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Disciplina:

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM
SAÚDE DA MULHER
Professora: Enfermeira Aryádna Caroline Lima Damasceno
PRÉ-NATAL
 Fluxograma de pré-natal –
página 55
 Manobras de palpação
 Medida da altura uterina

Entre outros
Após confirmação da gravidez
 A partir desse momento, a gestante deverá
receber as orientações necessárias referentes
ao acompanhamento de pré-natal:
sequência de consultas (mensalmente, se
possível), visitas domiciliares e grupos
educativos.
Deverão ser fornecidos:
-O Cartão da Gestante, com a identificação
preenchida, o número do Cartão Nacional da
Saúde, o hospital de referência para o parto e as
orientações sobre este;
-O calendário de vacinas e suas orientações;
-A solicitação dos exames de rotina;
As orientações sobre a participação nas atividades
educativas (reuniões e visitas domiciliares).
PRÉ-NATAL DE
ALTO RISCO
A CLASSIFICAÇÃO DO PRÉ-NATAL DE
ALTO RISCO OCORRE MEDIANTE A
PROBLEMAS DE SAÚDE PREEXISTENTES
OU QUE SURGEM NO PERÍODO DA
GESTAÇÃO OU GRAVIDEZ GEMELAR

NÃO PODEMOS ESQUECER OS DEMAIS


FATORES DE RISCO (IDADE,
OCUPAÇÃO, ENTRE OUTROS)
A GRAVIDEZ DE ALTO RISCO TEM
POTENCIAIS RISCOS DE COMPLICAÇÕES
 PERDAS PRECOCES OU TARDIAS,
 MÁS FORMAÇÕES,
 TRABALHO DE PARTO PREMATURO

HAS, DM, DOENÇAS REUMATOLÓGICAS,


INFECÇÕES, IDADE INADEQUADA

COMPLICAÇÃO NAS GESTAÇÕES ANTERIORES


FATORES DE RISCO ATUALIZAÇÃO 2022

Idade: <15 e >40


Anemia grave: <7
≥ 160x110
PRINCIPAIS
INTERCORRÊNCIAS
OBSTÉTRICAS
Internações por intercorrências
gestacionais
As intercorrências mais comuns na gravidez são:
- Desvio quanto ao crescimento fetal intrauterino (macrossomia fetal e crescimento intrauterino
restrito)
- número de fetos
- alterações do volume de líquido amniótico
- amniorrexe prematura
- Trabalho de Parto Prematuro (TPP)
- gravidez prolongada
- Pré-eclâmpsia Grave (PEG),
- Eclâmpsia,
- Diabetes Gestacional (DG),
- hemorragias da gestação,
- insuficiência istmocervical,
- Aloimunização
- óbito fetal.
CRESCIMENTO INTRAUTERINO RESTRITO
Ocorre quando o feto possui tamanho menor que o
normal para sua idade gestacional;
CRESCIMENTO INTRAUTERINO RESTRITO
TAMBÉM PODE OCORRER EM GESTAÇÃO
GEMELAR ONDE UM FETO IRÁ CRESCER MAIS
RÁPIDO QUE O OUTRO
 Os conhecidos como gêmeos idênticos, são
cientificamente chamados de monozigóticos.
Isso por conta da fertilização de apenas um
óvulo. Já os gêmeos não idênticos são os
dizigóticos, resultantes da fertilização de dois
óvulos, por dois espermatozóides diferentes.
 Além disso, gestações gemelares podem ser
monocoriônicas ou dicoriônicas (em relação
ao número de placentas), e monoamnióticas
ou diamnióticas (em relação ao número de
bolsas).
Desvio quanto ao crescimento fetal
intrauterino: CRESCIMENTO INTRAUTERINO
RESTRITO
Fatores que influenciam:
Hereditariedade
Déficit de suprimento sanguíneo adequado
Mãe com +35 anos
Mãe com -54 Kg no início do pré-natal
Mãe que não consegue ganhar peso ao decorrer do pré-natal

Intervalo menor que 2 anos entre duas gestações


Álcool, Doença Renal Crônica, Pressão Alta,
Pré-Eclâmpcia, DM antes de engravidar, anemia crônica, doenças cardíacas,
infecção intrauterina, alterações da placenta
MACROSSOMIA FETAL
 Macrossomia é definida como o peso ao
nascimento maior que 4.000 g,
independentemente da idade gestacional e de
variáveis demográficas
Desvio quanto ao crescimento fetal
intrauterino: MACROSSOMIA FETAL
- O RNM é sempre filho de mãe diabética?
A presença de diabetes durante a gestação é um importante fator
prognóstico para a macrossomia fetal.
O excessivo ganho de peso durante a gestação também está associado à
macrossomia fetal, mesmo na ausência de diabetes.
É possível evitar o desenvolvimento da macrossomia fetal durante a
gestação?

A forma de evitar o nascimento de RNM se dá por meio do controle dos


quadros de diabetes gestacional. O controle rigoroso dos níveis de glicemia
em gestantes diabéticas até a trigésima segunda semana de gestação
reduziu de 44% para 11% (p<0,05) a incidência de macrossomia fetal, em
estudo de seguimento 21(B).
Consequencias para o RN ...
ALTERAÇÕES DO VOLUME DE LÍQUIDO AMNIÓTICO
ALTERAÇÕES DO VOLUME DE LÍQUIDO
AMNIÓTICO
 Oligoâmnio: se caracteriza pela redução de líquido amniótico. As principais causas de
oligoâmnio são: hipertensão gestacional de difícil controle, problemas placentários,
uso de determinadas medicações (por exemplo: anti-inflamatórios), desidratação
materna, ruptura prematura das membranas ovulares (“ruptura da bolsa”) ou
problemas nos rins do bebê.

O oligoâmnio pode resultar em problemas no desenvolvimento do bebê, de suas


funções musculares, pulmonares e circulatórias, promovendo um risco aumentado de
sofrimento para o bebê. Muitas vezes, o médico obstetra pode optar por antecipar o
nascimento para evitar potenciais riscos à saúde da criança.

 Polidrâmnio: se caracteriza pelo aumento do líquido amniótico. As principais causas


de polidrâmnio são: diabetes gestacional descompensada, ingestão excessiva de
líquidos durante a gravidez, infecção materna pelo parvovírus B19 ou pelo
citomegalovírus ou problemas no trato digestivo do bebê (por exemplo: atresia de
esôfago).
ALTERAÇÕES DO VOLUME DE LÍQUIDO AMNIÓTICO

 Durante o período gestacional, o líquido amniótico aumenta seu volume, aproximadamente até
a 36.ª ou 37.ª semana chegando até 800 a 1.000 ml. Após o decorrer destas semanas, é normal
que ele vá reduzindo lentamente até o momento do parto. Logo, com o passar das semanas é
necessário que ele apresente os seguintes volumes:

 16º semana – 250 ml;


 28º semana – 800 ml;
 34º semana – 1.000 ml;
 40º semana – 800 ml.

 O aumento do líquido amniótico pode favorecer o aparecimento de algumas complicações


durante a gravidez como crescimento e desenvolvimento fetal excessivo, descolamento da
placenta, parto prematuro, trabalho de parto prolongado e dificuldade respiratória da mulher.
ALTERAÇÕES DO VOLUME DE LÍQUIDO AMNIÓTICO
 Nas situações em que são identificadas doenças maternas,
como no caso do oligoâmnio causado pela hipertensão, por
exemplo, o tratamento é focado na patologia da gestante. É
sugerido ainda que a gestante beba bastante água (mais de 2
litros por dia) e fique de repouso. Nos casos mais extremos,
o médico poderá optar pela internação hospitalar para
controle de infecção e vitalidade fetal ou, até mesmo,
decidir por realizar o parto de maneira prematura.

 Nos casos de polidrâmnio, o médico poderá orientar a


gestante a diminuir a ingestão de líquidos e prescrever
medicações. Existe ainda o procedimento de punção
do líquido amniótico, porém é feito apenas em casos
extremos (casos em que o aumento do líquido amniótico
cause extremo desconforto respiratório para a
gestante). Por isso, o acompanhamento do pré-natal é
extremamente fundamental para a saúde da mãe e do bebê!
AMNIORREXE PREMATURA
 Amniorrexe prematura (RPM) é a rotura das membranas antes do início do trabalho de parto.
Quando este evento ocorre antes de 37 semanas é denominada de amniorrexe prematura pré-
termo (RPPT).

 A amniorrexe prematura a termo complica cerca de 8% das gestações. Nesta situação, 50 %


evoluíram com início do trabalho de parto espontâneo e parto em 33 horas e 95% dos casos em
94 a 107 horas dependendo do uso de ocitocina e prostaglandina.

 Em amniorrexe prematura pré-termo, o período de latência após a rotura da membrana é


inversamente correlacionada com a idade gestacional. Independente da conduta obstétrica, 50%
dos nascimentos ocorrem uma semana após amniorrexe. Estima-se que um quarto a um terço
dos casos de trabalho de parto prematuro (TPP) nos Estados Unidos esteja relacionado à RPPT

 As principais complicações da amniorrexe prematura pré-termo são: • Infecção intra-amniótica


clinicamente evidente (15 – 25%); • Infecção pós-parto (15 - 25%); • Descolamento Prematuro de
Placenta (DPP) (2 – 5%); • Complicações da prematuridade: desconforto respiratório, sepse,
hemorragia intraventricular e enterocolite necrotizante; • Morte fetal por infecção ou acidente
com cordão umbilical (1 – 2%)
Pré Eclâmpsia
 A pré-eclâmpsia é um novo diagnóstico de hipertensão arterial ou da
piora de hipertensão arterial preexistente, que é acompanhada de um
excesso de proteína na urina e que surge após a 20ª semana de
gravidez.
Eclâmpsia
 Eclâmpsia é a ocorrência de convulsões generalizadas e inexplicadas em
mulheres com pré-eclâmpsia. O diagnóstico é feito medindo-se a pressão
arterial e proteínas urinárias e realizando-se testes para avaliar lesões em
órgãos-alvo (p. ex., edema pulmonar, insuficiência hepática ou renal).
 SINTOMAS MAIS COMUNS:
 Convulsões associadas a HAS;
 Dor de cabeça intensa;
 Aumento de peso rápido devido à retenção de líquido;
 Inchaço das mãos e pés e Inchaço da face;
 Sangramento vaginal
 Perda de proteínas pela urina (urina espumosa);
 Zumbidos nos ouvidos;
 Dor de barriga intensa;
 Vômitos;
 Alterações de visão.
Tratamento da Eclâmpsia

A única forma de curar a eclâmpsia é o parto. Nos casos em que a


doença tenha sido diagnosticada, o médico poderá antecipar o
parto, dependendo da fase de gestação. O parto prematuro pode
ocorrer entre 32 e 36 semanas de gravidez, se surgirem sintomas de
risco de vida. No entanto, existem alguns tratamentos de pré-
eclâmpsia que atuam apenas de forma preventiva, ou seja, para
evitar o aparecimento da doença.

Vale ressaltar que é fundamental realizar um acompanhamento pré-


natal adequado para identificar qualquer complicação o mais cedo
possível e iniciar o tratamento o quanto antes.
INSUFICIÊNCIA ISTMOCERVICAL
 A insuficiência istmocervical (IIC) é patologia em que há deficiência
funcional do esfíncter uterino, impossibilitando-o de manter-se
convenientemente fechado até o final da gravidez, determinando
perdas gestacionais recorrentes na forma de abortos tardios ou partos
prematuros.
ALOIMUNIZAÇÃO
 Aloimunização Materno-Fetal ou Aloimunização Rh é uma condição que ocorre quando uma gestante Rh
negativo é exposta a células com sangue Rh positivo e desenvolve anticorpos anti-D. Chamamos isso de
sensibilização materna. O fator Rh é um antígeno (proteína) que pode estar presente no sangue.
SISTEMA ABO
e SISTEMA RH
Doença Hemolítica Perinatal

 O especialista destaca que em uma primeira gravidez de filho com sangue positivo,
não há risco da doença. Isso porque o corpo da mulher vai produzir anticorpos do
tipo IgM, que não alcança o bebê.
 “No entanto, em uma segunda gestação, o organismo já vai produzir anticorpos do
tipo IgG, capaz de atravessar a placenta. Ao chegar no feto, esses anticorpos podem
causar anemia e a criança pode ter icterícia devido ao acúmulo de bilirrubina
(pigmento amarelo liberado na destruição das hemácias), além de diversas outras
complicações, como aborto ou a morte do bebê”

MINISTERIO DA SAUDE, 2023


A ERITROBLASTOSE PODE CAUSAR
NO FETO: SURDEZ, DEFICIENCIA
MENTAL, PARALISIA CERABRAL
ATÉ 72H HORAS APÓS O PARTO
HEMORRAGIAS DA GESTAÇÃO
GRAVIDEZ ECTÓPICA
 De forma simples, gravidez ectópica é a gestação
ocorrida fora do útero, sendo que a localização
mais comum para tal situação são as Trompas de
Falópio, comumente chamada ainda de gravidez
na tuba uterina.
GINECOLOGIA
Especialidade médica que se
dedica ao estudo da fisiologia e
das patologias do corpo da
mulher e de seu aparelho
genital.
OBSTETRÍCIA
Ramo da medicina que se
ocupa da gravidez, o parto e da
evolução da saúde feminina no
período subsequente a ele.
Organização, estrutura e
funcionamento das
unidades de Ginecologia e
Obstetrícia
Organização, estrutura e funcionamento
de uma unidade Ginecológica.
 O que é um consultório ginecológico?
É um estabelecimento dedicado à assistência médica voltada para a saúde da mulher.
Além de consultas, suporta a realização de exames simples, a exemplo da coleta de amostra para o Papanicolau.
Ou até mesmo exames radiológicos como mamografia e ultrassonografia.
Em geral, os atendimentos contemplam temas como:
 Menstruação
 Mudanças da puberdade
 Alterações referentes ao climatério e menopausa
 Recomendações de cuidado e higienização íntima
 Prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (DST)
 Práticas contraceptivas
 Cuidados sexuais
 Orientações sobre gestação
 Rastreio preventivo do câncer de mama
 Solicitação e/ou realização de exames complementares
Organização, estrutura e funcionamento
de uma unidade Ginecológica.
Equipamentos especializados e de boa qualidade, tais como:

 Mesa ginecológica
 Banco giratório hospitalar
 Escada hospitalar.
 Armários
 Suporte
 Perneiras
Organização, estrutura e funcionamento
de uma unidade Obstétrica.
 3.1 Acolhimento: modo de operar os processos de trabalho em saúde, de forma a atender a todos
que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura
capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos usuários.
 3.2 Ambiência: ambientes físico, social, profissional e de relações interpessoais que devem estar
relacionados a um projeto de saúde voltado para a atenção acolhedora, resolutiva e humana.
 3.3 Higienização das mãos: medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a
propagação das infecções relacionadas à assistência. O termo engloba a higienização simples, a
higienização anti-séptica, a fricção anti-séptica e a anti-sepsia cirúrgica das mãos.
 3.4 Humanização da atenção e gestão da saúde: valorização da dimensão subjetiva e social, em
todas as práticas de atenção e de gestão da saúde, fortalecendo o compromisso com os direitos do
cidadão, destacando se o respeito às questões de gênero, etnia, raça,
 orientação sexual e às populações específicas, garantindo o acesso dos usuários às informações
sobre saúde, inclusive sobre os profissionais que cuidam de sua saúde, respeitando o direito a
acompanhamento de pessoas de sua rede social (de livre escolha), e a valorização do trabalho e
dos trabalhadores.
 3.5 Método Canguru: modelo de assistência perinatal voltado para o cuidado humanizado que
reúne estratégias de intervenção biopsico social. Inclui o contato pele-a-pele precoce e crescente,
pelo tempo que a mãe e o bebê entenderem ser prazeroso e suficiente, permitindo uma maior
participação dos pais e da família nos cuidados neonatais.
Organização, estrutura e funcionamento
de uma unidade Obstétrica.
 3.6 Quarto PPP: ambiente com capacidade para 01 (hum) leito e banheiro anexo, destinado à assistência à
mulher durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato (primeira hora após a dequitação).
 3.7 Quarto de alojamento conjunto: ambiente destinado a assistência a puérpera e seu recém nascido, após a
primeira hora de dequitação, com capacidade para 01(hum) ou 02 (dois) leitos e berços, com banheiro anexo,
 3.8 Enfermaria de alojamento conjunto: ambiente destinado a assistência a puérpera e seu recém nascido, após
a primeira hora de dequitação, com capacidade de 03 (três) a 06 (seis) leitos e berços, com banheiro anexo.
 3.9 Profissional legalmente habilitado: profissional com formação superior, inscrito no respectivo Conselho de
Classe, com suas competências atribuídas por Lei.
 3.10 Relatório de transferência: documento que deve acompanhar a paciente e o recém-nascido em caso de
remoção para outro serviço, contendo minimamente a identificação da paciente e do recém nascido, resumo
clínico com dados que justifiquem a transferência e descrição ou cópia de laudos de exames realizados, quando
existentes.
 311 Responsável Técnico - RT: profissional legalmente habilitado, que assume perante a vigilância sanitária a
responsabilidade técnica pelo serviço de saúde.
 3.12 Usuário: compreende tanto a mulher e o recém-nascido, como seu acompanhante, seus familiares,
visitantes (usuários externos), o trabalhador da instituição e o gestor do sistema (usuários internos).
Organização, estrutura e funcionamento
de uma unidade Obstétrica.
 CONDIÇÕES ORGANIZACIONAIS: 1/2

 O Serviço de Atenção Obstétrica e Neonatal com CNPJ próprio deve possuir alvará de
licenciamento atualizado, expedido pela vigilância sanitária local.

Todo Serviço de Atenção Obstétrica e Neonatal com CNPJ próprio deve estar inscrito e
manter seus dados atualizados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES
 O Serviço de Atenção Obstétrica e Neonatal deve contar com infra-estrutura física, recursos
humanos, equipamentos e materiais necessários à operacionalização do serviço, de acordo
com a demanda e modalidade de assistência prestada.

 O Serviço de Atenção Obstétrica e Neonatal deve implantar e manter em funcionamento


comissões, comitês e programas definidos em normas pertinentes, em especial a comissão ou
comitê de análise de óbitos maternos, fetais e neonatais.
Organização, estrutura e funcionamento
de uma unidade Obstétrica.
 CONDIÇÕES ORGANIZACIONAIS: 2/2

 4.7.1 As ocorrências relacionadas à referência e contra-referência devem ser registradas no


prontuário de origem.
 4.7.2 Os procedimentos de referência e contra-referência devem ser acompanhados por
relatório de transferência legível, com identificação e assinatura de profissional legalmente
habilitado, que passará a integrar o prontuário no destino.
 4.8 O Serviço de Atenção Obstétrica e Neonatal deve dispor de normas, protocolos e rotinas
técnicas escritas e atualizadas, de fácil acesso a toda a equipe de saúde.
 4.9 O Serviço de Atenção Obstétrica e Neonatal deve cumprir as normas pertinentes do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
 4.10 O Serviço de Atenção Obstétrica e Neonatal que realiza partos cirúrgicos deve possuir
estrutura e condições técnicas para realização de partos normais sem distócia, conforme
descrito neste Regulamento.
Organização, estrutura e funcionamento
de uma unidade Obstétrica.
 5. INFRA-ESTRUTURA FÍSICA

 5.1 O Serviço de Atenção Obstétrica e Neonatal deve dispor de infra-estrutura física baseada
na proposta assistencial, atribuições, atividades, complexidade, porte, grau de risco, com
ambientes e instalações necessários à assistência e à realização dos procedimentos com
segurança e qualidade.
 5.2 A infra-estrutura física do Serviço de Atenção Obstétrica e Neonatal deve atender aos
requisitos constantes no Anexo II desta Resolução, que alteram os itens referentes à atenção
obstétrica e neonatal da RDC/Anvisa n. 50, de 21 de fevereiro de 2002.
PARTOS
REVISANDO
DIREITOS DA
PARTURIENTE
DIREITO AO ACOMPANHANTE

MINIMIZA O TEMPO DE TRABALHO DE PARTO

MENORES CASOS DE USO DE ANALGESIA

MINIMIZA O Nº DE CASOS DE CESÁREAS


DIREITO À
INFORMAÇÃO

A MULHER DEVE SER


INFORMADA SOBRE OS
PROCEDIMENTOS QUE
PODEM SE TORNAR
NECESSÁRIOS NO MOMENTO
DO PARTO.

ELA DEVE OPTAR POR


QUERER OU NÃO FAZER.
DIREITO A PRIVACIDADE
 “A mulher estava lá, sem
acompanhante, com as pernas
amarradas nas perneiras, uma médica
gritando mandando ela fazer força e
um monte de gente ali assistindo,
olhando prá vagina dela esperando
nascer... o maqueiro, a moça da
limpeza, o rapaz da recepção... todo
mundo aqui já viu um parto. “ Isabel,
Serra (ES). (KONDO et al., 2014b, p. 6).
DIREITO À LIBERDADE DE MOVIMENTAÇÃO E A
FICAR NA POSIÇÃO MAIS CONFORTÁVEL
DIREITO AO ATENDIMENTO
RESPEITOSO

 -”CALA A BOCA E FAZ


FORÇA DIREITO. VOCE
QUER MATAR O SEU
FILHO?”

 -”NA HORA DE FAZER É


BOM, NÉ”
DIREITO AO ATENDIMENTO BASEADO EM
EVIDÊNCIAS
 OCITOCINA USADA SEM DEVIDA
INDICAÇÃO CLÍNICA E DE FORMA
INSEGURA É PREJUDICIAL

 O USO DO “SORINHO”(OCITOCINA
SINTÉNTICA) PARA ACELERAR O PARTO
TORNA AS CONTRAÇÕES MAIS
DOLOROSAS E INTENSAS, O QUE
AUMENTA AS CHANCES DE SOFRIMENTO
FETAL, RUPTURA UTERINA E
HEMORRAGIAS PÓS PARTO.
ASSISTENCIA DE
ENFERMAGEM NO
TRABALHO DE
PARTO
ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM NO
TRABALHO DE PARTO
 Assistência focada nas necessidades da mulher como um todo e não apenas em
procedimentos, normas e rotinas predeterminadas

 Inserção da família como unidade do cuidado

 Valorização da individualidade: subjetividade

 Respeito à cultura: crenças, valores, costumes

 Seguir as normas das Boas Práticas para o Parto Normal, baseadas em evidências:
evitar intervenções desnecessárias e medicalizadas
ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM NO
TRABALHO DE PARTO
 Acolher e apoiar a paciente
em todo o trabalho de parto.
 Monitorar os sinais e
sintomas da evolução do
parto.
 Orientar e oferecer os
métodos não farmacológicos
de alívio da dor.
 Prestar um atendimento
humanizado a paciente e seu
acompanhante.
ASSISTENCIA DE
ENFERMAGEM NO
TRABALHO DE PARTO
 Estabelecer uma relação com a
parturiente seus familiares.
 Informar a parturiente e seus
familiares a progressão do
trabalho de parto.
 Fornecer líquidos leves
conforme prescrição médica.
 Explicar todos os
procedimentos durante o
trabalho de parto.
ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM NO
TRABALHO DE PARTO
 Estimular as técnicas de conforto.
 Ajudar a parturiente a mudar de
posição.
 Orientar a paciente a caminhar,
agachar, ficar semi-sentada, manter-
se em decúbito lateral, auxiliar no
banho de aspersão,
 Auxiliar na analgesia, quando
indicado.
AÇÕES PARA UM PARTO HUMANIZADO
 COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA
 COMBATER A VIOLENCIA A MULHER
 ESTIMULAR NA MULHER SUA FORÇA
 ESTIMULAR O PARTO VERTICALIZADO E
PERMITIR QUE A MULHER ASSUMA A
POSIÇÃO DESEJADA
 ESTIMULAR A DEAMBULAÇÃO
 TORNAR-SE AJUDANTE, A MULHER
DEVE SER ATIVA
 OFERECER DIETA BRANDA E RESTRITA
OUTRAS ALTERNATIVAS:
BOLA SUIÇA
OUTRAS ALTERNATIVAS:
POSIÇÃO VERTICAL
 AUMENTA OXIGENCIO PARA
MÃE E FETO
 AMPLICA A DILATAÇÃO
PERINEAL
 AUMENTA A PASSAGEM DO
SACRO CERCA DE 2CM
 CONTA COM A AJUDA DA
GRAVIDADE
 TORNA A MULHER MAIS
ATIVA
OUTRAS ALTERNATIVAS:
PARTO EM BANHEIRA
OUTRAS ALTERNATIVAS:
PARTO COM A FAMÍLIA
PARTO FELIZ
PARTO FELIZ
DOR NO
PARTO
INÍCIO DO TRABALHO DE PARTO

 DOR NÃO PATOLÓGICA


 DOR VISCERAL: METROSSÍSTOLE (CONTRAÇÃO DO ÚTERO)
 DOR SOMÁTICA: APRESENTAÇÃO

 Durante a dilatação cervical, a dor visceral caracteriza-se por ser mal


localizada, difusa e gera desconforto, enquanto na fase de descida fetal,
segundo estágio do trabalho de parto, a dor somática é intensa, nítida,
contínua e superficial
SOBRE AS DORES:
VARIA EM: INTENSIDADE, LOCALIZAÇÃO
É SUBJETIVA
“... é uma dor que vem pelas costas, vai descendo nas costas, que puxa assim para baixo,
e se a gente não segura sai é tudo...” (D2)

“... a dor é horrível, mas é a melhor coisa, é a realização do sonho de qualquer mulher ter
um filho com dor, cesárea eu não recomendo ...”

“... pra mim a dor de parto não existe, porque já é minha segunda gravidez, e na primeira
eu não tive dor, agora está sendo da mesma forma. A dor de parto para mim é só o início
de uma vida ...”
No início, as
DOR NO PARTO

contrações parecem
cólicas menstruais ou
uma dor nas costas
que vai e vem em
intervalos de 20 a 30
minutos. Aos poucos,
a dor se torna mais
forte e dura mais
tempo. As contrações
também se tornam
mais frequentes, até
que elas vêm em
intervalos de três a
cinco minutos.
Assistência de
enfermagem no PRÉ-
NATAL para alívio da
dor no parto
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL
PARA ALÍVIO DA DOR NO PARTO
 ACOLHIMENTO À GESTANTE E AO
SEU COMPANHEIRO
 APOIO PSICOLÓGICO
ESCLARECIMENTO SOBRE O
TRABALHO DE PARTO E O PARTO
 ESCLARECIMENTO SOBRE O LOCAL
DE PARTO: VISITA À MATERNIDADE
Métodos de
relaxamento para o
alívio da dor no
parto
MEDO -> TENSÃO MENTAL E
TENSÃO MUSCULAR -> INDO
AFETAR O COLO DO UTERO QUE
NÃO IRÁ DILATAR
Assistência de enfermagem no pré-natal
para alívio da dor no parto
 Método de Dick-Read

Este método afirma que ao tratar o medo e a tensão a dor é


amenizada. Desta forma, manter a gestante informada e orientada
sobre as condutas médicas de um parto, ensiná-la sobre técnicas
respiratórias é importante.
ESSA TÉCNICA APONTA A TRÍADE MEDO - TENSÃO - DOR, COMO A
RESPONSÁVEL PELO DESCONFORTO E PELA DOR NO PARTO.

MEDO

DOR TENSÃO
Assistência de enfermagem no pré-natal
para alívio da dor no parto
Método de Bradley

Reafirma o parto como um processo natural.

1. A mulher é estimulada a se movimentar livremente.


2. Ao deitar, é orientada a adotar a posição de Sims.
3. Durante cada contração, a mulher deve fechar os
olhos, relaxar todos os músculos do corpo e respirar lenta
e profundamente.
Assistência de enfermagem no pré-natal
para alívio da dor no parto

Método de Lamaze
-A mulher pode ser
ensinada a substituir suas
reações à dor, ao medo e à
perda de controle, por um
comportamento mais
positivo.
-São combinados os
relaxamentos musculares
controlados e as técnicas
de respiração.
Assistência de enfermagem no pré-natal para alívio da dor no parto
TÉCNICA DE RESPIRAÇÃO
A respiração adequada durante o
trabalho de parto auxilia muito a
diminuir a dor e o estresse. Também
auxilia na ventilação da mãe e do
bebê e no relaxamento físico e
mental.

É muito fisiológico ocorrer uma


hiperventilação no pulmão materno
e isso acaba tensionando alguns
músculos respiratórios causando
fadiga e cansaço na mãe.

*Técnica Lenta e profunda (5 tempos)


*Técnica diafragmática
*Vocalização prolongada em tom único
Técnica Lenta e profunda (5 tempos)
Técnica diafragmática
É uma respiração direcionada ao bebê
Vocalização prolongada em tom único
Métodos não
farmacológicos no
alívio da dor no
parto
PRESENÇA DO ACOMPANHANTE
BANHO DE IMERSÃO
 Redução na
intensidade da dor.
Apresenta mais
benefícios quando
utilizado a partir dos
3cm de dilatação
cervical,
principalmente quando
controlados,
conjuntamente, o
tempo de ruptura das
membranas e a
permanência na água.
Menor taxa de
cesariana. Necessidade
de reestruturação das
maternidades.
BANHO DE CHUVEIRO
A utilização do chuveiro,
deixando a água cair sobre
as costas da gestante
alivia a dor lombar que é
queixa presente em um
terço das pacientes.
O banho morno pode ser o
tradicional banho de
chuveiro ou o banho de
imersão conhecido como
banho de banheira, pode
ser associado a outras
técnicas como a
massagem, bola,
exercícios respiratórios e
exercícios para a pélvis.
Durante o trabalho de parto
a água morna reduz a
sensibilidade dolorosa,
relaxa e acelera o trabalho
de parto.
MASSAGEM
 A massagem, realizada principalmente na
região lombar, é uma método simples, de
baixo custo e seguro para aliviar a dor do
parto. É importante que a pessoa que vá
realizar a massagem, seja uma doula ou o
parceiro da gestante, tenha sido instruído
sobre as melhores formas de massagear no
trabalho de parto. Isso porque o tipo ideal de
massagem varia de acordo com o momento do
trabalho de parto. Além disso, a gestante
deve estar numa posição confortável para
receber a massagem. Nem todas as mulheres
vão querer massagem durante o parto, por
isso é importante ter um feedback da mulher
no momento da massagem para saber se o
método está tendo alguma eficácia para ela.
Cavalinho e deambulação
 A cadeira de balanço ou “cavalinho” é
um método usado no trabalho de parto
que auxilia a gestante na manutenção de
uma posição vertical (sentada).Consiste
em assento com apoio para os braços, o
que favorece uma postura sentada com
as costas inclinadas para frente e
promove balanço pélvico e alongamento
da coluna lombar. Pode ser associado
com a utilização do TENS, massagens,
infravermelho e exercícios respiratórios.
Aromaterapia

 Aromas ajudam
a relaxar e
aliviar a dor do
pré-parto
Musicoterapia
 Estudos apontam que
a música diminui o
nível de ansiedade
das gestantes,
colabora para o
estabelecimento
precoce do vínculo
mãe-bebê, entre
outros efeitos. O
musicoterapeuta é o
profissional que mais
se destaca no uso da
música com as
grávidas e a audição
é o método mais
utilizado nas
intervenções.
ASSISTENCIA DE
ENFERMAGEM
NO PUERPÉRIO
O puerpério compreende
até aproximadamente 45
dias após a saída da
placenta e termina com a
primeira ovulação e o
retorno da menstruação.
ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS
PARTO

VERIFICAR
SSVV(sinais
vitais)

TEMPERATURA
ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS PARTO
-MONITORIZAR A PUÉRPERA
-TODAS AS PACIENTES NO PÓS-PARTO DEVEM RECEBER OCITOCINA PROFILÁTICA (ESSA É A
PRINCIPAL ESTRATÉGIA PARA SE EVITAR O QUADRO HEMORRÁGICO NO PUERPÉRIO.
UTILIZANDO-SE 10U DE OCITOCINA INTRAMUSCULAR NO PÓS-PARTO, PODE-SE REDUZIR EM
50% O NÚMERO DE HEMORRAGIAS PÓS-PARTO (ESPECIALMENTE ÀQUELAS RELACIONADAS À
ATONIA UTERINA)
-DURANTE A ADMISSÃO NA MATERNIDADE, TAMBÉM, É IMPORTANTE ESTRATIFICAR A
GESTANTE EM ALTO, MÉDIO E BAIXO RISCO. NORMALMENTE OS SANGRAMENTOS MAIS
GRAVES OCORREM NAS PACIENTES DE MAIOR RISCO, COMO POR EXEMPLO, PACIENTES
COM ACRETISMO PLACENTÁRIO. CONTUDO, A MAIORIA DOS CASOS OCORRE EM PACIENTES
SEM FATORES DE RISCO EVIDENTES. PARA O GRUPO DE ALTO RISCO É PRECISO ESTAR
PREPARADOS PARA QUADROS DE SANGRAMENTOS IMPORTANTES E, OBVIAMENTE,
AUMENTAR A MONITORIZAÇÃO NESTE GRUPO DE PACIENTES.
ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS PARTO
-Ocitocina pós-parto, (que deve ser utilizada após todos os partos, como profilaxia medicamentosa).
-Atração controlada do cordão umbilical e o clampeamento oportuno do cordão compõe o manejo
ativo clássico.
-monitoramento do tônus uterino nas duas primeiras horas após o parto (que consiste na verificação
do tônus uterino a cada 15 minutos, com massagem uterina gentil, no pós-parto).

*Ressalta-se que a falta de monitoramento no pós-parto é um dos grandes problemas relacionados à


morbimortalidade da hemorragia pós-parto.
Hemorragia Pós Parto
 A hemorragia pós-parto é uma das principais causas de mortalidade e
morbidade materna no mundo. No Brasil ela ocupa a segunda causa de
morte materna, perdendo apenas para os distúrbios hipertensivos. No
mundo, ocorrem 14 milhões de casos de hemorragia pós-parto todos os
anos. Desse grupo, 140 mil mulheres morrem por causa da hemorragia
obstétrica, o que representa uma morte a cada 4 minutos. Dessa forma,
todo profissional de saúde, que trabalha com obstetrícia, terá contato,
em algum momento da sua vida profissional, com casos de hemorragia
pós-parto. Daí a necessidade de estarem preparados para abordar tal
quadro.

A hemorragia pós-parto pode ser definida como a perda sanguínea maior


que 500 ml no pós-parto vaginal ou maior que 1000 ml na cesariana.
Contudo, o mais importante é considerar que qualquer perda sanguínea
capaz de causar instabilidade hemodinâmica deve ser considerada como
um caso de hemorragia pós-parto importante.
PRINCIPAIS CAUSAS DE HEMORRAGIAS
PÓS PARTO:
 ATONIA UTERNIA, RETENÇÃO DE RESTOS
PLACENTÁRIOS, LACERAÇÕES CERVICAIS E
VAGINAIS

 Se durante este período a involução uterina não


se mantém e reaparecer a perda de sangue deve-
se massagear o útero quantas vezes for necessário
•AMAMENTAÇÃO PRECOSE ESTIMULA A
LIBERAÇÃO DE OCITOCINA, O QUE
PROMOVE A INVOLUÇÃO UTERINA,
REDUZINDO O SANGRAMENTO VAGINAL.
• Além de quanto mais precoce for a primeira mamada do bebê, melhor para ele e
para a criação do vínculo com a mãe.
• “Embora, nos primeiros dias, a
produção seja de colostro, não de leite
propriamente dito, a amamentação é
totalmente indicada nesse período”

• A “descida” do leite costuma acontecer


dois ou três dias após o parto, o que
normalmente coincide com a alta
hospitalar. Neste momento, muitas
mães ficam aflitas pelo aumento
excessivo de volume das mamas, o que
pode até dificultar para o bebê
continuar mamando. “Nestes casos, o
indicado é massagear as mamas, de
preferência durante o banho, e retirar
um pouco do leite, para proporcionar
maior maleabilidade da pele e facilitar
a pega para o bebê”
Para a estimativa da perda volêmica
no pós-parto existem diversas
metodologias. Todas com pontos
positivos e negativos. O critério de
escolha no seu serviço dependerá da
sua realidade e treinamento:
Estimativa visual: estimar quanto uma gaze/compressa encharcada pode significar
de perda sanguínea. Essa é uma técnica boa, mas tende a subestimar os grandes
sangramentos, independente da experiência profissional;
AVALIAÇÃO VISUAL CORRESPONDENTE EM VOLUME

Poça de 50 cm de diâmetro 500ml

Poça de 75 cm de diâmetro 1.000ml

Poça de 100 cm de diâmetro 1.500ml

Cama com poça de sangue sobre o lenço Provavelmente menos de 1.000ml

Hemorragia vaginal com sangue fluindo para o chão Provavelmente excede 1.000ml
Pesagem de compressas sujas de sangue: pesa-se o material
utilizado durante o parto, como campo cirúrgico, compressas etc. É
importante lembrar que 1 ml de sangue equivale à
aproximadamente 1grama de peso. Esse é um método mais objetivo
que a estimativa visual, mas exige que a equipe esteja bem
treinada;
Dispositivos coletores: podem ser colocados no pós-parto imediato
e identificam a quantidade de sangue está sendo perdido. Ainda é
uma técnica pouco utilizada no Brasil, apesar de não ser uma
tecnologia cara;
Métodos clínicos: realizado através da detecção dos dados vitais.
Eles são importantes metodologias de estimativa da perda
volêmica, mas vale lembrar que as grávidas vão apresentar
alterações de dados vitais somente quando já ocorreu uma grande
perda sanguínea. Esse marcador é um pouco mais tardio, mas
ainda assim extremamente útil para a equipe. Dentro desse grupo,
tem-se uma tabela de dados vitais (Classificação de Baskett).
Também se pode utilizar o Índice de Choque. Para obter o valor
do Índice de Choque basta dividir a frequência cardíaca materna
(FC) pela pressão arterial sistólica (PAS). Se o resultado for igual
ou maior que 0, 9 (ou ≥1) indica risco de possível transfusão
sanguínea. Transformando isso de uma forma mais prática, toda
vez em que se observar uma frequência cardíaca maior que uma
pressão sistólica em uma paciente com quadro de hemorragia,
provavelmente estamos diante de um quadro importante de
hemorragia, que pode necessitar de transfusão. É necessário ser
extremamente agressivo no tratamento desta paciente.
Para tratar a hemorragia pós parto é importante lembrar-se das causas da hemorragia
pós-parto, através do mnemônico dos 4T´s:
1-Tônus
2-Trauma
3-Tecido
4-Trombina

1- Em uma paciente com atonia uterina, a primeira manobra é a compressão bimanual do útero. Não é
uma massagem, mas sim uma compressão. Ela deve ser mantida enquanto a equipe vai preparando os
medicamentos (Ocitocina).
2- é necessário verificar se há laceração de trajeto e se há necessidade de suturar. Normalmente as
lacerações de primeiro grau não precisam ser suturadas, mas as de segundo grau, diante de um quadro de
hemorragia, merecem uma hemostasia rigorosa.
3- Normalmente aguarda-se 30 minutos para que a placenta desprenda-se do útero. Caso a placenta não
saia após esse período, considera-se retenção placentária, e pode-se tentar a extração manual da
placenta. Deve-se, durante esse procedimento, verificar se existe plano de clivagem entre a parede
uterina e a placenta. Caso não exista, não devemos insistir na sua extração, pois se pode estar diante de
um quadro de acretismo placentário.
4-Trombina – Coagulopatias
É fundamental ter atenção às pacientes com coagulopatia (Ou àquelas em uso de medicações tais como
ácido acetilsalicílico (AAS), heparina ou que tenham Síndrome HELLP na pré-eclâmpsia). É necessário
tratar essas pacientes de forma específica.
Controles maternos pela enfermagem
 verificação diária do estado físico geral da puérpera quanto a:

sinais vitais: pulso, P.A, temperatura, estado das mucosas,


hidratação;
Ligeiro aumento da temperatura axilar(36,8º - 37,9º) e calafrios
nas primeiras 24 horas sem necessariamente ser um processo
infeccioso, mas exige atenção

A temperatura deve manter-se abaixo de 38. Quando há turgência


mamária ou proliferação de germes na vagina a temperatura
eleva-se
Observar e anotar eliminações de urina
e fezes
 Hemorroidas podem estar agravadas
devido ao esforço causando
desconforto e impedindo bons
esvaziamento intestinal
 Podem ocorrer traumas na uretra
ocasionando desconforto na micção e
retenção urinária
 Em cesárias soma-se o íleo paralítico
pela manipulação da cavidade
abdominal
Membros inferiores
 pesquisar sinais de trombose
venosa profunda, relato de Dores
em MMII e edema súbito.
Identificar o aparecimento de
sinais e logísticos
Lóquios são denominados as perdas de sangue, muco e tecidos do interior do útero durante o
período puerperal. Cedo no puerpério, a descamação da decídua e o sangramento resultam em
corrimento vaginal de quantidade variável, chamado de lóquio.
DECLARAÇÃO DE
NASCIDO VIVO
PODE SER FEITA
PELO TÉCNICO
A atenção à mulher e ao recém-nascido (RN) no
pós-parto imediato e nas primeiras semanas após
o parto é fundamental para a saúde materna e
neonatal.

Recomenda-se uma visita domiciliar na primeira


semana após a alta do bebê. Caso o RN tenha sido
classificado como de risco, essa visita deverá
acontecer nos primeiros 3 dias após a alta.

O retorno da mulher e do recém-nascido ao


serviço de saúde, de 7 a 10 dias após o parto,
deve ser incentivado desde o pré-natal, na
maternidade e pelos agentes comunitários de
saúde na visita domiciliar.
QUAL A IMPORTÂNCIA DA ASSISTENCIA DE
ENFERMAGEM/MÉDICA NO PUERPÉRIO?
Uma vez que boa parte das situações
de morbidade e mortalidade materna
e neonatal acontecem na primeira
semana após o parto, o retorno da
mulher e do recém-nascido ao serviço
de saúde deve acontecer logo nesse
período. Os profissionais e os serviços
devem estar atentos e preparados
para aproveitar a oportunidade de
contato com a mulher e o recém-
nascido na primeira semana após o
parto para instituir todo o cuidado
previsto para a “Primeira Semana de
Saúde Integral”.
Objetivos:

• Avaliar o estado de saúde da


mulher e do recém-nascido;
• Orientar e apoiar a família para a
amamentação;
• Orientar os cuidados básicos com o
recém-nascido;
• Avaliar interação da mãe com o
recém-nascido;
• Identificar situações de risco ou
intercorrências e conduzi-las;
• Orientar o planejamento familiar
AÇÕES EM RELAÇÃO À PUÉRPERA
Anamnese

Verificar o cartão da gestante ou perguntar à mulher sobre:

• Condições da gestação;
• Condições do atendimento ao parto e ao recém-nascido;
• Dados do parto (data; tipo de parto; se cesárea, qual a
indicação);
• Avaliar estado emocional
• Se houve alguma intercorrência na gestação, no parto ou
no pós-parto (febre, hemorragia, hipertensão, diabetes,
convulsões, sensibilização Rh);
• Se recebeu aconselhamento e realizou testagem para
sífilis ou HIV durante a gestação e/ou parto;
• Uso de medicamentos (ferro, ácido fólico, vitamina A,
outros).
AÇÕES EM RELAÇÃO À PUÉRPERA
Perguntar como se sente e indagar sobre:

• Aleitamento (freqüência das mamadas – dia e noite –


, dificuldades na amamentação, satisfação do RN com
as mamadas, condições das mamas);
• Alimentação, sono, atividades;
• Dor, fluxo vaginal, sangramento, queixas urinárias,
febre;
• Planejamento familiar (desejo de ter mais filhos,
desejo de usar método contraceptivo, métodos já
utilizados, método de preferência);
• Condições psicoemocionais (estado de humor,
preocupações, desânimo, fadiga, outros);
• Condições sociais (pessoas de apoio, enxoval do
bebê, condições para atendimento de necessidades
básicas).
AÇÕES EM RELAÇÃO À PUÉRPERA
Avaliação clínico-ginecológica:

• Verificar dados vitais;


• Avaliar o estado psíquico da mulher;
• Observar estado geral: pele, mucosas, presença de edema, cicatriz (parto normal com episiotomia ou
laceração/cesárea) e membros inferiores;
• Examinar mamas, verificando a presença de ingurgitamento, sinais inflamatórios, infecciosos ou cicatrizes que
dificultem a amamentação;
• Examinar abdômen, verificando a condição do útero e se há dor à palpação;
• Examinar períneo e genitais externos (verificar sinais de infecção, presença e características de lóquios);
• Verificar possíveis intercorrências: alterações emocionais, hipertensão, febre, dor em baixo-ventre ou nas mamas,
presença de corrimento com odor fétido, sangramentos intensos. No caso de detecção de alguma dessas alterações,
solicitar avaliação médica imediata, caso o atendimento esteja sendo feito por outro profissional da equipe;
• Observar formação do vínculo entre mãe e filho;
• Observar e avaliar a mamada para garantia do adequado posicionamento e pega da aréola. O posicionamento errado do
bebê, além de dificultar a sucção, comprometendo a quantidade de leite ingerido, é uma das causas mais freqüentes de
problemas nos mamilos. Em caso de ingurgitamento mamário, mais comum entre o terceiro e o quinto dia pós-parto,
orientar quanto à ordenha manual, armazenamento e doação do leite excedente a um Banco de Leite Humano (caso haja
na região);
• Identificar problemas/necessidades da mulher e do recém-nascido, com base na avaliação realizada.
Condutas AÇÕES EM RELAÇÃO À PUÉRPERA
• Orientar sobre:
– higiene, alimentação, atividades físicas;
– atividade sexual, informando sobre prevenção de DST/Aids;
– cuidado com as mamas, reforçando a orientação sobre o aleitamento (considerando a situação das mulheres que não puderem amamentar);
– cuidados com o recém-nascido; – direitos da mulher (direitos reprodutivos, sociais e trabalhistas).
• Orientar sobre planejamento familiar e ativação de método contraceptivo, se for o caso:
– informação geral sobre os métodos que podem ser utilizados no pósparto;
– explicação de como funciona o método da LAM (amenorréia da lactação);
– se a mulher não deseja, ou não pode, usar a LAM, ajudar na escolha de outro método;
– disponibilização do método escolhido pela mulher com instruções para o uso, o que deve ser feito se este apresentar efeitos adversos e
instruções para o seguimento.
• Aplicar vacinas, dupla tipo adulto e tríplice viral, se necessário;
• Oferecer teste anti-HIV e VDRL, com aconselhamento pré e pós-teste, para as puérperas não aconselhadas e testadas durante a gravidez e o
parto;
• Prescrever suplementação de ferro: 40 mg/dia de ferro elementar, até três meses após o parto, para mulheres sem anemia diagnosticada;
• Tratar possíveis intercorrências;
• Registrar informações em prontuário;
• Agendar consulta de puerpério até 42 dias após o parto.
AÇÕES EM RELAÇÃO AO
RECÉM-NASCIDO
AÇÕES EM RELAÇÃO AO RECÉM-NASCIDO

Na primeira consulta:

• Verificar a existência da Caderneta de Saúde da


Criança e, caso não haja, providenciar abertura
imediata;
• Verificar se a Caderneta de Saúde da Criança está
preenchida com os dados da maternidade. Caso não
esteja, procurar verificar se há alguma informação
sobre o peso, comprimento, apgar, idade gestacional e
condições de vitalidade;
• Verificar as condições de alta da mulher e do RN;
AÇÕES EM RELAÇÃO AO RECÉM-NASCIDO
• Observar e orientar a mamada reforçando as orientações
dadas durante o prénatal e na maternidade, destacando a
necessidade de aleitamento materno exclusivo até o sexto
mês de vida do bebê, não havendo necessidade de oferecer
água, chá, ou qualquer outro alimento;
• Observar e avaliar a mamada para garantia de adequado
posicionamento e pega da aréola;
• Observar a criança no geral: peso, postura, atividade
espontânea, padrão respiratório, estado de hidratação,
eliminações e aleitamento materno, ectoscopia,
características da pele (presença de palidez, icterícia e
cianose), crânio, orelhas, olhos, nariz, boca, pescoço, tórax,
abdômen (condições do coto umbilical), genitália,
extremidades e coluna vertebral. Caso seja detectada
alguma alteração, solicitar avaliação médica imediatamente;
Na primeira consulta: AÇÕES EM RELAÇÃO AO RECÉM-NASCIDO
• Identificar o RN de risco ao nascer Critérios principais:
– Baixo peso ao nascer (menor que 2.500 g)
– Recém-nascidos que tenham ficado internados por intercorrências após o nascimento
– História de morte de criança < 5 anos na família
– RN de mãe HIV positivo Critérios associados: Dois ou mais dos critérios abaixo:
– Família residente em área de risco
– RN de mãe adolescente
– RN de mãe analfabeta
– RN de mãe portadora de deficiência ou distúrbio psiquiátrico ou drogadição que impeça o cuidado da criança
– RN de família sem fonte de renda
– RN manifestamente indesejado
Obs.: caso sejam identificados alguns desses critérios, solicitar avaliação médica imediatamente.

• Realizar o teste do pezinho e registrar o resultado na caderneta da criança;

• Verificar se foram aplicadas, na maternidade, as vacinas BCG e de hepatite B. Caso não tenham sido, aplicá-las na unidade e registrá-las no prontuário e na Caderneta
de Saúde da Criança.

• Agendar as próximas consultas de acordo com o calendário previsto para seguimento da criança: 2º; 4º; 6º; 9º; 12; 18 e 24º mês de vida.
DIFICULDADES COM O ALEITAMENTO NO PERÍODO
PUERPERAL
Nas conversas com as gestantes, é recomendável orientar sobre a prevenção de situações de dificuldade somente se esses
assuntos forem citados por elas.
1. Pega incorreta do mamilo: A pega incorreta da região mamilo-areolar faz com que a criança não consiga retirar leite
suficiente, levando a agitação e choro. A pega errada, só no mamilo, provoca dor e fissuras e faz com que a mãe fique
tensa, ansiosa e perca a autoconfiança, acreditando que o seu leite seja insuficiente e/ou fraco.

2. Fissuras (rachaduras): Habitualmente, as fissuras ocorrem quando a amamentação é praticada com o bebê posicionado
errado ou quando a pega está incorreta. Manter as mamas secas, não usar sabonetes, cremes ou pomadas, também ajuda na
prevenção. Recomenda-se tratar as fissuras com o leite materno do fim das mamadas, banho de sol e correção da posição e
da pega.

3. Mamas ingurgitadas: Acontecem, habitualmente, na maioria das mulheres, do terceiro ao quinto dia após o parto. As
mamas ingurgitadas são dolorosas, edemaciadas (pele brilhante), às vezes, avermelhadas e a mulher pode ter febre. Para
evitar ingurgitamento, a pega e a posição para amamentação devem estar adequadas e, quando houver produção de leite
superior à demanda, as mamas devem ser ordenhadas manualmente. Sempre que a mama estiver ingurgitada, a expressão
manual do leite deve ser realizada para facilitar a pega e evitar fissuras. O ingurgitamento mamário é transitório e
desaparece entre 24 e 48 horas.

1. Mastite: É um processo inflamatório ou infeccioso que pode ocorrer na mama lactante, habitualmente a partir da segunda
semana após o parto. Geralmente, é unilateral e pode ser conseqüente a um ingurgitamento indevidamente tratado. Essa
situação exige avaliação médica para o estabelecimento do tratamento medicamentoso apropriado. A amamentação na
mama afetada deve ser mantida, sempre que possível e, quando necessário, a pega e a posição devem ser corrigidas.

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