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Apelação Acácia Gab
Apelação Acácia Gab
ATIVIDADE:
( ) Fórum Modelo ( )Rádio UBM
( X ) Atividade Simulada ( )Projeto de extensão. Qual?
______________________
( ) Visita Monitorada ( )Seminário
( )Programa de Mídia ( )Outros
RELATO DA ATIVIDADE:
BANCO XXG, pessoa jurídica de direito privado, com sede à Av. X, Nº X, Qd. X, Lt. X., inscrita no CNPJ sob
o Nº XXX.XXX.XXX/XXXX-XX, neste ato representada na pessoa de seu (presidente), conforme contrato
social anexo, NOME, nacionalidade, estado civil, inscrito no CPF sob o Nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e
domiciliado à (endereço), por intermédio seu advogado e bastante procurador (documento procuratório anexo),
vem, com fulcro nos arts. 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil, interpor
RECURSO DE APELAÇÃO
I – DOS FATOS
A apelada celebrou com o apelante contrato de empréstimo, no valor de R$ 480.000,00 (quatrocentos e oitenta
mil reais), a ser quitado em 48 parcelas mensais de R$ 10.000,00 (dez mil reais), para aquisição de um
apartamento situado na cidade de Vitória, Espírito Santo, concedendo em garantia, mediante alienação
fiduciária, o referido apartamento, avaliado em R$ 420.000,00 (quatrocentos e vinte mil reais).
Após o pagamento das primeiras 12 parcelas mensais, totalizando R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), a
apelada parou de realizar os pagamentos ao apelante, que iniciou o procedimento de execução extrajudicial da
garantia fiduciária, conforme previsto na Lei nº 9.514/97. A apelada foi intimada e não purgou a mora, e o
imóvel foi a leilão em duas ocasiões, não havendo propostas para sua aquisição, de modo que houve a
consolidação da propriedade do imóvel ao apelante, com a quitação do contrato de financiamento.
A apelada ajuizou, em seguida, ação condenatória em face do apelante, distribuída para a 1ª Vara Cível de
Vitória e autuada sob o nº 001234, sob a alegação de que, somados os valores do imóvel e das parcelas pagas,
o apelante teria recebido R$ 540.000,00 (quinhentos e quarenta mil reais), mais do que o valor concedido a
título de empréstimo. A apelada formulou pedido condenatório pretendendo o recebimento da diferença, ou
seja, R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), assim como postulou a concessão dos benefícios da justiça gratuita,
alegando não possuir condições financeiras para arcar com as custas processuais e os honorários
sucumbenciais.
O apelante, citado, apresentou sua contestação, afirmando que a pretensão não encontraria respaldo jurídico, à
luz do regime previsto na Lei nº 9.514/97, requerendo a improcedência da pretensão. Demonstrou que a
apelada possuiria 4 (quatro) imóveis, além de participação societária em 3 (três) empresas, e condição
financeira apta ao pagamento das custas e dos honorários, requerendo o indeferimento da justiça gratuita à
apelada.
O MM. Juiz concedeu o benefício da justiça gratuita que havia sido postulado na inicial em decisão
interlocutória e, após, julgou procedentes os pedidos, condenando o apelante a restituir o valor de R$
60.000,00 (sessenta mil reais) e a arcar com as custas processuais e os honorários sucumbenciais em 10% do
valor da condenação. A sentença foi publicada em 03/05/2021, segunda-feira.
II – DA TEMPESTIVIDADE.
O presente recurso é tempestivo vez que foi interposto no prazo de 15 (quinze) dias úteis conforme disposição
do art. 1.003, § 5º do Código de Processo Civil. Ora, interposto na presente data (24/05/2021), resta
tempestivo o recurso.
Uma vez não sujeito a recurso de Agravo de Instrumento (Art. 1.015 do CPC), da decisão interlocutória que
deferiu o pedido de gratuidade da justiça caberá apelação conforme disposição do art. 1.009, § 1º do Código de
Processo Civil. Conforme já demonstrado em contestação do processo de origem, a apelada é proprietária de 4
(quatro) imóveis, além de participação societária em 3 (três) empresas, portanto, possuindo condições
necessárias para o pagamento das custas judiciais sem que coloque em risco seu sustento ou o de sua família.
Portanto não deixou comprovada a apelada sua insuficiência de recursos para pagar as custas, conforme
disposição expressa do art. 98 do Código de Processo Civil, devendo o benefício ser revogado, e a parte
apelada arcar com as despesas processuais que tiver deixado de adiantar, conforme ditame processual do art.
100, parágrafo único do Código de Processo Civil.
IV- DO MÉRITO
Quanto ao mérito, com a devida vênia, equivocou-se o magistrado ao julgar procedentes os pedidos da
apelada.
Preceitua a Lei º 9.514/97 em seu art. 26 que vencida e não paga, no todo ou em parte, a dívida e constituído
em mora o fiduciante, consolidar-se-á a propriedade do imóvel em nome do fiduciário. Conforme disposição
posterior do § 1º do supramencionado art., o fiduciante, ou seu representante legal ou procurador regularmente
constituído, será intimado a satisfazer, no prazo de quinze dias, a prestação vencida e as que se vencerem até a
data do pagamento, os juros convencionais, as penalidades e os demais encargos contratuais, os encargos
legais, inclusive tributos, as contribuições condominiais imputáveis ao imóvel, além das despesas de cobrança
e de intimação.
Como se extrai dos fatos, intimada, a apelada não purgou a mora e o imóvel foi a leilão conforme disposição
legal do art. 27 da Lei 9.514/97. Não houve proposta de compras na primeira oportunidade, incidindo a
hipótese do art. 27 § 1º da Lei 9.514/97. Na segunda oportunidade foi tentado o leilão do imóvel, sem
propostas de compra, ocorrendo a circunstância do Art. 27 § 5º, que dispõe que se, no segundo leilão, o maior
lance oferecido não for igual ou superior ao valor do saldo devedor da operação de alienação fiduciária,
considerar-se-á extinta a dívida e exonerado o credor da obrigação de que trata o § 4º. O § 4º retromencionado,
prevê que nos cinco dias que se seguirem à venda do imóvel no leilão, o credor entregará ao devedor o valor
monetário que ultrapassar a dívida.
Diante do exposto, fica clara a incongruência da decisão proferida pelo MM. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível
da Comarca de Vitória/ES ao julgar procedente o pedido da embargada em sede de petição inicial em ação
condenatória.
(TJ-RS - AC: 70083422907 RS, Relator: Mylene Maria Michel, Data de Julgamento: 28/05/2020, Décima
Nona Câmara Cível, Data de Publicação: 03/11/2020)
Portanto, a reforma da decisão proferida, e posterior indeferimento do pedido da embargada é a medida que se
impõe.
Local,
Data,
ADVOGADO ,
OAB,
Nº XX.XXX,