You are on page 1of 44
CIVILIZACAO MATERIAL, ECONOMIA E CAPITALISMO, SECULOS XV-XVIII Volume 1 Ea A Paule Braudel: ‘Man i ge ela dew-me também este livro SUMARIO IntRODUGAO .. u PREFACIO| 15 CaPfTULO 1 — O PESO DO NUMERO 9 ‘A populagdo do mundo: niimeros por a Fluxo refluxo: 0 sistema das mar Como calcular?, 26 — A igualdade China-Europa, 27 — A popula- (20 geral do mundo, 28 — Niimeros discutiveis, 29 — Os séculos.em relagdo uns com os outros, 33 — As velhas explicacdes insuficientes, 34 — Os ritmas do clima, 36 $920, 43 — O que sugere ainda 0 mapa de O livro dos homens e dos animais selvagens, 51 Um Ancien Régime biolbsico termina com o século XVI 8 8 ‘séeula XVI, 80 resister, 84 — (CAPITULO 2 — © PAO DE CADA DIA sorsssnesnennnntnnenntne 89 0 trigo 93 comércio 0 do trigo e nivel de vide, 115 — Pao dos ricos, pao e papas dos obres, 118— Comprar ou fazer 0 pio?, 120— Poiso trig € rei, 126 0 ator m Arroz de sequeiro e arroz de arrozal, 127 O milagre dos arrocais, 130 — As responsabilidedes do arroz, 134 © mitho .. 147 — A difieuldade de comer 0 pio alheio, Bo resto do mundo? Os homens da enxada, 153 ‘CAPITULO 3 — O SUPERFLUO F © COSTUMEIRO: ALIMENTOS E BEBIDAS ...... 161 ‘A mesa: luxo © consumo de maSsas so... , 165 — A Europa dos carnivores, 167 — A racto 4e carme diminui a partir de 1580, 173 — Uma Europa apesar de it. do privilegiada, 176 —~ Comer bem demais, ou as extravaganc ‘mesa, 179 — Por a mesa, 179 — Um savoir-vivre que se inst 2, 182 — A mesa de Cr Alimentos cotidianos: 0 que vem do mar, 189 — A pesca do baca- ‘thas, 192 — A pimenta cai de moda depois de 1650, 195 — O aeticar conquista o mundo, 199 Bebidas e ‘“dopantes" ..... A dgua, 202 — 0 vintio, 206 — A cerveja, 211 — A sidva, 214 —- A aceite tarda do doo! na Europa, 24 — 0 alcolion fora 220-— Chocolate, chd, café, 221 — Os estimulantes: gic rias do tabaco, 232 202 CAPITULO 4—O SUPERFLUG E © COSTUMEIRO: O HABITAT, © VESTUARIO EA MODA . Casas de todo o mundo .. pia Os materiaisricos de construpao: a pedrae 0 tjolo, 288 Os outros ‘materiais de construgdo: madeira, barro, panos, 242 ~ O habitat rural na Europa, 245 — Casas ¢ alojamentas urbanos, 248 — O campo urbanizado, 251 ss sem mobiia, 254 — As civlieagb {dveisinteriores, 256 —-O duplo mobillério ch Negra, 263 — O Ocidente e seus diversos mo ‘hos, paredes, fetos, porta ejanelas, 264— A ‘hase salamandras, 270 — Dos artistas do mével as vaidades dos comn- pradores, 272 — $6 importam os conjuntos, 275 — Luxo e confor- ‘0, 279 Roupa e moda .. ‘Se. sociedade no mudasse... 261 — Se 33 houvesse pobre =A Europa, ow a loucura da moda, 285— A mode ¢ frivola?, — Duas palavras a propésito da geografia das tBxteis, 294 — cemsentido lato eosctagdes de longa draco, 26 — Queconctulr?, 300 ‘CAPITULO 5 — A DIFUSKO DAS TECNICAS: FONTES DEENERGIA ENETALUROIA .. 303, © problema-chave: as fontes de enersia © motor humano, 306 — A forca animai 306 . a 339 gids elementares, 341 — Os pro- lo XI ao séeulo XV: na Esta e no Delfinado, 343 — As pré-concentragaes, 345 — Alguns niimeros, 347 — Os ouiros metas, 348 CAPITULO 6 — REVOLUGOES & ATRASOS TECNICOS 351 ‘Tres grandes inovagbes téenicas i AS origens da polvora, 352 — 352 torna-se mével, 333 — A artitharia a bordo dos navios, 355 — Arcabuzes, mosquetes e fu- 18 — Produsio e orgamento, 358 — Artiharia& dimenséo do lescoberta dos carac- 3, 361 — Do papel & imprensa, 362 {ores méveis, 363 — Imprensa e grande do Ocidente: a navegagao de alto-mar, 36 | ‘Mundo, 367 — Rotas do mundo por dgua, 371 — O problema sin. piles do’ Atlantico, 373 = As barcagas, 385 ~ Areaismo das metas de transporte: fxides, ‘atraso,.., 388 — Na Europa, 385 — Velocidades e debits irish 386 — Transportadores¢ transportes, 387 — O transport ‘e da economia, 390 Fora da Europa: economias ¢ moedas metilicas na sua inféncia No Japio e no Império turco, 411 — A India, 412 — A China, ‘Algumas repras dos jogos monetitios ... ‘mento, 423 — As moedas de. locidade de circulagéo monet cudo, 429 Moedas de papel linguagem, 436 Captruto 8 — As ctDaes 439 A cidade em sit se Do peso 230 global das cidades, trabalho a retomar continuamente, 444 — A cidade e os que para lise drigem, sobretudo miserdveis, 449 — A dlignidade das cidades, 10 — No Ocidente: cidades, artithariae carros, 456 — Geografia ‘des urbanas, 458 — As hlerarquias urbanas, 462 — Cidades izagies: 0 caso do Isid, 464 A otiginalidade das cidades do Ocidente... 467 ‘Mundos livres, 457 — Modernidade das cidades, 469 — As formas uurbanas do Ocidente aceitam um “‘modelo””?, 471 — Diferentes evo lucées, 477, 1: Pequim, 494 — Londres, de Isabel e Jorge Il, 301 — nizagdo, advento de um homem novo, 509 Conctusio su Notas nn 18 INTRODUCAO Mas, par len deter ea ‘que prosseguiam a5 minas investigasbes, ft (posta em causa com a exclusio do resto do mundo, como se iva entrada nas racionalidades do mercado, até o advento de uma Revolugao Indus. Introductio confrontam, se combinam, se contradizem. O mesmo é reconhever que nio hi uma ‘economia, mas sim economias. A que costuma ser preferencialmeate descrita € a cchamada economia de mercado, isto é, os mecanisi dos is atividades rurais, is lojas, as ofc ,€ f0i sobre os processor f ue comerou 0 discurso constitutive da. © inicio, esta se encerrou nurm espeticulo pr Acontece que uma zona de opacidade, ta de documentagao histérica suficiente, 2 €a atividade clementar de base que se encontra por toda a parte e cujo volume & simplesmente fantéstico. A falta de termo melhor, denominel essa zona espessa, rente a0 chio, de vida materia! ou civilizagio material. & evidente a ambiglidade da expressio. Mas, se a minha maneira de ver o passado for partlhada, como parece ser para © presente, por certos economists, imagino que nos dia acabarentbs Por encontrar uma etiqueta mais adequada para designar esta infra-economia, esta tra metadc informal da atividade econdmica, a da auto-suficitncia, da troca dos Drodutos € dos servicos num raio muito curt. Por oute se hierarquias s srupos de atores privilegiados ia das pessoas ignora. O cd ligado aos cométcios longinau requintada, aber © que verdadeiramente me reconfortou no meu ps ‘muito depressa e muito claramer je como outrora, um universo & parte onde te aloja um capitals ‘meu ver 0 verdadeiro capitaismo, sempre multinacional, o parente do das Inirodusto sgrandes Companhias das {ndias ¢ dos monopélios de todos os tamanhos, de direito ede fato, que existiram outrora, anilogos, nos seus principios, aos monopélios de hhoje. Nao ser listo afirmar que as firmas dos Fugger e dos Welser eram transna- cionais, como hoje diriamos, uma vez que tinham interesses em toda a Europa € representantes 20 mesmo tempo na [ndia e na América espanhoa? Nao tinham os inegécios de Jacques Coeur, no século passado, dimensoes andlogas, dos Paises Bsi- x05 a0 Levante? dduto nacional que assim escapam a todas as ttializados? E foi assim que um esquema tri cobra que eu deliberadamente concebera & mi Assim, em vez de um livro, acabei por escreve dializar” a presente obra levousme a ta do Ocidente, mal preparado. De grande ut 16 de margo de 1979 PREFACIO Prefitcio Insistamos nessa lentido, nessa inéreia, Os transporte terrestres, por exem- Plo, dispem desde muito cedo dos elementos que teriam permitido o seu aperfei- ‘goamento. Ali, aqui c além, vemos a velocidade aumentar gragas & construc de vias modernas, & melhoria dos vetculos de transporte de mercadorias e de passa- ‘giros, @instalapio das mudas. E, no entanto, esses progressos 86 se generalizaram. ppor volta de 1830, isto é, as vésperas da revoluslo das ferrovias. S6 entio os trans- do possive. E nto &0 nico domi- |, $6 haverd ruptura, inovago, revolusio ra vasta linha que separa o possi total do mundo. Segue-se que o nosso livro tem uma certa ut ddo de ca das faclidades e dos habit to, conduz-nos a outro planeta, deriamos ir a Ferney, a casa de ‘grandes surpresas. No ra monotonamente o tempo irégil dos homens. Fes tagnada & enorme: a vida rural, isto ¢, 80 a 90% da pop pertence-Ihe na sua grande maioria, Preficio ceptivelmente se foram transformando € que, pouco a pouco, eriaram acima de si, com 0s sucess0s e as deficiéncias que se adivinham, uma sociedade superior cujo peso forcosamente suportam. E desde sempre houve coexisténcia entre 0 topo e a base, variagio semi fim dos respectivos volumes. A vida do século XVI, na Euro- a, nio tirou provcito do recuo da economia? A nosso ver, ea ganha seguramente com a regressto iniciada em 1973-1974, Assim, € de ambos os lados de ume fron- teira mal definida por natureza que 0 rs-do-chdo e o prin é mais por rejeipio na base, nio por negligéncia ou por imperfei- 80 da troca organizada pelo Estado ou pela sociedade, Todavia, o resultado nfo Seja como for, a coexiptencia entre a cdpula e a base imp6e ao historiador uma] dialtica eselarecedora. Como compreender as cidades sem os campos, a moeda sem| de farclo dos pobres.. Resta justificar uma tiltima opel: nada mais nada menos do que a introdu-* 40 da vida cotidiana no dominio da histéria. Si dade so os fatos mididos que quase nio deixam marca no tempo mais se encurta 0 espago da observacio, mais aumentam as o encontrarmos no préprio terreno da vida material: os grandes dom habitualmente & grande hi los correspon: 80 comércio longing, as redes das ccono- tempo observado a duas peque. © acontecimento quer-se, cr8-

You might also like