Professional Documents
Culture Documents
Direito Tributário III - Caderno 30 - 08 - 23
Direito Tributário III - Caderno 30 - 08 - 23
Professor: Irapuã
TEMA 3
TEMA 4
Impostos Estaduais III ICMS III 1. Incidência; 2. Fato gerador: aspectos: material, espacial,
temporal, pessoal e quantitativo; 3. Não-incidência; 4. Imunidades; 5. Isenção; 6. Alíquota zero.
INTRODUÇÃO
Quando o imposto surgiu, ele surgiu com alíquotas uniformes. Hoje, isso é visto de forma
negativa, pois os produtos não devem arcar com a mesma carga tributária, dependendo de sua
complexidade (ex.: chocolate barato x chocolate importado).
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;
• Permitirá ao Estado tributante realizar de certa forma sua justiça fiscal, adotando
alíquotas diferenciadas em razão da essência da mercadoria ou do serviço.
• Ao contrário do IPI (“será”), tal seletividade não constitui elemento obrigatório do
ICMS, estando expressa sua facultatividade.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II,
nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.
X – não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do
imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
• Como exemplo, pode-se citar o Estado do RJ e de Al. Este último, tributou 25% a energia
elétrica e a 18% aguardente, produto este supérfluo.
RMS 28.227/GO
“a seletividade conforme a essencialidade do bem somente poderia ser aferida pelo critério
de comparação”, de modo que, “embora seja inequívoca a importância da energia elétrica e dos
serviços de comunicação, a violação da seletividade não fica demonstrada”, “pois não há como
aferir ofensa ao Princípio da Seletividade sem ampla e criteriosa análise das demais
incidências e alíquotas previstas na legislação estadual”, sendo que “esse estudo não foi
apresentado com a inicial e, mesmo que fosse, a controvérsia a respeito demandaria dilação
probatória adicional, o que é incompatível com o rito do mandamus”
TJRJ
NÃO CUMULATIVIDADE
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
...
Observação sobre isenção – a isenção do tributo produz uma dupla consequência: não gera
crédito para a operação seguinte e anula o crédito que vem da operação anterior. É como se
tirasse o sujeito da cadeia por completo e nada do que acontecesse com ele seria relevante para
os fins desses cálculos que o ICMS produz.
REsp. 1.435.626-PA
(STF – ED no RE 174.478)
LC 87 – Art. 20
ICMS
BASE NORMATIVA:
“Segundo a regra do art. 155, II, da CRFB/88, o ICMS comporta três núcleos distintos de
incidência:
I – Circulação de mercadorias;
II – Serviços de Transporte; e
(STJ – 1ª seção, REsp nº 842.270, rel. p. acórdão Min. Castro Meira, j. em 23.05.2012, DJe
29.06.2012)
D – Outros serviços (exceto ISS). Operações onde mercadorias fornecidas com serviços não
compreendidos na competência tributária dos Municípios (CRFB/88, art. 155, §2º, IX, “b”).
E – Energia elétrica e outros. Incide sobre operações relativas à energia elétrica, serviços de
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País (CRFB/88, art. 155,
§3º).
Obs.: Existem serviços que são agregados a mercadorias. Exemplo: ISS sobre mercadoria e ICMS
sobre serviço. Contudo, sem ambos (mercadoria e serviço) forem oferecidos juntos e o serviço
não estiver listado na lei complementar nacional, o ICMS pega o valor total da operação. Para
incidir ISS tem que estar listado.
Ou seja, trata-se de hipótese de incidência de ICMS sobre um serviço que não é nem de
comunicação nem de transporte, mas que está sendo agregado a uma operação junto da
mercadoria e vai recair sobre o valor total da operação. Exemplo: serviço de bar e restaurante.
• Venda conjunta
• Serviço fora da tributação municipal
IX - Incidirá também:
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não
compreendidos na competência tributária dos Municípios;”
Notas:
É o contrato de conduzir, de levar pessoas ou coisas de um lugar a outro. Parece claro que
pressupõe o sentido dinamismo e de movimentação, com nítido sentido de percurso ou de
itinerário realizado.
Conceito de mercadoria:
Venda de carro usado – incide ICMS? Não. Comprou-se no intuito de consumir, e não vender. O
que importa não é o produto, e sim o agregado de finalidade que se tem sobre ele.
Exemplos:
STF. Plenário. ARE 1.255.885/MS (repercussão geral- Tema 1.099), Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 14/08/2020 (Info 827- clipping).
http://www.legislacaotributaria.pr.gov.br/sefacre/lpext.dll/CONSULTAS_PESQ/3f69/4714?fn=
document-frame.htm&f=templates&2.0
Se os equipamentos são cedidos em comodato, não se pode falar em “saída”, sob a perspectiva
da legislação do ICMS, entendida como circulação de mercadoria com transferência de
propriedade. Nesse caso, os bens não deixam de integrar o patrimônio do contribuinte.
Portanto, a hipótese dos autos não se subsume aos arts. 20, §3º, I, e 21, I, da LC 87/96, o que
permite a conclusão pela possibilidade de manutenção do crédito de ICMS. Se não havia o dever
de estonar, afigura-se indevida a autuação.
TEMA 3
01ª QUESTÃO: Determinada sociedade propõe demanda em face do Estado, em que visa a
infirmar a cobrança que o réu lhe impõe acerca de ICMS e da respectiva multa. Alega que vendeu
determinada mercadoria a outra sociedade com a cláusula Free on Board (FOB) e comunicou
ao fisco a destinação da mercadoria conforme documentação apresentada pela compradora.
Ocorre que a compradora deu outra destinação à mercadoria, levando-a para outro Estado,
diferente do que anteriormente informado. Dessa forma, responda, fundamentadamente, em
no máximo 15 (quinze) linhas, qual a modalidade da alíquota que deve ser paga, bem como
sobre quem recai essa responsabilidade.
Sob a cláusula FOB (frete por conta do destinatário), o comprador recebe a mercadoria e, a
partir deste momento, o vendedor não tem controle ou responsabilidade sobre sua destinação,
ou qualquer outra ocorrência sobre produto. Sendo assim, a cláusula isenta o vendedor de
monitorar o produto. Pelo mesmo motivo, o STJ entende que a empresa vendedora de boa-fé
que, mediante a apresentação da documentação fiscal pertinente e a demonstração de ter
adotado as cautelas de praxe, evidencie a regularidade da operação interestadual realizada com
o adquirente, afastando, assim, a caracterização de conduta culposa, não pode ser
objetivamente responsabilizada pelo pagamento do diferencial de alíquota de ICMS em razão
de a mercadoria não ter chegado ao destino declarado na nota fiscal, não sendo dela exigível a
fiscalização de seu itinerário (EREsp 1657359/SP). Portanto, a modalidade de alíquota a ser paga
é a interestadual, que deverá recair sobre a responsabilidade da compradora.
Algumas situações debatidas no Transporte:
• Súmula 649 STJ. Não incide ICMS sobre o serviço de transporte interestadual de
mercadorias destinadas ao exterior.
• Súmula 350 STJ. O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular.
• Súmula 334 STJ. O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à Internet.
• Súmula 237 STJ. Nas operações com cartão de crédito, os encargos relativos ao
financiamento não são considerados no cálculo do ICMS.
• Súmula 395 STJ. O ICMS incide sobre o valor da venda a prazo constante da nota fiscal.
• Súmula 391 STJ. O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica
correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada.
• Súmula 431 STJ. É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor de mercadoria
submetida ao regime de pauta fiscal.
BASE DE CÁLCULO
A legislação específica (art. 13, da LC nº 87/96) detalha as diversas hipóteses e situações que se
verificam que isto ocorra. Mas, genericamente, será o valor da operação decorrente da
circulação da mercadoria (inciso I daquele art. 13) e o preço do serviço (inciso III daquele art.
13).
CASOS CONCRETOS
TEMA 4
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não pode ser cobrado sobre tarifas
de energia, devendo incidir somente sobre a energia efetivamente consumida. Com esse
entendimento, o juiz João Luiz Amorim Franco, da 11ª Vara da Fazenda Pública do Rio de Janeiro,
considerou indevida a cobrança do ICMS sobre o acréscimo decorrente da adoção do Sistema
de Bandeiras Tarifárias e determinou que o estado do Rio de Janeiro a devolver os valores pagos
indevidamente.
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/2270fa1dcbebe770b3b81
58dc8ff3265