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Sociedade de Engenharia de Áudio


Artigo de Convenção
Apresentado na XIII Convenção Nacional
26 a 28 de Maio de 2009, São Paulo, SP

Este artigo foi reproduzido do original entregue pelo autor, sem edições, correções e considerações feitas pelo comitê técnico deste evento.
Outros artigos podem ser adquiridos através da Audio Engineering Society, 60 East 42nd Street, New York, New York 10165-2520, USA,
www.aes.org. Informações sobre a seção brasileira podem ser obtidas em www.aesbrasil.org. Todos os direitos reservados. Não é permitida
a reprodução total ou parcial deste artigo sem autorização expressa da AES Brasil.

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APLICAÇÃO CORRETA DA POTÊNCIA EM DRIVERS E TWEETERS:
UMA ANÁLISE DE DENSIDADE ESPECTRAL EM FILTROS APLICANDO SINAL DO TIPO
RUÍDO ROSA

Marcio Lumertz Rocha


marcio.rocha@selenium.com.br
Eletrônica Selenium S. A
92.480-000, Nova Santa Rita, RS
www.selenium.com.br

RESUMO

Neste trabalho são apresentados conceitos que permitirão ao profissional de áudio determinar que
potência poderá ser aplicada, com segurança, nos terminais de um driver ou tweeter quando o
mesmo for utilizado em um sistema com crossover ativo, a partir da especificação de potência dada
pela normas especificadas com crossover passivo, e pela freqüência de corte mínima sugerida pelo
fabricante. Além disto, será possível calcular esta mesma potência para quaisquer combinações de
filtros associados em cascata. O presente trabalho também oferece subsídios para propor
modificações na atual norma em vigor.
LUMERTZ DENSIDADE ESPECTRAL EM FILTROS

0 INTRODUÇÃO 1

0.8

Com a evolução dos sistemas filtrados digitalmente, e a


0.6

0.4

queda dos preços dos mesmos, a utilização de filtros ativos 0.2

tornou-se comum desde o segmento profissional de áudio


0

-0.2

até o usuário amador. Com tal evolução, surgem dúvidas -0.4

-0.6

entre os consumidores de transdutores, principalmente -0.8

drivers e tweeters, sobre qual a potência correta a se -1


0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

aplicar. Algumas normas regulamentadoras, inclusive a 1

nacional ABNT NBR 10303, propõem o uso de filtros 0.8

0.6

passivos, caso haja necessidade, sendo este circuito parte 0.4

integrante do sistema. 0.2

Ao conectar um filtro passivo entre o amplificador e o -0.2

-0.4

transdutor, há uma redução na tensão eficaz na carga -0.6

(transdutor). Entretanto, no uso de filtros ativos, os


-0.8

-1
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

terminais do transdutor estão conectados diretamente à


saída do amplificador, não ocorrendo tal redução. 1

0.8

A aplicação da potência, definida por uma norma em que 0.6

0.4

o transdutor foi filtrado passivamente, em um sistema 0.2

filtrado ativamente gerará uma potência aplicada no 0

-0.2

transdutor maior que a aprovada pelo fabricante, podendo -0.4

gerar superaquecimento no produto e, inclusive, falhas


-0.6

-0.8

permanentes. -1
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

O presente trabalho aborda inicialmente conceitos


Figura 2 Ruído randômico em momentos diferentes.
fundamentais sobre os sinais utilizados, as normas mais
utilizadas, e densidade espectral de potência. Então, a partir
dos subsídios teóricos da primeira parte, dois métodos para Estes sinais ainda podem ser divididos em duas
o cálculo da proporção entre a potência utilizada no filtro categorias, os estacionários e não estacionários:
ativo em relação ao passivo serão apresentados,
juntamente com tabelas práticas, gráficos e conclusões 1.3 Estacionários:
sobre o assunto. São sinais, que, apesar de não poderem ser preditos por
uma equação fechada, tem parâmetros de probabilidade
(media, variância...) fixos, existindo então uma curva
1 FUNDAMENTOS gaussiana de distribuição das amostras aleatórias (figura 3).
O presente trabalho terá foco neste tipo de sinal.
Todos os sinais observados em fenômenos físicos podem
ser classificados em determinístico ou não determinístico. 4
V R (t)
3

1.1 Determinístico 2

São sinais que podem ser preditos no tempo por alguma 1


σ = Vrms

função, por exemplo y=sen(t): 0.2


0 0
t
Vpp = 6 Vrms
0.4
-1

1 -2
- 2σ
0.8
-3
0.6 -3 σ
0.4
-4
0.2

-0.2

-0.4 Figura 3 Distribuição gaussiana de amostras ao longo do tempo


-0.6 (Ruído branco) [1].
-0.8

-1
0 50 100 150 200 250 300 350

Figura 1 Função senoidal, sen(x). 1.4 Não estacionários:


Ao contrario do anterior, estes não possuem parâmetros
de probabilidade.
1.2 Não Determinístico (Ruídos):
São sinais de fenômenos físicos que não podem ser 2 RUÍDOS ESTACIONARIOS NO ÁUDIO
descritos por uma equação matemática explícita, pois cada
observação do fenômeno será única (figura 2). Ruídos usuais no áudio são sinais randômicos
estacionários de alta densidade espectral de energia.
Normalmente quando somado com outro sinal reduz a
inteligibilidade do mesmo, tendo efeitos indesejáveis na
reprodução do som. Porém, pelo seu denso espectro de
freqüência, são amplamente utilizados em medições
mecânicas e acústicas.
Uma das muitas formas de definir os ruídos é através
densidade espectral de potência.

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2.1 Função de densidade espectral:


Todo sinal randômico (ruído) estacionário, observado no
domínio da freqüência, possui uma função característica.
Esta função é conhecida como função de densidade
espectral.Ao analisar dimencionalmente pode-se observar
que é uma unidade de energia (joule).

Watt
D =  = Watt ∙ s = Joule = Energia
Hertz
(1)
Figura 5 Ruído branco em um analisador por bandas.
É importante observar que a função contém informação
de magnitude, porém não de fase.
A seguir é apresentada uma tabela com alguns dos 2.1.2. Ruído rosa:
ruídos mais conhecidos e as funções que as descrevem: O ruído rosa destaca-se por possuir um decaimento
constante de energia por banda de freqüência proporcional
Tabela 1 Funções de densidade espectral de ruídos conhecidos (espaçadas logariticamente). Por exemplo, a cada oitava
[1]. (2.f), temos um decaimento de 3 dB, ou para bandas de
décadas o decaimento é de 10dB.
Função de densidade Nome Exemplo
espectral
Ruído
Constante Térmico
1
branco


Ruído rosa Flicker

1 Ruído

Popcorn
marrom ou
(pipoca)
1
vermelho

 .
Sem nome Ruído
genérico galáctico
Sem nome Ruído Figura 6 Ruído rosa em um analisador por freqüências.
Forma irregular
genérico atmosférico
Este ruído é muito útil no segmento do áudio pois, a
2.1.1. Ruído branco: maioria dos instrumentos analisadores de espectro
O nome vem da similaridade com o espectro de trabalham por bandas de oitava, sendo este então o sinal
freqüência da cor branca. Como exemplos de utilização ideal para este tipo de equipamento, pois o ruído rosa
pode-se citar medições de vibrações mecânicas, criação de mantém todas as bandas de oitava com a mesma energia,
efeitos especiais, na medicina, ou até para mascarar compensando e tornando-se um ruído de amplitude
propositalmente outros sons. constante para estes medidores.
Este tipo de ruído possui energia constante para qualquer
freqüência:

Figura 7 Ruído rosa em um analisador por bandas.

Figura 4 Ruído branco em um analisador por freqüências. Além do motivo acima citado, o ruído rosa é muito
utilizado no áudio pela sua semelhança no espectro de
Porém, ao ser analisado por um analisador por bandas freqüências com os sons da natureza, e inclusive com sons
proporcionais (espaçadas logariticamente), observamos que de instrumentos musicais, pois, em geral, as freqüências
a energia aumenta 3dB a cada oitava, ou 10 dB a cada fundamentais não passam de 5 kHz, acima disto existem as
década. Isto acontece pois as bandas de maiores harmônicas, que possuem energia menor a medida que sua
freqüências possuem mais energia do que as de menores ordem aumenta. Como exemplo, é possível observar, na
freqüências. figura 8, três tipos de instrumentos diferentes. Em todos
temos um espectro de freqüência similar ao do ruído rosa.

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Figura 9 Função 1/f integrada em relação a freqüência com limites


em 10Hz e 10KHz.

3 COMO SÃO REALIZADOS OS ENSAIOS DE


POTÊNCIA EM ALTO-FALANTES.
Definir a potência máxima que um alto-falante deve
receber não é uma tarefa fácil, pois depende muito do sinal
aplicado. Na tentativa de unificar este assunto foram
criadas normas para o ensaio de potência. Muitas são
apenas derivadas de outras. O Brasil, por exemplo, possui
Figura 8 Espectros de freqüência de três instrumentos diferentes uma norma própria chamada NBR10303 que deriva da
americana IEC 268-5. No presente trabalho, será dado foco
para duas delas: A NBR10303(ABNT) por ser a norma
2.2 Densidade espectral de potência: regulamentadora nacional e a AES2-1984(r2003) que não é
Para calcular a densidade espectral de potência, é norma, e sim uma prática recomendada, porém aceita
necessário integrar a função de densidade espectral (1) em internacionalmente.
uma determinada faixa de freqüência:
3.1 NBR 10303 – MAIO/1988
$
P = D (f) ∙ df
A norma descreve a seguinte montagem (figura 10) para
(2)
$%
o ensaio de transdutores que necessitam circuitos
adicionais:
Analisando dimensionalmente, comprovamos que trata-
se de uma medida de potência média.

Watt. s
P = = Watt = Potência
s
(3)

2.2.1. Exemplo:
Como calcular a densidade espectral de potência do
ruído rosa em uma banda de freqüências de 10Hz a 10KHz.
A função densidade espectral do ruído rosa é descrita
Figura 10 Configuração de montagem da norma NBR 10303 para
por: transdutores que necessitem algum circuito extra [5].

1
D).)*+, = Joules
f
Descrição: O sinal deve ser gerado por um gerador de
(4) ruído rosa com uma banda de 20 a 20000Hz, e então passar
por um circuito ceifador, com o objetivo de manter o fator
Para calcular a potência média em uma faixa de de crista em 6dB. O sinal então passa por um filtro passa-
freqüências definida, é necessário integrar em relação à banda de primeira ordem com faixa de trabalho entre 60 a
faixa de freqüência a função (4) acima: 4000Hz (o circuito esta descrito na norma). Então o sinal é
amplificado e entregue ao corpo de prova (transdutor). O
%----
1
sinal medido é a tensão RMS na saída do amplificador
P).)*+, = ∙ df
f E45+ 
(5)
%-
P=
Z578
(7)
10000
P).)*+, = ln . 0 = 6,91 Watts
10
(6)

Então, é possível dizer que a potência média desde sinal E45+ = 9P ∙ Z578 (8)
é 6,91W. É interessante observar que a área abaixo da
função do ruído rosa com seus limites estipulados é Caso o transdutor necessite de um circuito adicional,
análoga a potência média do sinal. como um filtro, que não faça parte integrante do mesmo, o

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E
P=
fabricante deve especificá-lo, passando a fazer parte
Z578
integrante do transdutor durante o ensaio (figura 10). (9)

3.2 Prática recomendada AES2-1984 (r2003)


A prática recomendada (P.R) descreve a seguinte
montagem (figura 11) para o ensaio:

Figura 12 Ensaio utilizando filtro passivo.

Figura 11 Configuração de montagem da P.R AES2-1984(r2003)


[6].

Descrição: O sinal deve ser gerado por um gerador de


ruído rosa com uma banda de 20 a 20000Hz, e então passar
por um circuito ceifador, com o objetivo de manter o fator
de crista em 6dB. Depois o sinal passa por um filtro passa-
banda de segunda ordem em que a faixa vai da freqüência Figura 13 Ensaio utilizando filtro ativo.
mínima que o fabricante indica até uma década acima.
Então o sinal é amplificado e entregue ao corpo de prova Para descobrir a diferença entre estes dois casos em
(transdutor). O sinal medido é a tensão RMS na saída do ensaios práticos, é preciso medir a tensão RMS nos
amplificador da mesma forma realizada na norma NBR terminais do filtro passivo e nos terminais do alto-falante
10303. A grande diferença é que não há necessidade de (figura 14):
utilizar circuito extras pois a filtragem é feita no filtro
passa-banda ativo de década.

3.3 Potência média x Potência "RMS"


O valor que é extraído dos ensaios acima citados são
definidos como potência média, que corresponde a corrente
RMS multiplicada pela tensão RMS. Porém,
freqüentemente e erroneamente, este dado é publicado
como potência RMS. Neste artigo será utilizada
nomenclatura correta, ou seja, potência média.
Figura 14 Procedimento para encontrar a proporção de tensão
Para mais informações sobre o assunto, é indicada a antes e depois do filtro.
leitura do artigo [7] de Homero Sette.
Com os resultados destas medições, possível calcular a
relação entre as tensões.
4 RELAÇÃO ENTRE UTILIZAR FILTRO ATIVO E
Se um transdutor for definido para tal potência (P% ) em
que a tensão é dada por :% = 9P% ∙ ;<=> , e esta potência
FILTRO PASSIVO: MÉTODO EXPERIMENTAL.

for estabelecida utilizando filtro passivo (como é o caso da


4.1 Objetivo norma NBR10303), para utilizá-lo na mesma freqüência de
Este trabalho visa criar um fator de conversão confiável corte, porém com filtro ativo, é necessário configurar o

voltímetro : . Desta forma podemos fazer também uma


relacionando as potências máximas aceitáveis para os amplificador para entregar uma tensão igual a lida no
transdutores operando com filtro ativo e com filtro passivo.
Como convenção, neste trabalho, serão denominados de relação (X) entre as potências, como as normas definem:

E 
filtro ativo todos aqueles dispositivos que filtram antes da

Z578 E  P
amplificação (figura 13), e por sua vez, de passivo os
X= = = ∴ P = X ∙ P%
E%  E%  P%
filtros que são usados após a amplificação (figura 12).
(10)
Z578
Também como convenção a potência será ajustada a partir
do amplificador, e calculada a partir da tensão lida pelo
voltímetro em relação a impedância mínima da carga onde Onde X é o fator de multiplicação.
Então, : = 9(A% ∙ B) ∙ ;<=> = 9A ∙ ;<=>
será aplicado o sinal, de acordo com o que os ensaios de
potência especificam (9):

É de suma importância ser entendido que, o filtro sendo


ideal, não há perda de potência, esta é apenas uma forma

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de se adequar com as normas de ensaios, onde a potência é


definida apenas na freqüência de menor valor de
impedância. Este assunto será desenvolvido posteriormente
neste trabalho.

5 CÁLCULOS
Como foi visto anteriormente, experimentalmente é
possível obter uma relação entre as duas formas de Figura 16 Ligação do transdutor ao filtro.
utilização. O presente trabalho apresenta duas formas de
----
1
P).)*+, = ∙ df
equacionar este problema (métodos I e II), bem como
f
fornece tabelas úteis para qualquer freqüência de corte ou (13)
associação de filtros. --

20000
Para realizar tal procedimento, será utilizado o conceito
AD.DEFG H=IJKGLE = MN . 0 = 4,60 P
200
de densidade espectral de potência, visto anteriormente. (14)

5.1 Método I.
Desta maneira, agora é possível calcular a relação
Basicamente, a idéia deste cálculo é comparar as
existente entre a potência média com e sem o filtro,
potências duas faixas de freqüências diferentes do sinal
obtendo assim um fator de multiplicação.
tipo ruído rosa da mesma forma feita no exemplo de

6,90 = 100%
cálculo de densidade espectral de potência realizando

4,60 = B %
anteriormente (item 2.2.1).

B = 66,67%
(15)
5.1.1. Exemplo prático: Método I.
Neste exemplo, um transdutor receberá um sinal do tipo
Isto significa que utilizando o filtro passivo, a carga
ruído rosa e será comparada a utilização ou não de um
recebe apenas 66,67% da potência média do sinal não
filtro passivo do tipo passa-altas e freqüência de corte em filtrado.
200Hz.
É de suma importância notar que não houve perda de
Em todos os exemplos o filtro é ideal, não apresentando
potência no filtro, pois ele é ideal. O que acontece é que a
perdas. A carga, representada pelo transdutor, será
impedância na saída do sistema muda quando o filtro é
considerada resistiva para facilitar o calculo.
conectado. Como o sinal aplicado é um ruído que contem
todas as freqüências, teremos uma tensão RMS menor na
carga (E2) em relação à entrada (E1) (figura 17).

Figura 15 Ligação do transdutor sem filtro.

No caso do amplificador ligado diretamente na carga Figura 17 Ruído rosa aplicado em um filtro LC passivo com uma
(figura 15), teremos a seguinte potência média: carga resistiva.

----
1
P).)*+, = ∙ df
Ou seja, não existe perda, apenas a corrente RMS do
f
(11) amplificador diminuí, pois a densidade espectral de
- impedância (Z) da carga ligada ao amplificador aumenta,

20000
reduzindo assim a potência média fornecida à carga.
P).)*+, = ln . 0 = 6,91 W
20
(12) Outro fato que é importante frisar: não foi utilizada a
resistência da carga em nenhum calculo, permanece a
mesma nos dois casos, e o objetivo é estabelecer um fator
Na segunda situação, onde o filtro passivo é conectado de proporcionalidade entre o uso ou não do filtro (16).
ao circuito (figura 16), a potência será (14):
:SE< H=IJKE 
ASE< H=IJKE :SE< H=IJKE

= U = V W
AFT< H=IJKE :FT< H=IJKE  :FT< H=IJKE
(16)
U

Apesar de não ser mencionado, o filtro ativo pode ser


entendido como um circuito anterior à amplificação. Como
o ajuste é feito através da tensão RMS na saída do

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amplificador, ela é a referência, sendo possível utilizar esta


relação entre filtros ativos e passivos. Então, para este
caso, se for aplicado 66,67% da potência utilizando filtro

de saída do amplificador para : = 9(0.6667 ∙ A) ∙ ;XYN ),


passivo em um sistema com filtro ativo (ajustar a tensão

a potência que chegará a bobina do transdutor será a Figura 19 Multiplicação de blocos.


mesma do primeiro caso.
É importante lembrar que esta formulação, bastante Para fazer este cascateamento, é necessário conhecer a
simples, seria como calcular um filtro ideal, ou seja um função de transferência dos filtros. Como não há interesse
filtro do tipo degrau, então não são contemplados diversos na informação da fase do mesmo, será calculado apenas o
fatores como a ordem do filtro, a topologia, o fator de módulo. É importante observar que o ruído rosa, por
qualidade(Q) e etc. exemplo, obedece a equação densidade espectral de
A figura 18 mostra a diferença existente entre o filtro potência 1/f, enquanto as funções de transferência de filtros
ideal, calculado anteriormente (azul), e um filtro real, são normalmente representadas em tensão. A partir da lei
passa-altas butterworth (verde) de 2ª ordem, sendo os dois de Ohm, é sabido que potência é proporcional a tensão ao
multiplicados por um filtro que simula a densidade quadrado, assim qualquer função de transferência de filtro
espectral do ruído rosa (vermelho). terá de ser calculada da mesma forma, enquanto que as
equações de densidade espectral, como as dos ruídos, por
já estarem representadas em potência, não necessitam
-10
Ruído rosa em filtros com diferentes ordens
nenhuma modificação, ou seja:
Ruído Rosa


ZKTF[IJ () = ZD.DEFG (). \]H=IJKE ()\
Filtro 12dB/oct
-20
Filtro ideal
(17)
-30

É interessante frisar que não existe função de


-40
transferência de 1ª ordem que descreva o filtro do ruído
dB

-50
rosa, não sendo realizável na prática, sendo necessário a
alocação de vários pólos e zeros intercalados [1]. Porém,
-60 para fim de calculo de potência, as funções são válidas.
Neste ponto será calculada a potência média integrando
-70
a equação acima em relação à faixa de freqüência do
gerador de ruído branco, neste caso, 20Hz a 20KHz.
-80
2 3 4

----
10 10 10

A<TL=G = ZD.DEFG (). |]()| . _


Log(Hz)

(18)
-
Figura 18 Comparação entre a resposta de um filtro ideal em
relação ao real.

Para modelar um sistema real, foi desenvolvido neste Desta forma, é possível fazer como mostrado
artigo um segundo método mais completo em que é anteriormente, calcular a potência com o ruído rosa puro, e
possível cascatear diversos filtros obtendo a resposta final. depois com o ruído rosa multiplicado pelo filtro.

----
AD.DEFG = ZD.DEFG () . _
5.2 Método II.
Como foi visto anteriormente, apenas integrar o sinal na - (19)
freqüência pode não representar completamente a
----
AD.DEFG H=IJKGLE = ZD.DEFG (). |]()| . _
realidade, já que o filtro pode ter diversas topologias. Para
isto, com o auxílio do Matlab®, foi desenvolvido um (20)
cálculo mais complexo que possibilita calcular o resultado -

AD.DEFG = 100%
do cascateamento (multiplicação) de filtros com quaisquer

AD.DEFG H=IJKGLE = B%
características. Para o presente trabalho, será utilizado o
filtro tipo Butterworth, que possui fator de qualidade igual (21)
a 0.7. A técnica a seguir pode ser aplicada a qualquer filtro,
desde que conhecida sua função de transferência, ou que,
Sendo X, novamente, a razão entre utilizar ou não o
ao menos, se tenha a curva de resposta em freqüência do
filtro passivo.
mesmo.
A vantagem neste caso é que é possível utilizar as mais
variadas topologias e quantidades de filtros.
5.2.1. Teoria
A idéia deste cálculo parte da anterior, onde era feita 5.2.2. Exemplo prático: método II
uma integral da função de densidade espectral do sinal em
um limite dado no domínio freqüência. Entretanto, agora, Para exemplificar este segundo método, será utilizado o
qualquer tipo de ruído será gerado a partir do ruído branco mesmo exemplo de filtro anterior, porém serão adicionadas
(densidade espectral constante) e então filtrado de acordo características reais de topologia. Então, o filtro será um
com suas características. Pode-se entender como um Butterworth de 2ª ordem com freqüência de corte em
cascateamento de filtros (figura 19). 200Hz.

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-10
O módulo da função de transferência pode ser descrita
da seguinte maneira: -20

1
|](`)| = ]() =
-30

a1 + .c 0
.>
-40

dB
(22) -50

-60

1
|](`)| = ]() =
Ruído Rosa
-70 Filtro 12dB/oct

a1 + .2000
.
Filtro ideal


-80
(23) 20 100 200 400 700
Log(Hz)

Figura 20 Comparação entre a resposta de um filtro ideal em


Será considerada a função de transferência da potência relação ao real (dB x log(Hz)).
do filtro como:
Porém, ao ser representado em um gráfico linear (figura
 21), é possível notar que as áreas se compensam,
f i
1
comprovando que as funções tem a mesma área, o que
A() = e h
valida o cálculo.
e . h
a1 + .200
0
(24)

d  g
0.01
Ruído Rosa
Filtro 12dB/oct
0.008 Filtro ideal

A seguir, primeiro será calculado, como anteriormente, a


0.006
potência média do sinal sem o filtro:
lin

----
1
AD.DEFG = ∙ _
0.004


(25)
- 0.002

20000
AD.DEFG = MN . 0 = 6,91 P
20
0
(26) 0 100 200 300 400 500 600 700
Hz

Figura 21 Comparação entre a resposta de um filtro ideal em


relação ao real ((linear) x Hz)
E então será calculado com o filtro:
Observando este resultado, é possível concluir que a
 ordem (slope) do filtro em nada influi na potência média
f i
1 1
elétrica dissipada pela bobina do transdutor.
----
AD.DEFGjH=IJKE = ∙e h ∙ _
 e . h
Para comprovar tal fato foram realizados dois ensaios de

a1 + .2000
- (27) potência em que os transdutores foram submetidos a um

d  g
filtro passa-altas Butterworth com freqüência de corte em 5

AD.DEFGjH=IJKE = 4,60 P (YNklmnoM NpXénYco)


KHz, porém, um era de 2ª ordem (12 dB/oitava) e o outro
de 8ª ordem (48dB/oitava). No gráfico de variação de
temperatura (∆T) versus tempo (t) (Figura 22), é possível
notar que a variação de temperatura na bobina do
Pode-se observar que, novamente, ao calcular a transdutor nos dois ensaios foi praticamente idêntica,
proporção do sistema com e sem filtro temos o valor de comprovando a teoria acima.
66,67%
O objetivo de utilizar uma freqüência de corte alta (5

6,90 = 100%
kHz) é para evitar efeitos mecânicos que possam interferir

4,60 = X%
no ensaio onde a análise é puramente elétrica, como, por

X = 66,67%
exemplo, a ventilação forçada provocada por um
(28)
deslocamento maior do conjunto móvel devido a baixas
freqüências.
5.2.3. Comparação dos resultados
Como é possível notar comparando os exemplos práticos
pelos métodos I e II, os resultados foram idênticos mesmo
com a adição de varias características do filtro. Ou seja, ao
observar o gráfico da figura 20, a área abaixo do gráfico do
filtro ideal (azul) é igual a área abaixo do gráfico do filtro
real (verde), apesar de, ao ser visualizado na escala
logarítmica, não parecer.

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Ensaio potência entre filtros com ordens


diferentes Abaixo, na figura 23, é possível visualizar alguns filtros
120 aplicados em um sinal do tipo ruído rosa. O resultado da
100 tabela significa a proporção da área abaixo do gráfico dos
Delta T (Variação de

filtros (vermelho, azul, verde e ciano) em relação à área do


temperatura)

80
60 gráfico do ruído rosa sem filtro (rosa).
40
Filtro HPF 5KHz 12dB/oitava
Ruído Rosa aplicado a filtros tipo passa-altas
20 Filtro HPF 5KHz 48dB/oitava -20
Ruído rosa
0 HPF 500Hz 12dB/o
-25
3
255

507
759
1011

1263
1515
1767
2019

2271
2523
2775
HPF 1000Hz 12dB/o
HPF 1200Hz 12dB/o
-30 HPF 2000Hz 12dB/o
Tempo (s)

-35

dB
Figura 22 Dois ensaios de potência comparando um transdutor
utilizando um filtro HPF com Fc em 5KHz com 12dB/oitava, e outro -40
com 48dB/oitava
-45

É importante observar que em filtros com topologias que -50


apresentem ripple ou qualquer assimetria em sua função de
2 3 4
10 10 10
Log(Hz)
transferência, a conclusão pode ser diferente da encontrada
neste exemplo. Figura 23 Ruído rosa aplicado em filtros com diferentes freqüências
de corte.

5.2.4. Tabela prática


Para facilitar o uso prático, criou-se uma tabela (tabela 6 UTILIZANDO O FILTRO DA NORMA NBR 10303
2) utilizando o método I para passa-altas ideal e o método
II para filtros passa-altas Butterworth de 2ª ordem: Nos procedimentos anteriores, não foi utilizado em
A equação simplificada para calcular o método I esta nenhum momento o filtro da norma ABNT (figura 24),
descrita abaixo (29). porém, utilizando o método computacional (II), é possível
fc
ln w x
20000 100%
aplicar facilmente tal filtro antes da amplificação.
Potência usando tiltro ativo ∗=
20
ln w x
(29)
20000 0
filtro ABNT

*Relativa ao uso de filtro passivo -3


dB

Tabela 2 Proporções entre potência em filtro passivo e ativo em -6


relação a freqüência de corte. Comparativo entre método I e II.

-9
Frequência
Método I Método II 20 60 4K 20K
de corte [Hz] Log(Hz)

500 53,40% 53,40% Figura 24 Filtro padrão da norma ABNT NBR 10303.

800 46,60% 46,60%


Abaixo, na tabela 3, estão algumas freqüências de corte
1000 43,37% 43,37% usuais seu fator de conversão (%) de filtro passivo para
1200 40,73% 40,73% filtro ativo.
Tabela 3 Proporções entre potência em filtro passivo e ativo em
1500 37,50% 37,50% relação a freqüência de corte utilizando o filtro da ABNT. Cálculos
utilizando método II.
1800 34,86% 34,86%
2000 33,33% 33,33% Frequência de Método II utilizando filtro da
2500 30,10% 30,10% corte [Hz] ABNT.
200 70,7%
3000 27,46% 27,46% 500 50%
3500 25,23% 25,23% 800 39,1%
1000 34,1%
5000 20,07% 20,08 %
1200 30,1%
8000 13,26% 13,36 % 1800 22,8%
2000 19,8%
10000 10,03% 10,25%
5000 5,6%
8000 3%
Nota-se que apenas em freqüências muito próximas à
freqüência limite do cálculo (20000Hz) há uma leve Abaixo é possível ver alguns filtros aplicados em um
discrepância, que pode ser considerada irrelevante, causada sistema composto pelo filtro da ABNT. A forma de
pela assimetria na compensação das áreas mostrada na entendimento do gráfico da figura 25 é idêntico ao da
figura 21. figura 23.

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LUMERTZ DENSIDADE ESPECTRAL EM FILTROS

6,91 P
∙ 100% = 300%
Ruído Rosa + Filtro da Norma ABNT aplicada a filtros tipo passa-altas

2,30 P
-20
Ruído rosa com filtro ABNT (32)
-25 HPF 500Hz 12dB/o
HPF 1000Hz 12dB/o
HPF 1200Hz 12dB/o Lembrando que esta proporção é simplesmente a
-30 HPF 2000Hz 12dB/o
potência do sinal ruído rosa em uma faixa de 20 Hz a 20
-35 kHz, em relação a uma década de qualquer faixa de
dB

freqüência do mesmo sinal.


-40
Deve-se estar atento que quando a freqüência de corte
-45 mínima for maior que 2 kHz, a banda passante do filtro não
terá uma década de freqüências, pois o gerador de ruído
-50
20 500
Log(Hz)
1K 2K 20K
rosa limita-se a uma freqüência máxima de 20kHz, então.
Por exemplo, um corte em um transdutor onde a freqüência
Figura 25 Filtros aplicados em um sistema composto pelo filtro da de corte é 8 kHz, a banda do filtro será de apenas 8kHz à
ABNT.
20kHz ,gerando uma proporção maior, de
aproximadamente 7,5 vezes.
Em um próximo trabalho é essencial discutir a validade
Na figura 27 é apresentado um gráfico do ruído rosa
deste filtro tanto para sub-woofers, onde a freqüência de
sendo aplicada a 3 décadas distintas (200 a 200Hz, 200 a
corte é alta em relação a freqüência de ressonância usual,
2000Hz e 2000 a 20000Hz):
como também para drivers de compressão e tweeters, onde
a freqüência útil pode estar acima da banda passante do
filtro da norma, como por exemplo, um super-tweeter que -10
Ruído Rosa aplicado a filtros AES

utiliza um filtro passa-altas de 8 kHz (Figura 26). -15


Ruído rosa
BPF 20-200Hz
BPF 200-2000Hz
-20 BPF 2000-20000Hz

0 -25
dB

-30

-5 -35

-40
dB

-10 -45

-50
0 1 2 3 4
10 10 10 10 10
-15 Log(Hz)
Filtro NBR
Filtro NBR + HPF 8KHz
Figura 27 Três filtros passa-faixa espaçados por décadas
-20 diferentes aplicados em um sistema da P.R AES2. Obs.: as três
20 60 4000 8000 20000
Log(Hz) décadas contem a mesma energia.

Figura 26 Filtro HPF com Fc em 8 kHz (12dB/oitava) em cascata


com o filtro da ABNT.

8 CONCLUSÕES:
7 UTILIZANDO O FILTRO DA P.R AES2-1984
(R2003) O consumidor deve ter em mente que é incorreto aplicar
a potência definida pelo fabricante através da norma NBR
Quando o transdutor é especificado pela prática 10303 diretamente no transdutor, no caso de drivers e
recomendada AES2-1984 (r2003), que é um ensaio tweeters, sendo necessário o entendimento do tema tratado
realizado por filtros ativos, a potência indicada é a mesma neste artigo.
que se deve aplicar diretamente na bobina. O interesse
pode surgir caso o usuário necessite utilizar um filtro Há como calcular, com precisão, a densidade espectral
passivo. Então, a tensão RMS calculada em relação a de potência nos mais diversos casos. E o resultado pode ser
impedância mínima será maior e, conseqüentemente, a
potência (P =
yz{|}
aplicado diretamente no caso de conversão entre um
~{€
) será maior. Como nesta P.R os filtros sistema ativo e passivo.
são determinados em décadas de freqüência, todas contém
Transdutores em geral costumam falhar por duas
a mesma energia. Por exemplo, em uma década de 100 Hz
situações: alto deslocamento, onde a parte mecânica é
a 1000 Hz, temos:
afetada, e excesso de potência, em que a parte elétrica é
----
afetada. Todas as conclusões neste trabalho se referem
AD.DEFG = ZD.DEFG () . _ = 6,91 P
única e exclusivamente as falhas por motivos elétricos,
(30)
-
onde os valores de tensão e corrente eficazes produzem
grande influência na temperatura do transdutor. É
%---
imprescindível entender que ao utilizar freqüências mais
AéSGLG LE D.DEFG = ZD.DEFG () . _ baixas do que a especificada pelo fabricante, haverá efeitos
%--
= 2,30 P
(31) mecânicos (alto deslocamento) que anulam qualquer
conclusão tirada deste artigo.

Obtendo a proporção de 33,33%. A ordem, ou slope do filtro Butterworth em um caso


simples com ruído rosa não têm influência na potência que
Ou então, ao utilizar um filtro passivo de freqüência de
chega a carga, conseqüentemente, não influência na
corte mínima correta, deve-se aplicar 3 vezes a potência
temperatura do corpo de prova (transdutor). Em alguns
indicada pela P.R AES2.
casos específicos onde existam outras freqüências de corte

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próximas à freqüência de corte do filtro a ser analisado, é passo-lhe a responsabilidade por qualquer eventual erro
possível que haja diferenças devido à assimetria do conceitual no presente trabalho.
espectro.
Porém, um filtro de baixo slope possui grande influência
sobre os defeitos mecânicos do transdutor, pois permite 11 REFERÊNCIAS
que mais componentes de baixa freqüência cheguem ao
corpo de prova, gerando um deslocamento excessivo. [1] FILHO, Sidney Noceti - Fundamentos sobre ruídos –
UFSC.
As equações e ferramentas geradas neste artigo podem [2] PIERSOL, Bendat – Random Data: Analysis and
servir tanto para configurar sistemas simples, como measurement procedures 2nd edition – John wiley &
também distribuir corretamente as potências médias entre Sons.
as vias de caixas acústicas. [3] Olson, Harry Ferdinand - Music, physics and
engineering - second edition, Courier Dover
É necessário rever a norma brasileira NBR10303 em Publications, 1967.
relação a sua faixa de freqüência, pois como foi visto nos [4] ABNT, NBR10303 MAIO/1988 – ALTO-
últimos tópicos, em vários casos o corpo de prova FALANTES – Comprovação de potência elétrica
(transdutor) trabalha em uma região fora da faixa de admissível.
freqüência do filtro da ABNT. [5] Audio Engeneering Society, Recomended pratice
AES2 1984 (r2003)
Com a utilização do filtro da ABNT é notável que filtros [6] SETTE, Homero – Crossovers passivos de 2a ordem
com freqüência de corte alta possuem uma densidade em sistemas duas vias. – Apresentado na IX AES
espectral muito pequena em relação ao mesmo filtro com Brasil (11 a 13 de abril de 2005).
ruído rosa puro, isto se deve ao filtro passa-banda da norma [7] SETTE, Homero – Potência “RMS” ou Potência
ser muito estreito. média ? - Apresentado na VII AES Brasil (7 a 9
junho de 2004).
Utilizar a relação com um sinal musical pode levar o [8] SETTE, Homero;FILHO, Sidney Noceti; Dalcastagnê,
transdutor a receber grandes potências instantâneas nas André Luiz – Um novo filtro para a norma ABNT.
freqüências de passagem do filtro, porém estas [9] SETTE, Homero; Limitando a Potência em Drivers e
representarão picos com duração ínfima, ou seja, possuem Alto-Falantes – Apresentado na IX AES Brasil (11 a
uma enorme potência, porem baixíssima energia, não 13 de abril de 2005).
afetando eletricamente o transdutor. Caso o filtro esteja
mal dimensionado em relação à freqüência de corte, poderá
haver danos devido à passagem de baixa freqüência com
grande amplitude, gerando deslocamento excessivo no
conjunto móvel.

Também é possível utilizar a teoria descrita no presente


trabalho no sentido inverso, como por exemplo, utilizar um
filtro passivo em um transdutor especificado para X Watts
pela P.R AES2, na qual é utilizado filtro ativo. Para tal
caso, se o filtro passa-faixa ativo de década cabe dentro da
faixa de freqüência do gerador, a potência utilizando filtro
passivo será 3.X Watts.

A grande vantagem de se utilizar filtros ativos é que não


há perdas causadas pelas resistências dos componentes
reais passivos (indutor, capacitor e resistor). Além disto,
esta resistividade adicional pode modificar os parâmetros
de Thiele-Small do transdutor.

9 TRABALHOS FUTUROS:
O autor sugere simulações de outras topologias e
associações de filtros, bem como utilizar a curva de
impedância do transdutor para calcular a curva de tensão
real da saída do filtro (com o transdutor ao invés de uma
carga resistiva).

10 AGRADECIMENTOS:
Agradeço a eletrônica SELENIUM pelo suporte,
equipamentos e conhecimentos adquiridos, e ao professor
Homero Sette pelas vastas discussões sobre o assunto, por
ensinar dia-a-dia a tão complicada lei de ohm, e pelas
grandes contribuições feitas ao assunto tratado. Também

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