You are on page 1of 17

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

FUNDAÇAO DE ENSINO SUPERIOR DE PASSOS


FACULDADE DE ENGENHARIA DE PASSOS

MATERIAL DE APOIO

Geologia e Paleontologia

Prof.: Eduardo Goulart Collares


Profa.: Ana Carina Zanollo Biazotti Collares

2008
DISCIPLINA GEOLOGIA
Universidade do Estado de Minas Gerais
Faculdade de Engenharia de Passos Data:

Prof. Eduardo Goulart Collares

Tema da aula: introdução ao curso Aula n0:1

. Leitura do texto: “Geologia de engenharia e meio ambiente” - Oliveira, Bitar e Fornasari Filho

. Apresentação do curso

. Sistema de avaliação

. Bibliografia básica:
- OLIVEIRA, A. M.l dos S. & BRITO, S. N. A. DE Geologia de Engenharia. São Paulo. ABGE
(Associação Brasileira de Geologia de Engenharia). 1998.
- BJORNBERG, A. S.; GANDOLFI, N.; PARAGUASSU, A. B. Curso de geologia para engenheiros.
São Carlos – SP. EESC – USP. 1996. Vol I e II.
- CHIOSSI, N. J. Geologia Aplicada à engenharia. São Paulo. Grupo Politécnico. 1975.
- LEINZ, V. & AMARAL, S. E. Geologia geral. São Paulo. Ed. Nacional. 1978.
- MACIEL FILHO, C. L. Introdução à geologia de Engenharia. São Paulo. 1992.
- POPP, J. H. Geologia Geral. Rio de Janeiro – RJ. Ed. Livros Técnicos e Científicos Editora
S.A.. 5ª edição. 1998.
- TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M.; FAIRCHILD, T.R.; TAIOLI, F. Decifrando a terra. Oficina de
textos – Universidade de São Paulo. São Paulo. 2000.
Texto: Geologia e o Meio Ambiente
Fernando Luiz Prandini,
Valdir Akihiko Nakazawa,
Carlos Geraldo Luz de Freitas,
Nóris Costa Diniz

Hoje, as cidades já abrigam mais de 75% dos brasileiros, 93% no Estado de São Paulo, resultante de
um acelerado e, tudo aponta, irreversível processo de urbanização. Para a correta gestão deste fenômeno,
toda a sociedade e, em especial, as instâncias governamentais têm que se habilitar no sentido da otimização
dos investimentos, reduzindo perdas e deseconomias que, acompanham e caracterizam hoje a expansão das
cidades, principalmente nas regiões metropolitanas ou em metropolização.
Problemas como erosão e assoreamento intensos, escorregamentos, enchentes, recalques e colapsos
de solo, degradação e esgotamento dos recursos hídricos, contaminação por disposição de rejeitos etc.
caracterizam hoje boa parte das grandes cidades brasileiras, consumindo vultosos recursos além de, não raro,
colocarem em risco a vida de parcela desta enorme população urbana.
Este quadro expõe, objetivamente, a necessidade de se conhecerem as características dos terrenos e
seu comportamento ante as solicitações próprias de seu uso urbano, destacando-se o meio físico como o
componente ambiental que mais persiste a interagir com o ambiente construído, determinando grande parte
dos seus problemas.

O meio ambiente e as transformações


O meio físico é o componente ambiental que mais resiste às modificações impostas pela ocupação.
Suas características e os fenômenos associados persistem no comando do comportamento e das
manifestações do meio físico em novas relações de interação, como parte indissociável do ambiente
construído.
O meio físico, com destaque aos seus elementos de natureza geológica, envolve complexas
manifestações que assumem escalas planetárias com variadas expressões locais.
Os fenômenos do meio físico podem ser entendidos como de ordem endógena e exógena, em relação
à superfície do planeta. Como endógenos, têm-se as manifestações de forças e materiais do interior da crosta,
ou de abaixo desta, como o vulcanismo, o tectonismo, os episódios sísmicos. Os exógenos traduzem a
dinâmica de interação entre a própria crosta e os agentes de superfície, responsáveis por intensas
modificações físicas e químicas das rochas, originando os solos e promovendo a erosão das terras altas e o
assoreamento das terras baixas.
Em linhas mais amplas, pode-se dizer que as forças endógenas geram ou amplificam gradientes de
relevo, e as exógenas atuam no sentido do seu abrandamento.
A compreensão de tal dinâmica exige que se tome em conta o tempo, já que as velocidades dos
muitos processos variam localmente e ao longo de cada peculiar evolução. Há que se considerar também os
agentes, os condicionantes e os mecanismos de sua atuação e o inter-relacionamento entre os próprios
processos.
Neste sentido, o dito equilíbrio natural, mesmo numa escala humana de tempo, há que ser entendido
como um conjunto e uma sucessão de alterações que ocorrem a velocidades distintas no tempo e no espaço.
Entretanto, períodos de relativa e aparente estabilidade podem induzir a formalização de um conceito
de estabilidade e perenidade. Tal conceito parece pressupor um determinismo que levasse naturalmente a um
jogo de compensações, no qual mudanças naturais parciais, quando reconhecidas, interagissem sempre no
sentido da recuperação da situação anterior. Este conceito persiste como uma espécie de religiosidade
simplória dentro do próprio meio acadêmico. Cientificamente, nada sustenta tal convicção. Não só
lentamente, mas também intercalando episódios de intensa violência e destruição, a natureza manifesta sua
permanente e inexorável transformação.
O Homem, em seu processo civilizatório, vem-se tornando um agente muito ativo entre as forças
exógenas. As ações desencadeadas pelo Homem, hoje, suplantam quantitativa e qualitativamente os efeitos
de agentes geológicos como o vento, as águas, a ação biológica de outros seres vivos e os próprios vulcões e
terremotos.
Neste sentido, o Homem, ao continuar tentando a qualquer custo moldar o ambiente em função de
seus interesses mais imediatos, contando com recursos tecnológicos exponencialmente mais poderosos,
desencadearia, de forma direta e indireta, modificações profundas que já começam a atingir toda a superfície
do planeta. Das intervenções diretas, que vão desde a crescente incorporação de terras aos processos de
exploração agrícola e mineral, passando pelo assentamento urbano-industrial e seus insumos energéticos, de
saneamento, de transporte, até as atividades militares que culminam em operações de guerra, resultam em
intervenções indiretas, frutos, em si mesmas, da interação com o meio ambiente e, por "involuntárias", de
difícil e sempre adiado controle.
Tais conseqüências, como a erosão e o assoreamento, a poluição do ar, das águas e das terras, as
alterações da atmosfera, as inundações, os acidentes geológicos localizados, o esgotamento de recursos não-
renováveis, entre muitos outros, são manifestações potenciadas ou mesmo totalmente geradas por processos,
produtos e resíduos que caracterizam o atual momento civilizatório. As atuais práticas de produção e
consumo, se não sofrerem modificações substanciais, projetam um futuro próximo de alterações profundas
da biosfera, que pode mesmo levar à destruição da própria Humanidade.
Neste panorama, o inexorável processo de concentração urbano-industrial impõe o mais severo,
complexo e extensivo conjunto de modificações diretas e jndiretas que se refletem na drástica diminuição da
qualidade de vida de imensos
contingentes populacionais que assim vivem e produzem.
A responsabilidade no uso social da propriedade, ao lado do direito a propriedade, é um princípio
constitucional presente e detalhado na legislação da União, dos estados e municípios, e pressupõe uma
"referência" formal de conhecimento do desempenho do meio ante a ocupação. É muito difícil a avaliação
apriorística e ideal dos danos a ser evitados, assim como seria socialmente ineficaz a cobrança de
responsabilidade por eventuais maus usos somente" a posteriori", depois que se tenha causado danos ao
ambiente natural e construído.
Na formulação de orientações a empreendimentos e atividades e, também, nos pressupostos das
concepções técnicas de projetos, é necessário conhecer, entre outras variáveis, o meio físico, suas
propriedades, seus fenômenos, seus desempenhos esperados. Em última análise, é fundamental conhecer
previamente as potencialidades e as limitações de uso do território para otimizar os investimentos, reduzindo
os impactos indesejáveis, tanto os restritos ao local da atividade, quanto aqueles que se propagam para áreas
maiores.
Dentro das Geociências, a Geologia de Engenharia se desenvolveu em duas tarefas: responder
objetivamente questões postas pela necessidade de saber previamente o desempenho de terrenos e, também,
de auxiliar na concepção de medidas e obras voltadas a contornar, minimizar, ou mesmo impedir
manifestações indesejáveis do meio.
Em desenvolvimento desde o início do século, no âmbito das grandes obras,no trato das questões de
interação entre obra e meio físico, a Geologia de Engenharia teve como seus mais fortes aliados os acidentes
que se sucederam em grandes barragens e outros empreendimentos, o que inclui, mais recentemente,os
assentamentos urbanos e industriais.
Se, no início, foram as entidades de seguro e de financiamento, interessadas na solidez do
investimento, que passaram a exigir colaboração da Geologia de Engenharia, progressivamente, agências
governamentais, empresas públicas e privadas e a própria população interessaram-se não só em evitar
catástrofes, mas também em otimizar investimentos, evitando o fracasso de empreendimentos empíricos. Tal
demanda vem contribuindo fundamentalmente para o desenvolvimento da Geologia de Engenharia.
GEOLOGIA

GEOLOGIA DE ENGENHARIA

De acordo com o novo estatuto da IAEG “A Geologia de Engenharia” abrange:


a) A definição das condições da geomorfologia, estrutura, estratigrafia, litologia e águas
subterrâneas das formações geológicas;
b) A caracterização das propriedades mineralógicas, físicas, geomecânicas, químicas e
hidráulicas de todos os materiais terrestres envolvidos em construção, recuperação de
recursos e alterações ambientais.;
c) A avaliação do comportamento mecânico e hidrológico dos solos e maciços rochosos;
d) A previsão de alterações ao longo do tempo, das propriedades acima;
e) A determinação dos parâmetros a ser considerados na analise de estabilidade de obras de
engenharia e de maciços naturais; e
f) A melhoria e manutenção das condições ambientais e das propriedades do terreno. (IAEG,
1992).
CONCEITO DE ROCHA:
É um agregado natural, formado de um ou mais minerais, que constitui parte essencial
da Crosta Terrestre e é nitidamente individualizado.
Obs: os minerais se agregam obedecendo a leis físicas, químicas e físico-químicas. A
AGREGAÇAO NÃO SE DÁ AO ACASO.

CLASSES DAS ROCHAS:


• Rochas Ígneas
• Rochas Metamórficas
• Rochas Sedimentares

CONCEITO DE SOLO:
Geólogo  material resultante da decomposição e desintegração da rocha pela ação de agentes
atmosféricos, hidrosféricos e biológicos.
Engenheiro  é todo material encontrado na camada superficial da Crosta Terrestre podendo ser
facilmente removido por um instrumento cortante qualquer e formado por elementos pertencentes
às fases sólida, líquida e gasosa.

CONCEITO DE MINERAL:
É um elemento ou composto químico,
resultante de processos inorgânicos,
de composição química geralmente definida e
encontrado naturalmente na Crosta Terrestre.
DISCIPLINA DE GEOLOGIA
Universidade do Estado de Minas Gerais
Data:
Faculdade de Engenharia de Passos
Prof. Eduardo Goulart Collares

Tema da aula:Mineralogia Aula n0:

RESUMO:
1 - CONCEITO MINERALOGIA
2 - OS MINERAIS E OS NÚMEROS
3 - CONCEITO DE MINERAIS
4 - GÊNESE DOS MINERAIS
5 - CRISTAL E ESTRUTURA CRISTALINA
6 - ESTRUTURA CRISTALINA
_________________________________________________________________

1 - MINERALOGIA:
É a ciência que investiga a gênese, as formas cristalinas, as propriedades físicas e
químicas e os tipos de ocorrência dos minerais.

_________________________________________________________________

2 - OS MINERAIS E OS NÚMEROS:
tipos conhecidos - +/- 3000
importantes - +/- 100
fundamentalmente importantes na formação das rochas - +/- 20

PORCENTAGEM DE MINERAIS NA CROSTA


feldspatos e feldspatóides - 60%
piroxênios e anfibólios - 16%
quartzo - 12%
micas - 4%
outros - 8%
_________________________________________________________________
3 - MINERAL:
É um elemento ou composto químico, resultante de processos inorgânicos, de composição
química geralmente definida e encontrado naturalmente na Crosta Terrestre.
_________________________________________________________________

4 - GÊNESE DOS MINERAIS:


1 - RESFRIAMENTO DE MAGMAS
- minerais primários
- à medida que o magma vai esfriando, os minerais vão, gradativamente, se cristalizando
- (transparência da Série de BOWEN)

2 - AÇÃO DOS GASES, LÍQUIDOS E CALOR MAGMÁTICOS


- são liberações de gases e líquidos pelos magmas, que reagem com as rochas encaixantes (à
camara magmática), formando novos minerais. Ex: cordierita.

3 - AUMENTO DE PRESSÃO E TEMPERATURA (METAMORFISMO)


- a pressão dirigida e as altas temperaturas promovem a recristalização dos minerais. Ex: micas

4 - AÇÃO DE AGENTES INTEMPÉRICOS


- o imtemperismo físico e químico promove a transformação de um mineral mais estável em outro
mais instável. Geralmente com aumento de volume e diminuição da densidade. Ex: argilo-
minerais, limonita, goetita, bauxita

5 - PRECIPITAÇÃO DE SAIS E CARBONATAÇÃO


- a precipitação de sais contidos nas águas continentais e marinhas vão dar origem a minerais por
precipitação. Ex: calcita (calcários), halita
_________________________________________________________________

5 - CRISTAL E ESTRUTURA CRISTALINA

CRISTAL:
É um corpo homogêneo, estritamente geométrico, com estrutura atômica reticular
(apresenta peridiocidade).
- a distinta estrutura atômica do retículo atômico é a causa nas diferenças nas propriedades
físicas dos cristais
ESTRUTURA CRISTALINA DOS MINERAIS
- apesar de nem todos os minerais apresentarem-se como cristais bem formados, quase todos
apresentam uma estrutura cristalina
- os minerais crescem obedecendo um padrão pré-determinado. Ex: é como o padrão genético
dos seres vivos.
- os padrões são agrupados em SISTEMAS CRISTALINOS
- OS SISTEMAS CRISTALINOS estão dispostos de acordo com os EIXOS
CRISTALOGRÁFICOS.
- os EIXOS CRISTALOGRÁFICOS são função:
- distância entre os átomos ou grupo de átomos nos eixos cristalográficos
- dos ângulos que os eixos fazem entre si.

_________________________________________________________________

6 - PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MINERAIS

As propriedades físicas dependem:


- da composição química
- da estrutura cristalina

1 - TRANSPARÊNCIA
- indica a passagem ou não de luz pelo mineral
- pode ser: transparente, translúcido, opaco

2 - BRILHO
- é dado pela luz refletida
- pode ser: metálico (reflete toda a luz), não metálico (reflete apenas parte da luz)
- os não metálicos podem ter brilho: graxo, nacarado, vítreo, sedoso, gorduroso,etc.

3 - COR
- não é uma boa propriedade diagnóstica. Um mesmo mineral pode apresentar várias cores
devido a impurezas químicas e ao grau de alteração. Ex: berilo, turmalina, etc.

4 - TRAÇO
- é a cor típica do mineral, independente da tonalidade que apresenta.
- é muito importante para distinguir alguns minerais metálicos.
- utiliza-se um pedaço de porcelana para riscar
5 - DUREZA
- indica a resistência que o mineral oferece ao ser riscado
- podem ser:
- dureza baixa - abaixo de 3 (risca com a unha)
- dureza média - 3 a 5 (risca com canivete ou vidro)
- dureza alta - >5 (não risca com vidro)
- pode ser também pela ESCALA DE DUREZA RELATIVA DE MOHS: (TRANSPARÊNCIA)

6 - DENSIDADE RELATIVA
- é o peso do mineral em relação ao peso de igual volume de água
- pode ser medido:
- pelo deslocamento de água em uma proveta graduada
- por uma balança hidrostática, medindo o impulso que experimenta o corpo submerso na
água. d = Par / Par - Págua

7 - CLIVAGEM
- são planos de fraquezas, característicos de certos minerais, devido à algumas ligações mais
fracas em certas direções. São aqueles planos onde há menor força de ligação entre as
partículas.
- podem ser: imperfeita, perfeita, proeminente
- pode haver: 1 direção (ex: micas); 2 direções (anfibólios e piroxênios); 3 direções (calcita).

8 - HÁBITO
- está relacionado com a estrutura cristalina. É a forma que o mineral apresenta quando pode
crescer livremente.
- pode ser: lamelar, prismático, granular, etc.

9 - FRATURAS
- são superfícies irregulares que os minerais apresentam, devido a eventos externos e não à sua
estrutura.
- podem ser: conchoidal, plana, irregular, etc.

10 - MAGNETISMO
- alguns minerais metálicos apresentam um campo magnético forte e são facilmente atraidos por
um imã. Ex: magnetita (Fe2O4) e pirrotita (Fe5S6).

11 - EFERVESCÊNCIA
- é o caso da calcita e dolomita quando em contato com HCl.
PROPRIEDADES DOS MINERAIS E TIPOS DE ROCHAS

Collares (1998)

Como é de conhecimento geral, a geologia tem por objeto o estudo da Terra, e em particular
concentra esforços nos estudos da sua camada mais superficial, que é a Crosta. É na Crosta que encontramos
os vestígios para compreender a história da Terra e da própria humanidade, bem como é aí onde se
encontram os grandes depósitos minerais e ocorrem as alterações que dão origem aos solos, que são fontes
de sustentação agrícola e para obras de engenharia.
Para compreender a dinâmica da crosta e tirar proveito dos grandes benefícios que pode trazer para a
humanidade, é necessário, anteriormente, ter conhecimento da sua composição, ou seja, conhecer os
principais tipos rochosos que a constituem, bem como os principais tipos minerais que constituem as rochas.
Entende-se por mineral um elemento ou composto químico, de origem inorgânica, de composição
química geralmente definida e encontrado naturalmente na Crosta Terrestre (LEINZ, 1978). Partindo deste
conceito, nota-se que alguns materiais tais como âmbar, carvão mineral e petróleo, são erroneamente
classificados como minerais, por serem de origem orgânica. Da mesma forma que não são minerais produtos
criados em laboratório, tais como rubi, esmeralda e diamante sintéticos.
Existem cerca de 2400 minerais conhecidos e catalogados no mundo, entretanto, pouco mais de uma
centena destes não são extremamente raros e apenas cerca de duas dezenas são considerados minerais
formadores de rochas, e estes sim, encontram-se em quantidades consideráveis na Crosta.
Os minerais podem ser identificados por suas propriedades físicas, que são uma consequência de sua
estrutura cristalina e da composição química. Todo mineral, com exceção dos amorfos (ex: opala e
calcedônia), apresenta uma estrutura cristalina bem definida, com base em um arranjo interno ordenado de
átomos e íons. É o tipo de estrutura cristalina que vai determinar, dentre outra propriedades, a forma de
crescimento dos minerais (hábito) e os seus planos de fraqueza (clivagem).
Outras propriedades importantes para a determinação dos minerais, também devidas à sua estrutura
cristalina e composição química são:
Densidade relativa – que é o peso de um mineral em relação ao peso de igual volume de água. Esta
propriedade é de fácil reconhecimento e pode ser efetuado com qualquer balança hidrostática. Alguns
minerais metálicos como a galena e a pirita têm densidade relativa bastante elevada.
Dureza relativa – é definida pela resistência que o mineral oferece ao ser riscado. Para a medida deste
parâmetro pode ser utilizado materiais como vidro, canivete e a própria unha. Ou então pode-se usar como
parâmetro a resistência entre minerais e para isto foi criada a Escala de Mohs que classifica a dureza de
minerais conhecidos de 1 a 10; na sequência são: talco, gipso, calcita, fluorita, apatita, ortoclásio, quartzo,
topázio, córidom e diamante.
Brilho – é definida pela reflexão da luz na superfície do mineral. Pode ser metálico ou não metálico, sendo
que os não metálicos podem ainda serem subdivididos em vítreo, gorduroso, graxo, sedoso, nacarado, etc. Os
minerais de brilho metálico são poucos e constituem alguns minerais-minério tais como a galena, a pirita, a
hematita, a magnetita e a cromita.
Traço - corresponde à cor típica do mineral, independente das diferentes tonalidades que possam apresentar.
Para identificar o traço, risca-se um pedaço de porcelana com o mineral. Esta propriedade é muito útil para
identificar alguns minerais metálicos tais como a hematita, a magnetita e a pirita.
Cor – a cor muitas vezes não é uma propriedade diagnóstica, uma vez que alguns minerais podem apresentar
várias cores e que também podem mudar de acordo com o grau de alteração.
Efervescência – é uma propriedade química muito utilizada para identificar a calcita e a dolomita. Mede a
capacidade do carbonato de cálcio em reagir no contato com o ácido clorídrico.
Uma vez verificada as principais propriedades, a identificação se dá com o auxílio de tabelas de
classificação, efetuando-se o cruzamento entre propriedades.
Em casos especiais, as propriedades descritas ainda não permitem a identificação; aí então é
necessário lançar mão das propriedades óticas e para isto é necessário confeccionar uma lâmina delgada com
o mineral e utilizar um microscópio petrográfico, com luz polarizada, para que possam ser identificadas estas
propriedades.
Tipos de rochas

As rochas, com já dito anteriormente, são os constituintes essenciais da crosta terrestre e são
formados por agregados naturais de um ou mais minerais. A agregação, entretanto, não se dá ao acaso,
obedecendo, sim, leis físicas, químicas e físico-químicas, de acordo com a forma e ambiente de origem.
Em se tratando de gênese, as rochas são classificadas em 3 grandes grupos – ígneas, sedimentares e
metamórficas. É importante ressaltar, que não se tratam de classes estáticas; considerando uma escala de
tempo geológica, as rochas estão em constante transformação, de acordo com os processos geológicos a que
estão sujeitas, sejam eles com origem no interior da crosta ou na superfície da Terra.

a) Rochas ígneas
São também denominadas rochas primárias por serem originadas pela consolidação do magma
(material em estado de fusão proveniente de regiões profundas da crosta ou do manto).
As rochas ígneas serão função do tipo de magma e do tipo de magmatismo (são as diferentes maneiras de
solidificação do magma).
Os magmas são comumente classificados conforme o teor de sílica (SiO2) e o teor em Fe e/ou Mg. E
assim, conforme a diminuição do teor de SiO2 e consequente aumento de Fe/Mg os magmas são classificados
como: Ácido ( SiO2 Fe/Mg); Intermediário; Básico (SiO2 Fe/Mg) e ultrabásico. Sendo os magmas
ácidos (cor clara, mais viscoso) e básicos (cor escura, mais fluido) os mais representativos.
Quanto aos processos de solidificação (magmatismo), podem ser classificados em Magmatismo
Extrusivo (ou Vulcanismo) e Magmatismo Intrusivo (Plutonismo). No vulcanismo a solidificação do magma
dá na superfície da Terra, de forma rápida, o que não permite o crescimento dos minerais. No Plutonismo a
solidificação do magma ocorre ainda no interior da crosta, de forma lenta e gradual, permitindo o
crescimento dos minerais.
De posse destes dois conceitos, a classificação das rochas ígneas se dá pela composição mineralógica
e cor (relacionados ao tipo de magma) e pela textura (relacionado com o magmatismo). Os tipos de rochas
ígneas mais conhecidos são o GRANITO, muito utilizado como pedra ornamental, que é derivada do magma
ácido (mineralogia: ortoclásio, plagioclásio, quartzo e biotita) e de origem plutônica (Mineralogia
macroscópica) e o BASALTO, que é muito utilizado como brita, derivado de magma básico (mineralogia:
plagioclásio e piroxênios) e de origem vulcânica (mineralogia microscópica).

b) Rochas sedimentares
Resultam da acumulação de produtos da quebra física e química de rochas pré-existentes pelos
agentes do intemperismo, da erosão, do transporte e da deposição.
São então classificados em rochas sedimentares clásticas (mais comuns) ou não clásticas. As rochas
clásticas são resultantes da desagregação física de outras rochas e são classificadas conforme as frações
granulométricas predominantes (argila, silte, areia ou pedregulho) Assim as rochas sedimentares clásticas
mais comuns são argilito, folhelho, siltito, arenito e conglomerado.
As rochas sedimentares não clásticas são devidas à precipitação química ou orgânica e são
classificadas conforme o composto químico precipitado, por exemplo CaCO3 (origina o Calcário) e SiO2
(origina o Silex), ou o conteúdo orgânico, dando origem aos carvões minerais, tais como o Antracito e a
Turfa.

c) Rochas metamórficas
São formados por reações entre os minerais originais em rochas pré-existentes, devido a grandes
variações na temperatura e/ou pressão. Existem dois tipos principais de metamorfismo: o metamorfismo de
contato e o metamorfismo dinamotermal.
O metamorfismo de contato é de pouca extensão e ocorre principalmente nas adjacências das
câmaras magmáticas. O magma provoca o “cozimento” das rochas encaixantes devido a alta temperatura;
Alguns mármores e Hornfels são originados desta forma.
O metamorfismo dinamotermal ocorre em áreas extensas, junto aos limites entre placas tectônicas e
são devidos a ação de altas temperaturas e pressões dirigidas. As pressões dirigidas, tendem a determinar
uma orientação aos minerais ou mesmo a formação de minerais placóides, o que é uma característica das
rochas formadas nestas condições, tais como os Gnaisses, Xistos e Filitos. Algumas rochas metamórficas são
bastantes utilizadas como pedra para revestimento como o Quartzito, Ardósia e Mármore.
Composições químicas simplificadas de arenito, calcário,
basalto e granito, em porcentagens de peso de óxidos.
Arenito Calcário Basalto Granito
SiO2 99,5 - 48 70
Al2O3 - - 15 151
FeO3 - - 3 2
Feo - - 8 1
MgO - - 10 2,2
CaO - 55,5 10 4
Na2O - - 12 3
K2O - - 1 0,5
TiO2 - - 2,4 0,3
P2O5 - - 0,1 1
H2o - 1 0,5 -
CO2 - 43,5 - -
100 100 100 100

Composição mineralógica simplificada de arenito, calcário, basalto e


granito medida em porcentagem de volume.
Arenito Calcário Basalto Granito
Quartzo, SiO2 100 - - 30
Feldspato potássio, KAISi3O8 - - 5 50
Feldspato glagioclásio - -
albita, NaAl2Si3O8 20 8
anortita, CaAl2Si2O8 35 2
Mica biotita, - - 30 10
K(Fe,Mg)3AlSi3O10(OH)2
Piroxênio, Ca(Mg,Fe)Si2O6 - - 10 -
Olivina, (Mg, Fe)2SiO4 - - - -
Calcita, CaCO3 - 100 - -
100 100 100 100
Estrutura interna da
galena – sulfeto de
chumbo PbS –
mostrando os planos ao
longo dos quais se
desenvolvem as faces
cristalinas e entre os
quais se desenvolvem
os planos de clivagem.

Nomes e fórmulas químicas de alguns minerais comuns, agrupados de acordo com a


composição química.
Elementos Compostos iônicos Compostos Compostos
nativos simples polianiônicos simples polianiônicos
complexos
Ouro Au Haletos Hidróxidos Silicatos
Prata Ag Halita NaCl Goethita FeO.OH Olivina (Mg,Fe)2SiO4
Diamante C Silvita KCl Gibbsita Al(OH)3
Grafite C Fluorita CaF2 Grupo das granadas
Enxofre S Carbonatos Piropo Mg3Al2(SiO4)3
Sulfetos Calcita CaCO3 Almandina Fe3Al2(SiO4)3
Galena PbS Siderita FeCO3 Zircão ZrSiO4
Calcopirita CuFeS2 Magnesita MgCO3
Pirita FeS2 Dolomita CaMg(CO3)2 Grupo dos piroxênios
Pirrotita FeS Augita Ca(Mg,Fe)Si2O6
Sulfatos Enstatita (Mg,Fe) SiO3
Óxidos Gipsita CaSO4.2H2O
Rutilo TiO2 Anidrita CaSO4 Grupo dos anfibólios
Hematita Fe2O3 Barita BaSO4 Hornblenda
Magnetita Fe3O4 Ca2(MgFe)5Si8O22(OH)2
Ilmenita FeTiO3 Fosfatos
Cromita(Mg,Fe) Cr2O4 Apatita Grupo das micas
Ca5(PO4)3(F,Cl,OH) Biotita K(FeMg)3(AlSi3O10)(OH)2
Flogopita KMg3(AlSI3O10)(OH)2
Muscovita KAl2(AlSi3O10)(OH)2
Clorita
(MG,Fe,Al)6(Si,Al)4O10(OH)8

Argilominerais
Caulinita Al2Si2O5(OH)4

Feldspato potássio
Ortoclásio KAlSi3O8

Feldspato Plagioclásios
Albita NaAlSi3O8
Anortita CaAlSi2O8

Sílica e Quartzo SiO2


Escala de Dureza Dureza segundo Mohs Dureza absoluta
1 Talco Risca-se ligeiramente com a unha 0,03
2 Gipso Risca-se com a unha 1,25
3 Calcita Risca-se com uma moeda de cobre 4,5
4 Fluorita Risca-se ligeiramente com a navalha 5
5 Apatita Não se risca com a navalha 6,5
6 Ortoclásio Risca-se com uma lima de aço 37
7 Quartzo Risca o vidro 120
8 Topázio Risca ligeiramente o quartzo 175
9 Coríndon Risca ligeiramente o topázio 1.000
10 Diamante Não é riscado pelos outros minerais 140.000
PROPRIEDADES FÍSICAS

1. TRANSPARÊNCIA
- opaco
- translúcido
- transparente

2. BRILHO
- metálico
- não metálico

3. COR

4. DUREZA
- baixa; média; alta
- escala de Mohs

5. DENSIDADE RELATIVA
- balança hidrostática
dar
dar – dágua

6. HÁBITO

7. CLIVAGEM
- proeminente
- distinta (perfeita)
- indistinta (imperfeita)

8. MAGNETISMO

9. EFERVESCÊNCIA
Mineral Fórmula aproximada, não levando em conta as

impurezas normalmente presentes.

SILICATOS

Quartzo SiO2

Ortoclásio KAlSi3O8

Plagioclásio CaAl2Si2O8

Muscovita (mica) KAlSi3O10(OH)2

Biotita (mica) K(Mg,Fe)3Si4O10(OH)2

Minerais de argila Al2Si2O5(OH)4

Anfibólio Ca2(Mg, Fe)5Si8O22(OH)2

Piroxênio (Mg,Fe)2SiO3

Olivina (Mg,Fe)2SiO4

Clorita (Mg,Fe,Al)6(Al,Si)4O10(OH)8

Granada (Ca,Mg,Fe,Al) (SiO4)

CARBONATOS

Calcita CaCO3

Dolomita (Ca,Mg)CO3

ÓXIDOS

Magnetita Fe3O4

Hematita Fe2O3

SULFATOS

Anidrita CaSO4

Gipso CaSO4 . 2H2O

SULFETOS

Pirita FeS2

Pirrotita FeS

You might also like