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CIVILIZAGAO MATERIAL, ECONOMIA E CAPITALISMO, SECULOS XV-XVIII Fernand Braudel Martins Fontes Sao Peo 1995 ale cM MEME Econo Sp mrs te 7 i pee pace ioe coat i inne A Paule Braudel: ‘Meni crn ol | ela dewme também este livro, SUMARIO Iropucko PREFACIO CAPITULO 1 — O PESO DO NUMERO ‘A populagio do mundo: nimeros por inventar Fluco e refluxo: 0 sisiema das marés, 21 — Fa 2 Como calcular?, 26— A igualdade China-Europa, 27 — A popul (60 geral do mundo, 28 — Nuimeros discutiveis, 29 — Os séculos.em relagdo uns com os outros, 33 — As velhas explicagdes insuficientes, 1s do clima, 36 Uma eseala de refertneta sassnsennte 7 39 Cidades, exérctos e rotas, 39 — Uma Franca prematuramente si- perpovoada, 41 — Densidades de povoumento e niveis de ci (0, 43 — O que sugere ainda 0 mapa de Gordon W. Hewes, 49 — © livro dos homens e dos animais selvagens, ST Um Ancien Régime bioWbsico termina com o século XVII .. 38 (0 equltibrio acaba sempre por vencer, 58 — As fomes, 61 — As epi- demias, 66 — A peste, 69 — Historia ciclica das doengas, 73 — 1400-1800: um Ancien Régime bialdgico a longo prazo, 75 Os numeros0s contra 0§ £8008 nnn tne 8 Contra os barbaros, 78 — A extingao das grandes nomades antes do séeulo XVI, 60 — Conquista de espacos, 82 — Quando as culturas resisiem, 84 — Civlizacdes contra civilizagoes, 86 CaPituto 2 — 0 PA0 DE CADA DIA itn 9 lérios, 94 — Trigo e rotagio de culturas, 98 — Fracos rendimentos, compensagdes e catdstrofes, 104 —~ Au- ‘mento dos rendimentos e das semeaduras, 105 — Comércio local ¢ 108 — Trigo eealorias, 112 — Pre- '5 — Pao dos ricos, pao e papas dos pobres, 118 — Comprar ou fezer 0 pdo?, 120—Poiso triga ¢ rel, 126 © arroz vse a Arroz de sequeiro ¢ arroz de arrozal, 127 — Omi 130 — As responsabilidades do arroz, 134 139 Origens enfim claras, 139 — Milho ® civlizapdes americanas, 140 As revolugées alimentares do século X © milho fora da América, 144 — A batata, mais importante ainda, 147 — A dificuldade de comer o pao alheio, 151 E 0 resto do mundo? : Os homens da enxada, 133 — E 3 primi 144 153 CAPITULO 3 — O SUPERFLUO E © COSTUMEIRO: ALIMENTOS E BEBIDAS ...... 161 ‘A mesa: luxo ¢ consumo de massas.. a 165 ‘Luo, mas tardio, 165 — A arpa dt ar ixoros, 167 — A rage ‘sal, 185 — Alimentos cotidianos: laticinios, gorduras, ovos, 186 — entas cotidianos: 0 que vem do mar, 189 — A pesca do baca- ‘thaw, 192 — A pimenta cai de moda depois de 1650, 195 — 0 agdcar conquista 0 mundo, 199 Bebidas e “dopantes’ A égua, 202 — O vinko, 206 — A cerveja, 211 — a sidra, 214 — ‘A aceitacdo tardia do élcoo! na Europa, 214 — 0 alcoolismo fora ‘da Europa, 220 — Chocolate, ché, café, 221 — Os estimulantes:glé- vias do tabaco, 232 . 202 CariruLo 4 — 0 suPéRFLUu EA MODA HABITAT, © VESTUARIO Casas de todo 0 mundo (Os materia ricos de construs ‘materais de construgao: madeira, barro, panos, 242 — O habitat rural ‘na Europa, 245 — Casas e alojamentos urbanos, 248 — O campo urbanizado, 251 Os interiores s pobres se ‘vets interiores, 256 —-O duplo mobilidrio ch ‘Negra, 263 — O Ocidente e seus diversos m ‘thos, paredes, tetos, porta ¢janelas, 264 — A lareira, 268 — Forma ‘has e salamandras, 270 — Dos artistas do move as vaidades dos com- ‘radars, 272— Sa importam os conunis, 275 — Luxoe confor 10, 275 Roupa e moda . 2st ‘Sea sociedade nao mudasse.., 281 — Se 56 houvesse pobres.., 283 — A Europa, ou a loucura da moda, 285 — A moda é frivola?, 291 = Duas palavras a propdsito da geografia dos textes, 294 —- Modas em sentido lato eoscilacdes de longa durapto, 296 — Que conetuir?, 300 (CAPITULO 5 — A DIFUSKO DAS TECNICAS: FONTES DE ENERGIA EMETALURGIA .. 303 © problema-chave: as fontes de energia 0 motor humano, 305 — A forca ‘os, motores edlicos, 320 — A vela: o caso das jrotas européias, 328 —4 lenha, fonte cotidiana de energia, 329 — O carvao de peda, i, 310 — Mot 339 — As pré-concentragdes, 345 — Alguns mimeros, 347 — Os ouiros metas, 348 CCaPfruLo 6 — REVOLUGOES & ATRASOS TECNICOS sevtnseeee 351 ‘Trés grandes inovagbes téeni : 352 As origens da polvora, 352 — A artiiharia torna-se mével, 353 — A artitharia a bordo dos navios, 355 — Arcabuzes, masquetes efi: 12is, 358 — Produgio e orgamento, 358 — Artitharia & dimensdo do seund s—Decegeth torn 54h semader Seeat atraso..., 384 — Na Europa, 385 — Velocidades e abit 5386 — Transportadores e transport te da economia, 290 © peso da hhistéria das 393 Técnica e agricult CAPITULO 7 — A MOEDA oscssnsennse : 399 404 ior das economias mo: nnetérias, 407 Capitulo 2 O PAO DE CADA DIA Mas é por toda a progressdes demogratic ‘uado aos alimentos vegetais. Cereais ou car {de pessoas. Aftemos um dos g mes, di ~J | vras, afirma-o a seu modo: Der Mensch ist was er come’). A sua a que 0 rodeiam, Para os viajantes, passar de uma cultura para uma eivilizaglo, de uma densi- » | 0 pio de cada dia para uma densidade relativamente elevada (ou inversa- mente) comporta signficativas mudancas de alimentagio. Jenkinson, o primeito mercadk hhegado a Moscou et qua Arcan de chogar a Os nogais bebem ido o seu eaminho, Jenkinson atraves- de sede e de fome'e, quando atinge 0 ie de égua, came de cavalo selvager, ne, de sangue, A seaund: Brueghel, © Moco, Almogo dos cifeiros. Bruxel | OTRIGO até Pequim. Encontra-se a i ‘pisédico, no Japio e na China meridional onde, no dizer do Pe. de Las Cortes (1626), 0 camponés consegue por vezes obter uma colheita de trigo entre duas co- ta nas planicies do Indo e do sas de bois de carga opera , apenas uma bolacha sem provincias sio designados por.. que os comedores de papas de cevad snhuma de fazer a puerta”, Sé é . _ | | ‘Na realidade, a grande hora do trigo ‘‘russo"” soara mais tarde. Na Italia, em | ‘205 olhos os a volta a0 mundo. - i 0 pao de cada dia ‘opa, muito antes destes acontecimentos,o trigo atravessa o Atlantico, es de climas demasiado quentes, ‘mandioca). Sucesso na Amé- a Europa. 0 trigo € os cereais secundrios ‘Mas regressemos & Europa. A um primeiro exame, ra-se ainda na [tia no io, na Sudbia e no planalto dizer no steulo XVI e mais tarde, 20 Dates entre turcos © eristios eram impens co trigo duro di lugar ido e deseavolvido depois ai a0 mesmo tempo ue o afothamento triena. Tanto como de trigo, & de centeio que se carregam 0 pito de cada dia eof do Bea edo ang, eeaa vex pareals longs, pea fone na - on clissica e que 0 com ‘na Espana, onde os érabes desde cedo implantaram a ¢: vendia-se arroz de Majorca nas feiras da Champagne; 0 d att para os Paises Baixos". A partir do século XV, cul 10 mercado de Ferrara. De q rum jogo de palavras faci stender-se as regides da peninsula, animando a seguir vas- ‘© arroz com leite. Barcos carregados de arroz em Egito, em 1694 e em 1709, foram na Franca “um recurso para a) 10 0 arroz ou 0 paingo do Ocidente, & fome 9s I. PRECO DO TRIGO E DA AVEIA SEGUNDO A MERCURIAL DE PARIS A linha tacsjadarprsena curve que wri «do pric de area, segundo a relate que Dupré de ‘Santa atv “natura” (273 do pve foto). 97 0 pao de cada dia Verdadeiros cereaissupletivos, os legumes secos, lentilhas,favas, fava-ric, xvi J, Inasetrig etcuro, ito trade, so também una font barat de roe. Sto 0 way! ‘ou minut, como dizem os documentos venezianos, a comida mitida, Se uma oe (0s soldados preferiam os garbanzos (grio-te- ve, a tepartifo veneziana do tr estimativas das colheitas, © Trigo e rotagdo de culturas (0s setores de um circulo grosseiramente desenhado até as florestas proximas:trigo, aveia, pousios a que chamam versaines. Sucessivamente, o trigo toma o lugar das versaines, a aveia cresce onde estava instalade 0 trigo, e as versaines substtuem se & situagio ini no outro, ocupa As semeniiras. British Museum, Mss 90089, do século XII. (Cliché do museu) dda populago camponesa... Mesmo no extremo sul da zona “*bienal’”, ao redor de Sevilha, em 1755, ha uma pequena regio de afolhamento a trés anos que parece andloga as rotagdes nérdicas. 4 sempre, quer o afothamento 1H documentos que indo as que precedem as sementeiras. No século XIV jd india (primavera, outono bem cansada por quatro tos a fazer quatro ou cinco lavras para teria Gnica coll de tio, vezes bem ide 1325, concedido pelos cartuxc ‘caso de contenda, a arbitragem de homens bo Senhorios, hd um registro de estrames, um Diingerresister; struma-se com estrume reforgado © pio de cada dia ‘eceu; um arrendamento prevé mesmo que os estrumes sejam ver de dircito antes de serem espalhados ‘soja vigiada®, fato de haver adulbos de subst ‘idas na efra camponesa ou na rua dos junto de certas na Espanhe ou mesmo junto do cavalo e do boi) se encarregue, sozinho, de preparar Salo precisos os sem os animais puxando as charruas e sem a mio-de- fas e das debulhas, porque ceifas e debulhas fazem-se com tas irrupeoes, 'o chei de febres, todos os verdes chega uma imensa ml Todavia, € claro que a om 0s seus campos abertos (openfield, 2s suas ¢otag ipitadas, a repugnancia dos portanto estender os ‘Quesnay recomenda is sio eles que fornecem aster © pao de cada dia uma solugdo,descobera e aplicad ha muito, mas apenas em trritrios de peqwena extensdo: no Artois, no norte da Italia ena Flandres, desde o séclo XIV, em certos “S__terrenos alemies do século XVI-e na Holanda, depois na Inglaterra. Consiste em fa- yl yy zezalgmar eral forages com tages logis qu soprimem oaredazem cons jy’ | deravelmenteo puso, com a duplavantagem de fornecerem aliento ao gado grai- do e aumentarem os rendimentos do cereal reconsttuindo assim a riqueza mineral 10 das recomendagdes dos agrOnomos, que slo cada ver mais, - que comesa a ganhar terreno depois de 1730, ha de levar um bom século para fazer-e num pals como a Franga, onde, como sabemos, abundazn as teras de cereal, sobretudo ao norte do Loire. E que a ealtura predominantemente ceealiera um verdadeirojugo, uma estraura de one ic si esi com ape ‘anos nas més terras © de ctanha, julga-se nada. 0 erro de jutzo, de um erro de perspectiva que supérabundiincia de exemplos e de de tio que o exéreto © os transpor O c1roé confundir pousioem yousio em regio de pecuaia, © termo éimpréprio fora das 1p8esregulares.Perto de Mayen ne ou de Laval como em oul {mesmo em redor de Roma), o lavradio espa ado das pastagens e a sem 1m ano ou dois de cereais mais nio é do que 102 © pao de cade dia ‘Amsterdam e Bibloece Reel 103 0 pao de cada dia ‘uma maneira de restabelecer as pradaias ( pretenso pousio, neste caso, estéIonge d como é 0 caso, freqtientemente, do afolhamé reconstituidos de vez em quando pela lavra, Fracos rendimentos, compensacdes e catisirofes (98 rendimentos sio um pouco superio: © pao de cada dia ‘as a evolugio idéntica. Pelo cont 10s © pao de cada dia ‘ha Boia, hd um nitido aumento dos rendimentos a partir da segunda metade do stoulo XVII. Mas a Hungria e a Esloviquia estdo tio mal dvididas como a Poli, E certo que a Hungria s6 se torna um grande pais produtor de trigo no século XIX. sementeiras em massa dio ao Languedoc do século XVI 8 de 3 para 1 por volta de 1580-1585; 4a 5 para 1 em ‘média no apogeu do século XVII, por volta de 1660-1670; depois, nova queda e subi. dda lenta a partir de 1730, até uma média de 6 para 1, s6 depois de 1750°. Aumento dos rendimentos e das semeaduras Estas médias fracas nfo excluem um progresso lento, continuo, como prova ‘grande pesquisa de B. H. Slicher Van Bath (1963). O seu mérito? Ter agrupado todos os miimeros conhecidos de rendimentos ct anca, a Espa smarea, aNo- ), a Boémia em sentido lato, a Polénia, os pases bal- smo rendimento para os quatro cereais prin intos grZ0s colhidos por cada semeado, & p auir, segundo 05 0s rendimentos atingidos, quatro fase: A, RENDIMENTOS DOS CEREAIS NA EUROPA (1200-16 IN Aes de 200128, Rendimento de 03,7 para ‘Alemanha, paises escandinavs 1700-1820 6a D, 1750-1820. Re Inglaterra, tranda, Palos Baixos 1700-1820 196 0 pio de cada aia Yectc-w ama sre de lets, mosis progress de AaB, de B a C. de CaD. Nao excluem recuos de duracdo bastante grande, como mente mais acentuados, o progresso de A a B ¢ proporcionalmente maior do que de B aC. A passagem de 3 para 1 a4 para 1 representou um passo decisivo, o lan- famento (em geral) das primeiras cidades da Europa ou o relancamento das que ‘io tinkam desaparecido durante a alta Idade Média. B isto porque as cidades de- pendiam evidentemente de um excedente de produgio cerealifera, RECUO DOS CEREAIS (1250-1750) Rendimentos 1 Inglaterra 5 Hee 3 16 a eit » AAlemanha 1550-1599 4a ‘Na Tia, trensporte de trigo em mules, Pinacoteca de Siena. (Foto Seale) Comercio local ¢ comércio internacional do trigo ‘Os campos vivem das suas colheitas ¢ as cidades dos excedentes. Para uma cia- de, 0 que 6 aconseli apoderar-se da pessoa dos mercadores de 10s os conheciam. Verdade, que, sem diivi- ‘Nao encontramos no século XVII, na Alemauha, medi- (05 Getreidewucher? seus obsticulos. Qualquer leiados. Nao hi diivida de cchegam 20 Mediterrineo trigos ou centeios do Norte, Antes recebe trgo bizantino, mais tarde turco. A Sicilia sempre foi um Canad, uma Argentina, uma Ucrnia avant la etre, 108 © pio de cada dia Exes celeiros, providencia das grandes cidades, deve ser ce Fcilacesso, & beira- ‘mar ou junto a rios navegiveis, ja que os transportes por gua slo vantajosos para ‘as mereadorias pesadas. Nos anos de boa colheita, até o fim do séeulo XV, a Picardia ‘ou 0 Vermandois exportam para a Flandres pelo Escaut, para Paris pelo Oise; a Chaan- pagne € o Bartois abastecem Patis no século XVI a partir de Vitry-le-Frangois, pela nnavegaedo por vezes perigosa no Mame. Na mesma época, o trigo desce da Bo nha, em tons, pelo Sadnee pelo Rédano, e Arles 6, para estas descargas de montan ‘uma gare dos trigos, Se Marsela teme uma caresta,vra-se para os seus bons az ‘os consuls de Arles. Mais tarde, a prépria Marselha ser, sobretudo no sécalo XVI ‘um grande porto do “igo do mar’. E a Marselha que todos apelam na Provenga, nas horas dificeis, Mas ela prefere, para consumo préprio, o bom trigo Tocal a0 que importa, mais ou menos deteriorado pelo transporte martimo™, Também Génova co ‘me o trigo caro que Ihe chega da Romagna e reexporta o trigo barato que compra no Levante, ‘A partir do século XVI, 0s trigos nérdicos adquirem um lugar cada vez mais des- ‘anos, expica um dicionério de comércio (1797), verficazemos que este pais € um os mais fr copia, ainda mais férteise mais bem i 0s nobres s80 0s tinicos pro sss mais cuidadosos também comem po de centeo, sendo 0 pao ‘mesa dos grandes senhores. Nao se exagera dizendo que uma sei tayo que favore ‘da América sempre de pronto, o pobre deixase cent e, como & de esperar, essencalmente em pro- rmeiros. F 0 que se no i internacional do trigo: os barcos caregados de cereal polons,transporiado pelo ‘chegam a Gdansk. (Detathe do quadro de van de Luch, 0 pio de cada dia Indo de quintais que o M ximos, € 0 montante do co ‘Turgot calculava 0 comé Inges de quintais, acabar, que Dados os estes comércios de longo curso; admira 5 Bardi de Florenga conseguirem expe por os mercadores de Florenga conseguirem ‘manipular todos os anos umas 5 a I partir do século XIV, dos na partida, nas caricator tante a partir de 1544), Labeck ou neza (44 armazéns nesia ultima cidade, et mércio do trigo, facilitado ‘ chegada, em Génova ou em Vi 1602); ou com as comodidades do co- m © pao de cada dia lor Vi, nara comprar imecintamente 1502 200 mil alge de centio na Poni, ‘os ceeiros ao mesmo tempo porque os mercados nd ‘tim profundidade. Aliés, os obstéculos a um comércio lire multiplicam-se muito, ‘agravam uma circulaeao ja desi dificil # 0 que demonstra o exemplo da Franga du ante os iltimos anos do Ancien Régime. Desejosa de proceder bem, a administracio ‘monarquica cria, ao pr de lado as iniciativas privadas demasiado livres, um mono- polio do comércio do trigo em proveito préprio, ou melhor, dos mercadores 20 seu servigoe dos seus agentes, tudo a suas expensas¢ para seu maior prejuizo. Mas o ve smrescimento, dé lugar Trigo 112 7) Bonita (ima 3 10%) Ul) Preextes eteor, azete expects hapeaate . 13 estudio © diversas : 6s Wz, bn ‘aavecimonto Va siojaments produto 4h. pio ‘e orgem!** ‘somal 2 4,5 outs produnos bebidas de oigom vegets aimentagao 72,7 1B. ORCAMENTO DE UMA. FAMILIA DE PEDREIRO EM BERLIM POR VOLTADE 1800 Inmpbese« comparoo com os meres itlaos prada ‘ment ia do partons mt ‘mais variada do que nos campos, afirma-se onde quer que as sondgens so possi- 0 pio de cada dia Em Paris, onde o consumo se estabelece, por volta de 1780, como vimos, no ‘aexisténcia de uma classe operdriaexigente, bem paga, hibitos dispendiosos de citadinos de velha data. [No conjunto, nao ha qualquer duvida de que o pao se consome em grandes quan tidades no campo, mais do que na cidade, e na base do escaldo operiio. Segundo! pois da came e do vinho (17% apenas, em ambos os ca Eisso que Preco do trigo e nivel de vida smetade da vida cotidiana das pess transportes, das intempéries que pr ineitas, enfim, conforme {| i <= Pres nt fornofrued170 01750 ESEREEEESSHRE REESE E res fica bem clara: por 3 menos earos mas : _ ‘alicente de calorias, abandonar os alimentos ricos em proteinas para consumir ~ 4. Fowrasid, Prix de verte et prix de revient, 14° sere) 116 47 © pao de cada dia uma aimentagto bnseada nos farindoeos Nas wésperas da Revol Frances, na | Bowonks, "rand o grande lnvedor,ocamponts no come tg Ese cal dear zo fea reserva i vend ts eiangas pequenas, a alguns rats fess. ornee ) Sbosasoiesinan Os eseals secndirios onsite o esenil da amentagto ‘camponesa: conceau ou mistura, centeio nos lares bastante ricos,cevada e ave ‘casas pobres, milho em Bresse eo vale do Saéine,centeio esarraceno no Morvan Por volta de 1750, no Piemonte, 0 consumo médio (em h) extabelece se como segue trigo, 0,94; centeio, 0,91; outros careais, 041; castanhas, 0, I por ano. Nesta racdo bastante insuficiente, a parte do trigo € modesta, Pao dos ricos, ‘pao e papas dos pobres Assim como hi tiga ¢tigos, hi pio e ples. Bm Poitiers, em dezembro de 1362, ‘unto categoria correspond ss peo camos db prego mio gs Gunde ‘0 pregos estavam baixos, ou ao menos razodveis, eram sutorizadas somente 3 cate- igos romanos era a base de milhete, a alica, uma outra papa, de pio; fala-se de uma aca pi E recomendado pelos méicos na condigdo de ser Estas velhas préticas nlo desapareceram por completo hoje em dia, O porridge scons e inglés ¢ uma papa de aveia; na Poldnia e na Rissa, a kacha, de centoio t 18 aos soldades ra Osman Aga foi quentes do fog Mas era quase pio, ug 0 pao de cada dia cinco ovos ¢ um grande po de centeio e outras ‘um ou dois pedagos""™. . Na Franga, onde a revolucio do “> fundada uma Escola Nacional de Padaria em 1780" ye © ‘conheso-0, adivinho-o Comprar ow fazer 0 pio? Na venida, 0 pao nao varia de preco: varia -se a toclo o mundo ocidental. Em.\ 120 *| eso we Plo 4 (an ona) 3 eso ue rho | or ' rae ao Tico le (ems) org a ee 16, PRECO DO PAO E PRECO DO TRIGO EM YENEZA NO FIM Do SECULO XV Braudel, "La via economies dt Vena ne solo XVI" in La Cit veneran dl Ri ra 2 ses: esquerde, em local; dezembro: 0 Tonga file de burgueses vestides com peles. Ao fundo,o campo... (Sitdtisch unger, Augsbure) 7 Foro de pao. Cracévla, sfeulo XV. Codex de Balthasar Behem, Biblioteca Japelonska, ‘Crocdvia. (Foto Marek Rosiworovski) Em Genova causa grande emosio a proibido, em agosto de 1673, das cozedu- ras domésticas: “O povo murmura”, explica o cOnsul francés, “[..] parece que fa cidade] querem obrigar toda a gente a comprar 0 po nas prasas ‘nos moinhos que ento se encom des, por vezes mesmo no centr 0 pio de cada dia © pao de cada dia ddos moinhos — como em Paris, quando o Sena congela ou simplesmentetransbor- «da — implica dificuldades de abastecimento imediatas. Serd de admirar que, as forlficagées de Paris, tenham sido instalados moinhos de veato e que subsistam ‘moinhos a brasos, tendo mesmo defensores prdprios? og, |, Paint ua, ta, to prea da Baap inl #2 yy (cupaptir decid Estados, dos mereadores, dos homens para quem vivet JP" sEmordero seu pic. Pesonagem nvasr, 0 ploy nas correspondence i em, ‘- 'Po, tem sido sempre a vedete. Mal ha uma elevario do seu preco, tudo comesa setae ea tenpestadeameaga. Por toda a pate taio em Londies come emt Patis ou Napoles. Necker tem portanto rast quando diz que“ povo munca hd de querer 0 i, ‘cad alert, aarat-mida consumidor, aque sofre, nfo rela em reco fer & violencia, Et Napoes, em 1585, grandes exprtages de crel pa Espo, ta desencadearam a Tome: Em breve, & presto comer plod castapne ele eto com asta elpumes soos, O meendorapmba ; da praca Maver fo sagucaas, ‘fo enforcado, os outer cone ose acalma ou parece scala thants ei culo XV co seal XVI, rida, una colelts mito bom ¢ solid como una bn cles- te. Btn Roma, em] dcagosto del, ‘Deus aoa colic que acaba de ser enserada.Oprefsito dos vere, Pla Gin some nn casino o ara ee Te o plo aunt pra 0 Abra!" © letorcomproende Je ex fas de modo algun sib Tina reg dopo em Roma nto eso muda, como ¢ deter gutse em toda a pare. Em Pallavi, portant, de una ser nora muito pos. Famente, sumentou em S0% 0 poder decom dos pobre, daqucks que 36 co. mem pa 125 O ARROZ ‘Tal como o trigo, mais ainda do que o trigo, o arroz é uma planta dominado- Muitos Ieitores de uma histéria da China, outrora escrita por um grande 9, devem ter sortido com as constantes comparagées que o autor fa2: iro Luis XI ow Luis XIV ou Napoledo 0 seu camminho nestes mundos do Ex- proprios valores. Falaremos portanto do daa sua origem: tal como no trigo, as sua grande quantidade de oxigénio de que a agua estagnada at io ha nenum arrozal onde a 4gua, 1to-em certas ocasides, para que sea possivel est lca deve portanto, alternadamente, suspender € Estes niimeros caem entio para menos dos valores referentes ao trig e até ao mi Arroz de sequeiro € urroz de arrozal sminadora porque © arroz nio dé aos seus itis $0 ow 70% do | sec0s da Asia central, como tantas na bem mais cedo do que o arrozy . aquele pelo menos no ano 5000. Hit 27 0 pao de cada dia Portanto, a favor do trigo, um avango de varias dezenas de séculos durante ‘muito tempo, teve poueo destaque entre as plantas secas;a pri sa ignorou-o edificon-se na China do Norte, nesseimenso 3m base ‘em trés gram eum pra ilbete © pian beta do Novo Mundo pelos europeu Ines: a mandioea 36 se 129 0 pito de cada dia milagre dos arrozais Ta, mostra ja, tos de alguns ares cada um, as bombas de rega e pedais, o transplante, a ceifa do arroz e a mesma charrua de hoje atrelada a um inico bifalo'®. sa data, ainda hoje as imagens so as mesmas. Parece que nada mudou. SPQ ites ene outa admiral eres aon un catia por SOY Sita Maite Hb sees, © € un Sedo po gsm na oto a solo e nio é conveniente para os andfeles, portadores dos germes da: SS" contritio, as éeuas Vimpidas das sorlhes favoraveis 3, Puntos oats dees lama alates Sams ‘i |, mas perturbam a vida ¢ os trabalhos agric eaurn alga imple: vitaassxkmerpon-0 € orotate: de maitua Ent olialinc or mons oct bela aes nature ‘essas noras rudimentares ou as bombas a pedais,espeti- 5 elétrica seria prescindir de 3s Funcionar: “Por vezes pu- sirar 0 aparelho durante todo o dia com os pés pportas para fazer circular a Agua de um cantero para o canteiro vizinho. Claro que ‘sistema escolhido depende das condigées locais. Quando nio hi método de iriga- jel, o aterro do arrozal serve para tetera égua da chuva que basta para ali- ‘mentar uma grande parte das culturas de planice, na Asia das monobes. 130 © pio de cada dia me concentracao de trabalho, de capital hu- ‘Tratase, em suma, cima, o que implica uma sociedade s6lida, a autoridade de um Estado e grandes ‘obras sem fim. © Canal imperial do rio Azul, em Pequim, é também um vastosis- tema de irigasio!®. sobreequipamento em arrozais implica um sobreequipamen- to do Estado. Implica também a unio regular das aldeias, tanto pelas obrigagGes coletivas da itrigago como pela inseguranga, tio Freqlente nos campos da China. rancar 88 ervas, ‘pouco profundas nscontam estas scessivas tarefas, No Camboja, fazer) 4 is de sement ‘quando aparé \ cessencial & a rapidez da! maturagio: “Este grdo vem em trés meses, embora 0 me- 1B © plo de cada ala je) Paddy. Descascado, s80 21 quintais de arroz const S*” ou seja, a soma colossal de 7.350.000 por hectare contra , «apenas 350.000 calorias animais se esse hectare, consagrado & pecussia, produzis- s€ 150 kg de carne", Bstes nlmeros revelam a enorme superioridade do arrozal eda alimentagio vegetal. Eno foi por certo por idealismo que as cvilizagoes do Exiremo Oriente preferiram o vegetal ‘Arroz, cozido apenas em igua, 6 nto de todos 0s dias, como o pio dos ‘no pane e companatico italiano quan- téo magro acompanhamento juntar-se& rac de arroz de um camponés bem alimentado Debutha do arrox 4 mio. Desenho de Hanabusa Itch (1652-1724), Galera Janette Oster, | ors. (Foto Nelly Delay) sm jogando num saco, comecando por soprar- 7 lugares da Europa falar a estes chineses de plo ou de biscoito. Quando tém trigo mas éproibida na Franca, lachas amassadas com banha ¢ cozidas no vapor". 0 pao de cada dia ‘causa da moderasio do calor, das condipbes aimosféxicas, de bem melhor ¢ mais frtil do que qualquer solo da Espanl ,umas apés outras"® A partir do sé stalada, Comepa enti o grande aumento demogrifico na China As responsabilidades do arroz 0 sucesso e a preferéncia do arroz colocam uma série de problemas, como alias trigo, planta dominante na Europa. O artoz cozido em égua — uma “papa” — Debutha do arroz com mangual no Japto, Galeria Janette Oster. (Foto Nelly Delay) Aina, igasso do errozl. Growures segundo pintras do Keng Tee Tu. Gabinete degre Sura (Cliche BN) m * iets as montanhes nem seque fenton. Depots de pus os anima do. 98, ou quase, ¢ de fechar a porta aos miseraveis monté Hf poser acharrs deve igagdo e de escoamento das (particularmente a invengio do senbukot 0 pio de cada dia adubos do arrozal ¢ duas vezes mais mao-de-obra, Fora do arrozal, nos “campos”, ‘um regime tricultural associa freqientemente cevada, sarraceno, nabos. Enquanto © arroz permanece associado a pagamentos muito altos em géneros (50 a 60% da colhita so entregues ao senhor, estas novas eulturas dio lugar a entregas em di- ‘heito que igam o mundo rafal a uma agricultura modema e explicam 0 apareci- ‘mento de camponeses, quando nio ricos, pelo menos remediados, em proprieda- |des que sio ¢ continuam a ser mindsculas®. Tal servtia para demonstrar, se pre- {iso fosse, que também o arroz € um personagem complicado cuja fisionomia nds, historiadores do Ocidente, mal comegemos a adivinhar. Hid duas fndias, assim como ha duas Chinas: 0 arroz abrange a india penins- lar, toca o baixo Indo, cobre o grande delta eo vale inferior do Ganges, mas deina ‘menso terreno ao trigo e, mais ainda, ao milhete, capaz de se con ppouco fértes. Segundo os trabalhos reventes dos historiadores 138 O MILHO gS ¥ wf ular destin. Origens enfim No caso do milho, tudo ¢ simples, até 0 problema das suas origens. Os erudk €0 nico presente e tudo indica que uma planta pequena.[...] A espiga madura no mede mais que 2 ou 3 ¢ pot Iho cultivado cujos grdos sio prisioneires de folhas que nao abrem com a matu: sidade. F necessiria a interven¢ao do homem. 139 homem. 14 foi apre ru, da Guatemala. O México acaba de aanhar de todas elas. Mas os arqueGlogos também tm as suspenses. E, como se de difusio pri a partir da alta A ‘do mundo, dda Birmania, berg de qua- Em todo caso, no séeulo X} indo se formaram as cvilizapées revente no espaco americano, ass 0 po de cade dia dioca, no leste da América do Sul; ou sozinho ¢ submetido ao regime de sequeiro; ‘ou sozinho nos terragos irtigados do Peru e nas margens dos lagos mexi ‘milpa. Gems distancia da Cidade do México, e observa: queimavem para adubar a t iente um thama, que Entlo arranca-se a espiga eo talo (que, Decisivo 6 comparar estes documentos iaculosa: forma-se depressa € 08 seus fro. antes mesmo de estarem maduros, so ji com aacolheita, na zona seca do México colonial, 1 € considerado fraco. Perto de Quereta 105 ce 800 para 1: mal se acredita. No temperada, chega-se mesmo a obicr i lagos leva (sera por as, opressivas precisa 142 faa Naratia, 1 S90, grav. XX, 0 pao de cade © problema é esse: uma maravilha de um lado, do outro resultados humanos | \ iserdvels e, como sempre, temos de perguntar: de quem é a culpa? Dos homens, claro, mas do milho também. ‘Todo este sacrificio, para que recompensa? A bolacha de milho, esse mau pio de cada dia, os bolos que se poem a cozer em fogo lento em pratos de terra out 0s grdos rebentados ao Fogo: nada disso €alimento suficiente. Seria necessario wna suplemento de carne es autoridades sensatamente profbem, mas em vio. Péem fora de si estas populagées trstes, frageis, em Céuas de embriaguez & Goya™® Defeito grave, o millho nio esté sempre & mao. Nos Andes, acaba a meia en- fomecemthes 4 moods de toes, Todos os a € volta de pelo menos trés mese 5, mulheres, criangas, focre exemplo de uma circulacio 10, que sempre se fez™, de Humboldt*? na Nova Espanha, Auguste d )bservaram uma circulaglo em mul {085,05 seus ranchas, os sus currais, as suas passagens obtis de dela, até as minas logo desde o primeiro golpe de pi barcos do rio Chagres. Mais mulas e barque nao hi transporte. Ora o Panam vive apenas do mi M3 AS REVOLUGOES ALIMENTARES DO SECULO XVIII As plantas de cultivo nao param de viajar ede altear a vida dos homens. Mas 6s seus movimentos fazem-se naturalmente, levam por vezes milénis. Apés i ‘multiplicam-se, aceleram-se, O mitho fora da América Sejam quais forem os argumentos aduzidos, ¢ pouco provavel que o milho te- ado da sua prisio da Ai 17, DESIGNAGOES DO MILHO NOS BALCAS (e Trion Stolanoviteh ie Rowales S.C. 1965, p. 1081) 145 0 pao de cada dia 0 pio de cada dia is, de uma maneira geal, 6 no séeulo XVIII ‘que 0s outros cereais, que nio alimentam com ele as pesso ino europeu. ‘as primeira reapbes. Pouco a pouco, a0 norte do Cons éespantoso, uma vez que houve excegbes, precociades eesul- . espetacilares. Da Andaluzia, onde ja existe em 1500, da Catalunha, de Portu- sal, onde chegou por volta de 1520, da Galiza,atingida pela mesma época, passou, lado, para a Ilia, por outro, para o sudoeste da Franga. 0 seu énito na Venécia € espe 1539, a cultura do mitho esta ja generalizada no fim do século em toda a Terra Firme. século XVI e onde havia campos intel- :€ normal que o grano turco af setenha No sucloeste da Franca, nos campos de Navarra mais de tempo para entrar na Alvida favorecio pla decadncia a cultura do do 0 cOnsul usso em Lisboa”, Na Borgonha, “ no foro, si o alimento dos camponeses © Pare Bates oo Me eae A batata, mais importante ainda ‘de Portugal, no foi aadotado com alegria. Em 1597, Pigafetta menciona que € muito menos estimado do 148, pio de cada dia acrescentando: “Mas que so gases para os vigorosos érgios dos camponeses e dos trabalhadores!"" Nada de estranho, pois, que nos paises onde a conquista foi ripi- y dae completa, esta se tenha impo: PS dramnéticas.... A ameaca da fome, o e230 da Irlanda, j4 que o mesmo bocado de ra que poderia fornecer a alimentago, em trigo, de uma pessoa, pode bem ali- dduas com batatas2™, Mais ainda, tadlos pelos proprietirios que podemos seguir de perto 8 difusR precoce das batatas nos Paises Baixos meridionais a partic de 1680 e nas Provincias Unidas a parti de corea de 1730. vulgar. Awxiioprestado aos pobres de Seitha em 1645: wm coldeirdo do quadro reproducido na p. 65. (Cliehé Girauon) 150 © pio de cade dia 'Nessas mesmas regides flamengas, C. Vandenbrocke caleulou 0 aumento re volucionario de consumo d indiretamente, gragas 4 diminuigao do consu- a. ddres, 0 que & corroborado pelo Tato til wumentado em vez de baixar™?, Na 1, @ revolugio da balata s6 comegou no steulo XIX. Na realidade, faz parte de uma revolugdo mais vasta que expulsou dos A dificuldade de comer © pao alheio Para nos convencermos de que |, acarne, o presunto que, vindo da Europa eatéroido pelos v dias a prego de ouro... Qt , mandava fazer bi tufado a seco, com: ido, sem tempero nenhum, no se acomodava no meu estomago. do Panam, onde nlo creseeotrigo, a historia- terca-eira, 12 de margo de 1697, na Cidade do México, Careriétestemunho fof ty 0 trig transplantado para a América pelos expanhéis.O fad cutive-o para els com os ‘mesos utensios que usa 0 camponés da Europa. (Foto Mes.) ir 0 poyo de queimar (ae 20. E bbrancos? Accitemos que assim seja para concluirmas um pouco apr pao branco, homem branco. Na América, entende-se, Se se tratar, pelo contrério, dos mestigos, dos indios e dos escravos negros da cidade, endo, admitamos que }o que eles reclamam com o nome ambiguo de pio" ndo pode ser senio milo... E O RESTO DO MUNDO? No seu conjunto, por mais importantes que sejam, as plantas domminantes s6 ‘ecupam uma pequena superficie do mundo, exatamente a dos povoamentos den- 506, das civilizages completas ou em vias de se completar. De rest 9» deixar enganar pela expresso plantas domin: ianas, elas se incorporaram a seu modo de har. Nada hd de comum entre 0 milho das vas € 0 do corn belt dos Estados Unidos atuais. Toda vez. que um sucesso deste género le enquadramento” da pat ‘os homens, 36 triunfam com acumplicidade das circunstancias. Neste caso particula © que hoje continua a ser impressiona domina o traball vezes penetra no seu espaga). wdochina em sentido lato) ha mistura das duas for Iss 0 pao de cada dia 0 plo de cada dia LC. Mas as escavas0es arqueol6g- mais dia menos dia posto em ques lade do homem americano, o seu car + ter evidentemente mongolside e a inaudita espessura do passado que precede 0s su- ‘cessos amerindios. A capa e a pesca comandaram os deslocamentos, a noss0s oltos aberrantes, destes pequenos grupos da pré-histéria. Percorrendo todo o continente {de norte para sul, chegaram & Terra do Fogo por volta do VI milénio a.C. Nao € ex- ioso que ainda haja cavalos neste “Fim do Mundo”, caga que havia séculos desapa- recera das outras regides do Novo Mundo"? particularizando-se no seu isolamento para cculturas e linguas sem comunicagio entre si. O espantoso espapos lingisticos estrangeiros™. A debilidade dos efe da Asia ajuda a compreender que (parte algumas caracter ‘de parentescos longinquos) tudo é localmente construfdo. 19. MIGRAGOES MELANESIAS E POLINESIAS ANTERIORES AO SECULO XIV Notece «iment dotingulo des nvegapes pons, ded a tha Hava th de Place 5 € ified ue vemos, por exemplo, os camponeses franceses ou os i! Faltam todos os dados para além dos que nos podem irora, 08 observadores que, tendo-os visto viver, pro- cura compress os mecaios de sun extn. Mat ee decotridors de quem acabamos de flar, s nossa sociedades densa. OS 1605 pelos portugueses, redescob ville desembarca lé no ano 0 0s indigenas das de cocas € 0 agiear, coisas que consomem cruas; Verdade! cala aa longo 158 ‘Na Nova Zelindia, wm marinheiro do dlrio de um membro da trip {roca wm lengo por uma lagoste. Desenho tirado de Cook, 1768. (Foto British Library) até a cauda sem pas. "22 Selvagens também esses australianos que Cook ¢ os seus compankeiros obser a do um pouco da cara, mais, poderiamos descobrir casos tia, a que havemos de voliar, 139 © pao de cada dia ‘na medida em que resume, tudo junto, a obra do padre de Charlevoix, as observa- ses de Champlain, de Lescarbot, de'La Hontan e de Potherie, o abade Prévost vasto quadro onde, no espago imenso que vai da Louis nio & serem ou ndo antropéfagos. Mas cultivam ou nao nos mostrem indios que cultivam o milho ov outres plant as baleias ainda subiam temos pois os eagadores dos a partir dos fortins dutta do Hudson ou da rags forts do So Lourengo, docu a suns po bes aldeias de nomades 40 apanhados na ne- esquilos, arminhos, ‘europeu apropriou- sia aos cacadores da (0 agricola” 36 legiados, como o Oriente Proximo do VII ou ‘ua marcha nao se fez de se a0 longo de um mesmo 0 mundo de hoje ainda nfo acabou com to- dos os homens de enxada. E ainda ha primitivos vivendo aqui e além, protegidos pelas terras indspitas que thes servem de refi

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