, dois tipos de
relações, nomeadamente:
a) Dominância – no sentido vertical
b) Precedência – no sentido horizontal.
Exemplo:
O constituinte SN1 precede o SV, logo o SV é precedido por SN1. O V precede o SN2, logo o SN2
é precedido por V.
No que diz respeito a relação de dominância (plano vertical) entre os constituintes, aqui
estamos ao nível de hierarquia, acontece quando um determinado constituinte se situa num
nível hierarquicamente superior em relação ao inferior, ou seja domina o seu constituinte
hierarquicamente inferior.
Exemplo:
O constituinte hierarquicamente superior, que é a frase (F) domina os seus constituintes
imediatos, SN e SV, que são constituintes hierarquicamente inferiores ao nó F. Por sua vez, o
SN domina os constituintes hierarquicamente inferiores a este, que são Det. E Nome. O SV que
em termos dominantemente hierárquicos desempenha a função de constituinte superior
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Exemplo (8): “ O menino comprou uma bicicleta nova coma mesada”. A sentença acima além
de representarmos em árvore, também podemos representá –la parenteticamente ou em
forma de parentetização etiquetada:
[F[SN1O menino][SVcomprou[SN2 uma bicicleta nova [SPcom[SN3um pano]]]]]
No Português Europeu padrão, a estrutura dos constituintes pode ser validada através dos
testes seguintes:
Exemplo (9): O João vai comprar o último livro do Chomsky na Borders' amanhã.
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Exemplo (10): O João vai comprar o último livro do Chomsky na Borders' amanhã.
Exemplo (11): O João vai comprar o último livro do Chomsky na Borders' amanhã.
Exemplo (12): O João contou toda a história sobre aquele terrível mal-entendido para a Maria.
Tal como a sentença anterior, podemos transformar a frase acima para a forma passiva:
a) Toda a história daquele terrível mal-entendido foi contada pelo João para a Maria
Exemplo (21): O João vai comprar o último livro do Chomsky na Borders' amanhã.
a) Ele vai comprar o último livro do Chomsky na Borders' amanhã. (o João)
b) O João vai comprá-la na Borders' amanhã. (o último livro do Chomsky)
c) O João vai comprar o último livro do Chomsky lá amanhã. (na Borders')
d) O João vai fazê-Io amanhã. (comprar o último livro do Chomsky na Borders')
e) O João vai fazê-Io. (comprar o último livro do Chomsky na Borders' amanhã)
Introdução
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Objectivos
No fim desta unidade temática, esperamos que o estudantes sejam capazes de:
♦ Compreender a estrutura argumental dos verbos e outras categorias;
♦ Compreender a noção de selecção categorial dos itens lexicais
♦ Identificar a selecção categorial dos itens lexicais;
♦ Distinguir categorias regentes e categorias regidas;
♦ Distinguir diferentes tipos de complementos seleccionados ou regidos por diferentes itens
lexicais.
Sumário
3.1 Regência
Ex: chuva grossa, o substantivo chuva rege , ou , subordina, o adjectivo grossa, e em trabalha
muito, verbo trabalha subordina o advérbio muito. LUFT (2003)
Chuva e trabalha são palavras regentes (subordinantes); grossa e muito, são as palavras
regidas (subordinadas).
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Artigos, pronomes, adjectivos, numerais e (nomes) adjectivos são regidos pelos substantivos,
que lhes comandam a forma pelo processo da concordância nominal.
Ex: o seu primeiro LIVRO encadernado/ a sua primeira OBRA encadernada, os seus primeiros
livros encadernados.
Para Gonçalves & Raposo (2013) regência é a relação de dependência existente entre o núcleo
de um sintagma e os seus complementos. Deste modo, nesta relação o núcleo do sintagma que
é verbo pleno é a categoria regente e os complementos seleccionados por esse núcleo
constituem as categorias regidas.
Parafraseando Simões (2009) A regência cuida das relações que se estabelecem entre os
elementos dentro duma frase. Quando a dependência é directa o verbo é transitivo directo,
porque exige que a ele se concatene um objecto directo (sem ajuda de uma preposição).
Quando a dependência não é directa /indirecta exige que a ele se ligue um objecto indirecto
(com auxilio de uma preposição). De seguida, apresentamos alguns casos de regência:
(i) Atender (no sentido de atenção, ouvir, receber, acolher) usa – se a construção directa
para pessoas e indirecta para objectos, coisas (chamadas, exigências, intimações,
pedidos, reivindicações).
Exemplo (22) : O Edil do município atendeu [ a população].
Exemplo (23) : O Edil do município atendeu [aos clamores da população].
(ii)Precisar (no sentido de tornar preciso rege (OD), no sentido de ter necessidade rege (OI).
(iii) Aspirar (no sentido de absorver) pede OD, (no sentido de almejar, objectivar) pede OI.
Exemplo (26): A raiz aspirou [a água].
Exemplo (27): Ele aspira [ao cargo de chefia].
(iv) Recorrer (no sentido de pedir socorro ou lançar mão de) pede OD, (no sentido de
interpor recurso, apelar usa se de e para) rege OI.
(v) Responder (Nos textos formais usa – se a forma indirecta regida de preposição a,
quando o sentido do verbo for dar resposta a alguma coisa ou alguém)
Exemplo (31): Responda [às questões abaixo].
( Se for para exprimir “teor” a regência é directa).
Exemplo (32) : Tu só respondes [asneiras]. Respondi [o que estava ao meu alcance].
(vi) Namorar.
(x) Passar (verbo com maior número de regência no PE embora mantenha em todos os
seus usos um sentido básico de travessia no âmbito espacial ou temporal).
Exemplo (39): O Cristiano Ronaldo passou [a bola] [ao/para Deco].
Exemplo (40):A bola passou [do Cristiano Ronaldo] [para o Deco].
Exemplo (41):A Svetlana passou [a Lurdes Mutola].
Exemplo (42):Eu passei [por Inhambane].
Exemplo (43):Eu passei [no exame de conclusão].
Exemplo (44):Os meninos passaram [as férias em Inhambane].
Exemplo (45):Aquele acontecimento passou – se [há uma semana], [ em Inhambane].
Exemplo (46):Eu passei [a viver] [em Inhambane].
Exemplo (47):A Marta gosta de passar por [modelo].
(i) Verbos que não seleccionam nenhum argumento – são os que denotam fenómenos
meteorológicos e mudança de uma parte do dia para outra. Ex: chover, nevar, trovejar,
amanhecer, anoitecer.
(ii) Verbos que seleccionam só um argumento – são os que seleccionam um argumento que
normalmente se realiza como sujeito, podendo ser um SN ou uma oração.
(iii) Verbos que seleccionam dois argumentos, um com a função de sujeito com a função de
complemento directo, indirecto ou oblíquo.
(iv) Verbos que seleccionam três argumentos, onde um deles realiza – se como SN sujeito,
enquanto a função e a classe estrutural dos complementos (entre parênteses rectos depende
das propriedades de selecção funcional e de subcategorização do verbo).
(v) Verbos que seleccionam quatro argumentos – são os que denotam movimento espacial ou
transacções permitindo a expressão conjunta do agente, do tema, da origem e do destino ( com
verbos de movimento, como transportar e passar) e do agente/origem, do tema, do
destinatário e do valor da transacção (com verbos de transacção, como vender e comprar).
Exemplo (58): O motorista transportou [a minha mobília] [da Beira] [para Maputo].
Substantivos
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjectivos
Advérbios
Longe de
Perto de
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Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são
formados: paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Campos & Xavier (1991:90) papéis temáticos são as relações semânticas ou temáticas que os
argumentos estabelecem com o predicado, visto que estas relações pressupõem a existência de
uma relação semântica central – o Tema.
Toda frase tem um tema, e os verbos podem ser classificados semanticamente em dois grupos:
Exemplo (60): A Rita ofereceu um anel ao Paulo. < Fonte Tema e Alvo>
Exemplo (62): A Rita passou de monitora a docente. < Tema Fonte e Alvo>
A um complemento está associada somente uma das funções temáticas que integram um
conjunto finito e universal que são:
Introdução
Na presente unidade vamos abordar acerca da Sintaxe X-Barra também conhecida por Teoria
X'. Antes de compreendermos o conteúdo da presente unidade gostaríamos de realçar que a
esta teoria é semelhante a representação tradicional da frase embora se distingam nos níveis
de representações.
Objectivos
No fim desta unidade temática, esperamos que o estudantes sejam capazes de:
♦ Compreender a teoria X-Barra;
♦ Identificar os elementos constitutivos da teoria X-Barra;
♦ Identificar os níveis de representação dos sintagmas segundo a teoria X-Barra;
♦ Reconhecer e identificar Estrutura Geral das Categorias Sintagmáticas
Sumário
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Desenvolvimento teórico dentro da gramática generativa proposto por Chomsky (1970) que
consiste na inclusão de categorias de nível intermédio posicionadas entre as categorias
mínimas (as categorias lexicais) e as categorias máximas (as categorias sintagmáticas). Estes
desenvolvimentos reflectiram-se numa alteração do formalismo de representação sintáctica
pré-existente, que passou a ser designada por convenção X-Barra.
No âmbito da Gramática Generativa, a parte da gramática que regula a estrutura dos sintagmas
denomina – se Teoria X'.
De acordo com a convenção X' apresentada por este autor é de que todas categorias
sintagmáticas baseadas em categorias lexicais principais são as realizações de um único
esquema sintáctico abstracto, em que se reconhecem três níveis hierárquicos, ao invés de dois,
ou seja, duas projecções sucessivas das categorias lexicais.
Concretizando o pensamento de Chomsky (1970) propõe que os elementos modificadores das
categorias lexicais pertencem a duas classes distintas, que são: a dos Complementos e
Especificadores.
Raposo (1992:159) afirma que “ as categorias lexicais principais como Nome, Verbo, Preposição
,Adjectivo e Advérbio são os elementos centrais das categorias sintagmáticas que lhes
correspondem: SN, SV, SP, S adjectival e S adverbial.”
Por conseguinte, as categorias ora mencionadas podem ser representadas através do esquema
ou fórmula seguinte:
X''
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X Complemento (β)
Núcleo
N P''
P'
P N''
N'
D N
O Rei de + a Suazilândia
V''
V.aux V'
V.princ N''
D N'
BIBLIOGRAFIA