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MULTILETRAMENTOS NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA - 2023/1 - LET211AN

Docente: Prof. Dra. Soraya do Lago Albuquerque


Leituras Multimodais: múltiplos sentidos
CAPÍTULO 2

Apresentação por: Rohnny J. Lima Bezerra


Tese - Multiletramentos em Aulas de Língua Inglesa no
Ensino Público: transposições e desafios de Renata
Maria Rodrigues Quirino de Sousa
2.1. O que dizem as
imagens: seu papel nas
culturas letradas e não-
letradas
2.1 O QUE DIZEM AS IMAGENS: SEU PAPEL NAS CULTURAS LETRADAS E NÃO-LETRADAS

O texto discute o papel das imagens nas culturas


letradas e não-letradas, enfatizando sua importância
na comunicação humana. Ele destaca que as imagens
são tão ou mais importantes do que as palavras em
termos de práticas comunicativas.
O texto menciona que as imagens têm diferentes
conotações em culturas diversas e desempenham um
papel fundamental na escrita do povo Kashinawá, por
exemplo, que habita várias aldeias na região norte do
Brasil. Em sua investigação, Menezes de Souza (2005)
descobriu que as imagens têm papel fundamental em
sua escrita, sendo utilizadas para contar histórias,
para retratar práticas sociais, e para outras funções
que, nas sociedades letradas, costumam ser
realizadas através do texto escrito. O autor explica
que, muito embora os Kashinawá tenham contato
com a língua portuguesa escrita, eles acreditam que
ela não seja suficiente para as práticas sociais que são
relevantes para sua comunidade.
Aldeia caxinauá no Acre
2.1 O QUE DIZEM AS IMAGENS: SEU PAPEL NAS CULTURAS LETRADAS E NÃO-LETRADAS

As imagens e os símbolos são vistos como participantes do processo de construção da


realidade, influenciando a maneira como percebemos o mundo. Nesse novo contexto de
construção social, tempo e espaço são transformados, permitindo a interação entre passado,
presente e futuro em uma mesma mensagem. A autora enfatiza que as imagens e os símbolos
não apenas representam realidades, mas também as criam, transmitindo novas formas de ser e
estar no mundo.
Por fim, a autora menciona que as imagens e os símbolos desempenham um papel fundamental
na construção de realidades, tanto nas culturas letradas quanto nas não-letradas. Inclusive, nas
culturas letradas, eles fazem parte da composição de textos multimodais, carregados de
significados que podem variar de uma modalidade para outra. O texto impresso favorece o
gênero narrativo, enquanto as imagens favorecem o gênero display, organizando elementos de
acordo com uma lógica espacial simultânea.
2.2. Propagandas em LI
como lugar de construção
de sentidos
2.2.1. Por que
propagandas?
2.2.1. POR QUE PROPAGANDAS?

Nesse capítulo é discutida a importância das imagens nas propagandas e como elas influenciam a
construção de significados. É destacado que os sentidos e significados são construídos com base em
valores culturais e que as propagandas adaptam elementos iconográficos convencionais e iconografias
locais de acordo com o contexto cultural. O trabalho com propagandas em língua estrangeira também
é visto como uma oportunidade para desenvolver habilidades de leitura crítica em língua materna. O
objetivo é capacitar os alunos a se tornarem leitores críticos que refletem sobre as questões sociais e
culturais presentes nas mensagens das propagandas. A escola desempenha um papel importante ao
combinar conhecimento cultural e conhecimento instrucional para desenvolver estratégias de leitura
crítica e consciente dos textos do cotidiano. Ao passar por esse processo, os alunos podem ampliar sua
capacidade de produzir sentidos e interpretar mensagens de forma mais crítica. No entanto, a
disposição para desenvolver esse olhar crítico pode variar entre os alunos, dependendo de seu
domínio de realidade e interesse pessoal.
2.2.2. O que os alunos
viram ‘por trás’ das
imagens
2.2.2. O QUE OS ALUNOS VIRAM ‘POR TRÁS’ DAS IMAGENS

Neste trecho, a autora inicia a discussão sobre uma prática multimodal e compartilha suas impressões
sobre os sentidos construídos. Ela ressalta que sua perspectiva é subjetiva e que outros observadores
podem ter focado em diferentes aspectos. Cada leitor irá construir seus próprios sentidos a partir da
leitura das percepções apresentadas. Ela diz que se surpreendeu ao notar que os alunos não buscavam
uma "leitura correta" e valorizavam as contribuições de todos. Antes da atividade, a autora imaginava
que os alunos exigiriam uma avaliação de qual leitura era a melhor, mas isso não aconteceu, indicando
que a busca por uma resposta correta pode ser mais presente nos modelos de professor do que nas
expectativas dos alunos, possivelmente devido ao conhecimento cultural diversificado dos alunos.
Como a primeira característica que chamava a atenção dos alunos ao se depararem com as
propagandas impressas eram as imagens – o que é típico desse gênero –, eles sempre deduziam que o
produto anunciado era o que se podia ver na imagem, como no caso do excerto que segue a seguite
propaganda:
2.2.2. O QUE OS ALUNOS VIRAM ‘POR TRÁS’ DAS IMAGENS
2.2.2. O QUE OS ALUNOS VIRAM ‘POR TRÁS’ DAS IMAGENS

CP: Do que é essa propaganda?


A1: É de sapato.
CP: Pode ser de sapato, mas pode ser de várias coisas. Nem
sempre a imagem traz o produto, right?
A1: Right.
A2: É de uma impressora.
CP: Yeah. É de uma impressora. E por que será que dão destaque
pra esse sapato?
A2: Acho que pra chamar a atenção pro pavão, porque ele ficou
ridículo com esse tênis ((risos dos colegas)).
A1: É, e pelas cores do pavão dá pra ver que a impressora é boa.
A3: Ou pelo menos é o que eles querem te convencer.
A1: É.
2.2.2. O QUE OS ALUNOS VIRAM ‘POR TRÁS’ DAS IMAGENS

CP: Esse aqui... ((apontando para uma das propagandas))


alguém sabe o que eles estão vendendo?
A1: Bicicleta!
A2: Patins!
CP: Então, aqui tem várias coisas: bicicleta, patins...
A3: Patinete!
CP.: Patinete... e qual é a marca que está fazendo a
propaganda?
As.: Honda!
CP.: É a Honda! E o que a Honda vende?
As.: Moto!
CP: Se vende moto, por que será que eles colocaram tudo
isso aqui? Biclicleta, patinete...
A4: Porque tudo isso anda!
A1: É mesmo! Aí não fica aquela coisa que ‘tá na cara’. Tem
que pensar.
A2: E a moto é o mais potente, deixa tudo isso aí ‘no
chinelo’.
2.2.2. O QUE OS ALUNOS VIRAM ‘POR TRÁS’ DAS IMAGENS

A2: É, mas eu acho que ia ficar mais legal se eles pusessem


a moto mesmo, aquela ‘motona’, bem ‘da hora’.
CP: É, por um lado, a ‘motona’ é legal de ver, mas, por
outro, quando não fica óbvio, pode ser que as pessoas
parem mais pra ver, não é?
A1: Eu acho!
A2: Eu ainda prefiro a ‘motona’.
CP: Ótimo! Cada um reage de um jeito vendo a propaganda.
E isso acontece com todos os textos escritos e imagens que
a gente vê, não é?. Porque não tem ‘resposta certa’, tem
interpretações que fazem sentido para cada um, right?
As: Right.
A2: Legal essa leitura! Vou prestar mais atenção nas
propagandas da revista que o meu pai lê.
2.2.2. O QUE OS ALUNOS VIRAM ‘POR TRÁS’ DAS IMAGENS
2.2.2. O QUE OS ALUNOS VIRAM ‘POR TRÁS’ DAS IMAGENS

A estrada tá desfocada pra mostrar que o carro é muito


rápido. Ele tá subindo uma ladeira e não tem mais nenhum
carro por perto. Isso quer dizer que ele é mais potente que
os outros e só ele consegue chegar bem no alto, nesse
lugar bonito.
2.2.2. O QUE OS ALUNOS VIRAM ‘POR TRÁS’ DAS IMAGENS

Nesse contexto, o conceito de indecidibilidade – undecidability – de Derrida (1978) pode ser aplicado,
destacando que a visão mental que cada um tem do conceito de "carro" pode ser totalmente diferente.
Isso ressalta a falta de transparência das palavras e a dependência da interação leitor-texto-contexto
na construção de significados. Da mesma forma, a linguagem visual não é transparente nem universal,
e os sentidos atribuídos a uma imagem dependem do contexto socio-histórico do observador.

A autora destaca que desafio para os professores é transpor as teorias para a prática, superando
modelos arraigados e buscando rever suas abordagens. Ela percebeu a influência dos modelos de
professores anteriores na prática da co-professora, ressaltando a importância de refletir sobre essa
influência ao tentar implementar abordagens inovadoras.
2.2.2. O QUE OS ALUNOS VIRAM ‘POR TRÁS’ DAS IMAGENS

A autora também destaca a importância de considerar as contribuições tanto das teorias "antigas"
quanto das "novas" na prática pedagógica, evitando abordagens binárias e excludentes. Além disso,
enfatiza a necessidade de refletir sobre as ações dos professores e reconhecer que as leituras das
teorias podem variar de acordo com as perspectivas individuais.
Outro ponto abordado é a importância de discutir questões sociais, como diferenças de classe social,
ao analisar propagandas.
Por fim, a autora menciona a necessidade de um trabalho mais aprofundado em relação às diferenças
culturais e destaca a importância de explorar as diferenças culturais nas propagandas, tanto entre
países quanto dentro do próprio país. Isso permitiria uma análise mais abrangente das mensagens
transmitidas e das diferenças culturais subjacentes.
2.2.3. Trânsito pelos textos
em LI nas propagandas
2.2.3. TRÂNSITO PELOS TEXTOS EM LI NAS PROPAGANDAS

Ainda dentro da atividade de propagandas, foi sugerido que os alunos olhassem, então, para os textos
em Língua Inglesa e procurassem construir sentido para eles. Essa abordagem demonstra a
importância do letramento cultural e do acesso a diferentes contextos de uso da língua no processo de
construção de significado.
Essa interação também mostra como os alunos utilizam seus conhecimentos prévios, incluindo o
conhecimento de cognatos, o contexto da imagem e discussões anteriores, para construir sentidos a
partir do texto escrito.
A autora menciona que, nesse tipo de trabalho colaborativo, os alunos podem trilhar caminhos
interpretativos que vão além dos planejados pelo professor na concepção da atividade multimodal. Ela
reconhece a imprevisibilidade e a desconstrução de modelos tradicionais de ensino que ocorrem ao
trabalhar com multiletramentos críticos.
2.2.3. TRÂNSITO PELOS TEXTOS EM LI NAS PROPAGANDAS

Por fim, a autora levanta questões sobre a avaliação nesse contexto, considerando que diferentes
grupos de alunos podem ter aprendizagens diferentes. Ela questiona como medir essa aprendizagem e
como lidar com a necessidade de quantificar conhecimento, transmitir conteúdos pré-estabelecidos e
avaliar a "aprendizagem" dos alunos, em contraste com as propostas dos multiletramentos críticos.
No geral, a prática descrita pela autora é vista como um espaço de construção de sentidos, tanto em
relação às imagens quanto aos textos em língua estrangeira. O uso de cognatos, conhecimentos
prévios e inferências é valorizado como ferramentas para transitar por textos multimodais em outra
língua. O conceito de construção de sentidos é relacionado ao conceito de conhecimento cultural
proposto por Gee (2006). Também é mencionado o conceito de aprendizagem embasada no
desenvolvimento de estratégias, conforme sugerido por Lankshear, Snyder e Green (2000).
Um sistema de comunicação que gera virtualidade real é um sistema em
que a própria realidade, ou seja, a experiência simbólica/material das
pessoas, é inteiramente captada, totalmente imersa em uma composição de
imagens virtuais do mundo do faz-de-conta, no qual as aparências não
apenas se encontram na tela comunicadora da experiência, mas se
transformam na experiência.

Manuel de Castells (1999)


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Apresentação por: Rohnny J. Lima Bezerra
Tese - Multiletramentos em Aulas de Língua Inglesa no
Ensino Público: transposições e desafios de Renata
Maria Rodrigues Quirino de Sousa

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