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INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2
UNIDADE 1 – CONHECENDO A GEOLOGIA ........................................................... 3
UNIDADE 2 - MINERAIS E ROCHAS: GÊNESE E CARACTERÍSTICAS ................. 7
UNIDADE 3 - PROCESSOS GEODINÂMICOS INTERNOS .................................... 13
UNIDADE 4 - TEORIA DA TECTÔNICA DE PLACAS ............................................. 16
UNIDADE 5 - CONHECENDO A GEOMORFOLOGIA ............................................. 25
UNIDADE 6 - GEOMORFOLOGIA E PLANEJAMENTO ......................................... 40
UNIDADE 7 - CONHECENDO A BIOGEOGRAFIA ................................................. 43
UNIDADE 8 - DINÂMICAS BIOLÓGICAS E GEOMORFOLOGIA ........................... 48
UNIDADE 9 - COMPREENDENDO OS RECURSOS HÍDRICOS ............................ 62
UNIDADE 10 - ÁGUA SUBTERRÂNEA E AQUÍFEROS ......................................... 65
UNIDADE 11 - A ATUALIDADE DA QUESTÃO AMBIENTAL ................................ 69
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 76
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INTRODUÇÃO
O planeta Terra
O planeta terra é composto por três grandes domínios ou ambientes: a
atmosfera, a hidrosfera (formada pelas águas) e a litosfera (parte sólida ou rochosa).
Um quarto domínio surge com a biosfera (formada pelos seres vivos, animais,
plantas e o homem) constituindo a área do planeta ocupada pelo seres vivos, um
intervalo estreito de aproximadamente 40 km que vai da parte superior da crosta
terrestre até a baixa atmosfera. Este intervalo, que propicia espaço para vida
humana, foi denominado por Grigoriev, em 1968, de estrato geográfico terrestre,
tendo a litosfera como piso e a estratosfera, como limite superior (Ross, 1998).
As rochas sedimentares
As rochas sedimentares são também conhecidas como rochas secundárias,
por serem formadas a partir de outras rochas. Para que haja formação de uma rocha
sedimentar, é necessário que haja uma rocha anterior, ígnea, metamórfica, e mesmo
outra sedimentar que forneça as partículas que serão matéria prima da rocha
sedimentar. Podem ser classificadas em dois grupos: clásticas ou dentríticas e
químicas.
As rochas sedimentares clásticas resultam da compactação ou cimentação de
fragmentos produzidos pela ação dos agentes de intemperismo6 e pedogênese7
sobre uma rocha preexistente. Após serem transportadas pela ação do vento, das
águas, ou do gelo, os fragmentos da rocha escoam até um ponto de deposição onde
são compactados e litificados.
A diagênese ou litificação8 é o processo que une as partículas sedimentares.
A litificação ocorre em condições geológicas de baixa pressão9, e baixa
temperatura10. As rochas sedimentares clásticas são classificadas segundo o
tamanho de suas partículas. Cada ambiente oferece materiais diferentes resultando
em diferentes tipos de rocha sedimentares.
As rochas metamórficas
São formadas a partir das rochas ígneas ou sedimentares, ou delas mesmas,
quando submetidas a movimentações de placas tectônicas , altas temperaturas e/
ou pressão sofrem recristalização ou são deformadas. O fenômeno acontece com o
material sólido, havendo a modificação das características mineralógicas e texturais
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físico químico de fissão nuclear dos elementos que compõe a terra seria
responsável por ampliar o volume do planeta e também aumentar a temperatura do
manto e do núcleo terrestre, onde a desintegração nuclear dos minerais estaria
ocorrendo permanentemente.
Teoria das correntes de convecção e a deriva dos continentes. Hipótese
de que o comportamento do manto assemelha-se ao dos materiais líquidos e
gasosos, que tendem a subir para a superfície quando aquecidos, e afundar, quando
esfriados. Deste modo, o material mais profundo do manto, de temperaturas mais
elevadas, desloca-se em direção da superfície, enquanto as camadas mais próximas
à litosfera, estando mais frias, são conduzidas por pressão para o interior da terra.
Os continentes por situarem-se acima da litosfera estariam sendo conduzidos com
se estivessem numa esteira rolante. Segundo esta corrente as áreas oceânicas
estão se expandindo, e os continentes acompanham lentamente este processo. Esta
teoria foi formulada por Alfred Wegener no final do século XIX. Observando os
contornos do continente africano e americano, Alfred Wegener sugeriu que estes já
tinham sido unidos e que, por deriva, teriam se separados.
A união dos continentes imaginada por Wegener formava um supercontinente
que denominou Pangea. Segundo esta teoria a cerca de 220 milhões de anos
durante o período Triássico, quando a terra era habitada por dinossauros, a
fragmentação teria se iniciado, prosseguindo até os dias atuais. As provas que
evidenciam este processo estão nas feições correspondentes da orientação do
relevo da Serra do Cabo na África do Sul e da Sierra de la Ventana na América do
sul, na presença de fósseis idênticos na África e no Brasil, além de outras evidências
apresentadas pelas marcas no relevo. Esta teoria posteriormente contribuirá para
explicação da tectônica de placas.
Fonte: http://freehost02.websamba.com/biogeo1/tecto3.html
Explicaremos com mais detalhes cada uma delas segundo trabalho elaborado
por Mansur, 2007.
a) Limites Divergentes
Os limites divergentes ocorrem quando uma nova crosta oceânica é criada,
com movimentação horizontal das placas em sentido oposto. Desse modo, o
surgimento de um oceano se inicia com a fragmentação de um continente localizado
em placas tectônicas divergentes.
Hoje em dia, uma das mais baixas taxas de separação de placas é de cerca
de 2,5 cm/ano, quer dizer, 25 km em 1 milhão de anos (Cadeia do Ártico). A
velocidade mais rápida de separação acontece na Cadeia do Pacífico Leste,
próximo à Ilha de Páscoa, com mais de 16 cm/ano.
b)Limites Convergentes
Acredita-se que as dimensões das massas continentais não tenham variado
significativamente desde a formação do planeta Terra (4.5 Ga = bilhões de anos). A
variação na dimensão das massas continentais sugere que a crosta deve ser
destruída na mesma medida em que é criada. Tal destruição (reciclagem) da crosta
ocorre ao longo dos limites convergentes das placas tectônicas, por colisão ou
porque uma placa mergulha sob a outra ("subducção") ou é até colocada sobre a
outra ("obducção"), em regime tectônico compressivo.
O tipo de convergência de placas tectônicas depende do tipo de litosfera envolvida:
a) oceânica - continental;
b) continental - continental;
c) oceânica - oceânica.
Convergência Oceânica-Continental
No Oceano Pacífico, ocorre um grande número de longas e estreitas "fossas"
(ou trincheiras) com 8 a 10 km de profundidade cortando o substrato oceânico. As
fossas correspondem às porções mais profundas dos oceanos e são criadas por
subducção de crostas nos limites de placas convergentes (observe a figura abaixo).
de Nazca está sendo empurrada por baixo da placa continental Sul-Americana. Por
outro lado, está em soerguimento a Cordilheira dos Andes na placa Sul-Americana.
Terremotos fortes e destrutivos ocorrem nos limites dessas placas, sendo comum a
formação de cadeias de montanhas na crosta continental, cujo processo é
denominado "orogênese11“.
Na área de convergência oceano-continente é gerado muitos dos vulcões
hoje ativos, produzindo um "arco magmático" na borda do continente, com rochas de
composição intermediária a ácida. Nessas regiões, as atividades vulcânicas na
crosta continental estão claramente associadas com a subducção da crosta
oceânica ao longo das fossas tectônicas.
Convergência Oceânica-Oceânica
Uma zona de subducção na convergência oceano – oceano forma-se assim
como no encontro entre uma placa oceânica e continental. Neste processo ocorre a
formação de uma fossa oceânica. A convergência da Placa do Pacífico com a das
Filipinas gerou a Fossa das Marianas (paralela às Ilhas Marianas), com
profundidade próxima a 11 km.
Neste processo também ocorrem erupções de vulcões submarinos, e após
milhões de anos de acúmulo de lavas, formam-se inúmeras ilhas vulcânicas. Estas,
por sua vez, dão origem aos arquipélagos, conhecidos como "arcos de ilhas".
Fonte: http://freehost02.websamba.com/biogeo1/tecto3.html,2007.
Convergência Continental-Continental
Devido à diferença de densidade entre a crosta oceânica e a crosta
continental, a crosta oceânica (mais densa) é geralmente empurrada por baixo da
crosta continental (menos densa), mergulhando para as regiões mais profundas da
Terra, ao longo da zona de subducção (veja o estágio 1 da figura abaixo). Se esse
movimento continua, a crosta oceânica é totalmente destruída, dando origem à
colisão de continentes. Nesse processo, os continentes se aglutinam uns aos outros,
resultando numa grande cadeia de montanhas (veja o estágio 2 do modelo). A
Cordilheira dos Himalaias, exemplo desse tipo de convergência, foi formada a partir
da colisão das placas da Índia e da Ásia, no processo iniciado há cerca de 70
milhões de anos e que continua até hoje em dia. (Mansur, 2007)
Ao contrário dos outros fenômenos, esse produz, no continente, forte
deformação (dobramentos e falhamentos) e intenso "metamorfismo" (processo pelo
qual uma rocha é transformada em outro tipo de rocha com características distintas,
através de reações no estado sólido), podendo chegar à fusão parcial de suas
rochas.
c) Limites Conservativos.
O limite entre duas placas que deslizam lateralmente uma em relação à outra
é definido como falha transformante. Muitas falhas transformantes ocorrem nos
oceanos, gerando feições do tipo zig-zag, pois são transvervais às Cadeias Meso-
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- planaltos -
são formas de
relevo aplanadas e
com altitudes
superiores a 200
metros, são antigas
montanhas que, ao
longo dos tempos, foram desgastadas pela erosão;
O relevo oceânico
É possível dividir o relevo oceânico em três unidades; margem continental,
bacias oceânicas, sistemas de cordilheiras, mesoceânicas. A margem continental é
a parte submesa da crosta continental ou siálica que margeiam os continentes. Sua
profundidade varia de 0 a 500m e a largura de poucos a mais de centenas de
quilômetros, isto quando a crosta continental mergulha suavemente nas águas
1 – meteorização13 ou intemperismo;
É o processo responsável pela produção de detritos a serem erodidos,
representa o pré-requisito necessário para a movimentação de fragmentos rochosos
ao longo das vertentes; o processo de meteorização, responsável pela fragmentação
das rochas, pode ser física, química e bioquímica.
E dividem-se em;
2 – movimentos do regolito
Corresponde a todos os movimentos gravitacionais que promovem a
movimentação das partículas morro abaixo.
Além da força gravitacional, estão envolvidas com o movimento outras forças,
potencializadas dos “meios” de transporte das partículas, como o vento, a água em
movimento, o gelo, e mesmo lava em fusão.
Os principais movimentos, segundo Chistofoletti (1980) são:
De rastejamento, creep ou reptação: que corresponde a movimentação lenta
e imperceptível dos vários horizontes do solo devido ao deslocamento das
partículas. A velocidade do rastejamento é de pouco centímetros por ano, e pode ser
percebida em muros, postes e árvores.
4- a ação biológica.
A ação morfogenética dos seres vivos também se faz presente no modelado
das vertentes, por exemplo: as raízes de plantas penetram no solo provocando o
deslocamento de partículas e ao mesmo tempo aumentam a permeabilidade do
solo. Nesta ação a planta intensifica ações bioquímicas retirando nutrientes do solo.
Entretanto, por outro lado a cobertura vegetal protege o solo das chuvas e torna-se
um obstáculo para o escoamento pluvial e a ação dos ventos, além de incorporar
húmus ao solo. Alguns animais que vivem no solo possuem uma ação mais ativa:
vermes, formigas, cupins, digerem a terra, cavam suas tocas, e nesta ação
deslocam matéria.
Cada um dos processos morfogenéticos, possui uma dinâmica própria, e são
elementos de um conjunto maior, diferenciando-se em importância segundo o tipo
de clima regional. Por exemplo, em área de deserto, classificada como região
morfogenética árida, é de grande importância a termoclastia. Já em uma região
morfogenética glacial, a alternância de gelo e degelo é um elemento dominante no
sistema morfogenético.
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Fonte:http://eco.ib.usp.br/cerrado/banco_imagens/veget1.htm, 2007.
Segundo esta proposta, segue a tabela elaborada por Santos (2004), com os
dados geomorfológicos de sua pesquisa, sendo as siglas parte da legenda base
para a elaboração de mapa geomorfológico.
Fatores edáficos:
A qualidade do solo, a variedade de tipos diferencia-se em diversos locais e
superfícies do planeta influenciando a distribuição dos seres vivos. Os solos
possuem porosidades diferentes, assim como diferentes quantidades e variedade de
elementos químicos em sua composição, o que atribui diferentes propriedades na
absorção e retenção de água, além de outras características que favorecem ou
impedem o desenvolvimento de certos tipos de seres. Estes fatores são de grande
relevância principalmente para os vegetais e seres vivos relacionados, como
minhocas, formigas, bactérias e fungos.
Existem plantas de pouca exigência, que são capazes de sobreviver em
vários tipos de solo, o que caracteriza uma grande amplitude ecológica. Entretanto,
há plantas que são mais exigentes, precisando de condições mais específicas e
favoráveis para ocorrer. Os solos hidromórficos, salinos, pobre em nutrientes
constituem um fator ecológico limitante a maior parte dos vegetais.
As espécies adaptadas a condições adversas como essas sofrem pouca
concorrência, por exemplo Rhizophora mangle que habitam solos inconsistentes e
salobros; e a Althernanthera marítima que ocorre em solos arenosos salinos de
praias e dunas.
Os animais de vida subterrânea como os oligoquetos (minhocas e outros)
dependem muito da umidade do solo para existir, em oposição aos Liolaemus lutzae
(lagartixa da areia) e Ocypode quadrata (maria farinha) que vivem em solos
arenosos-salinos com baixa umidade ou nenhuma umidade.
Fatores climáticos:
Um dos mais importantes fatores que influenciam na distribuição dos seres
vivos é o clima. Cada espécie de vegetal possui limites definidos em relação à
tolerância de temperaturas luz, vento, umidade e pluviosidade. São esses fatores, a
ausência ou o excesso deles que impossibilita o ciclo vital das plantas, a
germinação, a floração, ou frutificação.
Os fatores climáticos dos trópicos como a alta incidência de luz, umidade
elevada e temperaturas médias mensais variando entre 18°C e 32°C favorecem a
biodiversidade. As regiões temperadas, de baixa temperatura (invernos rigorosos)
servem de fator limitante a um grande número de espécies.
Segundo Troppmair, H. (2002), quando há redução da temperatura ocorre à
redução do tamanho das espécies vegetais.
A fauna também tem distribuição definida segundo variações climáticas,
principalmente pela temperatura. Os animais de regiões temperadas especializam-
se em criar uma reserva alimentar para suprir o período de escassez, que pode
chegar a seis meses, ou a hibernação, ou migração neste período. O número de
famílias, gêneros, ou espécies naquelas regiões são, bem inferiores que nas
tropicais.
A fauna é caracterizada segundo as variações climáticas por Troppmair (p.
40, 2002) pelas seguintes leis:
-A lei de Bergmann, ou lei do tamanho, determina que animais endotermos
(corpo quente) da mesma espécie são maiores em regiões frias do que em regiões
quentes.
-Lei das proporções ou a lei de Allen, determina que extremidades e
apêndices (rabo, orelhas, pernas, asas, bicos) de endotermos nas regiões quentes
são maiores do que as da mesma espécie em regiões frias. Por exemplo, raposas e
gatos selvagens.
- Lei de Gloger ou lei da coloração, determina que endotermos em regiões
quentes e úmidas, apresentam coloração mais escura do que as de regiões frias e
secas. Um exemplo são lobos, raposas e lebres.
- Lei de Hesse ou lei da proporção cardíaca, define que a necessidade de
produzir maiores quantidades de calor energia (face às temperaturas ambientais
mais frias) faz com que animais ou subespécies das regiões frias apresentem um
coração de maior volume e peso do que os da mesma espécie em regiões quentes.
Fatores bióticos:
A interação entre os seres vivos, influencia na distribuição de organismos na
superfície do planeta. A fauna migra em busca do alimento e de abrigo, e
encontrando condições de sobrevivência em determinada área permanece. Neste
contexto, também interage com a flora (cobertura vegetal), que é base da cadeia
alimentar, e caracteriza o ambiente.
Nas espécies vegetais há um fenômeno denominado alelopatia, ou seja, há
plantas que são “amigas” e aquelas que competem entre si. Para sobreviver, as
espécies vegetais buscam nutrientes, espaço e luz, as espécies “amigas”
conseguem dividir o mesmo espaço estabelecendo relações favoráveis entre si, já
outras espécies possuem a capacidade de secretar substâncias que inibem o
crescimento de outras.
A distribuição de vegetais é favorecida pelos animais polinizadores e
herbívoros (consomem vegetais). Por exemplo, as aves consomem frutos e
carregam sementes em seu organismo a dezenas de quilômetros de distância,
contribuindo na distribuição de plantas em áreas extensas e remotas como as ilhas.
O ser humano, também é um fator biótico, deve ser considerado de maneira
isolada. A intervenção humana na natureza ocorre praticamente em toda biosfera e
vem extinguindo inúmeras espécies vegetais e animais. A ação humana provoca a
destruição de florestas pela devastação e introdução de novas espécies estranhas
ao meio pelas técnicas agrícolas.
plantas que as produzem do que àquelas que apresentam diásporos pesados, não
alados, vulneráveis ao calor ou à umidade.
Poder germinativo
O poder germinativo é a capacidade de produzir grande número de
descendentes e de conseguir sobreviver, ou no caso dos vegetais, germinar com
rapidez e facilidade em áreas novas. Quanto maior capacidade de germinar em
condições diversas, mais chances de distribuir-se em todo mundo.
Multiplicação vegetativa
É um tipo de dispersão relevante para espécies criptógamas, vegetais sem
órgãos sexuais aparentes, como os liquens. Ao separar-se da colônia mãe, os
liquens carregados por vetores de dispersão podem originar colônias em outras
áreas. A multiplicação vegetativa promove a ampliação da área de distribuição de
forma muito lenta, e contribui principalmente para a dominância de certas espécies
no local de origem.
Os grandes Biomas
A distribuição dos seres vivos em determinados ambientes depende da
capacidade de adaptarem-se as condições ecológicas dominantes.
Os grandes biomas como a floresta tropical, a savana, a tundra entre outros,
são dependentes do clima.
Os biomas são comunidades clímax, um estágio evolutivo de equilíbrio. Para
chegar ao clímax passam por um processo lento e ordenado chamado sucessão
ecológica. Na sucessão ecológica ocorre o aumento do número de espécies e
nichos até chegar ao um estágio estável e bem desenvolvido com organismos bem
adaptados às condições locais.
Atualmente a ação humana está causando grandes mudanças na
configuração natural dos ambientes criando novas condições ambientais.
A expansão do
processo de
urbanização e da
agricultura provoca
derrubada de florestas,
ocupações irregulares
e grandes impactos
ambientais. Este novo
meio habitado interage
com o domínio
climático e do bioma
em que se localiza.
De forma
esquemática podemos
representar os biomas
do mundo segundo a
figura ao lado.
Fonte: http://www.oni.escuelas.edu.ar/2002/SANTIAGO_DEL_ESTERO/madre-fertil/biomas.htm, 2007.
Áreas biogeográficas
A porção da biosfera ocupada por uma certa entidade biológica contitui uma
região biogeográfica que poderá ser qualquer qualquer categoria taxonômica:
familia20, gênero21, espécie, subsespécie ou variedade. Já a área geográfia de um
organismo é a localidade geográfica onde é encontrado.
Há diversas proposições de divisões biogeográficas. São exemplos: as
polares, holárticas, das regiões temperadas do hemisfério norte; tropicais, que
ocorrem nos trópicos; paleotropicais, que ocorrem na área tropical da Ásia, África e
oceania; neotropicais, parte tropical das Américas, dentre outras.
Existem muitas outras formas de classificação, para a Zoologia prefere-se a
classificação que segue na figura:
Fonte: http://weblogs.madrimasd.org/universo/archive/2007
Amazônia
O primeiro domínio indicado no mapa, a Amazônia, é uma grande bacia
hidrográfica formada numa sequência de eventos geológicos, mais de 420 milhões
de ano, na era paleozóica.
A Amazônia se destaca pela continuidade de suas florestas, pela ordem de
grandeza de sua principal rede hidrográfica e pelas sutis variações de seus
ecossistemas (Ab’ Saber, 2003) O domínio das terras baixas e florestadas estende-
se da base dos Andes cobre grande parte do norte do país, e tem limites definidos
pelo relevo das bordas do planalto Brasileiro e das Guianas.
A sua localização geográfica, na região equatorial, favorece a forte incidência
solar o que provoca o aquecimento contínuo de massas de ar úmido, resultando em
grande nebulosidade, baixa amplitude térmica, e quase ausência de estações secas.
Tais características favorecem um clima úmido, com temperaturas altas, que são
Caatinga
É uma região seca, que contrasta com o resto do país predominantemente de
florestas úmidas. A existência de um grande espaço semi-árido é associada à
presença dos fortes ventos alísios que não permitem a chegada de umidade para
região. A caatinga propriamente dita é uma mata seca que perde suas folhas
durante a estação seca. Apenas o juazeiro, que possui raízes muito profundas para
capturar aguado subsolo, e algumas palmeiras conseguem resistir. As plantas da
caatinga estão adaptadas às condições climáticas e possuem várias adaptações
fisiológicas para sobreviver á seca. As plantas são xeromórficas, ou seja, possuem
um revestimento que ajuda a perder menos água por transpiração, possuem folhas
grossas e pilosas. Algumas folhas são miúdas e outras em forma de espinho, como
os diversos tipos de cactos da caatinga (Conti, J.B. et al. , 1998).
No sertão existem duas estações, como caracteriza Euclides da Cunha: “o
verde e o magrém”. Depois de um longo período de estiagem que dura de seis a
sete meses, ao sinal das primeiras chuvas, o verde aparece nas folhas miúdas, nos
espinhos das cactáceas. No magrém, a seca toma conta de tudo, árvores perdem as
folhas, os solo e rios secam.
Campos sulinos
São formados pela diferenciação climática extratropical pelo solo e relevo em
que ocorrem. A vegetação é predominantemente herbácea e gramínea com
extensos banhados ao redor de lagos e lagunas na região costeira e campos
naturais de gramíneas no interior, entremeados de matas subtropicais e florestas de
araucária.
Cerrado
O cerrado brasileiro pertence ao bioma savânico, e constitui regiões de relevo
bastante homogêneo e por
isso utilizado, cada vez mais
pela agricultura mecanizada.
O cerrado pode ser definido
como um mosaico constituído
por ecótonos, diferenciações
produzidas por diversos
fatores, com o tipo de solo
em que se encontra e a ação
das queimadas.
Os cerrados brasileiros possuem árvores com aspectos tortuosos e
espaçadas, com troncos de cortiça espessa, folhagem coriácea e pilosa. Ao
contrário das savanas africanas são ambientes que possuem umidade sazonal. As
estações são bem marcadas em secas e chuvosas, com índice de precipitação
acima de 1000 mm. A água não é fator limitante para certas espécies de árvores do
cerrado que possuem raízes que podem alcançar 15m de profundidade. As espécies
típicas do cerrado desenvolvem-se em solos ácidos e empobrecidos, entretanto,
com altas concentrações de alumínio, o que determina a capacidade de troca
catiônica, fundamental para o metabolismo das plantas, e tóxico para espécies
usadas na agricultura.
Mata atlântica
A floresta atlântica é fisionomicamente semelhante às matas amazônicas.
São igualmente densas com árvores altas em áreas de baixo relevo. O troco das
arvores desta floresta apresenta-se coberto de epífitas. A exuberância dessa floresta
é em parte atribuída à umidade trazida pela Massa Polar Atlântica. Os ventos
úmidos são em parte barrados pelos obstáculos orográficos na zona costeira,
provocando grande quantidade de chuvas nesta região.
Apesar da destruição de grande parte desta floresta, a Mata Atlântica ainda
guarda a maior biodiversidade por hectare entre as florestas tropicais.
De forma geral podemos destacar a importância de todos os tipos de florestas
segundo o quadro abaixo:
IMPORTÂNCIA DA FLORESTA
Pantanal
As planícies sedimentares inundáveis, da depressão da bacia hidrográfica do
rio Paraguai correspondem à área do Pantanal. Estes terrenos baixos estendem-se
pelo Chaco paraguaio e alcançam as planícies do sul do Brasil.
O clima do pantanal é de temperaturas elevadas e estação seca prolongada.
Este ambiente possui uma grande biodiversidade, um rico ambiente aquático e um
dos maiores paraísos faunísticos da América do Sul.
Zona Costeira
Na zona costeira do Brasil tropical atlântico, existem ecossistemas
complementares aos da Mata Atlântica, diferenciados pela existência de suportes
A mata ciliar
O ocorre em diversos ecossistemas, na borda dos rios, de forma geral sua
importância pode ser resumida segundo o quadro abaixo:
O Ciclo Hidrológico
O ciclo hidrológico consiste nas fases que a água percorre em sua trajetória
no globo terrestre, envolvendo os estados líquido, gasoso e sólido, um verdadeiro
mecanismo vivo que mantém a vida no planeta. A água evapora-se dos mares, rios
e lagos e transpira da vegetação, formando as nuvens, que precipitam-se sob a
forma de chuvas. Ao atingir o solo, parte da água das chuvas infiltra-se,
abastecendo os aquíferos, enquanto outra parte escoa para os rios, lagos e mares,
onde recomeça o ciclo.
Fonte:
http://www.igc.usp.br/geologia/aguas_subterraneas.php, 2007.
Aquífero poroso - aquele no qual a água circula nos poros dos solos e grãos
constituintes das rochas sedimentares ou sedimentos;
Aquífero cárstico - aquele no qual a água circula pelas aberturas ou cavidades
causadas pela dissolução de rochas, principalmente nos calcários;
Aquífero fissural - aquele no qual a água circula pelas fraturas, fendas e falhas nas
rochas.
Aquíferos Livres e Confinado - O aquífero livre está em contato direto com a
pressão atmosférica. Já o aquífero confinado, como o próprio nome diz, encontra-se
delimitado por camadas litológicas menos permeáveis, em cujo interior a água está
submetida a uma pressão maior que a atmosférica. Este último tem recarga indireta,
em áreas onde é possível a penetração da chuva, denominadas de “zonas de
recarga”. Para evitar contaminação, estas áreas precisam ser preservadas
garantindo que nenhuma atividade potencialmente poluidora nelas se instale.
econômico planejado não conseguiu ser instalado, dando espaço para uma
exploração abusiva da natureza e aumento dos problemas sociais.
Aos poucos, a Floresta Amazônica foi destruída para as multinacionais como
a VW criar gado ou plantar eucalipto, tal como no projeto Jari, que devastou a
floresta Amazônica, próximo ao rio cristalino, no sul do Pará. O mesmo aconteceu
no sul da Bahia, com a destruição de áreas de Mata Atlântica pela empresa Aracruz
celulose, para o plantio de eucalipto com isenção de impostos. No Rio Grande do
Sul, a Borregaard, norueguesa, instalou-se com dinheiro público plantando
eucaliptos em terras nobres antes utilizadas para o plantio de arroz. (Fundação
Juquira Candiru, op. cit.).
O cultivo do eucalipto em grandes extensões pode provocar o esgotamento
dos solos, tornando-os estéreis. Entretanto, devido ao seu rápido crescimento este
cultivo tem se espalhado pelo país. As transnacionais propõem o reflorestamento
nos países pobres (com eucalipto isento de impostos) para diminuir o gás carbônico
da atmosfera e contraditoriamente, para que elas possam continuar liberando os
mesmos de suas chaminés. Nos países pobres, estas plantações chamadas de
poços de carbono ocupam áreas antes destinadas a alimentos e encarecem os
mesmos.
Há muitos setores em que a exploração de recursos naturais é insustentável.
Os recursos minerais, por exemplo, encontram-se de forma limitada no planeta. A
exploração de minério realizada por uma empresa retira o recurso mineral não
renovável de uma localidade da terra até o esgotamento, e quando esgotado
abandona o local e procura outro local para exploração do minério, avançando
incessantemente para novos locais, provocando a destruição dos locais pelos quais
passou.
O reconhecimento desta lógica traz algumas questões: com o esgotamento
dos minérios na Europa e na Índia, há interesses em explorar a Amazônia e a África;
e para as pessoas que moram nesses locais como ficará a sustentabilidade?
No Brasil, o solo agrícola só passou a ter valor quando os efeitos malditos de
uma mecanização desastrada, com máquinas mal dimensionadas, trouxeram o
desastre da erosão do solo. Uma outra problemática é o uso indiscriminado dos
agroquímicos como fertilizantes e agrotóxicos. O uso de certos agrotóxicos é um dos
Impactos Ambientais
Além do comprometimento dos recursos finitos devido à velocidade de
consumo ou a degradação causada ao meio, há também a alterações dos ciclos
naturais que passaram na mesma aceleração a alterar o seu equilíbrio
termodinâmico.
O impacto da destruição de matas e fauna sem considerar o seu ciclo
reprodutivo causa alterações de efeitos exponenciais e que incorpora um novo
impacto, antes desconhecido. Ë assim que os ciclos da vida são alterados
termodinamicamente (Água, Nitrogênio, Carbono, Enxofre, Oxigênio). Um exemplo
disso é o efeito Estufa, causado pelos gases das chaminés e motores que
aumentam a temperatura do planeta e ameaçam a existência das geleiras e
glaciares. As florestas tropicais sendo destruídas por poderosos incêndios colocam
em risco a capacidade de sustentar as trocas de calor, no planeta, alterando o ciclo
das águas.
Toda atividade humana é causadora de impacto. No início desconhecemos os
impactos negativos, mas depois passamos a questionar e a tentar refrear o seu uso
irracional. Esta seria a atitude mais correta a se adotar em todas as sociedades. No
entanto somente alguns países têm sucesso em frear empreendimentos danosos a
saúde humana e do planeta, muitas vezes exportam estes empreendimentos para
sociedades atrasadas, dependentes e corruptas. Isto dá sobrevida ao processo de
REFERÊNCIAS
Bibliografia sugerida:
1 O substrato rochoso é a rocha que dá origem a um tipo de solo ou apenas a base de determinada
localidade.
2 São denominadas também de mapas.
3 A origem da palavra é grega, “lithos” significa pedra.
4 Rochas denominadas siálicas são ricas em silicatos de alumínio.
5 São rochas de origem vulcânica composta de silicatos de magnésio e ferro, pertencentes ao grupo
falhamento das rochas, terremotos, erupções vulcânicas, intrusões de plútons e metamorfismo. Logo,
a região onde ocorre, ou ocorreu processos formadores de montanhas é denominado de faixa
orogênica.
12 vale de fendas de grande extensão
13 Desagregação provocada por alterações físicas e químicas das rochas.
14 Área core ou área nuclear, é parte do domínio que apresenta as feições paisagísticas, e ecológicas
possível identificar os limites das diferentes formas do relevo Estas imagens podem ser
adquiridas em empresas especializadas, porém os valores variam de acordo com os tipos de
imagem.
16 Processo de pediplanação é um ciclo de erosão em vertentes, neste ocorre a regressão e desgaste
concavidades suaves.
18 Espécie é unidade fundamental de indivíduos que podem reproduzir-se entre si. Este nome é uma