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A Presença Da Virgem Maria Na Vida e Na Reforma de Santa Teresa de Jesus
A Presença Da Virgem Maria Na Vida e Na Reforma de Santa Teresa de Jesus
na Vida e na Reforma de
Santa Teresa de Jesus
21 mayo 2023
María del Pilar
INTRODUÇÃO
Peço a Deus e à Virgem que o bem que para mim resultou o facto de
realizar este estudo, o conceda também a quem o leia: sobretudo que cada
leitor vá descobrindo que por esta via lhe cresce o amor à Virgem Maria,
que segue o caminho por onde o Espírito Santo conduziu a Santa Madre e
que mais não é do que viver em profundidade a mariologia tradicional do
Carmelo, que se vai enriquecendo em cada pessoa que vive profundamente
o amor que Cristo teve à sua Mãe.
Teresa de Jesus não escreveu nenhum tratado sobre a Virgem Maria, nem
tentou dar ensinamentos sistemáticos sobre piedade mariana mas nem por
isso deixou de nos mostrar a Virgem nas suas obras: refere-se-lhe cento e
cinquenta vezes de maneira expressa e muitas outras vezes de forma
implícita. Da abundância do seu coração falaram os lábios e sobretudo a
vida, que se poderia definir como um serviço a Nossa Senhora, como se
regozijava de a chamar.
Os seus escritos são expressão fiel do seu íntimo e forte amor para com a
sua Mãe e Padroeira. Tal como ela a amou, assim quis que a amassem os
seus filhos e filhas espirituais e fez quanto pode pela honra e serviço da
Ordem de Maria, na qual o Senhor lhe pedira que fundasse o Mosteiro de
São José, berço da nova reforma, e à qual consagrou o resto da vida. Era o
seu jeito específico de dar glória a Deus e de servir a Igreja.
1.
Teresa e todo o povo fiel acolheram e viveram uma rica influência mariana
animada pelos próprios Papas, como São Pio V. Para tal contribuíram os
estudiosos desse século, com o aprofundamento em mariologia, que deu
consistência e fortaleza à piedade mariana.
A Virgem Maria velava por ela, como afirma o Concílio: «Cuida, com amor
materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham
ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada.» (LG 62).
«Foram poucos os dias que lá passei [na casa de seu tio Pedro de Cepeda].
(…) e com a força que as palavras de Deus deixavam no meu coração,
tanto as que lia como as que ouvia, fui entendendo a verdade de quando
criança: o nada de tudo, a vaidade do mundo. (…) E, apesar de a minha
vontade ainda não estar totalmente voltada para ser religiosa, vi que era o
estado melhor e mais seguro. Deste modo, e pouco a pouco, determinei-me
a fazer o esforço de o seguir.» (V 3, 5).
Embora tenha tido a oposição de seu pai, nem por isso deixou de responder
àquele chamamento, pois era Cristo quem a chamava: «Não fostes vós que
Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi e vos destinei para que vades e deis
fruto e o vosso fruto permaneça» (Jo 15,16). Com uma grande
determinação saiu de casa: «Quando saí da casa de meu pai, senti tal
aperto que, julgo, não o será maior o da hora da morte» (V 4, 1).
1.4. MOSTEIRO DA ENCARNAÇÃO DE ÁVILA
Quando se deu a sua conversão definitiva, prostrada aos pés duma imagem
de Cristo muito chagado: «Pedi-lhe que me fortalecesse de uma vez para
sempre a fim de não mais O ofender. […] Julgo que tirei mais proveito,
porque andava eu já muito desconfiada de mim e toda a minha confiança
estava posta em Deus. (…) E creio que o foi porque melhorei muito a partir
daí« (V 9, 1 e 3).
“Ó meu Jesus, quão belo é ver uma alma que chegou até aqui e, depois de
ter caído nalgum pecado, Vós lhe estendeis novamente a mão e a levantais
por Vossa misericórdia! (…) É aqui que verdadeiramente ela se desfaz e
conhece as Vossas grandezas. (…) É aqui que se faz devota da Rainha do
Céu para que Vos aplaque. É aqui que invoca a ajuda dos Santos que
caíram depois de Vós os terdes chamado.« (V 19, 5).
Esta visão teve nela tanto impacto que a determinou a viver com toda a
radicalidade, deixando qualquer ambiguidade: «Pus-me a pensar o que
poderia fazer por Deus. Sem dúvida que a primeira coisa era seguir o
chamamento que Sua Majestade me fez à Vida Religiosa, guardando a
minha Regra com a maior perfeição que pudesse”. (V 32, 9)
A partir desta decisão começou a pensar que não conseguia viver esta
radicalidade no seu mosteiro por várias razões. Uma delas era que «a
Regra não tinha sido estabelecida no seu primitivo rigor» (V. 32, 9).
A resposta de Deus não se fez esperar, com muito mais interesse da parte
dele que o que ela tinha: «Um dia, depois de comungar, Sua Majestade
insistiu muito para que avançasse com todas as minhas forças. E deixou-me
grandes promessas: o mosteiro iria ser construído e Deus muito servido
nele; que lhe pusesse o nome de S. José, pois uma das portas seria
guardada por ele, a outra por Nossa Senhora e Cristo andaria connosco; o
mosteiro seria uma estrela de grande resplendor…» (V. 32, 11).
Teresa continua a refletir sobre esta mariofania, que seria uma luz em
muitas noites em que viveria a Reforma a si confiada, não somente por
Cristo, mas também pela Virgem Maria: «O que a Rainha dos Anjos me
disse sobre a jurisdição deve-se ao facto de me ter custado muito não a ter
dado à Ordem, mas o Senhor tinha-me dito que era conveniente não lha
dar. Apresentou-me as razões pelas quais não convinha de maneira
nenhuma que o fizesse. » (V. 33, 16).
Paulo, refletindo sobre isto, compreendeu que a Igreja era um ser pessoal.
Expressou-o usando como símbolo o corpo, em que todos os membros
formam o corpo místico de Cristo, de que Ele é a cabeça. Deixou de ser
perseguidor de Cristo, que lhe perdoou, o chamou e o destinou a ser
apóstolo dos gentios e uma coluna forte da Igreja de todos os tempos, que é
fortalecida pela sua intercessão e pelos seus escritos.
Séculos mais tarde, também o Beato Francisco Palau, após alguns anos de
procurar servir a Igreja como um filho à sua mãe necessitada, sobretudo
através da oração de intercessão, compreendeu, por revelação divina, que
a Igreja era um ser pessoal, figurado numa belíssima jovem. Ouviu então de
Deus: «Tu és sacerdote do Altíssimo. (…) A Igreja é a minha filha
muito amada. Nela me comprazo. Dá-lhe a minha bênção.
(…) Quando subia ao púlpito, ouvi a voz do Pai que me disse: ‘Abençoa a
minha amada Filha e a tua Filha…» ( M. Rei. pág. 13-14). Toda a sua vida
se tornou então num serviço à Igreja. O próprio Deus o fazia participar da
Sua paternidade e a ela foi fiel no meio dos maiores sofrimentos e
adversidades.
Também não foi por meditações próprias que Santa Teresa compreendeu
que a Ordem é um ser pessoal, figurado na Virgem Maria. Foi o próprio
Cristo que lho fez compreender: «Antes de entrar no mosteiro, entrei na
igreja para rezar e, quase em arroubamento, vi Cristo que parecia receber-
me com muito amor e me punha na cabeça uma coroa para me agradecer o
que tinha feito por Sua Mãe.» (V. 36, 24). Não foi essa a única vez que
Cristo falou a Santa Teresa a esse respeito. Ao falar da fundação de
Valladolid, de «D. Bernardino de Mendoza, diz: «Nosso Senhor disse-me
que a sua salvação esteve em risco, mas que usara de misericórdia para
com ele, pelo serviço que tinha prestado à Sua Mãe com a doação daquela
casa para um mosteiro da Sua Ordem.» (Fundações 10, 2).
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Não era só por tradição que Santa Teresa sabia que a Ordem da Bem-
Aventurada Virgem do Monte Carmelo era Ordem de Maria, mas porque o
próprio Cristo lho afirmou várias vezes no coração.
«Sem dúvida que a primeira coisa era seguir o chamamento que Sua
Majestade me fez à Vida Religiosa, guardando a minha Regra com a maior
perfeição que pudesse.« (V. 32, 9). E que era isso se não «Viver em
obséquio de Jesus Cristo, e servi-l’O fielmente com o coração puro e reta
consciência» (Regra de Santo Alberto, 2). Ou, como ela definiria
em Caminho de Perfeição: “Determinei-me a fazer este pouquinho que está
ao meu alcance, ou seja, seguir os conselhos evangélicos com toda a
perfeição que eu pudesse e procurar que estas pouquinhas que aqui estão
fizessem o mesmo. Eu confiava na bondade infinita de Deus, que nunca
deixa de ajudar a quem por Ele se determina a deixar tudo.« (Caminho de
Perfeição 1, 2).
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Animada com a promessa de Jesus: «Em teus dias verás muito avançada a
Ordem da Virgem» (CC. 14). No fim da vida confirmou que se tinha
cumprido: «Agora, (…) posso dizer o mesmo que o santo Simeão, pois vi na
Ordem de Nossa Senhora do Carmo o que desejava» (Carta 385). Mas
também não poupou sacrifícios, entregue totalmente à Reforma: «onde
também pretendi se guardasse esta Regra de Nossa Senhora e Imperatriz
com a perfeição primitiva.» (C. 3, 5). Pela Reforma superou as suas
múltiplas doenças, viajando de um lado ao outro de Espanha, fundando um
novo pombalzinho da Virgem, onde o Senhor fosse adorado no Santíssimo
Sacramento e se prestasse culto a Deus, para honra da Virgem, e se orasse
pelos que combatiam por Deus. Por causa da Reforma, perdeu muitas
horas de sono, escrevendo cartas para a ajudar, a confirmar e a alargar.
Para proveito das suas filhas escreveu quase a totalidade dos seus livros:
Santa Teresa, que tinha acolhido tantos vocacionados que desejavam viver
a sua consagração ao Senhor, também os ensinou que servir a Deus na
Ordem do Carmelo era servir a sua Mãe Santíssima. No fim da vida, ao
narrar a fundação de Palencia, põe na boca de todas: «Nós alegramo-nos
por poder servir nalguma coisa Aquela que é nossa Mãe, Senhora e
Padroeira.» (F. 29, 23).
Dois anos mais tarde escreve de novo e volta a pedir-lhe ajuda, em especial
para que mande libertar Frei João da Cruz do cárcere onde está preso, em
Toledo. Dirige-se ao rei, afirmando que se trata de um homem escolhido
pela Virgem para esta causa: «Creio muito firmemente que quis Nossa
Senhora valer-se de Vossa Majestade e tomá-lo como auxílio para remédio
da sua Ordem, e assim não posso deixar de acudir a Vossa Majestade com
os assuntos que lhe dizem respeito.» (Cta. 218, 1).
Em termos semelhantes dirige-se a D. Teotónio de Bragança, agradecendo-
lhe o que fez pelos Descalços: «Parece-me que a Virgem nossa Senhora
tomou Vossa Senhoria para amparo da sua Ordem. Consola-me saber que
o recompensará melhor do que eu lhe saberei pedir, embora eu lho
peça.« (Cta. 79,2).
Santa Teresa estava bem consciente de que a ajuda vinha de Deus, por
intercessão da Virgem Santíssima, mas nem por isso deixa de recomendar
às suas filhas, sendo ela a primeira a fazê-lo: «Ele [o Senhor] também quer
que o agradeçamos às pessoas por intermédio das quais no-lo dá. Que
nisto não haja descuido!» (C. 2, 10). «Portanto, irmãs, temos todas a grande
obrigação de rezar pelo Rei nas nossas orações, bem como por todos os
que ajudaram a causa de nosso Senhor e da Virgem nossa Senhora. Peço-
vo-lo encarecidamente.» (F. 28, 7). Estas orações chegam ao Céu e Deus
não demora em abençoar os que favorecem o estabelecimento do seu
Reino, o seguimento do Evangelho e a honra da Virgem Santíssima,
derramando sobre eles as graças necessárias para viverem santamente e
alcançarem depois a vida eterna. Disso Santa Teresa dá testemunho,
comprovado pela experiência, a própria e a alheia: «O agrado de nosso
Senhor por qualquer serviço que se preste a Sua Mãe é grande; e grande é
a Sua misericórdia.» (F. 10, 5).
«As coisas desta Sagrada Ordem de nossa Senhora» (Cta. 86, 1).
De facto não foi muito difícil: a Virgem aplanou-lhe o caminho. Entrou para
tomar o cargo de Prioresa na Encarnação sentindo-se muito alvoroçada: no
dia seguinte tomaria posse do Priorado e faria a sua apresentação oficial,
que teria lugar no Capítulo.
Teresa de Jesus não deixava de dizer que a Virgem era a Prioresa real e
ela, apenas a sua vigária. Isto dava-lhe muito consolo: vendo que tinha tal
Prioresa no seu lugar não se espantava dos excelentes sucessos daquele
Priorado, visto ser o da própria Mãe de Deus.
Nove anos mais tarde também a insigne Carmelita, Santa Maria Madalena
de Pazzi, que ingressou no Carmelo de Florência no mesmo ano em que
Santa Teresa morreu em Alba de Tormes, teve uma visão com um conteúdo
semelhante a estas duas últimas visões transcritas por Santa Teresa de
Jesus.
Teve esta visão Santa Maria Madalena de Pazzi, aos 5 de Agosto de 1984:
«Eu via que todas as sendas conduziam a um belo jardim que compreendi
ser o paraíso. Uns trilhos chegavam até o centro do jardim, ao qual, a
parecer, davam dignidade e beleza. Entendi que as ditas fontes e árvores
eram os fundadores das religiões, como Santo Agostinho, São Domingos,
São Francisco e outros fundadores (…) Vi que o caminho por onde seguiam
[os Carmelitas]… era muito mais visível do que os outros, mas não concluía
em nenhuma daquelas árvores nem daquelas fontes, mas sim junto da
Rainha e Senhora do Jardim, que é a nossa Mãe, a Virgem Maria, sob cuja
bandeira vivemos…«[11].
Três séculos mais tarde o insigne Carmelita, Beato Francisco Palau, que
sempre tinha tido o veemente desejo de vir a contemplar a sua Amada, a
Igreja, sem sombras nem rugas, tinha clamado ao Céu, suplicando um
pouco mais de tempo de vida para poder deixar em ordem as suas
fundações. Quando chegou o tempo da sua última enfermidade ainda não
tinha podido dispor, por documento público, quem lhe deveria suceder na
direção da Congregação.
Havia em todos os seus filhos e filhas a preocupação sobre quem seria o
novo diretor. Perguntaram-lho e ele respondeu: «Tendes a Virgem do
Carmo, que é vossa Mãe; correi, portanto, para junto dela, que vos acolherá
como Mãe, a mais carinhosa de todas as mães; quanto a diretores, no
segundo dia a seguir à minha morte já se vos terão oferecido três: e assim
aconteceu. Duas horas antes de morrer, pediu aos Irmãos e Irmãs que
orassem por ele, interpondo a ajuda de São José; exortou-os a que se
refugiassem sob o manto protetor da Virgem do Carmo que, sendo sua
Mãe, não os abandonaria«[12].
Santa Teresa, como outros insignes mestres da Ordem, entre eles John de
Baconthorp (+1348) apresenta a Virgem como modelo de todo o Carmelita,
pois na Regra transparentava-se a vida que Maria levou na terra: a sua
obediência, a sua humildade, silêncio, solidão, oração, trabalho, vida de
intimidade com Deus… fala disso às suas monjas: «Que nosso Senhor,
irmãs, nos permita viver a vida como verdadeiras filhas da Virgem Maria e
cumprir o que prometemos» (F. 16, 7).
Convida as suas filhas a manterem sempre este ideal: «… cada uma das
que vierem saiba que recomeça nela esta Regra Primitiva da Virgem Maria
Nossa Senhora, e de maneira nenhuma seja permitido em nada o
relaxamento.» (F. 27, 11).
O hábito
Os Mosteiros
Teresa de Jesus, com grande esforço da sua parte, velou para que a
segunda e a terceira fundações acontecessem no dia da Assunção de
Maria: a de Medina del Campo, em 1567, e a de Valladolid, em 1568.
Seguramente se sentiria feliz que assim fosse, recordando a graça que o
Senhor lhe fez neste dia, anos antes, «num arroubamento [vi] o modo como
Ela subiu ao Céu, bem como a alegria e a solenidade com que foi recebida
(…) Esta visão deixou-me grandes efeitos, pois ajudou-me a ter um maior
desejo de passar grandes trabalhos e de servir muito a esta Senhora, que
bem o merecia”. (V. 39, 26) E agora via tornadas realidade duas novas
fundações naquele seu dia.
Também veio alegrá-la o sonho que lhe explicou uma Irmã que entrou
no convento de Beas: «Entre outras coisas, esta irmã disse-me que uma
noite, (…) se deitou com o desejo de encontrar a Ordem mais perfeita que
houvesse na Terra para nela se fazer freira. Começou a sonhar, e parecia-
lhe que ia por um caminho muito estreito e apertado, com muito perigo de
cair numa espécie de grandes barrancos, quando viu um frade Descalço.
(…) que lhe tinha dito: “Vem comigo, Irmã”, levando-a a uma casa com
muitas freiras, (…) e que a prioresa, tomando-a pela mão, lhe disse: “Filha,
quero que venhas para aqui” e mostrou-lhe a Regra da Ordem e as
Constituições. Quando despertou do sonho, ficou tão contente que lhe
parecia ter estado no Céu, e escreveu o que se lembrava da Regra. Viveu
muito tempo sem dizer nada ao confessor, nem a nenhuma outra pessoa, e
ninguém lhe dizia nada desta Ordem.
Veio por ali um Padre da Companhia de Jesus, que sabia dos seus
desejos (…). Ela mostrou-lhe o papel e disse-lhe que ficaria muito contente
se encontrasse aquela Ordem, pois entraria logo nela. Ele tinha notícia
destes mosteiros e disse-lhe que aquela Regra era a de nossa Senhora do
Carmo. Não a soube esclarecer com muita clareza, mas falou-lhe dos
mosteiros que eu andava a fundar. « (F. 22, 21-22).
As Monjas
Os Frades
Ao Padre Geral, Rúbeo, chama servo da Virgem (Cta. 83, 9). Do Padre
Graciano diz ser súbdito da Virgem (F 23, 8); “Como bom capitão que havia
de ser dos filhos da Virgem Maria” (F. 23, 10) e «se ponha muito em ordem
este rebanho da Virgem» (Cta. 302, 4).
Os Benfeitores
Por fim, “quando estava em Palencia, Deus quis que se fizesse a separação
entre Calçados e Descalços. Estes constituíram-se
em província própria, que era tudo o que desejávamos para nossa paz e
descanso (…) Agora, Calçados e Descalços, estamos todos em paz» (F. 29,
30 e 32).
Outra das graças que recebeu do Senhor para as suas filhas, esperando
«que Deus na Sua bondade nos conceda esta graça, pelos méritos do seu
Filho e da Sua gloriosa Mãe, cujo hábito trazemos« (F. 16, 5), foi a graça de
uma boa morte: «disse-me que tivesse a certeza que haveria de amparar
assim todas as monjas que morressem nestes mosteiros, e que não
temessem as tentações à hora da morte.« (F. 16, 4).
Santa Teresa valoriza muito esta promessa e o cumprimento das outras
duas que a Virgem Maria tinha feito, segundo a tradição: a salvação eterna
e a libertação do Purgatório; agora acrescentava-se o não sofrer tentações
na hora da morte. Por isso, exorta as suas filhas: «Esforcemo-nos
por ser verdadeiras Carmelitas, porque depressa se acaba o dia (…) e
cumprir o que prometemos para alcançarmos de Nosso Senhor
a graça prometida» (F.16, 5 e 7).
CONCLUSÃO
Ao longo dos escritos de Santa Teresa de Jesus fica patente que foi uma
boa aluna no lar familiar, aprendendo a encomendar-se à Virgem Maria
como Mãe e a acorrer a ela nas suas necessidades e a dar testemunho da
sua ação materna face àqueles que se abandonam no seu
regaço: «pois tenho consciência de que encontrei esta Virgem soberana
logo que me encomendei a Ela« (V. 1, 7).
Como prova disso temos Santa Teresa de Jesus que quis cantar em vida, e
continua a cantar na eternidade, as «Misericórdias do Senhor«.
_____________________
C. Caminho de Perfeição
Cta. Cartas
RD Resposta a um Desafio
F. Fundações
M Moradas
CC Contas de Consciência
V Vida
Outras siglas
BIBLIOGRAFÍA
INDICE
INTRODUÇÃO………………………………………………………………………
…………………………..2
CONCLUSÃO………………………………………………………………………
…………………………..28
Notas
[2] Pedro Valpuesta, La Virgen María en Sta. Teresa de Jesús, Rev. Monte
Carmelo. 1981, 184-185.