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Livro: Dom Casmurro

Autor: Machado de Assis

O autor nos apresenta a história do protagonista contada por ele mesmo em


forma de memórias, quando completara 54 anos. Trata-se de Bento de Albuquerque
Santiago, ou simplesmente Bentinho, como era mais conhecido. Porém o protagonista
inicia sua história contando ao leitor como ganhara um outro apelido em tempos mais
recentes: devido aos rumos que sua vida tomara ao longo do tempo, tornara-se
introspectivo e um tanto sisudo, sem querer muito contato principalmente com
desconhecidos. Certa tarde, quando estava no interior de um trem, foi abordado por um
artista de rua que lhe fez uma poesia e começou a recitar; Bentinho, entediado, quase
dormiu, o que valeu a ira do poeta que lhe chamou de Dom Casmurro, apelido que pegou
pois todos os dias pegava aquele mesmo trem. Em seguida, passa a narrar os fatos
relativos à sua adolescência em diante.
Bentinho era filho único do casal Pedro de Albuquerque Santiago e dona
Glória, sendo que seu pai havia falecido há alguns anos. Moravam na rua dos Matacavalos
em uma casa enorme. A viúva Dona Glória, para não ficar sozinha naquele imóvel, trouxe
para morar com ela seu irmão, o tio Cosme, um advogado viúvo; trouxe também prima
Justina, igualmente viúva e ainda alugava um dos quartos para o amigo e médico da
família, o Dr. José Dias. A casa de Dona Glória era conhecida no bairro como a “casa dos
viúvos”. Ao lado de sua casa, moravam o casal Pádua e Fortunata, pessoas simples e
direitas que tinham uma filha chamada Maria Capitolina, chamada de Capitú pelos
amigos e esta tinha um ano a menos do que Bentinho, de quem era amiga. Com o passar
do tempo e a chegada da adolescência, os dois jovens acabaram se apaixonando, fato
este logo percebido pelo Dr. José Dias, que implicava com Capitú, dizendo que ela era
dissimulada e tinha “olhos de ressaca”. Coube ainda ao médico alertar Dona Glória sobre
a paixão dos jovens e lembra-la que esta tinha uma promessa a cumprir, que consistia em
mandar Bentinho para um seminário. Ocorre que Dona Glória tivera uma primeira
gravidez antes de Bentinho nascer e perdeu a criança; então fez uma promessa que
consistia no seguinte: em caso de nova gravidez e nascimento da criança, esta seria
enviada para o seminário como forma de agradecimento pelo bom parto. Enquanto os
adultos conversavam sobre a tal promessa, Bentinho ouviu e correu para contar para
Capitú; ambos ficaram arrasados e prometeram amor eterno, sendo que dariam um jeito
para que no futuro se casassem. Nesse dia, ocorreu o primeiro beijo do jovem casal.
Sem ter o que fazer, Bentinho foi para o seminário. Lá fez amizade com
Ezequiel de Souza Escobar, que se tornaria seu melhor amigo e confidente. A ele Bentinho
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contara sobre seu amor por Capitú e sua falta de vocação para o seminário. Escobar era
de Curitiba e, nos finais de semana que eram liberados para passar com a família, algumas
vezes foi para a casa de Bentinho e conheceu toda a família. Por outro lado, Capitú
aproximara-se bastante de Dona Glória que então começou a simpatizar com a garota e
até mesmo a ser favorável ao relacionamento desta com seu filho, porém havia aquela
promessa que a mulher pensara até em escrever para o Papa para absolver seu filho.
Escobar então disse para o amigo que pensaria em um plano para que escapasse do
seminário e assim o fez. Em uma das visitas na casa de Bentinho, pediu para que Dona
Glória lhe explicasse com pormenores como teria sido a promessa; ao analisar o
“tratado”, verificou que havia uma “brecha” no acordo que não indicava diretamente
Bentinho como sendo o garoto a ser mandado para o seminário, mas “qualquer um”.
Desta forma, ela retirou Bentinho do seminário e enviou um jovem escravo em seu lugar,
cumprindo do seu jeito a promessa.
O jovem Bentinho então vai para São Paulo estudar direito na Faculdade do
Largo São Francisco. Tão logo se forma, retorna para o rio de Janeiro para cumprir sua
promessa de adolescência: se casar com a amada Capitú. Nesse meio tempo, seu grande
amigo Escobar também havia deixado o seminário e se tornara um promissor negociante
de café, tendo recentemente se casado com a bela Sancha, amiga de Capitú. O casal não
se largava; ora jantavam na casa de um, ora na casa do outro; nos finais de semana
viajavam juntos, iam às mesmas festas, frequentavam os mesmos lugares. Sancha
engravidou e teve uma linda garotinha, ao qual dera o nome de Capitolina, em
homenagem à amiga. Já Capitú não engravidava de jeito nenhum. Passou algum tempo e
a boa notícia: estava grávida, vindo a nascer um belo garoto que o casal fez questão de
retribuir a homenagem dos amigos, chamando-o de Ezequiel.
O tempo foi passando e Bentinho então passou a sentir um certo ciúmes de
Capitú com o amigo Escobar, visto que ambos viviam cochichando e sorrindo um para o
outro. Mas o ciúme se tornaria obsessão quando foi percebendo que, conforme o
pequeno Ezequiel crescia, apresentava o mesmo andar, o mesmo sorriso, o mesmo jeito
de gesticular e pior, a mesma feição do amigo Escobar. Passa então a questionar a esposa
que acha seu comportamento estranho; evita até mesmo o contato com a criança. Mas a
gota d’agua para sua desconfiança ocorre com uma tragédia: Escobar morre afogado em
uma viagem. No enterro, percebe que Capitú está em profundo sofrimento, o que decreta
em sua cabeça a confirmação da traição da esposa com seu falecido amigo. Cada vez mais
se retrai e pensa até mesmo em envenenar a criança. Em uma viagem que fazem para a
Europa, separam-se e ele vem para o Brasil sozinho. Torna-se fechado e taciturno,
vivendo apenas para o trabalho. Passados alguns anos, Capitú adoece e morre; mas antes
pede para que Ezequiel volte para o Brasil e tente se aproximar de Bentinho. Seguindo as
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recomendações da mãe, o rapaz tenta se aproximar do pai, mas este o renega. Ezequiel
havia estudado arqueologia na Europa e desejava fazer uma expedição para Jerusalém;
quando soube, Bentinho paga as custas da viagem e este parte para seu destino, onde
contrai febre tifóide e morre. Sozinho, cheio de dúvidas e culpas, Bentinho constrói uma
réplica do casarão em que passara sua juventude na rua dos Matacavalos, onde passa a
morar e começa a escrever as suas memórias.

Gostou do livro?
- Sim. Ótimo livro. Machado de Assis nos envolve com uma trama muito interessante que
se tornou um dos maiores clássicos da literatura mundial, além de alimentar uma dúvida
que o próprio autor levaria consigo para o túmulo, juntamente com as personagens
Capitú e Escobar: houve ou não a traição?

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