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Eletricidade Básica - 2010
Eletricidade Básica - 2010
1. CARGA ELÉTRICA
1.1. CARGAS POSITIVAS E NEGATIVAS
Para o estudo da Eletricidade são indispensáveis certas noções mínimas a respeito da
estrutura da matéria. Assim, devemos recorrer a uma análise das características das partículas
elementares que compõem a matéria, bem como da maneira com que elas se arranjam.
Explicaremos, em função dessa análise, as propriedades elétricas que observamos diretamente ou
com o auxílio de instrumentos.
Logo a seguir, faremos um resumo breve do que se sabe atualmente sobre a estrutura da
matéria. Antes, porém, de abordar tais conhecimentos, é interessante analisar e procurar entender
uma grande variedade de fenômenos, muito ligados a nossa vida diária, denominados fenômenos
elétricos. Realmente, a todo instante estamos nos relacionando com fatos de natureza elétrica e
nosso modo de vida depende acentuadamente de técnicas e aparelhos elétricos modernos.
A seguir estão indicadas algumas experiências que
foram realizadas com o objetivo de estudar certos
fenômenos elétricos. No desenho ao lado, está representado
um bastão de plástico que é atritado com pedaço de seda.
Após o atrito, o bastão foi afastado e partido em dois
pedaços, sendo ambos colocados nas proximidades, um do
outro. Percebe-se que ocorre uma repulsão entre os dois
pedaços de plástico.
Na segunda experiência realizada, Conforme
esquema ao lado, um bastão de vidro é atritado com seda.
Em seguida, repetiu-se a seqüência da experiência anterior,
sendo que novamente percebeu-se o fenômeno da repulsão
elétrica entre os dois pedaços de vidro.
Na terceira experiência, resolveu-se colocar o
bastão de plástico próximo ao bastão de vidro e notou-se
que entre os bastões existia uma certa atração.
Em função destas experiências, concluiu-se que ao
serem atritados, os bastões adquirem eletricidades (cargas
elétricas), sendo que as mesmas originam forças elétricas.
Estas forças elétricas são de repulsão, quando os materiais
aproximados possuem o mesmo tipo de carga elétrica e as
forças são de atração, quando as cargas elétricas são diferentes.
Deduz-se que o bastão de plástico, quando atritado com seda adquiriu um determinado tipo
de eletricidade (carga elétrica) e o bastão de vidro quando atritado com a seda adquiriu um outro
tipo de eletricidade (carga elétrica).
Convencionalmente, vamos chamar de carga negativa (-) a eletricidade adquirida pelo
plástico quando atritado com a seda e de carga positiva (+) a eletricidade adquirida pelo vidro
quando atritado com a seda. Todas as eletricidades manifestadas por um corpo serão identificadas
como negativa ou positiva através da comparação com as eletricidades citadas acima. Para concluir
esta primeira parte é importante que você procure fixar a REGRA DE DU FAY que diz o seguinte:
+ + +
CARGAS DE SINAIS DIFERENTES SE ATRAEM CARGAS DE SINAIS IGUAIS SE REPELEM
Como os prótons são partículas que estão fixas no núcleo e os elétrons podem se transferir
de um átomo para outro, no nosso estudo vamos nos preocupar sempre com a “falta ou excesso de
elétrons” no átomo ou nos corpos.
Nos experimentos mencionados anteriormente, a seda, inicialmente, estava neutra, de
modo que ela possuía o mesmo número de prótons e elétrons. Ao ser atritada com o vidro, este
ficou com carga positiva, devido ao número de elétrons ser inferior ao de prótons. Estes elétrons
cedidos pelo vidro foram ganhos pela seda, na qual, existe agora um número de elétrons superior ao
de prótons. Logo, a seda ficará carregada negativamente (excesso de elétrons).
No caso do bastão de plástico atritado com a seda, esta se carregou positivamente. Logo,
ela cedeu elétrons para o plástico, ficando assim com deficiência de elétrons. Nesse exemplo,
percebe-se que a seda pode ganhar ou ceder elétrons, ou seja, um mesmo corpo pode carregar-se
positivamente ou negativamente, dependendo da substância com a qual ele é atritado.
APÓS O ATRITO APÓS O ATRITO
Como cargas elétricas não podem ser criadas, nem destruídas, podendo apenas serem
transferidas, percebe-se que um corpo neutro jamais será eletrizado se ele ficar totalmente isolado.
Pelo mesmo raciocínio, conclui-se também que a carga elétrica de um corpo isolado será sempre a
mesma, porque se um determinado corpo possui uma carga (+) q = 25C e se o mesmo se mantiver
isolado, sua carga elétrica será sempre positiva, valendo 25 Coulombs.
b) Contato
Bastão carregado positivamente quase
No esquema ao lado, temos o processo de tocando uma barra sem carga
q1 q1
2 2
q1 + q 2 q1 + q 2
2 2
c) Indução eletrostática
Você sabe que tocando-se numa barra metálica 1
- +- +- +- +
com um bastão carregado positivamente; elétrons da - +- +- +- +
barra se transferem para o bastão, ocorrendo deficiência - +- +- +- +
de elétrons na barra, a qual fica eletrizada positivamente. Os elétrons são atraídos pelo bastão carregador.
Os materiais isolantes são considerados os grandes vilões, pois nem mesmo aterramentos
serão suficientes para eliminar a carga eletrostática, sendo necessário a utilização de um ionizador
de ar. Este aparelho joga ar ionizado com ciclos alternados de carga elétrica, oportunizando a
neutralização num determinado ciclo do ionizador.
Existe uma série de
dispositivos que podem ser
utilizados como proteção contra
ESD. Como exemplos, podemos
citar a pulseira de aterramento
ajustável e a calcanheira.
Se você aproximar corpos com cargas elevadas, os elétrons poderão pular do corpo com
carga negativa para o corpo com carga positiva, antes dos dois entrarem em contato. Neste caso,
você verá de fato a descarga sob a forma de centelha (faísca). Com cargas muito elevadas, a
eletricidade estática poderá ser descarregada entre grandes espaços, causando centelhas de muitos
centímetros de comprimento.
Automóveis, caminhões e aviões podem adquirir cargas estáticas em conseqüência do
atrito de sua estrutura com o ar. Quando um veículo está conduzindo um líquido inflamável como a
gasolina ou quando um avião está reabastecendo de combustível, haverá a probabilidade de
incêndio ou explosão, se a carga estática se descarregar sob a forma de faísca.
Para evitar que isto
aconteça, os veículos que
transportam combustíveis
dispõem de uma corrente ou de
uma tira impregnada de metal,
ligada à carroceria e que se
arrasta pelo solo para
descarregar, continuamente, a
carga acumulada. Hoje em dia, Terminal para ligação à terra
existem pneus especiais,
constituídos de materiais
condutores para efetuarem esta descarga eletrostática. Os aviões, antes de serem reabastecidos, são
ligados ao solo por meio de um dispositivo especial que propicia esta descarga.
FATOR MULTIPLICADOR
PREFIXO SÍMBOLO
TERA T 1012
GIGA G 109
MEGA M 106
QUILO k 103
HECTO h 102
DECA da 101
DECI d 10-1
CENTI c 10-2
MILI m 10-3
MICRO µ 10-6
NANO n 10-9
PICO p 10-12
PROBLEMAS RESOLVIDOS
1) Um determinado corpo possui 100 prótons e 80 elétrons. Determine o valor da quantidade da
carga elétrica existente no corpo.
np = 100 n = np – ne = 100 - 80 = 20
ne = 80 q=n.e
q=? q = 20.1,6 x 10-19C (+) q = 32 x10 C -19
2) Um determinado corpo eletrizou-se, ficando com uma quantidade de carga (-) q = 640µC.
Determine qual o tipo e qual o número de partículas que predominam neste corpo.
(-) q = 640µC = 640 x 10-6C
Como a carga é negativa, predominam os elétrons.
q = n . e ⇒ n = q/e = 640 x 10-6C/ 1,6 x 10-19C n = 400 x 1013 elétrons
b) Eletroscópio
Isolante
Os aparelhos destinados a verificar se um corpo está ou
não eletrizado são chamados eletroscópios. Um deles é o
eletroscópio de folhas (ao lado), constituído essencialmente de
uma haste condutora, uma esfera metálica e duas lâminas
metálicas. Este conjunto costuma ser envolvido por uma caixa Metal
protetora, apoiando-se nela por meio de um isolante.
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Complete as lacunas a seguir:
a) Para que um corpo neutro se eletrize é necessário que ele ________ ou ________ elétrons.
b) Atritando-se um bastão de vidro com um pedaço de seda, ocorre uma passagem de
___________ da(o) _________ para a(o) __________.
2- Assinale, dentro dos parênteses, verdadeiro (V) ou falso (F).
a) ( ) Os elétrons lives estão situados sempre na camada mais próxima do núcleo.
b) ( ) A carga elétrica do núcleo de um átomo é positiva.
c) ( ) Mesmo desprezando-se o sinal, a quantidade de carga elétrica de um próton é diferente
da quantidade de carga elétrica de um elétron.
d) ( ) A eletrosfera de um átomo é uma região eletrizada positivamente.
e) ( ) Quando um átomo eletriza-se positivamente, é sinal de que ele ganhou prótons.
3- Responda as perguntas a seguir:
a) O que diz a regra de Du Fay?
b) Qual é a função de um eletroscópio?
c) Quais os três processos possíveis de se eletrizar um corpo?
d) O que significa a expressão “carga elétrica elementar”?
4- Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda.
1 – unidade de carga elétrica ( ) Cátion
2 – íon positivo ( ) Ânion
3 – íon negativo ( ) Átomo neutro
4 – n.º de elétrons = n.º de prótons ( ) Coulomb
5 – carga elétrica elementar ( ) 1,6 x10–19C
5- Assinale a afirmativa errada:
a) ( ) O que determina a quantidade de carga elétrica de um corpo é a diferença entre o n.º
de neutrons e o n.º de prótons.
b) ( ) A quantidade de carga elétrica de um corpo isolado é constante.
c) ( ) Na eletrização por atrito, de dois corpos neutros, a quantidade de carga elétrica final
nos corpos é a mesma, em módulo.
d) ( ) A quantidade de carga elétrica é quantizada, pois ela varia sempre em múltiplos
inteiros da carga elétrica elementar.
e) ( ) Um corpo neutro isolado não tem condições de se eletrizar.
6- Ao lado temos duas esferas “A” e “B”, sendo que A está eletrizada
negativamente e B está neutra. Se elas forem colocadas em contato,
podemos afirmar que: A B
a) B irá eletrizar-se positivamente;
b) Toda a carga de A passará para B;
c) B continuará sem carga elétrica;
d) A carga da esfera A diminuirá um pouco;
e) A carga total do sistema mudará.
7- Faça as transformações solicitadas abaixo:
a) 500mC = ________ C b) 0,004C =________ mC
c) 0,00002C = ________ µC d) 0,001 x 10-6C=________ nC
9- No desenho ao lado, temos uma esfera eletrizada com carga positiva elevada.
a) Indique no objeto neutro (retângulo) à direita o posicionamento
aproximado dos elétrons e prótons.
b) Se, num segundo momento, fizermos um contato com a terra, haverá
algum deslocamento de elétrons pelo fio terra? Em caso afirmativo, em
qual sentido eles irão se deslocar?
c) Se, num terceiro momento, desfizermos o contato com a terra, em que
estado ficará o objeto retangular? Qual a denominação do corpo que
provocou e a do que sofreu a eletrização?
10- Um bastão metálico, positivamente carregado, é aproximado, sem encostar, da esfera do
eletroscópio. Em qual das seguintes alternativas melhor se representa a configuração das folhas
do eletroscópio e suas cargas, enquanto o bastão positivo estiver perto de sua esfera?
11- Tem-se três esferas idênticas e isoladas uma da outra (A, B e C). Duas delas estão carregadas (A
e B), sendo que a carga em cada uma destas esferas vale Q e a terceira esfera (C) está neutra. A
esfera C é colocada em contato, primeiro, com a esfera A. Logo em seguida, este contato é
desfeito e a esfera C é colocada em contato com a esfera B. Finalmente, as esferas são
novamente isoladas umas das outras. Qual a carga elétrica que fica armazenada na esfera C ?
14- Uma esfera metálica X tem uma carga -q. Outra esfera Y,
idêntica, tem carga +2q. Se X e Y são conectadas por um fio
metálico cuja superfície é desprezível, comparada com a das
esferas, a carga Y será igual a:
a) 0 b) +q/2 c) +q d) -q e) +3q
15- Quando um bastão está eletricamente carregado, atrai uma bolinha condutora A, mas repele uma
bolinha condutora B. Podemos afirmar com certeza que:
a) a bolinha A está carregada positivamente.
b) a bolinha B está carregada negativamente
c) a bolinha A ou está neutra ou carregada com cargas de sinais contrários às do bastão.
d) ambas as bolinhas devem estar carregadas, necessariamente.
e) a bolinha B está descarregada.
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Determinado corpo contém 80 prótons e 50 elétrons. Calcule o valor da quantidade de carga
elétrica existente no corpo.
3- Um átomo de cobre (29 elétrons em condições normais) foi ionizado ao ganhar 7 elétrons. Qual
é o valor da quantidade de carga elétrica do átomo?
4- Se em vez de ganhar 7 elétrons, o átomo do exercício anterior, tivesse perdido 12 elétrons, qual
seria o novo valor da quantidade de carga elétrica adquirida pelo átomo?
5- Um corpo adquiriu uma carga negativa de 640 x 10-19 C. Determine o número de elétrons
responsáveis por esta carga.
6- Um corpo adquiriu uma carga positiva de 900µC. O corpo ganhou ou perdeu elétrons? Quantos?
8- Três pequenas esferas de cobre, idênticas, são utilizadas numa experiência de Eletrostática. A
primeira (A) está inicialmente eletrizada com uma carga (+)QA=2,4nC, a segunda (B) não está
eletrizada e a terceira (C) está inicialmente eletrizada com uma carga (-)QC=4,8nC. Num dado
instante são colocadas em contato entre si as esferas A e B. Após atingir o equilíbrio
eletrostático, A e B são separadas uma da outra e, então, são postas em contato entre si as
esferas B e C. Podemos assim afirmar que, ao se atingir o equilíbrio eletrostático entre B e C, a
esfera C perdeu ou ganhou elétrons? Quantos?
2. LEI DE COULOMB
Por que um bastão de vidro (ou um cano de PVC, ou uma régua de plástico) atrai pequenos
pedaços de papel ou isopor? A resposta só é possível admitindo que o bastão “aplica” uma força nos
pequenos fragmentos de papel. Essa força que age à distância é denominada de força eletrostática.
Imagine uma tira de plástico comum suspensa no ar,
conforme figura ao lado. Considerando que o plástico está em
condições normais (não eletrizado), não teríamos nenhuma
interação (ação recíproca) entre suas extremidades do plástico.
Agora, considere que houve um atrito entre as pontas
do plástico e um pedaço de lã. Se, em seguida, o plástico for
suspenso novamente com o dedo, perceberíamos uma repulsão
entre suas extremidades. Quando as pontas do plástico, atritadas
com lã, se repelem, tal interação se dá à distância. Também são
forças de origem eletrostática.
Que o bastão de vidro eletrizado, citado no início, age
sobre os pequenos fragmentos de papel não há dúvida, porém
também temos que admitir que os citados fragmentos, para
sofrerem ação de força, precisam estar parcialmente eletrizados
(por indução eletrostática). Se estão parcialmente eletrizados
também possuem a propriedade de atraírem. Logo, o fenômeno desencadeia uma ação recíproca:
“um age sobre o outro e o outro age sobre o um”. O raciocínio sobre as pontas do plástico é
semelhante, porém a interação se dá através de forças de repulsão.
Se analisarmos a força de repulsão entre as tiras do
plástico, concluiremos que são duas forças, e que possuem duas q1 q2
características comuns: tem a mesma direção e a mesma
intensidade (ou módulo). Não perca de vista que agem em corpos
diferentes e que as orientações ou sentidos de atuação (vide pontas F d F
das flechas) das forças, são contrários. Logo, essas forças de
atração ou de repulsão entre cargas elétricas são grandezas do tipo vetorial.
A direção da força elétrica entre duas cargas puntiformes ou pontuais (cargas que estão
distribuídas num corpo, cujo volume não é levado em consideração), é a reta onde está contido o
segmento que une as duas cargas. O sentido dessa força depende dos sinais das cargas.
Dos nossos comentários fica claro que:
• a interação elétrica ocorre à distância;
• a intensidade da interação elétrica diminui à medida que as cargas são afastadas umas as
outras, e aumenta quando as cargas se aproximam umas das outras;
• quando no atrito da lã com o plástico, conseguimos “eletricidade mais forte”(carga
elétrica maior), as forças de atração ou de repulsão (plástico x plástico) são maiores.
O que Charles Augustin Coulomb, em 1785, através de suas experiências com a balança de
torção precisou, a respeito da intensidade das forças de atração ou de repulsão, entre cargas
elétricas puntiformes, foi que:
1- a intensidade das forças é diretamente proporcional ao produto dos valores absolutos das cargas;
F α q1 . q 2
2- a intensidade das forças é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre as cargas;
Fα 1/d 2
3- a intensidade das forças depende diretamente do meio que envolve as cargas.
q 1 .q 2
Podemos associar as relações citadas, obtendo Fα
d2
Como sabemos, podemos transformar esta relação em uma igualdade introduzindo-se nela
uma constante de proporcionalidade adequada. Se o meio for o vácuo ou o ar, a constante será
k0 = 9 . 109.
Se usarmos o Sistema Internacional de Unidades, onde F é medido em Newtons (N), as
cargas em Coulombs (C), a distância em metros (m), a constante será medida em N.m2/C2. A
q1 .q 2
relação obtida está indicada ao lado. F = K0 .
d2
QUESTÕES PROPOSTAS
1- A Lei de Coulomb afirma que a intensidade da força de interação entre duas cargas pontuais, q1
e q2, separadas por uma determinada distância, é:
a) inversamente proporcional à distância.
b) diretamente proporcional à distância.
c) inversamente proporcional ao quadrado da distância.
d) diretamente proporcional ao quadrado da distância.
2- A intensidade da força elétrica entre duas cargas elétricas puntiformes, q1 e q2, separadas por
uma distância d, depende:
a) somente da distância d e das cargas q1 e q2.
b) somente das cargas q1 e q2 .
c) das cargas q1 e q2, da distância d e do meio onde elas se situam.
d) somente da distância e do meio onde elas se situam.
3- Duas cargas elétricas puntiformes, q1 e q2, separadas por uma distância d, interagem com força
de intensidade F. Se uma das cargas duplicar, a força F:
a) também duplica.
b) se reduz à quarta parte.
c) se reduz à metade
d) quadruplica.
4- A intensidade da força de interação entre duas cargas elétricas puntuais q e q', é F, quando
separadas por uma distância. Se q duplicar e q' se reduzir á metade, a força passará a ser F'.
Deve-se ter:
a)F'=2F b)F'=4F c)F'=F d)F'=F/2
A força de interação entre duas cargas, q1 e q2, quando separadas pela distância d, tem
intensidade F. (Este enunciado se refere aos testes 5 e 6)
5- Reduzindo a distância à metade de d, a intensidade da força será igual a:
a)2F b)F/2 c)4F d)F/4
6- Triplicando a distância, a intensidade da força será igual a:
a)3F b)F/3 c)9F d)F/9
Duas cargas elétricas, q1 e q2, separadas pela distância de 9cm, interagem com uma força
de intensidade 36N. Mantendo q1 e q2 e o meio onde estas cargas se encontram, responda as
questões 7 e 8.
7- Duplicando a distância entre elas, a força elétrica terá valor igual a:
a)18N b)72N c)9N d)144N
8- Reduzindo a distância até 3cm, a força elétrica passará a ter o valor de:
a)324N b)4N c)108N d)12N
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Calcule o valor da força elétrica entre duas pequenas esferas (cargas puntiformes) que distam
0,2m estão no vácuo e possuem quantidades de cargas (+)q1= 5,0 x 10-6C e (-)q2 = 8,0 x 10-6C.
Faça um esquema onde apareçam as duas cargas e o vetor força elétrica que atua em cada uma.
2- Perto de uma pequena esfera (1) eletrizada positivamente com uma quantidade de carga +2,0µC,
é posta uma outra esfera (2) como carga de prova. A força elétrica de interação entre elas vale
0,4N. Sabendo que a quantidade de carga na esfera (2) é +0,2µC, determine o valor da distância
entre as esferas.
3- A que distância uma da outra é preciso dispor, no vácuo, duas cargas q1=3 x10-5C e q2=4x10-5C,
para que elas se exerçam mutuamente uma força de 2 x102N?
4- Qual é o valor de duas cargas iguais que se repelem com uma força de 3,5N quando postas à
distância de 0,5m?
5- Duas cargas puntuais negativas, q1=4,3µC e q2=2,0µC, estão
situadas no ar, separadas por uma distância r=30cm (figura ao q1 q2
lado).
a) Desenhe, na figura, a força que q1 exerce sobre q2. Qual é o
valor desta força?
b) Desenhe, na figura, a força que q2 exerce sobre q1. Qual é o
valor desta força?
6- A figura dada representa três corpos com carga elétrica igual a q. A força elétrica que a partícula
A exerce em B tem intensidade F=3,0x10-6N.
Determine:
a) a intensidade da força elétrica que C aplica em B.
b) a intensidade da força elétrica resultante em B
A B C
- + +
2cm 1cm
7- Duas pequenas esferas estão eletricamente neutras. De uma das esferas são retirados
5x1014 elétrons, que são transferidos para a outra. Após essa operação, as duas esferas são
afastadas uma da outra de 8cm, no vácuo. Determine o valor da força de interação elétrica que
atuará sobre as esferas e diga se a esta força será de atração ou de repulsão entre as esferas.
F
E=
Assim, teremos: q
1N/C é a intensidade de um campo elétrico num ponto do espaço, onde foi colocada uma carga
de prova (+)q de 1C, ficando esta submetida a uma força de 1N.
r
b) Direção e Sentido de E
O campo elétrico é uma grandeza vetorial, isto é, ele possui um módulo ou intensidade,
r r
uma direção e um sentido. O campo elétrico E tem sempre a mesma direção da força F . Para
r
identificarmos o sentido de E devemos primeiramente tecer comentários sobre o produto de um
número por vetor.
r r
O produto de um número x por um vetor Z1 , resultará em um outro vetor Z 2 , dado por:
Intensidade : Z2 = x . Z1
r r
Direção: Z 2 tem a mesma direção de Z1 .
r r
Sentido: se x for positivo ⇒ Z 2 tem o mesmo sentido de Z1 .
r r
se x for negativo ⇒ Z 2 tem sentido contrário de Z1 .
r r r
Dado o vetor Z conforme figura ao lado, obteremos os vetores 2Z e - 3Z .
Z = 1m Z
2Z
r r
Na equação F = q . E , verificamos a aplicação do produto de um número q (carga elétrica)
r r
por um vetor E (campo elétrico) que resulta num outro vetor F (força). Portanto, teremos as
seguintes situações.
r r
− se q for positiva, a força ( F ) tem o mesmo sentido do campo elétrico ( E );
r r
− se q for negativa, a força ( F ) e o campo elétrico ( E ) tem sentidos contrários;
Sentido do campo produzido por Q
O sentido do vetor campo elétrico depende do sinal da carga que origina o campo,
conforme demonstramos a seguir:
1º) Carga Q criadora do campo é positiva
− carga de prova q é positiva; (+)Q
r (+)q F E
A força F será de repulsão (para a direita)
r r
e o sentido de E será o mesmo de F , pois q é P
positiva.
Percebe–se que independente do sinal de q, uma carga (–)Q produz um campo elétrico
sempre de “aproximação”. Abaixo, à esquerda, temos a representação de um campo produzido por
uma carga negativa, através de suas linhas de força. Ao lado desta representação, temos duas
configurações de campos elétricos. Na região onde as linhas de força estão mais próximas, o campo
elétrico é mais intenso. Portanto, temos em A um campo elétrico maior do que em B . E no ponto C
o campo elétrico é nulo.
A
+ C + + -
-
B
par de cargas de mesmo par de cargas de mesmo
módulo e mesmo sinal módulo e sinais opostos
PROBLEMA RESOLVIDO
Num determinado ponto do espaço, existe um campo elétrico, cuja direção é vertical e
sentido para baixo. Colocando-se neste ponto uma carga elétrica positiva de 3µC, ela ficará
submetida a uma força elétrica de 6N. Determine o módulo (valor numérico) da intensidade de
campo elétrico e diga também a direção e o sentido da força elétrica.
q = 3µC = 3.10–6C
F 6N
F = 6N E = = ⋅ E = 2x106N/C
q 3.10 −6 C
E=?
r
Obs.: Sabe–se que E ⇒ vertical para baixo. Logo, temos uma das três situações
representadas a seguir:
a) b) c)
+ +
E E E
Assim sendo, se colocarmos uma carga positiva no interior deste campo elétrico, ela
tenderá a deslocar-se para baixo, ou seja, ela ficará submetida a uma força elétrica de direção
VERTICAL e sentido PARA BAIXO. Isto é lógico, pois esta carga positiva será, ou repelida pela
carga positiva de cima (caso a) ou atraída pela carga negativa de baixo (caso b), ou ainda repelida
pela positiva de cima e, simultaneamente, atraída pela negativa de baixo (caso c).Nos esquemas
abaixo, está indicada a representação da força em cada caso.
a) b) c)
+ +
+q +q +q
F F F
E E E
elétricas podem ser transferidas para a Terra ou para as nuvens sem causar
danos. Existe maior probabilidade de o raio cair no pára-raios do que em
outro local da vizinhança.
Na prática, observa–se que a “região de proteção” de um pára-raios é um círculo, em torno
do prédio em que é colocado, de raio aproximadamente igual a duas vezes e meia a altura desse
prédio. Assim, um edifício de 30m (10 andares) de altura, por exemplo, protege uma região circular
de 75m de raio.
Convém lembrar que em dias de tempestade é preferível molhar-se a ficar sob uma árvore
ou qualquer outra cobertura que possa funcionar como um pára-raios inoportuno.
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Num ponto próximo à superfície da Terra existe um campo elétrico de 80N/C, dirigido
verticalmente para baixo. Sabendo-se que este campo é causado por uma carga elétrica existente
na Terra, qual é o sinal desta carga?
3- Se na questão anterior, a polaridade da bateria fosse invertida, o que iria acontecer com o
sentido:
a) do campo elétrico? b) da força elétrica sobre os elétrons?
8- Quando abandonamos uma carga (+q) num ponto de um campo elétrico qualquer, podemos
afirmar que ela:
a) ficará em repouso.
b) se movimentará no sentido das linhas de força.
c) se movimentará no sentido contrário das linhas de força.
d) se movimentará inclinada em relação às linhas de força.
e) N.D.R.
9- Um estudante distribui pequenos pedaços de papel sobre uma placa de isopor debaixo de uma
peneira de plástico. Ele atrita um pente em seus cabelos, aproxima-o da peneira e repara que os
papéis são atraídos pelo pente. Depois troca a peneira de plástico por outra peneira metálica e
repete o experimento. Observa, então, que os papéis não são atraídos pelo pente.
Essa diferença de comportamento é devido ao fato de que a:
a) eletricidade do pente ser anulada pelo magnetismo da peneira metálica.
b) peneira de plástico e os pedaços de papel serem isolantes elétricos.
c) peneira metálica criar uma blindagem eletrostática.
d) peneira metálica ter propriedades magnéticas.
e) peneira de plástico não ser feita de material isolante.
F E E F F E
a) b) c)
P P P
e) E F
d) E F
P P
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Verifica–se que uma carga positiva de 1,5µC, colocada num ponto P. fica sujeita a uma força
elétrica de 0,6N. Qual é a intensidade do campo elétrico em P?
4- Num ponto do espaço existe um campo elétrico de 5x104N/C, horizontal, para a esquerda.
Colocando-se uma carga q neste ponto, verifica-se que ela tende a se mover para a direita,
sujeita a uma força elétrica de 0,2N.
a) Qual é o sinal da carga q?
b) Determine, em microcoulomb (µC), o valor de q?
W = F.d
W : trabalho realizado (Joule) (J),
F : força aplicada (Newton) (N), 1 J = 1 N .1 m
d : deslocamento do bloco (Metro) (m).
O trabalho de uma força é uma grandeza escalar (número + unidade) que corresponde à
medida de uma quantidade de energia transferida ou transformada entre os sistemas. Deve-se evitar
o uso da expressão “trabalho de um corpo”, pois trabalho é um conceito associado a uma força
resultante aplicada ao corpo, e não ao corpo em si.
O trabalho é uma grandeza muito útil em Física, sendo que nossa definição especial da
palavra “trabalho” não corresponde ao uso vulgar do termo, o que pode causar alguma confusão.
Uma pessoa parada que segura uma grande pedra no ar pode dizer que está realizando um trabalho
duro - e ela pode realizar um trabalho duro no sentido fisiológico - mas do ponto de vista da Física
afirmamos que ela não está produzindo nenhum trabalho, uma vez que a força aplicada não provoca
deslocamento.
se desloque de a para b.
Como sabemos, neste deslocamento a força elétrica estará realizando um “trabalho” que
vamos designar por Wab. Noutras palavras, Wab representa uma certa quantidade de “energia” que
a força elétrica F transfere para a carga (+)q em seu deslocamento de a para b.
Uma grandeza muito importante no estudo dos fenômenos elétricos está relacionada com
este trabalho. Esta grandeza é denominada “diferença de potencial” entre os pontos a e b, sendo
representado por Vab e definida pela seguinte relação:
Wab
Vab =
q
b)Unidade
u(Vab) = VOLT(V)
Quando se diz que a tensão elétrica Vab entre dois pontos é muito grande (alta tensão -
AT), isto significa que o campo elétrico pode realizar um grande trabalho sobre uma dada carga que
se deslocaria entre esses pontos. O conceito de ddp está muito relacionado com nossa vida diária.
Você já deve ter ouvido falar, por exemplo, que em certas residências existem tomadas elétricas de
110V ou de 220V.
1V é a diferença de potencial suficiente para fazer com que uma carga de 1C se movimente
entre dois pontos, sendo que o trabalho produzido pelo campo elétrico é de 1J.
PROBLEMAS RESOLVIDOS
1- Suponhamos que uma carga positiva q = 2x10-7C se deslocasse entre dois pontos “a” e “b” e que
o trabalho realizado pela força elétrica, sobre ela, fosse Wab = 5x10-3J. Qual é o valor da ddp
entre os pontos “a” e “b” (Vab)?
q = 2x10-7C Vab = Wab/q
-3
Wab = 5x10 J Vab = 5x10-3J/2x10-7C
Vab = ? Vab = 2,5x10 4 V
2- Um certo ponto “a” possui um potencial de 200V e um ponto “b” possui um potencial de 60V.
Determine o valor:
a) da ddp existente entre os dois pontos (Vab=Va - Vb);
b) do trabalho elétrico realizado pela força elétrica sobre uma carga positiva de 5µC deslocada
de “b” (Vb=potencial inicial) para “a” (Va=potencial final) (Vab=potencial final - potencial
inicial).
Va = 200V Vab = Va - Vb = 200 - 60
Vb = 60V Vab = 140V
Vab = ? Wab = Vab . q
Wab = ? Wab = 5.10-6C x 140V
q = 5µC = 5x10-6C Wab = 700µJ
VAB
A B
- + VAB
Elétrons
0 t1 t2 t3 t4 t
L
V AB
A B VAB
Elétrons Vmáx.
Elétrons
-Vmáx.
L
A ddp alternada representada no mesmo gráfico é chamada de senoidal, sendo que entre os
instantes t0 e t4 existe um ciclo completo, ao longo do qual a grandeza elétrica atinge todos os
valores instantâneos possíveis. Nos terminais das tomadas de nossas casa, temos uma ddp alternada
de freqüência igual a 60Hz (Hz = hertz = ciclos/segundo).
c) Instrumento de medição
A grandeza “diferença de potencial (ddp)” pode ser também
denominada de “voltagem”, “tensão elétrica” ou ainda “força eletromotriz
(f.e.m.)”. O instrumento utilizado para medir essa grandeza é o voltímetro.
V
MULTÍMETRO DIGITAL
FUNÇÕES ESCALAS
x y z mV V KV
µA mA A
200
volts
A C
B
100 100
volts volts
O potencial elétrico é uma grandeza escalar, podendo ser positivo ou negativo, dependendo
da carga criadora ser positiva ou negativa. Na realidade, esse potencial é diretamente proporcional
ao valor da carga Q geradora do campo elétrico e da constante elétrica do meio K, sendo que,
quanto maior a distância d entre o ponto considerado e a carga geradora, menor é o valor do
potencial elétrico V.
K = 9x10 9 N.m 2 /C 2 (no vácuo e no ar)
K.Q
V= Q = módulo da carga elétrica (C)
d d = distância (m)
UMA BATERIA MANTÉM UMA DDP BARRAS CARREGADAS NÃO MANTÉM UMA DDP
O cientista italiano Alessandro Volta, em 1800, conseguiu obter uma quantidade de energia
elétrica de duração apreciável, construindo uma pilha que era constituída por duas placas, uma de
zinco e outra de cobre, mergulhadas numa solução de ácido sulfúrico.
0,8V _ 0,35V
- + +
_ 1,15V
+
(a) (b)
A identificação anterior pode ser feita também através de uma chave teste, onde existe uma
lâmpada de gás neon. Tocando-se com a ponta metálica da chave no fio fase, a lâmpada irá acender
desde que estejamos com os pés conectados com a terra, possibilitando que circule pelo nosso corpo
uma pequena quantidade de carga elétrica. Se tocássemos no neutro com a lâmpada da chave teste,
a mesma não iria acender.
O fio terra tem grande importância na prática, pois é graças a
ele que se evitam “choques” desnecessários. Alguns aparelhos
elétricos, como o chuveiro elétrico, podem apresentar, em sua Lore nze t
1V/m é a intensidade de um campo elétrico uniforme existente entre duas placas eletrizadas
com cargas de mesmo valor e de sinais contrários,
separadas por uma distância de 1m e submetidas a uma ddp de 1V.
A expressão Vab = E x d nos mostra, então, que a ddp entre dois pontos de um campo
elétrico uniforme será tanto maior, quanto maior for a intensidade deste campo. Esta expressão é de
grande utilidade, pois ela nos permite obter o valor do campo elétrico através da medida da ddp
Vab e da distância d. Esta utilidade decorre do fato de ser a ddp medida facilmente, no laboratório,
por meio de um voltímetro. Por outro lado, não é muito comum aparelhos que nos permitem medir
diretamente a intensidade do campo elétrico.
Vimos anteriormente que a unidade de campo elétrico é Newton/Coulomb. Entretanto pela
expressão E = Vab/d vemos que é possível medir o valor de E usando a unidade Volt/metro. Estas
unidades são equivalentes, isto é, 1N/C = 1V/m. Assim quando dizemos que a intensidade de um
certo campo elétrico é, por exemplo E = 500V/m, isto equivale a dizer que temos E = 500N/C.
Anteriormente, estudamos “rigidez dielétrica”, sendo que esta rigidez representa o maior
valor de campo elétrico que pode ser aplicado a um isolante sem que ele se torne condutor. A
seguir, existe uma tabela, onde estão indicados alguns materiais com o seu respectivo valor de
rigidez dielétrica (em kV/cm).
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Complete as lacunas a seguir:
a) Se uma carga elétrica sofreu a ação de uma força elétrica, de modo a deslocá-la entre dois
pontos, significa que foi realizado um .
b) As unidades de carga, ddp e trabalho são, respectivamente, __________, __________ e
__________. .
2- Escreva a expressão matemática (fórmula), que relaciona ddp (Vab), carga elétrica (q) e
trabalho elétrico (Wab), isolando cada uma das grandezas acima citadas.
1 3 4
2
a b c d e f
7- Como exemplos de valores de rigidez dielétrica, podemos citar os seguintes materiais: papel
parafinado: 50kV/mm, vidro pirex: 14kV/mm e o ar: 3kV/mm. Entre os materiais citados, qual
deles comportar-se-á, em primeiro lugar, como condutor quando submetidos a um campo
elétrico de intensidade crescente? Se a distância entre dois pontos, onde existe ar, é 1km, qual
pode ser a tensão máxima existente entre eles de modo a não ocorrerem faíscas? E se a distância
caísse para 10mm? E se, agora, em vez do ar, tivéssemos papel parafinado?
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Uma carga elétrica de 12C deslocou-se entre dois pontos “a” e “b”, de modo que o trabalho
realizado pela força elétrica vale 960J. Determine o valor da diferença de potencial existente
entre “a” e “b”.
2- Considere uma lâmpada ligada numa tomada elétrica residencial. Verifica-se que um trabalho
elétrico de 44J é realizado sobre uma carga elétrica de 0,2C que passa através da lâmpada, de
um terminal a outro, desta tomada.
a) Qual é o valor da diferença de potencial entre os terminais da tomada?
b) Um aparelho é ligado a esta tomada durante um certo tempo, recebendo 1.100J de energia
elétrica (trabalho elétrico) das cargas elétricas que o percorrem. Qual é o valor desta carga?
3- Dois pontos “a” e “b” de um campo elétrico possuem potencial positivos de, respectivamente,
1.000V e 600V.
a) Uma carga elétrica negativa, abandonada entre estes pontos, tenderá a se deslocar,
espontaneamente, para “a” ou para “b”?
b) Qual será o valor da carga deslocada entre “a” e “b”, se a força elétrica, resultante do campo
elétrico, realizar um trabalho de 1,2kJ?
4- Uma carga elétrica negativa de 8µC é deslocada de “b” para “a” (Va e Vb são potenciais
positivos), dentro de um campo elétrico, o qual realiza um trabalho de 0,72mJ. Determine o
valor da ddp entre “a” e “b”.
5. CORRENTE ELÉTRICA
5.1. CONCEITO
O fenômeno relativo ao movimento de cargas elétricas é de vital importância no estudo de
eletricidade, posto que, neste processo poderá haver transferência de energia de um lugar para
outro.
Como foi visto em Eletrostática, quando uma carga elétrica é colocada numa região onde
atua um campo elétrico, tenderá a se movimentar, pois estará sujeita à ação de uma força de origem
elétrica. Em materiais condutores metálicos (fios de cobre), os elétrons pertencentes à camada de
valência (última camada) são fracamente atraídos pelos respectivos núcleos, de forma que são
considerados “elétrons livres”. Na ausência de um campo elétrico, esses elétrons movem-se
desordenadamente descrevendo várias trajetórias com mudanças bruscas de direção ocasionadas por
colisões com a rede cristalina constituída pelos átomos do material. Logo, o deslocamento é
praticamente nulo.
A presença de um campo elétrico altera a trajetória desses elétrons, apresentando um
deslocamento maior em sentido oposto ao campo, devido à força exercida F = E.q .
O conceito de corrente elétrica num condutor pode então ser entendido como sendo o
movimento ordenado de suas cargas elétricas, devido à ação de um campo elétrico estabelecido em
seu interior pela aplicação de uma ddp entre suas extremidades.
Quando acionamos a chave de luz do nosso quarto e vemos que a lâmpada se acende,
quase que instantaneamente, temos a impressão de que a velocidade com que os elétrons livres se
movem ao longo dos fios é elevadíssima, contudo na realidade, a velocidade desses elétrons é da
ordem de apenas alguns milímetros/segundo. O que ocorre é que os elétrons livres se encontram em
grande quantidade ao longo dos fios.
1A é a intensidade de uma corrente elétrica que circula num condutor, quando em sua seção
transversal passa uma carga de 1C no tempo de 1s.
PROBLEMA RESOLVIDO
Uma carga de 360C atravessou uma seção transversal de um condutor num tempo de 20s.
Determine a intensidade da corrente que percorreu o condutor no espaço de tempo considerado.
q = 360C I = q/t = 360C/20s
t = 20s I = 18A
I=?
A seguir, está indicada uma tabela com a capacidade de condução de corrente, de fios
condutores de cobre, em função da área de suas seções transversais. Este exemplo serve para cabos
com dois condutores isolados com PVC, à temperatura ambiente de 30ºC e espaçados
horizontalmente. Para outras situações deveria ser consultado um manual de instalações elétricas.
Normalmente, a seção transversal mínima admitida é de 1,5mm2.
VAB
I
FONTE
t ELETRÔNICA t
(simbologia ao lado).
No esquema a seguir ( a ), temos uma bateria, uma lâmpada e um diodo. Dizemos que o
diodo está “polarizado diretamente”, pois o positivo e o negativo da bateria estão conectados,
respectivamente, ao anodo e ao catodo do diodo. Como a lâmpada acende, conclui-se que circula
uma corrente. Logo, ele pode ser considerado, idealmente, como se fosse uma chave fechada.
No outro esquema ( b ), temos o diodo “polarizado inversamente”, pois o positivo e o
negativo da bateria estão conectados, respectivamente, ao catodo e ao anodo do diodo. Como a
lâmpada não acende, deduz-se que o diodo está se comportando como elemento isolante, não
permitindo a passagem de corrente. Logo, ele pode ser considerado, idealmente, como se fosse uma
chave aberta.
a) b)
Num diodo, quando polarizado diretamente, uma grande quantidade de portadores de carga
atravessa a região da junção dos materiais N e P, na qual, alguns deles, recombinam-se com átomos
ionizados. Nesse processo, os elétrons perdem energia na forma de radiação. Nos diodos de silício
ou germânio, essa radiação é liberada principalmente na forma de calor, mas em compostos de
arseneto de gálio (GaAs) existe a liberação de energia na forma de luz.
Esses diodos são chamados de diodos emissores de luz ou, simplesmente, LED (Light
Emitting Diode) e podem emitir luz visível, infravermelho ou ultravioleta. Este fenômeno ocorre
em alguns casos, favorecendo a emissão de fótons (partículas de luz).
símbolo
MULTÍMETRO DIGITAL
FUNÇÕES ESCALAS
x y z mV V KV
µA mA A
Disjuntor
N S
O disjuntor é um elemento de proteção de circuitos elétricos,
que pode funcionar de acordo com o princípio magnético da corrente I
elétrica, ou seja, funcionando com base no “eletroímã”.
Os eletroímãs são constituídos por um núcleo de ferro doce, no qual é enrolado um
condutor que ao ser percorrido por corrente, produz um campo magnético bem forte. A presença
deste campo faz com que o núcleo se imante, comportando-se como um
poderoso ímã, que exercerá uma determinada força de atração. O núcleo só se
imantará enquanto houver a circulação de corrente. O disjuntor é um
dispositivo que se assemelha a um interruptor, ou seja, deixa fluir a corrente,
quando o circuito está em condições normais de serviço e a interrompe em
condições anormais como, por exemplo, as de curto-circuito. Possui duas
posições distintas: disjuntor fechado e disjuntor aberto.
Após ligarmos a carga em série com o disjuntor, teremos uma corrente de trabalho,
necessária para o seu bom funcionamento (figura abaixo à esquerda). Porém se tivermos uma
corrente maior do que aquela prevista para o circuito, os contatos do disjuntor, irão se abrir, devido
ao fato de que a corrente alta, quando passa pela bobina do disjuntor, faz com que apareça um
campo magnético maior do que aquele previsto em condições normais de funcionamento. E a força
de atração sobre a armadura vence a força da mola, na qual a armadura está presa. Sendo assim ela
desce, trava-se deixando o circuito em aberto (figura abaixo à direita), portanto não há circulação de
corrente maior do que o valor admissível para a carga (chuveiros, motores, etc.) protegendo assim o
sistema. Após sanado o problema que causou o desligamento do disjuntor, destrava-se manualmente
a armadura e fecham-se os contatos.
Eixo de 1= 0
rotação Contatos
Armadura
fechados
Bobina
Amperímetro alicate
Como sabemos, o amperímetro é sempre ligado em série com a carga. Como exceção,
existe o amperímetro de alicate, que “vê” a corrente que está passando pelo condutor elétrico
através do campo magnético produzido pela mesma, o qual induz uma corrente num enrolamento
secundário que é a medida por um amperímetro que faz parte do aparelho.
Esse instrumento, o amperímetro de alicate, é muito útil e prático.
8
57
Com ele, podemos medir uma corrente sem a necessidade de abrir o circuito 34
I Suporte de
porcelana
Rosca
Metálica
Terminais
Metálicos
Terminal Elemento
Elemento Metálico Fusível
Fusível
Fusível de rosca
Lâmpada Fluorescente
Uma lâmpada fluorescente constitui-se de
Filamento
um tubo de vidro cujo comprimento é determinado dePinos
contato
Interior do tubo revestido
de pó fluorescente
pela potência da mesma e, em cada extremidade,
possui um filamento de tungstênio, em forma de
espiral e recobertos com uma camada de óxidos
Tubo de
emissores de elétrons. O interior do tubo de vidro é vidro Espaço dentro do tubo cheio
revestido com uma camada de pó fluorescente, cuja de gás argônio
e vapor de mercúrio
natureza influencia o espectro do fluxo luminoso
produzido. Também no interior da lâmpada existe um gás raro (argônio) e certa quantidade de
mercúrio que, no momento da partida, será vaporizado.
Uma das principais vantagens que a lâmpada fluorescente apresenta é, além de poder ser
fabricada em várias tonalidades de cor, a de possuir um alto rendimento luminoso pelos watts
consumidos para o seu funcionamento.
e) Efeito Fisiológico
Quando uma corrente elétrica atravessa um organismo vivo, além dos
efeitos térmico e químico, ocorrem também efeitos sobre nervos e músculos.
Uma corrente da ordem de 10mA, atravessando o organismo de uma pessoa,
provoca uma sensação de desconforto, sendo que, acima desse valor, a
corrente ocasiona uma perda do controle sobre os músculos, provocando
contrações conhecidas como “choques”.
O socorro a uma vítima de choque começa pelo corte da ddp
causadora do mesmo. Isto deve ser feito interrompendo-se o circuito. Na
impossibilidade dessa interrupção, sugere-se puxar ou empurrar a pessoa com um material isolante
como, por exemplo, uma corda, um pedaço de madeira seca, etc. Este primeiro socorro deve ser
feito o mais rápido possível, pois a resistência da pele na região do contato elétrico diminui, o que
provoca elevação da intensidade de corrente.
Entretanto, deve-se tomar o cuidado de não provocar contatos indevidos com a pessoa
afetada pelo choque, pois a reação instintiva de puxá-la manualmente pode provocar mais uma
vítima.
Se, após livrar-se da corrente elétrica, a pessoa estiver inconsciente e sem respirar,
devemos proceder da seguinte maneira:
1º) verificar se a língua da pessoa não está dobrada;
2º) realizar a respiração boca-a-boca ou boca-nariz;
3º) se a pessoa estiver sem batimento cardíaco (coração pára de bater), é realizado,
intercalado com a respiração artificial, uma massagem cardíaca. A respiração e a
massagem devem ser feitas por pessoas diferentes.
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Conceitue corrente elétrica.
2- Escreva a equação que define intensidade da corrente elétrica e diga sua unidade.
3- O instrumento utilizado para medir corrente elétrica num circuito é o e deve ser
ligado em com o mesmo.
4- O sentido real (eletrônico) da corrente elétrica coincide com o sentido de deslocamento das
cargas elétricas , portanto, este deslocamento se dá do ponto de
potencial __________ para o ponto de potencial __________. O sentido contrário ao citado
acima é denominado de sentido da corrente elétrica.
6- Associe o fenômeno (coluna da esquerda) com o principal efeito que a corrente elétrica
envolvida provoca (coluna da direita).
1. ferro elétrico ( ) efeito magnético
2. lâmpada fluorescente acesa ( ) efeito fisiológico
3. pessoa “tomando um choque” ( ) efeito térmico
4. peça metálica sendo niquelada ( ) efeito químico
5. eletroímã sendo acionado ( ) efeito luminoso
10- Nos vários circuitos elétricos existentes, podemos ter tipos diferentes de corrente, ou seja:
corrente contínua pura fornecida por uma pilha; circulação de uma corrente alternada fornecida
pelos alternadores das grandes usinas geradoras e também corrente retificada (circuito
retificador ⇒ CA é transformada em CC). Imagine, por exemplo, três circuitos diferentes:
circuito de alimentação das lâmpadas de uma instalação elétrica residencial, circuito de
fornecimento de energia elétrica para um rádio portátil e circuito de um carregador de bateria.
Identifique qual a corrente (tipo) associada a cada circuito consumidor citado acima.
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Uma carga de 1200mC deslocou-se através de um condutor durante 5 minutos. Determine o
valor da intensidade da corrente elétrica.
2- Um fio condutor de cobre é percorrido por uma corrente elétrica devido a uma ddp de 220V
existente entre seus extremos. A corrente circula durante 10s e o trabalho realizado vale 5,5J.
Determine o valor da corrente que percorre o condutor.
3- Vamos supor que se utilize um fusível de 3mA para proteger o circuito citado no exercício
anterior. Diga se ele irá queimar ou não, justificando sua resposta.
4- Entre as extremidades de um fio condutor aplica-se uma ddp de 110V, durante 30s.
Considerando-se que o trabalho realizado vale 6600J, diga (e justifique) se um fusível de 1,5A
colocado nesse circuito, queimará ou não.
5- Certo condutor é percorrido por uma corrente de 10mA durante 10 minutos, quando ligado entre
dois potenciais. Sabendo-se que é realizado um trabalho elétrico igual a 600J, determine o valor
da diferença de potencial existente entre as extremidades do condutor.
6- Suponha que fosse possível contar o número de elétrons que passam através de uma seção de
um condutor, no qual se estabeleceu uma corrente elétrica. Se durante um intervalo de tempo
t=l0s passam 2 x 1020 elétrons nesta seção, determine:
a) a quantidade de carga q, em coulombs, que corresponde a este número de elétrons (carga do
elétron = 1,6 x 10-19 C).
b) a intensidade da corrente (em ampère) que passa na seção transversal do condutor.
7- A intensidade da corrente que foi estabelecida em um fio metálico vale 400mA. Supondo que
esta corrente foi mantida, no fio, durante 1 minuto, calcule:
a) a quantidade total de carga que passou através de uma seção do fio.
b) o número de elétrons que passou através desta seção.
6. RESISTÊNCIA ELÉTRICA
6.1. CONCEITO
A energia elétrica que chega nas residências é
transportada por fios constituído de materiais bons
condutores e mesmo assim, ocorre uma certa perda de
energia. Esta perda ocorre devido à resistência dos fios,
onde existe um aquecimento e por isto nem toda a energia
gerada é utilizada pelos consumidores.
Quando as cargas móveis (elétrons) que constituem a
corrente são acelerada pela tensão elas acabam realizando
“colisões” com os átomos ou moléculas do condutor. Isto
ocasionará uma oposição oferecida pelo fio à passagem de
corrente. Evidentemente a corrente no condutor será maior ou
menor, dependendo desta oposição (oposição maior no desenho
ao lado na parte de baixo). A oposição que um condutor oferece à
passagem de corrente através dele, representa a grandeza
denominada de “resistência elétrica (R)”.
Vab
R=
I
b) Unidade
No sistema Internacional de Unidades a resistência elétrica é medida em OHM (Ω).
u(R) = u(Vab)/u(I) = Volt(V)/Ampère(A) u = (R) = Ohm(Ω )
c) Instrumentos de medição
A resistência elétrica é medida com o ohmímetro (simbologia
ao lado). Existem aparelhos denominados multímetros que podem Ω
funcionar como voltímetros, amperímetros e também como
ohmímetros.
Quando o multímetro está selecionado para ser usado
como ohmímetro, para saber-se o valor da resistência de um
componente qualquer, basta ligar-se o mesmo às ponteiras do
instrumento. A leitura da posição do ponteiro (instrumento
analógico) sobre a escala nos fornecerá o valor da resistência
medida. Esta medição pode ser feita através de um ohmímetro
digital, onde a leitura é fita diretamente no display do medidor. Ohmímetro
Medição de resistência elétrica com o multímetro
MULTÍMETRO DIGITAL
FUNÇÕES ESCALAS
x y z mV V KV
µA mA A
Observando o desenho do multímetro, verificamos que a tecla da função que deve ser
acionada é a nº 1 (medição de resistência elétrica). As escalas do medidor são: nº 6 (até 200Ω), nº 7
(até 2kΩ), nº 8 (até 20kΩ), nº 9 (até 200kΩ), nº 10 (até 2MΩ) e nº 1l (até 20MΩ). Os terminais
utilizados para a medição são o Y (comum) e o Z (V - Ω).
Exemplo 1: medição de continuidade de um condutor
O teste de continuidade de um condutor consiste em verificar se um condutor está inteiro
ou interrompido.
1º) Com o multímetro ligado, pressionamos as teclas 1 (Ω) e 6 (até 200Ω), colocando as ponteiras
nos bornes Y (comum) e Z (V - Ω).
2º) Colocamos as ponteiras do medidor, em paralelo com o condutor
Ω
(esquema ao lado).
3º) No visor poderá aparecer um valor baixo, por exemplo zero,
00.00, indicando que o condutor está inteiro, ou por exemplo 00.00 1 .
Ω Ω
00.00 1 .
Método indireto
A medida de uma resistência poderá também ser feita usando-se
um voltímetro (ideal) e um amperímetro (ideal). Neste caso, estes
aparelhos devem ser ligados da maneira mostrada ao lado. O voltímetro
nos fornece o valor da tensão (VAB) entre os extremos do resistor (R) e o
amperímetro indica o valor da corrente (I) que passa neste resistor.
Conhecendo-se a tensão aplicada ao resistor e a corrente que o
Vab
percorre, podemos calcular o valor da resistência pela relação: R =
I
CONSIDERAÇÕES
1º) Conversões
Algumas vezes se faz necessário que se realize algumas conversões nas unidades de
comprimento e de área, portanto, iremos demonstrar como isso é feito.
Km hm dam m dm cm mm
0. 0 0 1 1mm = 0,001m = 1x10-3 m
0. 0 1 1cm = 0,01m = 1x10-2 m
0. 1 1dm = 0,1 m = 1x10-1 m
Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
0. 00 00 01 1mm2 = 0,000001m2 = 1x10-6 m2
0. 00 01 1 cm2 = 0,0001m2 = 1x 10-4 m2
0. 01 1dm2 = 0,01 m2 = 1x10-2 m2
2º) Área dos condutores
Como nos rolos de fios condutores vem especificado o raio ou diâmetro dos mesmos,
necessitamos calcular as suas áreas. Para tal, utilizamos uma das fórmulas abaixo:-
π .d 2
A = π.r2 r = d/2 A = π . (d/2)2 A=
4
A=área da seção do condutor π = 3,14
r=raio do condutor d = diâmetro do condutor
ρ)
c) Coeficiente de resistividade (ρ
Podemos afirmar que, para um fio condutor de um dado material e a uma determinada
temperatura, sua resistência elétrica será proporcional ao seu comprimento e inversamente
proporcional à área de sua seção transversal. Chama-se resistividade essa constante de
proporcionalidade, que depende exclusivamente do material que é constituído o condutor e da
temperatura em que ele se encontra. Essa constante é normalmente indicada pela letra grega ρ (Rô).
Pelo exposto, concluímos que R α ℓ / Α, portanto, podemos escrever que:
ρ. l
R=
A
No Sistema Internacional de Unidades (SI), ρ é medido em Ω. m.
Pela relação R = ρ. ℓ /A podemos ver que, tomando-se vários fios de mesmo comprimento
e de mesma área, porém feitos de materiais diferentes, haverá menor resistência naquele que possuir
menor resistividade. Concluímos, então, que, quanto menor for a resistividade de um material,
menor será a oposição que este material oferecerá a passagem de corrente através dele.
PROBLEMA RESOLVIDO
Calcule o valor da resistência elétrica de um fio de cobre de 40cm de comprimento e
0,25mm2 de área de seção transversal. (ρ = 1,7x10-8Ω.m)
R=?
ρ .l 1,7x10 -8 x0,4
ℓ=40cm R= =
A 0,25 x10 −6
A=0,25mm2=0,25x10-6m2
R=2,72 Ω
ρ=1,7x10-8Ω.m
Material Ω.m)
Resistividade (Ω
Prata .......................................... 1,6 x l0-8
Cobre......................................... 1,7 x l0-8
Ouro .......................................... 2,4 x l0-8
Alumínio ................................... 2,6 x 10-8
Tungstênio................................. 5,5 x 10-8
Zinco ......................................... 6 x 10-8
Ferro.......................................... 10 x 10-8
Estanho...................................... 12 x 10-8
Chumbo..................................... 22 x 10-8
Mercúrio.................................... 94 x 10-8
Niquelina................................... 40 x 10-8 a 44 x 10-8
Manganina................................. 42 x 10-8
Constantan................................. 50 x 10-8
Nicromo .................................... 100 x 10-8
Grafite ....................................... 40 x 10-8 a 75 x 10-8
Soluções Eletrolíticas .............. 10-2 a 10
d) Temperatura
A resistividade de um material está intimamente ligada com as variações de temperatura
que o mesmo pode sofrer. Podem-se admitir como lineares (diretamente proporcionais) as variações
de resistividade com a temperatura, para valores até cerca de 100ºC, porém nem todos os materiais
se comportam de mesma maneira frente às variações de temperatura.
1º Caso: metais
Analisando a estrutura interna dos sólidos, é possível entender por que a resistência elétrica
destes corpos varia com a temperatura. Sob o ponto de vista da Física Moderna, a resistência
elétrica de um sólido depende basicamente de dois fatores: do número de elétrons livres existentes
em sua estrutura e da mobilidade destes elétrons ao se deslocarem através de sua rede cristalina.
No desenho ao lado, temos elétrons deslocando-
se no interior de um sólido cristalino, os quais colidem
com os íons da rede Evidentemente quanto maior for o elétron + + + + + + +
número de elétrons livres (por unidade de volume) + + + + + + +
existentes no sólido, menor será sua resistência elétrica.
Do mesmo modo, esta resistência será tanto menor quanto + + + + + + +
mais facilmente os elétrons se deslocarem através da rede
cristalina, isto é, quanto maior for a mobilidade dos + + + + + + +
elétrons. No desenho ao lado, por exemplo, temos cinco + + + + + + +
elétron livres, que possuem uma determinada mobilidade.
Os cientistas, através de recursos experimentais de grande precisão, conseguiram medir o
número de elétrons existentes (livres) em diversas substâncias. Os resultados destas medidas
mostram que, nos metais, o número de elétrons livres praticamente não varia quando fazemos variar
a temperatura destas substâncias. Entretanto, como sabemos, o aumento da temperatura, provoca
um aumento na agitação térmica dos elétrons livres e dos íons da rede cristalina. Em virtude disto,
ao se deslocarem, os elétrons sofrerão um maior número de colisões contra os íons da rede, isto é,
terão sua mobilidade reduzida. Então, nos metais não havendo um aumento do número de elétrons
livres e ocorrendo uma redução na mobilidade destes elétrons, uma elevação de temperatura
acarretará, necessariamente, um aumento na resistividade e na resistência elétrica.
METAIS
⇒ aumentando a temperatura
⇒ aumenta a agitação térmica dos elétrons e íons
⇒ maior número de colisões
⇒ mobilidade dos elétrons é reduzida
⇒ resistividade aumenta, aumentando também a resistência elétrica.
R (Ω)
Ω Ω
5
R = 5Ω
0 t1 t2 t(ºC)
R > 5Ω
2º Caso: grafite
Em alguns materiais, o fenômeno ocorrido é diferente do citado no primeiro caso, ou seja,
quando aquecidos, estes materiais sofrem um acréscimo do nº de elétrons livres. Quanto maior a
temperatura, maior é o nº de elétrons que ficam fracamente ligados ao núcleo, isto é se estes
elétrons forem submetidos a campos elétricos de baixa intensidade, eles passarão a ter um
movimento ordenado (corrente). Considerando-se também que a mobilidade dos elétrons neste
material não sofre alteração significativa, temos condições de estabelecer uma corrente de maior
intensidade (maior quantidade de carga), fruto da diminuição da resistividade e da resistência.
GRAFITE
⇒ aumentando a temperatura
⇒ aumenta o no de elétrons livres
⇒ resistividade e resistência elétrica, necessariamente diminuem de valor.
Abaixo, mostramos o que acontece, quando um pedaço de grafite é aquecido. Através do
gráfico, podemos verificar o seu comportamento.
R (Ω)
Ω Ω
3
R = 3Ω
0 t1 t2 t(ºC)
R < 3Ω
CONSTANTAN
⇒ aumentando a temperatura
⇒ aumenta o número de elétrons livres e aumenta o número de colisões
⇒ resistividade e resistência elétrica praticamente não variam.
R (Ω)
Ω Ω 4Ω
R = 4Ω
0 t1 t2 t(ºC)
R = 4Ω
Anteriormente foi mostrada uma tabela de resistividades de alguns materiais, sendo que a
mesma é válida para ambientes à temperatura de 20ºC. Isso significa que a resistividade pode
assumir valores diferentes para outras temperaturas. Uma outra característica dos materiais é o
coeficiente de temperatura, que mostra de que forma a resistividade e, consequentemente a
resistência, variam com a temperatura. O coeficiente de temperatura é representado pela letra grega
α, cuja unidade de medida é o ºC-1. A expressão para calcular a resistividade em função da
ρ = ρ o .(1 + α .∆t )
temperatura está indicada a seguir.
6.5. ATERRAMENTO
sistema entrada de
Aterrar um equipamento qualquer significa levá-lo ao mesmo bifásico energia
potencial da terra, tomado como padrão ou referência. As expressões fases a e b 220v/127v
de cálculo da resistência do sistema de terra levam sempre como neutro
6.6. RESISTORES
Resistor é um componente físico que possui a propriedade denominada de resistência
elétrica e que se destina especificamente a introduzir uma quantidade desejada dessa propriedade
num circuito elétrico.
Considera-se um componente
como resistor (simbologia ao lado)
quando ele transforma a energia elétrica
consumida, integralmente, em calor.
a) Especificações dos resistores
Os resistores têm três importantes especificações: resistência (Ω), tolerância (porcentagem)
e potência (watts - W). Pelo simples exame visual do resistor é possível descobrir estas
especificações.
− Resistência: nos resistores de fio os valores estão normalmente inscritos no corpo do
componente; nos de carvão, o valor é identificado por um código de cores.
− Tolerância: A resistência raramente é um valor exato indicado no resistor. Seria
extremamente difícil e caro fabricar resistores praticamente com o valor marcado. Por essa
razão, os resistores possuem uma especificação de tolerância. Por exemplo, um resistor de l00Ω
pode ter uma tolerância de l0%. Dez por cento de l00 é l0. Portanto, o valor real do resistor pode
ser qualquer um entre 90Ω (l00 – 10) e 110Ω (100 + l0). Tolerâncias de 5% l0% e 20% são
comums para resistores de carvão. Resistores de precisão têm tolerância de 2%, 1% ou ainda
menor. Geralmente, quanto menor a tolerância, maior o custo do resistor.
- Potência: A especificação de potência se refere ao 1/8W
valor máximo de potência (medida em watt) ou calor que o
resistor pode dissipar sem queimar-se ou alterar seu valor. 1/4W
Quanto maior o tamanho físico do resistor, maior potência ele
1/2W
pode dissipar. Os resistores de carvão, em geral, possuem baixas
especificações de potência; são comuns especificações de 2,5W,
1W
2W, 1W, l/2W, l/4W e l/8W.
Os resistores de fio podem suportar potências muito
2,5W
maiores, como por exemplo, 5W, 7W, 10W, 25W, 50W, etc.
Resistor de carvão
b) Código de cores para resistores de carvão
No corpo dos resistores de carvão são pintados anéis coloridos que obedecem a uma
codificação (tabela a seguir). O código de cores é
constituído, normalmente, de quatro anéis coloridos,
sendo que os três primeiros indicam o valor da
resistência do resistor, enquanto que o quarto anel
indica a tolerância do resistor. 1º anel
(1º algarismo) 4º anel
A ordem dos anéis, tem como referência o 2º anel
anel 1, o mais próximo de um dos terminais do (tolerância)
(2º algarismo) 3º anel
resistor, sendo este anel o primeiro, conforme
(multiplicador)
ilustração acima. Cada cor tem um valor que depende
do anel em que está, segundo a tabela a seguir. Na
ausência do quarto anel, a tolerância será de 20%.
1º) carvão
Os resistores de carvão, carbono ou grafite como também
são conhecidos, são facilmente identificados, pois em seu corpo Carbono
são pintadas faixas coloridas que obedecem a um código de cores.
Num tubo de porcelana é depositada uma fina camada de grafite Terminais
cuja espessura e largura (ela forma um espiral) determina a
resistência que o resistor terá.
A grafite apresenta uma resistividade considerável, de modo que podemos obter com certa
facilidade resistências numa faixa muito grande de valores. Podemos encontrar resistores com
valores que podem variar de l0Ω, ou menos, a mais de 20MΩ. Sobre a capa de grafite existe uma
tinta protetora que impede que elementos externos possam influir na resistência.
2º) fio
Como sabemos o cobre apresenta uma resistividade
(como qualquer outro material). Se enrolarmos uma pedaço de
fio de cobre num corpo não condutor (figura ao lado) teremos
um componente com uma resistência determinada. O processo
utilizado para produzir os resistores de fio é um pouco mais
sofisticado, mas a idéia básica é a mesma.
O fio geralmente usado é uma liga de níquel e cromo chamada nicromo, que tem a
resistividade muito maior do que a do cobre. O corpo que serve de suporte é normalmente um tubo
de cerâmica. Depois, são acrescentados terminais condutores e todo resistor é coberto com uma
camada protetora. A faixa de valores de resistência pode variar de menos de lΩ a vários milhares de
ohms. A técnica de fio é também utilizada para produzir resistores de valor preciso. Tais resistores
de precisão são muito requisitados em circuitos medidores.
PROBLEMA RESOLVIDO
A bateria do circuito anterior estabelece entre os pontos A e B uma tensão constante de
l2V. Suponha que o resistor AC do reostato seja constituído por um fio uniforme, cuja resistência
total é RAC = 100Ω. Determine a corrente no circuito para as seguintes posições do cursor:
a) no ponto médio do fio AC;
No ponto médio, teremos RAC/2, então R = l00Ω /2 = 50Ω.
VAB 12V
Como se sabe I = ; então I = I = 0,24A
R 50Ω
b) na extremidade C do resistor.
Neste caso R = RAC = l00Ω.
VAB 12V
Como I = , então, I = I = 0, 12A
R 100 Ω
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Conceitue resistência elétrica.
2- Escreva a equação que define a resistência elétrica (resistência em função de tensão e corrente)
de um condutor explicando o significado dos símbolos que aparecem nesta equação, indicando
também a sua unidade de medida.
3- Escreva a equação que relaciona R com ρ, l e A, isolando cada uma das grandezas da fórmula
e identifique a unidade (SI) de cada grandeza.
4- A resistência elétrica de um fio condutor de comprimento l e área de seção transversal A é:
a) diretamente proporcional a A e l .
b) independe de A e l .
c) diretamente proporcional a l e inversamente proporcional a A.
d) diretamente proporcional a A e inversamente proporcional a l .
6- Num chuveiro elétrico, tem-se uma chave que indica as posições verão e inverno. Sabendo-se
que a tensão aplicada ao chuveiro é constante, responda:
a) a corrente no resistor do chuveiro terá uma intensidade maior quando a chave está na
posição verão ou na posição inverno?
b) com a chave na posição inverno, a resistência do chuveiro deve ser maior ou menor? e o
comprimento do fio que constitui este resistor deverá aumentar ou diminuir?
9- Um valor elevado de resistividade de um material indica que este material é bom ou mau
condutor de eletricidade? Que valor de resistividade teria um condutor perfeito? E um isolante
perfeito?
11- Uma fonte mantém uma tensão num fio de cobre no qual é estabelecida uma corrente de 2A.
Este fio é substituído por outro, também de cobre, de mesmo comprimento, mas de diâmetro
duas vezes maior que o primeiro. Pergunta-se:
a) a resistência do segundo fio é maior ou menor do que do primeiro? quantas vezes?
b) qual a intensidade de corrente que passará pelo segundo fio?
13- Nos desenhos abaixo, temos um potenciômetro linear de resistência nominal (total) igual a
1MΩ. Analise as afirmativas a seguir e identifque as verdadeiras (V) e as falsas (F).
a) ( ) Se o ohmímetro 2 está indicando 750kΩ, significa que o ohmímetro 1 indicará uma
resistência de 250kΩ.
b) ( ) Se o cursor do potenciômetro for deslocado para baixo, as indicações nos ohmímetros 1
e 2 irão, respectivamente, aumentar e diminuir..
c) ( ) Deslocando-se o eixo do potenciômetro de modo que os terminais a e b entrem em
contato direto, os ohmímetros 1 e 2 irão indicar, respectivamente, 1MΩ e zero.
d) ( ) Se o cursor for posicionado bem no meio entre a e c, os dois ohmímetros terão a mesma
indicação
e) ( ) A resistência não poderá ter seu valor ajustado através do movimento do eixo do
potenciômetro se utilizarmos na montagem do circuito os terminais a e c.
Ω
750kΩ
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Determine a intensidade de corrente que circula por uma torradeira elétrica que tem 16Ω de
resistência elétrica e que funciona com uma tensão de 220V.
7- Uma tensão de 20V é aplicada aos terminais de um fio de alumínio de 500m de comprimento e
2,6mm2 de área de seção transversal. Sabendo-se que a resistividade do alumínio é igual a
2,6xl0-8Ω.m, determine a corrente elétrica que percorre este fio.
8- Aplica-se uma tensão de 100V nas extremidades de um fio de 20m de comprimento, cuja área
de seção transversal é igual a 2mm2. Sabendo-se que a corrente elétrica que percorre o fio é de
10A, calcule a resistividade do material que constitui o condutor.
7. LEI DE OHM
7.1. ENUNCIADO
Considere que, no condutor ao lado, está sendo
aplicada uma tensão (Vab), estabelecendo no mesmo uma
corrente elétrica (I ). Variando o valor da tensão aplicada ao
condutor, verificamos que a corrente que passa por ele também
se modifica. Por exemplo:
- uma tensão VABl provoca uma corrente I1;
- uma tensão VAB2 provoca uma corrente I2;
- uma tensão VAB3 provoca uma corrente I3, etc.
O cientista alemão Georg Simon Ohm, no século passado, realizou várias experiências,
medindo estas tensões e as correntes correspondentes em diversos condutores feitos de substâncias
diferentes. Verificou então que, para muitos materiais, principalmente os metais, a relação entre a
tensão e a corrente mantinha-se constante.
VAB1 VAB 2 VAB 3 VAB
= = ⇒ = constante
I1 I2 I3 I
Como VAB/I representa o valor da resistência R do condutor, Ohm concluiu que, naqueles
condutores, tinha-se R = constante.
Daí podemos dizer que:
R = VAB/I VAB = I . R I = VAB/R
A “Lei de Ohm” pode ser sistematizada da seguinte maneira:
“PARA UM GRANDE NÚMERO DE CONDUTORES, MANTIDOS A UMA MESMA
TEMPERATURA, O VALOR DA RESISTÊNCIA ELÉTRICA PERMANECE
CONSTANTE, NÃO DEPENDENDO DO VALOR DA TENSÃO APLICADA.”
Exemplo:
Um fio condutor foi submetido a diversas V (V) 5 10 15 20
AB
tensões. Medindo-se os valores destas tensões e das
correntes estabelecidas no condutor, obteve-se a I(A) 0,2 0,4 0,6 0,8
tabela ao lado. Utilizando os dados desta tabela, obtemos o gráfico mostrado abaixo, onde se
percebe que o condutor possui uma resistência constante de 25Ω (R=VAB/I).
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Se um resistor ôhmico for substituído por outro resistor, também ôhmico, de resistência três
vezes maior, e que esteja submetido a mesma diferença de potencial, obteremos, em
correspondência uma corrente elétrica de intensidade:
a) três vezes maior.
b) seis vezes menor.
c) três vezes menor.
d) nove vezes menor.
R
3
1
R
4- A relação VAB = I . R pode ser usada para um material que não obedece à Lei de Ohm?
Justifique.
6- Para um certo condutor, mantido a temperatura constante, obtivemos o gráfico abaixo (VAB x I).
Considere, agora, as três afirmativas abaixo, cada uma das quais pode estar certa ou errada.
Leia-as com atenção e assinale a alternativa correta:
I) A resistência desse condutor é constante e independente da tensão.
II) A resistência desse condutor aumenta com o aumento da tensão.
III) A resistência desse condutor diminui com o aumento da tensão.
0 I
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Quando um dado resistor ôhmico é ligado a uma bateria que lhe aplique uma tensão de 6V,
verifica-se que ele é percorrido por uma corrente de 2A.
a) Qual a resistência elétrica deste resistor?
b) Se este resistor for ligado a uma pilha, que lhe aplica uma tensão de 1,5V, qual será a
corrente que o percorre?
c) Quando este resistor é ligado a uma certa bateria, uma corrente de 1,5A passa por ele. Qual
é a tensão que esta bateria aplica sobre o resistor?
a) cursor em C.
b) cursor no meio de CD.
c) cursor em D. 200Ω
C 200Ω D
4- Observando a tabela abaixo, determine quais são os resistores ôhmicos e quais são os não
ôhmicos e construa os gráficos (VAB x I) para cada resistor.
8. POTÊNCIA ELÉTRICA
turbina
ITAIPU – 14GIGAWATTS
100J
= 100W = 50 W
1s 2s
Obviamente, na lâmpada 1. Por isto, a ela é atribuída uma potência elétrica maior, ou seja,
L1 possui uma potência elétrica P1=100 watts e L2 possui uma potência P2=50 watts.
Em função do exposto, podemos também afirmar que POTÊNCIA ELÉTRICA é definida
pelo quociente entre a ENERGIA ELÉTRICA consumida e o intervalo de TEMPO em que o
aparelho elétrico permaneceu ligado.
E
P=
t
Como energia é equivalente a trabalho, usa-se o Joule(J) com unidade de energia, sendo que
o segundo(s) é a unidade relativa ao tempo. Dividindo-se 1J por 1s obtém-se, 1 Watt (W).
Outra unidade de potência, também muito usada na prática, é 1 cavalo-vapor (CV). Esta
unidade foi proposta por James Watt e eqüivale, aproximadamente, a 735W. James Watt comparou
a potência da máquina a vapor, inventada por ele, com a dos cavalos, usados na época para retirar
água das minas de carvão. Verificou que um cavalo forte era capaz de suspender um peso de 75kgf
a 1m de altura em 1 segundo. Nos países de língua inglesa usa-se uma unidade, praticamente igual a
1CV, denominada 1HP (horse power). Nos motores importados a potência vem em HP.
1 CV=735W 1 HP=745W
A potência também pode ser medida em BTU/h (BTU: british thermal units), sendo que
para fazer a conversão para watts, basta multiplicar a potência dada em BTU/h por 0,2931 e obtém-
se a potência desejada (em watts).
Para fins de cálculos de custos de energias elétricas, usa-se, normalmente, uma outra
unidade no lugar do Joule, ou seja, usa-se o Quilowatt.hora (kWh). Esta unidade (kWh) é obtida,
multiplicando-se a potência em Quilowatts (kW) pelo tempo em horas (h). Portanto, observe
atentamente, os esquemas a seguir:
u (P) = watt
Joule
E = P. t u ( t ) = segundo
u(E)
u(E) = u(P).u(t) u (P) = quilowatt
Kwh
u ( t ) = hora
As residências, geralmente, recebem energia elétrica da rede urbana. Entretanto, antes
dessa energia ser distribuída pela casa, ela deve passar por um sistema de segurança (caixa de luz),
composto de fusíveis ou disjuntores e do medidor de energia (relógio de consumo), o qual registra o
valor da quantidade de energia elétrica consumida pela instalação.
A CEEE cobra a energia elétrica fornecida, com base na unidade Quilowatt.hora (kWh).
Como a energia elétrica total consumida num dado intervalo de tempo é obtida através da
multiplicação da potência pelo tempo (E=P.t), poderíamos desenvolver o seguinte exemplo
numérico.
Considere que P=1kW e que t=1h.
Logo: l kW. l h = l kWh
Assim sendo, deduziremos que existe uma relação entre o kWh e o joule:
1 kWh = 1kW.1h = 1000W. 3600s = 3,6 x 106J
Nº 8182845902
Ind. Brasil.
A seguir temos alguns exemplos do que se pode obter com 1kWh em diversos aparelhos.
lavagem
de 3kg 5h de cerca de 20 min de preparação
de roupas funcionamento 1.000 barbas funcionamento de 20 sucos 20 h de uso
Não faça confusão entre potência e energia, ou seja, a potência de uma lâmpada (40W,
60W, 100W, etc) é algo característico dela. Agora, a energia elétrica consumida pela lâmpada vai
depender do intervalo de tempo em que ela permanecer acesa. No caso de uma energia elétrica igual
a 1kWh, poderíamos afirmar que este nível de consumo ocorrerá necessariamente no tempo de 1
hora? Claro que não, pois irá depender da potência elétrica do aparelho analisado.
PROBLEMA RESOLVIDO
Um aquecedor elétrico foi ligado numa certa rede, de modo que ele desenvolve uma
potência elétrica de 5000W. Sabendo-se que ele permaneceu ligado durante 30 minutos, determine
o valor da energia elétrica em joules; da energia elétrica em kWh; do custo dessa energia,
considerando que 1kWh custe R$0,20.
P= 5000W = 5kW E = P. t = 5000 W . 1800 s E = 9000x103J
t = l800s = 0,5h E = 5 KW . 0,5 h E= 2,5 kWh
E= ? l kWh ---------- R$ 0,20
Custo= ? 2,5 kWh -------- Custo CUSTO=R$0,50
Como o calor é uma forma de energia, é evidente que, no SI, ele é medido em Joules. Na
prática, usa-se com freqüência uma outra unidade, muito antiga, denominada caloria. Uma
quantidade de calor de 1 caloria, cujo símbolo é 1cal, representa a quantidade de calor que se deve
fornecer a 1g de água para elevar sua temperatura de 1°C
A relação entre joule e caloria é a seguinte: 1 caloria = 4,2 J
Imagine materiais diferentes (por exemplo, água e ferro) recebendo a mesma quantidade de
calor. Experimentalmente, verificaríamos elevações de temperaturas diferentes em cada um dos
materiais. Em função disso, atribui-se a cada material uma constante c denominada de calor
específico do material. O calor específico c de uma substância representa a quantidade de calor
necessária para elevar de 1ºC a temperatura de 1g dessa substância.
Como exemplos, citamos o calor específico da água e do ferro.
água ⇒ c=1cal/g.ºC (1 cal. por grama, por grau Celsius)
ferro ⇒ c=0,11 cal/g.ºC
Para elevar de uma temperatura inicial t1, a uma temperatura final t2, a massa m de uma
substância cujo calor específico é c, devemos fornecer a ela uma quantidade de calor Q dada por:
Q = quantidade de calor (em calorias)
m = massa da substância (em gramas)
Q = m.c.( t 2 − t 1 )
c = calor específico (em cal/g.º C)
t = temperatura (em º C)
W=V.q
220V 220V
Método Direto Método Indireto
contatos
Na lâmpada vem gravada a sua potência nominal e a sua tensão nominal. Por exemplo,
podemos citar: 60W - 220V. A luminosidade da lâmpada está relacionada com a tensão a qual ela
está submetida, sendo que uma lâmpada de filamento transforma, no máximo, l0% da energia
elétrica consumida em energia luminosa; os restantes 90% transformam-se em energia térmica.
l
A expressão R = ρ . nos permite calcular a resistência elétrica de um fio. Para o
A
filamento de uma lâmpada que tem resistor de tungstênio, com resistividade de 5,6 x 10-8 Ω.m a
20°C, comprimento de 0,4m e área da seção transversal de 1x10-9m2, temos:
l
R = ρ. = 5,6 X 10-8 Ω. m x 0,4 m/1x10-9m2 = 22,4Ω
A
Uma outra expressão para calcular a resistência elétrica de um resistor pode ser obtida da
V2
seguinte forma: R =
P
No caso dessa lâmpada, sua potência é 40W quando ligada à tensão de l10V. Logo:
110 2
R= = 302,5Ω
40
Por que não encontramos o mesmo valor para a resistência elétrica do filamento da
lâmpada?
O valor 22,4Ω representa a resistência elétrica do resistor da lâmpada quando está
desligada, isto é, o filamento a aproximadamcnte 20°C. Já o valor 302,5Ω representa a resistência
elétrica do resistor quando a lâmpada está ligada, isto é, muito aquecida (≅ 2200°).
Este resultado nos mostra que a resistência elétrica do filamento de tungstênio aumenta
com sua temperatura. Aliás, a maioria dos materiais tem este comportamento. Este fato pode ser
utilizado na construção de termômetros. Por exemplo: medindo-se a resistência elétrica de um fio
de platina colocado num forno, pode-se determinar a temperatura deste local.
As lâmpadas fluorescentes podem durar cerca de 10.000 horas, enquanto as lâmpadas
incandescentes duram apenas 1.000 horas em média. Convém salientar que duas lâmpadas, uma
incandescente e outra fluorescente, de mesmos valores nominais, têm o mesmo consumo da energia
elétrica. O que difere entre elas é o rendimento, ou seja, a quantidade de energia que é convertida
em luz.
Existe uma grandeza, denominada de fluxo luminoso (aptidão em produzir sensação
luminosa), a qual é medida em lúmen. Por exemplo, duas lâmpadas de 40W, uma fluorescente e
outra incandescente, possuem eficiência diferente, ou seja, a primeira teria 65 lúmens por watt e a
segunda teria 12 lúmens por watt.
Não é possível, entretanto, elevar indefinidamente o valor destas altas tensões porque,
acima de certos valores, o ar em volta do fio torna-se condutor, pois seria ultrapassado o valor da
rigidez dielétrica do ar. Isto acabaria permitindo o escoamento da eletricidade, o que constituiria
uma outra forma de perda de potência.
As altas tensões necessárias para a transmissão de energia elétrica não podem ser
fornecidas diretamente por um gerador. De fato, os maiores geradores existentes nas grandes usinas
fornecem tensões situadas apenas em torno de 20kV (Itaipu→18kV cada gerador). Então, torna-se
necessário para a transmissão, elevar consideravelmente os valores das tensões fornecidas pelos
geradores. Além disso, devemos lembrar-nos que, ao chegar nos centros de consumo, a alta tensão
deverá ser reduzida antes de ser distribuída. Estes problemas são resolvidos com a utilização de
transformadores, os quais serão analisados dentro do capítulo eletromagnetismo.
GERAÇÃO TRANSMISSÃO
ELEVAÇÃO
REDUÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Nas lâmpadas incandescentes, a energia elétrica é transformada, uma parte em energia
_______________ e outra parte em energia _________________.
4- Uma pessoa verifica que o chuveiro elétrico de sua residência não está aquecendo
suficientemente a água. Sabendo-se que a tensão aplicada ao chuveiro é constante, responda:
a) Para aumentar a potência do chuveiro, a corrente que passa através dele deve ser aumentada
ou diminuída?
b) Então para que haja maior aquecimento da água, a pessoa deverá aumentar ou diminuir a
resistência do chuveiro?
c) Assim, quando a chave de um chuveiro é deslocada da posição “inverno” para “verão”,
estamos aumentando ou diminuindo sua resistência?
5- Um jovem mudou-se da cidade de Rio Grande (110V) para Pelotas (220V), trazendo consigo
um aquecedor elétrico, cuja ddp nominal é 110V. Sabendo-se que a tensão da rede de Pelotas é
o dobro da tensão da rede de Rio Grande, ele pensou em substituir o resistor do aquecedor por
outro. Qual deve ser a relação entre os dois resistores de modo que a potência não se altere?
8- A seguir temos o esquema que mostra o sistema de aquecimento de um chuveiro elétrico, onde a
chave S permite selecionar o modo de operação (frio, morno ou quente) do chuveiro. Para tal, o
posicionamento correto da chave será dado por:
frio morno quente
a) I II III 220V
I
b) III I II
c) II III I S
II
d) I III II
e) III II I III
9- Zezinho querendo colaborar com o governo no sentido de economizar energia elétrica, trocou
seu chuveiro de valores nominais 110V - 3000W por outro de 220V - 3000W. Sabendo-se que
em sua casa existe uma única rede de 110V, podemos dizer que ele terá um consumo de energia
elétrica:
a)idêntico ao anterior b)duas vezes maior c)duas vezes menor
d)quatro vezes maior e)quatro vezes menor
10- Um jovem casal instalou em sua casa uma ducha elétrica moderna de 7700W / 220V. No
entanto, os jovens verificaram, desiludidos, que toda vez que ligavam a ducha na potência
máxima, desarmava-se o disjuntor (o que equivale a queimar o fusível de antigamente) e a
fantástica ducha deixava de aquecer. Pretendiam até recolocar no lugar o velho chuveiro de
3300W / 220V, que nunca falhou. Felizmente, um amigo, formado no CEFET-RS,
naturalmente os socorreu. Substituiu o velho disjuntor por outro, de maneira que a ducha
funcionasse normalmente. A partir desses dados, assinale a única alternativa que descreve
corretamente a possível troca efetuada pelo amigo.
a) Substituiu o velho disjuntor de 30A por um novo, de 20A.
b) Substituiu o velho disjuntor de 20 A por um novo, de 40A.
c) Substituiu o velho disjuntor de 10A por um novo, de 40A.
d) Substituiu o velho disjuntor de 20A por um novo, de 30A.
e) Substituiu o velho disjuntor de 40A por um novo, de 20A.
11- Para determinar a potência de um aparelho eletrodoméstico, um estudante seguiu estes
procedimentos:
- desligou todos os aparelhos elétricos de sua casa, exceto uma lâmpada de 100W e outra de
60W; observou, então, que o disco de alumínio do medidor de consumo de energia elétrica, na
caixa de entrada de eletricidade de sua casa, levou um tempo de 8s para efetuar 10 voltas;
- apagou as duas lâmpadas e ligou apenas o aparelho de potência desconhecida. Com isso
verificou que o disco do medidor levou 4s para realizar 10 voltas.
O estudante calculou corretamente a potência do aparelho, encontrando:
a)80 W b)160W c)240 W d)320 W e)480 W
12- A potência P de um chuveiro elétrico, ligado a uma rede doméstica de tensão V = 220V, é dada
por P = V2/R, onde a resistência elétrica R do chuveiro é proporcional ao comprimento do
resistor. A tensão V e a corrente elétrica I no chuveiro estão relacionados pela relação V=R.I .
Deseja-se aumentar a potência do chuveiro mudando apenas o comprimento do resistor.
a) Ao aumentar a potência, a água ficará mais quente ou mais fria?
b) Para aumentar a potência do chuveiro, o que deve ser feito com o comprimento do resistor?
c) O que acontece com a intensidade da corrente elétrica I quando a potência do chuveiro
aumenta?
d) O que acontece com o valor da tensão V quando a potência do chuveiro aumenta?
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Uma lâmpada é percorrida por uma corrente de 2A, quando entre seus extremos existe uma
tensão de 110V. Determine o valor de sua potência elétrica nesta situação.
2- Um estudante em cuja casa a tensão é 110V, comprou uma lâmpada com os seguintes valores
nominais: 60W–110V. Determine o valor da:
a) resistência elétrica da lâmpada.
b) corrente que irá circular, quando a lâmpada for conectada a rede elétrica.
4- Um fusível de 30A foi instalado numa residência alimentada por uma tensão de 220V. Quantas
lâmpadas de 100W-220V poderão ser ligadas simultaneamente, de uma forma adequada, sem
perigo de queimar o fusível?
5- Uma lâmpada possui os seguintes valores nominais: 100W-220V. Admitindo que sua resistência
seja constante, determine o valor desta resistência, da potência elétrica e da corrente que circula,
supondo que a lâmpada está conectada a uma rede de:
a) 220V
b) 200V
6- Um fio de resistência elétrica igual a 500Ω é submetido a uma tensão de 20V. Qual a energia
dissipada no fio em um minuto?
8- Um chuveiro elétrico ligado a uma rede de 220V tem resistência de 22Ω. Sabendo que ele é
utilizado durante 1h por dia, todos os dias, determine o consumo mensal (30 dias) desse
chuveiro, em reais ( lkWh equivale a R$0,20).
9- Por um chuveiro elétrico circula uma corrente de l5A quando ele está ligado em 220V.
Considerando que o kWh custa R$0,20 , determine o custo de um banho de 0,5h.
10- Um chuveiro elétrico, ligado em média 0,5h por dia gasta R$18,00 de energia elétrica por mês
(30 dias). Sabendo-se que a tarifa cobrada é de R$0,20 por kWh, determine o valor da
potência elétrica do aparelho.
11- Os valores nominais de um resistor são: 10Ω e 5W. Determine os valores da tensão máxima e
da corrente máxima que poderão existir sobre o resistor, de modo que ele não queime.
12- Os valores nominais de um resistor são 270Ω e l/4W. Este resistor pode ser ligado numa
bateria de 12V, sem risco de queimar? Justifique.
13- Um chuveiro elétrico projetado para 220V possui um resistor cuja resistência elétrica pode
assumir dois valores extremos:11Ω e 22Ω. Sabe-se que o chuveiro está ligado em uma rede
de 220V e que funciona durante 20 minutos por dia. Considerando que 1kWh custa R$0,20 ,
determine o custo mensal (30 dias) relativo a cada uma das posições do resistor e identifique a
posição onde o banho é morno (verão) e a posição onde o banho é quente (inverno).
14- Uma lâmpada incandescente (100 W - 120 V) tem um filamento de tungstênio de comprimento
igual a 31,4 cm e diâmetro 4 x 10-2 mm. A resistividade do tungstênio à temperatura ambiente
é de 5,5 x 10-8 Ω.m. Qual é a resistência do filamento:
a) quando ele está à temperatura ambiente?
b) com a lâmpada acesa (100W)?
9. CIRCUITOS ELÉTRICOS DE CC
Condutor
Lâmpada
G
E +
R
A - V L
D
O
I I
R
No circuito acima, verificamos que a lâmpada irá permanecer sempre acesa, consumindo
energia elétrica permanentemente. Para evitarmos que ocorra o referido consumo, podemos
introduzir no circuito (desenho abaixo) um elemento que serve para abrir ou fechar (chave
interruptora) o mesmo.
-
V L
+
t aNt aNt aNt aN
Ch
circuito aberto
chave aberta
Curto-circuito
V=I.R
tende a zero
valores elevados
constante
A C A C A C D
R1 R1 R1 R2
I I I
D R3
R3 R3
B D B B
2ª) Num circuito série, a resistência total (Rt) é determinada através da soma das resistências do
circuito. No circuito abaixo, temos:
Rt = Rl + R2 Rt = 4 + 5 Rt = 9Ω
3ª) Quando tivermos um ponto onde se encontram três ou mais condutores, chamaremos este
ponto de nó elétrico, sendo que neste ponto haverá divisão de corrente. Como no circuito série
não existem nós elétricos, podemos concluir que a intensidade da corrente é a mesma em todos
os pontos do circuito. Nota-se que no circuito série existe uma única trajetória elétrica, ou seja,
um único caminho eletricamente fechado. Este caminho é denominado de malha elétrica.
Conclui-se que, no circuito série existe apenas 1 (uma) malha. Pela relação que define
resistência elétrica, verificamos que o valor da intensidade da corrente que percorre o circuito
dependerá da tensão aplicada ao mesmo e da resistência total que o circuito oferece.
V 9V
I = AB = = 1A A
Rt 9Ω
4ª) No circuito série, a tensão aplicada ao circuito divide-se,
proporcionalmente, sobre os resistores associados, em função de suas
resistências, ou seja, o resistor de maior resistência fica submetido à R1 4Ω
uma maior tensão. Como vimos, os dois resistores do circuito são
9V C
percorridos pela mesma corrente. Como os resistores têm resistências I
diferentes, aparecerão sobre eles tensões diferentes. R2 5Ω
VAC = I x Rl = 1A x 4Ω VAC = 4V
VCB = I x R2 = 1A x 5Ω VCB = 5V
Assim sendo, a tensão aplicada ao circuito divide-se sobre os resistores associados, ficando a
maior tensão sobre o resistor de maior valor.
Pl = Rl x I2 = 4 x 12 P1 = 4W
P2 = R2 x I2 = 5 x 12 P2 = 5W
Pt = Pl + P2 = 4 + 5 = 9W
Pt = VAB x I=9x1 Pt = 9W
PROBLEMA RESOLVIDO
Dois resistores são ligados em série. Sabendo-se
que Rl = 47Ω, R2 = 33Ω e que a associação é alimentada
por uma fonte de 8V, determine as quedas de tensão (ddp)
sobre os resistores e a potência dissipada em cada um.
Como conhecemos os valores dos resistores do
circuito, podemos calcular a resistência total (Rt).
Rt = Rl + R2 = 47 + 33 Rt = 80Ω
Pela relação I = V/R calculamos a corrente do circuito.
I = VAB/Rt I=8V/80Ω I =0,1A I=100mA
De posse da corrente, podemos calcular as quedas de tensão.
0,1A
8V
GALVANÔMETRO - VOLTÍMETRO
O instrumento básico, medidor de corrente, é denominado de galvanômetro. Ele é
constituído de um ímã permanente e de uma bobina (fios enrolados) acoplada a um ponteiro.
Quando circula corrente pela bobina, surge um campo magnético (efeito magnético da corrente
elétrica) que interage com o campo do ímã e, consequentemente, a bobina se movimenta,
deslocando pois, o ponteiro do medidor. Esta bobina é extremamente sensível, ou seja, o fio que a
constitui suporta apenas corrente e tensão, extremamente, baixas.
Vamos admitir, por exemplo, que a resistência interna de um galvanômetro seja de 2Ω e
que a corrente máxima que sua bobina suporta seja de 500µA. Conseqüentemente, deduz-se que a
tensão máxima que pode ser aplicada no instrumento vale 1mV (2Ωx500µA=1000µV=0,001V).
Este instrumento, de ponteiras A e B, pode ser utilizado para medir tensões (voltímetro⇒escala
graduada em microvolts) de até 1000 µV (1mV).
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Um circuito é constituído de 3 resistores e os mesmos estão ligados em série. O que deverá
ocorrer com a corrente e a resistência total do circuito, se provocarmos um curto-circuito sobre
um dos resistores?
3- Duas lâmpadas de resistências iguais, fabricadas para funcionar em 110V, poderão ser ligadas
em série, formando um circuito alimentado por 220V? Justifique.
4- Duas lâmpadas foram fabricadas para funcionarem, individualmente, numa rede de 220V, sendo
que a primeira teria uma potência maior do que a segunda. Considerando que elas foram ligadas
em série e que existe uma tensão de 220V entre as extremidades da associação, explique o que
irá ocorrer com cada uma das lâmpadas.
5- Um resistor de resistência Rl que está conectado a uma fonte de tensão constante dissipa uma
potência Pl. Associando em série um outro resistor de resistência R2, o que acontecerá com o
valor da:
a) resistência total do circuito?
b) corrente que circula no circuito?
c) potência dissipada por Rl ?
6- Um circuito série é formado por uma fonte de tensão constante (12V) e duas lâmpadas iguais
(L1=L2).
a) considerando que em L1 passa 40mA, qual o valor da corrente em L2?
b) qual o valor da tensão em cada uma das lâmpadas?
c) considerando que uma terceira lâmpada L3 foi acrescentada em série com as demais, a
corrente em L1 será igual, maior ou menor do que 40mA?
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Um resistor de 4Ω e um de 2,5Ω são associados em série e, à associação, aplica-se uma tensão
de 19,5V. Qual é o valor da:
a) resistência total da associação ?
b) corrente que percorre o circuito ?
c) queda de tensão existente sobre cada resistor ?
d) potência dissipada em cada resistor ?
2- Um circuito série é constituído de 3 resistores Rl, R2 e R3, que valem, respectivamente, 2Ω, 4Ω
e 6Ω. Sabe-se que a queda de tensão sobre R2 vale 10V. Determine a corrente que percorre o
circuito, as quedas de tensão sobre os resistores e as potências em cada resistor.
3- Ligam-se em série, três resistores com resistências elétricas, respectivamente, de 200Ω, 500Ω e
300Ω. Sendo a corrente no circuito 100mA, calcule a tensão aplicada à associação e a potência
total dissipada pela associação.
4- Três resistores são associados em série e o circuito é alimentado por 30V. Sabendo-se que a
potência total dissipada pelo circuito é 60W, e que Rl= 5Ω e R2 = 7Ω, determine as tensões nos
resistores o valor de R3.
7- São associados três resistores em série. Sendo R1=10Ω, R2=15Ω e R3= 5Ω e a potência dissipada
em R2 igual a 33,75W, determine a:
a) corrente do circuito;
b) queda de tensão sobre cada resistor;
c) tensão aplicada ao circuito.
d) potência total do circuito.
8- Temos um circuito série formado por dois resistores R1=22Ω e R2=68Ω, sendo que na associação
é aplicada uma tensão de 9V. Sabendo-se que as potências máximas que podem ser dissipadas
pelos resistores são, respectivamente, 1/8W e 1W, determine se os resistores irão queimar ou
não, justificando sua resposta com cálculos.
10- Para uma fileira de lâmpadas de Natal foram escolhidas lâmpadas de 20Ω. Tal fileira está
dimensionada para uma intensidade de corrente igual a 300mA. Quantas lâmpadas deste tipo
devem ser ligadas em série para que seja possível fazer a conexão à uma rede de 220V?
11- Um jovem comprou um aparelho elétrico com os seguintes valores nominais: 55W - 220V.
Como a rede elétrica em sua casa era 380V, pensou em utilizar um resistor em série com o
aparelho para limitar a corrente e provocar uma queda dc tensão. Calcule o valor da resistência
que deverá ter o resistor e da potência que ele dissipará de modo que o aparelho funcione
corretamente.
13- Admita que um galvanômetro tem resistência elétrica 10Ω e a intensidade da corrente de fundo
de escala vale 20mA. Que modificação deve ser introduzida no galvanômetro para que possa
medir uma tensão de até 60V, ou seja, que ele se transforme num voltímetro de fundo de escala
60V? (Obs.: para transformar o galvanômetro num voltímetro, teremos que associá-lo em série a
um resistor)
2V (re étrica)
Lâmpada
Interruptor It
Rádio
220V
It I2
I1 I3
Aquecedor
elétrico
Fuvs
3ª) Porque o circuito paralelo apresenta nó elétrico, a corrente total do circuito se divide
proporcionalmente através dos resistores, em função de suas resistências, pois os mesmos
recebem a mesma tensão.
Pela relação I=V/R, comprovamos que, se a tensão é a
mesma, a corrente será inversamente proporcional à
resistência, portanto a resistência de maior valor será
atravessada por menor valor de corrente, e vice-versa.
Como R1 < R2 , temos I1 > I2.
No circuito paralelo, a corrente total do circuito é igual a
soma das correntes que percorrem os
resistores, portanto, no exemplo acima, It = I1 + I2.
I t = 3A + 2A ==> It = 5A
4ª) Vamos agora obter as relações que nos dão condições de calcularmos o valor da resistência
total de um circuito paralelo.
I1 = VAB /R 1 VAB 1 1
VAB VAB VAB = VAB . +
I 2 = VAB /R 2 = + Rt R
1 R 2
Rt R1 R2
It = VAB /Rt
It = I1 + I 2 }
= + + + ..... +
Rt R1 R2 R3 Rn
Rt =
R 1 .R 2
Rt =
2x3 6
= Rt = 1,2Ω
R1 + R 2 2+3 5
6V
Como P = V2/R, sendo: R1 < R2, portanto, P1 > P2.
VAB2 62
VAB2 62
P2 = = P1 = = P2=12W
R2 2 P1=18W R1 3
PROBLEMA RESOLVIDO
Um circuito paralelo é constituído de dois A A
resistores, sendo Rl=150Ω, R2=100Ω e é alimentado por It
12V. Determine o valor de cada corrente existente e da 150Ω R1 R2 100Ω
12V I1 I2
potência dissipada em cada resistor.
A A
Como conhecemos os valores dos resistores,
B
podemos calcular Rt.
Rt =
R 1 .R 2
→ Rt =
150.100 15000
= Rt = 60Ω
R1 + R 2 150 + 100 250
Pela relação I = V/R, determinamos as correntes.
VAB 12
It = → It = It = 0,2A = 200 mA
Rt 60Ω
VAB 12V
I1 = → I1 = I1 = 0,08 A = 80 mA
R1 150 Ω
VAB 12V
I2 = → I2 = I 2 = 0,12 A = 120 mA
R2 100 Ω
No circuito paralelo It se divide, então:
It = I1 + I2 It = 0,08 + 0,12A It = 0,2A
Podemos comprovar a potência total através da soma das potências em cada um dos
resistores
Pt = P1 + P2 = 0,96 + 1,44 Pt = 2,4 W
Comprovação Prática
FONTE
Materiais Utilizados: LABO
Montagem
Executa-se a montagem conforme figura
dada e aplica-se, através da fonte, uma tensão de
12V. Comprovaremos primeiro o valor da ddp
sobre o circuito que, como sabemos, tem o mesmo
valor sobre os resistores.
Para medirmos a ddp, utilizaremos o
multiteste como voltímetro (em paralelo),
selecionado para a escala de 50V. Sobre qualquer
resistor que se coloque o instrumento, conforme
esquema ao lado, o mesmo sempre indicará os 12V da fonte.
O voltímetro também possui um resistência interna. Essa deve ser a maior possível, pois
desta forma a corrente que desvia para o voltímetro será desprezível, não acusando perturbação no
circuito. Como sabemos, a corrente será tanto menor quanto maior for a resistência interna do
voltímetro. Um voltímetro ideal teria resistência interna infinita.
Ao lado, verificaremos os valores das
correntes que percorrem o circuito (It, I1 e I2)
utilizando o multiteste como amperímetro (em
série), na escala de 250mA. O medidor 1 deve
indicar 200mA, que é a corrente total do
circuito. Os medidores 2 e 3 indicarão 80mA e
120mA que correspondem a I1 e I2,
respectivamente.
Compare a medição de I1 com I 2 e diga porque I1 < I2
GALVANÔMETRO - AMPERÍMETRO
No galvanômetro analisado no circuito série, tínhamos admitido que sua resistência interna
fosse de 2Ω, que a corrente máxima que sua bobina suportava era de 500µA e que a tensão máxima
que podia ser aplicada no instrumento valia 1mV . Este instrumento, de ponteiras A e B, pode ser
utilizado para medir correntes (amperímetro⇒escala graduada em microampéres) de até 500µA, ou
seja, o seu fundo de escala (valor máximo) é de 500µA (0,5mA).
amperímetro
Rs
G
mA
A B
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Duas lâmpadas e uma estufa estão todas ligadas em paralelo e recebem uma tensão de 220V.
Considerando que a primeira lâmpada queimou, diga o que ocorrerá com a segunda lâmpada? E
com a estufa? Justifique.
2- Um circuito paralelo é composto de um ferro elétrico, A A1
um forno elétrico e uma lâmpada. Para medirmos as
correntes It, I1, I2 e I3, introduzimos amperímetros no It L
circuito, conforme figura dada. Fe IFe Fo IFo
IL
Se queimar a lâmpada L, o que deverá acontecer:
− com a medição do amperímetro 1? A3 A4
A2
− com a medição dos amperímetros 2 e 3?
− com a medição do amperímetro 4? B
− com a resistência total do circuito?
3- Dispõe-se de duas lâmpadas Ll e L2 sendo Ll: 100W - 220V e L2: 40W - 220V. Desejando-se o
máximo de potência e dispondo-se também de uma fonte de 220V, devemos montar um circuito
série, paralelo ou o resultado é o mesmo nos dois circuitos ? Justifique.
4- Assinale verdadeiro (V) ou falso (F).
a) ( ) No circuito paralelo, teremos uma maior dissipação de potência no resistor de menor
resistência.
b) ( ) Num circuito com dois resistores, sempre teremos uma maior dissipação de potência
no resistor de maior resistência, independentemente, se o circuito é série ou paralelo.
c) ( ) Os circuitos série e paralelo, constituem-se, respectivamente, em circuito divisor de
tensão e circuito divisor de corrente.
d) ( ) No circuito paralelo a resistência total é sempre menor do que o menor valor de
resistência associada.
e) ( ) Num circuito paralelo de resistores iguais, basta dividirmos o valor da resistência de
um deles pelo nº de resistores, para obtermos o valor de Rt .
3 L1
5- Dispondo-se dos cinco terminais existentes no bloco ao lado,
faça as ligações necessárias de modo que as lâmpadas 1
+ 4
funcionem corretamente. Considere que as lâmpadas são - 5
iguais, cujos valores nominais são 12V - 5W e que a tensão 2
entre o positivo e o negativo da fonte vale: L2
a)24V b)12V
6- Tendo somente dois resistores, usando-os um por vez, ou em série, ou em paralelo, podemos
obter resistências de 3, 4, 12 e 16Ω. As resistências dos resistores são:
a)3 e 4 b)4 e 8 c)12 e 3 d)12 e 4 e)8 e 16
7- Analise as afirmativas a seguir e coloque “V” se verdadeiras ou “F” se falsas.
a) ( ) Conforme aumentamos o número de aparelhos ligados numa residência, aumenta o valor
da potência elétrica total instalada no circuito.
b) ( ) Nós são pontos de um circuito onde se unem 3 ou mais condutores havendo neles uma
divisão de corrente.
c) ( ) Sempre ligamos o fusível em paralelo com o circuito, de modo que, se ele queimar, o
circuito ficará aberto.
d) ( ) Um circuito paralelo formado por um resistor de 55Ω e uma lâmpada de 440W - 220V,
poderia ser protegido por um fusível de 5A quando a associação receber uma tensão de 220V.
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Um circuito paralelo é constituído de Rl =12Ω e R2=8Ω sendo alimentado por uma tensão de
24V. Calcule a corrente total do circuito, as correntes que circulam através de Rl e R2 e a
potência em cada resistor.
2- Três resistores (Rl= 9Ω, R2= 6Ω, R3 =18 Ω) são associados em paralelo, sendo que, através de
R2, circula uma corrente de l,5A. Determine a tensão da fonte, as correntes através de Rl e R3 e
as potências dissipadas nos resistores.
3- Três resistores de resistências elétricas iguais a Rl=10Ω, R2=15Ω e R3=30Ω, estão associados em
paralelo e ligados a uma fonte que fornece uma corrente total de 900mA. Determine o valor da:
a) corrente que percorre cada um dos resistores;
b) potência dissipada em cada resistor;
c) potência total dissipada pelo circuito;
d) potência total dissipada pelo circuito, se Rl queimar (abrir).
4- Três aparelhos iguais, com resistência de 480Ω cada um, estão ligados em paralelo numa rede de
110V. Determine:
1º) a corrente total do circuito;
2º) o valor de It, se introduzirmos em paralelo com os aparelhos duas lâmpadas iguais, com
resistência de 220Ω cada uma.
5- Três aparelhos com resistência de 18Ω, 100Ω e 32Ω estão ligados em paralelo a uma rede de
220V.
a) Para o funcionamento deste circuito, é mais indicado utilizar-se um fusível de 5A, 15A ou
30A? Justifique.
b) Se, no lugar da resistência de 18Ω, introduzirmos uma lâmpada de 100Ω, deveremos utilizar
no circuito um fusível de 10A, 15A ou 30A? Justifique.
6- Numa indústria onde a rede é 220V, é utilizado um fusível de 50A para controlar a entrada de
corrente. Nesta indústria existem 100 máquinas, todas ligadas em paralelo. Se a resistência
elétrica de cada máquina é de 330Ω, qual é o número máximo de máquinas que podem
funcionar simultaneamente?
7- Temos um circuito paralelo formado por dois resistores R1=1kΩ e R2=330Ω, onde se aplica 15V.
Sabendo-se que as potências máximas que podem ser dissipadas pelos resistores são,
respectivamente, 1/2W e 1/4W, determine se os resistores irão queimar ou não, justificando sua
resposta com cálculos.
8- Em uma residência (circuito paralelo) são usados eventualmente diversos aparelhos elétricos,
nos quais encontra-se especificada a potência nominal de cada um. São eles: televisor (220W),
lâmpadas (100W cada uma), aquecedor (lkW), liqüidificador (300W) e chuveiro (5.000W). A
ddp nominal de todos os aparelhos é 220V e a ddp da rede elétrica da casa é 220V, sendo que
existe um fusível geral de 25A. Diga e justifique com cálculos se o fusível queimará ou não
quando forem ligados simultaneamente:
a) o televisor, o aquecedor, o liqüidificador e vinte lâmpadas;
b) o chuveiro e o aquecedor;
c) o chuveiro, cinco lâmpadas e o aquecedor.
A
9- No circuito dado, considerando que It
It=250mA, determine as correntes R1 100Ω R2 150Ω R3
que indicam os amperímetros 1, 2 e 10V
3, e o valor de R3. It I1 I2 I3
A A A
1 2 3
B A
It = 0,25A
12- Admita que um galvanômetro tem resistência elétrica l0Ω e a intensidade da corrente de fundo
de escala vale 20mA. Que modificação deve ser introduzida no galvanômetro para que possa
medir uma intensidade de corrente elétrica de até 1020mA, ou seja, para que ele se transforme
num amperímetro de fundo de escala 1020mA?
R1
13- Ao lado, temos um circuito paralelo, sendo
R1=150Ω, R2=100Ω e R4=120Ω. Sabendo-se x R2
também que a intensidade da corrente total
R3
vale 1,5A e que a corrente no ponto X vale
500 mA, determine o valor da: R4
a) tensão da fonte; It
a) resistência R3. VAB
b) potência total dissipada pela associação
3,5mA
14- Analise o circuito ao lado e identifique se
A
o circuito está funcionando normalmente.
Em caso negativo, qual seria o possível
motivo da leitura incorreta do 6V 6kΩ R1 4kΩ R3 6V
3kΩ R2 V
amperímetro?
R2 R1
A I2 B A I1 B
R1 C
It I23
I3 R2 R3
R3 C
It
VAB VAB
PROBLEMAS RESOLVIDOS
1º) Nos circuito a seguir, calcule o valor da resistência total (Rt).
a) Primeiramente iremos determinar a resistência 6Ω
equivalente do paralelo de Rl e R2, que poderemos R1
chamar de R4, pois não existe R4 no circuito.
4Ω B
R .R 6Ω . 3Ω A
R4 = 1 2 = R 4 = 2Ω R3
R 1 + R 2 6Ω + 3Ω 3Ω
R2
Ficamos com o circuito equivalente desenhado ao
lado.
A 2Ω 4Ω B
Basta agora somar R4 com R3, e encontrar
R4 R3
Rt, pois temos agora um circuito série.
Rt = R4 + R3 Rt = 2Ω + 4Ω Rt=6Ω
8Ω
b) Neste circuito, vamos primeiro resolver o série de R2 com R1
R3, que podemos chamar de R4.
A B
R4 = R2 + R3 = 8Ω + 4Ω
R4=12 Ω R2 R3
8Ω 4Ω
Observamos, então, que a soma de I2 com I3 deu exatamente o valor de It. Isso prova que a
corrente elétrica, ao chegar a um nó, divide-se pelos resistores associados em paralelo.
Comprovação Prática
Materais Utilizados:
Fonte LABO (0 - 20V)
- Multiteste
- Resistores (10Ω; 100Ω;
150Ω)
Primeiramente, vamos
esquematizar o circuito,
introduzindo o multiteste utilizado
como miliamperímetro (em série),
para comprovarmos a corrente total
do circuito.
Comprovaremos a seguir, as
quedas de tensão e, para tal, utilizaremos o
multiteste como voltímetro (em paralelo),
na escala de 10V.
QUESTÕES PROPOSTAS L1 L2
1- De acordo com o circuito ao lado, onde temos três
lâmpadas iguais, diga: L3
a) qual das lâmpadas tem o brilho maior.
b) o que acontecerá com o brilho de cada uma das
lâmpadas se queimar L3.
3- No circuito dado, existem três lâmpadas iguais, três chaves, um fusível e uma fonte. Sabendo-se
que existem vários tipos de circuitos (simples, série, paralelo e misto), responda as seguintes
perguntas: L2
a) Com as três chaves abertas, qual o tipo de ch1 ch2
circuito obtido? ______________________.
ch3
b) Fechando-se apenas ch2, o circuito se
transforma? _______________. Em caso L1
afirmativo, qual o novo circuito?
_______________________. L3
c) Se apenas ch1 e ch2 estiverem fechadas, qual F
o circuito obtido? __________________.
d) Quais as chaves que devem ser fechadas de
modo que o fusível queime? _______________.
R B
4- Cada resistor da figura ao lado possui uma resistência R. O resistor
equivalente entre os pontos A e B é igual a:
R R
a) R/4 b) R/2 c) R d) 4R e) 2R
A R
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Determine a resistência total ou equivalente das associações seguintes.
2- Determine o valor da intensidade da corrente total fornecida a cada um dos circuitos abaixo por
uma fonte de 32V que está conectada aos pontos A e B de cada circuito.
10 ) 6Ω 6Ω 20 )
R1 R2
A B 10Ω R1 R2 20Ω
30Ω 5Ω
R7 3Ω R3 R4 1Ω R4 R6
4Ω A B
4Ω 3Ω 15Ω R3 60Ω R5 R7
R6 R5
30Ω
20Ω 40Ω
R2 8Ω R1
A 3Ω C I2 D B I1
R1 R4 60Ω C 13Ω
I3 A R2 R4 B
It R3 I2 It
5Ω It R3 I3
24Ω
VAB
10V
6- Determine: 7- Calcule:
I34 = ?
VAB = ?
VCD = ?
Pt = ?
Ix = ? P1 = ?
R4 = ?
R3 = ?
P4=?
5Ω 100Ω
R1 R2
I1=0,6A 10Ω I2= 0,4A
7Ω C 10Ω
A R2 R3 B A R1 C B
Ix I34
I4 R3
R4
20Ω 20Ω D
It=1A It
60V
VAB
8- Calcule: 9- Determine:
I1 = ? Iy = ?
P1 = ? Ix = ?
R3 = ? R1 = ?
P4 = ? P4 = ?
Pt = ? VCB= ?
30Ω
R2
C 25Ω
I2
3Ω R1 R2
3Ω C
R1 C Ix
A B
I1 I3
A R3 B Iy
A
R3 R4
I4 15Ω
R4 25Ω D
It=1A
10Ω
It= 0,5A
24V
3V
11- No circuito abaixo, dispõe-se dos seguintes elementos: dois resistores idênticos (100Ω cada
um), uma fonte de tensão (28V), um amperímetro, uma lâmpada (3V – 1,5W) e fios de ligação.
Pretende-se montar um circuito em que a lâmpada funcione de acordo com as suas
especificações, e o amperímetro acuse a corrente que passa por ela.
Qual é a corrente que o amperímetro indicará?
Monte o circuito, incluindo os elementos necessários.
R1
R2
A
- +
R3
14- Determine o valor da tensão, corrente e potência em cada resistor dos circuitos a seguir.
6V
2Ω
15- O circuito ilustra uma associação mista de resistores
alimentada por uma bateria de 9V. Determine a leitura 4Ω
no amperímetro A e no voltímetro V.
A 4Ω
V 2Ω
9V
2Ω 2Ω 2Ω 2Ω
4,8V
4kΩ 12kΩ
R2 R6
R4 R5 R8
12kΩ 12kΩ 6kΩ
Ω
18Ω 18Ω 18Ω
R1 R2 R3
12Ω R 1 R 1 12Ω
12Ω
R2 Ω
4Ω R 4 24Ω R 5
24V
10Ω R 8
R6 R7
12Ω 12Ω
Gerador
Energia
Energia
in osa
ia lum
Energ
Aparelho ica
Energia Energia térm
Gerador ou
elétrica instrumento Energia
cinética
Outr
as fo
rmas
de energ
ia
Bateria
A resistência interna de uma pilha ou bateria é dada pela soma das resistências dos
eletrodos mais a eletroquímica. Pode-se diminuir o valor dessa resistência interna, aumentando as
dimensões dos eletrodos, fazendo-se com que a seção transversal do trajeto da corrente seja tão
grande quanto possível. Isto significa uma grande área para o eletrodo, a fim de que o contato deste
com o eletrólito seja o maior possível.
Na prática, notamos que as baterias têm resistência interna muito pequena, da ordem de
milésimos de ohms, enquanto que, nas pilhas secas, já é da ordem de centésimos. Com o uso, altera-
se a resistência interna das baterias, ou seja, sua resistência interna vai aumentando, podendo
alcançar valores bastante elevados, o que é prejudicial para a utilização do gerador.
b)Eletromecânicos
São aqueles que transformam energia mecânica em energia elétrica, sendo desse tipo os
maiores geradores já construídos. Quando são de corrente contínua, são chamados de dínamos e
quando de corrente alternada, são chamados de alternadores.
Sabemos que a energia elétrica utilizada em nossa casa, nas indústrias, etc., chega até nós
por meio de uma corrente alternada. Esta corrente é produzida nas grandes centrais elétricas por
geradores.
Em uma usina hidroelétrica, por exemplo, a energia mecânica da queda d’água é usada
para colocar o gerador em rotação, portanto, nestas usinas, temos a transformação de energia
mecânica em energia elétrica.
Usina Nuclear
ε =
W
u (εε) = u(w) / u(q) = joule / coulomb= Volt
q
Uma pilha possui uma f.e.m. cujo valor é ε= 1,5 V, quer ela esteja nova ou usada, o que
significa que ela realiza um trabalho de 1,5 J sobre cada coulomb que se desloca entre seus pólos.
b) Resistência Interna (r)
Todo gerador (gerador real) tem uma resistência interna que ideal
tende a reduzir a intensidade de corrente e também a tensão nos pólos,
quando se liga, a estes, um circuito externo. Essa resistência que está - +
em série com o gerador é proveniente das placas e do eletrólito, r=0
quando se trata de geradores eletroquímicos.
real r
Quando falarmos em dínamos e alternadores, esta resistência
- +
interna é conseqüência da existência de enrolamentos internos que são
constituídos de fios que possuem uma certa resistividade. r=0
d)Equação do Gerador
− tensão total gerada = ε = tensão em vazio I
ε= Vr + Vab
Normalmente, é de interesse saber o valor da tensão fornecida ao circuito externo. Sendo
assim, podemos escrever:
As tensões referentes a
um gerador podem ser analisadas
de uma forma gráfica, conforme
desenho ao lado. Podemos dizer
que as cargas elétricas (corrente)
ao passarem do negativo para o
positivo do gerador sofrem um
acréscimo de potencial (energia
potencial), potencial este que
sofrerá um decréscimo ao ser
“gasto” para vencer a resistência
interna da fonte. Ainda assim,
será disponibilizado um
determinado potencial para produzir algum trabalho útil no circuito externo. A subida de potencial
e a perda de potencial no gerador estão associadas respectivamente a f.e.m. ( ε) e a queda de tensão
interna (Vr ), sendo que o potencial útil no circuito externo está associado, consequentemente, à
tensão fornecida pela fonte ao circuito consumidor.
Num gerador real, temos uma potência total gerada (Pg = ε . I), sendo que uma parte desta
potência é perdida, ou seja, será dissipada internamente (Pd = r . I2) e a outra parte será utilizada
no circuito consumidor (Pu = VAB . I).
Sabe-se que:. Pg=Pu+Pd .
Substituindo-se, temos: ε . I = VAB . I + r . I2
Logo, obtém-se: ε . I = I (VAB + r . I)
Assim sendo, podemos afirmar que: ε = VAB + r . I ou VAB = ε - I . r .
Esta equação característica de um gerador, já foi deduzida anteriormente.
Quando toda a potência gerada é utilizada no circuito consumidor, podemos afirmar que o
rendimento (η) do gerador é de 100% (ou 1). O rendimento é obtido pela relação η=Pu/Pg. Se uma
máquina geradora produz 1000W e por exemplo, um motor elétrico, consegue transformar em
potência mecânica apenas 500W, teríamos um rendimento η=0,5 (ou 50%).
No desenho abaixo, temos um gerador elétrico constituído de imãs permanentes no estator
(onde é originado o campo magnético), condutores devidamente alojados no rotor e um par de
escovas de onde será retirada a energia elétrica. Quando estudarmos eletromagnetismo, mais
adiante, veremos, com detalhes, que surge uma tensão induzida em condutores que se deslocam de
modo a “cortar” um campo magnético. Girando-se a manivela à uma certa velocidade e mantendo-
se o gerador sem carga, obtém-se, por exemplo, uma tensão de 6V.
0 v
t
t N a t N a t Na
O ponto onde a reta corta o eixo das tensões corresponde a
Na
força eletromotriz do gerador. Fisicamente, isso significa que o
circuito elétrico está aberto, portanto não haverá tensão perdida.
2º Ponto: onde a reta corta o eixo das correntes. Neste ponto, Vab=0 (zero).
Fisicamente, isso significa que os terminais do
gerador são unidos por um fio de resistência elétrica
t
t Na t Na t N a
desprezível, provocando um curto circuito e
Na
determinando um aquecimento exagerado do gerador.
Icc
Teremos, então, a máxima corrente atravessando o
gerador.
Vab = ε - I . r
ε
0 = ε - Icc . r ⇒ Icc =
r
“A corrente elétrica correspondente a esta situação é denominada corrente de curto-circuito
(Icc)”.
Exemplo: Numa pilha onde ε =1,5V e r = 0,3Ω a corrente de curto circuito tem
intensidade:
ε 1,5V
Icc = = Icc= 5Aa
r 0,3Ω
3º Ponto: ponto intermediário situado entre os dois pontos anteriores.
Neste caso haverá corrente circulando no gerador, pois
teremos um circuito fechado. O valor desta corrente dependerá do
valor da resistência do circuito externo que estará ligado ao gerador.
Consequentemente, o valor da tensão entregue ao circuito dependerá
do valor da corrente que percorre o gerador. Então, teremos:
R menor ⇒ I maior ⇒ Vr maior ⇒ Vab menor
R maior ⇒ I menor ⇒ Vr menor ⇒ Vab maior
Vab = ε - I . r (1) Vab = I . R (2)
PROBLEMA RESOLVIDO
Uma pilha possui uma fem igual a 1,5V e sua resistência interna vale 0,1Ω.
a) Qual a tensão entre os pólos da pilha quando ela se encontra em circuito aberto?
Quando uma pilha se encontra em circuito aberto, significa que a mesma não está sendo
percorrida por corrente elétrica, portanto, não há queda de tensão interna na pilha. Então, teremos:
Vab= ε - I . r
Vab= ε - 0 . r Vab= ε Vab = 1,5V
b) Qual a tensão entre os pólos da pilha, se ela estiver fornecendo uma corrente elétrica de 2A a
uma lâmpada?
Vab = ε - I . r =1,5 - 2 . 0,1 Vab= 1,3V
c) Ligando-se à pilha uma lâmpada de menor resistência, ela passa a fornecer uma corrente de 4A
a esta lâmpada Qual é, neste caso, a tensão entre os pólos da pilha?
Vab=ε-I . r Vab=1,5 - 4 . 0,1 Vab = 1,1 V
d) Qual a corrente de curto-circuito do gerador?
Como sabemos, a corrente de curto-circuito é a máxima corrente que pode atravessar um
gerador. Isto ocorre quando o polo positivo do gerador é conectado, por um fio de resistência
desprezível, ao polo negativo. Então, teremos:
Icc = ε/r = 1,5 / 0,1 Icc =15A
e) Utilizando os valores obtidos no exercício, construa o gráfico Vab x I.
Como sabemos, o gráfico Vab x I de um gerador VAB(V)
é uma linha reta. O ponto onde a reta corta o eixo das
1,5
tensões nos dá o valor da fem (1,5V) e o ponto onde a reta 1,3
corta o eixo da corrente nos dá o valor da corrente de 1,1
curto-circuito (15A). Observe, no gráfico, que a medida
que a corrente I vai aumentando, a tensão Vab vai
diminuindo. Para I=2A, temos Vab=1,3V e para I=4A,
temos Vab=1,1V. 0 2 4 15 I(A)
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Na equação característica de um gerador Vab = ε - I . r , quais as grandezas são consideradas
constantes e quais são consideradas variáveis?
2- Quando você compra uma pilha, vem nela gravado o valor 1,5V. Esse valor representa a tensão
entre seus terminais (VAB) ou a sua fem (ε)?
VAB
4- De acordo com as curvas características dos geradores
apresentadas ao lado, diga qual o gerador que apresenta
maior resistência interna. É o gerador 1 ou 2? Justifique.
2
1
I(A)
5- Se fôssemos escolher, entre dois geradores de mesma fem aquele que deveria ser utilizado para
nossas experiências, escolheríamos o que tivesse menor resistência interna, de modo a se obter
menor queda de tensão interna (Vr = I .r). De acordo com os esquemas abaixo, demonstre qual o
mais recomendável.
6- O rendimento elétrico (η) de um gerador representa um número que é a razão entre a ddp (VAB)
entregue pelo gerador a um circuito consumidor e a sua fem (ε). Portanto, η=VAB / ε . De acordo
com o que afirmamos, podemos dizer que uma fonte ideal e uma fonte real tem um rendimento,
respectivamente:
a) igual a 1 e maior do que 1.
b) menor do que 1 e igual a 1.
c) igual a 1 e menor do que 1.
d) maior do que 1 e menor do que 1.
e) maior do que 1 e igual a 1.
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Um gerador de f.e.m. igual a 200V e resistência interna de 5Ω está ligado a um resistor de 35Ω.
Determine:
a) a corrente no circuito.
b) a queda de tensão na resistência interna.
c) a tensão fornecida pelo gerador.
d) a corrente de curto-circuito do gerador.
e) a tensão entre seus terminais, estando o circuito externo aberto.
2- Um gerador possui ε=30V e Icc=10A. Determine sua resistência interna e desenhe sua curva
característica.
4- Um gerador elétrico, em circuito aberto, tem uma tensão de 120V entre seus terminais. Ligado a
uma carga consumidora que solicita 20A, a tensão cai para 115V. Determine:
a) sua resistência interna.
b) a tensão entre seus terminais, supondo-o ligado a uma carga que solicita 40A.
5- Sabendo-se que a queda de tensão interna numa pilha é de 60mV quando ela fornece uma
corrente de 0,1A e que sua corrente de curto-circuito vale 2,6A, determine a tensão entre seus
pólos.
VAB(V) VAB(V)
50 GERADOR 1 GERADOR 2
37,5
12
0 5 I(A) 0 4 10 I(A)
11. CAPACITORES
C C C
q 2q 3q
V 2V 3V
q
q/V = 2q/2V = 3q/3V = cte C=
V
A unidade utilizada para a medida de capacitância no sistema internacional de unidades é o
farad, conforme relação a seguir.
u(q) Coulomb 1C
u (c) = = = Farad (F) 1F =
u(V) Volt 1V
k.ε o .A
C= onde: εo = permissividade do vácuo (8,85 . 10-12 F/m)
d
A permissividade elétrica de um material é uma grandeza que nos informa o grau de
facilidade que o referido material oferece ao estabelecimento de um campo elétrico através de si.
A expressão anterior pode ser escrita de uma forma mais resumida, ou seja:
PROBLEMA RESOLVIDO
Num capacitor plano sem dielétrico foi aplicada uma tensão de 500V. Devido a esta
tensão, o capacitor adquiriu uma carga de 200µC e surgiu no seu interior um campo elétrico de
20kV/m. Logo em seguida, desligou-se o gerador que o carregou e introduziu-se um dielétrico de
constante K, de modo que a capacitância do capacitor passou a ser 2,6µF. Determine:
a) a capacitância do capacitor antes da introdução do dielétrico;
b) a distância entre as armaduras;
c) o valor da constante K;
d) a tensão depois da introdução do dielétrico;
e) o campo elétrico após a introdução do dielétrico.
q q
Vo = 500V Co = V=
Vo C
q = 200µC = 200 x 10-6C
200x10 −6 200x10 −6
Co = V=
2,6x10 − 6
Eo = 20.000V/m
500
-6
C = 2,6µF = 2,6 x 10 F V = 76,9V
Co = 0,4x10 -6 F
Co = ?
Vo V
d=? d= E=
Eo d
k=? 500 76,9
d= E=
V=? 20.000 0,025
d = 25mm E = 3076V/m
E=?
C
K=
Co
2,6 x10 −6
K= K = 6,5
0,4 x10 − 6
PROBLEMA RESOLVIDO
Para um capacitor de placas paralelas, cada uma com área de 0,09m2 e distantes de 0,1mm,
sem dielétrico (vácuo), calcule:
a) a capacitância do capacitor.
b) a carga armazenada quando o capacitor for submetido a 220V.
c) a capacitância do capacitor quando for usado um dielétrico de K=7,65.
A = 0,09m2
d = 0,1mm K.ε o .A 1.8,85.10 −12.0,09
Co = = ⇒ Co = 7,97nF
a) Co = ? d 0,1.10 − 3
b) q = ?
V =220V q = Co . V = 7,97 . 10-9 . 220 ⇒ q=1,75 µC
c) C = ?
K=7,65
C = K . Co= 7,65 . 7,97 . 10-9 ⇒ C = 60,97 nF
Podemos então destacar que um capacitor carregado com carga q, apresentando entre as
armaduras uma tensão V armazena energia que é liberada na sua descarga. Esta energia é igual ao
trabalho realizado pela bateria no processo de carga do capacitor.
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Qual é a constituição de um capacitor e qual o conceito de capacitância?
2- Dobrando-se o valor da tensão sobre um capacitor, dizer o que ocorre com a sua capacitância e a
carga nas placas.
8- Um determinado capacitor variável possui uma capacitância de 1 pF quando a área frontal das
armaduras é A e a distância entre elas é d.
Qual será o valor da capacitância se alterarmos apenas a:
a) distância para d/3?
b) área para 2A?
11- Um capacitor plano que tem o ar como dielétrico e está desligado de qualquer gerador armazena
uma determinada carga elétrica,. Introduzindo-se entre suas armaduras um isolante cuja
constante é K, dizer o que irá ocorrer com o valor de sua capacitância, da carga que ele
armazena, da tensão entre suas as armaduras e do campo elétrico entre estas armaduras.
12- Entre os casos citados abaixo, diga quais podem ser considerados como se fossem um capacitor.
a) dois fios paralelos, isolados um do outro.
b) um fio condutor e um plano, isolados um do outro.
c) um fio condutor ligado a um plano (terra).
d) uma nuvem e a terra.
e) dois cabos cilíndricos concêntricos, isolados entre si.
13- Um capacitor plano está carregado e suas armaduras estão desligadas da bateria. Suponha que
reduzíssemos a distância entre as armaduras. Nestas condições assinale, entre as afirmativas
seguintes, aquela que está errada:
a) A tensão entre as armaduras diminui.
b) A capacitância do capacitor aumenta.
c) A carga nas armaduras não varia.
d) A energia armazenada no capacitor aumenta.
14- Um capacitor plano, com ar entre as amaduras, está desligado da bateria. Supondo que tenha
sido introduzido um dielétrico, cujo K = 80, assinale, entre as afirmativas seguintes, aquelas que
estão corretas:
a) A carga nas armaduras não se altera.
b) O campo elétrico entre as armaduras diminui.
c) A tensão entre as armaduras diminui.
d) A capacitância do capacitor aumenta.
e) A energia armazenada no capacitor diminui.
15- No problema anterior, suponha que as armaduras do capacitor tenham permanecido ligadas á
bateria quando o dielétrico foi introduzido. Nestas condições, quais são as afirmativas
apresentadas naquele problema que estão corretas?
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Um determinado capacitor quando submetido a uma tensão de 80V adquire uma carga de
400µC. Determine o valor de sua capacitância.
2- Se o capacitor do exercício anterior fosse submetido ao dobro de tensão, qual seria o novo valor
da carga armazenada e da capacitância do capacitor?
3- Um capacitor plano tem capacitância 2µF quando reina vácuo entre suas armaduras.
Introduzindo-se dióxido de titânio (K=100) entre as armaduras do capacitor, qual passa a ser o
valor de sua capacitância?
4- As placas paralelas de um capacitor imerso no ar estão separadas pala distância de 1mm. Qual
deve ser a área das mesmas para que sua capacitância seja igual a 1F?
5- Um capacitor plano de placas paralelas possui área A=20cm2 e a distância entre as placas vale
d=1,5mm. O capacitor é ligado a uma bateria, cuja tensão é igual a 12V e entre as placas do
capacitor existe ar seco. Determine:
a) a capacitância do capacitor.
b) a quantidade de carga elétrica armazenada no capacitor.
c) a capacitância e a carga, admitindo-se que foi introduzido papel parafinado como dielétrico
(K=2,3).
6- Determine a capacitância de um capacitor de placas paralelas se as dimensões de cada placa
forem 1cmx0,5cm, e se a distância entre as placas for 0,1mm, tendo o ar como dielétrico.
Calcule também a capacitância se o dielétrico for mica (k=5) ao invés do ar.
7- Um capacitor de 10µF, com ar entre as placas, é ligado a uma fonte de 50V e depois, desligado.
a) Qual é a carga no capacitor?
b) A região entre as placas é preenchida com um isolante de constante dielétrica igual a 2,1.
Qual é a carga no capacitor, a ddp entre suas armaduras e sua capacitância?
8- Num capacitor plano de capacitância C=4µF, a distância entre as armaduras é d=1,5mm e o
campo elétrico entre elas vale E = 2x105V/m. Determine os valores da ddp e da carga no
capacitor.
9- Uma nuvem eletrizada está situada a 200m de altura, paralelamente a superfície da terra,
formando com esta superfície um capacitor plano de 0,5µF. Quando o campo elétrico entre a
nuvem e a terra atinge o valor 3 x106V/m (valor da rigidez dielétrica do ar), observa-se a
ocorrência de um relâmpago. Calcule a quantidade de carga elétrica que se encontrava
acumulada na nuvem naquele instante.
10- Um capacitor plano com ar entre as placas, possui uma capacitância Co=2,5µF. Quando a carga
nas placas é q=4x10-4C, existe uma ddp Vo=160V e um campo elétrico Eo = 40 kV/m. Supondo
que o capacitor não esteja ligado a nenhuma bateria e introduzindo-se entre as armaduras um
dielétrico de constante dielétrica K=5, determine quais serão os novos valores:
a) da capacitância do capacitor;
b) da carga em suas armaduras;
c) da tensão entre as placas;
d) do campo elétrico no interior do capacitor.
11- Um capacitor de placas planas e paralelas é ligado a uma pilha de 1,5V. Um aparelho capaz de
medir a carga elétrica acumulada nessas placas fornece um valor Q. Depois, o mesmo capacitor
é ligado a três pilhas de 1,5V, numa associação em série e o mesmo aparelho mede um aumento
de 10µC de carga acumulada. Determine o valor da capacitância do capacitor.
1K 1K5
a) b)
It=? It=? C D
4K7
VC=? 0,47µF VAC=?
1K5 3K3 47µF
IC=? VDB=?
5V A 10V B
D 470nF
c) 1K2
d) 1kΩ
It=? It=?
C D C
470Ω 3k3
VAC=? VAC=?
1nF
VCD=? 3k3 VCB=? 2k2
VDB=? VDB=?
A B
A 18V B 22V
C1 . C 2
Ct = Apenas para dois capacitores Ct =
C Apenas para capacitores iguais
C1 + C 2 n
Agrupam-se capacitores em série quando se deseja uma capacitância menor do que aquela
que possui cada capacitor. Neste tipo de agrupamento a capacitância total é sempre menor do que a
menor capacitância parcial e quanto mais capacitores forem associados, menor será o valor da
capacitância total. Também se recorre ao circuito série quando o capacitor não suporta uma tensão
muito elevada, pois assim haverá quedas de tensão nos vários capacitores.
PROBLEMA RESOLVIDO C1 C2
A C B
Dois capacitores de capacitância C1=3pF e C2=6pF estão
ligados em série e a associação é conectada a uma fonte de tensão
de 1000V. Determinar:
a) a capacitância total.
b) a carga em cada capacitor.
c) a tensão em cada capacitor. Vab
b) Circuito Paralelo
C1
Esta associação caracteriza-se pelo fato da tensão entre as + -
armaduras de cada capacitor associado ser a mesma e esta tensão q1
também será igual a tensão aplicada aos terminais da associação. A figura C2
+ -
ao lado, mostra uma associação em paralelo de três capacitores. Observe -
q2+
que, ao fazermos a ligação indicada na figura, todas as armaduras da + - C3
+ -
esquerda estarão ligadas ao terminal positivo da pilha e todas as da direita q3 + -
ligadas ao negativo. Assim, a tensão entre as placas de cada capacitor
será igual a tensão da fonte e, consequentemente, cada capacitor
armazenará uma carga, cujo valor dependerá de sua capacitância.
Sejam q1, q2 e q3 as cargas armazenadas pelos capacitores com capacitâncias
respectivamente iguais a C1, C2 e C3 .
Podemos escrever que: q1 = VAB . C1 ; q2 = VAB. C2 ; q3 = VAB. C3;
Sabe-se que: qt =q1 +q2 +q3 ,
De onde obtemos: qt =VAB.C1 +VAB. C2 +VAB. C3 = VAB. (C1 +C2 +C3)
Observando que: qt =VAB. Ct,
Ficamos com: Ct = C1 + C 2 + C 3
Quando tivermos apenas um capacitor e este não possuir capacitância suficiente, recorrer-
se-á ao circuito paralelo, pois o mesmo nos oferecerá uma elevada capacitância.
C1
PROBLEMA RESOLVIDO
Dois capacitores de capacitância Cl = 200pF e C2 = 600pF são
associados em paralelo e carregados através de uma tensão de 120V.
Determinar:
C2
a) a capacitância total da associação.
b) a carga que adquire cada um deles.
c) a carga total da associado. Vab
Ct=C1+C2 q1=V.C1
C = 200pF = 200 . 10-12 F
Ct=200+600 q2=120.200.10-12
C = 600pF = 600 . 10-12 F
VAB = 120V Ct=800pF q1=24nC
Ct =?
qC2 qt=q1+q2
q1 =?
q2 =? q2=120.600.10-12 qt=24+72
qt =? q2=72nC qt=96nC
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Cite uma vantagem de um agrupamento série de capacitores e outra de um agrupamento
paralelo.
4- Nos circuitos abaixo existe uma tensão constante entre os pontos A e B. Sabendo-se que
C1 > C2 , determinar qual é o circuito que armazena maior quantidade de carga elétrica.
C1
a) C1 b) C2 c) C1 C2 d)
A B A B A B A B
C2
9- Verifica-se que um capacitor adquire uma carga de 3µC quando é ligado a uma certa bateria.
Suponha que dois capacitores, idênticos a ele, sejam ligados a esta mesma bateria. Dizer qual
será a carga armazenada na associação destes dois capacitores nos seguintes casos:
a) eles foram associados em paralelo.
b) eles foram associados em série.
2µF
11- Três capacitores são ligados como mostra a figura ao lado. O capacitor
equivalente vale:
a) 0,92µF b)1,2µF c)5,2µF d)9µF e)12µF 4µF
3µF
C1 C2
12- Na figura ao lado, a bateria fornece 12V. Determine a
capacitância equivalente desta associação, onde: C1=1µF;
C2=2µF; C3=3µF e C4 = µF
a) l0 µF b) 2,4 µF c) 2,1 µF d) 0,5 µF e) 0,42 µF C3 C4
15- Se carregarmos a associação do exercício anterior até que a tensão entre os extremos do circuito
atinja um valor V, podemos afirmar com certeza:
a) A carga elétrica armazenada em cada capacitor é a mesma.
b) A carga elétrica armazenada no capacitor 1 é igual á carga armazenada no capacitor 2.
c) A carga elétrica armazenada no capacitor 1 é diferente da carga armazenada no capacitor 4.
d) A carga elétrica armazenada no capacitor 1 é menor que a carga armazenada no capacitor 2.
e) A carga elétrica armazenada no capacitor 3 é menor que a carga armazenada no capacitor 4.
16- Dois capacitores, C1=2µF e C2 =3µF, são ligados em paralelo. Ligamos uma bateria de 100V na
associação. É errado afirmar que:
a) A capacitância da associação vale 5µF.
b) A carga na associação vale 5 x 10-4C.
c) A tensão em C1 é 100V e em C2 é também 100V.
d) As cargas em C1 e C2 são iguais e valem 2,5 x l0-4C.
e) A energia na associação vale 2,5 x l0-2 J.
18- Dois capacitores idênticos, com ar entre as armaduras, estão ligados em paralelo, apresentando o
circuito uma capacitância total Co. Se estes capacitores forem ligados em série e mergulhados
em um líquido isolante, de constante dielétrica K=4, qual será a capacitância final da
associação?
a) Co b)4.Co c)Co/4 d)2.Co e)Co/2
PROBLEMAS PROPOSTOS
1µF b) 3,75µF
a)
4µF
5µF
3µF
1,6µF 5µF 2,5µF
2µF
4µF 4µF
4µF 12µF
c) d)
2µF
2- Dois capacitores com capacitância C1=32µF e C2 de valor desconhecido são associados em série
e ligados a uma fonte de 15V . Sabendo-se que o segundo capacitor armazena uma carga de
160µC, determine o valor de C2 e da queda de tensão sobre cada capacitor.
3- Três capacitores de capacitância C1=6µF, C2=3µF e C3=2µF são associados em série. Sabendo-
se que a tensão sobre o primeiro capacitor é 2V, determine a tensão sobre os outros capacitores
e a capacitância total do circuito.
6- Três capacitores, C1=1µF, C2=1,5µF C3=3µF, foram fabricados para suportar uma tensão de até
200V sem “dar fuga”, isto é, sem que o dielétrico se torne condutor, permitindo que o capacitor
se descarregue através dele. Eles foram associados e esta associação foi ligada a uma bateria de
300V. Dizer quais os capacitores que “darão fuga” supondo-se que eles tenham sido associados:
a)em paralelo; b)em série.
9- Quatro capacitores iguais são associados em série e o conjunto é ligado aos terminais de uma
fonte de 1,5V, sendo que o valor da carga do capacitor equivalente à associação é 7,5 x 10-6C.
Calcule, em µF, a capacitância de cada capacitor.
V C (V)
V
b) Constante de tempo RC
Define-se constante de tempo ( τ ) de um circuito resistivo-capacitivo, como sendo o
produto entre R e C.
τ = R.C Vc = V.(1 − e − t / τ )
Esta constante de tempo constitui uma espécie de medida de lentidão com que a tensão no
capacitor responde a uma variação de f.e.m. aplicada no circuito.
A constante de tempo ( τ ) tem dimensão de tempo, como se mostra a seguir:
V C
R.C ⇒ Ω.F = . = S(segundo)
A V
Se após o fechamento da chave na posição 1, decorrer um intervalo de tempo igual a
constante de tempo do circuito (τ= t), tem-se:
VC =V. (1 – e-t/ τ ) = V. (1 – e-1) = V. (1 - 0,368) Vc = 0,632.V
− t/τ
V C(V)
VC = V.e V
Da análise das curvas e das equações tem-se, para o intervalo de tempo em que não existe a
tensão (V) aplicada ao circuito, que a queda de tensão no resistor (VR) deve ser igual a no capacitor
(VC ), porém de polaridade oposta, ou seja: VR + VC = 0 VR = ( − ) VC
Quando o circuito estiver saindo do regime transitório, isto é, (t= 5.τ), praticamente toda a
energia que estava armazenada no campo elétrico terá sido liberada em efeito joule no resistor R.
O processo de descarga de um capacitor é particularmente interessante na abordagem de
filtro capacitivos. Estes filtros capacitivos são usados para melhorar a forma de onda de saída de
retificadores a semicondutores (transformam C.A. em C.C.). A melhora se dá pela diminuição da
ondulação da forma de onda e é necessária que a constante de tempo do circuito seja a maior
possível. Desta forma, maior será o tempo de descarga do capacitor e menor será a ondulação. Em
outras palavras, pode-se ter uma tensão contínua e quase constante.
A figura ao lado, mostra como os gráficos
para VC e VR são apresentados na tela de um V R +V C
osciloscópio, quando a chave do circuito analisado
anteriormente é comutada, alternadamente, para a
posição de carga e descarga do capacitor, 0 1 2 3 4 t(s)
permanecendo em cada uma destas posições
durante um tempo igual a várias constantes de
tempo RC do circuito.
VC
Esta comutação é feita eletronicamente,
ou seja, é aplicada ao circuito uma onda quadrada,
a qual eqüivale a ficarmos alternando a chave 0 1 2 3 4 t(s)
numa posição e em outra posição. Quando o
capacitor entra em processo de carga, temos a
tensão (V) total da fonte aplicada ao circuito, VR
sendo V=VC+VR e no processo de descarga temos
VR+VC=0.
0 1 2 3 4 t(s)
PROBLEMA RESOLVIDO
No circuito ao lado, temos uma fonte CC de 24V, R C
um capacitor de 1mF e um resistor de 1kΩ. Determine o
valor:
2
a)da constante de tempo do circuito 1
τ=R.C=1kΩ.1mF=1s
τ=1s V
b)da tensão sobre o capacitor, decorrido 1 segundo após a chave ser colocada na posição 1.
c)do tempo necessário, após a chave ser conectada em 1, para que tenhamos no capacitor
uma tensão de 20V.
d)da tensão no capacitor e da corrente no resistor, decorridos 3s após a chave ser comutada
de 1 para 2 (admita que a chave tenha ficado na posição 1 o tempo suficiente para carregar
totalmente o capacitor).
i=VR/R=1,19/1k i = 1,19mA
c) Capacitores cerâmicos
Os capacitores cerâmicos utilizam algum tipo de material
cerâmico como dielétrico. As armaduras podem ser placas metálicas
ou uma tinta condutora que é aplicada na cerâmica. O conjunto recebe
um revestimento isolante.
São capacitores apolares, isto é, podem trabalhar tanto em tensões contínuas como em
alternadas. As tensões nominais podem atingir altos valores (poucas unidades de kV). Devido a
permissividade relativamente baixa, são fabricados para baixas capacitâncias (até poucas unidades
de µF). A variação da capacitância com a temperatura é grande, sendo que o coeficiente de
temperatura pode ser positivo ou negativo.
f) Capacitor eletrolítico
Os capacitores eletrolíticos podem possuir o dielétrico de óxido de alumínio (polarizado ou
apolar) ou óxido de tântalo (polarizado). Tanto o óxido de alumínio como o de tântalo são materiais
isolantes.
f.1. Óxido de alumínio
Estes capacitores fixos possuem uma
particularidade que os diferencia dos outros
tipos: eles são polarizados e são ligados Símbolo
apenas onde as tensões são contínuas. Sobre
os terminais destes capacitores estão sempre indicadas as polaridades.
Quando se aplica uma tensão contínua entre as placas de alumínio desse capacitor, forma-
se, após certo tempo, uma oxidação superficial de chapa positiva, oxidação esta que constitui o
dielétrico do capacitor. Esta oxidação impede a passagem da corrente, de modo que as placas
permanecem isoladas.
A capacitância desse tipo de capacitor é grande, porque o dielétrico é muito fino
(capacitância inversamente proporcional à distância) sendo constituído de pequenas películas de
óxido. Com os capacitores eletrolíticos consegue-se obter elevados valores de capacitâncias com
pequenos volumes.
Teoricamente, um capacitor deveria apresentar uma oposição infinita à corrente contínua,
mas já que não existe um dielétrico perfeitamente isolante, a resistência à corrente contínua é finita,
ou seja, possui um valor alto, mas não desprezível. Um bom capacitor eletrolítico possui uma
resistência à corrente contínua levemente superior a 1MΩ, muito baixa, portanto, em comparação
com a mínima de 200MΩ de um bom capacitor de papel.
O capacitor eletrolítico de alumínio só funciona se polarizado corretamente (polo positivo
no anodo e polo negativo no catodo). Os capacitores de papel e de filmes plásticos são do tipo
apolares, ou seja, funcionam tanto em C.C. coma C.A. Se a polaridade de um capacitor eletrolítico
for invertida, violenta reação eletrolítica que provoca o depósito de uma camada de óxido sobre a
folha de alumínio (não oxidada – catodo), desfazendo-se o óxido da folha de alumínio oxidada
(anodo).
Isto significa uma corrente de grande intensidade que libera uma elevada quantidade de
calor, o que levará o capacitor à destruição. Antigamente, havia a possibilidade até de explosão,
mas atualmente com o controle de qualidade e a aplicação de normas de fabricação, apenas ocorre
um inchamento do invólucro.
Os capacitores eletrolíticos ainda apresentam a característica de que sua capacitância
depende da tensão aplicada nas armaduras. A polarização correta é que aumenta a oxidação no
anodo. A capacitância nominal só será estabelecida se houver aplicação de, no mínimo, uma tensão
de, aproximadamente, 2/3 da tensão nominal do capacitor.
Os capacitores eletrolíticos de alumínio são fabricados para tensões de até,
aproximadamente, 700V e o maior valor de capacitância é de 390.000µF.
Nos capacitores eletrolíticos de alumínio apolares, as duas armaduras são oxidadas, de
forma que eles suportam correntes alternadas por alguns segundos. São bastante utilizados para
auxiliar a partida de motores de indução monofásicos.
f.2. Capacitores eletrolíticos de óxido de tântalo
São mais caros do que os de óxido de alumínio e têm grande
estabilidade de capacitância com o tempo e com a temperatura. O anodo
neste tipo de capacitor é uma peça porosa de tântalo, coberta por uma fina
camada de óxido do manganês, carbono e ferro, que forma o catodo.
Enquanto os eletrolíticos de alumínio podem trabalhar em tensões de até 700V, os de óxido
de tântalo suportam apenas 125V. O valor máximo de capacitância é na ordem de 100µF. São
usados em circuitos digitais e timmers.
Sua construção é de tântalo sólido (não vazam). A temperatura de operação está na faixa de
–55ºC à + 85°C.
Devido ao fato da constante dielétrica ser de valor 11, enquanto que o de óxido de
alumínio ser de valor 7, os primeiros apresentam menor volume para a mesma capacitância e
mesma tensão.
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Denomina-se “constante de tempo” de um circuito elétrico o produto RC, onde R é a resistência
total do circuito e C é sua capacitância total. Nos circuitos abaixo, indique aqueles que possuem
a mesma constante de tempo.
C
C C C
R
R C
R R R
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Se um circuito tiver valores de R=7,5Ω e C=2065µF , qual será o valor de τ ? Se a constante
de tempo tivesse que ser aumentada 5 vezes, qual seria a nova capacitância se fosse mantida a
mesma resistência ?
3- Um capacitor de 0,1µF e um resistor de 1MΩ são ligados em série e conectados a uma bateria
de 200V. Calcular a intensidade da corrente em 0,2s após a ligação e o tempo que leva para que
a tensão no capacitor seja de 150V.
5- Um capacitor de 6µF que tinha sido conectado numa fonte CC de 100V, foi ligado (após ser
desconectado da fonte) a um resistor de 500Ω. Qual é a:
a) carga inicial no capacitor?
b) corrente inicial, logo depois do capacitor ser ligado ao resistor?
c) constante de tempo deste circuito?
d) carga no capacitor depois de 6ms?
6- Quantas vezes maior do que a constante de tempo é o tempo que devemos esperar, após ser
ligado um circuito RC, para que a carga no capacitor atinja 99 % do valor de equilíbrio?
10- Considere o circuito RC do exercício anterior, mas com a chave em b e admitindo que o
capacitor encontra-se totalmente carregado com tensão de 5V.
DADOS: R=10kΩ; C=47nF; V=5V
a) Determine a constante de tempo τ do circuito.
b) A partir do fechamento da chave em b, determine VC (V), VR (V) e i(µA), para os seguintes
instantes (em miliseg): 0 – 0,2 – 0,3 – 0,5 – 0,8 – 1 – 1,4 – 1,8 – 2 – 2,5 – 3 . Com estes
dados monte uma tabela.
c) Determine o instante em que a tensão no capacitor atinge metade do seu valor máximo.
12. MAGNETISMO
Você já deve ter tido oportunidade de lidar com uma agulha de bússola (ímã), e isto
provavelmente o tenha fascinado e, também, talvez lhe tenha despertado curiosidade. Uma agulha
de bússola sofre a ação do “campo magnético terrestre”, assim como também ela sofrerá ações
magnéticas, quando for aproximada de um fio condutor percorrido por corrente elétrica.
Este efeito magnético originado por uma corrente elétrica e outros, serão estudados
oportunamente, tendo como objetivo seu aprendizado e a conseqüente aplicação na compreensão
dos princípios básicos de algumas máquinas elétricas como o motor, o gerador e o transformador.
12.1. ÍMÃS
Existem corpos encontrados na natureza que apresentam efeitos magnéticos, ou seja, eles
interagem entre si e também atraem pedaços de ferro. Esta propriedade que estes corpos possuem é
denominada de magnetismo: ele é um agente invisível que se pode avaliar pelo seus efeitos. Você
sabe, por exemplo, que o vento exerce uma força tremenda sem, contudo, ser visto. Igualmente a
força magnética pode ser sentida, mas não vista.
Os corpos referidos acima correspondem a Fe304 (óxido de ferro) e são conhecidos por
magnetita, constituindo assim um ímã natural.
Esta propriedade de atrair pedaços de ferro pode ser adquirida por alguns
materiais, quando submetidos a processos de imantação. Estes materiais são
classificados como ímãs artificiais Tais ímãs substituem, na prática, os ímãs
naturais, pois, nos artificiais, o poder magnético é distribuído mais regularmente,
além de poderem ser fabricados em formas apropriadas às exigências de sua
utilização (por exemplo, em forma de barra ou em forma de ferradura)
Os ímãs artificiais, por sua vez, podem ser classificados em ímãs permanentes e
temporários dependendo que retenham ou percam facilmente a característica de atrair outros corpos
magnéticos após cessado o processo de imantação.
Um ímã sempre exerce uma maior atração ou repulsão nas suas extremidades denominadas
de pólos, sendo que um irmã sempre possui dois pólos.
Através de um experimento simples, vamos identificar os pólos de
um ímã. Tomemos uma agulha imantada, presa numa rodela de cortiça e
coloquemos o conjunto em uma vasilha com água, cuja finalidade é a de
permitir o livre movimento da agulha. Notaremos que ela apontará,
aproximadamente, para a direção Norte-Sul geográfica do lugar. O lado da
agulha que ficar voltado para o Norte da Terra será denominado de pólo
norte do ímã. Consequentemente, o outro lado será o pólo sul do ímã. Para
determinar-se os pólos, poderíamos realizar uma outra experiência semelhante, através da simples
suspensão da agulha magnética pelo seu centro de gravidade, de modo que ela pudesse girar
livremente. Nas duas experiências referidas acima, notar-se-ia o efeito do campo magnético
terrestre atuando sobre a agulha.
Se você colocar o pólo norte de um ímã nas proximidades de pólo norte de outro ímã, irá
notar uma repulsão. Se fossem aproximados pólos diferentes, a tendência seria de atração. Daí você
pode concluir que “pólos de mesmo nome se repelem e de nomes contrários se atraem”.
A terra pode ser considerada um ímã onde o pólo norte magnético está próximo do pólo sul
geográfico e o pólo sul magnético está próximo do pólo norte geográfico.
Vejamos agora o caso em que uma barra de ferro (material magnético ou magnetizável) é
aproximada de um ímã muito forte. Devido a influência deste ímã, a barra adquirirá propriedades
magnéticas, ou seja, a mesma se magnetizará por
indução sendo que o ímã é o elemento indutor e a
barra é o corpo induzido, conforme esquema ao Indutor Induzido Corpo Neutro
lado.
Se você atraísse um parafuso com um ímã e o colocasse em contato com um outro
parafuso, o que iria acontecer com este último? Inicialmente,
analisemos o parafuso que foi atraído pelo ímã. Ele se tornou um ímã
artificial, pois adquiriu imantação devido à presença do ímã, o
segundo parafuso irá imantar-se também e, consequentemente, será
atraído. Mas assim que o ímã for afastado do primeiro parafuso, este
perderá suas propriedades magnéticas, fazendo com que o segundo
parafuso não seja mais atraído.
Percebe-se que os parafusos que se imantaram eram, na realidade, ímãs artificiais
temporários, isto é, possuíam propriedades magnéticas apenas quando o elemento indutor estava nas
proximidades.
Na figura abaixo, temos a representação esquemática de uma parte de um material que tem
cinco domínios magnéticos (parte superior da figura). Na parte inferior da figura, temos as setas que
representam as orientações destes domínios, que podem ser chamados de pequenos ímãs
elementares.
N N N
S
S S
N
S N
S
Para entender isto, é necessário um estudo mais profundo da matéria.
Pela teoria atômica, toda a matéria é constituída de neutrons, prótons e elétrons.
Os elétrons giram em torno do núcleo, originando pequenas correntes que
circularão indefinidamente. Logo, existe um determinado magnetismo nos
átomos, pois um dos efeitos da corrente é o efeito magnético.
O fato de um material possuir átomos magnéticos não significa que ele será atraído ou
repelido por um ímã, pois os átomos poderão estar totalmente desalinhados, não havendo nenhum
efeito magnético considerável.
Em materiais magnéticos, ou seja, materiais que sofrem influências de campos magnéticos,
existe concordância entre os efeitos magnéticos dos átomos numa certa região do material. Esta
região constitui-se num pequeno ímã elementar. A orientação dos mesmos não é necessariamente
igual ao longo de todo o material e, quando todos os ímãs elementares tiverem a mesma orientação,
o magnetismo será máximo. Logo, o corpo atingiu a saturação magnética.
Existem experimentos que nos dão condições de se ter uma idéia da configuração do
campo magnético, onde se utiliza uma folha de papel colocada em cima de um ímã, havendo
limalhas de ferro esparramadas em cima da folha
Na figura a seguir (à esquerda), a orientação das limalhas mostra a configuração do campo
magnético, que será representado por linhas, as quais são denominadas de linhas de indução ou
linhas de força, sendo que as mesmas serão sempre fechadas. O circuito magnético é sempre
fechado, isto é, começa num ponto e termina naquele ponto, existindo, pois, campo magnético
também no interior do ímã. Convenciona-se que o sentido do campo é sempre do pólo norte para o
pólo sul, externamente, sendo que sua direção, em cada ponto, é dada pela tangente à linha de força
no referido ponto.
Nos esquemas representados a seguir, temos dois pólos opostos em confronto e percebe,
através da disposição das limalhas (figura à esquerda), a formação de um campo magnético
uniforme. Este campo tem a mesma intensidade, direção e sentido em todos os pontos e as linhas de
força são representadas por retas paralelas e eqüidistantes entre si. Se um pedaço de ferro for
introduzido neste campo, ele sofrerá o mesmo efeito, independentemente do ponto onde for
colocado.
Nos desenhos observados a seguir, os pólos aproximados são iguais e nota-se que existe
uma tendência dos campos se repelirem, de modo que, no ponto bem central, praticamente não haja
efeito magnético. Uma observação importante é que duas linhas de força nunca se cruzam, pois a
coexistência de dois campos numa mesma região faz com que, na realidade, exista apenas um único
campo resultante.
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Classifique os ímãs quanto à origem e quanto à durabilidade.
2- Que direção assumiria a agulha de uma bússola se ela estivesse submetida somente à ação do
magnetismo terrestre?
4- A extremidade da agulha de uma bússola que aponta para o Sul geográfico da Terra atrai uma
das extremidades de um ímã. A referida extremidade atraída é o pólo _____________ do ímã.
5- Aproximam-se de uma bússola os objetos relacionados abaixo. Indique os que podem provocar
um desvio da agulha da bússola.
a)um pedaço de madeira b)outra bússola c)um pedaço de plástico
d)um ímã e)um parafuso
6- Qual o símbolo da grandeza indução magnética e quais as unidades empregadas para medi-la,
no sistema internacional?
9- Suponha que você possua alguns ímãs nos quais assinalou quatro pólos com as
letras A, B, C e D. Você verifica que:
- o pólo A repele o pólo B;
- o pólo A atrai o pólo C;
- o pólo C repele o pólo D;
- e sabe que o pólo D é um pólo norte.
Nestas condições você pode concluir que B é um pólo norte ou um pólo sul?
13- No desenho abaixo, à esquerda, temos um ímã em forma de U. Entre os ímãs desenhados
abaixo, à direita, qual deles permanecerá em repouso, caso seja posicionado no centro do campo
magnético uniforme do ímã do desenho à esquerda?
N S a) N S b) S N
c) N d) S
S N
F=0
N S
carga em repouso carga em movimento na
direção do campo
PROBLEMA RESOLVIDO
Uma partícula com uma carga de 60µC desloca-se com uma velocidade de l00 m/s através
de uma região onde existe uma indução magnética de 0,5 T. Determine o módulo, direção e sentido
da força magnética que atuará sobre a partícula, considerando que a mesma está eletrizada
negativamente e que o movimento é perpendicular ao campo.
q = 60µC = 60 x l0-6C F = B. q . v . sen θ
v = 100m/s F = 0,5 x 60.l0-6 x100x1
B = 0,5T F = 3000 x l0-6N
θ = 90° F = 3 x 10-3N
F=? F = 3mN
PROBLEMA RESOLVIDO F
B
O fio condutor do esquema ao lado possui uma resistência de
5Ω e um comprimento de 8cm. Sabendo-se que a indução magnética
existente na região onde está imerso o fio vale 1,2T, determine o valor
da força que atuará sobre o condutor e indique sua direção e sentido.
10V
R=5Ω Vab
I= F = B . I . ℓ. sen θ
l = 8cm = 0,08m R
10
B = 1,2T I= F = 1,2 x 2 x 0,08 x 1
Vab = 10V 5
θ = 90º I =2 A F = 0,192 N
F=?
- Galvanômetro
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Entre as relações apresentadas abaixo, assinale a que estiver correta.
a)1T=1N.1C. 1m/s b)1C=1T.1N. (1m/s) c)1T=1N/(1C. 1m/s) d)1N=(1m/s. 1C)/1T
2- Se um condutor percorrido por corrente estiver colocado numa região onde existirem linhas de
força, podemos afirmar que:
a) surgirá uma força sobre o condutor, independente de sua posição.
b) a força sobre o condutor será máxima se ele estiver colocado paralelamente às linhas de
força.
c) a força sobre o condutor será nula se ele estiver colocado perpendicularmente ás linhas.
d) não surgirá força alguma, independentemente de sua posição.
e) o condutor ficará submetido a uma força, se ele não estiver colocado paralelamente às
linhas.
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Uma partícula com carga elétrica igual a 2mC desloca-se através de uma região com velocidade
igual a 360Km/h. Sabendo-se que nesta região existe uma indução magnética de 0,4T e que o
movimento é perpendicular às linhas de indução, determine o valor da força magnética que
atuará sobre a partícula.
2- Um corpo com carga igual a 20µC entra numa região onde temos uma indução magnética de
0,3T com velocidade igual a 7km/s.
1º) Calcule a força magnética que atuará sobre o corpo supondo que o ângulo entre B e v .
seja:
a) 0° b) 30º c) 90° d) 180º
2º) Qual deve ser o ângulo entre os vetores para que a força magnética seja máxima?
3- Um fio de 10cm de comprimento e percorrido por 15A está colocado perpendicularmente às
linhas de indução, sendo B =3mT. Determine o valor da força que atuará sobre o condutor.
4- Um fio condutor cilíndrico de 700cm de comprimento, cuja seção transversal possui 2,lmm2 de
área e de coeficiente de resistividade igual a 1,2 x 10-8Ω.m é submetido a uma ddp de 1,5V.
Considerando-se ainda que o fio está imerso perpendicularmente às linhas de indução, onde
B=1,3T, determine o valor da força que atuará sobre o condutor e represente no esquema dado.
I
B = 2.10−7.
d
PROBLEMA RESOLVIDO
Um fio condutor reto é percorrido por uma corrente elétrica de 100mA. Considerando que
o condutor está imerso no vácuo, determine o valor da indução magnética originada por esta
corrente num ponto situado a 2cm do condutor.
2 x l0 -7 x I 2 x l0- 7 x 0,1
I = l00mA = 0,lA B = B =
d 0,02
d = 2cm = 0,02m
B = 1 x 10-6T
B=?
B=1µT
A regra da mão direita também pode ser usada para determinar o sentido do campo
magnético. Ao lado, analisando o enrolamento, temos a corrente (sentido convencional) subindo
pela frente e descendo por trás do solenóide.
Colocando os quatro dedos da mão direita no sentido
da corrente, como se fossem agarrar o solenóide,
teremos a extremidade do dedo polegar apontando
sempre para o pólo norte do solenóide. Na realidade o
dedo polegar está fornecendo o sentido das linhas de
indução, as quais sempre vão do sul para o norte
dentro de um ímã (ou de um eletroímã). No interior do
eletroímã tem-se um campo magnético praticamente
uniforme.
Para calcular a indução magnética, no caso do vácuo, temos a expressão abaixo.
N .I
B= 4π . 10 - 7 ⋅
l
Nota-se que os fatores que influenciam o valor da indução magnética são: a corrente
elétrica I, o número de espiras N e o comprimento l do solenóide, sendo a indução diretamente
proporcional aos dois primeiros.
Quanto maior a corrente, maior será o efeito magnético percebido e, se forem colocadas
mais espiras, os efeitos magnéticos somar-se-ão, resultando uma indução maior. Se as espiras forem
colocadas mais juntas (comprimento menor) haverá maior concentração de corrente e espiras por
unidade de comprimento, de modo que a indução é, então, inversamente proporcional ao
comprimento da bobina.
14.3. ELETROÍMÃ
Na prática, a indução magnética no interior de um solenóide
possui um valor muito pequeno. Por isto, para que existam efeitos
magnéticos consideráveis, é necessário que seja introduzido um núcleo
de material magnetizável no interior do solenóide. Este núcleo imantar-
se-á, criando um campo próprio que, somado com o campo do
solenóide, constituirá um campo resultante único, cujos efeitos serão
bem mais acentuados que os do campo inicial. Este fenômeno ocorrerá
quando for introduzido um núcleo de ferro doce, o qual terá a
característica de ordenar seus pequenos imãs elementares, ao ser
submetidos à ação de um campo externo. Porém, assim que for
eliminado este campo indutor, os imãs elementares novamente se desordenarão, desaparecendo,
pois, os efeitos magnéticos deste núcleo.
Uma outra vantagem do eletroímã é a inversão de polaridade, que se pode conseguir pela
inversão da corrente ou pela inversão do modo de enrolar as espiras, de acordo com os esquemas a
seguir.
N S S N N S
PROBLEMA RESOLVIDO
Um solenóide possui 500 espiras, 4Ω de resistência e 20cm de comprimento. Este
enrolamento está ligado a um gerador de f.e.m. igual a 20V e resistência interna de 1Ω. Determine o
valor da indução magnética no seu interior.
N=500 esp ε B = 4π x 10 -7 .
N.I
R=4Ω I =
r+R l
ε=20V 20 500. 4
I = B = 4π x 10 -7 .
r=1Ω 1+ 4 0,2
ℓ =0,2m I = 4A B = 12,56 x 10 T
-3
B=?
QUESTÕES PROPOSTAS
4 - O que é um eletroímã? Quais suas vantagens em relação a um ímã? Cite duas aplicações de um
eletroímã.
5 - Um solenóide FG, percorrido por uma corrente, foi suspenso de modo poder girar livremente
Observou-se que ele se orienta na direção norte-sul, com sua extremidade F voltada para o
Norte geográfico da Terra.
a) A extremidade F deste solenóide está se comportando como um pólo norte ou como um pólo
sul?
b) Logo, o campo magnético no interior do solenóide está dirigido de G para F ou de F para G?
(1)
7 - Duas bobinas (1) e (2), de mesmo comprimento, são feitas com
mesmo tipo de fio e estão ligadas a uma bateria. O número de
l
espiras na bobina (1) é o dobro do número de espiras na bobina (2).
Analise as alternativas seguintes e assinale aquelas que são corretas. (2)
a) as duas bobinas estão submetidas á mesma tensão;
b) a resistência da bobina (1) é duas vezes menor do que a da
bobina(2);
c) a corrente na bobina (1) é duas vezes menor do que a bobina(2);
d) a indução magnética no interior da bobina (1) é igual ao da bobina (2).
8 - Como vimos, podemos obter um eletroímã se enrolarmos um fio condutor em torno de uma
barra de ferro e fizermos passar uma corrente contínua no fio. Supondo que a barra do referido
eletroimã seja retirada do interior do solenóide e, aproximada de um prego comum, diga se a
barra atrairá ou não o prego nos seguintes casos:
a) a barra é de aço temperado; b) a barra é de ferro doce.
9 - No esquema ao lado, ocorrerá atração ou repulsão
entre os solenóides? Justifique.
PROBLEMAS PROPOSTOS
1 - Um fio condutor de 5Ω de resistência, quando submetido a uma tensão de 25V, é percorrido por
uma certa corrente. Sabendo-se que a referida corrente elétrica dá origem a uma indução
magnética 5 x l0-5T a uma distância d do condutor, determine o valor de d.
6 - Um gerador de f.e.m. igual a l00V e resistência interna de valor desconhecido mantém uma
determinada corrente num solenóide de 200 espiras e l0cm de comprimento. Sabendo-se
também que o solenóide possui uma resistência elétrica de 195Ω e que a indução magnética no
seu interior vale 12,56 x 10-4T, determine o valor da resistência interna do gerador.
7 - Um solenóide de l0cm de comprimento, com núcleo de ar, tem l000 espiras enroladas bem
juntas. Calcule a corrente que deve circular no solenóide, de modo a obter uma indução
magnética de 0,1T.
Nos capítulos anteriores, você já trabalhou bastante com campos magnéticos e já viu que
eles podem ser produzidos por correntes elétricas. 0 fato de o campo magnético poder ser criado por
uma corrente levou os físicos a especularem sobre a possibilidade de um campo magnético provocar
o aparecimento de uma corrente num condutor. Esta corrente poderá aparecer num circuito quando
através dele houver, por exemplo, uma variação de campo magnético, sendo que este fenômeno é
denominado de “indução eletromagnética”.
ε = B . ℓ . v. sen α
Os fatos expostos permitem, em qualquer caso, determinar o sentido das correntes e das
f.e.ms. induzidas em qualquer sistema que se queira considerar.
PROBLEMA RESOLVIDO
Um condutor de 30cm de comprimento, 10mm2 de área da seção transversal e coeficiente
de resistividade igual a 16x10-5Ω.m é movimentado com uma velocidade de 40m/s através de uma
região onde existe uma indução magnética de 0,2T. Sabe-se que o circuito está fechado através de
um resistor de 5,2Ω de resistência e que o sentido do movimento é perpendicular as linhas de
indução. Determine o valor da f.e.m. induzida entre as extremidades do condutor, da resistência
elétrica do condutor (resistência interna do gerador) e da corrente que aparece no circuito
ℓ = 30cm = 0,3m ε =B. ℓ.v.sen α = 0,2 x 0,3 x40 ε =2,4V
2 -6 2
A = 10mm = 10x10 m ρ.l 16 x10 −5 x0,3
r= = r = 4,8Ω
ρ = 16x10-5Ω.m A 10 x10 − 6
v = 40m/s ε 2,4
I= = I = 0,24A
B = 0,2T r + R 4,8 + 5,2
R = 5,2Ω
ε = ? r= ? I = ?
PROBLEMA RESOLVIDO
Uma espira circular de 10cm de raio está imersa perpendicularmente a uma indução
magnética de 1,5Wb/m2. Considerando-se que a indução magnética aumentou para 2Wb/m2,
determine a variação de fluxo que ocorreu através da espira.r =10cm= 0,lcm
γ = 0° A = π . r2 φ1 =B1 . A . cos γ
B1 =1,5Wb/m2 A = 3,14 x 0,01 φ1 = 1,5 x 314 x 10-4
B2 = 2Wb/m2 A = 0,0314m2 ∆φ = 471 x 10-4Wb
∆φ = ? A = 314 x10-4m2
∆φ = φ2 - φ1
φ1 = B2 . A . cos γ
∆φ = (628 –472) x 10-4
φ2 = 2x314x10-4
∆φ = 156 x 10-4Wb
φ2 = 628 x 10-4Wb
b) Lei de Lenz
O princípio da conservação da energia diz que a energia não pode ser criada, nem destruída,
mas apenas transformada de uma forma para outra. Quando o fluxo varia dentro de um circuito
elétrico, gera-se f.e.m. e corrente induzida o que significa a presença de energia elétrica. Para surgir
esta forma de energia, uma outra forma de energia deve ser obrigatoriamente consumida. O fluxo
criado pela corrente induzida deve, então, tentar impedir a variação do fluxo indutor, que é a causa
de f.e.m. induzida. Assim sendo, para manter a geração de energia elétrica, fica necessário o
consumo de outra forma de energia para vencer esta oposição.
Se o fluxo criado pela corrente induzida viesse a acelerar a variação do fluxo original,
haveria uma espécie de reação em cadeia onde seria gerada energia elétrica gratuitamente, ferindo o
principio da conservação da energia.
Nos circuitos reais, o fluxo induzido apenas tenta impedir a variação do fluxo sem, no
entanto, consegui-lo integralmente. Num circuito ideal, sem resistência nenhuma, o fluxo induzido
teria intensidade tal que impediria totalmente a variação do fluxo.
Existe uma lei que regulamenta estes princípios, lei esta que nos dá condições de
determinar o sentido (polaridade) da f.e.m. induzida. Esta lei é denominada de LEI DE LENZ e diz
o seguinte:
“O SENTIDO DA FORÇA ELETROMOTRIZ INDUZIDA É TAL QUE ELA SE OPÕE,
PELOS SEUS EFEITOS, A CAUSA QUE LHE DEU ORIGEM”.
A Lei de Lenz é traduzida, matematicamente, através do sinal negativo que aparece na
equação relativa a Lei de Faraday, ou seja:
ε = - N . ∆ φ /∆t
No caso do desenho ao lado, a f.e.m. induzida originará na
bobina uma corrente que, por sua vez, polarizará o solenóide de forma a
se opor ao movimento do ímã. Se o movimento for de afastamento,
teremos a indução de um pólo sul na esquerda do solenóide. No caso de
i
um movimento contrário, a corrente induzida também inverte de G
Este movimento de afastamento faz com que o fluxo através da espira esteja diminuindo.
Então, a f.e.m. induzida terá um sentido tal que, a corrente induzida produzirá um fluxo induzido
cujo sentido será coincidente com o fluxo original, tentando manter o fluxo constante, ou seja,
tentando impedir o decrescimento do fluxo na espira.
Tanto pela explicação da polaridade contrária surgida na espira como no sentido de
variação de fluxo, chegaríamos a conclusão de que o sentido da corrente induzida é o indicado na
figura. No caso do fluxo criado pela corrente induzida na espira teríamos que usar a regra do
polegar da mão esquerda (campo criado por corrente que circula num fio condutor).
No circuito ao lado, temos uma fonte de C.C. alimentando uma bobina.
Enquanto houver variações de corrente, também teremos variações de fluxo,
ocasionando, então, f.e.m. auto-induzida. Nota-se que o próprio circuito induz
f.e.m. nele mesmo. Daí, a denominação f.e.m. auto-induzida.
Vamos analisar os fenômenos que
ocorrem quando o interruptor é fechado e
quando o interruptor é aberto.
Fechando-se a chave, teremos a
corrente crescendo. Logo, a f.e.m. auto -
induzida terá uma polaridade tal que tenderá a
se opor a esse crescimento, ou seja, ela será
subtraída da tensão da fonte. Contudo, a
f.e.m. não pode impedir indefinidamente o
crescimento da corrente, porque não teremos
mais indução de f.e.m. quando a corrente
cessar de variar.
Abrindo-se o circuito, a polaridade da
f.e.m. auto-induzida bobina será tal que
tentará evitar o decréscimo da corrente, ou
seja, ela se somará à tensão da fonte. Da
mesma forma, a f.e.m. não pode impedir indefinidamente que a corrente diminua, pois a f.e.m. será
nula quando terminar a variação da corrente no circuito.
PROBLEMA RESOLVIDO
Um conjunto da 100 espiras, de dimensões 10cm por 20cm está colocado
perpendicularmente a uma indução magnética de 1,8T. Decorridos 5s a indução magnética variou
atingindo o valor de 2,1T. Determinar o módulo da f.e.m. induzida no conjunto de espiras, devido a
esta variação de indução magnética.
N = 100 espiras ∆B = B2 – B1 ∆φ=AB. A
ε = − N∆.∆t φ
A = 0,10m x 0,20m
A = 0,02m2 ∆B = 2,1- 1,8 ∆φ= 0,3 x 0,02 ε =−
100.6.10 −3
5
B1 = 1,8T
∆t = 5s ∆B = 0,3T ∆φ= 6 x 10-3Wb ε = - 120. 10–3V
B2 = 2,1T
ε=?
- Forno de indução
As perdas por correntes de Foucault podem ser desejáveis. É o que
acontece, por exemplo, nos fornos de indução, os quais são utilizados para
aquecer metais muito puros, que não devem ser tocados enquanto são
aquecidos para que não adquiram impurezas. A bobina da foto é parte de
um destes fornos. Ela é percorrida por uma corrente alternada muito intensa
que produz um campo magnético variável no seu interior. Como se desejam
grandes potências dissipadas recorre-se freqüentemente a freqüências
elevadas (até 1khz). Este campo variável induz correntes no metal ali
colocado, aquecendo-o. O aquecimento por indução é muito usado para tratamento térmico dos
aços, pois este processo permite um aquecimento mais uniforme da peça a ser tratada. Como o
sistema não requer combustível químico, pode-se manter melhor controle na composição química
do aço.
- Microfone e fone
O microfone é um dispositivo eletromecânico que
transforma som (vibração mecânica) em corrente elétrica. Um
diafragma, protegido por uma cobertura perfurada que permite a
passagem do som, recebe as vibrações sonoras. Quando algum
tipo de vibração do ar atinge esse diafragma, ele a transmite
para um sistema elétrico, que pode ser, por exemplo, uma
bobina móvel ou um capacitor, dependendo do tipo de
microfone utilizado.
No microfone de bobina móvel, por exemplo, ela é fixada á parte interna do diafragma e
encontra-se próxima a um imã permanente, cuja
função é produzir um campo magnético na região
onde está a bobina. A vibração do diafragma move
a bobina, de acordo com a intensidade das ondas
sonoras. Devido ao campo do imã e a este
movimento da bobina, uma corrente elétrica é saídas
induzida nela, seguindo o padrão das ondas sonoras
que atingiram o diafragma. Por essa razão, as
oscilações da corrente na bobina correspondem às
vibrações do som que produziu seu movimento: o
som foi convertido em corrente elétrica.
diafragma de pilha resistor
No microfone de capacitor, uma das placas
metal (-)
(móvel) é conectada ao diafragma, de modo que as
_ + -
vibrações sonoras possam ser transmitidas a ela. O +
_
capacitor é mantido carregado através de uma +
_
bateria. Vibrando solidária ao diafragma, a placa bobina +
_
responde aos impulsos sonoros, varia sua distância fixa (+) +
_
com a outra placa e, com isso, altera a capacitância +
do capacitor. A mudança da capacitância produz
uma corrente elétrica no circuito, que novamente capacitor
fios de
varia seguindo o padrão das vibrações sonoras saída
originais.
- Lâmpadas fluorescentes
São lâmpadas de descarga de baixa pressão, onde a luz é produzida por pós fluorescentes
que são ativados pela radiação ultravioleta (UV) da descarga. A lâmpada tem normalmente o
formato do bulbo tubular longo com um eletrodo em cada extremidade, contendo vapor de mercúrio
em baixa pressão com uma pequena quantidade de gás inerte para facilitar a partida. O bulbo é
recoberto internamente com um pó fluorescente ou fósforo que compostos, determinam a
quantidade e a cor da luz emitida.
1.tubo
2.camada fluorescente
3.meio interno
4.filamento
1 4 3 2 5 5.terminais externos
1.capa protetora
2.bulbo
GE EL 3.eletrodo fixo
4.lâmina bimetálica
5.terminais
6.capacitor
- Transformador
Como aplicação prática de indução eletromagnética, temos um transformador (desenho a
seguir), que é constituído por um núcleo de ferro silício, tendo dois enrolamentos eletricamente
independentes. Aplicando-se uma tensão alternada no primário, este será percorrido por uma
corrente alternada (variável), que originará um campo magnético variável.
Se o campo varia, o fluxo também irá variar,
sendo que esta variação de fluxo originada no
enrolamento primário irá atingir também o
enrolamento secundário. Esta variação de fluxo Vs
através do circuito magnético induz f.e.m. nos dois Vp
Ns Ip
Esta relação também pode ser da forma ao lado.
=
Ip: corrente do primário Np Is
IS: corrente do secundário
- Ignição de veículo
Ao lado, temos a
4
representação do sistema de 6 5
funcionamento de um motor a 3
explosão. Nestes motores, o 1 2
próprio movimento do seu eixo
comanda a abertura do platinado. vela
Quando o platinado fecha, há uma
corrente através do primário da
capacitor platinados
bobina de ignição, formando um
determinado fluxo. Quando o
platinado abre, há uma redução
bobina
brusca da corrente e do fluxo,
gerando f.e.m. na bobina.
QUESTÕES PROPOSTAS
1 - A figura dada mostra uma espira condutora e um ímã. Baseado na lei
da indução eletromagnética podemos afirmar que:
a) a presença do ímã provoca na espira uma corrente induzida.
b) se o ímã for aproximado da espira, aparece na mesma uma
corrente induzida.
c) se o ímã é fixado no interior da espira, a corrente induzida será máxima.
d) se o ímã for afastado da espira, nenhuma corrente é induzida.
e) tanto com o ímã parado, ímã se aproximando ou se afastando, é impossível o aparecimento
de corrente na espira.
7 - Você dispõe de um ímã e de uma espira em curto (anel). Indique duas maneiras de se originar
uma corrente na espira.
d)
a)
e)
b)
c)
15 - Um ímã se desloca com uma velocidade v ao encontro com a bobina X e depois, com a mesma
velocidade v , ao encontro com a bobina Y, conforme representam as figuras 1 e 2,
respectivamente. Os diâmetros das espiras condutoras das bobinas são iguais, mas Y tem um
número de espiras maior do que X.
X Y
figura 1 A A
figura 2
PROBLEMAS PROPOSTOS
B
1- Uma barra AC de resistência igual a 0,2Ω A
(resistência interna do gerador) está em contato
com duas guias metálicas de resistências nulas.
Sabe-se que o circuito encontra-se fechado através R 40cm
V
de um resistor de 1Ω e que a barra se desloca para
a direita com velocidade de 20m/s, de modo a
cortar perpendicularmente as linhas de indução, C
onde temos B= 15mT.Determine o valor da:
a) f.e.m. induzida entre as extremidades da barra.
b) corrente que circula no circuito e indique seu sentido.
4- Uma espira circular de 30cm2 está colocada paralelamente a um campo magnético de indução
igual a 0,1T. Determine o valor da variação de fluxo através da espira, considerando que ela foi
movimentada de modo a ficar perpendicular às linhas de indução.
5- Calcule o módulo da f.e.m. induzida numa bobina de 1.000 espiras quando o fluxo no seu
interior varia na razão de 1mWb por segundo.
7- Uma bobina de ignição de automóvel tinha suas 5.000 espiras enlaçando um determinado fluxo
magnético. Quando o platinado abria, esse fluxo inicial era extinto no tempo de 1,2µs, gerando
uma f.e.m. média de 18.000V. Qual era o valor do fluxo inicial?
1,25m
10- Uma bobina circular de raio r=1cm e 100 espiras de fio de cobre, colocada num campo
magnético constante e uniforme de modo que B=1,2T, está inicialmente numa posição tal que o
fluxo magnético através dela é máximo. Em seguida, num intervalo de tempo ∆t = 1,5 x10-2s ela
é girada para uma posição em que o fluxo através dela é nulo. Determine o valor da f.em. média
induzida na bobina.
16. INDUTÂNCIA
r
16.1. CAMPO INDUTOR (H) e PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
Nas duas bobinas abaixo, o número de espiras e a corrente que as atravessa é a mesma, mas
no entanto, o comprimento das linhas de indução em cada caso é diferente, ou seja, o comprimento
do circuito magnético é diferente. No solenóide mais curto obtém-se maior intensidade de campo
indutor porque há maior concentração de corrente e espiras por unidade de comprimento do circuito
magnético. Sabe-se que o campo magnético é oriundo da corrente, no entanto, a geometria do
condutor vai determinar se o poder de magnetização que esta corrente produz será intenso ou não.
H B
µ1 H
B
µ2 H
B
µ3
A unidade de permeabilidade
magnética está indicada ao lado. Pode-se u (B) T T .m T .m
u( µ ) = = = =
provar que T.m/A eqüivale a Henry/metro u(H) Ae / m Ae A
(H/m).
ℜ= l
µ .A
ou N . I = φ . ℜ
N .I
Logo, temos: φ =
ℜ
A Lei de Hopkinson poderia ser comparada a Lei de Ohm, sendo a primeira aplicada a um
circuito magnético e a segunda aplicada a um circuito elétrico.
No circuito magnético, temos uma
força magnetomotriz (f.m.m. ⇒ N.I)
aplicada a bobina, um fluxo magnético (φ)
que é constante ao longo do circuito e uma
relutância total (ℜt), a qual poderá ser
dividida em duas parcelas, relutância do
núcleo magnético(ℜn) e relutância do
entreferro (espaço de ar ; ℜef). No caso do
circuito elétrico acima, temos uma força
eletromotriz (ε) aplicada ao circuito, uma
corrente (I) que é a mesma no circuito e uma resistência total (Rt).
Na prática, é geralmente impossível fazer a distribuição das espiras ao longo de todo o
núcleo magnético, ou seja, normalmente a bobina é colocada num ou dois locais de forma a ser
possível a sua construção de maneira simples. Este procedimento traz como resultado um fenômeno
indesejável, que é a dispersão magnética, a qual será desprezada no nosso estudo. Na realidade,
sempre existe uma certa quantidade de linhas de indução saindo do caminho limitado pelo núcleo.
Tem uma indutância de 1 henry (1H), a espira onde, por exemplo, a corrente sofre uma
variação de 1A, de modo que a variação de fluxo seja de 1Wb.
No caso de circuitos que contém bobinas, teremos uma elevada indutância, a qual será ainda
maior quando introduzirmos um núcleo magnético no seu interior. Em função disto, denomina-se
uma bobina de indutor. No caso da introdução de um núcleo magnético no interior de uma bobina,
tem-se um campo magnético indutor H que não muda para uma determinada corrente i, mas
aumenta consideravelmente a indução magnética B, pois B=µ . H, refletindo num aumento
substancial na variação de fluxo.
No caso, então, de solenóides com muitas espiras enroladas em núcleos magnéticos teremos
indutância de valor elevado. Comparando a indutância de um circuito onde temos um condutor
retilíneo com a indutância de um circuito constituído por um condutor enrolado no formato de
espiral (bobina), conclui-se que a indutância no primeiro caso é muito menor do que no segundo.
ε = − L . ∆i / ∆t
Um circuito tem uma indutância de 1H quando, por exemplo, ele se deixa induzir por 1V,
sempre que a corrente variar na razão de 1A por segundo.
∆I ∆I µ . N . ∆I µ . A . N2
Como: L. = ∆φ , teremos: L.. = . A . Logo, obtém-se: L=
N N l l
Comparando a indutância de uma bobina sem núcleo magnético com a indutância de uma
bobina com núcleo magnético, deduziríamos que no primeiro caso (sem núcleo) a indutância seria
muito menor, pois a relutância é muito maior.
Exemplo: Numa bobina houve uma redução de corrente de 100A para 90A num intervalo de tempo
de 1ms e, com isto, gerou-se uma f.e.m. auto-induzida de 20V. Qual é a indutância da bobina?
a) Noções de Indutância-mútua
NA NB
Considerando o desenho ao lado, onde existem duas bobinas
próximas, uma da outra, teremos o fluxo magnético de uma bobina
enlaçando as espiras da outra. Se na bobina A circular uma corrente A B
variável, surgirá um fluxo variável, o qual dará origem a uma f.e.m. (f.e.m.
auto-induzida) na própria bobina e também uma f.e.m. na bobina B (f.e.m.
de mútua-indução), a qual tem um sentido tal que tenta impedir a variação
do fluxo na primeira bobina (segundo Lenz).
Existe um coeficiente, denominado de indutância-mútua que
mede o acoplamento magnético existente entre as duas bobinas. Este
coeficiente depende do número de espiras das duas bobinas e da posição
relativa das bobinas.
Ao lado, temos três casos de acoplamentos magnéticos. No
primeiro, temos duas espiras colocadas perpendicularmente entre si, de
modo que o acoplamento magnético é nulo. No segundo, temos um
acoplamento magnético médio, ou seja, uma determinada quantidade de
fluxo produzido numa espira consegue atingir a outra espira. E no terceiro
caso, temos um acoplamento magnético máximo, pois uma espira está
colocada dentro da outra.
i t = i1 + i 2 ∆i t = ∆i1 + ∆i 2
E ainda: ε =ε =ε
t 1 2
ε .∆t ε . ∆t ε . ∆t
Logo, teremos: ∆i = ∆i1 = ∆i 2 =
Lt L1 L2
ε .∆t =
ε . ∆t +
ε . ∆t
Lt L1 L2
Portanto:
1 1 1
= + + ...
Lt L1 L2
VS 220V VS
110V
QUESTÕES PROPOSTAS
1- Complete as lacunas a seguir, com as expressões aumentar, diminuir ou permanecer:
Considerando um solenóide de ar (núcleo) percorrido por uma corrente de baixa intensidade,
podemos afirmar que:
a)Considerando que um núcleo de ferro de mesmo comprimento do solenóide foi introduzido no
mesmo, a indução magnética B no seu interior irá _______________, sendo que o valor do
campo indutor H irá _______________.
b)Aumentando-se a corrente no solenóide, o valor do campo indutor H irá _______________,
sendo que o valor do fluxo magnético φ no seu interior irá _______________.
4- Considerando-se o ciclo de histerese dos materiais, quais devem ser as características magnéticas
(magnetismo residual e campo indutor coercitivo) do material usado na construção de:
a)ímãs permanentes: MR:_______________; HC: _______________.
b)núcleos de eletroímãs: MR:_______________; HC: _______________.
5- Compare a indutância de um fio reto com a de um fio enrolado. Compare também a indutância
de uma bobina sem núcleo magnético com a indutância de uma bobina com núcleo magnético. E
diga como um resistor de fio possui apenas efeito resistivo (L=0).
PROBLEMAS PROPOSTOS
1- Um solenóide com núcleo de ar possui uma indutância de 8mH, seção transversal de 10cm2 e
500 espiras. Considerando-se que circula por ele uma corrente de 10A, determine o valor da
indução magnética existente no interior do solenóide.
4- Um indutor de 0,15H é percorrido por uma corrente constante de 0,4A. De modo que apareça
nos terminais da bobina uma f.e.m. auto-induzida de 3V, a corrente citada deveria ser anulada
(zerada), em qual intervalo de tempo?
5- A auto-indutância (ou simplesmente indutância) de uma bobina formada por 400 espiras muito
unidas é igual a 8mH. Qual é o valor do fluxo magnético através da bobina quando esta é
percorrida por uma corrente de 5mA?
6- Num enrolamento circula uma corrente de 15A, a qual produz um fluxo magnético de 400µWb.
Sabendo-se que a corrente decresce a zero em 5ms, de modo a induzir uma f.e.m. de 70V,
determine o número de espiras e a indutância da bobina.
LEI DE COULOMB
CAMPO ELÉTRICO
CORRENTE ELÉTRICA
RESISTÊNCIA ELÉTRICA
LEI DE OHM
40 12
200
30 9
120
20 6
70
10 3
30
POTÊNCIA ELÉTRICA
CIRCUITO SÉRIE
CIRCUITO PARALELO
CIRCUITO MISTO
R2
A
- +
GERADORES ELÉTRICOS
10) τ=0,47ms
t(ms) VC VR i(µA)
0 5,0 -5,0 -500
0,2 3,27 -3,27 -326
0,3 2,64 -2,64 -264
0,5 1,73 -1,73 -172
0,8 0,91 -0,91 -91
1,0 0,59 -0,59 -59
1,4 0,29 -0,29 -29
1,8 0,11 -0,11 -11
2,0 0,07 -0,07 -7
2,5 0,02 -0,02 -2,4
3,0 0,008 -0,008 -0,85
t=0,3257ms
11) q=20mC; t=35,84ms 12)t=138,63ms; VR=75V; t=14,66ms
FORÇAS MAGNÉTICAS
INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA
INDUTÂNCIA
VAN VALKENBURG, Nooger & Neville - Eletricidade Básica. Rio de Janeiro: Editora ao Livro
Técnico, 1982.
CIPELLI, Marco e MARKUS Otávio- Circuitos em Corrente Contínua. São Paulo: Érica, 1999.
MÁXIMO, Antônio e ALVARENGA Beatriz - Curso de Física 3. São Paulo: Scipione, 1997.
GONÇALVES, Aurélio Filho e TOSCANO, Carlos - Física e Realidade (volume 3). São Paulo:
Scipione, 1997.
GUERRINI, Délio Pereira - Instalações Elétricas Prediais. São Paulo: Érica, 1990.
GOZZI, Giusepe Giovanni Massimo - Circuitos Magnéticos. São Paulo: Érica, 1996.
ARCIPRETI, Nicolangelo Dell’ e GRANADO, Nelson Vilhena - Física 3. São Paulo: Ática, 1981.
ALBUQUERQUE, Rômulo Oliveira – Circuitos em Corrente Alternada. São Paulo: Érica, 1997.
BOYLESTAD, Robert L.- Introdução á Análise de Circuitos. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2004.
CARO ESTUDANTE DO IF SUL
Este trabalho foi elaborado com a finalidade de orientar o seu estudo na disciplina de
Eletricidade Básica. Ao começar a resolver os exercícios do livro, é natural que, alguns deles,
apresentem um certo grau de complexidade mas, com o desenrolar dos trabalhos, esta complexidade
poderá diminuir de intensidade. É importante que você procure sempre compreender e não,
simplesmente, decorar. A eletricidade não é difícil, apenas requer um pouco mais de estudo.
Portanto, se você deseja êxito no seu trabalho, participe ativamente das aulas.
Às vezes, tornar-se-á necessário que vários exercícios semelhantes sejam resolvidos, para
você tornar-se independente em seus estudos. É fundamental que você reuna conhecimentos básicos
e motivação pelo ensino.
Para que ocorra um efetivo aprendizado, porém é importante a realização de aulas práticas-
demonstrativas no laboratório de eletricidade, pois ouvindo, lendo, presenciando e comprovando a
ocorrência de determinados fenômenos, dificilmente os esquecerá. Você contará, então, com esse
material e um professor interessado em atendê-lo.
A seguir, são dadas algumas instruções que visam a orientar o seu estudo para que você
consiga alcançar um bom rendimento:
l°) Faça uma leitura geral dos textos indicados pelo professor e assinale as passagens que
julgar importantes;
2°) Elabore um resumo, a fim de personalizar sua compreensão;
3°) Procure formar o hábito de estudar periodicamente em casa ou na escola, de modo que
a matéria não se acumule;
4°) Tente resolver os exercícios, utilizando, como recursos, seus próprios conhecimentos,
suas anotações de aula, os textos e exemplos do livro;
5°) Consulte os colegas e não se esqueça do professor como seu orientador.
Elaboração:
Prof. José Luiz Lopes Itturriet
Prof. Mario Luiz Falkenberg Lamas
Editoração Eletrônica:
Maria Cecília Carvalho Amaral
Correção de Português:
Profª Suzana Grala Tust
Capa:
Fickel, Garcez e Tejada
Impressão:
Gráfica do IF SUL
O ANALFABETO POLÍTICO
“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala,,
não participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de
vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do
remédio depende das decisões políticas. O analfabeto é tão burro que se
orgulha e estufa o peito, dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil
que, de sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado,
o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”
Bertold Brecht
ÍNDICE
1. Carga Elétrica - pg. 1
1.1. Cargas positivas e negativas, 1
1.2. Teoria eletrônica da matéria, 2
1.3. Eletrização e ionização, 3
1.4. Condutores e isolantes, 4
1.5. Processos de eletrização, 6
1.6. Eletricidade estática, 8
1.7. Cálculo e determinação da carga elétrica, 9
2. Lei de Coulomb - pg. 16
3. Campo Elétrico (Noções) - pg. 20
3.1. Campos gravitacional e magnético, 20
3.2. Intensidade de Campo Elétrico, 20
3.3. Rigidez dielétrica, 25
3.4. Poder das pontas, 26
3.5. Blindagem eletrostática, 26
4. Diferença de Potencial - pg. 32
4.1. Noções de energia e trabalho, 32
4.2. Diferença de potencial entre dois pontos, 33
4.3. Tipos de tensão e medições, 34
4.4. Potencial elétrico de um ponto, 37
4.5. Movimento de cargas entre dois pontos, 39
4.6. Relação entre campo elétrico uniforme e tensão, 42
4.7. Tensões eletrostáticas, 43
5. Corrente Elétrica - pg. 47
5.1. Conceito, 47
5.2. Intensidade da corrente, 47
5.3. Sentidos da corrente elétrica, 49
5.4. Tipos de corrente elétrica e medições, 49
5.5. Efeitos da corrente elétrica, 53
6. Resistência Elétrica - pg. 61
6.1. Conceito, 61
6.2. Cálculo de resistência elétrica, 61
6.3. Fatores influentes na resistência, 63
6.4. Supercondutividade, 68
6.5. Aterramento, 70
6.6. Resistores, 71
7. Lei de Ohm - pg. 82
7.1. Enunciado, 82
7.2. Condutores ôhmicos, 82
7.3. Condutores não-ôhmicos, 83
8. Potência Elétrica - pg. 88
8.1. Noções de potência elétrica, 88
8.2. Definição de potência elétrica, 89
8.3. Valores nominais, 93
8.4. Fórmulas de potência elétrica, 93
8.5. Efeito Joule, 95
8.6. Transmissão de energia em alta tensão, 97
9. Circuitos Elétricos de CC - pg. 103
9.1. Circuito elétrico simples, 103
9.2. Circuito elétrico série, 105
9.3. Circuito elétrico paralelo, 112
9.4. Circuito elétrico misto, 121
10. Geradores Elétricos - pg. 132
10.1. Tipos de geradores, 132
10.2. Grandezas características de um gerador, 135
10.3. Associação de geradores, 137
10.4. Gráfico tensão x corrente, 138
10.5. Receptores ativos, 140
11. Capacitores - pg. 145
11.1. Capacitância de um capacitor, 145
11.2. Fatores influentes na capacitância, 147
11.3. Carga de um capacitor, 150
11.4. Testes em capacitores, 151
11.5. Associações de capacitores, 156
11.6. Transitórios em circuitos capacitivos, 164
11.7. Tipos de capacitores, 169
12. Magnetismo - pg. 176
12.1. Ímãs, 176
12.2. Teoria de Weber, 178
12.3. Campo magnético, 179
12.4. Vetor indução magnética, 181
13. Forças Magnéticas - pg. 185
13.1. Força sobre carga móvel, 185
13.2. Força sobre condutor retilíneo, 186
13.3. Aplicações práticas de forças magnéticas, 187
14. Campos Magnéticos das Correntes - pg. 192
14.1. Campo magnético de um condutor retilíneo, 192
14.2. Campo magnético de um solenóide, 193
14.3. Eletroímãs, 194
14.4. Aplicações práticas de campos das correntes, 195
15. Indução Eletromagnética - pg. 200
15.1. Força eletromotriz induzida, 200
15.2. Fluxo magnético, 202
15.3. Leis de Faraday e de Lenz, 203
15.4. Aplicações práticas de indução eletromagnética, 206
16. Indutância - pg. 218
16.1. Campo Indutor e Permeabilidade Magnética, 218
16.2. Histerese Magnética, 219
16.3. Circuito Magnético, 221
16.4. Definição de Indutância, 222
16.5. Aplicações práticas de indutância, 225
16.6. Fatores influentes na indutância, 226
16.7. Associações de indutores, 228