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Copyright © 2021 – Betânia Vicente

Capa: Dammy Costa


Revisão: Mariana Santana
Diagramação: Veveta Miranda

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos são produtos da imaginação do(a)
autor(a). Quaisquer semelhanças com nomes, datas e
acontecimentos reais são mera coincidência.

É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte


destas obras, através de quaisquer meios — tangível ou intangível
— sem o consentimento escrito do(a) autor(a) ou da editora.

Todos os direitos reservados.

Criado no Brasil.
Sumário

Sinopse
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Epílogo
Epílogo 2
Desejo Proibido
Sinopse
Capítulo 1
Agradecimento
Davi

Eu era tudo que ela precisava, seria seu melhor amigo, seu
irmão, seu pai, seu namorado ou mesmo seu melhor marido. Desde
o momento que conheci Rachel, sabia que estava perdido por ela,
ou melhor, estava caído por ela. Seu sorriso, seu olhar que me
mostrava como ela era frágil, que nem uma pétala de flor.
Ela nunca percebia, mas seu olhar, às vezes, lhe traía, e eu
via que tinha alguma coisa que ela não me contaria nunca. Faria de
tudo só para ter o sorriso dela nos seus lábios em minha boca.
Mesmo descobrindo que ela frequentava o mesmo clube de BDSM
que eu frequentava.
Será que a minha feiticeira era uma submissa?

Raquel

Sempre me imaginei casada e vivendo felizes para sempre.


Mas sabia que nunca mais iria acontecer comigo. Assistia a filme,
novela e sempre tinha o final daqueles que nós, como espectadoras,
gostaríamos de viver.
E um dia vou ao clube de “BDSM” que sempre frequento e
encontro ninguém, mais, ninguém menos que Davi Hauffenn! O
homem por quem sou completamente apaixonada!
O que ele diria se ele soubesse que Raquel Santos era uma
mulher manchada pela violência sexual?
Eu amei desde o momento que a vi pela primeira vez! Pode
até parecer clichê, mas Raquel entrou em mim como se fosse vírus
que não quis sair do meu organismo. Mesmo sabendo que ela
escondia alguns segredos, um deles, eu tinha descoberto por acaso
quando eu fui ao clube de BSDM que eu e o Diogo frequentávamos
na época e agora eu vou só, desde que ele era um homem
algemado pela minha irmã encrenqueira.
Realmente eu tomei um baita susto ao vê-la vestida como
uma Dominatrix, vou dizer meu pau amou ver esta visão e que
quase todas as noites eu batia uma em homenagem a ela. Raquel
era tipo daquela morena gostosa, como toda brasileira, com olhos
verdes, como esmeralda, se alguém a encontrasse pela rua, com
certeza iria a chamar para tirar fotos para ser modelo.
Uma coisa que eu tinha certeza: Raquel não gostava de
chamar atenção, até suas vestimentas eram bem mais comportadas
do que a maioria das mulheres que adoravam usar roupas curtas.
Raquel porém não podia beber com a Nella, porque as duas ficavam
altas muito rápido. Ah, Nella, para quem não sabe, está casada com
meu amigo Diogo, ele era o maior galinha, mas desde que ele se
casou está tranquilão.
Agora ele era pai e devo confessar, eu morria de inveja da
família que ele fez com a minha irmã, era errado eu querer a mesma
coisa só que a mulher que eu escolhi para ser minha tinha segredos
guardados como se fosse um tesouro escondido a sete chaves?
Eu queria gritar aos quatros ventos que eu, Davi, o maior
mulherengo, tinha sido enfeitiçado por uma Dominatrix? Se alguém
tivesse me falado que seria isso, teria rido. Eu, Davi, um
mulherengo, estava de quatro por uma feiticeira.
Eu sempre queria saber onde ela estava, cheguei até
adicioná-la no meu “Facebook,” querendo acompanhar as notícias
que ela colocava e sempre ficava aliviado quando seu status estava
sempre ali escrito como solteira.
Vi tudo em vermelho no dia que a encontrei no clube e, em
mim, libertou-se um homem das cavernas, não querendo nenhum
cara perto dela. Ela era minha, só minha, e faria de tudo para tê-la.
E eu, ali, perdido em meus pensamentos, não vejo a minha
irmã entrar e sentar-se bem na minha frente, com braços cruzados.
Eu tomo um belo de um susto.
— Que merda, Nella, quer me matar do coração? — falo,
tentando me recuperar; acho que eu nunca iria, pois Nella sempre
me faz ter quase mini-infarto, de tudo que já aconteceu com ela.
— Calma aí, meu filho, como eu vou imaginar que você está
tendo um sonho acordado, aí? — Nella, zoando com a minha cara,
como sempre.
— Hahaha, o que você está fazendo aqui? — pergunto,
grosso mesmo. Eu não estava no meu melhor momento, pensar em
Raquel me deixava fraco.
— Hei, calminha aí, amigo, eu vim me encontrar com o
Diogo! — ela diz toda sorridente.
— Cadê a Maria Eduarda? — pergunto com saudades dela,
ela era minha garotinha, eu mimava mesmo. Maria Eduarda era a
filha da Nela com meu amigo, ex-galinha, Diogo.
— Está com a Raquel — ela diz e só a menção desse nome
me deixa em estado de alerta, estava louco por uma mulher que era
difícil compreender.
— Raquel está bem? — pergunto para Nella.
Desde que aconteceu aquele episódio no clube, quase a
gente não se via mais e, se eu não estiver enganado, a última vez
tinha sido quando eu e a Raquel tínhamos batizado minha sobrinha
e depois disso a gente não tinha nos visto mais. E sempre que a
Nella marcava algo, Raquel sempre dava um jeito de escapar e
inventar algo só para não me encontrar.
— Está sim! Ela anda meio ocupada, por causa dos
lançamentos dos novos autores e tudo — ela diz.
— Entendo, como anda seus livros? — pergunto, e seus
olhos brilham.
Depois do lançamento do Delegado, Nella andava
escrevendo novas histórias, sinceramente nunca fui muito de livro,
se bem que desde que a Raquel estava mexendo com essas
histórias, eu tinha uma curiosidade.
— Muito bem, estou pensando em escrever um livro sobre
um padre, o que acha? — pergunta Nella com curiosidade.
— Está de brincadeira? — pergunto, chocado.
— Claro que não! — ela diz, rindo da minha cara.
— Algum problema, aqui? — Ouvimos uma voz e logo Nella
dá um grito e corre para os braços do Diogo. Eles começam a se
beijar como se eu não estivesse aqui, presenciando a cena deles
dois.
— Hum... Eu acho que vocês dois deveriam ir pro quarto e
ficarem lá algum tempo — comento com ironia.
— Nossa, alguém está precisando pegar uma submissa para
ficar mais relaxado! — Diogo comenta comigo e pisca os olhos,
Nella olha para gente e revira os olhos.
— Vou pensar nisso! — respondo.
— Meu irmão, acho que você deve procurar uma certa
morena de olhos verdes. — Ela pisca, e olho para o Diogo
atravessado, que responde logo:
— Não coloque a culpa em mim, não? — Diogo se defende.
— Davi, não foi o Diogo que me contou — ela diz,
defendendo o maridinho.
— Ah, e como você acha que estou gostando da sua amiga?
— pergunto com ironia.
— Você e a Raquel estão se gostando, e não é de hoje! —
ela diz, e sei que era verdade, eu sentia que não era só eu que tinha
esse sentimento tão bom que assustava ao mesmo tempo, e fico
pensando: estava na cara?
— Nella, a Raquel não quer nada comigo? — confesso, eu
não sabia mais como agir em relação à Raquel.
— Oh, meu irmão, tenha paciência, por favor, Raquel passou
por muitas coisas, conversa com ela, o que acha? — ela pergunta e
vem me abraçar, eu estava virando fraco, meus sentimentos
estavam em rebuliço, às vezes, eu achava que homem também
tinha TPM.
— Vou tentar falar com ela! — digo para ela, que me faz um
carinho.
— Depois quero saber como foi! — Nella diz e soltamos
nosso abraço, ela volta pros braço Diogo.
— Vou pensar no que você acabou de falar, Nella! — falo e
me despeço deles, que já estavam indo embora, no mínimo para ter
uma noite só deles.
Aqui virou mais a minha casa do que a minha própria, desde
que fui nomeado e virei o novo delegado. O Diogo e eu somos bons
amigos, parceiros de profissão e irmãos de sangue. O bom que
fiquei designado na mesma delegacia e fazia par ou ímpar para ver
quem ficava de manhã ou de noite, fazíamos uma espécie de
rodízio.
Tinha semana que eu ficava à noite e tinha semana que eu
ficava de dia. Hoje, por exemplo, eu ficaria à noite, já que o Diogo e
a Nella iriam curtir um pouco o casamento deles. Eu queria tanto ver
a Raquel! O que eu devo fazer? Tenho que tê-la nos meus braços,
quero mostrar para ela que somos perfeitos um para o outro.
Preciso ouvir a voz dela, preciso sentir seu cheiro, seu sabor
eu amava e não sabia mais viver sem ela. Pego meu celular e fico
ali um bom tempo querendo ligar para ela, mas o medo era maior de
ser rejeitado e quero vê-la pessoalmente, por isso pego meu
distintivo e a arma e saio da minha sala sem antes passar pela
recepção da delegacia, avisando que eu daria uma saída, que iria
comer alguma coisa, e peço que eles aguentem até eu voltar; e eles
dizem que sim, então saio rápido, antes que alguém me chame de
volta para atender mais alguma ocorrência.
Pego meu carro no estacionamento, ligo-o e sigo até a casa
da minha feiticeira; me dá uma vontade de ligar um rádio para ouvir
uma música. Quem sabe não me ajudava a me concentrar, dizer
coisa certa e não assustar a minha feiticeira de olhos verdes.
Começa uma música e fica tocando várias até que uma me
chama atenção, pois nunca tinha ouvido, bom eu achava que não, a
música falava coisas que tinha tudo a ver com a gente. Bom, se
meu inglês não estivesse enferrujado, era dizia assim a tradução
dela:

"Quando um homem ama uma mulher,


Não consegue manter sua mente em nada mais
Ele trocaria o mundo
Por uma coisa boa que ele achou".

Era isso, essa música estava dizendo o que eu sentia, e eu


não parava de pensar nela, faria de tudo para ela ver que a faria
feliz como nenhum homem já fez. Outro trecho da música que me
chamou a atenção foi:

"Quando um homem ama uma mulher,


Bem no fundo de sua alma,
Ela pode lhe trazer tal miséria;
Se ela está brincando com ele de bobo,
Ele é o último a saber,
Olhos apaixonados nunca podem ver".
(Michael Bolton - When a man loves a woman)
Eu continuei terminando de ouvir a música que descrevia o
que eu sentia, fiquei esperando a locutora dizer o nome do cantor e,
quando fico sabendo que é o cantor Michael Bolton, paro o carro em
um acostamento e pego meu celular e entro rápido no site de busca
e coloco para baixar a música e, quando termina, eu coloco para
tocar várias e várias vezes, nunca me cansando, até quando eu
chego na porta da casa da Raquel e me armo de coragem, desligo o
carro, saio e sigo direto para porta da minha feiticeira.
Ao chegar lá, reparo que tudo está em silêncio e tento me
lembrar se a minha irmã chegou a comentar algo sobre a Raquel ter
que sair, mas não me lembro. Ela deveria estar em casa; por causa
da minha sobrinha que, nessa hora, deveria estar dormindo, resolvo
tocar a campainha e fico lá esperando.
Ouço passos vindos em direção à porta e logo ela abre e
mostra uma Raquel muito surpresa, talvez querendo saber o que eu
estava fazendo ali naquela hora, parado na porta dela.
— Davi, houve alguma coisa com a Nella e o Diogo? — ela
pergunta, já preocupada.
— Calma, Raquel, fique tranquila, eles estão bem! — falo.
— O que você está fazendo aqui? — ela pergunta olhando
para mim, acho que tentando adivinhar o que estava acontecendo
por estar ali e sem falar nada.
— Vim falar com você, Raquel! — respondo ao ver como ela
estava ali linda na minha frente, usando uma camisola meio
transparente, em minha opinião, preta. Será que ela estava
acompanhada?
— Melhor você ir embora, Davi! — ela diz com receio. Será
mesmo que ela estava com um homem, ele a deixou vim atender a
porta desse jeito!
— Raquel, você está sozinha aqui? — pergunto com medo
de ouvir um sim e descobrir que eu a perdi para outro homem sem
ter lutado por ela.
— Davi, se estou com uma criança de quase um ano, então,
não estou sozinha, e sim acompanhada — ela retruca, eu solto um
suspiro de alívio, dando graças a Deus por não encontrar nenhum
homem com ela.
— Ok! Então eu posso entrar? — peço, esperando uma
resposta afirmativa.
Se ela dissesse que não eu iria entrar de qualquer forma...
tínhamos um assunto para resolver e, quando tudo estivesse
esclarecido, eu mataria a minha louca vontade de puxá-la para os
meus braços e beijar sua boca gostosa, a fazendo minha logo.
Eu o amava, mais que a minha vida! Se alguém ouvisse, diria
que exagerei, mas não era isso! Davi foi o único homem que
conseguiu quebrar a minha armadura de proteção, entrou em mim e
viu a minha alma.
Depois daquele dia do clube, que eu entrei em pânico
literalmente, fugi como se o diabo fugisse da cruz. Naquele dia, eu
senti que o Davi gostava de mim, mas isso nunca iria dar certo,
como um homem que era todo certo iria aceitar uma mulher que foi
violentada por um desconhecido?
Corro direto para o banheiro e quase não deu tempo de eu
chegar ao vaso, vomito até eu não aguentar mais, só saía líquido,
eu ainda me odiava por ter deixado aquilo acontecer!
A violência que sofri fez-me ter medo de chegar nos homens
e, quando eles viam, eu cortava. Mas Davi era diferente, sempre foi.
Ele me olhava com admiração, seu olhar de desejo escorria pelo
meu corpo como ele estivesse me despindo.
Ao mesmo tempo em que eu queria o Davi perto de mim, eu
queria me afastar dele e foi o que fiz, me distanciei com medo de ele
descobrir o que aconteceu comigo. Talvez ele poderia ficar com
raiva, eu sei que ele nunca faria nada, não queria uma morte na
minha vida, mesmo que isso tivesse acontecido com a minha vida,
eu não desejava que o Davi fosse preso e perdesse seu cargo de
delegado.
Ele não merecia isso, se contasse para ele o que tinha
acontecido comigo, eu tinha certeza de que ele iria atrás do homem
que me violentou, faria de tudo para localizá-lo e acabar com a vida
daquele animal, ou melhor, daquele monstro em forma de homem.
Davi era um homem muito bom e merecia uma boa mulher na
vida dele. Sempre que eu tinha esse tipo de pensamento, ficava
com o coração na mão e me dava vontade de querer dar uns tapas
em qualquer uma mulher que chegasse perto dele.
Era melhor eu continuar a fazer do jeito que eu estava
fazendo, esquecer o Davi era a melhor coisa. Dou descarga e vou
até a pia do banheiro, joguei água no rosto e pego a minha escova
de dente, escovo os meus dentes para tirar o gosto amargo que
estava ainda minha boca, credo. Enxugo meu rosto e, ao ver que eu
estava sem nenhum gosto na boca, saio olhando para ver como
meu quarto estava muito bagunçado, parecia que um furacão tinha
passado por aqui.
Ai, minha mãe, vai falar um monte quando ver o quarto desse
jeito. Eu era até uma pessoa organizada, mas tinha dia que eu ia
procurar alguma roupa ou um livro, aí, danou-se, meu quarto virava
mesmo um furacão.
Para arrumar esse quarto, seria bom colocar uma música top.
Pego meu celular, um Moto One Fusion, um celular simples e
bonito, que me satisfez com a compra. Escolho a música e deixo
tocando enquanto eu organizo tudo, para deixar perfeito; meia hora
depois o quarto estava limpo e organizado.
Vou até a cozinha e pego um copo de Coca-Cola e torta de
frios que a minha mãe tinha feito. Volto novamente para o meu
quarto, abro o notebook e começo a trabalhar. Estava tão absorvida
lendo um livro que foi me mandado por um autor desconhecido
ainda; se esse livro continuasse bom, eu logo faria a proposta para
publicação dele.
A música que estava tocando para e começa a tocar o tom de
chamada sendo recebida, olho e vejo que era a Nella.
— Hei! Nella, em que posso ajudar? — pergunto, curiosa.
— Oi, Raquel, gostaria de pedir um favor? — ela começa.
— Sim! Você quer que eu fique com a Maria Eduarda, né? —
pergunto, logo sabendo da resposta.
— Sim! — Ela diz, sem graça.
— Nella, amo ficar com a minha afilhada! — falo, e era
verdade, Maria Eduarda era uma criança tão calma, e eu amava
cuidar dela.
— Ah, eu sei! — ela diz e continua: — Só não queremos que
você ache que estamos querendo te explorar.
— Aff, Nella, eu nunca pensaria isso de vocês, agora traz ela
que eu cuido — brinco com ela, que dá risada.
— Pode deixar, daqui a pouco estaremos aí! — Nella diz e
conversamos mais um pouco, contei para ela sobre um livro que eu
estava lendo que tinha me chamado atenção.
— Ah, me deixa ler também? — Nella me pede.
— Claro, eu envio paro seu e-mail, e o seu novo livro está
quase pronto? —pergunto, curiosa. Seu livro Delegado fez um maior
sucesso e estávamos ainda entre os mais vendidos.
— Sim, já estou preparando outro livro já! — ela solta.
— Menina, você não dorme, não? — brinco.
— Ah, eu durmo sim, se bem que durmo melhor com o meu
delegado delícia. — brinca, e eu reviro os olhos. Eu tinha uma
pontinha de inveja desse relacionamento que deu muito certo entre
eles.
— Meu Deus! Por favor, não me conte as suas atividades
sexuais com o Diogo, por gentileza! — ironizo.
— Hahaha, claro que não, vai que você queira escrever um
livro chamado As aventuras sexuais de Antonella e Diogo — ela ri.
— Meu Deus do céu, mulher, melhor você ir atrás logo do seu
homem que é melhor — brinco revirando os olhos; essa Nella não
tinha jeito mesmo.
— Ok! Agora, minha amiga, me deixe terminar de resolver
alguns pepinos e daqui a pouco estamos aí.
— Esperarei a minha princesa! — falo com saudades da
minha afilhada.
— De mim! Ah, não sabia que você sentia tanta minha falta
desse jeito — ela diz.
— Meu Deus, mulher, você se sente pra caramba, né! Eu
disse que eu sinto falta da minha princesa e isso significa que não é
você, se conforme, gata, perdeu o posto — brinco.
— Nossa, muita maldade em seu coração, você não me quer
mais, né? — Nella brinca, fazendo drama.
— Meu Deus, mulher, desligue logo o telefone e vai trepar,
seu mal é esse. — pilho com ela.
— Ah, menina, isso, eu vou mesmo, pode deixar — ela diz,
rindo, e encerramos a ligação. Dando uma risada dessas, Nella que,
desde que se casou com o Diogo, era a pessoa mais feliz desse
mundo.
Bom, agora farei um suco para minha afilhada, que logo ela
estaria aqui.

Algumas Horas Depois...


— Você está a coisinha mais linda, Duda — falo, olhando
para minha afilhada, que era muito fofa. Maria Eduarda era uma
mistura dos pais, quem olhava para ela e via seus pais achava que
era a cara dos dois mesmo.
— Ela está linda mesmo — diz a Nella toda orgulhosa.
— Concordo! — E vejo a Nella passando com as coisas da
Duda para sala e colocando em cima do sofá; ao me ver com a
Duda nos braços, ela diz: — Agora as duas mocinhas se
comportem, prometo não me demorar na rua com o Diogo.
— Pode ficar tranquila, Nella, a gente vai aprontar todas, né,
Duda! — brinco com a Duda, que abre um maior sorriso.
— Eu imagino, e a sua mãe? — Nella pergunta ao olhar ao
redor e não vê ela por ali.
— Menina, agora que é aposentada, está curtindo a vida, foi
viajar com as amigas dela — comento com sorriso tranquilo, minha
mãe merece tudo de bom nessa vida.
— Que bom, Raquel, ela estava precisando mesmo dar uma
levantada no astral depois da gripe forte que pegou.
— É verdade, ela ficou bem debilitada e agora Graças a Deus
está muito bem — comento.
— Bom, eu tenho que ir — Nella diz, me dando um beijo no
rosto e outro na filha.
— Vai lá curtir o maridão — brinco.
— Vou sim, vou buscá-lo na delegacia com meu carro.
Depois que o Davi virou também delegado, eles dois têm se
revezado. — Só de a Nella tocar no nome do Davi, meu coração
dispara e penso: coração traidor.
— Ele está bem? — pergunto como não quer nada.
— O Davi? — Nella questiona.
— Sim! — respondo, não desejando ter tocado no nome dele.
— Sim, ele está bem! Anda meio amuado e não sei por que.
— ela diz como se estivesse me questionando e não daria o braço a
torcer.
— É mesmo, logo passa, ele deve estar com algum problema
amoroso —respondo entredentes, incomodada.
—Hahaha, sei... vocês dois por que não reconhecem que não
podem viver sem outro?
—Tchau, Nella, vai cuidar do seu delegado — desconverso.
—Tchau, amiga, você sabe que eu torço muito pelos dois,
né? — ela diz com sinceridade, me abraçando.
— Sei sim! É melhor assim, mesmo que eu e o Davi não
fiquemos juntos, logo ele arruma uma mulher e me esquece —
respondo, triste só de imaginar isso.
— Minha amiga, escuta o que eu vou te dizer — Nella fala e
fica um pouco pensativa —, você e o Davi ainda vão ficar juntos e
eu tenho certeza.
— Ah, Nella, eu não quero ficar com homem algum, eu não
sou uma pessoa limpa — respondo com dor no coração, me
sentindo suja.
— Nunca fale esse tipo de coisa. Raquel, minha amiga, você
é a pessoa mais bondosa, sensível e maravilhosa e eu tenho
orgulho de ser a sua amiga e, também, tenho certeza de que o Davi
pensa assim.
Essa declaração me faz sentir emocionada e sabia que podia
contar com a minha amiga Nella. Ela é a única pessoa que me
entendia e sabia dos meus temores e segredos, só ela sabia o que
eu passava quase toda noite.
— Obrigada por essas lindas palavras, agora vai lá atrás do
seu homem, que eu e a Duda vamos assistir a uns filmes de terror,
né, Duda, fala para mamãe que eu e você vamos comer um balde
de pipoca com uma Coca-Cola bem gelada — falo para Duda, que
bate as mãos concordando.
— Me deixa ir embora, porque vocês estão me atentando
com a história de um filme de terror e uma Coca-Cola. Ah, antes que
eu esqueça, Duda já comeu e, também, mamou, está pronta para
soneca daqui a pouco — ela brinca, dá um beijo na gente e vai
embora.
— Agora, vamos assistir à Galinha Pintadinha, Duda? —
pergunto, olhando para ela, que me olhava com curiosidade de
criança, resmunga e então falo: — Vou entender como um sim,
Duda! — digo, brincando, a coloco no carrinho de bebê que a Nella
tinha trazido, coloco o cinto de segurança, ligo a TV e a deixo um
pouco afastada da TV.
Enquanto rola o desenho, eu pego as coisas da Duda e vejo
se tinha alguma coisa de geladeira, guardo a mamadeira e volto
para sala. Vejo a Duda batendo palminhas toda feliz, sabia que ela
amava esse desenho.
Cheguei até comprar o bicho de pelúcia da Galinha
Pintadinha, ela viu e ficou toda encantada. Passou toda a primeira
temporada da Galinha, desligo a TV e a levo para o meu quarto. Lá,
ligo a TV e coloco na continuação da segunda temporada, essa
menina não tinha um pingo de sono.
— Essa sim puxou a mãe, toda elétrica, socorro — falo,
olhando para Duda ao ver como ela estava ligada no desenho.
Troco ela, volto novamente para a cozinha com ela em meus
braços, esquento a mamadeira e levo para dar de mamar para ela.
Enquanto voltamos para o quarto, Duda tenta pegar a mamadeira e
não consegue, só dou quando eu chego lá. Sua atenção volta para
o desenho e, enquanto ela mama e fica assistindo, eu fico com um
pouquinho de inveja da Nella por ter uma princesa que nem a Duda,
e eu nunca teria um bebê para chamar de meu.
Coloco a Duda para arrotar, a deito do meu lado e fico de
olho nela enquanto a danada ficava prestando atenção no desenho.
Quando eu olho, Duda tinha dormido e estava quase acabando o
desenho já.
Coloco travesseiro ao redor dela para não rolar e vou tomar
um banho correndo, sempre atenta a algum barulho. Nem me
demoro, saio logo e vou me trocar, coloco uma camisola preta que
eu tinha ganhado da Nella de presente de aniversário.
Vejo que a Duda está dormindo tranquilamente e mudo de
canal da TV e vou assistir aos meus seriados preferidos: CSI Las
Vegas, adoro essa série, estava numa parte tão boa. Eu estava
doida para saber quem era o assassino quando minha campainha
toca bem na hora.
— Que droga, na melhor parte, se for a Nella, ela pode ir
embora com seu homem e vem buscar a Duda amanhã —
resmungo; na melhor parte, eu sou interrompida e a campainha
insistente, olho mais uma vez para me certificar que a Duda não iria
cair, desço rápido e abro a porta, dou de cara com o homem os
meus desejos proibidos bem ali na minha frente ,todo sexy, com a
barba por fazer. Esse homem era puro tesão.
— Davi, houve alguma coisa com a Nella e o Diogo? —
pergunto preocupada e ao mesmo tempo curiosa para saber o que
ele estava fazendo ali, na minha porta.
— Calma, Raquel, eles estão bem! — ele diz, me
tranquilizando, e fico sem entender nada. Sinto seus olhos em meu
corpo e lembro que estava ali de camisola, sem mais nada, e fico
morrendo de vergonha dele, mas, pelo olhar que estava me dando,
ele estava adorando ver meu corpo assim, desse jeito, nessa
camisola.
— O que você está fazendo aqui? — pergunto, receosa.
— Eu vim falar com você, Raquel! — ele diz finalmente.
No entanto, não é isso que ouço. Escuto-o dizer: “eu quero te
foder!”
Pelo amor de Deus, sossegue, mulher, aquiete o seu fogo
por esse homem, ele nunca descobrirá nada sobre você!
— Melhor você ir embora, Davi! — eu peço com receio de
querer atacá-lo com aquele corpo delicioso; minhas mãos estavam
coçando para sentir a textura do seu peito.
— Raquel, você está sozinha aqui? — ele me pergunta,
receoso.
— Davi, se estou com uma criança de quase um ano, então,
não estou sozinha, e sim acompanhada — respondo rude mesmo;
homem é tudo igual e vejo até o alívio no rosto dele, homens!
— Ok! Então, eu posso entrar? — ele pede todo carinhoso e
não sei mais o que fazer, acabo deixando entrar na minha casa e
abro um pouco mais a porta, ele passa por mim e ouço um gemido,
e eu mesma me controlo para não gemer em seu ouvido como ele
gemeu agora pouco. Isso, sim, era tortura.
— Bom, do que se trata a nossa conversa? — falo nervosa,
peço para ele fechar a porta de casa e tento ficar mais longe
possível.
— Você está nervosa? — ele pergunta, vindo em minha
direção, e eu vou andando para trás até quando sinto que eu
encostei na porta.
— Não sei do que está falando? — minto, querendo sentir
seu toque e ao mesmo tempo sentindo seu corpo chegando bem
perto do meu.
— Eu juro que tentei ficar longe de você... — ele me diz e me
reúno de coragem para dizer:
— É melhor ficarmos longe um do outro — peço, com voz
trêmula.
— Não! — ele diz alto e continua: — Você não sabe como é,
para mim, ficar sem ver você!
— Davi, por favor, vai embora, eu lhe peço.
— Não! Eu não sei o que está acontecendo com você, mas
eu imploro, me ajoelho em seus pés, por favor, não me mande
embora! — ele diz com voz sofrida, e eu fico sem chão. Nunca
imaginei ver essa cena, Davi, um homem de um metro e oitenta, se
ajoelhando em minha frente, pedindo para ficar perto de mim.
— Você nunca entenderia! — falo e sinto as lágrimas escorrer
pelo meu rosto.
— Então me ajude a entender o que houve com você? Por
que renega o amor que eu sinto por você? — ele diz com voz
torturada. Vendo-o ali, daquele jeito, eu não me aguento e o abraço.
— Você sabe o que é ver a sua irmã feliz, bem-amada pelo
homem que a aceita pelos problemas que ela enfrentou no
passado?
— Meu amor, eu te aceito, nunca te renegaria, te amo mais
que a minha vida! — Ele se levanta e, ao ver como estavam
escorrendo lágrimas, ele começa a secar e diz: — Então, me conte
o que aconteceu com você?
— Não posso, tenho nojo de mim mesma — confesso, me
abraçando como se aquilo me protegesse de todo o mal que tinha
me acontecido.
— Minha linda feiticeira, fala para o seu homem o que
aconteceu com você? — ele pede novamente, e resolvo contar de
uma vez:
— Ok! Você está pedindo para te contar e, depois, eu tenho
certeza de que, quando descobrir, talvez você nem queira mais ficar
perto de mim!
— Como você pode dizer algo desse jeito, até parece que
não me conhece? —ele diz, e saio de perto dele com medo de ver a
expressão de dó e pena. Eu não aceitaria isso dele.
— Davi... eu... fui violentada! — solto de uma vez e só ouço
um silêncio. Quando me viro, vejo que a expressão do Davi vai da
dor à raiva em poucos segundos.
— Quando? — Davi diz bem baixo, percebo pela sua voz que
ele estava se controlando para não esbravejar.
— Faz alguns anos — sussurro e volto a me abraçar com
medo de sentir a rejeição, começo a chorar novamente de alívio por
ter conseguido falar o segredo que tanto me atormentava.
Fico ali me abraçando com a cabeça baixa e não querendo
ver o que eu já sabia, que o Davi tinha ido embora, me deixado lá,
sozinha com a minha dor.
— Minha feiticeira, linda, como pôde não me contar isso
antes! — ele diz, e tomo um susto ao ver que o Davi estava bem
perto de mim.
— Pensei que você tinha ido embora — finalmente eu digo ao
olhar em seus olhos e ver ali amor, e não raiva.
— Eu nunca iria embora! Eu nunca te abandonaria e te
deixaria assim, desse jeito, sofrendo, amo você demais, é claro que
talvez você não tenha ideia de como mexeu comigo ouvir algo que
tenha acontecido com você e não poder estar lá te protegendo de
todo mal que te aconteceu — Davi me diz e me abraça.
— Obrigada, Davi, por ter ficado aqui, perto de mim! —
Abraço-o bem forte.
— Minha feiticeira, não tem o que não agradecer! — ele me
diz, puxa meu rosto com sua mão e me dá um beijo de leve que,
aos poucos, vai aumentando e, quando vou ver estou deitada
debaixo dele, nossas mãos ficam fazendo carinho um no outro. —
Minha linda feiticeira, que saudades de sentir o sabor desse seu
beijo tão delicioso — Davi me diz tão carinhoso que eu tenho
vontade de chorar novamente. Ele sai de cima de mim e ficamos
deitados lado a lado, fazendo carinho um no outro.
— Eu também senti muitas saudades de você, Davi —
confesso meio sem graça por externar esse tipo de pensamento.
— Que bom, meu amor! Eu também senti muitas saudades
de você, era tanta a minha vontade de te ver que eu ficava frustrado
ao ver que você não estava mais querendo me encontrar.
— Não tem ideia de como me sentia por não falar com você,
não poder te tocar, meu maior medo era você não querer aceitar o
que tinha acontecido comigo.
— Meu amor, a gente tem que lutar contra todos os
pensamentos que temos. Eu sempre te amei, achava que nunca
teria chance. Na noite que eu te vi naquela boate com a Nella, meu
sangue esquentou — ele diz todo enciumado.
— Com a Nella, né? — brinco.
— Hahaha, com as duas. Sempre tive muito ciúmes de
vocês. Naquela noite, ao ver que os caras estavam passando a mão
em você, eu perdi a cabeça — ele diz todo possessivo, e amei isso.
— Hum, bom saber que você é todo possessivo, me deixe
saber que tem alguma piranha no seu caminho para que você veja
do que eu sou capaz — alerto.
— Hum... Então a minha feiticeira é uma menina vingativa...
Bom saber. — ele brinca e volta a me beijar e em seus braços eu
não sinto medo e nem vergonha.
Ao seu lado, me sinto completa. Seu toque em meu corpo
não me deixa com medo ou nojo. Estava ali amando sentir seu
toque em meu corpo me fazendo ficar muito quente. O toque da sua
boca na minha é como se fosse a cura! Era como se a boca do Davi
dissesse assim: “Esses beijos que estou te dando com minha boca
é para tirar qualquer dor ou sofrimento de você”. E era isso que eu
estava sentindo nesse momento.
— Amo beijar você — confesso, sussurrando.
— Eu também amo te beijar e um dia vou amar e adorar todo
esse seu lindo corpo — ele declara, passando o dedo pelo meu
lábio. — Hum... um dia você vai deixar amar seu corpo? — ele
pergunta ao beijar o meu pescoço, me fazendo gemer bem baixinho.
— Eu quero sentir seu corpo me amando da mesma forma
que eu estou amando sentir os seus toques em minha pele.
— Hum... — ele geme e me dá uma pequena mordida em
meu ombro, ali sinto a sua língua dançando em minha pele como se
estivesse fazendo o reconhecimento do seu território.
— Meu Deus do céu! Que fogo é esse? — pergunto, sentindo
que o pau dele estava duro e roçando na minha bucetinha, que
estava ali já pingando de desejo por ele.
— Esse fogo que está louco para te penetrar e deixar
queimando cada cantinho do seu corpo que ele encontrar — Davi
diz bem provocante e começa a fazer um vai e vem bem delicioso,
me deixando a ponto de gozar só com esse simples ato.
Quando eu estava ali já querendo passar as minhas unhas
pelas suas costas, eu me surpreendo ao perceber que o safado do
meu delegado já estava tirando sua camisa e deixando à mostra seu
peito delicioso, deixando-me ficar apreciando a bela visão.
— Está gostando de ver? — Davi fala bem provocante em
meu ouvido.
— Sim... Estou amando — confesso, passando a língua em
minha boca e querendo sentir seu gosto em minha boca.
— Hum... Não vejo a hora de sentir a sua língua no meu pau,
de ver você o lambendo como se fosse um pirulito bem gostoso —
ele diz bem provocante no meu ouvido, agora sim senti que a minha
calcinha tinha sido arruinada só com essas palavras.
Ok, eu estava meio fodido mesmo. Quando digo isso era
porque eu estava mesmo. Estava com uma baita ereção da porra,
louco para foder a minha feiticeira de olhos verdes, e não poder era
difícil. Mas ela valia a pena, nem que eu tenha que bater uma
escondido, eu nunca a forçaria a fazer amor comigo sem se sentir
segura.
— O que passa tanto em sua cabeça, meu delegado gostoso
— minha feiticeira pergunta enquanto estávamos deitados ainda no
chão.
— Em nada, ou melhor, estava pensando, sim, que a gente,
merece ter um encontro. — falo uma pequena mentira, ela não
precisava de um maldito maníaco por sexo.
— Hum... Ótima ideia, aonde vamos? — ela pergunta toda
alegre.
—Tem algum lugar que você gostaria de ir? — pergunto, eu
quero conhecer todos os que ela gosta e, também, que ela queira
conhecer.
— Bom, faz tempo que não vou ao cinema — ela confessa,
mal me olhando.
— Fechado, vamos marcar, no dia da minha folga, eu quero
fazer que a nossa noite seja muito especial — falo, fazendo um
carinho nela.
— Bom saber, agora que estamos juntos, pode avisar
aquelas “Subs” que agora o dominador tem dona, e esta dona sou
eu! — ela diz bem enfática.
— Nossa, você fica mais gostosa quando está com ciúmes!
— brinco, puxando a sua boca para minha e a beijo bem
lentamente.
— Davi, estou falando, sério! — ela diz dando um tapa em
meu ombro.
— Eu sei e fica um alerta, avise aos seus funcionários, eu sei
muito bem que eles dão em cima de você e ficam te comendo com
os olhos — aviso, deixando bem claro que eu era ciumento.
— Sem problemas, agora, se eu souber que tem alguma
policial dando em cima de você, pode ter certeza de que eu farei
picadinho do seu amiguinho — ela me ameaça, apontando para o
meu pau, e coloco as mãos em proteção.
— Merda, isso não está ajudando? — gemo frustrado, só de
ver como meu pau, mesmo sendo ameaçado por ela, se mostra
bem ereto.
— O quê? — ela provoca.
— Melhor a gente mudar de assunto. — Mostro para ela
como meu pau estava levantado e fico com medo de ela ficar com
medo ou mesmo em pânico, mas apenas ouço a sua risada.
— Alguém está bem animado, não? — ela brinca e é a minha
vez de dar risada.
— Você não está assustada? — pergunto, meio receoso.
— Não, claro que não! — ela responde rápido. — Eu entendo
a sua preocupação — fala.
— Eu fiquei preocupado, achando que, quando visse que eu
estando excitado, pudesse ficar com medo e não chegar perto de
mim novamente.
— Pois não fique! E outra coisa, eu já vi muitos homens nus e
excitados, não sou de ficar tão assustada só porque eu fui
violentada.
— Como é que é? — pergunto com ciúmes dela.
— Pelo amor de Deus, Davi, eu sou uma Dominatrix — ela
me lembra, e saber que ela vê os homens nus me deixa morto de
ciúmes.
— Eu sei disso, só não gosto de ficar imaginando aqueles
submissos que ficam olhando apaixonados por você — comento,
contrariado.
— Davi é normal eles se sentirem dessa forma e sei muito
bem que a suas “Subs” sentem da mesma forma.
— É verdade, e o que eu mais quero é parar de ir ao clube —
declaro.
— Tem certeza? — ela pergunta como se estivesse
duvidando.
— Sim, absoluta! — respondo. — Já faz alguns dias que não
vou ao clube. E só ia para ver se eu te encontrava.
— E se é assim, então, eu também não vou mais! — ela
declara, e fico aliviado em ouvir isso.
—Tem certeza? — volto a repetir a mesma pergunta dela,
mesmo que aquilo corte o meu coração.
— Sim, tenho certeza! — ela fala com tanta convicção que
acredito nela.
— Então, vamos fazer o seguinte, não iremos mais ao clube,
certo? — pergunto para ela, que acena em concordância e fala:
— Sim, certo! — ela responde, puxo o seu rosto para perto
do meu e a beijo longamente, ficamos assim durante algum tempo e
depois a ajudo a se levantar e ficamos no sofá conversando. Ouço o
som de mensagem do meu celular e o pego e olho, quando termino
de ler, falo:
— Raquel, amor, preciso voltar para delegacia — aviso com
pesar.
— Sim, eu sei que precisa! — ela comenta e noto que fica
chateada.
— Amor, queria muito ficar, só que estão me chamando na
delegacia —respondo também chateado, me levanto e a ajudo a se
levantar.
— Então, você tem que ir mesmo... — ela gagueja.
— Sim..., mas isso não significa que eu não vou voltar —
declaro, e ela ri.
— Eu sei disso! O senhor agora é delegado — ela brinca, e
dou risada.
— Sim... Um delegado bem comprometido e amanhã estou
de folga, o que acha de jantarmos juntos? — pergunto, ansioso.
— Claro, eu quero jantar com você! — ela responde rápido.
— Então, estamos quites, minha feiticeira! — brinco com ela.
— Agora leva seu homem até a porta.
— Você é muito mandão! — ela brinca e seguimos para
porta, a abro olhando para aquela linda mulher, sabendo que era
minha. A puxo novamente para os meus braços e sussurro:
— Vou pensar em você a noite inteira. — Abraço-a com força.
— Eu também vou pensar em você! — ela fala e voltamos a
nos beijar. E com muito custo nos separamos.
—Amor, eu tenho que ir mesmo! — aviso a contragosto.
— Sim, e nós dois sabemos! E agora vai lá trabalhar,
delegado — ela brinca, me empurrando para fora da casa.
— Estou indo e qualquer coisa você me liga, tá? — peço,
fazendo carinho em seu rosto, a beijo profundamente e, quando
terminamos, estávamos ofegantes.
— Ok! — ela sussurra, concordando, e dou mais um beijo
nela.
— Sonhe comigo... — peço, sussurrando com medo de que
tudo que estava acontecendo ali era um sonho.
— Eu vou sonhar com você, meu delegado, gostoso! — ela
responde rindo, piscando o olho para mim; nos despedimos e vou
embora.
Assim que chego ao carro, destravo o alarme e entro. Ligo o
carro e vejo que ela fica me olhando até quando dou partida no
carro. Ela acena em despedida e entra em casa, coloco o carro na
estrada e vou embora.
E assim que chego à delegacia, não dá tempo nem de eu
sentar direito e começa a vir policiais na minha sala, me passando
os casos que tiveram enquanto estava com a minha linda Raquel.
E uma coisa eu sabia, que a noite seria bem longa. E, mesmo
sabendo que a madrugada seria difícil, fiquei sorrindo nos intervalos,
sempre me lembrando da minha maravilhosa, linda, gostosa,
feiticeira, e amanhã não via a hora de vê-la, com certeza teríamos
um belo encontro, isso eu garanto!

No dia seguinte...
Depois que o Davi foi embora, eu juro por Deus que meu
coração parecia que iria se partir. Eu dei um pulo quando ouvi o
toque do meu celular e corri para atender e, quando vi o nome dele
no visor de chamada, meu coração ficou acelerado. Atendo a sua
chamada e ficamos conversando e, quando encerramos a ligação,
fico morrendo de saudades dele e sei que ele também.
— Que droga, Raquel, o homem foi trabalhar — chamo a
minha atenção. Sigo em direção à cozinha e preparo um chá para
ver se conseguia me acalmar. Enquanto colocava a água para
ferver, resolvo dar um pulo no quarto para ver como estava a Duda,
que, como sempre, dormia como uma pedra.
Essa menina era uma mistura da Nella e do Diogo, coitada
dessa criança que tinha um pai bem possessivo e um tio que
também era quase no mesmo nível de possessivo do amigo.
Ah, um dia eu quero ter um bebê meu e do Davi. Era cedo
para ficar sonhando com isso? Eu queria ser mãe, sentir o que a
Nella disse que sentiu na gravidez da Duda. Eu sou uma mulher que
tem, sim, essa vontade e quem sabe um dia, se Deus abençoar,
quero ter uma filhinha igual a Duda, se bem que do jeito que o Davi
se comporta, era bem capaz mesmo de querer um filho homem.
Verifico mais uma vez para ver como a Duda estava e desço
para verificar se água estava já fervendo. Pego o chá-mate e sei
que falei que deveria ser um chá tranquilizante, só que não consigo
tomar esse tipo de chá. E, quando termino de preparar, adoço e
começo a beber para ver se me ajudava a acalmar, mesmo sendo
difícil, sendo que ele contém cafeína. Ouço um toque no meu celular
e pego, vendo que era a Nella dizendo que estava chegando para
buscar a Duda. Mal dá tempo de eu responder e ouço o barulho da
campainha.
— Já vou! — grito, indo em direção à porta. Vejo no olho
mágico para verificar se era mesmo a Nella e, quando a vejo, logo
atendo.
— Oi, amiga, desculpa, demoramos? — Nella pergunta sem
graça e logo atrás dela chega o Diogo, que não consegue tirar as
mãos de sua esposa, me bate um pouco de ciúmes da forma como
ele a olha. Lembro que até há pouco tempo eu estava sentindo as
mãos do Davi em meu corpo. E me deu uma saudade dele imensa.
— Oi, Raquel, desculpa mesmo, vamos fazer de tudo para
não ficarmos te incomodando — Diogo fala, me cumprimentando
com um beijo no rosto, e ele era o único homem, tirando o Davi, que
eu deixava me tocar.
— Para gente! Vocês sabem que fico com maior prazer
cuidando da Duda! — respondo, me forçando a esquecer por ora
que o Davi esteve aqui. E abro mais a porta para eles entrarem.
Observo Nella subindo para o quarto e seguimos ela. Quando
chegamos lá, Nella ficou lá parada e olha para o Diogo.
— Ela está dormindo tão gostoso! — ela fala com dó, e a
entendo.
— Sim, ela está mesmo! — ele diz indo em direção a minha
cama e pega a Duda, que acorda e olha para Diogo, o
reconhecendo abrindo um belo sorriso.
Duda volta a dormir. E, Deus, meu coração praticamente
explode ao ver a fofura ali. E me fez desejar ter uma Duda ou um
Davizinho.
— Ah, Diogo, será que ela vai acordar novamente? — Nella
pergunta com um pouco de receio.
— Acho que não! Mas é melhor irmos logo, assim que
chegarmos em casa, já a colocamos no berço — ele diz, e olha para
mim e fala: — Obrigado, Raquel, por ter ficado com a nossa filha.
— Ah, para, Diogo! E você lembra sabe que pode contar
comigo, sempre! — declaro sincera para os dois.
— A gente sabe que a Duda tem a maior sorte do mundo por
ter uma madrinha maravilhosa como você! — Antonella declara e,
por Deus, quase choro, isso está virando rotina.
— Vamos parar com essa melação, Nella! — resmungo sem
graça, e o Diogo ri baixinho, sabendo como era a relação.
— Querida, vamos embora, amor! — ele pede, e olho para
ele agradecida. Sabia muito bem que a hora que eles saíssem,
acabaria chorando como uma manteiga derretida ou poderia ficar
deitada na minha cama, lendo um belo romance e pensando no meu
próprio príncipe encantado.
— Sim, vão embora que tenho que ler um livro quente aqui!
— peço, os enxotando. Diogo começa ri e a Nella me olha e diz:
— Você está tão estranha? — ela pergunta, curiosa.
— Eu, estranha? Mas é claro que não! — nego rápido.
— Sei... — ela diz, desconfiada.
— Ah, pelo amor de Deus, mulher, vai dormir, seu mal é
sono! — desconverso.
— Eu... vou, só que amanhã vamos ter uma conversa! — ela
diz como se não estivesse acreditando em mim, e ela estava certa,
só não queria contar ainda o que tinha acontecido.
— Você não tem nenhum livro para escrever, não? —
provoco.
— Na verdade, até tenho! Só que hoje fui à delegacia falar
com o Davi... — ela começa e fico ali esperando ela continuar. —
Falei que estava escrevendo uma história sobre padre e ele ficou
chocado! — ela fala rindo muito! E ri mais ainda quando a olho
chocada. Se bem que, da Nella, não deveria ficar espantada, essa
mulher é uma escritora fodona.
— Imagino a cara do seu irmão quando ouviu isso! —
comento, rindo depois do susto que levei e acabo sorrindo demais, e
a Antonella olha para mim e me puxa para fora do quarto e diz:
—Desembucha? — ela pede, quero dizer, pedir não, ela
praticamente ordena, e a largo no corredor, voltando para o quarto.
Olho para o Diogo e falo:
— Culpa sua! — aviso, brava com ele.
— Por que a culpa é minha? — ele pergunta, confuso, sem
entender nada.
— Você fica treinando-a para fazer perguntas? — pergunto
para ele com ironia.
— Eu não tenho nada a ver com isso! — ele se defende. E
olho para Nella, que me devolve o olhar e fala:
— Vamos, desembucha! — pede, cruzando os braços e
esperando eu contar.
— Nella, não tenho nada para falar com você! —
desconverso e, Deus, se ela não fosse a minha melhor amiga, eu a
mandaria para aquele lugar.
—Tem sim! E você ficou com os olhos brilhando e, também,
dando sorrisinho! — ela resmunga.
— Ah, Nella! Você está imaginando coisas! — declaro,
desconversando.
— Não mesmo! — Antonella fala com muita convicção e
continua: — Você está bem diferente da hora que chegamos aqui
para deixar nossa filha.
— Você está vendo coisas que não existem! — volto a
desconversar.
— Eu te conheço, dona Raquel, e sei que está mentindo! —
ela declara e olha para mim. — E vou descobrir o que é!
— Meu Deus, Antonella, pare de ficar lendo livros sobre
interrogatório — falo com ironia.
— Eu vou ficar no aguardo, você vai me contar mesmo! —
ela diz, e a olho dando um suspiro de alívio.
— Querida, temos que ir! — Diogo a chama, que revira os
olhos para mim, e olho para o Diogo e agradeço, mexendo os
lábios, ele sorri.
— Agora vai para casa, cuidar do seu marido e até amanhã!
— resmungo, querendo que ela fosse embora para poder pensar
sobre o que aconteceu hoje.
— Eu vou, só que amanhã a gente volta! — ela diz, e sei que
vai mesmo voltar, essa mulher era osso duro de roer. Quando Nella
coloca uma coisa na cabeça, só Deus nos acuda.
Saímos do quarto e os levo até a porta. Quando a Antonella
me abraça, ela sussurra em meu ouvido:
— Não vejo a hora de saber o que a senhorita está me
escondendo — ela avisa, sorrio e dou beijo neles.
Me despeço deles e fecho a porta. Volto para a cozinha e
pego um refrigerante, já que o suco que tinha feito acabou. Pego o
meu celular, que tinha deixado em cima da mesa, e começo a
verificar enquanto bebo o restante do meu refri.
E quase me engasgo quando reparo que tinha mensagem do
Davi e acabo sorrindo que nem uma adolescente apaixonada, sim,
acabo de me apaixonar por ele mais uma vez enquanto eu lia sua
mensagem que dizia:

Estou morrendo de saudades de você, minha linda feiticeira!


“Naquela noite, enquanto caminhava pelas ruas da favela.
Sempre andava com cuidado e, ao mesmo tempo, rápido. Sabia
muito bem que não podia generalizar que tinha pessoas boas e
pessoas ruins, naquela noite, uma pessoa ruim tinha me pegado.
Quando acordei, nunca tinha me passado pela cabeça que
eu seria violentada. Estava com uma sensação ruim, só que achei
que era coisa da minha cabeça. Saí da editora, me despedindo da
Antonella e fui para casa. Passei no mercadinho e comprei alguns
mantimentos.
Enquanto sigo em direção a minha casa, noto que as ruas
estavam muito desertas, ainda mais sendo que era 22h. Se bem
que estava meio frio e talvez fosse a razão do pessoal está dentro
de casa.
Ouço uns passos e olho para trás, sem perder o compasso, e
praticamente eu corro. Não tinha ideia se alguém estava me
seguindo ou não. Só que não queria pagar para ver, não.
Observo que tem uma sobra de um homem vindo e, mesmo
segurando as sacolas com mantimentos, eu corro mais ainda. E os
passos da sombra aceleram mais ainda e uma coisa me bateu
naquela hora: aquele homem estava me seguindo.
Começo a orar, a rezar e a pedir ajuda a todos os santos para
que nada de mal me aconteça. Era como se a sensação de que
poderia vir me acontecer algo me deixasse apavorada e com razão.
Fui andando e correndo ao mesmo tempo, ou melhor, eu
tentava. E não sei como que aconteceu, só sei que mal tive tempo
de registrar quando senti uma dor absurda, gritei, mas depois não
ouvi mais nada.
Sinceramente eu não sei quanto tempo fiquei desacordada.
Quando acordo, a primeira coisa que noto é que a minha blusa
estava aberta e com os seios à mostra e machucados.
Tento me sentar e encosto na parede suja, sem me importar.
O mais importante era ver se eu tinha mais algum dano do que
aquele que vi. Olho para as minhas pernas e vejo que estava com a
calcinha abaixada e aquilo me apavorou mais que tudo, porque ali
estava o indício que tinha sido violentada.
O medo que deu me fez virar o rosto de lado e ficar com nojo
do meu corpo, o cheiro que estava vindo de mim mesma me fez
ficar com a boca amarga e só deu tempo de me abaixar mais e
vomitar. Era como se, enquanto eu vomitasse, tirasse tudo de ruim
que tinha me acontecido. Quando termino, limpo a minha boca, que
estava amarga, e fico ali, respirando pesadamente.
Olho novamente para que a blusa que estava aberta, ou
melhor, rasgada, e procuro a mochila, dou Graças a Deus ao vê-la,
a pego e abro, buscando uma nova peça de roupa, a colocando em
meu corpo.
Levanto-me lentamente, estava com náusea, e me abaixo só
um pouco para subir a minha calça e calcinha. A vontade que eu
tinha naquele momento era de pegar a roupa que estava usando e
queimá-la, se fosse possível, mas eu não podia fazer naquele
momento. Termino de me arrumar e pego as minhas coisas, vou
andando lentamente até em casa’’.
Acordo com um grito que nem eu sabia que estava
segurando.
— Meu Deus... Novamente, não! — exclamo, sentando-me
na cama, notando que estava encharcada de suor. Fazia meses que
não tinha esses pesadelos. A náusea veio novamente e saio
correndo direto para o banheiro, jogando para fora o que eu tinha
comido.
Fiquei ali, jogada, praticamente no chão, debruçada no vaso
ainda com o estômago em revolta. Não sei quanto tempo fiquei ali
naquele banheiro, no chão. Parecia que estava ali há horas, e não
sei se o tempo passou muito devagar ou muito rápido.
Quando sinto que o meu estômago finalmente me deu trégua,
levanto-me devagar e dou descarga, abaixo a tampa do vaso, me
sento ali, e fico pensando que fazia meses que não tinha esse
maldito pesadelo.
Levanto-me e termino de tirar a roupa que estava grudada de
suor e vou para o chuveiro, o ligo e deixo cair água quente, ou
melhor, fervendo, em meu corpo; era como se a água quente caindo
em mim fosse tirar o cheiro que eu estava sentindo ali, em meu
corpo.
Abraço-me e jogo a minha cabeça para trás, fazendo a água
quente cair sobre a minha cabeça. Ali, eu queria que essa água
tivesse o poder da cura, o poder de tirar as imagens que tinham sido
evocadas durante o meu pesadelo.
E fico pensando: por que agora? O que me fez ter novamente
isso? Eram tantas perguntas, mas me lembro de que isso só
aconteceu porque eu contei ao Davi sobre isso.
Uma vez eu li que, quando a gente fala ou até mesmo pensa
sobre algo que nos machucou, isso fica em nosso subconsciente e,
no final, sonhamos ou pensamos nisso diariamente; no meu caso,
estava acontecendo os dois: sonhei com aquela maldita noite e
agora fico com ela em meus pensamentos.
Solto os meus braços do meu corpo, pego o sabonete e
passo por toda a minha extensão, tirando o cheiro de suor fétido que
eu ainda estava sentindo. Sei que era coisa do meu inconsciente e
tudo mais, só que não podia fazer nada enquanto eu não me
lavasse.
Levo o meu braço até o meu nariz, sinto o cheiro do meu
sabonete e dou um suspiro de alívio. Termino o meu banho, puxo a
toalha que estava pendurada, me seco e me enrolo nela. Pego o
rodo e puxo a água que não tinha visto que tinha escorrido e,
nessas horas, às vezes, eu gostaria que tivesse uma banheira para
que eu não pudesse ficar molhando o chão. Só que, nesses casos,
quando tinha esses malditos pesadelos, era melhor um bom
chuveiro com a água pelando. Saio do banheiro e volto para o meu
quarto, pego uma roupa confortável, uma camiseta grande, um
shorts e uma calcinha.
Como eu morava sozinha no momento e não esperava
ninguém agora, fiquei o máximo possível confortável. Vou até a
penteadeira suspensa que eu tinha em meu quarto, puxo uma
cadeira e me sento diante do grande espelho, pego o pente a fim de
pentear os meus cabelos, os deixando soltos pelo meu rosto.
Meu olhar cai na minha cama e, com nojo, puxo edredom
com o lençol, os tirando da cama. Pego também os travesseiros e
tiro as fronhas deles, os levando direto para a lavanderia. Jogo tudo
dentro da máquina, a ligo, a deixando a fazer todo o processo de
lavagem.
Volto para o meu quarto e puxo as cortinas, abrindo-as e
deixando o sol bater na cama, assim, quem sabe, seus raios
iluminem a minha cama para que eu possa essa noite dormir em
paz. Vou até a escrivaninha da minha cama, pego o meu celular e lá
já continha algumas mensagens do Davi. A primeira mensagem foi
às 5h da manhã, e agora o relógio marcava 8h, seu texto me fez
sorrir:

Bom dia, minha linda feiticeira! Dormiu bem?


Ansioso para o nosso encontro hoje à noite,
Me liga assim que, ler a mensagem
Do seu Delegado que mais te ama, Davi! <3

Assim que eu termino de ler, acabo fazendo o que ele me


pede e ligo para ele. E mal escuto o primeiro toque e ele me atende
com a sua voz rouca:
— Bom dia, minha linda feiticeira! — ele me cumprimenta, e
sorrio ao ouvir da boca dele feiticeira, amo essa palavra quando ele
diz. E, sim, hoje, o dia agora estava começando novamente, em vez
do pesadelo que achei que iria estragar o meu dia. Ele estava
ficando muito melhor só de ouvir a voz do meu delegado. Ah, o dia
iria ser maravilhoso!
Sinceramente, não via a hora de amanhecer e finalmente ir
para a casa, descansar um pouco e depois iria encontrar com a
minha feiticeira.
A noite foi tão longa que fiquei resolvendo alguns B.Os e,
assim que a delegacia ficou tranquila, já fui atualizar o meu perfil no
Facebook, de solteiro para comprometido, não demorou muito e
vejo que meus colegas já curtiram e até algumas peguetes da vida
colocaram um emoji de triste, mas nem liguei.
Eu era um homem comprometido desde o momento que tinha
conhecido e me apaixonado pela Raquel. A vontade que eu tinha de
mudar o meu status lá era enorme. Só que o medo de assustar e
afugentar mais a minha feiticeira era grande.
E não me aguento e acabo mandando a mensagem para ela,
sabendo, é claro, que ela não iria me responder porque ela essa
hora estaria dormindo e, quem sabe, em breve, eu estaria dormindo
com ela, enroscado em seu corpo.

Bom dia, minha linda feiticeira! Dormiu bem?


Ansioso para o nosso encontro hoje à noite,
Me liga assim que, ler a mensagem,
Do seu Delegado que mais te ama, Davi! <3
Enquanto ela não me respondia, volto a olhar a minha página
e resolvo excluir as peguetes, não queria que ela pensasse que a
estava traindo, preferia me dar um tiro a traí-la. Vou em álbuns para
verificar se tinha alguma foto minha com alguma peguete numa
festa ou em outro lugar, e não encontro nenhuma.
E a minha noite foi assim, verificando o meu “Face”. E,
também, dando uma de stalker no da Raquel, querendo ver se tinha
alguma foto com algum babaca, e dou um suspiro de alívio quando
não encontro.
Sendo sincero, não queria ver nenhuma foto da minha mulher
com algum otário e vê-la que ela estava sorrindo para outro homem
que não sendo eu. Sim, eu sou um homem ciumento e isso me faz
me lembrar de como algum tempo atrás a revi no clube Os Desejos
Proibidos e sorrio ao lembrar...
“Puxei-a para um dos corredores desertos e a joguei contra a
parede, prensando o corpo dela com o meu, nos fazendo gemer
com o contato. Ela soltou a respiração, entreabrindo os lábios bem
perto de mim, me deixando maluco.
— Você é minha, Raquel — disse, passando meus lábios
pelo seu pescoço, sentindo sua pulsação acelerando, e ela ficou
ofegante. Senti suas mãos em meus cabelos puxando com força,
me deixando excitado pra caralho.
— Não sou, e não tenho dono. — Ela gemeu quando chupei
seu pescoço, com certeza deixando uma bela marca nele.
— Eu sou seu dono, minha feiticeira — avisei, puxando uma
das pernas dela sobre a minha cintura, fazendo-a sentir como meu
pau estava duro por causa dela.
— Davi, me solta — ela pediu baixinho e gemeu quando
pressionei meu corpo me esfregando nela.
— Está gostando, né, feiticeira? Vou fazer você gozar muito
com meu pau, minha língua e meus dedos. — Gemi ao ver que ela
se mexeu.
— Davi, não podemos. — Ela arfou, me puxando mais ainda.
— Sim, devemos, gostosa. Estou louco para te comer assim,
desse jeito — provoquei.
— Me solta, Davi — ela me pediu, mas as suas mãos ainda
me seguravam.
— Não, gostosa, nem pensar — eu falei, a levei direto para
um quarto vago, abri a porta e entramos.
— Saia daqui, Davi. Me deixe em paz — ela pediu mais uma
vez.
Olhei pelo quarto sem responder nada. Vi uma cadeira no
canto e sentei-me com ela no meu colo, fazendo as pernas dela
ficarem abertas. Sabia que ela estava se entregando, esse desejo
que estávamos sentindo um pelo outro era forte demais para
ficarmos só nos amassos. Abri rápido o zíper da sua calça e enfiei a
minha mão, afastei sua calcinha e toquei o seu clitóris, e ela gemeu
mais ainda.
— Está gostando, né, minha putinha gostosa? — Enfiei um
dedo na sua bocetinha, fazendo-a se contorcer.
— Sim, continue, Davi, está tão gostoso… — ela me pediu,
gemendo baixo.
Coloquei mais dois dedos dentro dela. Essa mulher era muito
gostosa. Soquei mais ainda até sentir a boceta chupar meus dedos
mais para dentro.
— Porra, Raquel, essa sua bocetinha está engolindo meus
dedos. Nossa, caralho. Isso, chupe e engula meus dedos como se
fosse meu pau que estivesse dentro de você, feiticeira — rosnei
com desejo.
— Mais forte, Davi, mais forte — ela me implorou, e eu fui
com tudo. Tinha medo até de machucá-la com a fome que estava
me dando.
— Tudo que você quiser, minha feiticeira. — Acelerei o ritmo
com tudo, e seus olhos fixaram nos meus, escurecendo, e ela
estava perto, dava para sentir, e pedi: — Goze agora, minha
feiticeira.
Com esse pedido, ela gozou lindamente. Continuei socando
com os dedos dentro dela até ver que ela tinha parado
completamente de gozar”.
— Vossa senhoria Hauffenn ... — Ouço me chamarem, me
sento na cadeira melhor e balanço a cabeça querendo saber quem
era o idiota que estava atrapalhando a minha lembrança; me viro e
olho para ver quem era o empata foda. Não precisava ser nenhum
idiota para perceber que estava duro pela lembrança da minha
feiticeira. Acabo descobrindo que era o delegado plantonista.
— Bom dia, delegado Mateus! — cumprimento-o, estendendo
a minha mão para ele, ainda sentado porque ainda me encontrava
duro, ele me cumprimenta, aponto para a cadeira e começo a
passar sobre a noite.
Enquanto passava o que tinha rolado durante a noite,
comecei a forçar a ter pensamentos de tiros, morte e monte de
imagens desagradáveis, e foi com muito custo que consegui que o
meu pau baixasse, então, termino de passar o plantão e me
despeço dele dizendo:
— Espero que não precise me chamar! — provoco-o, o
fazendo rir, porque da última vez precisei voltar para delegacia foi
quando o Mateus teve que ir embora, porque seu namorado passou
mal.
— Pode ficar tranquilo, o Gustavo está muito bem! — ele
responde com ironia, revirando o olho para mim, e eu levando o
meu dedo do meio para ele. E, quando me viro para sair, ele me
chama: — Ah, Davi, parabéns!
— Obrigado! — E me viro para sair quando ele me chama
novamente e, sinceramente, estava a ponto de dar um tiro nele. —
Sim?
— Então, a Raquel aceitou, finalmente, a namorar com a sua
cara feia? — Ele ri, e fecho a cara para ele, que ri mais ainda, e
respondo:
— Depois falam que as mulheres são muito curiosas... —
respondo com ironia, fazendo-o rir mais ainda.
— Não sei se você ainda não percebeu, mas eu sou um
homem com alma de mulher... — ele diz na maior cara de pau,
piscando para mim.
— Ah, homem com alma de mulher, você não vai saber de
nada... — mal acabo de falar e sou interrompido pelo Mateus.
— Por enquanto, né? Preciso saber o que dizer quando
aquelas suas peguetes vierem perguntando por que o delegado
gato, como elas dizem, não está mais na pista — ele, diz voltando rir
novamente, e respondo:
— Só dizer para esquecer meu número, agora me deixe ir,
estou morto! — aviso e me despeço dele e dos funcionários que
estão entrando e daqueles estão saindo de um plantão. Alguns
deles me chamam para tomar café com eles, mas recuso, dizendo
que estava muito cansado.
Pego o meu carro e sigo para a minha casa, ao chegar lá,
encontro o meu gatinho Max me esperando, dou ração para ele,
faço o carinho e vou tomar um banho. Não me demoro muito no
banho e saio logo. Me troco, bate uma fome e vou ver o que tem
para comer, o que era praticamente nada, bufo. Precisava fazer
compras ainda hoje. Assim, me viro com o que tinha na geladeira.
Quando termino de comer, vou para o meu quarto e fecho a
janela, que tinha dormido aberta, puxo o cobertor, me deito, fecho os
olhos e começo a dormir. Acordo com o meu celular tocando e,
assim quem vejo quem era, sabia que o meu sono tinha ido para o
espaço, sorrio ao atender:
— Bom dia, minha linda feiticeira! — falo, me deitando
melhor, e ficamos conversando e planejando a nossa noite; e uma
coisa eu falo, ia ser muito, muito especial.
Termino de conversar com o Davi, por mais que a gente
quisesse continuar falando, não era justo, pois ele trabalhou a noite
inteira e tinha o direito de descansar. Enquanto ele ia dormir um
pouco, vou para a cozinha, pego as sobras de ontem à noite e tomo
o meu café.
Graças a Deus que meu estômago tinha se acalmado e
consegui tomar café mais tranquilamente. Coloco a louça que usei
dentro da pia e arrumo a mesa. Vou até a lavanderia para verificar
como estava a etapa de lavar a roupa e vejo que o processo ainda
estava em deixar morno, ainda teria algum tempo até parar todo o
processo.
Pego o meu celular e olho novamente no Whatsapp para ver
se tinha alguma mensagem da Nella, e acho, ou melhor, eu
esperava que o Diogo a deixasse algemada na cama o dia inteiro,
assim ela não iria ficar querendo me questionar sobre a noite
passada.
Vou para o meu escritório que mantinha em casa; quando
estava sem ânimo para ir à editora, era só ficar em casa e trabalhar.
O pessoal com quem eu trabalhava já sabia que ficava alguns dias
em casa, para ter mais sossego para trabalhar.
Assim que abro a porta dele, entro e ali me sinto como se
estivesse na minha segunda casa. O cheiro de livros que emanava
dali era enorme. Fico ali durante alguns minutos parada, só
absorvendo o que viria dali.
Vou para a minha mesa, levanto a tampa do notebook e o
ligo. Enquanto ele fica fazendo o processo para ligar, penso no livro
que eu estava lendo e achei muito bom, mesmo que a autora fosse
desconhecida, mas, pelo que estava achando lendo o primeiro
capítulo, ela iria vender rápido.
Abro o programa do Word e pego o arquivo, intitulado Amor
proibido, da autora chamada Estrela. Sei que o seu nome é um
pseudônimo, e sorrio. Alguns autores têm medo de colocar seu
nome verdadeiro, mesmo que sejam conhecidos no meio já, outros,
com medo de não vender, ou da família saber, também usam
pseudônimos. Então, começo a ler:

Espero que você sinta


tanto a minha falta
quanto sinto da sua![1]

Daniel
— Dani, me fode... — pede a minha garota, virando o rosto
para mim.
— Ah, com certeza, eu vou te foder, mas não agora! — aviso
para ela, que bufa, e sorrio.
— Você é tão mau comigo! — ela responde, choramingando.
E sorrio novamente, o meu sonho está se tornando realidade; ela,
ali na minha mesa do escritório, pronta para transarmos.
— Ah, meu amor, ainda você não viu nada ainda! — declaro,
piscando o olho para ela, e falo: — Agora seja uma boa menina e
afaste as suas pernas para mim!
— E se eu não quiser! — ela responde se fazendo de difícil,
isso que eu gostava nela, era tão má como eu.
— Ah, minha querida, você vai querer com certeza! —
declaro, puxo o seu rosto e ataco a sua boca sentindo o seu gosto
maravilhoso.
Enquanto estávamos ali, entregues ao nosso beijo, vou
descendo as minhas mãos pelo seu corpo até quando chego em
suas belas e maravilhosas pernas, as afastando.
Ouço um gemido rouco dela, quando eu levanto a sua saia e
a encontro ali, preparada, nua, sem nenhum pingo da maldita da
calcinha dela, eu tremo.
— Você é uma garota muito suja, não? — questiono quando
paro de beijá-la, me abaixo e fico ali, olhando para sua bela bunda,
e não me aguento, eu tenho que bater, e é isso o que eu faço, meto
a mão em sua bunda, ela geme e grita:
— Sim... — ela diz, ofegante.
— Eu sei que é! Você não tem ideia de como a sua linda
bunda está linda vermelha dos meus tapas — falo para ela quando
paro de espancar sua linda bunda.
— Me fode... — ela pede novamente, e resolvo atender o seu
pedido!
— Ah, sim, amor, vou te foder tanto, o que prefere? Meu pau,
meus dedos ou a minha boca? — provoco, sabendo que ela ia pedir
todos.
—Eu quero todos! — ela responde, choramingando, e sorrio
vitorioso, atendendo o seu pedido, começo primeiro com os meus
dedos e a ouço gritar: — Ah, porra!

Acordo com o meu despertador do meu celular tocando e


gemo bem na hora que ia ficar muito bom. Sem levantar-me da
cama, pego o meu celular, desligo ele e tento voltar a sonhar com a
minha garota. E por mais que eu tente ficar ali, na cama, não
consigo. “Porra!” Maldito despertador! Quem teve a ideia de colocar
para despertar na hora que estava ficando bom o sonho.
Ah, sim, fui eu!
Sento-me na cama, ainda fuzilando o meu celular por tocar
na hora que não deveria. Olho para baixo e sinto uma leve dor no
local, meu pau estava duro e de pé, como se ele estivesse
esperando ser utilizado.
— É, meu amigo, parece que vai ser eu, você e as mãos
novamente! — resmungo e o observo soltar líquido pré-sêmen como
se estivesse chorando, olho para ele e falo com pesar: — Eu te
entendo, amigo!

Estava tão envolvida na história que nem percebo que a


minha campainha toca, dando um pulo de susto. Deixo a página
aberta onde eu estava lendo e vou ver quem estava tocando.
Quando chego à porta, vejo no olho mágico, como uma
precaução. Desde que fui violentada, sempre ficava com um pé
atrás, mas logo vejo que era Nella e dou um suspiro de alívio e de
desespero ao mesmo tempo. Mesmo não querendo abrir a porta, a
minha amiga entra feito um furacão.
— Até que enfim, pensei que iria me deixar plantada aqui fora
— ela resmunga da porta, e a única coisa que eu faço é revirar os
olhos para ela.
— Isso passou por minha cabeça — murmuro.
— Hahaha, muito engraçada! E você achou mesmo que iria
se safar de mim hoje? — ela me questiona, e olho para ela
atravessado.
— Pensei! — respondo sincera, vendo-a entrar como se
fosse a dona da casa. Então, fecho a porta com um suspiro
resignado, sabendo que ela não iria embora enquanto não ficasse
sabendo o que aconteceu ontem à noite comigo. Observo-a ir em
direção ao escritório, sabendo que não tinha como fugir do assunto.
Entramos no escritório e ela vai direto para o notebook
quando o nota aberto e sei muito bem que ela era muito curiosa.
— Então... — ela começa.
— Então... — repito a mesma frase, tentando encontrar a
forma como contar. E quando abro a boca, a ouço dizer:
— Caramba... isso é quente! — ela fala e sua atenção é
desviada, então a vejo sentada na minha cadeira, e me sento em
sua frente, esperando-a terminar de ler. É claro que ela não demora
e diz: — Deus... preciso, assistir a esses canais eróticos para
apimentar o meu casamento.
Olho-a chocada, como se fosse possível apimentar mais
ainda esse casamento. Esses dois, a maioria das vezes, tenho que
gritar: quarto quando começam a se beijar quando não houvesse
amanhã.
— Então? — ela pergunta novamente e me olha. — Quero
saber o que aconteceu com você na noite passada.
— Nella, você sabe muito bem que não aconteceu nada —
aviso, querendo desviar do assunto, ou melhor, tentar.
— Não se preocupe, eu tenho o dia todo... — ela diz, dando
os ombros, e sabia que não iria adiantar.
— Ok, você venceu! — acabo cedendo logo.
— Ótimo, agora desembucha — ela pede, batendo palma.
— Sabia que você daria uma ótima policial se não fosse
escritora? — provoco, ela revira os olhos e diz:
— Vamos, Rachel, quero saber, solta logo — ela pede,
impaciente.
— Ok, vou contar — aviso, tentando ainda criar coragem para
contar.
— Ótimo, então comece — ela fala, se sentando melhor na
cadeira.
— Ontem à noite, quando eu estava com a Duda, veio uma
pessoa me ver... — começo, Nella me interrompe, e só reviro os
olhos para ela.
— E quem seria essa pessoa? — ela me questiona, curiosa.
— Nella! — alerto. — Se continuar, não vou contar nada, ok!
— Ok, continue! — ela pede, levando a mão à boca,
fechando como um zíper, e chego até sorrir.
— Então, continuando, ontem, quando estava aqui com a
Duda, o Davi veio aqui... — E sou interrompida novamente pela
Nella.
— O quê? Puta merda! Meu irmão? — ela exclama como se
estivesse chocada, e sinceramente eu também tinha ficado.
Nella me olha ainda chocada e ela não era única que tinha
ficado. Olho-a e acabo dando sem querer uma risada.
— Você está me zoando? — ela me questiona, me olhando
atravessada.
— Claro que não eu nunca iria brincar com uma coisa dessas
— falo para ela quando paro de rir.
— É que você estava rindo... — ela volta a falar.
— É claro, Nella, que eu estava rindo, é que você não viu o
choque que estava estampado em seu rosto.
— Ah tá... Agora entendi! E respondendo a sua pergunta: é
claro que eu fiquei chocada, afinal, você disse uma vez para mim
que nunca iria deixar nenhum homem, além do Diogo, é claro, entrar
aqui, na sua casa? — ela diz, confusa.
— Sim... Me lembro que falei isso. — confesso, sem graça.
— E aí você diz que o meu irmão veio aqui, para quê? — ela
fala chocada, e sorrio.
— Então... — começo e paro.
— Então... — ela me incentiva, e sorrio.
— Nella, seu irmão veio aqui para dizer que não consegue
ficar sem mim — solto de uma vez.
— E você como reagiu? — ela pergunta, curiosa.
— Sinceramente? Fiquei assustada, você sabe que sou a fim
do seu irmão há muito tempo... — a lembro, sabendo que não era
nenhum segredo para nós duas.
— Sim, eu sei! — ela fala, e sorrio.
— E você sabe muito bem que seu irmão é um homem
teimoso... — a lembro novamente e sorrio ao me recordo como ele
estava determinado a conversar, entre outras coisas.
— Olha só quem fala — ela responde com ironia, e reviro os
olhos.
— Então, sem entrar em detalhes, eu e o seu irmão
conversamos e decidimos dar uma chance para o nosso
relacionamento — falo, dando por encerrado o assunto.
— Até que enfim! — ela diz, batendo palma. — E por que não
me contou ontem?
— Nella, você sabe que eu não estou acostumada a ficar
falando essas coisas, lembra? — falo para ela, que sorri.
— E você contou para ele... sabe... — ela gagueja, sem
graça.
— Sim..., ele sabe! — respondo, sincera.
— Amiga, que bom que contou tudo para ele — ela diz,
sorrindo.
— Bem... nem tudo... — confesso, sem graça.
— Como assim você não contou tudo para ele? — ela
pergunta, sem entender.
— Não contei dos pesadelos, não contei que fiz terapia... —
digo.
— E sei que do clube ele sabe, né? — ela pergunta, curiosa.
— Sim, ele sabe! — respondo.
— E você não vai contar sobre os pesadelos etc. — Não a
deixo terminar e falo:
— Eu vou, só que não hoje... — aviso para ela, que me olha
curiosa.
— E o que tem hoje? — ela pergunta curiosa, resolvo contar
para ela.
— A gente vai sair... — mal termino de falar, ela grita e só dá
tempo de tampar os meus ouvidos.
— Ai, meu Deus... onde ele vai te levar? — ela pergunta
curiosa, e reviro os olhos.
— Não... sei... amiga! — confesso, sem graça.
— E você não está ansiosa, não? — ela me questiona, e fico
ainda mais sem graça.
— Sinceramente? — falo.
— Sim — ela confirma.
— No começo, eu estava sim, aí me envolvi com o livro e
acabei esquecendo — respondo.
— E, por sinal, é um bom livro, não? — ela pergunta, olhando
para ele curiosa.
— Sim... muito bom! Ela vai fazer o maior sucesso —
comento sincera, ela me olha e sorri sabendo que, quando dizia
isso, eu acertava sempre.
— Então voltando ao nosso assunto favorito... — ela avisa,
rindo.
— E seria exatamente o que? — pergunto, curiosa.
— Que seria, você já viu a sua roupa que vai usar essa
noite? — ela pergunta animada, e sorrio ao ver a sua animação.
— Ainda, não... — confesso, sem graça. E observo ela se
levantar da cadeira e fico curiosa para saber por que ela tinha
levantado.
— Vamos? — Nella me chama e a olho sem entender.
— Onde? — pergunto, curiosa, quando ela puxa a minha
mão, me fazendo sair da cadeira, e ela solta quando vê que me
levantei.
— A gente vai escolher uma roupa que vai fazer o meu irmão
ficar mais caidinho por você que já está! — ela diz, piscando o olho
para mim.
Sorrio, sabendo que a coisa que ela mais gostava, além de
escrever e namorar com o maridão e ter aquela fofura de bebê, era
roupa, essa mulher só não tinha um quarto com um closet porque
ela não pediu para o Diogo fazer para ela. Porque sei muito bem
que ele poderia fazer, era só ela pedir que ele faria com um sorriso
de orelha a orelha.
— E no que você tanto está pensando? — ela pergunta,
curiosa.
— Pensando em como você adora roupa — falo sorrindo
enquanto a vejo vasculhando o meu guarda-roupa.
— Ah, sim, com certeza! Você sabe como amo comprar e
procurar roupas! — ela diz piscando o olho, e rio.
— Ah, com certeza eu sei! — respondo sorrindo e assim que
mal acabo de falar a Nella me olha e diz: — E aí, pronta? — ela
pergunta, juntando as mãos e fica torcendo-as na ansiedade.
— Pronta para que? — provoco-a, sabendo o que ela quis
dizer: “Pronta!”
— Vamos começar? — ela diz toda empolgada, e sorrio
sabendo que seria um longo dia.

Algumas horas depois...

— Amiga..., Davi vai morrer quando te ver vestida assim,


desse jeito! — ela diz, provocando, e sorrio ao me olhar no espelho.
— Eu estou bem, mesmo? — pergunto em dúvida, me
olhando no espelho.
— Amiga..., daqui a pouco, Davi chega e você vai ver o que
ele é bem capaz... — E a interrompo ao dizer:
— Ele é bem capaz de... — a encorajo a dizer:
— É simples, amiga, ele vai te arrastar para um quarto mais
próximo — ela diz bem provocante, e reviro os olhos.
— Nella, você sabe muito bem que vai ser um jantar, não? —
lembro e, lá no fundo, eu estava muito ansiosa para ver como iria
terminar a noite.
— Eu? Sinceramente, não sei, não — ela provoca.
— Nella..., Davi deve estar chegando... — mal acabo de falar
quando ouvimos o toque da campainha.
— Pode deixar que eu abro para ele — ela avisa. — Amiga,
sua noite vai ser maravilhosa...
— Espero que sim, Nella! — respondo, desejando no fundo
que ela estivesse certa e que a noite fosse perfeita. Mal percebo
que a Nella me deixa sozinha e ouço a porta se abrir e a voz do
Davi falando com a irmã, sorrio imaginando a cara de surpresa que
deve ter feito ao encontrá-la aqui em casa.
Tomo coragem que estava me faltando e começo a descer as
escadas quando ouço Davi perguntando para Nella sobre mim.
Antes de responder, faço sinal para ela, dizendo que eu iria falar
com ele:
— Eu estou aqui, Davi! — chamo quando chego ao último
degrau.
Ao se virar, não sei quem está mais chocado, se era eu ao
ver como ele fica lindo e delicioso de terno, ou ele, que parecia estar
surpreso em me ver num vestido tomara que caia. E ele fica em
silêncio durante alguns minutos antes de falar:
— Meu Deus... Você está... — ele gagueja, sem parar de
olhar para mim.
— Eu... estou? — pergunto com medo de ouvir que estava
ridícula nessa roupa.
— Linda... maravilhosa e estou completamente fodido! — ele
declara, agora me olhando com desejo velado em seu rosto, e
respiro aliviada.
— Então, você gostou? — pergunto, e o ouço gemer baixinho
ao dizer:
— Gostar é pouco, estou duro e sei que a noite vai ser bem
longa — ele diz, rosnando baixinho e geme novamente, e sorrio
para ele porque o entendia.
Acho não, eu tenho certeza de que morri e fui para o céu ou
estou indo para o inferno encontrar o diabão por estar me deixando
aqui, na minha frente de uma mulher em forma de tentação.
A forma como o seu vestido longo e vermelho estava
deixando o seu corpo com marcas perfeitas me fez ficar com
ciúmes. Como gostaria de ser o vestido para poder sentir o seu
corpo nele. Gemo baixinho só de ter esses pensamentos. Seus
lindos cabelos estavam presos em cima e soltos em seus ombros.
Deus, o Senhor está judiando do seu filho aqui por mandar
um anjo em forma de mulher para me atentar. E por isso não tinha
certeza se iria para o céu ou para o inferno com as coisas que eu
queria fazer com ela. E, sinceramente, eu não sei quanto tempo
fiquei assim, admirando-a e fodendo-a com os olhos; engulo seco,
reúno forças que estavam guerreando e falo:
— Meu Deus... Você está... — falo, gaguejando e tentando
controlar a vontade de pegá-la e levá-la para o quarto e fazer amor
lentamente, depois fodê-la com força, para ver se conseguia ter
algum controle que, no momento, estava quase um fio.
— Eu... estou? — ela pergunta, a olho e noto um pouco de
dúvida. Se ela acha que não estava boa o suficiente, eu lhe
mostraria como estava perfeita para mim.
— Linda..., maravilhosa e estou completamente fodido! —
respondo sincero, ainda olhando para ela encantado, admirado e
louco por ela. O seu rosto, que estava mostrando um pouco de
precaução, era, agora, de alívio.
— Então, você gostou? — ela pergunta como se estivesse
em dúvida, e gemo baixinho, tentando não rasgar aquele vestido do
seu corpo e fodê-la loucamente.
— Gostar? É pouco, estou duro e sei que a noite vai ser bem
longa — gemo baixinho, rosnando e lutando para não fazer uma
loucura. Vou até ela e passo a minha mão em seu rosto, faço um
carinho nela, que se curva e fica parecendo uma gatinha querendo
um carinho, e eu era o único homem que a faria carinho nela.
Deslizo o dedo entre os seus lábios e passo bem lentamente
para que o seu batom não manche e depois que ela me culpe por
ser um homem apressado.
— Droga... Seus lábios são tão macios... — rosno quando
sinto a ponta da sua língua em meu dedo e é por pouco que não a
pego e a levo para o quarto. — É melhor a gente ir... — falo, respiro
fundo e tiro o dedo dos lábios da Raquel a contragosto. Faço
novamente um carinho em seu rosto, desço a minha mão, a levo até
a dela, a pego e a levo até a minha boca, a beijando e passando a
minha língua, a fazendo ofegar. — Agora estamos quites. — E pisco
o olho para ela que sorri.
Abaixo as nossas mãos e ficamos agora de mãos dadas, me
viro para irmos ao nosso jantar quando lembro que a minha irmã
poderia estar presenciando o nosso ato. E, quando olho para a
porta, descubro que ela já tinha ido e nem percebi.
— Nella já foi e nem vimos — Rachel comenta sem graça e
vermelha.
— Sim, ela já foi e a gente vai também — aviso, sorrindo,
dando graças a Deus que a minha irmã foi embora logo.
— E aonde você vai me levar? — ela pergunta, curiosa.
— A um lugar que espero que você goste e muito. —
respondo, ansioso. O que será que ela acharia se descobrisse que a
estaria levando para a minha casa em vez de ir em um restaurante
chique.
— Eu tenho certeza de que vou gostar e muito! — ela diz
sorrindo, e sorrio de volta.
Saímos de casa, tranco a porta e seguimos direto para o
carro. Davi, como todo o cavalheiro, abre a porta e entro, e o Davi
fecha a porta, dá a volta e entra também. Colocamos os cintos e ele
sorri para mim, dá partida no carro e seguimos em direção ao nosso
jantar.
Enquanto seguíamos em direção a minha casa, ficamos
conversando sobre tudo mesmo. Contei o que podia sobre a
delegacia, contei também algumas piadas sem graça que o pessoal
me contava, fazendo-a rir.
Eu amava fazê-la rir. Ela ficava tão linda quando sorria e
amava colocar esse sorriso nela, mesmo sendo com piadas bestas.
Quando estaciono em frente à minha casa e aperto o botão para
abrir o portão, coloco o carro em andamento e paro na entrada da
porta.
— Chegamos... — falo, me virando para ela, que me olha
curiosa e diz:
— Pelo que estou vendo, não estamos num restaurante,
não? — ela brinca, apontando para a porta da minha casa.
— Então..., você não está chateada, por ter te trazido, aqui?
— pergunto, curioso.
— Claro que não! Agora eu tenho uma curiosidade... — ela
pergunta, olhando para mim.
— Sim?... — respondo, sorrindo.
— Você cozinhou? — ela pergunta, curiosa.
— Sim, querida, eu cozinhei, e você vai amar a minha comida
— aviso, piscando o olho para ela, que ri. Saio do carro e vou para o
seu lado, abro a porta para ela e dou a mão, a fazendo sair do carro.
Coloco a mão dela em meu braço e juntos subimos as
escadas, paramos na porta, pego a chave, abro e entramos na
casa, fechando a porta em seguida. Ela está parada, olhando para
tudo.
— Venha, vou te mostrar a casa — convido, pegando a sua
bolsa, colocando em cima do sofá, e a levo para conhecer a minha
casa. Mostro a sala, e ela solta as nossas mãos, sinto falta do seu
toque, mas vejo que ela olha ao redor e sorri, acho que ela gosta.
— É grande aqui, não? — ela pergunta, apontando para a
sala.
— Sim, aqui é tudo grande mesmo, vamos, vou te mostrar os
outros cômodos — concordo, levando-a para subir as escadas,
mostrando os quartos vagos e, também, os banheiros que cada
quarto tinha.
— Meu Deus, Davi, para que tantos quartos vagos? — ela
pergunta, curiosa.
— Então, algum tempo atrás meus amigos vinham para cá
enquanto fazíamos churrasco e, depois da gente beber muito,
acabava oferecendo os quartos para eles. — conto, e ela me olha
ainda curiosa e, ao mesmo tempo, pensativa.
— Notei que você falou só de amigos e, entre eles, tinha
alguma amiga especial? — ela pergunta, e noto um pouco de
ciúmes, sorrio ao dizer:
— Sem nenhuma amiga, como você mesmo disse, amiga
especial... — respondo, e ela me interrompe ao dizer:
— Por quê? — ela pergunta, curiosa.
— Porque você é a primeira mulher que trago aqui, é claro,
depois da minha irmã e, também, da minha mãe, mas isso não
conta — falo, dando ombros e vejo que ela fica feliz em ouvir isso,
eu fico mais feliz ainda em nunca ter permitido que elas viessem.
— Então nunca quis trazer outra mulher aqui além, é claro,
da sua irmã e da sua mãe? — ela pergunta como se estivesse
chocada.
— Sim, nunca quis desrespeitar a minha casa por uma foda
aleatória. E, quando te conheci, parei de sair com elas — confesso
para ela.
— Sério? — ela pergunta como não acreditasse em mim.
— Sério! Quanto ao clube, eu nunca transava com elas, você
sabe que, como Dominador, você escolhe se quer ou não transar
com um submisso — respondo e a vejo concordando.
— E agora você parou de frequentar o clube! — ela provoca
sorrindo, e falo:
— Sim, eu fui mais uma vez, confesso, para ver se eu te
encontrava e depois nunca mais eu fui, pedi para o meu acesso ser
removido — confesso. Ela agora abre a boca no formato de o, e
sorrio.
— Então tivemos o mesmo pensamento, não? — ela brinca e
continua: — Quando falamos que não iríamos mais lá, nem eu e
nem você comentou que tínhamos pedido o desligamento de lá, né?
— Sim, agora nós dois sabemos — falo, sorrindo aliviado por
saber que ela tinha feito o mesmo que eu; olho para ela e pergunto:
— Vamos conhecer agora o penúltimo cômodo?
— E qual seria? — ela provoca. Sorrindo, a levo pela mão até
o meu quarto e, quando acendo a luz, ela grita:
— Puta merda! Esse quarto é enorme... — ela diz soltando a
nossa mão novamente e entrando nele. Fico ali na porta só olhando
e me controlando para não entrar e deitá-la em minha cama, ou
melhor, na nossa cama.
— Você gostou? — pergunto, ansioso.
— Sim, principalmente, dessa bela cama enorme — Raquel
comenta, e fico aliviado. — Posso me sentar na cama?
— Claro que sim! — respondo, apontando para cama e, ao
vê-la se sentando nela, minha mente evoca algumas imagens que
estava louco para realizar.
— Deus... Essa sua cama é muito macia... — ela diz
deitando-se, e gemo de tesão ao ver como ela fica linda ali.
— Sim... E com você nela deve estar maravilhosamente
macia — respondo rouco e ficando com um desconforto no meu
pau, que resolveu se manifestar novamente.
— Você não quer deitar-se aqui, comigo? — ela pergunta, me
provocando e passando a mão dela na cama.
— Feiticeira..., não provoca, estou tentando ser um
cavalheiro, aqui! — aviso para ela, que me olha com expressão de
tesão, e gemo alto:
— E quem disse que eu quero que seja cavalheiro? — ela diz
me provocando e me chama com o dedo; entro no quarto e fecho a
porta, sabendo que ela tinha jogado o seu feitiço em mim, e fui de
bom agrado para os seus abraços quando vejo que ela os estendeu,
deixando-os abertos. Eu sabia que a noite estava apenas
começando. E uma coisa eu poderia dizer já, a nossa noite iria ser
perfeita, ou eu não me chamo Davi Hauffenn.
— Você sabe que não precisamos, fazer nada, né? —
lembro, porque eu preferia cortar o meu braço a forçá-la a fazer algo
que não queira.
— Sim, eu sei, diferente do homem que abusou de mim, eu
sei que você nunca me forçaria a nada — ela diz, se sentando e
ficando ao meu lado quando me sento.
— Prefiro cortar o meu braço ou mesmo o meu pau antes de
mesmo de te forçar a fazer algo que não queira fazer — respondo
sincero e a vejo a sorrir ao me responder:
— Davi, você nunca faria esse tipo de coisa, é por isso que
eu te amo tanto — ela diz com convicção, e sorrio, feliz por ela me
conhecer tão bem.
— E por você mesmo dizer que me conhece tão bem que
hoje eu te trouxe para um jantar... — aviso, e ela me interrompe:
— Eu sei quais eram as suas intenções, mas você não sabia
quais eram as minhas... — ela diz provocando, e sorrio ao ver que
ela se sentia bem à vontade aqui em casa, ou melhor, eu dizer
nossa casa, nosso quarto e nossa cama.
— E quais seriam essas intenções que você acabou de
falar... — mal acabo de falar ela me olha.
— São essas... — ela diz, me derrubando na cama e subindo
em cima de mim, sentindo o seu corpo contra o meu. O calor da sua
boceta contra o meu pau me faz gemer duplamente mais.
Ela passa a mão em meu rosto e desce em minha boca,
fazendo uma carícia da mesma forma que fiz em seu rosto antes,
em sua casa. Ela passa um dos seus dedos em minha boca,
fazendo abrir a boca, e ela lentamente estremece quando passo a
língua nela e sorrio.
— Você sabe, querida, que dois podem jogar o mesmo jogo,
não? — provoco e a viro com cuidado, a fazendo ofegar e sorrir com
o meu ato.
— Estou contando com isso... — Interrompo a beijando e
sinto os seus braços passando pelo meu pescoço, o prendendo, me
deixando como se fosse o seu prisioneiro.
A forma como as nossas bocas se conectam é maravilhoso.
A maciez da sua boca contra a minha me deixa louco. A forma como
a sua língua se conecta em minha boca me faz gemer alto.
Raquel leva as suas lindas mãos aos meus cabelos,
acariciando com gosto. Quando aprofundo mais o nosso beijo, a
danada puxa com gosto os meus cabelos e gemo novamente.
Paro o nosso beijo e ficamos nos olhando ofegantes e
sorrindo um para o outro. Depois volto a beijá-la, mas, em vez dos
seus lábios tentadores, desço a minha boca pelo seu pescoço e a
beijo onde sinto o pulsar, dou uma mordida leve, fazendo-a ofegar e
sorrio.
Desço por um dos seus ombros e o beijo, dou também uma
leve mordida, fazendo-a gemer, e fico sorrindo como bobo, que era.
Passo a minha boca agora no seu colo e aproveito e lambo a sua
pele, gemo ao dizer:
— Você não tem ideia de como seu gosto é bom — falo para
ela e a observo sorrir, e sorrio junto quando os nossos olhos se
encontram.
Minha boca chega ao vale dos seus lindos seios e fico com a
boca cheia d’água, desço neles e dou um beijo no vale, passando a
língua, amando sentir o seu gosto contra a sua pele. Tento descer a
parte da frente do vestido, mas não consigo. Raquel percebe e fala:
— Deixa que eu tiro para você... — ela pede, e saio de cima
dela, que se levanta e fica na minha frente. Então, fico ali sentado,
esperando, e ela se vira para mim e diz: — Você desce o zíper para
mim?
E vou como uma criança que ganhou um presente de Natal, e
fico parado atrás dela, vendo que ela de costas me mostrava os
seus cabelos ainda presos em seu penteado. Então, levo as minhas
mãos em seus cabelos e os solto, deixando-os caírem livremente e
sorrio. Minhas mãos agora seguem em direção ao fecho do vestido
e, quando elas tocam no vestido, ficam trêmulas.
A vontade de descer com cuidado e, ao mesmo tempo, de
rasgá-lo estava me deixando louco. Estava numa batalha sem saber
quem iria ganhar e, sinceramente, não sei quanto tempo fiquei com
as mãos paradas em seu vestido, até que Raquel fala:
— Davi... — ela me chama.
— Sim... — respondo rouco.
— Está tudo bem? — ela pergunta, curiosa.
— Hum... Hum — é o que consigo responder ainda olhando
para suas lindas costas.
— Você não quer descer o zíper do vestido? — ela quer
saber.
— Oh..., sim, você não tem ideia de como eu quero... —
respondo, gaguejando, com as mãos trêmulas.
— Então..., mostra-me como você me quer... — ela pede
gaguejando quando toco em seu corpo e ele estremece ao meu
toque.
— Querida, tem certeza? — pergunto com cautela e louco
para deslizar esse zíper e, como disse antes, se ela dissesse que
não, mesmo quase morrendo de bolas azuis, iria aceitar o que
decidisse.
— Sim, Davi! Eu tenho certeza! — ela responde e os meus
dedos, ainda trêmulos, começam a deslizar pelo seu lindo corpo, e
me perco ali, em suas curvas, encantado ao ver como ela era linda.
Seus cabelos soltos e o vestido caído no chão lhe deram um
ar de Deusa da mitologia grega, Afrodite, a Deusa do amor, da
beleza e da sexualidade, e o mais importante, a minha linda
feiticeira, que jogou o seu feitiço em mim, mas espero que nunca
seja removido de mim.
— Davi... — ela me chama, e acordo do transe.
— Oi... — sussurro com medo de estar sonhando e, quando
acordar, estarei ali, no quarto, sozinho e com as maiores bolas azuis
que já apareceram.
— Está tudo bem? — ela pergunta preocupada, e sorrio ao
dizer:
— Ah..., sim muito bem! — respondo e o meu controle está
sendo ameaçado. Os meus dedos voltam para onde estavam e
deslizam pelas suas costas como uma leve carícia e o seu corpo se
estremece de novo sob meu toque. Encosto mais perto do seu
corpo e levo o meu rosto em seu pescoço, inalando o cheiro de seu
perfume, que era um afrodisíaco para mim.
A vontade que eu tinha de engarrafar o seu cheiro e deixar
guardado em um local secreto só para o meu bel-prazer. Nunca fui
um homem ligado a coisas de cheiro, só que o dela era como se
fosse um pó mágico proibido, e eu estava louco para senti-lo contra
o meu corpo mais ainda e deixar que seu cheiro ficasse em meu
corpo e que nunca mais saísse de mim.
A forma como seu corpo respondia ao meu toque era lindo. A
minha boca, ali, minha língua em sua pele, deslizando, a fazendo
gemer, me faz gemer com ela. Levo a minha boca por suas costas e
deslizo, a fazendo se contorcer, e sorrio sabendo que muito em
breve iria tê-la se contorcendo sobre o meu corpo, tenho certeza de
que seria delicioso.
— Davi... — ela me chama gemendo.
— Hum... — E continuo deslizando, me ajoelho no chão
quando chego a sua linda bunda, cheia e suculenta, a beijo em cada
bochecha e depois a mordo, fazendo-a inclinar para frente, então
consigo segurá-la.
— Você está me torturando... — ela sussurra e grita
novamente quando dou uma leve batida em cada bochecha da sua
bunda, a deixando levemente vermelha. Vendo-a ali o meu pau se
contorce, fazendo-me praguejar.
— Ah, amor, a tortura vai começar agora... — concordo com
ela e a ouço gemer quando me levanto e levo as minhas mãos
contra o seu quadril, puxando-a contra o meu corpo e a deixando
sentir como estava duro para ela.
— Você é tão mau... — ela me diz em sussurro.
Ainda a segurando com umas das mãos, a outra vai em seu
rosto, virando-a para mim, e falo:
— Querida..., você não viu ainda o quanto eu sou mau... —
declaro, puxando o seu rosto para mais perto do meu, inclino e
devoro a sua boca, a única coisa que me passa pela cabeça antes
de me perder no paraíso era que não tinha mais tanta certeza se eu
era mesmo mau ou se era ela.
Quem diria que eu estaria praticamente implorando para o
Davi me fazer dele? Se alguém me contasse isso, eu teria rido. O
filho da mãe estava me torturando muito, com a sua boca na minha.
O seu corpo me provocava com o seu toque no meu. O seu
pau estava encostado na minha bunda e dava para notar que ele
estava como uma pedra e que era grande mesmo. Quando senti o
tapa que Davi me deu na minha bunda, em vez daquilo me assustar,
só me deixou mais molhada por ele. O que ele não sabe ainda é
que, mesmo depois de ter sido violentada, realmente tentei ir para
cama com outros homens, mas deu certo, acho que nunca estava
preparada, só que, com Davi, me sentia muito mais que preparada
e, pela primeira vez, eu queria que desse certo e que fosse até o
final.
Aos poucos, enquanto ainda nos beijávamos como se o
mundo fosse acabar ou mesmo com medo de que alguém pudesse
chegar e nos interromper, me viro e ficamos frente a frente. Passo
os meus braços ao redor do seu pescoço e o ouço gemer, sorrio e
volto a beijá-lo.
Os meus seios estavam inchados, pesados e os bicos tão
duros que poderiam perfurar o terno dele. O aperto firme do Davi em
meu corpo se intensifica e gememos juntos. Levanto um pé um e
saio do vestido. Ele percebe o que eu fiz e começamos a andar para
trás, ou melhor, eu o levo até a cama e, quando chegamos lá, paro
de beijá-lo, o empurro e ele cai em cima da cama.
— Agora vou te mostrar aqui quem é mau: se é você ou eu!
— ameaço, ele ri. Subo em cima dele e fico entre as suas pernas,
olho para o Davi, que estava me olhando como se estivesse
hipnotizado.
— Então me mostra que você é má... — Não o deixo terminar
de falar e me inclino em cima dele como se fosse me deitar, seu
olhar cai em meus seios, que ficam ali, parados no ar, perto da sua
boca.
Sem eu esperar, ele abocanha um dos meus seios e começa
a mamar nele como um homem faminto. A cada chupada dele
estava fazendo que a minha boceta piscasse em dor. Gemo quando
percebo que o filho da mãe passa os dentes no bico, dando uma
leve mordida.
— Ah..., porra... — gemo, e o ouço rir baixinho. Davi larga o
meu seio que manipulou à vontade entre mamadas, chupões,
mordidas, deixando-o mais duro e mais pesado. Observo pegar o
outro seio e fazer a mesma coisa. A tortura que estava sofrendo
estava me fazendo pingar de tesão.
Davi continuou a me provocar até a gritar por misericórdia, e
acabo tirando o meu seio da sua boca. Ouvindo um gemido de
frustração, sorrio e falo:
— Davi, acho melhor você tirar esse terno se você tem amor
a ele — brinco, e ele sorri ao dizer:
— Ah, querida, o meu terno que se foda... — ele diz,
piscando o olho, e sorrio, achando fofo.
Davi levanta o corpo e fica sentando comigo em seu colo, e
ele tira o terno, o jogando no chão, reviro os olhos para ele, que
sorri. Quando vejo ele indo com os dedos até a gola para
desabotoar o botão, tiro as mãos dele e falo:
— Posso desabotoar? — peço para ele, que olha e diz:
— Fique à vontade, meu corpo é o seu corpo — ele
responde.
Sorrindo, levo as minhas mãos ao seu colarinho e começo a
desabotoar. Era como se eu estivesse abrindo um presente. Cada
botão aberto por mim mostra como o corpo desse homem é
magnífico. Minha boca começa a salivar quando vejo o peitoral
tanquinho.
Quantas horas Davi malha para ficar assim?
Um dia gostaria de observar os seus exercícios, a vista deve
ser muito boa mesmo! E olha que nunca fui de ficar com tara por
homem malhando. Com sua ajuda, tiro a camisa após eu terminar
de desabotoá-la. Davi a pega e joga no chão, assim como fez com o
blazer do terno, voltando a sorrir em seguida.
Empurro-o novamente para a cama e volto para cima dele,
me inclinando sobre o seu corpo. Davi deve ser tarado pelos meus
seios, pois recomeça a boliná-los. Roço a minha boca na sua,
sentindo a fome de ser devorada por sua boca pecaminosa. E,
então, o imito, desço a minha boca por seu pescoço e o beijo,
sentindo o pulsar. Dou uma leve mordida e ele geme em apreciação,
me fazendo sorrir. Vou deslizando pelo seu corpo, passando a
minha boca pelo seu peito, sempre alternando entre lambidas,
chupadas e, quando o mordo, sinto que o deixo louco.
— Puta merda... — ele rosna em aprovação quando vê que
vou descendo até chegar em seu pau.
— Algum problema? — provoco quando levo as minhas mãos
a sua calça e logo paro, esperando a sua resposta.
— Ah..., querida..., o problema é que meu pau está vazando
aqui na minha cueca... — ele rosna, e sorrio.
— O que acha da gente liberá-lo? — pergunto, piscando o
olho para ele. Então começo a desabotoar e deslizo o zíper da sua
calça, saindo de cima dele, puxando a calça junto da cueca, com
sua ajuda.
Quando acabo de tirar, vejo o seu pau pulando, animado.
Sorrio com a imagem e passo a língua entre os meus lábios. Ouço
Davi gemer, e não vejo a hora de experimentá-lo. Termino de despi-
lo, fico de pé e, no momento que tiro a calcinha, o ouço dizer:
— Não a tira — ele pede, olho curiosa, com as mãos ainda
na borda da calcinha.
— E por que não? — provoco, ameaçando descer a calcinha,
vendo o seu olhar pegando fogo.
— Porque eu quero tirar a sua calcinha com os meus dentes
— ele declara provocante, sinto me inundar mais ainda de tesão
pelas suas palavras.
— Eu gosto disso! — respondo, piscando o olho; meu olhar
cai em meus pés, percebi que ainda estava usando o sapato, então
pergunto: — E os meus sapatos, posso tirar?
— Não, querida! Eu quero que permaneça com eles... — ele
avisa dando aquele sorriso de molhar a calcinha. E continua: —
Porque..., quando eu te foder bem gostoso, quero sentir os seus
sapatos contra a minha bunda, me furando com gosto.
Ah..., merda, por que ele fica me provocando?
Volto a olhar para o seu pau, vejo que Davi o acaricia,
mostrando que está molhado com seu pré-sêmen. Retorno para a
cama, me inclinando sobre o seu corpo, mas fico de lado, vendo o
seu pau lindo, grande, gordo, fazendo com que a minha boca
enchesse de água, sinto até a baba escorrer. Então, passo a mão
em seu pau, ouvindo o seu ofegar, sorrio ao ver como o seu
membro cresce em minhas mãos, sentindo o seu sêmen escorrer
enquanto o masturbo.
Não sei quanto tempo fico masturbando, mas resolvo saciar a
minha vontade e logo me inclino em direção ao seu pau, o coloco na
boca, abocanhando com gosto, fazendo Davi gritar.
— Ah..., porra! — ele rosna, e sinto as suas mãos em meus
cabelos, acariciando-os, pois estavam caindo ao meu redor
enquanto o mamo com gosto. — Querida..., vá mais devagar... —
ele pede, ou melhor, implora, e nem ligo para o seu lamento.
Quero mais mesmo é me deliciar com esse pau. Imaginando
como seria ele em minha boca. Eu estava morrendo de fome, ou
melhor, estava com necessidade de dar prazer para ele, porque é o
mesmo que me dar. E me recordo que, quando eu assisti a um
vídeo pornô, onde a mulher estava abocanhando o cara, levando o
pau dele até o fundo, chupando até a ponta, então, resolvo fazer
isso com o Davi.
— Puta que pariu, mulher! Tu quer me fazer ter um derrame?
— ele questiona, e faço novamente, e o ouço praguejar. Sorrio
satisfeita.
— Eu te disse, não? — provoco. — Eu sei ser má, não? —
lembro quando paro de mamar o pau dele, que estava todo molhado
com a minha baba e a minha boca estava quase dormente pelo
movimento repetitivo de sucção.
— Ah..., sim..., querida, você realmente falou mesmo que
sabe ser má — ele declara, rosnando ofegante, e me puxa sobre o
seu corpo. Quando dou por mim, ele me vira, ficando em cima dele
e fala: — Agora é a minha vez de ser mau com você... — Davi me
ameaça dando um sorriso perverso.
Vendo aquele sorriso nele, fico mais molhada, e falo para ele:
— Me faça sua... Seja mau comigo e tira a dor que estou
sentindo... — peço e sou interrompida por ele quando me olha e diz:
— Amor, você está com dor onde? — ele pergunta,
preocupado, e sorrio misteriosa. Pego a mão dele e levo até a
minha boceta.
— Sinto dor aqui..., Davi! — sussurro para ele, e o ouço
praguejar. A sua mão me dá um aperto, e gemo.
— Ah..., querida, eu sou o único aqui que vai tirar a sua dor e
vou fazer de várias formas, quer saber como? — ele pergunta
enquanto fica deslizando a sua mão em minha boceta, e ele bate
nela me fazendo gritar. — Então, querida, você não quer saber
como vou tirar a sua dor? — Davi pergunta novamente, dando
aquele sorriso arrogante que tanto amava, sinto afastar a minha
calcinha e deslizar os seus dedos pelos lábios da minha boceta,
ofego.
— E como você... — gaguejo quando ele passa novamente
os seus dedos em mim, me torturando, fazendo a minha vista ficar
turva. Tento me concentrar em formar as palavras certas, então falo
novamente: — Vai tirar a dor da minha boceta? — pergunto
finalmente, com ele ainda me acariciando. Ele se encosta mais perto
do meu rosto, chega ao meu ouvido e diz:
— Primeiro vou tentar tirar a sua dor com a minha língua... —
ele começa e passa a língua dele em minha orelha, estremeço.
— Sim... — sussurro, encorajando.
— E mesmo assim, se não sair a dor da sua linda e suculenta
bocetinha... — ele diz, gemendo baixinho quando sente que estou
bem molhada por ouvir a conversa suja dele.
— Sim... — sussurro novamente.
— Vou começar a tirar a sua dor agora... — ele me avisa
ainda me acariciando mais forte, agarro o seu braço para tentar
pará-lo.
— Davi..., por favor..., mais devagar... — peço para ele, ou
melhor, imploro, mas ele acelera mais ainda, me fazendo gritar com
a intensidade dos movimentos dele.
— Como estava dizendo antes, vou tirar a sua dor agora com
isso... — ele avisa, dou um grito quando sinto a invasão do seu
dedo dentro de mim.
— Puta... merda... — grito novamente quando ele tira o dedo
e volta a colocar dentro de mim. Davi faz tudo de novo e, quando o
tira de dentro, sinto um vazio e choramingo.
Não sei se é possível ficar mais molhada do que eu estava
quando o vejo levar a sua mão até o seu rosto, inalando. Vendo
isso, me molho mais ainda e, depois de vê-lo levando até a sua
boca e chupar como se fosse um doce proibido, gozo. Ele diz,
provocando:
— Você foi uma menina levada, querida... — ele diz quando
termina de chupar o seu dedo e leva novamente até a minha boceta,
que estava implorando ainda, pedindo atenção para ser aliviada. —
Ainda não terminei com você... — Davi me avisa em tom de ameaça
e, do jeito que eu estava tão excitada, chego novamente ao
orgasmo, e ele diz: — Vou fazer você gozar a noite inteira, querida,
isso não é um aviso, e sim uma promessa!
Ouvindo dele essa ameaça, o meu corpo volta a tomar vida e
sei que, se fosse morrer naquele momento, que fosse de prazer que
estava sentindo naquele momento.
— Você promete? — quis saber, ele sorri e me fode
novamente, agora não com um, mas com dois dedos. E uma coisa
eu posso dizer com certeza, eu me acostumaria com isso a vida
toda!
Eu sempre achei que o prazer que sempre sentia era com o
meu trabalho. Agora não, o meu melhor prazer é ver e dar prazer a
Raquel. A danada quase me fez explodir em sua boca como um
adolescente chegando à puberdade. E uma coisa eu posso dizer,
tive que me controlar e muito. Senti o suor frio escorrer em mim por
estar me controlando muito para não avançar feito um animal fodido.
Deixei-a usar o meu corpo para o nosso prazer. E ver como ela me
acariciava me deixou no limite várias vezes, tive de morder a minha
bochecha para não aprofundar mais o toque dela.
— Amor..., você está linda, aqui, na nossa cama... — declaro,
dando ênfase na palavra nossa.
— E você está lindo, assim, me acariciando... — ela
responde sorrindo. Outra coisa que eu estou gostando de ter é o
prazer em fazê-la sorrir.
Inclino-me e a beijo com paixão, as suas mãos voltam e
circulam o meu pescoço, me abraçando, sorrio ao sentir a força que
ela tinha colocado. Ficamos durante algum tempo nos beijando e
levo a minha mão novamente até a sua linda bocetinha, acariciando-
a mais uma vez, ouvindo-a gemer alto.
Deslizo o dedo entre os lábios dela e, em seguida, a fodo, no
começo, com um dedo e, depois, com dois dedos. Ela arfa com a
introdução que faço nela, e logo fico penetrando e tirando os meus
dedos dentro dela, sempre fazendo o movimento de vai e vem.
A sua boceta é tão gulosinha que quanto mais a penetro
fundo mais sou chupado para dentro. As nossas bocas se separam
e gememos juntos. E a cada vez que fico fazendo o vai e vem nela,
as paredes da sua bocetinha começam a apertar, então acabo
rosnando. Se a sua buceta faz isso com dois dedos, imagine
quando for a minha língua ou o meu pau? Com este pensamento,
quase transbordo novamente, é com muito esforço que me controlo
para não socar com força dentro dela. Acho que ela percebe que
estou me controlando quando diz:
— Davi... — ela diz gemendo —, não se controle...
— Querida..., não quero te machucar, mais que já estou... —
lembro com vergonha e fico com nojo de mim mesmo ao perceber
que os meus dedos se movimentam mais rápido, era como se eles
estivessem ganhando vida própria.
— Davi..., escute o que eu vou te dizer, ok? — ela pede, e
paro de fodê-la com os meus dedos quando ouço um choramingo,
sorrio.
— Ok! — concordo com ela.
— Davi, eu te amo muito! — ela se declara, e sorrio feliz em
ouvir isso.
— Eu também te amo muito, querida! — falo também.
— E, por te amar muito, tenho que te dizer que, mesmo
depois de ter sido violentada, não perdi a chance de encontrar um
amor novamente... — ela começa, mas interrompo.
— Querida, por você ter sofrido um abuso, eu estava
começando agir como o filho da puta que te machucou... — mal
termino de falar, ela coloca os dedos em minha boca e diz:
— Davi..., você não me machucou, não! Você é um homem
maravilhoso — ela declara com lágrimas nos olhos, fico preocupado
com ela.
— Querida..., por favor..., não chore... — peço com medo de
ter a feito chorar.
— Davi, você não tem ideia de como me sinto a mulher mais
feliz do mundo em ter um homem como você ao meu lado e me
aceitar do jeito que eu sou, com os meus defeitos... — ela fala, mas
a interrompo:
— Amor, você não tem defeito nenhum... — lembro.
— Davi, não é todo homem que aceita uma mulher ter sido
violentada por outro homem... — ela afirma, fazendo carinho em
meu rosto.
— Amor, esse monstro que fez isso com você não pode ser
considerado um homem... — aviso, fazendo uma pausa. — Um
homem de verdade nunca tomaria uma mulher sem o
consentimento dela.
— Eu sei disso e é por isso que te amo tanto — ela reafirma.
— Você é o homem perfeito que vai me fazer esquecer toda a
sensação, todo o cheiro, todas as imagens do que foi feito comigo, e
sei que vai me dar sempre boas memórias, então, vamos colocar
um ponto final nessa história, ok!
— Sim, vamos colocar e vamos colocar agora, só memórias
perfeitas de agora em diante — E volto a beijá-la com paixão até
ficarmos sem fôlego. Paramos de nos beijar e vou descendo a
minha boca sobre o seu rosto, beijando-a sempre.
Deslizo novamente e faço o mesmo processo que tinha feito
antes e que ela também tinha me feito. Só de lembrar, sorrio, feliz.
Passo a minha boca em seu colo e deslizo de novo sempre
beijando, acariciando e dando leve mordidas até chegar no vale dos
seus seios maravilhosos. Eles são perfeitos em minhas mãos, em
minha boca e em breve seria perfeito com o meu pau no meio deles.
E pensar nisso me deixa vazando um pouco de sêmen. Passo a
minha língua neles e os deixando mais duro que já estavam.
— Davi... — Raquel me chama gemendo enquanto eu
continuo dando prazer para ela.
— Sim..., querida? — falo interrompendo as minhas carícias.
— Me fode... — ela pede, mas ignoro o seu pedido e vou
descendo para sua barriga, beijo, lambo e mordo até ela gritar
novamente, implorando, mas finjo que não estou ouvindo nada.
— Ainda não! — é o que eu respondo quando ela pega nos
meus cabelos e os puxa, me fazendo gritar de dor e prazer.
— Por favor... — ela volta a pedir, e eu volto a fingir que não
estava a ouvindo chamar, correndo o risco de ela puxar meus
cabelos novamente, posso sofrer um pouco de dor.
Vou deslizando até chegar no meu local favorito, meu
santuário secreto, a fonte dos meus desejos proibidos. E levo mais o
meu rosto, paro ali e inalo o seu cheiro, a sua calcinha estava de
volta ao seu lugar sem eu perceber e agora ela seria retirada do seu
corpo.
— Querida... — chamo, e a minha voz sai abafada, com o
meu rosto enterrado nela.
— Sim... — ela diz, gemendo muito.
— Você gosta muito dessa calcinha? — pergunto, tirando o
meu rosto da sua boceta.
— Não... Por quê? — Raquel pergunta curiosa, a olho e falo:
— Porque..., querida, se fosse o caso, eu compraria outras
iguais a essa... — aviso e enfio umas das minhas mãos na lateral
calcinha, a rasgando, então faço a mesma coisa do outro lado.
Puxo a calcinha debaixo do seu corpo, a fazendo estremecer,
e levo a calcinha em meu rosto, cheirando de novo. Estou como um
pervertido, não sei quanto tempo fico cheirando-a. Pego a sua
calcinha e a coloco na cômoda, então a puxo para mais perto dos
travesseiros, e ela sorri ao dizer:
— Meu Deus, como você é forte demais... — ela diz
encantada.
— Gostou? — pergunto, já sabendo a sua resposta.
— Ah... Com certeza e um dia quero que você me pegue em
seu colo... — ela diz sorrindo, pisco o olho para ela e falo:
— Amor, não precisa pedir duas vezes! — aviso. — E você
ainda não tem ideia do que poderíamos fazer comigo de pé e com
você no meu colo, iremos realizar várias fantasias. O que acha? —
Pisco para ela, que sorri.
— E eu vou amar realizar todas elas com você... — Ela pisca
também, e sorrio.
Volto a ficar entre as suas pernas, abro-as mais e me abaixo,
encostando o meu rosto entre elas. Inalando o seu cheiro, caio de
boca em sua boceta, a fazendo gritar.
— Ah..., porra... — ela volta a gritar quando passo a língua
em volta dos seus lábios e chupo com gosto. Dou leve mordidas em
seus lábios, fazendo-a gritar mais ainda de prazer.
A sua bocetinha é tão gostosinha, é tão deliciosa que fodo ela
com a minha língua e gememos juntos. O seu sabor era bom
demais. Eu estava ficando viciado nele. Enquanto a fodia mais
rápido, roço o meu pau, fazendo fricção contra o lençol, me fodendo,
então acabo gozando um pouco, até que ela começa a gritar e
chega ao orgasmo novamente, e logo a seguro enquanto ela se
estremece toda.
Quando o corpo dela se acalma, me levanto e inclino sobre
ela, observo que seus olhos estão brilhando, sua pele, corada e
suada, também vejo o suor escorrendo entre o vale dos seus seios,
então passo a língua na sua pele e falo:
— Raquel..., os seus aromas são deliciosos. — Puxo-a pelo
pescoço e a beijo de leve, fazendo-a choramingar de novo, e sorrio.
Volto para onde eu estava entre as suas lindas pernas e
seguro o meu pau nas mãos, olho-a e pergunto:
— Tem certeza de que quer fazer ainda, querida?
— Sim..., eu quero que faça amor comigo, quero que me foda
e me faça completamente sua.
— Pode deixar, querida, você será minha completamente —
declaro, fazendo uma promessa.
Então, a penetro profundamente e gememos juntos. Começo
primeiro a fazer amor com a minha linda feiticeira e depois faria o
que tinha prometido a ela, iria fodê-la loucamente. Aumento a
velocidade da penetração e chegamos juntos ao orgasmo, depois os
nossos corpos se acalmam.
Beijo-a de novo e saio de cima dela, puxando-a para os meus
braços, e ela usa o meu peito como travesseiro. Nossas pernas
ficam emaranhadas e desmaiamos de cansaço depois de uma longa
maratona de sexo.
Morri e fui para o inferno? Ou fui para o céu?
Quando acordei e me vi ali nos braços do Davi, essas
palavras ficaram povoando a minha cabeça, sorrio que nem besta
quando me recordo delas. Tento me levantar da cama, mas sinto os
braços do Davi ao meu redor me segurando, e ele diz bem baixinho:
— Onde você pensa que vai, feiticeira? — ele pergunta, me
trazendo mais contra o seu corpo.
— Estou um pouco apertada, preciso ir ao banheiro — peço
para ele, que ri baixinho quando tento me soltar dos seus braços e,
assim que ele me libera, corro para o banheiro e lá faço as minhas
necessidades. E, quando estou para sair do banheiro, ouço o Davi
dizendo:
— Ei, Max, onde você pensa que vai, hein, amigão?
Fico curiosa para saber com quem ele estava falando. Não
poderia ser um homem, porque, convenhamos, seria muito estranho
se ele estivesse escondido de mim e chego até rir desse
pensamento.
Lavo as minhas mãos e me olho no espelho, ali encontro uma
nova pessoa, ou melhor, a Raquel de antigamente estava de volta.
Era como se tudo o que eu passei tivesse sumido do meu cérebro.
Saio do banheiro e encontro o Davi sentado com um pacote nos
braços, fazendo carinho nele. E olho encantada quando chego perto
do Davi e vejo que ele segurando gatinho preto, a coisa mais fofa
que já vi.
— Ah, Davi, você tem um gatinho... — falo encantada, indo
para cama. Enquanto olhava para o felino, Davi estava olhando para
mim em vez do gato.
— Na verdade, agora eu tenho dois gatinhos — ele diz,
piscando o olho para mim, e sorrio. Esse homem era terrível, sento-
me na cama e puxo o lençol sobre o meu corpo, depois o observo
com o gatinho.
— É mesmo? — brinco e olho para o Davi. — E me fala qual
é o nome desse lindo gatinho aí? — pergunto, curiosa.
— Meu nome é Davi Hauffernan — se apresenta, me fazendo
rir.
— Você é um bobo, Davi! Você sabe muito bem que estou
perguntando o nome desse gatinho lindo aí, em seus braços. —
Aponto o dedo para ele.
— Ah... Esse lindo menino aqui é o Max — ele fala
apaixonado, me mostrando o Max.
Estendo as minhas mãos e o pego quando Davi o coloca em
meus braços. Fico fazendo carinho nele em meus braços, e a forma
como o gatinho se aninhava em mim fez me apaixonar por ele mais
do que já estava.
— Ele é tão lindo... — falo para ele.
— Sim..., ele é mesmo — Davi concorda sorrindo.
Uma coisa me chama a atenção: o Max estava de gravata,
começo a rir baixinho e o Davi me olha curioso e pergunta o que
houve, mostro para ele, que sorri ao dizer:
— Eu o deixei também pronto, afinal, de agora em diante ele
vai fazer parte de nossas vidas.
— Ele está mesmo uma graça, onde você encontrou, ou
melhor, onde você o comprou? — pergunto, ainda fazendo carinho
nele.
— Na verdade, eu o encontrei quando estava saindo da
delegacia, estava miando muito — ele conta. — Depois que peguei
o gato, vi que era pequeno e o levei ao veterinário, que me disse
que era um filhote macho. O veterinário deu as vacinas que ele
achava que não tinha tomado por ter sido abandonado.
—Tadinho dele — falo, pegando-o e o colocando de pé,
dando um beijo nele. Max era um felino cheiroso, limpinho, usando
uma gravata, dando um charme nele.
— Acabei adotando-o, comprei algumas coisas que ele iria
precisar — Davi finaliza a história e falo para ele:
— Agora o Max tem dois pais — brinco com ele, que sorri,
concordando comigo, e logo me ocorre que a Nella não está
sabendo de nada. Acabo perguntando isso, e ele me responde.
— Ainda não! Porque, do jeito que conheço a Nella, é bem
capaz de comprar coisas sem necessidades para o Max, ou ela
pode querer levá-lo embora, e isso não permito, afinal, fui eu quem
o encontrou — ele avisa todo protetor e ciumento. E isso faz com
que meu coração se encha de mais amor e carinho por ele e por
Max.
— Davi, eu me sinto honrada por ser a mulher que vai
compartilhar todo amor e carinho com o nosso Max. — digo,
fazendo carinho.
Davi me puxa e, com o Max em meus braços, nos beijamos
até que sem querer o nosso beijo é interrompido quando a minha
barriga ronca e acaba com todo o clima.
— Davi, como você deve ter percebido, estou morrendo de
fome, o que você fez para gente comer? — pergunto, curiosa.
— Oh... Meu Deus! Mil perdões, querida, vamos lá para a
cozinha que vou esquentar a nossa comida — ele diz, pedindo
desculpas.
E dou risada da cara de preocupação que esse homem
estava. Coloco o Max em cima do travesseiro, o deixando dormir
tranquilamente. Vejo-o indo até o seu guarda-roupa e pegando uma
roupa para ele.
— Como você deseja ficar? — Davi indaga após vestir-se.
— Eu quero uma camiseta sua, pode ser uma bem velhinha,
se tiver — peço para ele, então o vejo vasculhando, mas não
demora muito, Davi pega a camiseta com o emblema da polícia.
— Serve essa? Eu a usava, acho que tenho outra em algum
lugar, quando fazia a escola de polícia ou depois de um treinamento.
— E me entrega a camiseta, eu me visto.
Levanto-me e coloco a minha sobre a sua, assim seguimos
até a cozinha, me acomodo e Davi começa a arrumar a mesa,
posso dizer que estava linda. Ele me chama para a mesa, puxa a
cadeira e, ao me sentar, vem em minha direção e me beija
levemente.
— Feiticeira... — ele declara quando para de me beijar e
pisca o olho.
— Sim..., sua feiticeira — concordo sorrindo e sonhando
acordada.
E fico ali observando o Davi esquentando a nossa janta.
Depois ficamos conversando sobre tudo, falei sobre a editora e ele
disse sobre a delegacia, falamos sobre o que a gente gostava, que
ia de comida a filmes, de esporte à dança. Davi volta para a mesa,
trazendo uma travessa com um macarrão que nunca tinha comido,
achei cheiroso. Ele deixou a travessa em cima da mesa e volta para
pegar mais uma travessa, que era de costelinha de porco assada
com batata. E ele a deixa lá e volta agora para a geladeira, pegando
mais uma travessa com salada de maionese, junto, traz uma garrafa
de vinho tinto suave, colocando tudo na mesa.
— Meu Deus..., Davi! Você fez comida para um batalhão? —
questiono, Davi dá risada quando olho para tudo que estava em
cima da mesa.
— E ainda falta a sobremesa... — Davi avisa, mas o
interrompo, olhando para ele chocada:
— Sobremesa? Davi, nem sei se vou conseguir comer tudo o
que vocês fez... — mal termino de falar e é a vez do Davi me
interromper ao dizer:
—Tem certeza de que você vai recusar a sobremesa? — ele
provoca, reviro os olhos para ele e pergunto:
— E que sobremesa seria essa?
— O que acha de fondue? Ele já está pronto, é só dar uma
aquecida nele. E sabe o que é melhor? — ele pergunta fazendo
suspense, mas em seu olhar estava com um brilho de divertimento.
— Não, o que seria? — pergunto, curiosa e sonhando com
essa sobremesa deliciosa que amava comer e, pelo visto, o Davi
também.
— Essa calda do fondue em seu corpo e ele decorado com
morangos bem vermelhos... — ele começa e fico molhada
novamente, me remexo na cadeira para poder ficar mais
confortável. — O que acha da minha ideia?
— Davi..., você é muito mau! — declaro, e ele só pisca o olho
dando aqueles sorrisos perversos que só ele tinha. Sento-me direito
por estar ficando excitada com a sugestão dele. — Ah, Davi?
— Sim, amor? — ele responde quando o chamo enquanto ele
servia a nossa comida em nosso prato. Ao terminar, levo o garfo
com a comida à boca, gemendo de prazer, então o provoco:
— Respondendo a sua pergunta sobre o fondue em meu
corpo, dois podem jogar o mesmo jogo — aviso que faria a mesma
coisa que ele estava querendo fazer com o meu corpo, e ele olha
para mim e fala:
— Querida..., estou contando com isso! — Pisca de novo.
É, realmente a noite iria terminar de uma maneira
deliciosamente grudenta, Davi cumpriu o que ele me disse, e fiz a
mesma coisa. E quem voltou para sua caminha foi o Max, que
acabou sendo expulso da cama. Levamos ele para lá assim que
voltamos para o quarto para podermos desfrutar do fondue com
morango em nosso corpo.
Acordo novamente e estava nos braços do Davi, fico me
lembrando de como tinha sido a nossa noite maravilhosa e sorrio
que nem uma boba apaixonada. A forma como Davi amou o meu
corpo me fez chegar a ficar com lágrimas nos olhos, e foi por pouco
que não as derramei pelo meu rosto.
E, se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria e faria tudo
novamente. A forma como o Davi me fez dele limpou toda coisa
ruim que ainda não tinha sido removida. O amor dele trouxe o
melhor de mim, trouxe de volta a antiga Raquel. Enquanto estava
ali, deitada em sua cama, ou melhor, como ele mesmo disse várias
e várias vezes durante a noite, que a cama era nossa, volto a sorrir
que nem besta.
— No que minha feiticeira está pensando tanto para estar
com esse lindo sorriso em seu rosto? — Davi pergunta curioso, me
tirando dos meus pensamentos.
— Hei..., nem percebi que já tinha acordado — falo, fazendo
carinho em seu rosto e passando pela sua barba que estava
despontado, o deixando delicioso como sempre.
— Sim, tem pouco tempo que acordei e fiquei te olhando
enquanto estava perdida em seus pensamentos — Davi fala, e me
inclino sobre ele, beijando-o, me perdendo novamente. Quando
consigo falar, fico ofegante.
— Estava pensando na nossa noite... — começo e fico
corada quando as imagens surgem novamente em meu rosto.
— Ela foi a primeira de muitas, querida — ele diz, fazendo
promessa, tenho certeza de que ele irá cumpri-las.
— Sim... — concordo em quando ia continuar a falar sobre a
noite, ouvimos um miado de choramingo, começo a rir baixinho.
— Max... — fala, concordo com ele. Então, viro e o encontro
ao lado da cama, tentando subir, pego-o e o coloco na cama com a
gente, assim, ficamos os três lá, deitados.
— Davi... — chamo.
— Sim, querida? — ele responde me olhando curioso.
— O que aconteceu ontem à noite foi um sonho? — pergunto
para ele, que me olha e diz:
— Feiticeira, se isso for um sonho, eu não quero acordar
nunca mais ... — ele declara, e o beijo novamente.
— Eu também — falo quando paramos de nos beijar.
— O que acha de a gente preparar um café? — ele indaga, já
se levantando.
— Acho maravilhoso, só que antes eu preciso tomar um
banho... — aviso e paro o que ia dizer quando noto que ele que abre
um maior sorriso malicioso e aviso. — Delegado, o banho é só
meu...
— Mas... — ele tenta, dando ainda aquele bendito sorriso.
Sorrio junto. Vendo que eu estava sorrindo, ele continua falando: —
Feiticeira, você não acha que deveríamos tomar um banho juntos?
Afinal, precisamos economizar a água para o nosso planeta... — ele
diz na maior cara de pau, não me aguento e começo a rir.
— Você não vale nada, Davi — aviso, me lembrando da
música, então começo a cantar enquanto puxo a camiseta dele pelo
pescoço: — “Você não vale nada, mas ainda gosto de você!”
— Ah..., querida, com certeza! — ele responde rindo quando
termino de cantar e me pega no colo. Vou de bom agrado. Ele me
leva para o banheiro e, ao entrarmos, ele liga o chuveiro ainda
comigo no colo e fala: — Agora, o que acha de a gente brincar no
chuveiro...
— Davi..., você é um maldito pervertido — comento, o filho da
mãe ri e nos coloca debaixo do jato quente, e assim ficamos um
pouco. Logo me encontro encostada contra a parede, ele me olha e
diz:
— Querida, você não viu nada ainda... — ele rosna e me
ataca ali mesmo.
Esse homem tinha um fôlego de fazer inveja a qualquer
pessoa, e fazemos ali mesmo amor, se bem que, do jeito que ele
estava me beijando, estava mais para ser fodida, e eu nem estava
gostando muito, nem estava!
Davi me fode contra a parede com gosto e começa com a
minha orelha, fazendo ali meu ponto fraco, e desmorono ali mesmo,
quando alcanço o orgasmo.
— Puta merda, caralho! — grito alto, e ouço um rosnar do
Davi, que ainda estava metendo rápido.
— Meu Deus..., mulher, eu fico mais excitado quando você
fala palavrão — ele diz, e sinto o seu pau ainda maior dentro de
mim, então o provoco, dizendo:
— Você ainda não meu ouviu falar sujo ... — Mordo a sua
orelha e gemo. Ele não demora e goza tanto que fico sem saber se
era o gozo dele ou a água do chuveiro caindo pelo nosso corpo.
—Ah..., porra, mulher, você é perfeita para mim — ele
declara, voltando a me beijar com força. Eu gozo novamente.
Se eu era a mulher perfeita para ele, Davi não tinha ideia de
que achava o mesmo para mim.

Algumas horas depois...

— Onde a senhorita pensa que vai? — Davi pergunta, me


puxando para os seus braços, eu o abraço, dizendo:
— Eu vou para casa, e o senhor vai trabalhar... — lembro. Ele
geme de frustração, o entendia perfeitamente.
— Puta merda, tinha esquecido que estava voltando a
trabalhar hoje — ele responde, chateado.
— É, mas eu não... — declaro também chateada, mas seria
bom porque, se eu ficasse mais um pouco aqui dentro, acabaria na
cama com ele novamente.
— O que acha da gente desligar os nossos celulares e
aproveitar para ficar juntinhos, hein? — ele propõe, sorrio, sabendo
que ele era bem capaz de fazer isso mesmo. Eu não poderia
permitir que tomasse bronca ou mesmo uma punição por ficar
fazendo amor comigo.
— Nem pensar, querido. Por mais que a ideia seja bem
tentadora... — começo, e ele interrompe ao dizer:
— Então? Vamos fazer? — ele pede, e dou risada da sua
insistência.
— Davi..., sei que não quer... — começo a falar. — O que
acha de você, assim que sair da delegacia, em vez de vir para cá,
você não vai para a minha casa?
— Ok, você venceu... — ele diz em tom derrotado, sabendo
que estava fazendo o certo indo trabalhar.
— Agora eu tive outra ideia... — começo e ele me olha
curioso. — O que acha de já levar a roupa para você amanhã?
— Adorei a sua ideia, só vai ter um pequeno problema... —
ele avisa, fico sem entender nada.
— O que seria? — pergunto, curioso.
— O Max, ele é pequeno e, como não vou vir para casa
direto, tenho que deixar água e ração para ele — Davi comenta.
— Ora, não vai ter nenhum problema, não! Vamos organizar
as coisas do Max e já o levo para casa também, com as suas
coisas.
— Tem certeza? — ele pergunta em dúvida.
— Absoluta, agora vamos lá antes que fique tarde. Até que
horas você tem que estar na delegacia?
— Até umas 18:30h para pegar o plantão — ele avisa.
Beijamo-nos e começamos a arrumar as coisas dele, e me
lembro que estava com o vestido, então, enquanto o Davi arrumava
as coisas dele, pego o vestido, a calcinha e coloco na mochila que
ele tinha acabado de arrumar.
Olho para a roupa que estava usando, e não vejo nenhum
problema em ir embora do jeito que eu estava. Só iria para casa e
não iria passar em nenhum lugar. Eu estava usando outra camisa do
Davi, usando um shorts dele e estava até calçando o seu chinelo.
Ouço um assobio dele.
— Já te falei que está muito gostosa com essa? — ele disse,
e dou risada, porque ele já tinha falado isso quando me vesti.
— Já sim! Estou achando que você está com tara de me ver
usando roupas masculinas? — provoco.
— Ah, querida, eu sou tarado em tudo que você usa e até o
que você não usa — ele declara sorrindo provocante, e pisco para
ele e, quando ia dizer algo, a gente ouve o celular do Davi tocar, e
ele vai para atender e o deixo à vontade. Sigo direto para a
lavanderia e pego as coisas do Max. Enquanto pegava o que ele iria
precisar, fiquei ali, tentando saber com quem ele estava falando.
A vontade que eu tinha era de ficar lá, ouvindo a conversa
dele. Estava curiosa para saber se era alguma puta que ele já tinha
ficado. Davi não era um santo, mas isso não significava que elas
não corriam atrás de um bom partido. Não sei quanto tempo fiquei
ali, mas ouço o Davi me chamar e levo as coisas do Max para a
sala.
— Davi, com quem você estava falando no telefone? —
pergunto, curiosa, e fico sem graça quando o encontro conversando
com um homem. Não sei por que eu tive a sensação de que o
conhecia em algum lugar.
— Querida, quero te apresentar o meu amigo, era com ele
que estava conversando agora pouco — Davi comenta, e fico
aliviada ao saber que era um homem e não uma mulher.
— Muito prazer, meu nome é Raquel Santos... —
cumprimento e, quando o homem se vira, me vem um cheiro que
achei que nunca mais iria sentir. Eu estava frente a frente com o
homem que me violentou alguns anos atrás. E nem percebo que o
Davi estava do meu lado.
— Querida? Está tudo bem... — ele pergunta, preocupado e,
quando ia responder, sinto a minha vista escurecer. — Raquel,
querida, o que houve? — ele pergunta, e me seguro nele quando o
ouço gritar. — Raque... — me chama desesperado, e acabo
desmaiando nos braços dele.
O meu último pensamento antes de cair na profunda
escuridão era que o mal voltou para acabar o que ele tinha
começado.
Graças a Deus consegui pegar a Raquel antes de ela
desmaiar em meu colo. Fiquei assustado e nunca imaginei que isso
iria acontecer.
— Querida, por favor, acorde... — chamo novamente e a
pego no colo, levando-a direto para o sofá. Esperando ver se ela
acordava, acabo esquecendo que o meu amigo Leandro se
encontrava em casa e, quando verifico, ele estava olhando para ela
com um olhar estranho, e não gostei nenhum um pouco.
— Ela está bem? — ele pergunta, ainda com o seu olhar fixo
nela.
— Sim... Ela teve um desmaio e daqui a pouco ela retorna —
falo, segurando a mão dela, que estava gelada. — Leandro, por
favor, fique com ela um pouco enquanto vou buscar álcool?
— Claro, amigo, vai lá — ele responde rápido, fico com uma
sensação estranha e não sei o que era. Agradeço, deixando-a com
ele, vou até a cozinha procurar álcool. Não encontro e sigo até o
armário de limpeza, também não acho e, quando volto, tomo um
maior susto, não consigo encontrar o Leandro.
— Leandro? — chamo e nada de ele responder e, quando
meu olhar cai no sofá, descubro que a Raquel não se encontra lá. —
Raquel, querida, está tudo bem? — chamo, e não tenho nenhum
retorno. Começo a procurar pela casa toda e nada de encontrá-la,
muito menos o Leandro.
— Puta merda, o que está acontecendo aqui? — Quando
percebo que não encontro nenhum e nem o outro, pego o meu
celular e ligo para o da Raquel, ouço chamar e nada de ela atender.
Ligo para o celular do Leandro e cai na caixa de mensagem,
logo me ocorre que ele pegou a Raquel, mas por que seria? Volto a
discar novamente só que dessa vez é para delegacia.
— Delegacia? — Ouço a voz que atende.
— Aqui é o delegado Hauffenn, quero que faça um
rastreamento... — peço, passando tudo o que sabia sobre o
Leandro, seria um tiro no escuro, mas queria ter certeza de que ele
não estava envolvido no sumiço da Raquel. Só que agora não tinha
mais tanta certeza.
— O carro do policial Duarte se encontra em movimento — a
policial avisa, e peço que mande viaturas atrás dele e, quando ela
pergunta por que estava pedindo isso, só respondo:
— Ele sequestrou a minha mulher! — aviso puto ao perceber
que o filho da puta iria me pagar por estar atrás da minha mulher.
— Ok, acabei de emitir um alerta para o carro do policial
Duarte — a policial avisa.
— Quero que me passe a localização dele agora! — mando,
pegando as chaves do carro, fecho a casa e corro. E, assim que
entro no carro, coloco o celular no suporte e deixo no alto-falante a
fim de ouvir a localização. No momento em que estava para
desligar, ouço a voz do Mateus na chamada.
— O que está acontecendo, Davi? — ele pergunta, conto
para ele o que sei, ou seja, praticamente nada. — Você tem certeza
de que ela está com ele?
— Tem que estar, Mateus, ela desmaiou quando a apresentei
ao Leandro... — Ouço uma voz de fundo, e sei que o Diogo estava
lá.
— Davi, o Mateus acabou de me contar que a Raquel está
sumida e que você acha que o Leandro a pegou... — Diogo diz,
curioso.
— Sim, tenho certeza! Você a conhece... — lembro, ficando
estressado. Se aquele filho da puta machucá-la, não me respondo
por mim.
— E você tem alguma ideia de onde eles dois se conhecem?
— Diogo pergunta.
— Não tenho, é isso que acho estranho... — comento,
entrando na rota que eles passaram. Estranho, essa direção estava
indo para o interior.
— Davi, me ocorreu que a ligação deles tem a ver com o
passado dela... — Diogo começa, sinto suor frio escorrer sobre mim
quando entendo onde ele quer chegar.
— Não... Isso é impossível, né? — pergunto, sentindo o
sangue ferver mais do que ele estava.
— Eu quero que façam um levantamento do policial Duarte
de mais ou menos 12 anos atrás, na Comunidade do Fogo... —
Diogo grita.
— Diogo, eu te juro, vou acabar com aquele filho da puta, se
encostar um dedo nela! — rosno, puto com o Leandro por ter tocado
na minha mulher.
— Você tem que se acalmar, Davi! — ele pede, ou melhor,
ordena. — Você já tem a localização deles?
— Eu tenho, estão seguindo em direção ao interior — aviso,
sem responder se iria ou não me acalmar quando visse.
E ouço o Diogo emitir um novo alerta para ter o acesso ao
interior fechado. E faço uma coisa que não fazia há muito tempo,
começo a rezar.

Feiticeira, estou indo te buscar, amor, fique bem!


Quando volto do desmaio, reparo que estava num local
escuro, e não precisava ser um gênio para notar duas coisas: a
primeira, é claro, que não me encontrava na casa do Davi. E a
segunda coisa que noto é que estava algemada e amordaçada, e as
minhas pernas também algemadas, tento me virar e bato contra
alguma coisa dura, ou seja, eu estava dentro de um porta-malas.
— Ah, porra, que enjoo... — resmungo em pensamento
quando sinto um solavanco no porta-malas. Não tinha ideia de
quanto tempo estava ali, dentro do carro. Só sabia que de uma
coisa, o filho da puta que tinha me violentado agora tinha um nome
e um rosto.
Nunca imaginei que acabaria encontrando esse monstro, não
podia nem dizer que era um animal, porque seria xingar o bichinho.
Não sabia o que iria acontecer comigo. A minha única preocupação
era o Davi que, nessa altura do campeonato, deveria estar
preocupado comigo e, no mínimo, louco para pegar o amigo dele.
Se, para mim, era um choque descobrir que o filho da puta
que me violentou tinha um rosto agora conhecido por mim, fico
imaginando a cara do Davi que, no mínimo, já deve ter juntado os
pontos e ter descoberto quem era mesmo o amigo dele.
Noto que o carro para e o meu coração para por alguns
segundos. Ouço abrirem a porta do carro e os passos começam a
se aproximar, não demora e o Leandro abre o porta-malas e,
quando vê que eu estou acordada, ele sorri e diz em tom satisfeito:
— Então, você acordou... — Olho para ele e resmungo, não
conseguindo responder do jeito que faria, e queria dizer era:
Jura? Eu achei que ainda estivesse desmaiada! — penso
com ironia.
Ah, como eu queria que o Davi me encontrasse logo e
acabasse com esse filho da puta.
Leandro me tira do carro e me joga em cima do seu ombro
como se fosse um saco de batatas, e me leva para uma casa
pequena, que mais parecia uma cabana. Observo ele pegar a chave
e abrir a porta e entramos. Ele segue para um sofá e me coloca lá,
sentada, e vejo indo até um canto da sala, onde tinha uma cadeira,
e a puxa e se senta.
— Então nos encontramos novamente, hein... — ele
comenta, e reviro os olhos para ele.
“É, fazer o que!” — penso com ironia. E dou os ombros para
ele. Ele me olha com fogo nos olhos.
— Ah, sim..., me perdoe, você está com a boca amordaçada.
Agora sim você pode falar...
— E você quer que eu responda o que? Que estou feliz em
saber que você é o homem que violentou? — pergunto com ironia, o
interrompendo, no fundo, começando a ter medo dele, não sabendo
o que poderia me acontecer nesse local deserto.
— Você continua sendo a mesma com a boca esperta, não?
— Ele ri, e reviro os olhos para ele.
— Você sabe que o Davi vai vir atrás de você, não? — aviso,
ele me olha e começa a rir.
— Ah, eu quero ver tentar — ele diz, dando ombros. —
Então, você não vai responder a minha pergunta?
— E que pergunta seria essa mesmo? — Me faço de
desentendida, pedindo para todos os santos que o Davi venha atrás
de mim e acabe com esse filho da puta dos infernos.
— A gente? Minha querida, nos encontramos depois de
muitos anos, tivemos o nosso grande encontro — ele diz, sorrindo, e
a vontade que eu tinha de estar naquele momento com o meu
chicote era grande demais.
— Se você acha isso um grande encontro, quem sou eu para
contrariar — respondo, com ironia.
— Sabe de uma coisa, desde que te conheci, gostei de
você... — ele diz de uma forma bem íntima, não vou dizer que aquilo
assustou a porra de mim, porque assustou, além do o fato de ter me
violentado, entre outras coisas trancafiadas dentro de mim, coisas
que só Davi sabia.
— O engraçado é que nunca te conheci até aquela maldita
noite que você me violentou — aviso e fico tentando entender como
ele disse que sempre gostou de mim, de onde esse homem me
conhecia? Penso comigo mesma.
— Não, querida, você pode ter me conhecido naquela noite,
mas eu sempre te via como a gostosa que ficava passando com as
roupas apertadas, só para me provocar... — ele declara.
A minha atenção é desviada quando noto que aparece uma
sombra e logo aparece também Davi, e ele faz um sinal de silêncio
e sorrio por dentro, sabendo que o meu homem tinha chegado.
— Então, é minha culpa andar do jeito que eu queria? —
rosno para ele, não querendo nem saber, tinha que enrolar esse
filho da puta. — Era a minha culpa ter sido violentada por você e ver
as pessoas da comunidade declarar que eu sou culpada por ser
mulher? — desabafo.
— É claro que é, vocês, mulheres, não podem andar como se
estivessem vindo ao mundo, nua — ele declara, preconceituoso, e
reviro os olhos para ele.
Reparo que passam mais alguns homens e sabia que tinha
que enrolar o Leandro de alguma forma, é o que faço o enrolo,
dizendo:
— Então, é minha culpa andar do jeito que eu quero? —
esbravejo, puta com ele.
— Sim, é a sua culpa e de outras putas que andam desse
jeito — ele declara.
— Então, é a nossa culpa e pedimos para isso? — falo,
ficando nervosa com esse filho da puta.
— Sim, se vocês não ficassem nos dando sorrisinhos, se
vestindo como uma puta, a gente não faria isso — ele fala, dando
ombros, e solto uma verdade que estava guardada a sete chaves:
— É minha culpa também, além de ter sido violentada,
acabar grávida? — grito. e vejo a sua reação de surpresa.
E mal dá tempo de responder que sim, a porta é arrombada e
entra um Davi furioso, que para cima do Leandro, pegando-o
desprevenido, e começa a socá-lo, sem dar chance de revidar,
nocauteando-o várias vezes.
— Davi..., por favor, querido, você está machucado... —
peço, vendo-o machucado. Ele me olha preocupado e vem em
minha direção, ajoelhando-se e me abraçando.
— Querida, você está bem mesmo? Esse filho da puta te
machucou? — ele rosna preocupado, e sorrio para ele.
— Sim, eu estou bem, fiquei um pouco assustada e, no final,
senti forças para mostrar que eu muito melhor do que ele — declaro,
e ele passa a mão em meu rosto e diz:
— Querida, eu ouvi você dizer que estava... — ele começa, e
o interrompo:
— Grávida — completo, sorrindo triste.
— Isso... Por que não me contou querida? — ele pergunta
com cuidado, e tento me mexer. Davi nota o meu desconforto. —
Perdoe-me, querida... — Davi fala e pega a sua chave, mas não
abre.
Ele vai até o Leandro caído e vasculha os bolsos dele, pega o
molho de chave e, antes de voltar, ele dá um chute no Leandro, o
ouvimos gemer. Davi volta e abre as algemas das minhas mãos e
dos meus pés, passo as mãos nos pulsos para ver se eles estavam
machucados.
— Não foi tão divertido como achei que seria... — brinco com
o Davi, que me olha sem entender nada.
— Divertido, como assim? — ele pergunta, curioso.
— Sempre sonhei em ser algemada por você... — brinco
novamente, e ele ri ao me abraçar.
— Mas isso, querida, vou te mostrar que, com a pessoa certa
te algemando, será muito melhor, e isso eu te garanto — ele
responde, fazendo carinho em meu rosto novamente e me beija
longamente.
— Isso é uma promessa? — questiono quando paramos de
nos beijar.
— Sim, é uma promessa que, em breve, cumprirei. Agora,
vamos para nossa casa, ok? — ele pede e me abraça;
Passamos pelo Leandro e fomos embora daquele lugar.
Encontro o Diogo, que vinha rápido ao nosso encontro, ele me
abraça e pergunta se estou bem, respondo que sim, e ele entra na
cabana. Agora a história de Leandro é problemas deles.
Fomos para casa do Davi e, quando chego lá, sou levada
para o chuveiro. Davi me ajuda a tirar as minhas roupas, liga o
chuveiro bem quente, entro debaixo d´água, e ele cuida de mim,
banhando-me. Não ficamos muito no chuveiro, depois que
terminamos, ele pega a toalha e me ajuda a me secar. Vamos para
o nosso quarto, como ele disse várias vezes.
Davi, como sempre cavalheiro, me senta na cama e vai até o
seu guarda-roupa, pega a última camisa dele e coloca no meu
corpo. Ele olha para mim e fala:
— Vou buscar algo para você comer, ok? — ele fala, e sorrio,
acenando com a cabeça.
Vejo que o meu celular estava na cama, o pego e me sento
melhor na cama. Ligo-o e vejo que tinha inúmeras chamadas
perdidas da editora, de Davi, da Nella. Por fim, ligo para a minha
amiga enquanto espero Davi voltar. Não dá um segundo toque antes
de ouvir a voz de minha amiga:
— Graças a Deus, amiga! Você está bem? O filho da puta do
Leandro te machucou? Se soubesse que era ele o tempo todo, eu
teria matado o filho da puta eu mesma... — Nella falava tão rápido
que acabo sorrindo. Noto que Davi vem com uma bandeja na mão
e, na outra, segura o Max. Sorrio.
— Nella, amiga, fique tranquila que eu estou bem, daqui a
pouco eu te ligo, preciso conversar com o Davi sobre o passado...
— começo, e ela me interrompe dizendo com cautela:
— Você vai contar tudo para ele?
— Ele sabe um pouco — comento, e nos despedimos.
Vejo Davi colocar o Max na cama, e ele vem em minha
direção. Faço um carinho nele. Davi vem também e se senta na
minha frente, ele pega em minhas mãos e faço um carinho em seu
rosto. Respiro fundo.
— Há mais ou menos 12 anos, quando fui violentada,
descobri que fiquei grávida... — começo a contar a história para ele
desde o começo.
Enquanto ouvia a Raquel me contar a forma como foi
violentada, como ela conseguiu se levantar daquele beco e chegar
até a casa dela, fiquei com lágrimas nos olhos. Nenhuma mulher
deve ser tratada do jeito que ela foi. Ela nota que estou mexido e
passa a mão em meu rosto, fazendo carinho em mim.
— Não fique assim... — ela pede, e pego a sua mão, que
estava acariciando o meu rosto e a levo até a minha boca, a beijo.
— Querida, você foi tão corajosa... — falo, elogiando.
— Será que fui mesmo? Fico pensando no que aquela praga
disse, fui mesmo a culpada por ter sido violentada? — ela se
questiona, e fico chocado com as suas palavras.
— Querida, é claro que você não teve nenhuma culpa por ter
sido violentada — lembro.
— Sabe..., Davi, quando cheguei em casa, estava
machucada, suja e tive nojo de mim, mesmo durante algum tempo.
Tinha época que não conseguia nem me olhar no espelho... — ela
gagueja, sem graça.
— Amor, não precisa me contar mais nada... — peço, e ela
me interrompe, dizendo:
— Por favor, Davi, me deixe te contar tudo... — ela pede
levantando a outra mão e tampando a minha boca.
— Tem certeza? — pergunto quando abaixo a mão dela.
— Sim, eu tenho! — ela responde e dá um sorriso triste, e
sorrio querendo dar forças para ela. — Quando cheguei em casa,
minha mãe, coitada, estava morrendo de preocupação... — Raquel
gagueja e para um pouco, para tomar coragem para continuar.
— Amor, você consegue! — encorajo, e ela continua:
— Quando a minha mãe me viu, ela me puxou para os seus
braços e ali desabei... — ela fala. — É claro que ela imaginava o
que tinha acontecido, ela pegou as compras que tinha feito, colocou
na mesa e pediu um táxi... — Ela para de falar e pega o copo de
suco e toma um gole.
— Sua mãe é uma mulher forte, amor... — falo com
sinceridade.
— Ela é, sabe! Deus sabe como deve ter sido duro ir comigo
no hospital e depois ser encaminhada para o IML comigo para ser
feito um exame de corpo de delito, sabe o que foi mais duro?
— Eu tenho uma ideia, querida, a sua gravidez... — comento
ao ver que seus olhos estavam cheios de lágrimas, e ela estava se
segurando. Nunca tive tanto orgulho de alguém como estava tendo
dela nesse momento.
— Sim... Quando fiz os exames, descobri que o filho da puta
não tinha usado proteção, e sabe o que me passou pela cabeça?...
— ela começa, sem graça e hesitante.
— Eu sei, querida! — conforto, tendo a ideia do que ela
passou com um homem desconhecido.
— Quando me falaram que viram lesões na minha boceta,
fiquei com nojo por ele não ter tido nenhum cuidado comigo, mas,
de um monstro desses, deveria ter imaginado que não teria nenhum
cuidado, né? — ela comenta em tom amargo, e concordo. — Então,
depois que foi constatado mesmo que eu tinha sido violentada, sem
proteção, passei a tomar coquetéis de drogas antirretrovirais, tive
que fazer exames, mesmo depois de ter sido violentada durante uns
seis meses. Só que, nesses seis meses, acabei descobrindo que
estava grávida... — ela gagueja novamente e as lágrimas escorrem.
— Querida, não precisa continuar... — digo para ela, não
estava aguentando vê-la assim, a vontade que eu tinha era de voltar
e acabar com aquele desgraçado.
— Davi..., preciso te contar até o final, por favor... — ela
pede, fazendo carinho em meu rosto.
— Tem certeza? — pergunto, não querendo forçá-la a mais
nada.
— Sim, eu tenho, continuando de onde eu parei... — ela fala
—, quando descobri que estava grávida, eu mesma fiquei em
choque. A minha menstruação não era muito regular e, como não
nunca tive relações sexuais, acabei engravidando, mesmo tomando
a pílula do dia seguinte.
— E o que você fez quando descobriu que estava grávida...
— pergunto com cautela.
— Quando descobri, fiquei em choque, primeiro, não queria a
criança, ela não tinha sido gerada por amor, e sim por um ato de
violência... — Ela para e volta a tomar o suco novamente.
— E o que aconteceu? — pergunto, curioso.
— Não nego que tive vontade de abortar, eu sei que sou uma
pessoa ruim por pensar nisso, na realidade, por desejar isso... — ela
confessa, sem graça.
— Amor, você não é uma pessoa ruim... — lembro, e ela
sorri, triste.
— Sim, eu sou, desejei interromper a gravidez várias vezes,
pensei, lutei contra esse sentimento... — ela comenta, e noto dor em
seus olhos.
— Feiticeira, eu te conheço bem o suficiente, você não teria
coragem... — começo, e ela me interrompe.
— Eu não tinha, a criança era inocente, mesmo sendo gerada
pelo abuso, não consegui interromper, cheguei até fazer o pedido na
justiça e foi aceito... — Ela para novamente de contar e passa a
mão em seu rosto, seca as lágrimas, que estavam escorrendo.
— E o que aconteceu? — pergunto, curioso.
— Quando eles autorizaram, já estava grávida de quatro
meses, indo para o quinto mês. Sabe, acabei até desistindo de
interromper a gravidez quando senti o bebê mexer em meu ventre
— ela comenta e dá um sorriso triste. — Nessa época já não
poderia realizar mais o aborto, então segui gestação até onde deu...
— O que houve com o bebê, se eu posso saber? —
pergunto, chocado.
— Amanda, era seu nome... — ela fala chorando, e choro
junto a ela.
— Amanda, lindo nome... — comento, e ela sorri triste.
— Sim... ela era linda! Amanda nasceu prematura porque tive
um descolamento da placenta... — Raquel conta chorando mais
ainda, e a abraço e ela chora em meus braços. — Ela nasceu
fraquinha, mesmo eu fazendo os exames regulares, a Amanda não
resistiu e morreu algumas horas depois.
— Oh..., querida! — falo chocado, não sabia o que dizer para
ela. Então, o que faço é acalentá-la em meus braços, deixando-a
chorar.
— Amanda, hoje, estaria com 11 anos, e você não sabe
como me arrependo por ter desejado a morte dela... — ela diz em
tom de arrependimento, a tiro dos meus braços e falo:
— Não, querida! Amanda nasceu fraquinha e não foi porque
você desejou a morte dela, você estava assustada, tinha sido
violentada e, como você mesmo disse, depois que a sentiu, não
teve mais esse tipo de desejo, né? — pergunto, olhando para ela.
— Isso, quando a senti, vi que ela não tinha culpa de ter sido
concebida do jeito que foi... — ela gagueja.
— Então, querida, você a amou enquanto ela crescia em seu
ventre e foi a vontade de Deus... — conforto sem saber se estava
fazendo o certo ou não.
— Bom, agora você sabe de tudo, quero dizer, quase tudo,
né... — ela diz, sem graça.
— Amor, você sabe que pode me falar qualquer coisa, não?
— lembro, ficando curioso e ao mesmo tempo preocupado com o
que ela tinha para contar.
— Depois que enterrei a Amanda, comecei entrar em
depressão, teve momentos que tentei tirar a minha vida por não ter
conseguido levar a gestação até o final... — ela começa, e fico
chocado com o que estava ouvindo.
— Meu Deus..., querida! — Fico em choque quando ouço que
ela tentou tirar a vida.
— Sim, eu tive depressão, tive vontade de encontrar o
bastardo que tinha me violentado, fiz tratamento com psicóloga,
depois eu vi falar sobre BDSM e usei isso como uma válvula de
escape — ela conta. — Toda vez que usava o chicote começava a
vomitar e a ter calafrios. Foi depois de muito tempo que comecei a
sair com outros homens e, vou ser sincera, só passava de beijos e
abraço, toda vez que ia pros finalmentes, acabava travando e, no
fim, não rolava nada. E foi assim até que desisti; quando eu te
conheci, sabia que tinha encontrado o amor da minha vida...
— E você encontrou e, se um dia decidir ter filhos, estarei
com você — aviso, e ela me interrompe.
— Eu quero e ao mesmo tempo tenho medo de não
conseguir ir até o final... — ela comenta, triste.
— Querida, eu estarei com você no que decidir, se você não
quiser, podemos adotar, tem tanta criança sem pais e sozinhos, o
que acha? — pergunto, dando essa solução para ela, que sorri.
— Sim, vamos fazer isso quando for a hora certa — ela fala,
e volto abraçá-la, ficando nos braços um do outro.
— Raquel... — chamo, e ela sai dos meus braços, a olho e
faço uma pergunta para ela: — Querida, como você descobriu que o
Leandro era, você sabe...
— O homem que me violentou? Foi estranho, sabe, quando
fui violentada, passava por homens a caminho de casa, ou mesmo a
caminho da editora, e ficava pensando: será que foi você que me
violentou? Foi você que me engravidou? Eram tantas perguntas... e
a única coisa que me lembrava era de seu perfume, porque o seu
rosto, eu não vi; sua voz, não ouvi...
— Então, quando te apresentei, você se lembrou? —
pergunto, curioso e ao mesmo tempo puto por saber que a pessoa
que eu considerava um homem de honra era um maldito estuprador.
— Foi... Quando cheguei perto, eu tive uma sensação de que
eu o conhecia de algum lugar, só que não me lembrava. E, quando
ele se virou e senti o seu perfume, foi como um balde de água fria,
sei que, quando desmaiei, não sabia, sinceramente, o que iria
acontecer comigo.
— Quando te deixei no sofá, pedi para aquele maldito te olhar
sem saber que era ele que tinha te feito mal... — digo, passando a
mão em meus cabelos, nervoso.
— Davi, você não tem culpa. Tive essa sensação, desmaiei e
depois, quando acordei, eu estava num porta-malas... — conto.
— Eu deveria ter imaginado algo assim... — comento.
— Sinceramente? Não sei se poderia ter imaginado, afinal,
ele era o seu amigo, realmente eu poderia ter desmaiado por ter tido
só a sensação, mas foi o seu perfume, eu nunca pensei que iria
sentir novamente a fragrância.
— Mesmo assim, querida, eu sou um delegado com
experiência... — começo novamente, e ela sorri, triste.
— Davi, não estava escrito na cara dele que era um
estuprador! E se não fosse ele? Afinal, o perfume dele não é tão
estranho, só confirmei porque o senti de dentro do porta-malas, aí
sim sabia que algo de errado estava acontecendo — ela comenta,
dando de ombro.
— Ele é tão filho da puta que agiu como um covarde, te
levando embora — lembro, querendo voltar lá e acabar com ele.
— Eu sei, querido, só que a única coisa que eu pensava era
em você. Sabe, por um momento não temi o que ele poderia fazer
contra mim, porque tudo de ruim que ele poderia fazer já tinha feito,
eu só pensava em você — ela declara, sorrindo. — Agora, me diz
como você me localizou tão rápido?
— Graças a Deus, o idiota esqueceu que todo carro tem que
ter GPS, então foi assim que consegui chegar a tempo... bem na
hora que... — gaguejo, e ela sorri, triste.
— Sim... Na hora que estava falando da gravidez e acabei
confessando esse segredo como forma de distraí-lo, e deu certo,
não? — ela brinca, e sorrio ao ver que ela estava brincando.
— Nella sabe, né? — pergunto, referindo-me a sua história.
— Sim... No começo, eu tinha muitos pesadelos, depois
contei sobre a gravidez e sobre o clube, o resto você, sabe... — ela
comenta, dando de ombro. — Davi, deve ter sido um choque, não?
— Sim... Não nego que fiquei em choque, ele era o meu
melhor amigo, e não sabia por que ele tinha te levado. Quem me
deu à luz, vamos dizer assim, foi o Diogo... — começo.
— Sinto muito... — ela fala. sem graça.
— Você não tem com o que se desculpar, ele que não tinha
direito de fazer o que fez com você e nem com outra mulher... —
declaro, ainda puto com ele.
— Você acha que ele fez também com outras mulheres? —
ela pergunta, curiosa.
— Sim, querida, eu acho e sabe o que mais? — pergunto
para ela, que me olha e pede:
— Me conte.
— Ele pode ter usado o seu status de policial e ter feito isso
com outras mulheres e, posso estar enganado, mas vamos ver
muitas mulheres virem dar seus depoimentos de terem sido
abusadas por ele — comento.
— E vão vir, sabe por quê? — ela fala me olhando e vejo ali
determinação em sua voz.
— Por quê? — pergunto, curioso.
— Porque amanhã vamos à delegacia, vou prestar
depoimento, vou acabar com a raça daquele filho da puta e vou nas
redes sociais, na imprensa, contar a minha história e colocar a foto
dele lá, além pedir para que todas as mulheres que foram abusadas
por ele darem o seu depoimento a fim daquele maldito não sair mais
da cadeia — ela diz, determinada, não me aguento e a puxo para
um abraço.
— A Amanda, onde ela estiver, sei que ela está orgulhosa da
mãe que tem... — digo, sorrindo.
— Eu queria que você tivesse me conhecido quando estava
grávida, gostaria que fosse você o pai dela... — ela começa, e tenho
uma ideia, não sei vou conseguir fazer o que quero mais vou tentar,
mas não custa nada.
— Você tem ainda o atestado de óbito dela? — pergunto.
— Tenho sim, por quê? — ela pergunta, curiosa.
— Em breve você saberá, querida, em breve! — Beijo-a e,
naquele momento, nos esquecemos de tudo e nos entregamos ao
nosso amor.
No dia seguinte...

Acordo com uma lambida em meu rosto e sorrio sabendo que


o Max era o danadinho que estava me lambendo com carinho. Me
viro para ver se o Davi tinha acordado e noto que a cama estava
vazia, fico curiosa para saber onde ele estava. O Max, danadinho,
chega mais perto, o coloco contra o travesseiro e fico fazendo
carinho nele até ouvir o seu ronronar. Sorrio quando ouço a voz do
Davi, dizendo:
— Querida? Você está me traindo? — ele pergunta em tom
brincalhão.
— Sim, com um lindo gatinho. — Sorrio, olhando para o Max,
e faço novamente um carinho, ele ronrona e dou risada.
— Querida, esse gato vai ficar muito mimado — ele comenta,
e rio novamente. Sim, o Max ficará muito mimado, porque estava
adorando mimá-lo.
— Max, olha só o seu dono está com ciúmes de você. —
provoco.
Davi estava olhando para o Max.
— Querida, depois não me diga que não avisei... — ele diz,
dando os ombros, e sei que ele estava mesmo com ciúmes do
gatinho. Sorrio.
Davi me traz uma bandeja com café da manhã maravilhoso
para nossa cama e começamos a tomar o nosso café com o Max,
que estava ali dormindo.
— Você dormiu bem?
— Sim... Dormi muito bem; em seus braços, eu durmo
sempre bem! — respondo, sincera.
— Que bom, querida, e você está pronta para hoje? — ele
pergunta com cuidado.
— Sim, eu estou! Estou querendo ir em casa para trocar de
roupa. — falo, pois precisava mesmo pegar uma roupa para ir até a
delegacia.
— Quando você estiver pronta, a gente passa na sua casa e
já pega uma muda de roupa e, de lá, seguimos para a delegacia, ok,
que acha? — Eu concordo com ele.
— É a impressão minha ou você está pedindo para ficar uns
dias aqui com você? — provoco, e ele ri ao dizer:
— Querida, não posso te assustar... — ele responde, e noto
que está sendo sincero.
— Davi..., é o que eu estou pensando? — pergunto, curiosa.
— Sim..., eu quero você morando comigo, eu quero que você
se case comigo... — ele começa, e noto que fica nervoso. Sorrio.
— Davi, tem certeza? — pergunto, logo me xingando, já
estava me autossabotando.
— Sim, querida, eu tenho certeza! — ele fala com bastante
convicção.
Então tiro a bandeja da cama, a coloco no chão, pego o Max
e o coloco no chão também, mesmo correndo risco de o Max comer
ou beber algo, sorrio e me volto para o Davi, que me olha com
curiosidade.
— Davi, quando o conheci, achei que nunca seria possível
encontrar o amor da forma que encontrei em você... — começo a
falar.
— Eu também, querida... — ele fala, o interrompo, sorrindo.
— Só que comecei a lutar contra esse sentimento... quando o
via com a Nella, eu tinha muita vontade de correr para seus braços
e pedir para me fazer sua — continuo, e ele sorri. — Eu nunca me
imaginei tendo ciúmes de alguém da forma que eu tinha por você,
ou melhor, ainda tenho...
— Bom saber disso, querida, eu também sou ciumento — ele
avisa. Sorrio.
— Continuando... — brinco —, sempre achei que não era a
pessoa certa para você, afinal, como um homem como você
aceitaria uma mulher como eu, manchada... — começo, mas sou
interrompida por ele.
— Pelo amor de Deus, Raquel, você não é uma mulher
manchada... — ele começa, mas o interrompo.
— Sim, eu sei que agora eu não sou... — confesso, sentindo
um alívio em mim por estar contando isso para ele.
— Amor, eu não acredito que você estava tendo esses tipos
de pensamentos? — Davi responde chocado. Sorrio tristemente.
— Sim... Como disse antes, eu pensei em muita coisa, mas,
com a sua ajuda, porque você não me julgou nem interpretou mal o
que aconteceu comigo, de alguma forma, consegui enterrar o meu
passado — comento.
— E agora? — ele pergunta. Sorrio.
— Agora a gente vai morar juntos... — brinco, e ele me
interrompe ao dizer:
— Antes de morarmos juntos, a gente vai se casar e acho
bom que seja logo, não sei se vou aguentar esperar meses e meses
para nos casarmos — ele confessa, fazendo uma expressão de
sofrimento. Rio da cara dele.
— Sim... Com certeza vamos fazer isso, temos que torná-lo
um homem comprometido, porque eu tenho certeza de que aquelas
putas vão vir atrás de você... — começo, e logo o Davi começa a rir,
o olho sem entender nada.
— Você acredita que o Mateus falou a mesma coisa? — ele
fala.
Então, rimos juntos, sem entender nada do que ele falou.
— Falou o que? — pergunto, curiosa.
— Que as putas, como mesmo você acabou de dizer, vão vir
atrás de mim... — ele começa, interrompo ao dizer:
— Deixa que elas venham, vou mostrar para elas o meu
chicote... — mal acabo de fazer ameaças e o ouço rir, acabo rindo
com ele.
— Você sabe que eu te amo muito, não? — ele declara, me
puxando para o seus braços e me dando um longo beijo.
— Sim..., eu sei..., eu também te amo e muito! — respondo
ofegante, depois que paramos de nos beijar.
— Por mais que eu queira fazer amor novamente em
comemoração ao nosso noivado, temos que sair... — Interrompo,
dizendo:
— Sim, vamos para delegacia, colocar definitivamente um
ponto final nessa história. — respondo. Damos mais alguns beijos,
nos levantamos e seguimos em direção ao banheiro. Por mais que a
gente quisesse fazer amor, tínhamos uma coisa muito importante
para ser solucionada.
O nosso banho é rápido, nos trocamos, pego o Max, que
estava dormindo perto da bandeja, e sorrio, dando um beijo nele,
sentindo o cheiro de leite no seu focinho.
— Max vai acabar engordando desse jeito... — brinco com o
Davi, que me olha e sorri ao pegar a bandeja, levando-a para a
cozinha.
Levo o Max em direção a sua casinha, que era lindinha e
bem confortável, ainda bem que era grandinha, porque, do jeito que
o gatinho come, se continuar assim, daqui a pouco estará enorme.
— Querida, você está pronta? — Ouço a voz do Davi vindo
da sala e me despeço do Max.
Vou em direção ao Davi e, quando chego à sala e o vejo ali,
me olhando com tanto amor e com tanto carinho, naquele momento,
sinto que eu estou muito mais que pronta, eu estava agora em paz
comigo mesma.
Seguimos em direção à delegacia, aproveitamos que o
trânsito não estava pesado e não demoramos em chegar lá. Ao
estacionarmos, levei um susto ao constatar que havia muitos
jornalistas na porta da delegacia, viro-me para Davi, que me olha
também com assombro, como se não estivesse entendo mais nada.
— Você está com algum caso que envolva alguma
celebridade ou algo assim? — pergunto, curiosa.
— Não, querida, é mais fácil ter sido por causa do Leandro —
ele diz, dando um suspiro longo. Sorrio em compreensão.
— Vamos? — chamo, ele me olha preocupado.
— Querida, tem certeza de que quer entrar pela porta da
frente? — ele pergunta preocupado. Sorrio.
— Sim, eu tenho! Davi, fique tranquilo, vamos encerrar logo
essa história, ok! — peço, ele sorri e me dá um beijo de leve.
Davi sai do carro e dá a volta, abrindo a porta para mim, saio
do carro quando ele estende a mão para me ajudar a sair. Ele pega
em minha mão, seguimos em direção à imprensa que, ao nos ver
chegar, reconhecem o Davi e começam a fazer um monte de
perguntar:
— Delegado Hauffernn, o senhor pode responder algumas
perguntas? — pergunta uma repórter que estava nos olhando com
curiosidade. Davi responde.
— Sinto muito, agora não posso responder nada... — ele mal
acaba de responder quando outro repórter agora o interrompe,
olhando em minha direção.
— Senhorita Santos, é verdade que o policial Leandro Duarte
é um estuprador? — ele pergunta e, quando estou para abrir a
minha boca para responder, sinto um flash, várias fotos são tiradas,
fico até um pouco atordoada.
— Por favor, a senhorita Santos vai fazer uma coletiva depois
que prestarmos os depoimentos, ok! — Ouvimos a voz da advogada
Laís Lacerda. Damos um sorriso de agradecimento.
— Por favor, responda mais uma pergunta: é verdade que
você, senhorita Santos, teve uma filha do seu estuprador? —
Ouvimos outro repórter fazer a pergunta, congelo naquele momento.
Como eles sabiam da existência da Amanda?
— Davi... — sussurro em choque. Davi olha para mim e olha
para os jornalistas e fala:
— Por favor, vamos responder todas as perguntas depois do
depoimento — ele fala e me abraça, e então seguimos em direção à
doutora Lacerda.
Assim que entramos na delegacia, dou um suspiro de alívio,
eu sabia que a imprensa trabalhava rápido, mas não imaginava ser
tão rápido assim. Ouço o Davi cumprimentar algumas pessoas e
observamos a doutora Lacerda entrar numa sala de reunião, era o
que estava escrito lá, ela nos chama, entramos também, e então ela
pede que nos sentemos nas cadeiras dispostas perto da mesa.
— Peço desculpas, pela imprensa... — ela começa, o Davi a
olha e pergunta, preocupado:
— Laís, como eles ficaram sabendo dessa história?.
— Estamos averiguando ainda. Não temos a resposta — ela
confessa, sem graça.
— Laís, eles ficaram sabendo até da minha filha... — aviso,
chocada.
— Eu sei... E sinto muito por isso, não imaginávamos que
eles soubessem disso também... — ela responde sem graça,
acredito nela. Fico imaginando quem teria contado para os
jornalistas.
— A gente também não, doutora — respondo, também sem
graça.
— Laís, como você ficou sabendo disso? — Davi pergunta
curioso, sinceramente eu também estava.
— Mateus... Ele me pediu para ser advogada de defesa da
Raquel e é claro que, se você não se importar, eu gostaria de ser a
sua advogada — ela pede. Sorrio agradecendo a Deus por ter
colocado em nossas vidas pessoas tão boas, como o Mateus, seu
esposo Gustavo e, agora, sua irmã.
— Sinceramente, eu acabei esquecendo que tinha que ter
uma advogada — comento.
Ela sorri e diz:
— E aqui estou, vou te ajudar a condenar o Leandro e agora
peço que me conte, desde o começo, a história toda — ela pede,
então começo a contar tudo para ela.

Uma hora depois...

Depois que termino de contar a história e o Davi também fala


como era o relacionamento de amizade deles, fico triste por saber
que eu não era a única afetada por essa história.
— Bom..., agora eu já sei como tudo aconteceu, você vai
prestar um depoimento para um delegado de fora, que veio
especialmente para tomar o seu depoimento, Raquel — ela avisa,
guardando as suas anotações.
— Eu pensei que seria o Mateus, ou mesmo o Diogo, que iria
tomar os depoimentos... — comento sem entender.
— Sinto muito, por eles te conhecerem, os advogados de
defesa iriam cair em cima de você, ou melhor, da gente. Porque eles
fariam a justiça invalidar o seu depoimento e diriam que você foi
coagida a depor... — ela começa, mas acabo interrompendo:
— Doutora Laís, é possível que os advogados dele achem
que ele é inocente? — pergunto, morrendo de medo.
— Sim, eles são bem capazes de usar isso contra você por
causa de você ter um policial apaixonado por você — ela comenta,
e a olho chocada, sem saber que ela estava falando.
— Laís, perdão de quem você está falando? — pergunto
curiosa.
— Querida, ela está falando do ex-policial Roberto Diniz... —
ele confessa, e fico chocada.
— Mas..., eu não entendo, como nunca fiquei sabendo disso?
— pergunto, curiosa.
— Eu estava vendo uma forma de te contar, querida, e agora
você já sabe! — ele diz, dando os ombros, enciumado, acho fofo e
sorrio ao dizer:
— Depois quero saber dessa história toda, ok? — peço para
ele, que responde com um aceno em concordância.
— Bom, agora, Raquel, você está pronta? — ela pergunta,
olho novamente para o Davi, que pega em minha mão e as juntam.
Sorrio para ele, que sorri de volta, então olhamos para a Laís, e falo:
— Sim, estou pronta! — respondo.
Observamos a advogada se levantar e nos levantamos
juntos, seguindo em direção à outra sala. Quando chegamos lá, o
delegado especial estava à nossa espera, Laís pede licença e entra,
me apresentando como sua cliente. O delegado aponta a cadeira
para a gente se sentar e, assim que me sento, sinto a mão do Davi
soltar a minha a fim de ele cumprimentar o delegado, se virando
para sair. Ia protestar, mas ele me silencia e diz:
— Querida, eu não posso estar presente... — ele diz, aceno
em concordância, e ele sai da sala. Depois eu perguntaria o porquê
ele não pôde ficar comigo.
— Vamos começar? — pergunta o delegado para mim,
olhando para o escrivão.
Então começo a contar tudo novamente, desde o começo.
Três horas depois...

Saio da sala do delegado com a cabeça a mil, estava


estressada e com a cabeça doendo de tanto que tive que responder
às perguntas e, também, porque falei sobre a minha filha. A vontade
que eu tinha era de chorar, nem percebo que as minhas lágrimas já
estão deslizando pelo meu rosto. Sinto os braços do Davi em meu
corpo e fico ali, me sentindo segura. Não sei quanto tempo fiquei
assim, em seus braços. Também não percebi que a Laís tinha me
deixado, acho que ela viu o meu estado e deve ter chamado o Davi.
— Calma, meu amor, acabou... — ele declara, choro mais um
pouco e sorrio ao limpar as lágrimas.
— Me desculpa... — sussurro para ele, que me olha sem
entender nada.
— Por que você está se desculpando? — ele pergunta,
curioso.
— Por estar chorando em seus braços novamente —
sussurro para ele com a voz rouca de choro.
— Você sabe que sempre pode chorar em meus braços, se
bem que eu não quero ver esses lindos olhos, feiticeira, chorando,
mesmo que seja de alegria, viu.
— Ok! — é o que eu respondo, sorrindo, o vejo secando as
minhas lágrimas e agradeço a Deus por ter me dado um homem
maravilhoso.
— Agora vamos para nossa casa! — ele pede.
Seguimos para fora da delegacia e lá encontramos a doutora
Lacerda dando entrevista e, quando vê que a gente saiu, ela
interrompe. vem ao meu lado e pergunta:
— Você está bem? — ela pergunta, preocupada.
— Sim..., eu estou bem! — respondo, tranquilizando-a.
— Você está pronta para tomar a sua vida novamente? — ela
indaga, fazendo um gesto com a cabeça para a imprensa.
— Sim, eu estou! — respondo sincera. Vou até os jornalistas,
respiro fundo e, olhando para eles, repito a mesma frase que a Laís
me falou: — Antes de responder as perguntas de vocês, vou
começar dizendo que eu Raquel Santos e estou tomando a minha
vida de agora em diante... — começo a contar a minha vida e vou
respondendo algumas perguntas. Não sei quanto tempo que estou
ali, na frente deles, respondendo às suas perguntas. Então, digo,
encerrando: — Se você, mulher, que foi violentada pelo policial que
usou a sua posição para isso, ou foi um marido seu, namorado, pai,
mãe, irmão etc., não tenha medo, denuncie. Peço a todas que
lutem, se unam, pois estarei com vocês, obrigada! — agradeço e
saio sob aplauso dos jornalistas.
Quando estava indo em direção ao carro, agradeço a doutora
Laís, que também agradece, dizendo que vai me encontrar próximo
à data de julgamento do Leandro.
— Vamos para casa? — Davi pergunta quando entro no
carro, o olho e me surge uma ideia.
— Quero que você me leve em um lugar, pode ser? — peço
sorrindo, e ele me olha e diz:
— Sim, querida, onde? — ele pergunta, curioso.
— Ao Cemitério da Paz — respondo. Davi sorri surpreso e
me leva até o cemitério.
Seguimos em silêncio e, quando chegamos lá, passo na
floricultura e compro um ursinho de pelúcia e algumas margaridas.
Tentei pagar, mas Davi não deixou, então sorrio, agradecida.
Davi leva o vasinho de margaridas e eu seguro o ursinho. Em
silêncio, seguimos até o túmulo da minha filha. Enquanto
passávamos pelos túmulos, vendo as datas das lápides, algumas
antigas e outras tão recentes, não me seguro e minhas lágrimas
escorrem, choro pelos pais que perderam os seus filhos, pelos filhos
que perderam os seus pais.
— Querida, tudo bem? — ele pergunta, preocupado.
— Sim..., eu estou, só que, vendo essas lápides, reparei que
algumas foram colocadas aqui recentemente, então imagino a dor
dos entes dessas pessoas, porque é a mesma dor que eu senti – e
ainda sinto — comento.
Davi não responde nada e agradeço, porque sei o quanto é
difícil para ele vir até aqui comigo. Quando chegamos à lápide da
minha filha, tiro as flores do braço do Davi e substituo pelas novas.
Olhando para aquela lápide, começo a falar:
— Filha, eu quero te apresentar uma pessoa muito especial...
— começo.
Davi sorri ao dizer:
— Amanda, muito prazer, meu nome é Davi Hauffernn,
gostaria de dizer que eu, antes de tudo, gostaria de ter te conhecido
quando nasceu, tenho certeza de que agora, onde você estiver, sei
que é uma linda criança — ele fala, sorrindo. Sorrio também. — Eu
quero muito que você acredite que vou fazer a sua mãe muito feliz,
querida! Também quero te falar que você também tem uma parte de
mim e tem o meu coração. Então, gostaria de pedir para você,
Amanda, a mão de sua mãe em casamento e pedir também que me
aceite como seu pai... — Interrompo, surpresa.
— Davi... — sussurro para ele, que sorri, e as lágrimas que,
antes era só uma ou outra, agora caíam livremente. Vejo que ele
está ajoelhado e fico em choque quando percebo o que ele está
fazendo.
— Eu, Davi Hauffernn, quero pedir a sua mãe, Amanda, em
casamento e prometo que vou fazê-la muito feliz — ele fala e me
estende a caixinha com anel, era tão lindo que choro mais ainda.
— Davi..., ele é lindo! — sussurro, olhando para a caixinha.
Olho para ele e falo: — Eu aceito, Davi, ser a sua esposa —
declaro, sorrindo. Vejo o Davi se levantar e o ouço dizer:
— E, Amanda, — ele fala, olhando para a lápide da minha
filha e fala: —, quero muito pedir para você e para sua mãe que
você seja a minha filha, de papel passado, porque você sabe que,
mesmo não tendo o meu sangue, já te considerei como filha desde
que eu soube — ele mal acaba de falar e passa um aroma de um
perfume que não sei de onde veio, mas eu tinha certeza que era a
benção da minha filha, ou melhor dizendo, nossa filha.
— Obrigada, querida! Você não sabe a falta que me faz, mas
sei que onde você estiver, vai estar nos protegendo, meu anjo —
declaro e dou um beijo no seu ursinho. Coloco o bichinho em cima
da sua lápide e beijo o seu nome e, também, a foto dela. Vejo Davi
fazer a mesma coisa e ele me abraça, ficamos assim, olhando a
lápide, sorrindo, sabendo que a nossa filha estava nos abençoando
com o seu amor.
Depois que saímos do cemitério, já era tarde e seguimos
para a minha casa, quando chego lá, noto que tinha vários carros e
entramos e encontro a minha mãe que, quando me olha, sorri e
começa a chorar, e logo choro com ela. Quando passou o chororô,
ela vê que eu estava acompanhada do Davi e diz:
— Então finalmente você conseguiu se declarar para minha
filha, não? — a minha mãe brinca e estende os braços para o Davi,
que não se faz de rogado e se joga nos braços da minha mãe.
— É foi difícil, dona Ester, mas consegui! — ele brinca, e
reviro os olhos para ele, feliz.
Ouço passos vindo da cozinha e sorrio ao ver que era a Nella
com a Duda e o seu delegado ao rebote. Junto deles também
apareceram Laís, seu irmão Mateus e o seu marido Gustavo.
Abraço todos e agradeço pela força que me deram.
— E já que veio todos para cá, quero dizer que finalmente a
Raquel resolveu me fazer um homem honesto e aceitou se casar
comigo — ele declara ainda abraçando a minha mãe, que ri muito. E
todos acabamos rindo junto, com a empolgação dele.
— Então, além de minha amiga, comadre, minha chefa,
agora será a minha cunha? Estou feliz pra cacete! — Nella grita,
dou mais risada e nos abraçamos e, quando senti seus braços em
mim, ela me fala bem baixinho. — Está vendo, querida, você está
tendo o seu feliz para sempre!
— Sim, amiga! Agora sim eu acredito em feliz para sempre!
— respondo feliz e mostro para ela o anel que o Davi me deu.
— Agora vamos organizar um casamento, já sabe para
quando? — ela pergunta para mim, mas, quando ia responder, Davi
se intromete.
— Duas semanas... — ele mal acaba de falar e a Nella grita:
— Nem pensar, Davi, dois meses... — ela diz.
Eles dois começam a discutir e a minha mãe me puxa para a
cozinha enquanto deixamos os outros rindo das brigas dos irmãos, e
ela me abraça e diz:
— Vocês demoraram, querida, onde vocês estavam? — ela
pergunta, curiosa.
— A gente foi até o cemitério... — falo para ela e, quando me
sento na cadeira, ela faz a mesma coisa, então começo a contar
como foi no cemitério, como tinha sido especial e lindo ao ver como
ele falou com a Amanda.
— Fiquei sabendo que pegaram aquele maldito — minha
mãe declara. E aceno em concordância com a cabeça.
— A senhora mal voltou de viagem e estou me mudando em
breve — mudo de assunto.
— Minha querida, eu sempre soube que um dia você ia se
casar com o Davi, graças a Deus esse homem nunca desistiu de
você, hein... — ela brinca, e me faz rir.
— Sim, a senhora tem razão. Ele me faz feliz e, outra, mãe,
ele pediu para ser o pai da Amanda. — E conto para ela que senti
um perfume.
— Eu tenho certeza de que era a nossa menina abençoando
vocês! — ela declara.
— Sim, mãe, eu também senti isso, e agora o próximo passo
é mudar a documentação dela e colocar o sobrenome do Davi —
comento, e ficamos conversando sobre o meu casamento com o
meu ex-dominador.

Dois Meses Depois...

E chegou o dia do meu casamento, nem eu mesmo acredito


que conseguimos esperar tanto tempo para nos casarmos. Nella
não deu por vencida e acabamos marcando o nosso casamento
para hoje, mesmo se passando dois meses, foi tudo tão corrido e ao
mesmo tempo emocionante.
Mudei de casa e, como morávamos em uma casa grande,
pedimos para a minha mãe morar conosco, mas ela disse que não,
que iria aproveitar para viajar mais um pouco, e rimos dela. A minha
antiga casa ficou para ela, talvez venderia, alugaria, a casa era
muito grande para ela, e eu concordei.
— Querida, você está tão linda, gostaria muito que o seu pai
estivesse aqui... — ela declara.
Sorrio, sabendo que ele estava, de alguma forma, com a
minha filha. Meu pai foi embora muito cedo, vítima de um infarto.
— Mãe, a senhora também está lindíssima — elogio, mas
mal termino de me arrumar e ouço um assobio do Diogo, vindo da
porta. Ele me abraça e diz:
— Querida, você está linda demais, tem certeza de que ainda
quer se casar com aquele bobão? — ele brinca, dou risada e
ouvimos um grito enfurecedor vindo do corredor:
— Diogo, seu filho da puta, pare de tentar fazer a minha
mulher mudar de ideia — ele rosna, e damos risada.
— Você está pronta? — ele me pergunta. Olhando para ele,
falo:
— Sim, eu estou mais do que pronta!
Pego o meu buquê e, com a ajuda da minha mãe, seguimos
em direção ao jardim, estávamos fazendo o nosso casamento na
casa da Nella, onde tinha mais espaço. Assim que chegamos à
entrada, começa a tocar a música do cantor Michael Bolton, When a
man loves a woman.
Começo a chorar por saber que esta era a nossa música e
combinava, como ele mesmo disse, com a gente. Vejo a minha mãe
ir para o altar e, quando chega lá, Davi vai até ela, a abraça e
sussurra algo para ela, fico curiosa para saber.
— Vamos? — Diogo pergunta.
Aceno em concordância e sou levada até o altar. Quando
chego lá, Davi agradece ao Diogo e depois me dá um beijo de leve,
então ouvimos um protesto e damos risadas.
— Estão prontos? — o juiz de paz pergunta, olhamos um
para o outro e sorrimos ao dizer juntos:
— Sim, estamos prontos! — O juiz começa a cerimônia.
A cerimônia acaba logo. A Duda estava lindinha e o Max,
então, estava de gravatinha. Sorrio, jogo o buquê de rosas e quem
pega é o Mateus, que ri ao dizer:
— Eu sou casado.
Então, passa o buquê para sua irmã, que fica feliz em
recebê-lo. Em seguida, uma música começou a tocar, seria hora da
dança do casal. Agora sim Davi Hauffernn era um homem
comprometido, e muitas periguetes estavam comentando em seu
face com corações partidos. Ele as excluiu, e eu sorri quando o fez,
elas nunca mais viriam atrás do meu marido.
Davi me puxa mais para perto do seu corpo e ficamos
dançando juntinhos, logo me lembro de que tinha o visto falando
algo para a minha mãe e pergunto o que era, e ele sorri ao dizer:
— Eu estava agradecendo a ela por ter colocado você no
mundo, você nasceu para ser minha e eu nasci para ser seu — ele
declara.
E, porra, lá vem em eu chorando novamente, vinha
acontecendo desde o momento que descobri um pequeno milagre
que estava ali se formando em mim.
— Davi, eu quero te contar uma coisa... — começo. E, ainda
emocionada com as palavras dele e a gente dançando, paro de
dançar e olho para ele, que me olha curioso.
— O que houve, querida? — ele pergunta preocupado. Pego
a mão dele e levo até ao meu ventre. Quando ele percebe o que
era, noto que seus olhos ficam cheios de lágrimas, e ele diz: — Tem
certeza?
— Sim..., eu tenho certeza! — declaro. Ele me abraça e me
beija, então correspondo ao seu beijo.
— Eu vou ter mais um filho! — ele grita emocionado e sorrio
também. Quando ele fala em ter mais um filho fico daquele jeito, fico
emocionada.
Davi cumpriu o que ele tinha falado, deu um pouco de
trabalho, mas refizemos todas as documentações desde a certidão
de nascimento até a de óbito, onde agora constava assim: Amanda,
dos Santos Hauffernn, filha de Raquel Santos e Davi Hauffernn. A
lápide dela também foi arrumada, Davi fez questão inserir na lápide
o seu sobrenome e a frase:
Seus pais te amam muito!
— Sim, a gente vai ter mais um filho, meu amor! — concordo
com ele, que me abraça todo feliz.
E sete meses depois, em uma manhã linda, nasce o nosso
filho: Enzo dos Santos Hauffernn.
Dois meses depois que ganhei o nosso filho, o Leandro foi
julgado por violência sexual, agressão, pegando mais de vinte anos
de prisão. Quando ele foi indiciado, apareceram mulheres que
tinham sido violentadas por ele; tinha também mulheres que
sofreram abuso de um ente querido e que o meu desabafo foi um
incentivo. Sabia que estávamos no início de uma batalha e que
lutaríamos para não ocorrer mais violência contra nós, mulheres.
Recebi cartas dele perguntando se eu poderia visitá-lo para
falar sobre a nossa filha, como se aquilo fosse remediar algo. Avisei
para o advogado dele que a gente nunca teve uma filha, porque
quem teve uma filha fui eu, e ela tinha um pai, e esse pai era o Davi.
Pedi também para nunca mais ele me importunar, acho que deu
certo, porque ele nunca mais me procurou.
Descobrimos que foi o advogado dele, que era tão bom
advogado que não manteve a sua boca fechada, e acabou contando
o meu segredo para ganhar mais visibilidade. Nós processamos o
idiota, e ganhamos a causa.
— Amor, você está pronta? — Ouço Davi perguntar ao entrar
com o nosso filho Enzo no colo, que era tão lindo. Sorrio,
esquecendo todo o meu passado.
— Sim, estou! Vamos? — chamo e pego a caixa de
transporte, onde tinha um gatinho, ou melhor, um gatão muito
grande. Max cresceu muito e agora estava até gordinho e quem
ficou encantando por ele foi o Enzo, o bichinho, coitado, até fugia do
pequeno.
Fecho a porta de casa e vejo Davi colocar o Enzo na
cadeirinha, o prendendo com o cinto de segurança, depois coloca a
caixa do Max no banco, ao lado, junto de nossa bolsa, contendo as
nossas roupas. Então, partimos para o nosso destino.
Chegamos ao Cemitério da Paz e, como a gente sempre
fazia, pegamos margaridas e um ursinho, ou melhor, dois: um para o
Enzo e o outro para sua irmãzinha.
Deixamos o Max no carro protegido e ao mesmo tempo
recebendo ar com as janelas entreabertas. Davi, segurando o Enzo,
e eu, segurando as flores. Desde que engravidei, fiquei muito ruim,
então Davi sempre vinha para visitar a nossa Amanda. Só pude
voltar a visitá-la quando Enzo cresceu mais um pouco. Chegamos
ao túmulo, pego o pequeno e dou as flores a Davi.
— Enzo, aqui dorme com os anjinhos a sua linda irmãzinha
— falo para ele, que solta o seu ursinho e deixa cair dos braços.
Davi é rápido e consegue pegar antes de ir para o chão. E ficamos
ali, olhando para ele, que começa a balbuciar e a bater palmas e
feliz.
— Será que ele está vendo-a? — Davi pergunta, curioso e
emocionado.
— Sim, eu tenho certeza! — concordo, sentindo as lágrimas
correrem e vendo-o alegre e balbuciando. — Acho que eles dois
estão tendo uma conversa muito boa, não? — falo com vontade de
ter o poder de vê-la da mesma forma que o nosso filho estava
vendo.
— Sim, eles estão! Amanda, filha, esse é o seu irmãozinho e
sei que, onde você estiver, cuidará dele, como sempre! — Davi
declara e sorri para o túmulo.
Ficamos mais um pouco conversando com a Amanda sobre o
Enzo ser arteiro e, quando partimos, senti novamente um leve
perfume, olho para o Davi, que me olhou surpreso ao dizer:
— É a nossa filha, ela gostou muito de conhecer o seu
irmãozinho, não? — ele diz emocionado, eu também estava.
— Sim... E um dia a gente vai se encontrar num outro plano.
— declaro e dou um beijo no nosso filho. Davi se inclina e, também,
dá um beijo nele.
— Sim, querida, um dia vamos encontrá-la, se bem que,
antes disso, lembre-se, podemos vê-la em nossos sonhos, não? —
Davi comenta, sorrindo.
— Você tem razão, querido! — declaro. Davi sorri e,
enquanto olhamos para o Enzo, que agora vai para o colo de novo
do pai, falo: — Agora vamos para a casa da dinda?
Saímos do cemitério e seguimos em direção à casa da Nella.
Como ela me deu a Duda de batismo, fiz o mesmo, dei o Enzo para
ela batizar e, quando as crianças se encontravam, era aquela festa.
Será que um dia eles iram namorar? — Penso.
Diogo que não me ouvisse, porque ele morria de ciúmes da
Duda. Isso ficaria para uma próxima história, ou não?
FIM
DESEJO PROIBIDO
(SPIN-OFF DA DUOLOGIA OS DELEGADOS
SINOPSE:

Mateus Lacerda, um delegado em ascensão, nunca imaginou


que iria chegar onde estava, sendo um delegado respeitado. Ele
nunca acredita no amor, por achar que isso nunca iria acontecer
com ele, até que ele sofre um acidente e é socorrido por ninguém
mais e ninguém menos que o socorrista Gustavo Azevedo.

Gustavo Azevedo é um socorrista que vive só para salvar


vidas, este sempre foi o seu sonho. Só que ele nunca imaginou que
iria encontrar o amor. E o amor o encontra quando ele socorre
Mateus Lacerda, um delegado, que iria mostrar para ele qual era o
significado de um desejo proibido.
CAPÍTULO 1

Mateus
O dia começou como qualquer outro dia, estava ali, me
preparando para mais um dia na delegacia. Levanto-me cedo e sigo
para tomar um banho, assim que ligo o chuveiro, o jato de água
quente cai sobre o meu corpo, fazendo os meus ombros relaxarem
devido ao jato de água. Pego sabonete e passo pelo corpo, sentindo
ali o aroma que estava nele. Fico um pouco e, mesmo a
contragosto, saio do banho.
Puxo a toalha, me seco e a enrolo no meu corpo. Volto para o
meu quarto e sigo em direção ao meu guarda-roupa, abro as
gavetas e de lá pego uma cueca box, me visto logo. Puxo no cabide
ao lado uma calça Jeans, dava graça a Deus por não ter que usar
uniforme e poder usar roupas que gostava.
Fecho a gaveta que guardava as cuecas e abro a porta que
estava do lado, pego uma camiseta e me visto. Vou até o espelho
do meu quarto e me olho para ver se estava tudo ok.
─ Uau... ─ Ouço a voz da minha irmã Lais entrando no meu
quarto e sorrio para ela.
─ Gostou? ─ a provoco sorrindo e recebo um revirar dos
olhos dela.
─ Você está bonitão, hein... ─ ela responde sincera, sorrio.
─ Eu sei disso! ─ brinco, e ela revira os olhos novamente e
diz:
─ Sinceramente, eu não sei de quem você puxou tanto
convencimento? ─ ela declara e noto um tom ironia.
─ Sinceramente, acho que do papai... ─ brinco, e ela ri.
─ Ah, sim, com certeza... ─ ela responde em tom seco. E me
xingo na hora por tocar no assunto do meu pai.
─ Desculpa, querida, eu não queria... ─ começo a me
desculpar com ela, que sorri triste ao dizer:
─ Fique tranquilo, eu já superei... ─ ela declara, e nós dois
sabemos que ela estava mentindo.
O meu pai era um filho da puta rancoroso e homofóbico, que
não aceitava que seus únicos dois filhos, como ele mesmo gostava
de frisar, fossem gays. Sim, eu sou gay e a minha irmã também é.
Para ele, a culpa de sermos era da nossa mãe. Idiota, penso.
Vou até ela e a abraço, sentindo o seu corpo ficar um pouco
trêmulo, então, a abraço com mais força. Minha linda irmã era uma
menina infeliz, palavras dela, e não minhas. Para mim, a minha irmã
era perfeita e feliz.
─ Então, o que você está planejando fazer hoje depois do
trabalho? ─ ela pergunta, mudando de assunto, e sorrio.
─ Sinceramente, nada, vou fazer um plantão para um dos
rapazes, lá ─ respondo, dando ombros.
─ É que hoje não estou muito a fim de cozinhar, o que acha
de a gente jantar fora? ─ ela pergunta.
─ Uma ótima ideia, irmãzinha... E vou poder comer bastante,
né? ─ a provoco, piscando o olho para ela, que ri muito.
─ Hã... Não! Se eu for pagar a janta, vou estar com o meu
saldo em vermelho... ─ ela zomba, e dou risada.
─ Ah, com certeza isso é uma mentira, uma mulher que
trabalha tanto. Uma mulher que é uma advogada de primeira
categoria ─ a elogio brincando, mas, no fundo, falo com maior
admiração que eu tenho pela minha irmãzinha, ela merece tudo de
bom nessa vida.
─ Eu, não? Tem certeza de que não é você? Quem é que tem
grana guardada debaixo da cama? ─ ela provoca, olho para a minha
cama e ela faz a mesma coisa, sorrio ao dizer:
─ Minha cama é box, não dá para guardar nada, ao menos
que ela fosse aquelas com baú ─ declaro, dando ombros e levo um
tapa no ombro.
─ Ha... Ha... Ha... ─ ela responde com ironia e revira os
olhos.
─ Agora, o que acha de irmos tomar um café, hein? ─
pergunto, e ela sorri em concordância. E, de braços dados,
seguimos em direção à cozinha. Ao chegarmos lá, encontro a mesa
posta.
Minha boca se enche de água ao ver que ela tinha feito bolo
de milho, e não me faço de rogado antes de me sentar e comer que
nem um leão. Puxo a cadeira para Lais e ela me responde com um
revirar dos olhos. Pisco o olho para ela, começamos a comer e
conversar sobre como seria o nosso dia. Terminamos de tomar o
café da manhã, me levanto e começo a lavar a louça.
─ Olha só como estamos dispostos a lavar a louça... ─ ela
brinca, e rio dela.
─ Sim, você sabe é o mínimo que posso ajudar, você fez o
café... ─ a lembro.
─ Esse fim de semana, você vai sair? ─ ela me pergunta,
paro de lavar a louça e puxo na memória se tinha alguma coisa
programada.
─ Nada, não! Por quê? ─ pergunto, curioso.
─ Estou pensando em fazer uma faxina, o que acha? ─ Dou
um suspiro de pesar, ela nota, bate no meu braço e finjo gemer de
dor.
─ Está bem... Eu faço esse sacrifício... ─ declaro e levo outro
tapa. ─ Hei, irmãzinha, por favor, sem bater ─ brinco, e ela ri.
Volto a terminar de lavar a louça enquanto a Laís vai tirando
as coisas da mesa. Quando terminamos, cada um seguiu para o seu
quarto para terminar de se arrumar.
Pego a minha mochila, com um último olhar no espelho, volto
para a cozinha e vejo a minha irmã, que estava toda arrumada,
usando uma saia lápis, com uma blusa de seda e sapato com salto
agulha. Os seus longos cabelos estavam soltos em camadas, a sua
maquiagem, então, estava impecável.
─ Uau... Você está linda, irmãzinha! ─ respondo, sincero.
─ Obrigada, e você também, mas isso já sabe ─ ela brinca e
volto a rir dela.
E a observo ir em direção ao sofá e pegar uma bolsa tipo
pasta, no mínimo, tinha algum processo, ali. Ela pega a bolsa e
seguimos para a porta do nosso apartamento, fecho a porta e
vamos para o elevador, ficamos conversando enquanto o elevador
não chega.
─ La, não se esqueça da nossa janta, hein... ─ a lembro, que
revira os olhos.
─ Nossa, Mateus, foi uma vez só... ─ ela resmunga, e sorrio.
─ Sim... Eu sei disso, mas nunca se sabe, né ─ a provoco, e
ela revira novamente os olhos para mim. O elevador chega, abre as
portas e entramos, apertando o botão de térreo.
─ Mateus, estou pensando em ir para a balada nesse fim de
semana, o que acha? ─ ela pergunta, e a olho sem entender mais
nada.
─ La, você não falou que queria que fizéssemos uma faxina?
─ Mateus, e a gente vai ... ─ ela, começa e a olho com
desconfiança.
─ Ok, que horas iríamos para balada? ─ a questiono e,
quando a vejo abrindo aquele sorrisinho, já começo a levantar a
mão e declaro.
─ Não... Eu não vou me levantar cedo... ─ resmungo
contrariado, no final de semana, eu queria dormir até mais tarde.
─ Eu não quero saber, Mateus, mas você vai se levantar
cedo e ponto-final! ─ ela declara, e a fuzilo com um olhar. Se
pudesse matar, ela estaria morta, mas ela nem se abala. E, quando
estou para falar o que eu acho, ela fala: ─ Chegamos...
E vejo as portas se abrirem e seguimos para fora do
elevador, cada um para o seu carro. A observo destravar o alarme
do carro dela e faço o mesmo, antes de ela entrar no carro, a
chamo:
─ Essa conversa ainda não terminou... ─ declaro, e ela só
revira os olhos e me manda um beijo, retribuo e entramos nos
carros.
Dou partida e saio com o carro, a Laís faz o mesmo. Dou
passagem para ela, que agradece dando uma buzinada e segue em
direção ao seu destino, faço o mesmo. Enquanto seguia em direção
à delegacia, noto o quanto São Paulo está um trânsito tenso, não
via a hora de chegar logo na delegacia.
Viro em uma rua e a cena que se sucedeu não me preparou
pelo que estava a vim a acontecer. Um carro em alta velocidade
vem em minha direção na contramão e não dá tempo de desviar,
logo sinto um impacto, bato a testa no volante e apago.
─ Senhor ... ─ Ouço uma voz calma vindo de algum lugar.
Essa voz me transmitia uma paz que nunca tinha imaginado
encontrar. Tento abrir os olhos, mas não consigo, então, ouço a
mesma voz que tinha falado comigo ou acho que falou: ─ Hei...
Fique tranquilo, eu vou cuidar de você...
E, ouvindo essas palavras, sinto tanta verdade nelas que faço
um esforço sobre-humano para abrir os meus olhos e ver quem era
a pessoa que estava conversando comigo.
─ Fica calmo, por favor! Não faça esforço... ─ ele pede, e
sinto uma necessidade enorme de abrir os meus olhos e olhar para
a pessoa que tinha uma voz tão calma e, ao mesmo tempo, sexy.
Com um pouco de esforço, consigo abrir aos poucos os
olhos. Enquanto eu os abria, noto o quanto eles estavam
embaçados e os fechos novamente. Esforço novamente e
finalmente eu consigo, abro eles, que dão de cara com um rapaz
lindo, fico completamente encantado.
─ Hei... Bem-vindo de volta, senhor... ─ Fico ali sem entender
nada, eu estava completamente paralisado e, naquele momento,
sinto que estava surgindo um amor. ─ Senhor... Você está bem? ─ E
fico sem responder nada, acho que perdi a voz de tanta beleza que
estava ali na minha frente. Sinto uma dor de cabeça um pouco forte,
gemo, em seguida, ouço um grito desesperado e a vontade de
pegar em sua mão e dizer que iria ficar tudo bem se perdeu, tento
falar e ouço ele dizer: ─ Calma, querido, você vai ficar bem... ─ ele
declara e sorrio para ele, que retribui, e a escuridão vem e as
palavras dele e o seu sorriso são tudo que eu levo para a escuridão.
Agradecimento

Dedico a esse livro a Deus, e a nossa Senhora Aparecida e a


minha mãe, Rosa Helena Vicente, que aonde ela estiver vai estar
sempre me dando forças. Quero agradecer também, a você que
chegou até, aqui nesse momento.
Esse livro demorou para sair e foi escrito com muito amor e
com muito carinho. Espero que você continue comigo sempre e
venha se deliciar com os novos romances que estão para vim.
Agradeço a capista Dammy Costa, as revisoras Elisangela Pereira e
Mariana Santana e a diagramadora Veveta Miranda. E quero
agradecer a vocês que estão comigo desde sempre. Muito obrigada,
meus amores por estarem comigo desde sempre.

Beijos até o próximo livro!

Betânia Vicente

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