Professional Documents
Culture Documents
Analise Alimentos
Analise Alimentos
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Dr. Jade Varaschim Link
L756a
ISBN 978-65-5663-044-1
CDD 664.07
Impresso por:
Apresentação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Análise de Alimentos,
uma disciplina muito importante nas áreas da Ciência e Tecnologia de alimen-
tos, Engenharia de Alimentos, Nutrição, Biomedicina, Farmácia, entre outras.
A Análise de Alimentos é utilizada na caracterização de alimentos in natura e
processados, no controle de qualidade, no processo de fabricação, durante a es-
tocagem dos alimentos, entre outros.
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
UNI
IV
V
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo.
VI
Sumário
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE ALIMENTOS........................................................1
VII
TÓPICO 2 – CARBOIDRATOS E FIBRAS..........................................................................................93
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................93
2 CARBOIDRATOS..................................................................................................................................93
3 MÉTODOS DE ANÁLISE DE CARBOIDRATOS........................................................................105
4 FIBRAS...................................................................................................................................................109
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................112
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................113
TÓPICO 3 – LIPÍDEOS..........................................................................................................................115
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................115
2 LIPÍDEOS..............................................................................................................................................115
3 MÉTODOS DE ANÁLISE DE LIPÍDEOS.......................................................................................122
4 MÉTODOS DE ANÁLISE DE ÓLEOS E GORDURAS...............................................................126
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................130
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................133
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................135
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................206
VIII
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À
ANÁLISE DE ALIMENTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de estudos está dividida em três tópicos. Ao longo de cada um
deles você encontrará sugestões e dicas que visam potencializar os temas
abordados e ao final de cada um, estão disponíveis resumos e autoatividades
para fixar os temas estudados.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
A BROMATOLOGIA E OS ALIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Neste momento, você está iniciando seus estudos da dis-
ciplina Análise de Alimentos. Iniciaremos o primeiro tópico da Unidade 1 deste
livro didático apresentando um breve histórico a respeito da ciência dos alimen-
tos, o conceito e aplicação da bromatologia e da análise de alimentos.
Bons estudos!
2 BROMATOLOGIA
Acadêmico, antes de definirmos bromatologia e focarmos nosso estudo na
análise de alimentos, analisaremos um breve histórico a respeito da ciência dos ali-
mentos. A ciência dos alimentos teve seu início a partir da segunda metade do século
XIX, no entanto, desde as primeiras sociedades, sempre se teve a preocupação de ter
cadeias de suprimento de alimentos suficientes e satisfatórias. A proteção do consu-
midor contra adulterações e falsificações de alimentos representa uma das primeiras
formas de regulação dos governos das atividades comerciais, sendo que regulações
desta natureza existiram no Egito, China, Grécia, Roma, entre outros (ITAL, 2018).
3
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE ALIMENTOS
• Análise sensorial.
• Bioquímica de alimentos.
• Biotecnologia de alimentos.
• Embalagens de alimentos.
• Engenharia de alimentos.
• Garantia de qualidade.
• Microbiologia de alimentos.
• Nanotecnologia.
• Nutrição.
• Química de alimentos.
• Segurança de Alimentos.
• Toxicologia.
DICAS
4
TÓPICO 1 | A BROMATOLOGIA E OS ALIMENTOS
5
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE ALIMENTOS
Neste sentido, segundo Cecchi (2003), pode-se destacar três áreas de apli-
cação da análise de alimentos: a indústria, as universidades, institutos de pesqui-
sa e os órgãos governamentais. Segundo o autor, nas indústrias, os fabricantes de
alimentos realizam um controle de qualidade rigoroso, tanto na matéria-prima que
irão utilizar quanto no produto final processado. A matéria-prima é comprada e o
pagamento é realizado de acordo com as análises realizadas no recebimento. Já o
produto processado deve possuir qualidade e uniformidade antes de ser colocado à
venda, sendo necessário um controle analítico nas fases de processamento e do pro-
duto final processado. Além disso, as indústrias de alimentos investem em pesquisa
e desenvolvimento de novos produtos, processos e no melhoramento de produtos já
existentes, sendo necessários vários processos analíticos nestas etapas.
6
TÓPICO 1 | A BROMATOLOGIA E OS ALIMENTOS
7
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE ALIMENTOS
DICAS
3.1 MACRONUTRIENTES
Acadêmico, de acordo com Recine e Radaelli (2018), os macronutrientes
são os nutrientes dos quais o organismo precisa em grandes quantidades e que
são amplamente encontrados nos alimentos. São os carboidratos, as gorduras e
as proteínas. Neste primeiro momento, conheceremos esses nutrientes de modo
geral, visto que no decorrer dos estudos da disciplina abordaremos cada um de-
les de maneira mais aprofundada e específica.
8
TÓPICO 1 | A BROMATOLOGIA E OS ALIMENTOS
3.1.1 Carboidratos
Os carboidratos são nutrientes que fornecem energia para o nosso orga-
nismo. A ingestão de carboidratos evita que as proteínas dos tecidos sejam usa-
das para o fornecimento de energia. Quando isso ocorre, há comprometimento
do crescimento e reparo dos tecidos, que são as funções importantes das proteí-
nas (RECINE; RADAELLI, 2018).
3.1.2 Gorduras
As gorduras, ou lipídeos, são uns dos principais fornecedores de energia,
juntamente com os carboidratos. Esses nutrientes são responsáveis por proteger
os órgãos contra lesões, manter a temperatura do corpo, ajudar na absorção de
algumas vitaminas (A, D, E e K) e produzir uma sensação de saciedade depois
das refeições. As gorduras podem ser tanto de origem animal quanto vegetal. As
gorduras de origem animal, de maneira geral, são sólidas à temperatura ambien-
te e as gorduras de origem vegetal são líquidas (RECINE; RADAELLI, 2018).
9
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE ALIMENTOS
3.1.3 Proteínas
Segundo Recine e Radaelli (2018), as proteínas são componentes necessários
para o crescimento, construção e reparação dos tecidos do nosso corpo. Elas entram
na composição de qualquer célula, sejam células nervosas no cérebro, células sanguí-
neas (hemácias), células dos músculos, coração, fígado, das glândulas produtoras de
hormônio, entre outras. Segundo os autores, as proteínas fazem parte da composição
dos anticorpos do sistema imunológico corporal, participam ativamente de inúmeros
processos metabólicos e de muitas outras funções do corpo. Além disso, quando ne-
cessário, as proteínas são convertidas em glicose para fornecer energia.
10
TÓPICO 1 | A BROMATOLOGIA E OS ALIMENTOS
3.2 MICRONUTRIENTES
Acadêmico, diferentemente dos macronutrientes, existem nutrientes que
não precisamos absorver em grandes quantidades, embora sejam muito impor-
tantes para o bom funcionamento de nosso organismo. São os micronutrientes,
encontrados em concentrações pequenas nos alimentos. Existem dois tipos de
micronutrientes: as vitaminas e os minerais (RECINE; RADAELLI, 2018).
3.2.1 Vitaminas
De acordo com Recine e Radaelli (2018), as vitaminas são encontradas nas
frutas, hortaliças e em alimentos de origem animal. Elas são importantes na regula-
ção das funções do organismo, ou seja, são indispensáveis para o seu bom funciona-
mento, contribuindo para o fortalecimento do nosso corpo e evitando gripes frequen-
tes e outras doenças. Por isso, são essenciais para ajudar as proteínas a construir e/ou
manter os tecidos e os processos metabólicos.
11
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE ALIMENTOS
12
TÓPICO 1 | A BROMATOLOGIA E OS ALIMENTOS
3.2.2 Minerais
Acadêmico, os minerais podem ser encontrados nos alimentos de origem
animal e vegetal. Segundo Recine e Radaelli (2018), as melhores fontes alimentares
são aquelas nas quais os minerais estão presentes em maior quantidade e são me-
lhores absorvidos pelo organismo, ou seja, quando são melhor aproveitados. Se-
gundo os autores, os minerais são indispensáveis para regular as funções do nosso
organismo e compor a estrutura dos nossos ossos e dentes, sendo que o cálcio é o
principal responsável por essa função e pode ser encontrado em maior quantidade
nos leites e derivados.
13
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE ALIMENTOS
Recine e Radaelli (2018) ainda destacam que as fibras podem ser classifi-
cadas em solúveis e insolúveis. As fibras solúveis dissolvem-se na água e tornam-
-se viscosas. Já as fibras insolúveis não se dissolvem nem com a mastigação e a
maior parte passa inalterada através do tubo digestivo. As fibras solúveis ajudam
a diminuir o colesterol, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares e podem
ser encontradas na aveia, no feijão e nas frutas. Tanto as fibras solúveis quanto as
insolúveis podem ser encontradas nas frutas, principalmente com a casca e/ou o
bagaço, e nos vegetais folhosos, preferencialmente crus. Também são fontes desses
componentes os grãos e cereais integrais.
14
TÓPICO 1 | A BROMATOLOGIA E OS ALIMENTOS
Por fim, acadêmico, não podemos deixar de destacar a água, visto que é
muito importante para o nosso organismo, sendo responsável por cerca de 70%
do nosso peso corporal. Segundo Recine e Radaelli (2018), a água possui inúme-
ras funções fundamentais para o nosso organismo:
15
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE ALIMENTOS
• Alimentos construtores
• Alimentos energéticos
16
TÓPICO 1 | A BROMATOLOGIA E OS ALIMENTOS
• Alimentos reguladores
17
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE ALIMENTOS
18
TÓPICO 1 | A BROMATOLOGIA E OS ALIMENTOS
19
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE ALIMENTOS
20
TÓPICO 1 | A BROMATOLOGIA E OS ALIMENTOS
A pirâmide dos alimentos original foi desenvolvida com base nas recomen-
dações para pessoas adultas, ou seja, para indivíduos de 20 a 70 anos de idade. Pos-
teriormente, a pirâmide foi adaptada para as necessidades de crianças (2 a 10 anos),
adolescentes (10 a 19 anos) e idosos (maiores de 70 anos). Os grupos de alimentos
têm a mesma divisão em todas as pirâmides, independente da faixa etária. Os prin-
cípios de variedade, moderação e equilíbrio também são iguais em todas elas. No
entanto, o número de porções varia e, consequentemente, as necessidades energé-
ticas e nutritivas indicadas para cada idade. Assim, as recomendações gerais para
os adultos servem para todas as outras faixas etárias, sendo apenas adaptadas às
particularidades existentes em cada período da vida (RECINE; RADAELLI, 2018).
21
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os alimentos são todas as substâncias sólidas e líquidas que são degradadas e de-
pois utilizadas para formar e/ou manter os tecidos do corpo, regular processos
orgânicos e fornecer energia.
• Os nutrientes são todas as substâncias químicas que fazem parte dos alimentos e que
são absorvidas pelo organismo, sendo indispensáveis para o seu funcionamento.
22
• Os alimentos podem ser classificados em construtores, energéticos ou reguladores.
O grupo dos alimentos construtores é o grupo de alimentos fontes de proteínas.
O grupo dos alimentos energéticos é o grupo de alimentos fontes de carboidratos
e lipídeos. O grupo dos alimentos reguladores é o grupo de alimentos fontes de
vitaminas, minerais, fibras e água.
23
AUTOATIVIDADE
I- Construtores.
II- Energéticos.
III- Reguladores.
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no tópico anterior compreendemos o conceito e aplicação da
bromatologia e da análise de alimentos e aprendemos os conceitos fundamentais
que envolvem os alimentos e sua composição. Além disso, estudamos que os
alimentos podem ser divididos em diferentes grupos (construtores, energéticos
ou reguladores) e conhecemos a pirâmide dos alimentos.
Bons estudos!
2 MÉTODOS DE ANÁLISE
Acadêmico, na análise de alimentos o principal objetivo é determinar um
componente específico do alimento ou vários componentes, como no caso da de-
terminação da composição centesimal (CECCHI, 2003). Como mencionamos no
tópico anterior, esses componentes centesimais são os componentes presentes em
maiores quantidades nos alimentos, ou seja, que estão presentes nos alimentos em
concentração maior que 1% (BOLZAN, 2013).
25
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
Neste contexto, podemos destacar que existem dois tipos básicos de mé-
todos em análise de alimentos: métodos convencionais e métodos instrumentais
(Figura 2). Os métodos convencionais são aqueles que não carecem de nenhum
equipamento sofisticado, ou seja, utilizam apenas a vidraria e reagentes e geral-
mente são utilizados em gravimetria e volumetria. Já os métodos instrumentais
são realizados em equipamentos eletrônicos mais sofisticados (CECCHI, 2003).
De acordo com Cecchi (2003), sempre que possível, são utilizados os mé-
todos instrumentais. De acordo com o autor, os métodos convencionais só são
empregados em determinadas situações, como:
27
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
ATENCAO
28
TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ANÁLISE E AMOSTRAGEM
têm sido utilizadas incluem os raios γ, os raios X, ultravioleta (UV), visível, infraver-
melho, micro-ondas e radiofrequência (RF) (SKOOG et al., 2006). Segundo Skoog et al.
(2006), o uso corrente amplia mais ainda o significado da espectroscopia de forma a
incluir técnicas que não envolvem o uso de radiação eletromagnética, como a espec-
troscopia acústica, de massas e de elétrons. Além disso, os métodos espectroscópicos
têm fornecido talvez as ferramentas mais utilizadas para a explicação de estruturas
moleculares, bem como na determinação qualitativa e quantitativa de compostos or-
gânicos e inorgânicos.
29
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
• Exatidão desejada
• Recursos disponíveis
30
TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ANÁLISE E AMOSTRAGEM
31
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
Diante deste contexto, Cecchi (2003) destaca que os resultados de uma aná-
lise quantitativa só terão o valor esperado na medida, se a porção do material sub-
metida a análise for representativa da composição média do material em estudo. A
quantidade do material tomado para a realização da análise é relativamente peque-
na em comparação com a totalidade do material em estudo. Assim, segundo Cecchi
(2003), deve-se considerar os seguintes fatores para fazer uma amostragem:
32
TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ANÁLISE E AMOSTRAGEM
A amostra bruta deve ser uma cópia fiel, reduzida, do universo conside-
rado, no que diz respeito tanto à composição como à distribuição do tamanho
da partícula. As amostras fluidas (líquidas e pastosas) homogêneas podem ser
coletadas em incrementos com o mesmo volume, do alto, do meio e do fundo do
recipiente, após agitação e homogeneização. Amostras sólidas cujos constituintes
diferem em textura, densidade e tamanho de partículas devem ser moídas e mis-
turadas (CECCHI, 2003).
33
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
• Alimentos secos
34
TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ANÁLISE E AMOSTRAGEM
• Alimentos líquidos
• Alimentos semissólidos
• Alimentos úmidos
Produtos como pudins, molho, sucos de frutas com polpa, geleias com fru-
tas, doces de massa com frutas, compotas de frutas, vegetais em salmoura e produ-
tos enlatados em geral, devem ser homogeneizados em liquidificador ou multipro-
cessador (IAL, 2008). Deve-se tomar cuidado com molhos de salada (emulsões) que
podem ser separados em duas fases no liquidificador (CECCHI, 2003).
35
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
• Frutas
• Desintegração mecânica
• Desintegração enzimática
• Desintegração química
Preservação da amostra
36
TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ANÁLISE E AMOSTRAGEM
• Inativação enzimática
37
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
38
TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ANÁLISE E AMOSTRAGEM
x1 + x2 +…+ xn
x=
n
o desvio padrão, segundo Cecchi (2003), pode ser medido de dois modos,
para n > 10 medidas e para n < 10 medidas. Assim, o desvio padrão pode ser cal-
culado de acordo com as seguintes equações:
∑(x − µ)
2
σ= ±
n
∑(x − x )
2
S= ±
n −1
Além disso, Cecchi (2003) destaca que outra maneira de medir a precisão
é através da determinação do coeficiente de variação, que é definido por:
σ
%CV = x100
µ
S
%CV = x100
x
39
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
NOTA
40
TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ANÁLISE E AMOSTRAGEM
De acordo com Cecchi (2003), podemos dizer que existem duas categorias de
erros: determinados ou sistemáticos e indeterminados. Os erros determinados pos-
suem valor definido, podendo ser medidos e computados no resultado final. Esses
erros incluem os erros de método; os erros operacionais (erros de leitura de medidas
instrumentais ou medidas volumétricas, erros de preparação de padrões, erros de
amostragem, erros de diluições, erros devidos à limpeza deficiente da vidraria uti-
lizada, entre outros); erros pessoais (identificação imprópria da amostra, falhas em
descrever observações e informações importantes, falhas em seguir as direções do
método, erros no registro dos dados, erros de cálculo dos resultados, erros na inter-
pretação dos resultados, entre outros) e erros devidos a instrumentos e reagentes
(erros devidos ao uso de reagentes impuros e de má qualidade). Os erros indetermi-
nados não possuem valor definido e, logo, não podem ser medidos. Esses erros não
podem ser localizados e corrigidos, contudo podem ser submetidos a um tratamento
estatístico que permite determinar qual o valor mais provável e também a precisão
de uma série de medidas, pois devem seguir uma distribuição normal (distribuição
de Gauss).
41
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
42
AUTOATIVIDADE
I- Especificidade.
II- Exatidão.
III- Precisão.
IV- Sensibilidade.
43
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) I- II - IV - III.
( ) II- I - III - IV.
( ) IV- III - I - II.
( ) I- III - IV - II.
44
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! No tópico anterior conhecemos os diferentes métodos de
análise e os critérios para a escolha do método analítico. Além disso, aprendemos
sobre as principais técnicas de amostragem e preparo de amostras. Por fim, estu-
damos que a confiabilidade dos resultados em um método analítico depende de
fatores como a especificidade, a exatidão, a precisão e a sensibilidade.
A partir dos estudos deste tópico aprenderemos sobre a água nos alimen-
tos. Analisaremos a estrutura da molécula da água, algumas das suas característi-
cas e a forma com que está distribuída nos alimentos. Além disso, conheceremos os
principais métodos de determinação de umidade, sólidos totais e cinzas ou conte-
údo mineral fixo.
A parte final deste tópico apresenta uma leitura complementar que reforça
alguns conceitos referentes à água e destaca sua importância tecnológica na produ-
ção de queijos. Além disso, algumas autoatividades são propostas para você testar
seus conhecimentos referentes ao assunto abordado.
Bons estudos!
2 A ÁGUA
A água compõe a maior parte da massa corporal do ser humano e é o
solvente biológico ideal. A capacidade solvente da água inclui íons (Na+, K+ e Cl−),
açúcares e muitos aminoácidos. A incapacidade da água para dissolver algumas
substâncias como lipídeos e alguns aminoácidos, permite a formação de estrutu-
ras como membranas e diversos processos bioquímicos. Na água estão dissolvi-
das ou suspensas as moléculas e partículas necessárias para o bom funcionamen-
to celular. Além disso, reagentes e produtos de reações metabólicas, nutrientes,
assim como produtos de excreção, dependem da água para o transporte no inte-
rior das células e entre as células (MOTTA, 2005).
45
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
De acordo com Motta (2005), as interações fracas são os meios pelos quais
as moléculas interagem entre si. A força e a especificidade das interações fracas
são dependentes do meio em que ocorrem, sendo que a maioria das interações
biológicas ocorrem na água. Duas propriedades da água são especialmente im-
portantes para a existência dos seres vivos: 1) A água é uma molécula polar. A
molécula de água é não-linear com distribuição da carga de forma assimétrica e 2)
A água é altamente coesiva. As moléculas de água interagem entre si por meio de
pontes de hidrogênio. A natureza altamente coesiva da água afeta as interações
entre as moléculas em solução aquosa.
46
TÓPICO 3 | A ÁGUA NOS ALIMENTOS
Segundo Nelson e Cox (2014), a água tem ponto de fusão, ebulição e ca-
lor de vaporização mais alto que os outros solventes comuns (Tabela 4). Essas
propriedades incomuns ocorrem devido a atração entre as moléculas de água
adjacentes que oferecem à água líquida grande coesão interna.
47
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
De acordo com Nelson e Cox (2014), no gelo, cada molécula de água forma
quatro ligações de hidrogênio, o máximo possível para uma molécula de água, crian-
do uma estrutura de rede regular (Figura 6). Essa rede cristalina regular faz o gelo ser
menos denso que a água líquida; portanto, o gelo flutua na água líquida.
48
TÓPICO 3 | A ÁGUA NOS ALIMENTOS
49
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
Este efeito é intenso na água e no mercúrio, podendo ser percebido e até esti-
mado pela capilaridade. Dessa maneira, quando for permitido ao líquido entrar em
um tubo capilar, a atração entre as moléculas do líquido e a parede do tubo podem
ser maiores ou menores que a força de coesão interna do líquido. A formação da con-
cavidade ou convexidade no líquido é percebida devido à tensão superficial (Figura
7A). A tensão superficial é responsável pela forma quase esférica das gotas de água
que pingam da torneira ou mesmo da água derramada em uma superfície e da bolha
de sabão (Figura 7B, Figura 7C e Figura 7D, respectivamente) (SBQ, 2010).
Para que um objeto afunde na água, primeiro ele precisa romper a superfí-
cie. Devido à tensão superficial, a superfície da água fica mais resistente tornando
possível um inseto flutuar (Figura 7E) (SBQ, 2010).
50
TÓPICO 3 | A ÁGUA NOS ALIMENTOS
51
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
NOTA
M am − M f M am − M f
U BU ( g água / g am ) = ou U BU ( % ) = x100
M am M am
M água M água
U BU ( % ) = x100 ou U BU ( % ) = x100
M am M água + S seco
Umidade em base seca
M am − M f M am − M f
U BS ( g água / g sólido seco ) = ou U BS ( % ) = x100 ou
Mf Mf
M água
U BS ( % ) = x100
S seco
em que UBU é a umidade em base úmida (g água/g amostra ou %). UBS é a umidade em
base seca (g água/sólido seco ou %), Mam é a massa da amostra (g). Mf é a massa final da
amostra depois de seca (g). Mágua é a quantidade de água retirada durante a secagem (g) e
52
TÓPICO 3 | A ÁGUA NOS ALIMENTOS
Mudança de base
Base Úmida para Base Seca:
U BU ( % )
U BS ( % ) = x100
100 − U BU ( % )
Base Seca para Base Úmida:
U BS ( % )
U BU ( % ) = x100
100 + U BS ( % )
Sólidos totais
Os sólidos totais (denominados também de sólido seco, massa seca ou matéria seca) são
a diferença entre a massa total da amostra e a massa de água evaporada (ARGANDOÑA
et al., 2017).
Nos alimentos, a água existe sob duas formas: água livre e água ligada,
sendo a água total a soma dessas duas parcelas. A água livre está fracamente
ligada ao substrato, funciona como solvente, permitindo o crescimento de mi-
cro-organismos e reações químicas e é eliminada com relativa facilidade. A água
ligada está fortemente ligada ao substrato, é mais difícil de ser eliminada e não é
utilizável como solvente e, portanto, não permite o desenvolvimento de micro-or-
ganismos e retarda as reações químicas (BOBBIO; BOBBIO, 2001).
53
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
( Pwv ) si
aw =
= UR
Pwv
NOTA
54
TÓPICO 3 | A ÁGUA NOS ALIMENTOS
DICAS
55
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
Diversos métodos podem ser utilizados para analisar a relação entre a ati-
vidade de água e o teor de umidade de alimentos, sendo que o mais utilizado é o
acondicionamento do alimento em recipientes com soluções salinas saturadas, de
atividades de água conhecidas (FELLOWS, 2006). As isotermas de sorção podem
ser obtidas pela reidratação de uma amostra seca (isotermas de adsorção), pela
desidratação de uma amostra úmida (dessorção) ou pela combinação dos dois mé-
todos (isotermas de trabalho), como apresentado na Figura 9.
A água que será efetivamente medida vai depender do método analítico uti-
lizado e somente a água livre é medida com certeza em todos os métodos. Por isso, o
resultado da medida da umidade deve vir sempre acompanhado do método utiliza-
do e das condições utilizadas. De maneira geral, para determinação de umidade uti-
lizam-se os métodos por secagem, por destilação, químicos e físicos (CECCHI, 2003).
A Tabela 6 apresenta um resumo desses métodos, que serão detalhados na sequência.
• Secagem em estufas
• Produtos com alto conteúdo de açúcar e carnes com alto teor de gordura devem
ser secos em estufa a vácuo em uma temperatura que não exceda 70 °C.
• Não deve ser utilizado para amostras com alto teor de substâncias voláteis, como
condimentos, pois ocorre volatilização dessas substâncias, com perda de peso da
amostra, que será relacionada à perda de água.
• Pode haver variação de temperatura nas diferentes partes da estufa de secagem.
• Alguns produtos são muito higroscópicos (absorvem água) e devem ser coloca-
dos no dessecador, ao saírem da estufa, e pesados rapidamente após atingirem a
temperatura ambiente.
• A reação de caramelização em açúcares, com liberação de água, durante a seca-
gem, é acelerada a altas temperaturas. Assim, produtos nessas condições devem
ser secos em estufa a vácuo a 60 °C.
• Alimentos compostos por açúcares redutores e proteínas podem sofrer escure-
cimento por reação de Maillard, com formação de compostos voláteis que serão
medidos erradamente como água evaporada na estufa.
• Estufas com exaustão forçada são utilizadas para acelerar a secagem a peso cons-
tante e são recomendadas para queijos, produtos marinhos e carnes.
58
TÓPICO 3 | A ÁGUA NOS ALIMENTOS
DICAS
59
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
• Secagem em dessecadores
Métodos químicos
Métodos físicos
• Cromatografia gasosa
60
TÓPICO 3 | A ÁGUA NOS ALIMENTOS
• Índice de refração
• Densidade
• Condutividade elétrica
• Constante dielétrica
61
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
DICAS
Segundo Cecchi (2003) outros três tipos de determinações de cinzas são im-
portantes para a caraterização da pureza e a verificação da adulteração de amostra:
62
TÓPICO 3 | A ÁGUA NOS ALIMENTOS
63
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
LEITURA COMPLEMENTAR
64
TÓPICO 1 | A BROMATOLOGIA E OS ALIMENTOS
65
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
Isto significa dizer que se não controlado, estes fatores também podem
afetar negativamente a característica final de um queijo, como excesso de proteó-
lise, por exemplo, o que dará ao queijo um aspecto mole, e com outras alterações
sensoriais indesejáveis (off-flavour). Neto (2013) cita como o conhecimento destes
conceitos de atividade de água pode contribuir na prática com o controle da ma-
turação e intervenções tecnológicas:
• O aumento do teor de sal (NaCl) dos queijos azuis (gorgonzola, por exemplo)
favorece o crescimento de micrococos e leveduras, retardando o desenvolvi-
mento do mofo.
• A salga precoce de queijos de casca mofada limita o desenvolvimento do Ge-
otricum candidium e ao mesmo tempo favorece o desenvolvimento do Peni-
cillium camemberti.
• A diminuição do teor de sal dos queijos nos quais se utiliza Propionibacterium
acelera o processo de formação de olhaduras, uma vez que facilita o desenvol-
vimento dessas bactérias, que são sensíveis ao sal.
66
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A água tem ponto de fusão, ebulição e calor de vaporização mais alto que os
outros solventes comuns.
• No gelo, cria-se uma estrutura de rede regular. Essa rede cristalina regular faz
o gelo ser menos denso que a água líquida.
• Nos alimentos, a água existe sob duas formas: água livre e água ligada.
67
• As isotermas de sorção de umidade descrevem a relação de equilíbrio entre a umi-
dade de um alimento e a atividade de água, para uma temperatura constante.
CHAMADA
68
AUTOATIVIDADE
69
70
UNIDADE 2
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de estudos está dividida em três tópicos. Ao longo de cada um
deles você encontrará sugestões e dicas que visam potencializar os temas
abordados, e, ao final de cada um, estão disponíveis resumos e autoativida-
des para fixar os temas estudados.
TÓPICO 3 – LIPÍDEOS
CHAMADA
71
72
UNIDADE 2
TÓPICO 1
PROTEÍNAS E VITAMINAS
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Neste momento, você está iniciando os estudos da Unida-
de 2 da disciplina Análise de Alimentos. Na unidade anterior deste livro didático
foi apresentado o conceito de bromatologia, a importância da análise e da ciên-
cia dos alimentos e os conceitos que envolvem os alimentos e a sua composição.
Além disso, foram discutidas a amostragem e o preparo de amostras para a aná-
lise, os diferentes métodos de análise e a água e sua importância nos alimentos.
Bons estudos!
2 PROTEÍNAS
As proteínas são formadas por unidades monoméricas denominadas ami-
noácidos, unidos entre si por ligações peptídicas. As proteínas são constituídas
de 20 aminoácidos comuns diferentes reunidos em várias combinações, possibili-
tando a formação de milhões de estruturas diversas (MOTTA, 2005).
73
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
Nelson e Cox (2014) ainda destacam que alguns são resíduos modificados
após a síntese de uma proteína; outros são aminoácidos presentes em organismos
vivos, mas não como constituintes de proteínas. Dessa maneira, foram atribuídos
aos aminoácidos comuns das proteínas abreviações de três letras e símbolos de
uma letra (Tabela 1), utilizados como abreviaturas para indicar a composição e a
sequência de aminoácidos polimerizados em proteínas.
74
TÓPICO 1 | PROTEÍNAS E VITAMINAS
NOTA
75
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
76
TÓPICO 1 | PROTEÍNAS E VITAMINAS
77
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
De acordo com Bobbio e Bobbio (2001), com exceção das proteínas de ori-
gem animal, as demais apresentam deficiências em um ou mais dos aminoácidos
essenciais ou podem apresentar problemas nutricionais por estarem acompanha-
das de substâncias tóxicas ou de inibidores de enzimas proteolíticas. Segundo
Cecchi (2003), nos alimentos, além da função nutricional, as proteínas têm pro-
priedades sensoriais e de textura e podem estar combinadas com lipídeos e car-
boidratos. A Tabela 2 apresenta a quantidade de proteína em alguns alimentos.
78
TÓPICO 1 | PROTEÍNAS E VITAMINAS
79
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
Determinação de nitrogênio
80
TÓPICO 1 | PROTEÍNAS E VITAMINAS
DICAS
Determinação de carbono
O método por biureto foi proposto por Riegler em 1914, baseado na obser-
vação de que substâncias que contêm duas ou mais ligações peptídicas formam
um complexo de cor roxa com sais de cobre em soluções alcalinas. A intensi-
dade da cor formada é proporcional à quantidade de proteína, sendo a medida
realizada em colorímetro (CECCHI, 2003). Segundo Cecchi (2003), esse método
81
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
De acordo com Cecchi (2003), a maioria das proteínas possui absorção ul-
travioleta (UV) em 280 nm devido à presença de tirosina, triptofano e fenilalanina
que são aminoácidos aromáticos, com anel benzênico e, portanto, com duplas
ligações conjugadas.
82
TÓPICO 1 | PROTEÍNAS E VITAMINAS
Métodos turbidimétricos
Método dye-binding
Métodos físicos
4 VITAMINAS
As vitaminas são compostos orgânicos que no organismo humano atuam
como controladores dos mecanismos de crescimento e de manutenção da saúde.
83
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
Elas não são sintetizadas no organismo humano e devem ser obtidas em quanti-
dades adequadas através da dieta. Porém, em muitos alimentos as vitaminas es-
tão presentes em pequenas quantidades, em concentrações da ordem de poucos
microgramas por 100 gramas (OIANO NETO, 2010).
Determinação de carotenoides
84
TÓPICO 1 | PROTEÍNAS E VITAMINAS
Determinação de ß-caroteno
Determinação de vitamina A
85
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
Determinação de vitamina B1
Determinação de vitamina B2
Determinação de vitamina C
O Instituto Adolfo Lutz (IAL, 2008) cita três metodologias para a deter-
minação de vitamina C: determinação de vitamina C com iodato de potássio,
determinação de vitamina C pelo método de Tillmans e determinação espectro-
fotométrica de vitamina C por redução de íons cúpricos.
86
TÓPICO 1 | PROTEÍNAS E VITAMINAS
87
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Quase todas as proteínas consumidas pelo homem são de origem animal e ve-
getal, sendo apenas pequena quantidade proveniente das chamadas fontes não
convencionais.
88
• As vitaminas são compostos orgânicos que no organismo humano atuam como
controladores dos mecanismos de crescimento e de manutenção da saúde.
89
AUTOATIVIDADE
SENDO QUE
I- Propriedade de hidratação.
II- Solubilidade.
III- Propriedade emulsificante.
90
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) I – II – III.
( ) II – I – III.
( ) III – II – I.
( ) III – I – II.
91
92
UNIDADE 2 TÓPICO 2
CARBOIDRATOS E FIBRAS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no tópico anterior estudamos a importância e os principais
métodos de análise de proteínas. Além disso, conhecemos mais a respeito das
vitaminas e os principais métodos de análise de vitaminas.
Bons estudos!
2 CARBOIDRATOS
Acadêmico, os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes no pla-
neta, sendo que a cada ano a fotossíntese converte mais de 100 bilhões de tonela-
das métricas de CO2 e H2O em celulose e outros produtos vegetais. Alguns car-
boidratos, como o açúcar e amido, são os principais elementos da dieta em muitas
partes do mundo, e sua oxidação é a principal via de produção de energia na
maioria das células não fotossintéticas. Polímeros de carboidratos (também cha-
mados de glicanos) agem como elementos estruturais e protetores nas paredes
celulares bacterianas e vegetais e também nos tecidos conectivos animais. Outros
polímeros de carboidratos lubrificam as articulações e auxiliam o reconhecimen-
to e a adesão intercelular. Polímeros de carboidratos complexos covalentemente
ligados a proteínas ou lipídeos atuam como sinais que determinam a localização
intracelular ou o destino metabólico dessas moléculas híbridas, chamadas de gli-
coconjugados (NELSON; COX, 2014).
93
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
NOTA
Monossacarídeos
94
TÓPICO 2 | CARBOIDRATOS E FIBRAS
de carbono estão ligados, cada um, a um grupo hidroxila. Assim, quando o grupo
carbonil está na extremidade da cadeia de carbonos (em um grupo aldeído), o mo-
nossacarídeo é uma aldose; quando o grupo carbonil está em qualquer outra posi-
ção (em um grupo cetona), o monossacarídeo é uma cetose. Os monossacarídeos
mais simples são as duas trioses de três carbonos: gliceraldeídos (aldotrioses) e
di-hidroxiacetonas (MOTTA, 2005; NELSON; COX, 2014) (Figura 4a).
Dissacarídeos e oligossacarídeos
95
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
96
TÓPICO 2 | CARBOIDRATOS E FIBRAS
97
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
Polissacarídeos
98
TÓPICO 2 | CARBOIDRATOS E FIBRAS
Glicoconjugados
99
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
1. Nutricional;
2. Adoçantes naturais;
3. Matéria-prima para produtos fermentados;
4. Principal ingrediente dos cereais;
5. Propriedades reológicas da maioria dos alimentos de origem vegetal
(polissacarídeos);
6. Responsáveis pela reação de escurecimento em muitos alimentos.
100
TÓPICO 2 | CARBOIDRATOS E FIBRAS
101
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
DICAS
Acadêmico, para saber mais sobre a reação de Maillard, assista aos vídeos
Reação de Maillard em doce de leite parte 1- Ciência on the go... e Reação de Maillard em
doce de leite parte 2- Ciência on the go... Esses vídeos elaborados pelo Canal Inovaleite
tratam das reações de escurecimento enzimático e não enzimático, focando nos fatores
que propiciam a reação de Maillard e mostram resumidamente as etapas da reação de
Maillard, a influência do 5-hidroximetilfurfural (HMF) no doce de leite e como quantifica-
lo. Acesse e confira: https://www.youtube.com/watch?v=izLP0ovRiJ4> e <https://www.
youtube.com/watch?v=X2eaQnmKi5A.
Além disso, de acordo com Bobbio; Bobbio (2001), os efeitos estruturais dos
açúcares nos alimentos dependem do seu estado físico e de suas interações com a
água. Os açúcares podem formar soluções supersaturadas, atingindo consistência
de sólido e aspecto vítreo ou podem cristalizar. As soluções "sólidas" supersatura-
das de sacarose e glicose ou açúcar invertido são encontradas em caramelos duros,
sendo responsáveis pela semitransparência e dureza do produto. Em caramelos
do tipo mastigável (moles), os açúcares estão na forma cristalina. Nesse caso, os
cristais são desejados e seu tamanho é controlado para que não cresçam excessiva-
mente e se tornem difíceis de mastigar (BOBBIO; BOBBIO, 2001).
102
TÓPICO 2 | CARBOIDRATOS E FIBRAS
103
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
104
TÓPICO 2 | CARBOIDRATOS E FIBRAS
Além disso, Cecchi (2003) destaca que para determinar o conteúdo de car-
boidrato em um alimento, é necessário obter uma solução aquosa dos açúcares li-
vres de substâncias interferentes (pigmentos solúveis, aminoácidos, constituintes
fenólicos, lipídeos e proteínas), para posterior identificação e quantificação. Essas
substâncias interferentes podem ser separadas por descoloração, tratamento com
resina trocadora de íons ou clarificação com vários agentes clarificantes. A utiliza-
ção de um agente clarificante específico depende do tipo de alimento analisado;
do tipo e quantidade de substância interferente existente e do método proposto.
Segundo Cecchi (2003), os principais agentes clarificantes utilizados são:
Métodos qualitativos
De acordo com Cecchi (2003), uma coloração mais distinta pode ser obtida
quando se adiciona outros compostos orgânicos aos produtos de decomposição
dos açúcares em ácido. Esses compostos podem ser fenóis, aminas aromáticas,
tio compostos, ureia, antronas e outros. Alguns reagentes são seletivos para cer-
105
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
tos açúcares apenas, alguns possuem larga aplicação e alguns dão várias reações
coloridas dependendo do açúcar presente. Desses compostos, a antrona e o fenol
foram os mais utilizados tanto em métodos qualitativos como quantitativos.
Métodos quantitativos
106
TÓPICO 2 | CARBOIDRATOS E FIBRAS
Munson-Walker
Lane-Eynon
DICAS
Somogyi
107
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
de sódio para minimizar a oxidação do óxido cuproso pelo oxigênio do ar. O açúcar
redutor reduz o cobre a óxido cuproso e este é oxidado pelo iodo que é adicionado
em excesso. O excesso de iodo é então titulado com tiossulfato de sódio. Os reagentes
também precisam ser padronizados com uma solução conhecida de açúcar, pois as
reações também não são estequiométricas. O método original teve várias modifica-
ções que derivou em muitos outros métodos, inclusive um método colorimétrico, em
que o cobre reduzido é determinado por reação com reagentes que dão compostos
coloridos que podem ser medidos por espectrofotometria (CECCHI, 2003).
Métodos cromatográficos
• cromatografia em papel;
• cromatografia em camada delgada;
• cromatografia em coluna;
• cromatografia gasosa;
• cromatografia líquida de alta eficiência.
Métodos ópticos
De acordo com Cecchi (2003), são três os principais métodos ópticos para
determinação de açúcares:
DICAS
108
TÓPICO 2 | CARBOIDRATOS E FIBRAS
4 FIBRAS
Segundo Giuntini e Meneze (2017), o Codex Committee on Nutrition and
Foods for Special Dietary Uses (CCNFSDU) coordenou as discussões para definição
de Fibra Alimentar. Segundo os autores, foi acordada a seguinte definição para
fibra alimentar: Fibra alimentar é constituída de polímeros de carboidratos com
dez ou mais unidades monoméricas, que não são hidrolisados pelas enzimas en-
dógenas no intestino delgado e que podem pertencer a três categorias:
109
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
• Avaliação nutritiva de rações: rações com muita fibra apresentam baixo volu-
me nutritivo.
• Eficiência na moagem e refinação de farinhas.
• Verificação da maturação de frutas e hortaliças: produtos muito maduros têm
maior quantidade de fibra.
• Adulterações do tipo de casca em nozes moídas, sementes em frutas processa-
das e serragem em alimentos em geral: esses adulterantes aumentam a quan-
tidade de fibra.
110
TÓPICO 2 | CARBOIDRATOS E FIBRAS
reduzidos nas análises sequenciais de fibra por detergente neutro e fibra por de-
tergente ácido. Pectina e taninos são solúveis na solução de fibra por detergente
neutro, e hemicelulose pode ser estimada do peso perdido pelo resíduo da fibra
por detergente neutro (livre de amido e proteína) após tratamento por fibra por
detergente ácido (CECCHI, 2003).
DICAS
111
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• As fibras alimentares totais podem ser divididas em: fibras alimentares solúveis e
fibras alimentares insolúveis.
112
AUTOATIVIDADE
I- Refratometria.
II- Polarimetria.
III- Densimetria.
113
114
UNIDADE 2 TÓPICO 3
LIPÍDEOS
1 INTRODUÇÃO
Bons estudos!
2 LIPÍDEOS
Os lipídeos são um grupo de compostos quimicamente diversos, cuja ca-
racterística em comum que os define é a insolubilidade em água. As funções bio-
lógicas dos lipídeos são tão diversas quanto a sua química. As gorduras e óleos
são as principais formas de armazenamento de energia em muitos organismos.
Além disso, os fosfolipídeos e os esteróis são os principais elementos estruturais
das membranas biológicas. Outros lipídeos, ainda que presentes em quantidades
relativamente pequenas, desempenham papéis cruciais como cofatores enzimáti-
cos, transportadores de elétrons, pigmentos fotossensíveis, agentes emulsificantes
no trato digestivo, hormônios, mensageiros intracelulares, entre outros (NELSON;
COX, 2014).
115
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
Ácidos graxos
116
TÓPICO 3 | LIPÍDEOS
NOTA
A família de ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) com uma ligação dupla en-
tre o terceiro e o quarto carbono, a partir da extremidade da cadeia com grupo metila, é
de importância especial na nutrição humana. Como o papel fisiológico dos ácidos graxos
poli-insaturados está relacionado mais à posição da primeira ligação dupla próxima à ex-
tremidade da cadeia com o grupo metila em vez da extremidade contendo a carboxila,
uma nomenclatura alternativa algumas vezes é utilizada para esses ácidos graxos. O car-
bono do grupo metila – isto é, o carbono mais distante do grupo carboxila – é chamado de
carbono ω e recebe o número 1. Assim, os ácidos graxos poli-insaturados com uma liga-
ção dupla entre C-3 e C-4 são chamados de ácidos graxos ômega-3 (ω-3) e aqueles com
a ligação dupla entre C-6 e C-7 são ácidos graxos ômega-6 (ω-6) (NELSON; COX, 2014).
Segundo Recine e Radaelli (201?), esses ácidos graxos, denominados de ácidos
graxos essenciais, são necessários para o desenvolvimento cerebral em fetos e para a
manutenção da integridade das membranas celulares, além de participarem ativamente
do sistema imunológico (melhorando ou deprimindo a resposta imune), reduzirem os
níveis de gorduras do sangue (prevenindo doenças cardiovasculares e aumento da pres-
são arterial) e melhorarem a circulação sanguínea, entre outras funções. São encontrados
principalmente em animais marinhos, óleos de peixe e óleos vegetais.
Triacilgliceróis
117
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
Ceras
118
TÓPICO 3 | LIPÍDEOS
Fosfolipídeos
119
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
Esfingolipídeos
Isoprenoides
Lipoproteínas
120
TÓPICO 3 | LIPÍDEOS
121
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
De acordo com Azeredo, Brito e Garruti (2012), são vários os fatores que afe-
tam as taxas de oxidação de alimentos ricos em lipídios. Entre os fatores intrínsecos,
destacam-se o grau de insaturação dos lipídios e o teor de compostos pró e antioxi-
dantes. Entre os fatores extrínsecos, merecem destaque a temperatura, as radiações
luminosas (especialmente UV) e o oxigênio.
122
TÓPICO 3 | LIPÍDEOS
123
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
DICAS
124
TÓPICO 3 | LIPÍDEOS
clorofórmio, em uma proporção que forma uma só fase com a amostra. Em segui-
da, adiciona-se mais clorofórmio e água de maneira a formar duas fases distintas:
uma de clorofórmio, contendo os lipídeos, e outra de metanol mais água, conten-
do as substâncias não lipídicas. A fase de clorofórmio com a gordura é isolada e,
após a evaporação do clorofórmio, obtém-se a quantidade de gordura por pesa-
gem. O método apresenta vantagens em relação à extração a quente:
125
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
DICAS
126
TÓPICO 3 | LIPÍDEOS
Índice de iodo
Índice de saponificação
De acordo com Cecchi (2003), o índice de saponificação não serve para iden-
tificar o óleo, pois muitos óleos possuem índices de saponificação bem parecidos.
Essa determinação é útil para a verificação do peso molecular médio da gordura e da
adulteração por outros óleos com índices de saponificação bem diferentes. A adulte-
ração com parafina, que tem um índice de saponificação mínimo, pode ser facilmente
detectada por esse método (CECCHI, 2003).
DICAS
127
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
Índice de acidez
DICAS
Índice de peróxido
Índice de TBA
128
TÓPICO 3 | LIPÍDEOS
129
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Quanto à forma geométrica, os ácidos graxos podem ser cis ou trans. Os áci-
dos cis são menos estáveis em relação aos isômeros trans, pois possuem mais elétrons
em torno da molécula, diminuindo assim a sua estabilidade. Portanto, a ligação trans
é termodinamicamente mais estável do que a cis, razão pela qual os AGT (ácidos
graxos trans) são menos reativos.
130
TÓPICO 3 | LIPÍDEOS
[...]
131
UNIDADE 2 | A IMPORTÂNCIA DAS PROTEÍNAS, DOS CARBOIDRATOS E DOS LIPÍDEOS
O óleo de palma, por sua vez, apresenta naturalmente 50% de gorduras sa-
turadas o que lhe confere textura semissólida sem conter gorduras trans, não sendo
necessário ser submetido à hidrogenação para obter esta característica. Apesar disto,
para atender as características de aplicação nos alimentos, conforme necessidades
tecnológicas de custos e disponibilidade, em geral é combinado com outros óleos ve-
getais, como o óleo de soja, por exemplo, e submetido a outros processos como a in-
teresterificação. Este processo não modifica a estrutura dos ácidos graxos, mas "com-
bina" os ácidos graxos saturados do óleo de palma com os ácidos graxos insaturados
do óleo de soja: ocorre um "rearranjo" dos ácidos graxos na molécula de glicerol, ou
seja, trocam de posição. Como não há hidrogenação, não há formação de gorduras
trans. Ao final, obtém-se uma gordura vegetal que apresenta aspecto semissólido,
resistência ao calor, estabilidade à oxidação e outras características desejáveis para a
aplicação nos produtos finais, mantendo baixos teores de gorduras trans. No entanto,
isto poderá resultar em elevados teores de gorduras saturadas.
DICAS
132
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
133
• No método de Rose-Gottlieb e Mojonnier a extração da gordura é realizada por
hidrólise alcalina.
CHAMADA
134
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Método de Babcock.
b) ( ) Método de Soxhlet.
c) ( ) Método de Bligh-Dyer.
d) ( ) Método de Goldfish.
a) ( ) Índice de TBA.
b) ( ) Índice de peróxido.
c) ( ) Índice de saponificação.
d) ( ) Índice de acidez.
135
136
UNIDADE 3
TÓPICOS EM ANÁLISE
DE ALIMENTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir dessa unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
137
138
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Neste momento, você está iniciando os estudos do Tópico 1,
da Unidade 3, da disciplina Análise de Alimentos. Na unidade anterior deste livro di-
dático foram apresentados a importância e os principais métodos de análise de prote-
ínas, carboidratos e lipídeos. Além disso, foram estudados os principais métodos de
análise de vitaminas, fibras, óleos e gorduras.
A partir dos estudos desse tópico conheceremos as análises dos principais pro-
dutos alimentícios. Estudaremos as principais análises realizadas em leites e derivados;
frutas, hortaliças e derivados; carnes e produtos cárneos, cereais, produtos amiláceos,
ovos e produtos de ovos.
Não se esqueça, acadêmico, de que a parte final deste tópico apresenta algumas
autoatividades para você testar seus conhecimentos referentes ao assunto tratado.
Bons estudos!
139
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
tar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite pasteurizado tipo A. Dessa
maneira, o leite cru refrigerado é definido como o leite produzido em proprieda-
des rurais, refrigerado e destinado aos estabelecimentos de leite e derivados sob
serviço de inspeção oficial. Na refrigeração do leite e no seu transporte até o esta-
belecimento devem ser observados os seguintes limites máximos de temperatura:
A acidez indica o estado de conservação do leite, sendo que, uma acidez alta
é o resultado da acidificação da lactose, provocada por micro-organismos em mul-
tiplicação no leite. A acidez tende, portanto, a aumentar à medida que o leite vai
envelhecendo (IAL, 2008).
140
TÓPICO 1 | CONHECENDO AS ANÁLISES DOS PRINCIPAIS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
DICAS
• Leite em pó
141
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
• Leite evaporado
• Queijo
• Manteiga e margarina
142
TÓPICO 1 | CONHECENDO AS ANÁLISES DOS PRINCIPAIS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
De acordo com o Instituto Adolfo Lutz (IAL, 2008), leites fermentados são
os produtos resultantes da fermentação do leite por fermentos lácticos próprios. Os
fermentos lácticos devem ser viáveis, ativos e abundantes no produto durante seu
prazo de validade. Poderá ser adicionado ou não de outros produtos lácteos, bem
143
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
Segundo o IAL (2008), para a realização da análise deve-se retirar parte re-
presentativa da amostra quando for líquida. Quando for cremosa ou pastosa, retirar
partes da superfície, centro e lados. Misturar totalmente com uma espátula ou bastão
de vidro. No caso de produtos com adições de frutas e/ou cereais e/ou outro ingre-
diente, triturar em gral, moinho e/ou homogeneizar em liquidificador. Conservar em
frasco bem fechado. Os autores recomendam que a amostra seja analisada preferen-
cialmente logo após o recebimento, no entanto, se não for possível, deve-se conservá-
-la em refrigerador. As principais determinações físico-químicas realizadas em leites
fermentados são: pH, acidez em ácido láctico, substâncias voláteis, extrato seco total,
cinzas, gordura, proteínas, açúcares redutores, açúcares não redutores e corantes.
De acordo com o IAL (2008), entende-se por bebida láctea o produto obtido
a partir de leite ou leite reconstituído e/ou derivados de leite, reconstituídos ou não,
fermentado ou não, com ou sem adição de outros ingredientes, em que a base láctea
represente pelo menos 51% (massa/massa) do total de ingredientes do produto. As
determinações são as mesmas do leite fermentado.
• Creme de leite
DICAS
144
TÓPICO 1 | CONHECENDO AS ANÁLISES DOS PRINCIPAIS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
• Hortaliças em conversa
• Extrato de tomate
145
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
• Geleias de frutas
146
TÓPICO 1 | CONHECENDO AS ANÁLISES DOS PRINCIPAIS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
• Fruta em calda
147
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
• Carnes
148
TÓPICO 1 | CONHECENDO AS ANÁLISES DOS PRINCIPAIS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
Animal Corte Água (%) Proteína (%) Gordura (%) Cinzas (%)
149
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
Para o preparo das amostras de carnes para análise, o IAL (2008) reco-
menda retirar porções de várias regiões da peça, sem grandes vasos, ossos, peles,
tecidos adiposos, cuidando para não descaracterizar a amostragem. Homogenei-
zar passando o material três vezes em moedor de carne. Misturar bem após cada
moagem. Alternativamente, utilizar um processador de alimentos para o preparo
da amostra. Muita atenção deve ser dada a certos tipos e/ou cortes de carne, para
assegurar distribuição uniforme de gordura e tecido conjuntivo na moagem, sem-
pre objetivando que a amostragem represente realmente a peça inicial ou amos-
tra recebida. A cada intervalo, reincorporar a gordura aderida à superfície do
equipamento e o tecido conjuntivo preso nas facas. Colocar a amostra em frasco
hermeticamente fechado. De preferência, começar imediatamente todas as deter-
minações. Se houver alguma interrupção, manter a amostra sob refrigeração para
inibir a decomposição (armazenar a 5 °C por até 24 h ou congelar a amostra a -18
°C). No momento da pesagem, homogeneizar reincorporando a possível separa-
ção de líquido, gelatina ou gordura.
Para carnes, o IAL (2008) destaca que o exame sensorial da aparência, tex-
tura, odor e sabor é de grande importância, pois são essas características as que
mais se alteram no início da deterioração das carnes:
150
TÓPICO 1 | CONHECENDO AS ANÁLISES DOS PRINCIPAIS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
ranço. O odor da carne suína tende a ser mais intenso em animais inteiros, sendo
mais perceptível quando a carne é aquecida, o que facilita o desprendimento e,
portanto, a percepção dos odores impróprios ou alterados.
• Prova de cocção
• Produtos cárneos
151
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
DICAS
152
TÓPICO 1 | CONHECENDO AS ANÁLISES DOS PRINCIPAIS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
DICAS
• Malte
• Ovo desidratado
• Maionese
DICAS
154
RESUMO DO TÓPICO 1
155
• Para carnes, o exame sensorial da aparência, textura, odor e sabor é de grande
importância, pois são essas características as que mais se alteram no início da
deterioração das carnes.
• Em ovos, a análise de cada uma das duas partes (clara e gema) envolve as de-
terminações de água, lipídeos, nitrogênio, cinzas, fósforo em fosfato de sódio,
colesterol, lecitina, pH e densidade.
156
AUTOATIVIDADE
I- Aparência.
II- Textura.
III- Odor.
157
158
UNIDADE 3
TÓPICO 2
ANÁLISE SENSORIAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no tópico anterior desta unidade de estudos, conhecemos as
análises dos principais produtos alimentícios (leites e derivados; frutas, hortali-
ças e derivados; carnes e produtos cárneos, cereais, produtos amiláceos, ovos e
produtos de ovos).
Bons estudos!
• Visão
160
TÓPICO 2 | ANÁLISE SENSORIAL
• Olfato
• Audição
161
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
• Tato
• Gosto
Na boca, a língua é o maior órgão sensório e está recoberta por uma mem-
brana cuja superfície contém as papilas, onde se localizam as células gustativas ou
botões gustativos e os corpúsculos de Krause, com as sensações táteis. O mecanis-
mo de transmissão da sensação gustativa se ativa quando estimulado por substân-
cias químicas solúveis que se difundem pelos poros e alcançam as células recepto-
ras que estão conectadas, de forma única ou conjuntamente com outras, a uma fibra
nervosa que transmite a sensação ao cérebro. A sensibilidade não se limita apenas à
língua, pois outras regiões também respondem aos estímulos, como o palato duro,
amídalas, epiglote, mucosa dos lábios, as bochechas e superfície inferior da boca. A
percepção mais conhecida envolve quatro gostos primários: doce, salgado, ácido e
amargo, sendo citado também o umami (IAL, 2008).
DICAS
Acadêmico, além do doce, salgado, azedo e amargo, tem um outro gosto que
sentimos. Você sabe reconhecer? Para saber mais sobre o umami, assista ao vídeo Você
conhece o gosto umami. https://www.youtube.com/watch?v=mzXaU9IX9Uk.
162
TÓPICO 2 | ANÁLISE SENSORIAL
Nesse contexto, Nassu (2007) relaciona alguns cuidados que devem ser
tomados na análise sensorial. Estes cuidados estão no Quadro 1.
163
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
Além disso, segundo o Instituto Adolfo Lutz (IAL, 2008), uma equipe senso-
rial efetiva pode ser formada a partir de critérios específicos. Na escolha de indivídu-
os que irão compor uma equipe sensorial, alguns requisitos devem ser considerados:
• O indivíduo deve estar ciente de que a participação nos testes é espontânea e vo-
luntária.
• Deve-se verificar se cada membro da equipe tem interesse, disponibilidade, pontu-
alidade, tranquilidade e vontade de avaliar grande parte das categorias de produ-
tos nos dias marcados para teste, seleção e treinamento previamente agendados.
• Deve-se verificar se o candidato pode definir e descrever adequadamente os atri-
butos sensoriais.
164
TÓPICO 2 | ANÁLISE SENSORIAL
• Deve-se evitar qualquer tipo de comunicação com os colegas durante os testes, pois
a resposta de cada um é própria, independente e de responsabilidade exclusiva.
• O candidato deve apresentar boas condições de saúde, ausência de gripes e aler-
gias, comunicando quando houver doenças como diabetes, hipercolesterolemia ou
qualquer outra.
• Deve-se evitar o indivíduo que use aparelho dentário corretivo, pois os dentes têm
papel importante na avaliação sensorial.
• Deve-se evitar os fumantes, caso contrário, alerte a não fumar pelo menos uma
hora antes dos testes.
• Deve-se avaliar a acuidade sensorial e o poder de discriminação para cores, textu-
ra, odores e gostos primários.
• Deve-se ficar atento nos casos de ocorrência de anomalias nos órgãos da visão,
olfato, audição e paladar.
• A faixa etária recomendável situa-se entre 18 a 50 anos, pois, após esta idade o in-
divíduo pode revelar certa dessensibilização dos órgãos sensores.
• Deve-se orientar o julgador a não fazer uso de cosméticos e perfumes fortes e a não
consumir alimentos muito picantes nos dias marcados para os testes. Os medica-
mentos também podem influenciar na sensibilidade do gosto do indivíduo.
165
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
Métodos discriminativos
Métodos descritivos
Métodos subjetivos
• Comparação pareada.
• Ordenação.
• Escala hedônica.
• Escala de atitude.
• Teste triangular
166
TÓPICO 2 | ANÁLISE SENSORIAL
• Teste duo-trio
O teste duo-trio tem como finalidade, assim como no teste triangular, ve-
rificar se existe diferença significativa entre duas amostras que receberam trata-
mentos diferentes (DUTCOSKY, 1996). Nesse teste três amostras são apresentadas
ao provador. Uma amostra padrão e duas codificadas, sendo uma delas idêntica
ao padrão (Figura 4). Cabe ao julgador identificar a amostra igual ao padrão. O
número de julgadores deve ser no mínimo de sete julgadores especialistas ou no
mínimo de 15 julgadores selecionados (DUTCOSKY, 1996; IAL, 2008).
167
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
• Comparação pareada
• Teste de ordenação
168
TÓPICO 2 | ANÁLISE SENSORIAL
O teste “A” ou “não-A” deve ser aplicado para avaliar amostras que apre-
sentem variações de aparência ou de gosto remanescentes. É aplicado quando os
testes duo-trio e triangular não são aplicáveis. A vantagem desse teste é admitir
pequenas diferenças no mesmo tipo de amostra e apresenta como desvantagem
a fadiga sensorial. O princípio do teste é baseado na apresentação de uma série
de amostras provenientes de dois produtos (A ou não-A) para identificação das
amostras “A” (DUTCOSKY, 1996).
• Comparação múltipla
169
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
170
TÓPICO 2 | ANÁLISE SENSORIAL
DICAS
171
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
• Teste de escala
• Perfil de sabor
172
TÓPICO 2 | ANÁLISE SENSORIAL
• Perfil de textura
De acordo com o Instituo Adolfo Lutz (IAL, 2008), o método perfil de tex-
tura pode fornecer uma descrição completa da textura de determinado alimento,
de acordo com os parâmetros mecânicos, geométricos, de gordura e umidade,
com definição do grau em que estão presentes e da ordem com que são percebi-
dos desde a primeira mordida até a mastigação e fases finais de deglutição.
Com base nas avaliações são usadas classificações e definições dos termos
de textura, bem como referências de intensidade descritos na literatura. Depen-
dendo da escala utilizada, o tratamento dos dados pode ser obtido por consenso
da equipe em cada atributo. Os julgadores (cerca de 6 a 10 julgadores) são treina-
dos em definição de textura, procedimento de avaliação e nas escalas de referên-
cia, sendo então selecionados pela habilidade de discriminação em atributos de
textura (IAL, 2008).
173
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
174
TÓPICO 2 | ANÁLISE SENSORIAL
de. Como visto anteriormente, os métodos subjetivos podem ser: teste pareado,
teste de ordenação, escala hedônica e escala de atitude (DUTCOSKY, 1996). Va-
mos descrever agora de maneira sucinta os principais métodos subjetivos.
175
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
• Escala hedônica
• Escala de atitude
Por meio das escalas de atitude o indivíduo expressa sua vontade em consu-
mir, adquirir ou comprar um produto que lhe é oferecido. As escalas mais utilizadas
são as verbais de 5 a 7 pontos. As amostras podem ser apresentadas ao julgador para
serem avaliadas através da escala pré-definida (Figura 12). Os termos definidos podem
se situar, por exemplo, entre “provavelmente compraria” a “provavelmente não com-
praria”. Recomenda-se que o número de julgadores esteja entre 50 a 100 (IAL, 2008).
176
TÓPICO 2 | ANÁLISE SENSORIAL
177
RESUMO DO TÓPICO 2
• Na análise sensorial são necessárias condições especiais que façam com que o
analista julgue o produto da maneira mais objetiva possível.
• Uma equipe sensorial efetiva pode ser formada a partir de critérios específicos.
• Na escolha de indivíduos que irão compor uma equipe sensorial, alguns requi-
sitos devem ser considerados.
178
AUTOATIVIDADE
I- Métodos discriminativos.
II- Métodos descritivos.
III- Métodos subjetivos.
179
180
UNIDADE 3
TÓPICO 3
REGULAÇÃO DE ALIMENTOS,
ADITIVOS E ALIMENTOS FUNCIONAIS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, chegamos ao último tópico deste livro de estudo de Análise de
Alimentos. No tópico anterior, aprendemos sobre a análise sensorial. Avaliamos e
conhecemos melhor a importância da análise sensorial de alimentos, os fundamentos
que envolvem essa análise, as condições adequadas para sua realização e os princi-
pais testes sensoriais utilizados.
A parte final deste tópico apresenta uma leitura complementar que trata so-
bre a importância das análises laboratoriais para a indústria de alimentos e, por fim,
algumas autoatividades para você testar seus conhecimentos referentes ao assunto
desse tópico.
Bons estudos!
2 REGULAÇÃO DE ALIMENTOS
A regulação de alimentos pode ser definida como o desenvolvimento de
regras para a rotulagem e composição de alimentos processados, divulgação e
propaganda de alimentos e manutenção da qualidade em todas as etapas da ca-
deia produtiva, incluindo os locais de consumo. Além disso, atualmente, a ques-
tão da sustentabilidade tem sido agregada ao debate à medida que crescem as
evidências sobre os impactos e efeitos do processo de produção e distribuição de
alimentos ao meio ambiente. Dessa maneira, a contaminação e o desperdício da
água, o gasto excessivo de energia, o acúmulo de resíduos tóxicos no solo torna-
-se elemento da cadeia produtiva de alimentos que merece um monitoramento
cada vez mais criterioso e constante (MAGALHÃES, 2017).
181
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
Para atingir os seus objetivos, o MAPA conta com uma estrutura de cinco
secretarias, 27 superintendências estaduais e suas respectivas unidades, uma rede
de seis laboratórios, além de duas vinculadas, o Instituto Nacional de Meteoro-
logia (Inmet) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac),
que abrigam cerca de 11 mil servidores espalhados por todo o Brasil. A Empre-
sa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) são empresas públicas que atuam sob coordenação do
MAPA. Também são entes descentralizados do ministério, organizados sobre a
forma de sociedades de economia mista, as Centrais de Abastecimento de Minas
Gerais S.A (Ceasa/MG), a Companhia de Armazéns e Silos de Minas Gerais (Ca-
semg) e a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Além disso, o ministério coordena as ações e políticas de 28 Câmaras Setoriais e 8
Câmaras Temáticas relacionadas aos diversos setores produtivos do agronegócio
brasileiro (BRASIL, 2019a).
183
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
184
TÓPICO 3 | REGULAÇÃO DE ALIMENTOS, ADITIVOS E ALIMENTOS FUNCIONAIS
te, o SIF tem atuação em mais de 5 mil estabelecimentos brasileiros, todos sob a
supervisão do DIPOA (BRASIL, 2019a).
DICAS
186
TÓPICO 3 | REGULAÇÃO DE ALIMENTOS, ADITIVOS E ALIMENTOS FUNCIONAIS
187
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
DICAS
188
TÓPICO 3 | REGULAÇÃO DE ALIMENTOS, ADITIVOS E ALIMENTOS FUNCIONAIS
189
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
3 ADITIVOS
Acadêmico, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
(BRASIL, 1997), os aditivos alimentares são classificados em três grupos de acordo
com suas funções nos alimentos:
Nesse contexto, aditivo alimentar pode ser definido como qualquer ingre-
diente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com o
objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais,
durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acon-
dicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento. A uti-
lização de aditivos se justifica por razões tecnológicas, sanitárias, nutricionais ou
sensoriais, sempre que sejam utilizados aditivos autorizados em concentrações tais
que sua ingestão diária não supere os valores de ingestão diária aceitável (IDA)
recomendados e atenda às exigências de pureza estabelecidas (BRASIL, 1997).
• houver evidências ou suspeita de que ele não é seguro para consumo pelo homem;
• interferir sensível e desfavoravelmente no valor nutritivo do alimento;
• servir para encobrir falhas no processamento e/ou nas técnicas de manipulação;
• encobrir alteração ou adulteração da matéria-prima ou do produto já elaborado;
• induzir o consumidor a erro, engano ou confusão.
190
TÓPICO 3 | REGULAÇÃO DE ALIMENTOS, ADITIVOS E ALIMENTOS FUNCIONAIS
mento.
5. Corante: substância que confere, intensifica ou restaura a cor de um alimento.
6. Conservador: substância que impede ou retarda a alteração dos alimentos provoca-
da por micro-organismos ou enzimas.
7. Edulcorante: substância diferente dos açúcares que confere sabor doce ao alimento.
8. Espessantes: substância que aumenta a viscosidade de um alimento.
9. Geleificante: substância que confere textura através da formação de um gel.
10. Estabilizante: substância que torna possível a manutenção de uma dispersão uni-
forme de duas ou mais substâncias imiscíveis em um alimento.
11. Aromatizante: substância ou mistura de substâncias com propriedades aromáticas
e/ou sápidas, capazes de conferir ou reforçar o aroma e/ou sabor dos alimentos.
12. Umectante: substância que protege os alimentos da perda de umidade em ambien-
te de baixa umidade relativa ou que facilita a dissolução de uma substância seca em
meio aquoso.
13. Regulador de acidez: substância que altera ou controla a acidez ou alcalinidade dos
alimentos.
14. Acidulante: substância que aumenta a acidez ou confere um sabor ácido aos ali-
mentos.
15. Emulsionante/emulsificante: substância que torna possível a formação ou manu-
tenção de uma mistura uniforme de duas ou mais fases imiscíveis no alimento.
16. Melhorador de farinha: substância que, agregada à farinha, melhora sua qualidade
tecnológica para os fins a que se destina.
17. Realçador de sabor: substância que ressalta ou realça o sabor/aroma de um alimen-
to.
18. Fermento químico: substância ou mistura de substâncias que liberam gás e, desta
maneira, aumentam o volume da massa.
19. Glaceante: substância que, quando aplicada na superfície externa de um alimento,
confere uma aparência brilhante ou um revestimento protetor.
20. Agente de firmeza: substância que torna ou mantém os tecidos de frutas ou hor-
taliças firmes ou crocantes, ou interage com agentes geleificantes para produzir ou
fortalecer um gel.
21. Sequestrante: substância que forma complexos químicos com íons metálicos.
22. Estabilizante de cor: substância que estabiliza, mantém ou intensifica a cor de um
alimento.
23. Espumante: substância que possibilita a formação ou a manutenção de uma dis-
persão uniforme de uma fase gasosa em um alimento líquido ou sólido.
191
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
192
TÓPICO 3 | REGULAÇÃO DE ALIMENTOS, ADITIVOS E ALIMENTOS FUNCIONAIS
193
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
4 ALIMENTOS FUNCIONAIS
Acadêmico, Tonato (2007) descreve que de acordo com a Associação Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA), alimento funcional é o alimento ou ingrediente
com alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde e que pode, além de funções
nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzir efeitos metabólicos e/ou
fisiológicos e/ou benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervi-
são médica, sendo que, quando consumido na dieta habitual, a eficácia e a segurança
desses alimentos devem ser asseguradas por estudos científicos.
194
TÓPICO 3 | REGULAÇÃO DE ALIMENTOS, ADITIVOS E ALIMENTOS FUNCIONAIS
• denominação do produto;
• finalidade de uso;
• recomendação de consumo indicada pelo fabricante;
• descrição científica dos ingredientes do produto, segundo espécie de origem botâni-
ca, animal ou mineral, quando for o caso;
• composição química com caracterização molecular, quando for o caso, e/ou formu-
lação do produto;
195
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
196
TÓPICO 3 | REGULAÇÃO DE ALIMENTOS, ADITIVOS E ALIMENTOS FUNCIONAIS
197
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
Maçã, manjericão,
Ação antioxidante, antisséptica e
manjerona, sálvia, uva, Taninos
vasoconstritora.
caju, soja
Esteróis vegetais, Podem auxiliar na redução de doenças
Óleos vegetais
estanóis cardiovasculares.
Favorecem funções gastrointestinais, com
Leites fermentados, Probióticos
redução de obstipação (prisão de ventre) e
iogurtes e outros produtos (bifidobactérias e
podem auxiliar na prevenção do câncer de
lácteos fermentados lactobacilos)
cólon.
Prebióticos (fruto- Ativação da microflora intestinal,
Vegetais como chicória,
oligossacarídeos e favorecendo o bom funcionamento do
alcachofra
inulina) intestino.
FONTE: Tonato (2007)
Soja: a ingestão sugerida de proteína de soja diária deve ser em torno de 25 gra-
mas para auxiliar a diminuição de LDL-colesterol e de 60 gramas para auxiliar
a diminuição dos sintomas de menopausa.
• Chá verde: o consumo de quatro a seis xícaras de chá por dia pode favorecer a
diminuição do risco do câncer de esôfago e gástrico.
198
TÓPICO 3 | REGULAÇÃO DE ALIMENTOS, ADITIVOS E ALIMENTOS FUNCIONAIS
• Alho: um dente de alho por dia pode auxiliar na diminuição da pressão arte-
rial e dos níveis de colesterol.
199
UNIDADE 3 | TÓPICOS EM ANÁLISE
LEITURA COMPLEMENTAR
200
TÓPICO 3 | REGULAÇÃO DE ALIMENTOS, ADITIVOS E ALIMENTOS FUNCIONAIS
FONTE: OLIVEIRA, C. P. de. Importância das análises laboratoriais para a indústria de alimentos.
2018. Disponível em: <http://bit.ly/39Fn000>. Acesso em: 6 nov. 2019.
201
RESUMO DO TÓPICO 3
202
• A declaração dos aditivos alimentares no rótulo está regulada no Codex Ali-
mentarius, através de um número do Sistema Internacional de Numeração de
Aditivos Alimentares (INS).
• O destaque para estas novas funções dos alimentos pode ser apropriado por
“Alegações de propriedades funcionais e ou de saúde” regidos pelas Resolu-
ções nº 18 e 19, de 30 de abril de 1999.
CHAMADA
203
AUTOATIVIDADE
204
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) III – I – II.
b) ( ) III – II – I.
c) ( ) II – III – I.
d) ( ) I – III – II.
205
REFERÊNCIAS
ABE-MATSUMOTO, L. T.; SAMPAIO, G. R.; BASTOS, D. H. M. Validação e
aplicação de métodos cromatográficos para determinação de vitaminas em
suplementos. Rev. Inst. Adolfo Lutz. v. 75, n. 1689, São Paulo, 2016.
206
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Biblioteca
de Alimentos. 2019c. Disponível em: http://bit.ly/3aDD3vk. Acesso em: 23 out. 2019.
207
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução
da Diretoria Colegiada – RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002. Aprova o
Regulamento Técnico sobre Rotulagem de Alimentos Embalados. Diário Oficial
da República Federativa do Brasil, Brasília-DF, 2002.
CUNHA, M. B. da. O Glúten em Questão. Quím. nova esc. v. 40, n. 1, p. 59-64, 2018.
208
CUNHA, Ricardo Bastos. Apostila de química analítica quantitativa.
Universidade de Brasília. Instituto de Química. Química Analítica Quantitativa.
2001. Disponível em: http://bit.ly/38ME6I9. Acesso em: 8 jun. 2019.
FORTES M.; OKOS, M. R. Drying theories: their bases and limitations as applied
to food and grain. In: MUJUMDAR, A. Advances in Drying. Washingtion:
Hemisphere Publishing Corporation v. 1 p. 119-154. 1980.
209
MAGALHÃES, R. Regulação de alimentos no Brasil. Revista de Direito Sanitário,
v. 17, n. 3, p. 113-133, 2017.
MOTTA, V.T. Bioquímica básica. São Paulo: Laboratório Autolab Ltda., 2005.
RODRIGUES, Márcia Maria; VAIRO, Célia Maria. Manual prático para uma
alimentação saudável. Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento
Social. 3 ed. São Paulo, 2015.
210
RODRIGUES, Maria de Lourdes Carlos. et al. Alimentação e nutrição no Brasil.
Brasília: Universidade de Brasília, 2007. 93 p.
211