Durante a oitiva informal de um adolescente apreendido em flagrante, o representante
do Ministério Público precisa avaliar vários critérios para decidir sobre a necessidade de manter a privação de liberdade. Isso inclui a gravidade do ato infracional, antecedentes do adolescente, provas da autoria e materialidade do delito, periculosidade do adolescente e possíveis medidas socioeducativas alternativas. Com base nessas considerações, o representante do Ministério Público deve decidir se é necessário manter a privação de liberdade ou se é possível aplicar uma medida socioeducativa alternativa.
Presentes esses elementos, o representante do Ministério Público deve tomar
algumas providências após a oitiva informal do adolescente apreendido em flagrante que inclui a representação pela internação provisória caso a medida seja necessária para garantir a proteção integral do adolescente ou da sociedade, o acompanhamento da medida socioeducativa bem como acompanhar a sua execução, garantindo que ela esteja sendo realizada de forma adequada e respeitando os direitos do adolescente e a proposição de medidas alternativas como liberdade assistida, a prestação de serviços a comunidade ou o regime de semiliberdade. Também destaca a importância do acompanhamento de todo o processo apresentando manifestações ou requerendo diligências e provas que considerar necessárias para a correta apuração dos fatos. Na hipótese inversa, o adolescente não pode ser liberado pelo Promotor de Justiça por este não ter competência para liberar diretamente. A liberação do adolescente apreendido em flagrante só pode ser feita pelo juiz competente, após a análise dos requisitos legais para tanto. De acordo com o artigo 108, parágrafo único, do Estatuto da Criança e do Adolescente, o juiz tem até 24 horas para decidir sobre a manutenção da internação provisória ou a concessão da liberdade assistida ou da colocação em regime de semiliberdade, após a oitiva informal do adolescente. Caso o juiz não se manifeste dentro deste prazo, o adolescente deve ser imediatamente liberado. Sendo assim, é importante que o Promotor de Justiça apresente todas as informações e argumentos que entender relevantes durante a oitiva informal do adolescente, para que o juiz possa tomar a decisão mais adequada à proteção integral do adolescente e da sociedade.